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Modelos de Negócios Inovadores

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AULA 1 
MODELOS DE NEGÓCIOS 
INOVADORES 
Prof. Antonio Carlos Pisicchio 
 
 
2 
CONCEITOS BÁSICOS EM INOVAÇÃO 
Neste estudo, apresentaremos conceitos fundamentais a respeito do 
desenvolvimento de inovações e das tendências de mercado que têm gerado 
organizações cada vez mais eficientes, adaptáveis e focadas na resolução de 
problemas para os consumidores. 
Para tanto, estudaremos conceitos básicos acerca de inovações, 
fundamentos a respeito de empreendedorismo, novas tendências de mercado e 
novos modelos de negócio que se destacam no mundo atual. Tudo isso se volta 
para que, ao final dos estudos, tenhamos os conhecimentos necessários à 
identificação de oportunidades, planejamento de modelo de negócio, 
implementação e avaliação de inovações, que devem ser um ponto de vantagem 
competitiva sustentável. 
É um caminho longo, porém gratificante. Bons estudos! 
TEMA 1 – POR QUE A INOVAÇÃO É IMPORTANTE? 
Muito se fala sobre inovações, e há um consenso dentro das organizações 
de que são importantes, que são elas que movem o mundo, que as empresas 
inovadoras dominam os mercados etc. Frequentemente nos vemos repetindo 
essas afirmações, porém nem sempre refletimos no real significado delas; outras 
vezes, consideramos que inovação seja qualquer avanço tecnológico; e ainda há 
casos em que reforçamos o senso comum de que inovações ocorrem apenas no 
lançamento de novos produtos e serviços. 
Portanto, o primeiro passo para compreendermos a importância das 
inovações dentro do mundo dos negócios é definir seu conceito, para então 
entender sua real importância. Para Tidd e Bessant (2015), elas vão além de boas 
ideias ou da invenção de novos produtos; podem ser caracterizadas como um 
processo de transformar ideias em realidade e capturar o seu valor. Ou seja, uma 
inovação não consiste simplesmente em se ter uma nova ideia, mas implementar 
uma ideia capaz de agregar valor, modificar a realidade de um negócio, 
organização, processo etc. Mais adiante discutiremos em mais profundidade a 
inovação como processo. 
 
 
 
3 
1.1 Por que as organizações se interessam e buscam inovações? 
A inovação é tema frequente no ambiente de negócios, mas por que inovar 
é tão relevante? É fácil encontrar dados sobre a importância das inovações. 
Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(OCDE), que reúne os países mais ricos do mundo, a inovação é a fonte principal 
de dinamismo econômico e bem-estar social, sendo a chave tanto para vencer a 
recessão econômica quanto para colocar o desenvolvimento numa trajetória 
ambientalmente sustentável (Altenfelder, 2020). 
Tidd e Bessant (2015) destacam a pesquisa “Líderes em inovação” que, ao 
analisar os valores de ações na bolsa Nasdaq, concluiu que as empresas líderes 
em inovação têm aumento considerável nos preços de suas ações. Essas 
corporações, em sua maioria, são responsáveis por liderar diversos avanços em 
seus negócios. 
Ao definir o conceito de inovação, Drucker (2014) reforça sua importância: 
é a ferramenta específica dos empreendedores, o meio mediante o qual eles 
exploram a mudança como oportunidade para um negócio ou um serviço 
diferente. É possível apresentá-la sob a forma de disciplina, aprendê-la e praticá-
la. 
Desse modo, podemos observar que o desenvolvimento de determinadas 
indústrias, empresas e economias está ligado à capacidade de empreender e 
inovar, uma vez que essa inovação possibilita explorar mudanças e oportunidades 
que são constantes no mercado contemporâneo. 
TEMA 2 – CONCEITO BÁSICO DE INOVAÇÃO 
Como vimos anteriormente, inovação muitas vezes é confundida com 
invenções ou com outros conceitos, e em outras acredita-se que uma boa ideia é 
uma inovação. Entretanto, sabemos que se trata de um processo de transformar 
ideias e capturar valor a partir delas (Tidd; Bessant, 2015). 
Essa definição aparentemente simples traz uma grande implicação: não é 
apenas uma boa ideia que caracteriza uma inovação, mas sim a aplicação dela; 
portanto, essa ideia precisa ser transposta para a realidade, impactá-la e ser 
explorada para ser considerada uma inovação. Além disso, inovação é a 
ferramenta pela qual empreendedores geram negócios, ou seja, não tem um fim 
determinado. Isso significa que inovar não é algo que possa ser iniciado, realizado 
 
 
4 
e finalizado, mas um processo constante em que empresas e empreendedores 
desenvolvem novas ideias, as aplicam, geram resultados e estão prontos para em 
seguida modificá-las, como é o caso do Iphone (Figura 1). 
Figura 1 − Iphone é um exemplo de inovação; seu design e suas funcionalidades 
foram responsáveis pela ampliação na indústria de smartphones 
 
Créditos: marleyPug/Shutterstock. 
2.1 Inovação como processo 
De acordo com Tidd e Bessant (2015), inovação é um processo que segue 
basicamente quatro fases, apresentadas na Figura 2 e descritas na sequência. 
Figura 2 − Processo de inovação 
 
Fonte: elaborada com base em Tidd; Bessant, 2015. 
Busca Seleção Implementação Captura de valor
 
 
5 
• Busca: fase em que se avaliam as condições e o mercado em busca de 
novas ideias; 
• Seleção: momento no qual se fazem as escolhas estratégicas; deve-se 
verificar qual inovação é capaz de gerar vantagens estratégicas; 
• Implementação: criar e escolher não é suficiente para gerar de fato 
inovações, é necessário implementar essas ideias, ou seja, trazê-las para 
o mundo real; 
• Captura de valor: é o que justifica a inovação, uma vez que não basta 
inovar por inovar, é preciso que ela tenha sentido no mundo e impacte a 
sociedade; é esse impacto que agrega valor às inovações, por isso as 
organizações precisam perceber e capturar esse valor. 
Portanto, para gerarmos inovação devemos buscar novas ideias mediante 
a observação da realidade (adiante discutiremos as fontes de inovação), 
selecioná-las, implementá-las e gerar valor à sociedade por meio delas a fim de 
tornar a inovação sustentável e capaz de alterar o contexto. 
TEMA 3 – TIPOS DE INOVAÇÃO 
Há muitas formas de inovar. Existem empresas que lançam produtos 
completamente inéditos; outras que aprimoram constantemente seus processos; 
aquelas que modificam e alteram pequenas partes de um produto; e as que 
adentram novos mercados. Todas essas situações podem ser inovações, uma 
vez que constituem um processo que transforma novas ideias em valor; porém, 
ao mesmo tempo, são muito diferentes, geradas de forma distinta, criando valor 
de modo específico, tendo custos e implementação também variados. 
Isso explica por que nos estudos sobre inovações é fundamental tipificar e 
classificá-las de acordo com certas características. É o que faremos a seguir. 
3.1 Dimensões da inovação 
Para Tidd e Bessant (2015), a inovação pode assumir diversas formas, 
resumidas em quatro dimensões apresentadas na Figura 3 e descritas a seguir. 
 
 
 
6 
Figura 3 – Dimensões da inovação 
 
Fonte: elaborada com base em Tidd; Bessant, 2015. 
• Inovação de produto: são as mudanças nos produtos ou serviços que as 
empresas oferecem; por exemplo, quando a Fiat lançou o novo modelo do 
Uno com design diferente do anterior; 
• Inovação de processo: são mudanças na forma como produtos e serviços 
são entregues; por exemplo, quando uma fábrica cria uma nova máquina 
para processamento de café; 
• Inovação de posição: refere-se a mudanças no contexto em que os 
produtos e serviços são ofertados; por exemplo, quando uma fábrica de 
doces decide exportar seus chocolates para outro país ou quando uma 
empresa muda seu posicionamento de mercado; 
• Mudança de paradigma: são mudanças normalmente mais radicais nos 
pensamentos básicos que guiam a organização; por exemplo, na década 
de 1980 Havaianas deixou de ser uma empresa voltada para com enfoque 
em custo para focar novos designs, novos produtos, qualidade e variedade 
de produtos. 
Ao observarmos os exemplos aqui apresentados, também fica claro que a 
linhaentre uma dimensão de inovação e outra é geralmente tênue. A mudança de 
posicionamento de uma empresa como Havaianas, citada acima, traz consigo 
modificações nos produtos, nos processos e no posicionamento. 
Além dessas quatro dimensões, Tidd e Bessant (2015) incluem outros dois 
fatores relevantes que são o grau de inovação. Eles afirmam que as inovações 
Processo Paradigma
Produto ou 
serviço Posição
 
 
7 
podem ter uma característica incremental, ou seja, ser melhorias, 
aprimoramentos, pequenas mudanças que não alteram a proposta básica dos 
produtos ou serviços, ou um caráter radical, que são grandes modificações que 
alteram completamente a proposta de valor dos produtos e serviços. 
Para ajudar a ilustrar esse modelo, o Quadro 1 apresenta alguns exemplos 
de inovações dentro de um mesmo segmento, porém com características 
diferentes conforme o modelo que acabamos de mencionar. 
Quadro 1 – Exemplos de inovação 
Tipo de 
inovação 
Inovação incremental Inovação radical 
Produto 
Os aparelhos de celular 
Apple X e XI possuem as 
mesmas características 
básicas, porém com 
melhorias de uma geração 
para outra 
Quando a Apple lançou o 
Ipod, que foi o primeiro 
aparelho portátil para 
músicas com grande 
capacidade de 
armazenamento e design 
completamente diferente 
dos demais concorrentes à 
época 
Processo 
Operadoras de telefonia 
passaram da tecnologia 3G 
para 4G, ampliando o 
alcance e a potência das 
redes de internet móvel 
Quando o Skype, no início 
dos anos de 2000, lançou o 
serviço de chamadas em 
vídeo, ao vivo, que 
substituiria a chamada de 
voz tradicional e que depois 
foi incorporada nos 
smartphones e aplicativos 
Posição 
Empresas aéreas de baixo 
custo como a TAP 
expandiram suas 
operações para Espanha e 
Alemanha 
Quando essas empresas 
iniciaram suas operações, 
reduzindo ao máximo os 
custos extras de viagem, 
diminuindo o número de 
linhas e otimizando trajetos 
 
 
8 
com maior volume de 
passageiros 
Paradigma 
A IBM passou a ter um 
enfoque maior em 
consultoria e sistemas ao 
em vez de hardware, 
reduzindo drasticamente a 
produção de máquinas e 
equipamentos 
Quando o Google passou a 
oferecer uma nova forma de 
venda de anúncios por meio 
do uso de palavras-chave e 
leilões dentro da sua 
plataforma; a mudança foi 
seguida por todos os 
demais buscadores e até 
hoje guia o uso de anúncios 
on-line 
3.2 Aspectos das inovações 
Já destacamos o grau de novidade de uma inovação (inovação radical ou 
incremental) como importante aspecto dela. Tidd e Bessant (2015) indicam outros 
elementos que devem ser considerados para classificar e caracterizar inovações: 
• grau de novidade; 
• plataformas ou família de inovação; 
• inovação descontínua; 
• nível de inovação; 
• tempo/oportunidade. 
3.2.1 Grau de novidade: inovação radical ou incremental? 
O grau de novidade de uma inovação é fundamental para compreendê-la; 
para tanto, primeiramente é necessário entender que quem o define não é a 
empresa, mas o mercado. Portanto, mudanças que podem parecer incrementais 
para a empresa podem ser vistas como radicais pelos consumidores, e vice-versa. 
Essa compreensão é essencial para a gestão de inovações e para evitar 
um erro de miopia de mercado. Muitas vezes, organizações se prendem aos 
próprios conceitos e se esquecem de quem dá valor a seus produtos e serviços 
são os consumidores. O mesmo vale para as inovações, cujo valor (portanto, seu 
grau de novidade) é definido pelo mercado. 
 
 
9 
A grande maioria das corporações alinhadas com os conceitos de melhoria 
contínua e qualidade total buscam ampliar mudanças gradualmente; por isso, 
inovações incrementais tendem a ser as mais comuns, até porque demandam 
menos recursos para ser realizadas do que radicais, que são mais raras. 
3.2.2 Plataformas e família de inovação 
Outra forma pela qual as inovações ocorrem é por meio das plataformas ou 
famílias de produtos. Por exemplo, a Sony possui sua plataforma de videogames, 
o Playstation, ao passo que a Microsoft conta com o X-Box. 
Essa inovação é bastante comum nas indústrias de tecnologia e 
automobilística, e depende de a capacidade da plataforma básica ser competitiva 
dentro do mercado e possuir elasticidade para inovações incrementais que serão 
implementadas em seguida. 
Assim, é fundamental que o produto inicial seja robusto o suficiente para o 
momento atual e ainda tenha a capacidade de melhorias. As inovações mais 
comuns dentro de uma família ou plataforma estão relacionadas a melhoria de 
desempenho, design, preço etc. (Figura 4). 
Figura 4 – Inovação por meio das plataformas PS1, PS3 e PS5 
Créditos: Anthony McLaughlin/Shutterstock (esq.); Dipson Hamal/Shutterstock (centro); e 
ALDECA studio/Shutterstock (dir.) 
 3.2.3 Inovação descontínua: o que acontece quando ocorrem mudanças no 
ambiente? 
É importante também discutirmos como se dão as inovações quando 
mudanças ambientais impulsionam ou forçam transformações radicais em 
determinadas indústrias. A descontinuidade de um produto ou serviço geralmente 
ocorre pela emergência de uma nova tecnologia ou de um novo player no mercado 
 
 
10 
com características muito diferentes, por uma mudança macroeconômica ou 
social ou mesmo pela descontinuidade na visão a respeito de um segmento. 
Um exemplo clássico disso é o Cirque du Soleil, que se aproveitou da 
queda de popularidade dos circos tradicionais para propor uma inovação radical 
na sua proposta de valor (Figura 5). 
Figura 5 – Circo tradicional x Cirque du Soleil 
 
Créditos: benchart/Shutterstock (esq.); Randy Miramontez/Shutterstock (dir.) 
 O grande desafio de inovações descontínuas é o fato de que na maioria 
das vezes essas transformações radicais de paradigmas surgem de maneira 
inesperada para muitas organizações, exigindo grande capacidade de mudança 
e velocidade. Caso não consigam acompanhar esses movimentos radicais de 
mercado por meio de inovações, a tendência é que sejam engolidas. 
O surgimento de câmeras fotográficas digitais e sua posterior incorporação 
nos smartphones fez diversas empresas de câmera acabarem. Aquelas que 
voltaram seus produtos para fotógrafos profissionais ou que se uniram aos 
fabricantes de smartphones conseguiram se manter no mercado. 
3.2.4 Nível de inovação: inovação em componentes ou na 
estrutura/arquitetura 
Também é possível observar o nível em que se dão as inovações, podendo 
ser em relação a componentes, que tendem a ser mais incrementais, ou na 
arquitetura da organização, envolvendo um conjunto maior de fatores. 
 
 
 
 
11 
3.2.5 Tempo/oportunidade: considerando o ciclo de vida da inovação 
O estágio de vida no qual as corporações se encontram também influencia 
a maneira como as inovações devem ocorrer nesses contextos. Por exemplo, 
indústrias novas, como de biotecnologia, nanomateriais e smartwear, ainda não 
possuem produtos e serviços tão estabelecidos como outras mais tradicionais; 
isso oferece uma brecha maior para experimentação de produtos e outras 
soluções, ou seja, as inovações tendem a ser mais disruptivas e radicais nas 
indústrias nessa fase. 
Por outro lado, organizações já estabelecidas tendem a gerar inovações 
mais incrementais e nos processos, uma vez que os produtos, serviços e soluções 
que oferecerem já são consolidados no mercado, levando-as a focarem melhorias 
incrementais e de processo. 
Figura 6 – Ciclo de vida da inovação 
 
Fonte: elaborada com base em Tidd; Bessant, 2015. 
A Figura 6 que acabamos de apresentar ajuda a ilustrar esse movimento. 
Em mercados em um primeiro estágio chamado de fluido, os produtos ainda não 
estão estabelecidos, então o enfoque das empresas está em inovações de 
produto e mais disruptivas. À medida que a indústria avança para o estágio 
transicional, a ênfase se volta para o planejamento e desenvolvimento de produtos 
adequados a demandas futuras que, nessafase, já são possíveis de visualizar, 
uma vez que ela já possui certo conhecimento de mercado. 
Ao avançar para o estágio 3, a indústria já tem demandas específicas, o 
que faz com que as inovações ocorram muito mais de forma incremental e focada 
Estágio 1: Fluido
Ênfase na inovação de produtos
Exploração
Incerteza
Flexibilidade
Estágio 2: Transicional
Ênfase no desenvolvimento de 
projetos
Inovação de produtos e 
processos no mesmo nível
Estágio 3: Específico
Inovação de processos 
predominante
Padronização
Integração
 
 
12 
nos processos, buscando eficiência produtiva e melhorias nos produtos e 
serviços. 
TEMA 4 – ESTRATÉGIA PARA INOVAÇÃO 
É de conhecimento geral que as organizações estão inseridas em 
contextos complexos, e o advento de novas tecnologias, entre outros fatores, 
torna o ambiente de negócios complexo e em mudanças constantes. Nesse 
sentido, é fundamental que desenvolvam uma estratégia que leve em conta suas 
capacidades internas e o ambiente externo. 
Além disso, é importante o estabelecimento de uma estratégia de inovação 
capaz de gerar valor às organizações e prepará-las para cenários futuros. Isso vai 
depender do posicionamento competitivo delas, sua proposta de valor, os 
caminhos tecnológicos e das capacidades e processos internos. 
Tidd e Bessant (2015) dividem as estratégias para inovação em racionalista 
ou incrementalista. Essa categorização não é fixa, mas constitui formas de melhor 
compreendermos as organizações; portanto, no mundo real as estratégias tendem 
a se misturar e agir de forma conjunta. 
4.1 Estratégia racionalista 
É a estratégia tradicional, linear e racional, pela qual se entende que as 
estratégias são anteriores às ações, daí ser necessário descrever detalhadamente 
as ações que as empresas irão tomar. Estas são determinadas por meio de uma 
análise SWOT (Figura 7), que analisa as forças e fraquezas da empresa, bem 
como as oportunidades e ameaças que o ambiente oferece. 
Figura 7 – Análise SWOT 
 
Créditos: Trueffelpix/Shutterstock. 
 
 
13 
A principal vantagem ao se adotar esse modelo é que a organização 
destina um momento para examinar o mercado e determina com clareza as 
funções e atividades de cada parte dela. Por outro lado, a desvantagem é que tal 
modelo dificulta mudanças radicais e rápidas. 
4.2 Estratégia incrementalista 
Esse tipo de estratégia parte dos princípios mais modernos de estratégia 
em que se entende que é impossível à organização conhecer todos os fatores que 
impactam o desenvolvimento de seus processos. Portanto, é necessário que ela, 
em vez de perder tempo buscando analisar todos esses fatores, trace um objetivo 
geral, avalie os resultados das ações e incrementalmente as ajuste para mantê-
las na direção dos objetivos. 
Podemos resumir da seguinte forma, usando uma metáfora: 
• Identificação de sintomas – diagnóstico – tratamento – avaliação dos 
resultados – ajuste do tratamento – cura (resultado esperado). 
Dentro do ambiente das organizações: 
• Design – desenvolvimento – testes – reajustes – testes – implementação e 
operação. 
A principal vantagem desse tipo de abordagem é que é mais facilmente 
adaptável e focado em gerar mudanças de forma mais rápida; por outro lado, as 
organizações correm o risco de não enxergar todos os outros fatores que 
influenciam seus processos. 
4.3 Liderança x acompanhamento de inovação 
Independentemente da abordagem de planejamento estratégico 
(incrementalista ou racionalista), as organizações devem escolher um 
posicionamento perante a emergência de inovações, baseado em uma 
perspectiva de estratégia de posicionamento, mais especificamente de Porter 
(1980), podendo buscar: 
• liderança nas inovações; 
• acompanhar as inovações da indústria. 
Empresas que buscam a liderança em inovações estão alinhadas com o 
conceito de diferenciação descrito por Porter (1980); dessa forma, procuram 
 
 
14 
desenvolver produtos com características diferentes dos demais concorrentes, 
podendo até focar um segmento específico (estratégia de foco), criando soluções 
únicas para aquele público. Já aquelas que acompanham as inovações se 
alinham com o conceito de enfoque no custo, ou seja, não desenvolvem 
inovações, apenas acompanham a concorrência e se voltam para melhorias 
menos disruptivas e muitas vezes focadas em processos. 
Evidentemente no mundo real não existe uma dicotomia tão clara entre 
empresas que lideram e empresas que acompanham. Em determinados 
momentos, para determinados segmentos ou influenciadas por diferentes fatores, 
as organizações podem assumir parcialmente uma postura; porém, conforme 
destaca Porter (1980) e reforçado por inúmeros estudos na área de marketing, um 
posicionamento claro perante o mercado pode propiciar diversas vantagens 
competitivas em longo prazo. 
Nesse momento, é importante refletirmos sobre quais as consequências de 
se adotar uma postura mais reativa ou outra, de liderança, ante as inovações e o 
mercado. Veja no Quadro 2 um resumo dessa ideia. 
Quadro 2 – Posicionamento 
Posicionamento Processos necessários Resultados esperados 
Liderar 
Maior investimento em tecnologia 
Adoção de riscos 
Desenvolvimento de novos 
produtos 
Posição de liderança 
na mente do 
consumidor 
Maior valor agregado a 
produtos e serviços 
Inovações de produto 
Seguir 
Menos investimento 
Menos risco 
Enfoque na proficiência 
operacional 
Necessidade de redução de 
custos 
Acompanhamento dos 
concorrentes 
Menos risco 
Maior eficiência 
operacional 
Foco na operação 
Inovações de processo 
 
 
 
15 
TEMA 5 – FONTES DE INOVAÇÃO 
De onde vem a inovação? Essa é uma pergunta muito intrigante, e muitas 
vezes, até por nossa inabilidade em inovar, acreditamos que as ideias 
simplesmente surgem naquelas mentes inovadoras. Porém, sabemos que a 
inovação é um processo, ou seja, demanda tempo, refinamento e procura por 
novas oportunidades e necessidades. 
Portanto, para o desenvolvimento de inovações é necessário um trabalho 
de pesquisa, um conhecimento a respeito do mercado, do público e das 
tecnologias disponíveis ou não para determinado segmento. Combinar esses 
conhecimentos é a chave para as inovações. A Figura 8 resume as principais 
fontes de inovação. 
Figura 8 – Fontes de inovação 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Elaborado com base em Tidd; Bessant, 2015. 
5.1 Estímulo ao conhecimento 
A fonte mais tradicional de inovações é a pesquisa e experimentação, ou 
seja, a busca por novos conhecimentos técnicos ou gerenciais dentro das 
indústrias; para tanto, é fundamental que as organizações invistam em pesquisa 
e desenvolvimento. As pesquisas podem ocorrer de forma tradicional (por meio 
de um departamento responsável por coletar informações, analisar trabalhos 
acadêmicas, propor experimentos etc.) ou de forma menos estruturada. É 
essencial reforçar que para o desenvolvimento de pesquisas válidas são 
necessários tempo e método, saber visualizar oportunidades, recombinar 
conhecimentos e testar métodos. 
Inovações 
• Eventos globais 
• Acidentes ou fatos 
inesperados 
• Observação, imitação 
ou extensão 
• Recombinação, 
aplicação de ideias de 
um universo para outro 
• Regulamentação 
• Propaganda 
• Inspiração 
• Estímulo ao 
conhecimento 
• Design 
• Exigência da 
necessidade 
• Usuários – inovação 
aberta 
• Exploração 
 
 
16 
5.2 Exigência da necessidade 
O dito popular “a necessidade é a mãe da invenção” resume bem como 
mudanças ambientais podem influenciar fortemente o desenvolvimento de 
inovações. Isso é muito relevante no contexto brasileiro em que a maioria das 
microempresas surgem a partir do empreendedorismo de necessidade. 
Todavia, sabemos que não basta uma necessidade ocorrer para a inovação 
nascer; é importante que as organizações saibam identificar quais são as novas 
necessidades e se adaptar a elas. Tão crucial quanto acertar o alvo é ser o 
primeiro a fazê-lo. 
5.3 Inovaçãoaberta: o papel dos consumidores na inovação 
A inovação aberta é uma das novas tendências no desenvolvimento de 
inovações. Esse fenômeno ocorre quando consumidores ou usuários são 
responsáveis direta ou indiretamente por inovações em produtos e serviços. 
A emergência de novas tecnologias de comunicação, novas ferramentas 
de pesquisa e redes sociais constitui fator que facilita o desenvolvimento de 
inovações abertas, especialmente para o setor de tecnologia. 
Empresas como Facebook, WhatsApp e Google frequentemente recrutam 
usuários para testar novos mecanismos, e outras mantêm canais de comunicação 
abertos com clientes. Há também aquelas que permitem que consumidores 
participem do desenvolvimento de produtos por meio de concursos de ideias ou 
grupos especialmente selecionados para isso, ao passo que existem as que 
deixam seus softwares abertos para que usuários voluntariamente possam 
aprimorá-los. 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
ALTENFELDER, R. A importância da inovação tecnológica. Correio Braziliense, 
19 ago. 2020. Disponível em: 
<https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2020/08/4869539-a-importancia-
da-inovacao-tecnologica.html>. Acesso em: 30 abr. 2022. 
BARON, R.; SHANE, S. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo: 
Thomson Learning, 2007. 
DRUCKER, P. Innovation and entrepreneurship. New York: Routledge, 2014. 
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing: a bíblia do marketing. 
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 
PORTER, M. E. Industry structure and competitive strategy: keys to 
profitability. Financial Analysts Journal, v. 36, n. 4, p. 30-41, 1980. 
TIDD, J.; BESSANT, J. Gestão da inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.

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