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Interesse Público e Autorização Administrativa

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AVALIAÇÃO: AD2
[Questão 1] O interesse público é um conceito jurídico-político que se encontra
diretamente relacionado à atuação punitiva do Direito Administrativo e refere-se
aos interesses coletivos da sociedade como um todo, que deve ser protegido e
promovido pelo Estado em detrimento dos interesses particulares de indivíduos
e/ou grupos. A partir do conteúdo estudado nas aulas, apresente de que forma o
interesse público pode ser acionado como um discurso de poder. Dê exemplos de
situações vivenciadas por você ou que sejam de seu conhecimento que possam
ilustrar sua resposta. [4 pontos]
Como visto na aula o interesse público visa atingir a coletividade em detrimento da
individualidade, esse interesse é pautado na Constituição federal e nos princípios que
são extraídos dela, a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e a eficiência.
O interesse público pode ser acionado como um discurso de poder quando ele é
reconhecido pela comunidade acadêmica e por seus operadores, sendo um veículo de
proposições que expressam a verdade, o discurso doutrinário é um exemplo.
Outro exemplo é quando o poder público através dos seus operadores usando de forma
inadequada os poderes que lhe foram conferidos, dizem que determinado ato se trata de
interesse público, mesmo não sendo de interesse da coletividade.
Posso citar uma situação vivida no meu cotidiano, visto que sou guarda municipal e
trabalho no grupamento de ordem pública que visa prevenir invasões de áreas públicas e
construções irregulares, onde sou investido do poder de polícia pela administração e
devo buscar sempre o interesse da coletividade, pautado pelos princípios citados acima.
Em uma ocorrência, após prévia notificação, pautada no art. 1228 do Código Civil,
apoiamos a equipe da secretaria de urbanismo na demolição de uma construção que
estava localizada em área pública municipal e o invasor por coincidência era um colega
de infância. A partir desse acontecido é possível observar que nós como operadores
executamos um ato que é pautado por lei, portanto reconhecido pela comunidade
acadêmica e respeitando os princípios da administração, buscamos atingir o interesse
público através do uso do discurso de poder.
Outra situação onde é bem visualizado o discurso de poder é quando em nossas rondas
visualizamos construções que apesar de serem em propriedade particular, não possuem
autorização da secretaria de obras municipal, onde as mesmas encontram-se
parcialmente irregulares, após o uso dos poderes a nós conferidos, orientamos a
imediata interrupção e apresentação do projeto na secretaria correspondente, desse
modo mais uma vez evidenciando o discurso de poder onde o mesmo está baseado na lei.
[Questão 2.] O espaço público pode ser utilizado individualmente. Para que isso
seja possível a legislação administrativa prevê institutos norteadores de tal
utilização: cessão; cessão de uso; permissão; autorização. A AUTORIZAÇÃO tem
por características principais (diferenciadora dos demais institutos) a
DISCRICIONARIEDADE e PRECARIEDADE.
Para refletir sobre esses institutos como objetos de negociação do uso espaço
público, os autores das aulas 7 e 8 apresentam as categorias de "arrego" e
"arreglo”, relacionadas às questões de “precariedade” e “discricionaridade”. Com
base nestas duas características e nas reflexões promovidas pelo conteúdo das
aulas;
a. Explique porque a autorização administrativa é considerada um instituto
jurídico de caráter precário e discricionário? [2 pontos]
A autorização administrativa consiste no consentimento de utilização de bem,
espaço, serviço público por parte administração pública, visto que sem essa
autorização não seria possível essa utilização.
É considerado como instituto jurídico de caráter precário e discricionário a
possibilidade da revogação a qualquer momento, sem justificativa e sem direito
a remuneração por meio de ato discricionário, ou seja, à critério da
administração pública por possuir livre escolha pautada na conveniência e
oportunidade de sua escolha, cabe ressaltar que essas autorizações não irão gerar
prejuízos nem privilégios contra a administração.
b. De que forma a autorização torna-se um objeto de negociação entre o poder
público (na figura de seus agentes) e indivíduos. Cite, no mínimo, um
exemplo formal e um exemplo informal de negociação. [4 pontos]
A autorização por se tratar de um ato precatório e discricionário proporciona aos
agentes públicos a “oportunidade” de usar essas características como moeda de
troca para a obtenção de vantagens, essas que são obtidas de maneira ilícita,
alimentando a falta de fiscalização pois como o arreglo já foi pago, a certeza da
impunidade irá vigorar, assim como visto no mercado popular da Uruguaiana,
onde devido a troca de favores, os comerciantes vão comercializar produtos sem
nota fiscal, que podem ser de origem criminosa, assim alimentando esse círculo
vicioso.
Um outro exemplo é a polícia solicitar um arrego a traficantes de drogas para
não fiscalizar a venda de entorpecentes, como é sabido se trata de um crime
hediondo, evidenciando um ato criminoso por ambas as partes, por essa
solicitação se tratar de crime corrupção.

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