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Inovação e Desenvolvimento de Novos Produtos

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2018
Inovação e 
DesenvolvImento De 
novos ProDutos
Profa. Christiane Fabíola Momm
Profa. Luciana Ronchi
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Profa. Christiane Fabíola Momm
Profa. Luciana Ronchi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
M733i
 Momm, Christiane Fabíola
 Inovação e desenvolvimento de novos produtos / Christiane 
Fabíola Momm, Luciana Ronchi – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 215 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0174-0
1.Inovações tecnológicas - Administração – Brasil. 2.Administração 
de empresas – Brasil. 3.Administração de produtos – Brasil. I. Ronchi, 
Luciana. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 658.575 
 
III
aPresentação
Caro acadêmico!
A disciplina “Inovação e Desenvolvimento de Novos Produtos” 
integra um referencial estratégico em meio ao cenário global e a constante 
concorrência acirrada entre organizações. Também pode ser considerada 
uma das disciplinas mais importantes da administração, especialmente, para 
quem está interessado em analisar os interesses do mercado e do consumidor 
e colocar em prática ideias que podem gerar melhorias para a sociedade e 
retorno financeiro para a organização.
Nos dias atuais, os reflexos do desenvolvimento de novos produtos, 
são muitos, e o objetivo deste Livro de Estudos é, entre outros, entender 
os aspectos estratégicos que envolvem a inovação e o desenvolvimento de 
novos produtos e fornecer mecanismos para a compreensão e percepção 
da importância dessa disciplina ao longo de sua trajetória acadêmica 
e profissional. Para tanto, este Livro de Estudos está dividido em três 
unidades. Cada uma das unidades contém as autoatividades e as leituras 
complementares, além de conteúdos específicos como veremos a seguir. 
Na Unidade 1 serão abordados os conceitos de invenção e inovação e 
o que não é inovação; os tipos de inovação existentes: por objeto de inovação 
e por novidade de resultados, bem como, a inovação por estratégia, os 
aspectos estratégicos da inovação e o que envolve a vantagem competitiva 
da inovação.
Na Unidade 2 vamos estudar os estágios dos processos de inovação, 
como se desenvolve o processo de inovação e seus estágios, o ciclo de vida 
do produto e a gestão dos processos de inovação. Além disso, estudaremos 
os fatores que influenciam e incentivam a inovação, os obstáculos e as fontes 
de inovação. Na sequência serão estudadas as medidas de inovação e as 
métricas mais utilizadas, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento 
(P&D) e os registros de patentes.
Na Unidade 3 vamos estudar as etapas de desenvolvimento de produto, 
serviços e processos, a partir da perspectiva da avaliação das oportunidades 
(do mercado), do planejamento necessário para o desenvolvimento de novos 
produtos, e da própria etapa do desenvolvimento que exige o envolvimento 
de uma série de profissionais especializados e capazes de utilizar da melhor 
forma as suas habilidades para concluir essa etapa. Na sequência, vamos ver 
que há necessidade de realizar testes e avaliações para que o novo produto seja 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
colocado no mercado, a partir de sua liberação e lançamento para o mercado 
e consumidor. Estudaremos as diferentes metodologias de desenvolvimento 
de produtos e serviços, incluindo o design thinking, a cocriação, o scamper 
e outras técnicas criativas existentes. Ao final da Unidade 3 vamos estudar 
o conceito de gerenciamento de projetos, a propriedade intelectual e a sua 
importância, bem como, patentes e registros de propriedade intelectual.
Esperamos que você encontre neste Livro de Estudos um meio para 
construir seus conhecimentos e aprofundá-los ao longo de sua jornada 
acadêmica e profissional! Sucesso e bons estudos!
Profa. Christiane Fabíola Momm
Profa. Luciana Ronchi
V
VI
VII
UNIDADE 1 - INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ........... 1
TÓPICO 1 - ENTENDENDO A INOVAÇÃO ................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 3
2 DEFINIÇÃO DE INOVAÇÃO ........................................................................................................ 3
3 O QUE NÃO É INOVAÇÃO? ......................................................................................................... 7
LEITURA COMPLEMENTAR 1 ........................................................................................................ 12
LEITURA COMPLEMENTAR 2 ........................................................................................................ 14
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 21
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 23
TÓPICO 2 - TIPOS DE INOVAÇÃO ............................................................................................... 25
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 25
2 TIPOS DE INOVAÇÃO POR NOVIDADE DE RESULTADOS ............................................. 25
2.1 INCREMENTAL........................................................................................................................... 26
2.2 RADICAL ...................................................................................................................................... 27
2.3 DISRUPTIVA ................................................................................................................................ 28
3 TIPOS DE INOVAÇÃO POR OBJETO DE INOVAÇÃO ......................................................... 30
3.1 PRODUTO .................................................................................................................................... 31
3.2 MARKETING ............................................................................................................................... 32
3.3 PROCESSOS ................................................................................................................................. 33
3.4 ORGANIZACIONAL ..................................................................................................................34
4 TIPOS DE INOVAÇÃO POR ESTRATÉGIA .............................................................................. 36
4.1 FECHADA .................................................................................................................................... 37
4.2 ABERTA ......................................................................................................................................... 39
4.3 SUSTENTÁVEL/SUSTENTADORA ......................................................................................... 40
4.4 DISRUPTIVA ................................................................................................................................ 41
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 42
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 48
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 50
TÓPICO 3 - ASPECTO ESTRATÉGICO E VANTAGEM
 COMPETITIVA DA INOVAÇÃO .............................................................................. 51
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 51
2 ASPECTOS ESTRATÉGICOS DA INOVAÇÃO ........................................................................ 51
3 VANTAGEM COMPETITIVA DA INOVAÇÃO ........................................................................ 54
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 57
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 60
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 62
UNIDADE 2 - O PROCESSO DE INOVAÇÃO ............................................................................. 65
TÓPICO 1 - O PROCESSO DE INOVAÇÃO ................................................................................. 67
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 67
sumárIo
VIII
2 OS MODELOS DE INOVAÇÃO ................................................................................................... 67
3 GESTÃO DO PROCESSO DE INOVAÇÃO ............................................................................... 75
4 CICLO DA INOVAÇÃO .................................................................................................................. 87
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 89
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 90
TÓPICO 2 - FATORES QUE INFLUENCIAM A INOVAÇÃO ................................................... 91
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 91
2 OBSTÁCULOS À INOVAÇÃO ...................................................................................................... 91
3 FATORES QUE INCENTIVAM A INOVAÇÃO ......................................................................... 97
4 CULTURA DE INOVAÇÃO ........................................................................................................... 102
5 EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO .................................................................................... 111
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 115
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 116
TÓPICO 3 - MEDIDAS DE INOVAÇÃO ........................................................................................ 117
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 117
2 POR QUE MEDIR INOVAÇÃO? ................................................................................................... 117
3 MÉTRICAS DE INOVAÇÃO MAIS UTILIZADAS .................................................................. 118
4 ANÁLISE DOS DADOS E AVALIAÇÃO .................................................................................... 126
5 ÍNDICE GLOBAL DE INOVAÇÃO .............................................................................................. 127
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 131
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 135
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 136
UNIDADE 3 - DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO ............................................................... 137
TÓPICO 1 - ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DE
 PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS ............................................................... 139
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 139
2 AVALIAÇÃO DAS OPORTUNIDADES ...................................................................................... 139
3 PLANEJAMENTO ............................................................................................................................ 141
4 DESENVOLVIMENTO .................................................................................................................... 143
5 TESTE E AVALIAÇÃO ..................................................................................................................... 147
6 LIBERAÇÃO E LANÇAMENTO DO PRODUTO, SERVIÇOS OU PROCESSOS ............. 148
RESUMO DO TÓPICO 1.................................................................................................................... 149
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 150
TÓPICO 2 - DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA
 PARA CRIAR PRODUTOS, SERVIÇOS E PROCESSOS ...................................... 153
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 153
2 ORIGEM DO DESIGN THINKING ............................................................................................... 154
3 DESIGN THINKING COMO METODOLOGIA PARA
 DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS .................................................................... 156
4 APLICANDO A METODOLOGIA DE DESIGN THINKING .................................................. 158
RESUMO DO TÓPICO 2.................................................................................................................... 173
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 174
TÓPICO 3 - GERENCIAMENTO DE PROJETOS......................................................................... 177
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 177
2 CONCEITOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ........................................................... 177
3 CICLO DE VIDA DO PROJETO ...................................................................................................181
IX
4 ETAPAS PARA O GERENCIAMENTO DE PROJETOS ........................................................... 182
5 PROPRIEDADE INTELECTUAL .................................................................................................. 193
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................................... 200
RESUMO DO TÓPICO 3.................................................................................................................... 203
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................. 205
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 209
X
1
UNIDADE 1
INOVAÇÃO E O 
DESENVOLVIMENTO DE 
NOVOS PRODUTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• apresentar o contexto da inovação e do desenvolvimento de novos produtos;
• conhecer os principais tipos de inovação;
• explorar os principais tipos de inovação: por novidade de resultados, por 
objetivo de inovação e a inovação por estratégia;
• entender os aspectos estratégicos que envolvem a inovação e o desenvol-
vimento de novos produtos;
• compreender a vantagem competitiva da inovação.
A primeira unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles, você 
encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.
TÓPICO 1 – ENTENDENDO A INOVAÇÃO
TÓPICO 2 – TIPOS DE INOVAÇÃO
TÓPICO 3 – ASPECTO ESTRATÉGICO E VANTAGEM COMPETITIVA 
DA INOVAÇÃO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ENTENDENDO A INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Para muitos, a inovação surgiu como uma vantagem para incrementar os 
lucros das empresas e organizações e ser o diferencial em meio aos concorrentes. 
A inovação também foi e ainda é considerada, por muitos, um mecanismo, uma 
ferramenta para tornar processos mais dinâmicos, colaboradores mais produtivos 
e produtos mais atrativos para o mercado consumidor. Antes de tudo, para 
entender a inovação é necessário diferenciar dois termos: invenção e inovação, pois 
a maior parte das pessoas acredita que a invenção se apresenta de uma maneira 
similar à inovação, e isso pode nem sempre apresentar-se como uma verdade. 
Logo, compreender o contexto em que surge a inovação poderá auxiliar na 
definição do termo e na identificação do que é ou não é a inovação. Nesse primeiro 
tópico, você vai aprender sobre o contexto da inovação e do desenvolvimento de 
novos produtos. Na sequência, serão apresentadas as diferenças entre invenção e 
inovação para que você possa conhecer os principais tipos de inovação.
Ao final deste tópico você encontrará o resumo do Tópico 1 e as 
autoatividades para melhor fixar o conteúdo do caderno de estudos. Então, 
vamos lá?
2 DEFINIÇÃO DE INOVAÇÃO
Há inúmeras definições de inovação e que variam de acordo com diferentes 
áreas do conhecimento, entre elas: a história, a sociologia e a economia. No 
contexto da economia, Joseph Schumpeter (1930) foi um dos primeiros a utilizar 
o termo ‘inovação’ partindo de uma perspectiva que criticava a percepção dos 
economistas clássicos e associando o termo à tecnologia. Então, foi a partir de 1930 
que o termo ‘inovação’, utilizado por Joseph Schumpeter (1939), em seus estudos, 
passou a ser relacionado aos produtos e à indústria, e assim, ele o associava aos 
impactos no desenvolvimento econômico da primeira metade do século XX. Para 
Andreassi (2007, p. 6), o economista austríaco Schumpeter concentrou a “atenção 
nos efeitos positivos das inovações de processo e produto no desenvolvimento 
econômico e analisando também o papel da empresa e dos empreendedores”. 
De todo modo, é importante você saber que para Schumpeter a definição 
de inovação pode ser expressa pela mudança, ou nas palavras do autor, a inovação 
seria “a criação de uma nova função de produção. Isso abrange o caso de uma 
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
4
nova mercadoria, bem como, as de uma nova forma de organização ou fusão, ou 
a abertura de novos mercados” (SCHUMPETER, 1939, p. 84). Algumas críticas 
surgiram em torno da conceituação adotada por Schumpeter, pelo fato de estar 
vinculada aos elementos mais técnicos, de mercado e organizacionais. Também 
porque a maior parte de seus estudos rejeita a invenção como algo sinônimo a 
inovação. 
 Outro autor reconhecido que escreve a respeito da inovação e que 
a relaciona com o empreendedorismo, desde a década de 1950, é Peter Drucker. 
Drucker (1984, p. 19), professor nas áreas de ciências sociais e administração, 
e também austríaco, considerava que a “inovação é a ferramenta específica 
dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma 
oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente”. Para Drucker 
(1984), a inovação cria um recurso. De todo modo, Schumpeter e Drucker não 
foram os únicos que trataram da inovação. 
Como o termo passou a ganhar cada vez mais atenção, outros autores 
passaram a pesquisar e a escrever sobre o assunto. A inovação passou a ser 
associada não somente ao desenvolvimento de novos produtos, mas também 
aos modelos de negócios, processos, sistemas e serviços. No Manual de Oslo, 
documento norteador para desenvolver análises em torno da inovação e com 
a primeira edição publicada em 1990 pela Organização de Cooperação e de 
Desenvolvimento Econômico – OCDE, o conceito de inovação é mais abrangente 
e o termo é conceituado como a “implementação de um produto (bem ou serviço) 
novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, 
ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de 
trabalho ou nas relações externas” (MANUAL DE OSLO, 2005).
Ainda de acordo com o Manual de Oslo, há uma diferenciação importante 
em relação à inovação e que cabe aqui mencionar, há a inovação tecnológica de 
produto e há a inovação tecnológica de processo. O Manual de Oslo (2005, p. 21) 
descreve o seguinte:
 
uma inovação tecnológica de produto é a implantação/comercialização 
de um produto com características de desempenho aprimoradas de 
modo a fornecer objetivamente ao consumidor serviços novos ou 
aprimorados. Uma inovação de processo tecnológico é a implantação/
adoção de métodos de produção ou comercialização novos ou 
significativamente aprimorados. Ela pode envolver mudanças de 
equipamento, recursos humanos, métodos de trabalho ou uma 
combinação destes.
No entanto, é importante destacar que há uma série de definições de 
inovação. No Quadro 1, a seguir, é possível visualizar o desenvolvimento da 
definição de inovação, incluindo alguns dos conceitos propostos por outros 
autores, não somente por Schumpeter (1939) e Drucker (1984), ou pelo disposto 
no OECD (2005):
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
5
Ano Autor Definição
1930 Joseph Schumpeter • Introduzir um novo produto ou modificar um 
produto existente; 
• Um novo processo de inovação em uma 
indústria; 
• A descoberta de um novo mercado; 
• Desenvolver novas fontes de suprimentos com 
matérias-primas; 
• Outras mudanças na organização. 
1954 Peter Drucker Uma das duas funções básicas de uma 
organização.
1969 Howard e Sheth Qualquer novo elemento trazido ao comprador, 
sendo ou não, novo para a organização.
1969 Mohr O grau em que novas mudanças específicas são 
implementadas em uma organização.
1984 Damampour e Evan Conceito de utilidade geral definido de várias 
maneiras para refletir um requisito específico e 
característica de um estudo particular.
1986 Kenneth Simmonds As inovações são novas ideias que consistem em: 
novos produtos e serviços, o novo uso de produtos 
existentes, novos mercados para produtos 
existentes ou novos métodos de marketing.
1986 Kenneth Simmonds Processo criativo básico.
1991 Damanpour Desenvolvimento e adoção de novas ideias por 
uma empresa.
1991 Davenport Completa o desenvolvimento de tarefasde uma 
forma radicalmente nova.
1991 Evans A capacidade de descobrir novos relacionamentos, 
de ver as coisas a partir de novas perspectivas e 
formar novas combinações a partir de conceitos 
existentes.
1991
1996
2002
Covin şi Slevin 
Lumpkin e Dess 
Knox
Inovação pode ser definida como um processo 
que fornece valor agregado e um nível de 
novidades na organização, fornecedores e 
clientes, desenvolvimento de novos processos, 
soluções, produtos e serviços e novas formas de 
marketing.
1993 Business Council 
Australia
Adoção de elementos novos ou significativamente 
melhorados para criar valor agregado à 
organização, direta ou indiretamente, para seus 
clientes.
1995 Henderson and Lentz Implementação de ideias inovadoras.
QUADRO 1 – DEFINIÇÕES DE INOVAÇÃO
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
6
1996 Nohria and Gulati Qualquer política, estrutura, método, processo, 
produto ou oportunidade de mercado que o 
gerente de uma unidade de negócios de trabalho 
deve perceber como novo.
1998 Rogers Envolve a criação de conhecimento e a difusão do 
conhecimento existente.
1999 The European 
Commission Green
Produção, assimilação e exploração bem-
sucedidas da novidade no ambiente econômico 
ou social.
2001 Boer and During Criar uma nova associação (combinação) entre 
produto-mercado-tecnologia-organização.
Além disso, os conceitos relacionados à inovação não surgiram ao acaso. 
Como vimos, com o passar do tempo, e com as mudanças que surgiram no contexto 
das organizações, outras definições sobre inovação foram sendo elaboradas 
por pesquisadores de diversas áreas. Também é válido ressaltar que a partir da 
perspectiva de mudanças ou melhorias, surgiram inovações em produtos, processos, 
serviços e sistemas, que foram desenvolvidas e aplicadas com o intuito de torná-los 
mais dinâmicos, e de modo a beneficiar a vida da sociedade e incrementar os lucros 
de empresas/organizações que buscavam e buscam pela liderança de mercado em 
meio à concorrência e competição acirrada em função de estarmos vivendo o que 
muitos autores denominam de a “Era do Conhecimento”. Isso ocorre porque o 
contexto global apresenta-se pautado em uma economia baseada no conhecimento 
(em sua essência), como você pode conferir a seguir.
FONTE: Adaptado por Momm (2018) com base em Popa, Preda e Boldea (2010)
“O conhecimento, em todas as suas formas, desempenha hoje um papel 
crucial em processos econômicos. As nações que desenvolvem e gerenciam 
efetivamente seus ativos de conhecimento têm melhor desempenho que as 
outras. Os indivíduos com maior conhecimento obtêm empregos mais bem 
remunerados. Este papel estratégico do conhecimento é ressaltado pelos crescentes 
“A expressão “economia baseada no conhecimento” foi cunhada para descrever 
as tendências, verificadas nas economias mais avançadas, e a uma maior dependência de 
conhecimento, informações e altos níveis de competência e a uma crescente necessidade 
de pronto acesso a tudo isto. Um importante estudo da OCDE deu grande ênfase à 
importância dessas tendências para políticas.
DICAS
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
7
investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), educação e treinamento e outros 
investimentos intangíveis, que cresceram mais rapidamente que os investimentos físicos 
na maioria dos países, e na maior parte das últimas décadas. A estrutura de políticas 
deve, portanto, dar ênfase à capacidade de inovação e criação de conhecimento nas 
economias da OCDE. A mudança tecnológica resulta de atividades inovadoras, 
incluindo investimentos imateriais como P&D, e cria oportunidades para maior 
investimento na capacidade produtiva. É por isto que, a longo prazo, ela gera 
empregos e renda adicionais. Uma das principais tarefas dos governos é criar 
condições que induzam as empresas a realizarem os investimentos e as atividades 
inovadoras necessárias para promover a mudança técnica”. 
FONTE: Manual de Oslo, 2005, p. 31. Disponível em: <http://www.finep.gov.br/images/apoio-e-
financiamento/manualoslo.pdf>. Acesso em: 5 jan. 2018.
Então, aprendemos o que é inovação, os conceitos que foram surgindo ao 
longo das últimas décadas e o contexto que impulsiona o surgimento de inovações 
e pressiona empresas/organizações na corrida pela liderança no mercado de 
inovações. Mas, tudo que é desenvolvido pode ser considerado inovação? Ou 
melhor, poderíamos separar o que é desenvolvido por empresas/organizações 
como sendo inovação daquilo que não é inovação? Veja a seguir o que não é 
inovação.
3 O QUE NÃO É INOVAÇÃO?
Agora você já sabe a definição do termo inovação, o que não é inovação? 
Muitas pessoas confundem inovação com invenção e é importante diferenciar 
uma inovação de uma invenção. A invenção pode ser definida como uma criação ou 
um novo processo que se apresenta pela primeira vez em um contexto específico, 
seja em uma organização ou em outros ambientes. As invenções nem sempre 
são comercializadas ou promovem alguma melhoria comprovada, porém, há 
confusões entre seu significado e o termo “inovação”. Já a inovação consiste em 
desenvolver uma ideia ou algo relacionado a uma criação (Figura 1). A inovação, 
Dentro de uma economia baseada no conhecimento, a inovação parece 
desempenhar um papel central. Até recentemente, no entanto, os processos 
de inovação não eram suficientemente compreendidos. Um melhor 
entendimento surgiu em decorrência de vários estudos feitos nos últimos 
anos. No nível macro, há um substancial conjunto de evidências de que 
a inovação é o fator dominante no crescimento econômico nacional e 
nos padrões do comércio internacional. No nível micro — dentro das 
empresas — a P&D é vista como o fator de maior capacidade de absorção e 
utilização pela empresa de novos conhecimentos de todo o tipo, não apenas 
conhecimento tecnológico.
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
8
de alguma maneira, gera um tipo de benefício para a organização ou para a 
sociedade e, ao mesmo tempo, se for um produto, pode vir a ser comercializado, 
gerando divisas para a empresa/organização e até mesmo para o país no qual esta 
organização está sediada. A inovação surge como uma forma de esperança para 
transformar produtos, processos ou atividades cotidianas e minimizar custos, 
alavancando, de certo modo, a economia.
FIGURA 1 – STEVE JOBS, O ‘INVENTOR’ QUE REVOLUCIONOU AS INDÚSTRIAS DE 
COMPUTADORES PESSOAIS, FILMES DE ANIMAÇÃO, MÚSICA, TELEFONIA CELULAR, 
TABLETS E PUBLICAÇÕES DIGITAIS
FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/SULZDM> Acesso em: 1 jan. 2018.
Trott (2012, p. 15) descreve que “a inovação, em si, é um conceito muito 
amplo, que pode ser entendido de várias maneiras”. Ao mesmo tempo, o autor 
esclarece que muitos autores relatam que há diferenças entre inovação e invenção 
e sugere que a inovação possui uma aplicação comercial e prática de ideias ou 
invenções. Então, a invenção é a concepção da ideia (TROTT, 2012, p. 15). Assim, pode-
se dizer que a inovação é a ‘ideia’ comercializada. No entanto, há outros autores 
(GOVINDARAJAN; TRIMBLE, 2006; CHRISTENSEN, 2001), que ao pesquisar a 
concepção de gestores e/ou gerentes de grandes organizações, descrevem que a 
maioria dos entrevistados atribui a inovação à criatividade. No entanto, inovação 
não se trata de criatividade ou de uma ideia criativa, apenas. Há outros aspectos 
que também indicam o que não é inovação.
Para Carlomagno (2014), há quatro erros de entendimento sobre 
inovação: a) Erro de perspectiva; b) Erro de referência; c) Erro de impacto e d) 
Erro de abrangência. O erro de perspectiva faz menção ao fato de que inovação 
não é melhoria do existente. Já o erro de referência trata de que inovação não 
é adequação àquilo que todo mercado já pratica. Quanto ao erro de impacto, 
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
9
inovação não é criatividade. Carlomagno (2014) descreve que não é suficiente 
fazer algo diferente ou novo, é necessário que haja resultado com a implantação do 
novo. O último dos erros, o erro de abrangência,refere-se ao fato de que inovação 
não é apenas um novo produto (CARLOMAGNO, 2014). Uma organização pode 
ser beneficiada por diferentes tipos de inovação (não somente de produtos, mas 
também, de processos, serviços e sistemas).
É importante ressaltar que há gestores que imaginam que investir em 
tecnologia pode ser considerado uma inovação para a organização ou que 
simplesmente investir, seja em infraestrutura ou tecnologia, entre outros aspectos, 
seja inovar. McFarthing (2016) destaca que inovação não é sinônimo de apresentar 
gráficos em forma de esferas (bolhas), também não é apresentar uma invenção 
como inovação, ou ainda apresentar relatórios com somas do que foi investido 
em infraestrutura ou gastos governamentais ou industriais. Para o autor, para ser 
considerado uma inovação é importante que algo novo seja implementado e que 
agregue valor à organização, e o ‘novo’ pode ocorrer nas mais variadas formas. 
Assim, percebe-se que há diferenças entre invenção e inovação. No contexto das 
organizações, as inovações são bem vistas quando surgem para reduzir o tempo 
gasto, os custos com atividades, processos e produção e quando agregam valor 
para a organização. À inovação é possível conceber a ideia comercializada e obter 
resultados positivos para a organização.
Logo, nem sempre tudo que é desenvolvido, criado ou lançado no mercado 
é sinônimo de inovação, certo? Assim, é importante ficarmos atentos ao cenário 
e percebermos que há dicas essenciais que nos auxiliam na diferenciação entre o 
que é inovação e o que não é. 
O Manual de Oslo (2005, p. 63-65) também traz informações sobre o que não 
é inovação, diferenciando por processo e/ou produto, conforme você verá a seguir:
a) Deixando de usar um processo ou de comercializar um produto
Parar de fazer alguma coisa não é inovação TPP, ainda que possa melhorar o desempenho 
da empresa. Por exemplo: não ocorre inovação TPP quando um fabricante de televisores 
deixa de produzir e vender um aparelho combinado de televisão e vídeo, ou quando um 
incorporador ou construtor para de construir condomínios para aposentados.
b) Simples substituição ou aumento de capital
A aquisição de mais máquinas de um modelo já instalado, mesmo que este seja 
extremamente sofisticado, não é uma inovação tecnológica de processo. Um novo 
modelo é definido como um modelo com especificações claramente aprimoradas, não 
apenas um modelo com um novo número ou nome no catálogo do fabricante.
No caso de programas de computador (software), por exemplo, a compra de uma 
nova versão de um conjunto de programas para Windows pode ser considerada uma 
melhoria tecnológica de processo, enquanto que as atualizações intermediárias que não 
acrescentem nada significativo aos desempenhos dos programas não.
DICAS
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
10
Um teste que pode ser feito aqui é ver se o pessoal envolvido precisará ou não de 
treinamento antes de poder usar a nova máquina ou programa. Isto não cobre, contudo, a 
difusão de mais cópias através da empresa.
c) Mudanças que resultam exclusivamente de alterações nos preços dos fatores
A inovação TPP requer uma mudança na natureza (ou uso) do produto ou processo. 
Uma mudança no preço de um produto ou na produtividade de um processo que resulte 
exclusivamente de alteração nos fatores de preço de produção não é uma inovação.
Por exemplo: não ocorre inovação quando o mesmo modelo de PC é construído e vendido 
a um preço mais baixo simplesmente porque caiu o preço dos chips de computadores.
d) Produção por encomenda
As empresas envolvidas em produção por encomenda, que fazem itens únicos e frequentemente 
complexos para atender a pedido de um cliente, precisam analisar todos os produtos para ver se 
eles se enquadram nas definições de inovação TPP estabelecidas acima. Salvo se tal produto único 
exibir atributos significativamente diferentes dos produtos que a empresa fazia anteriormente, ele não 
deverá ser considerado como produto com inovação tecnológica.
Em casos limítrofes, um critério para qualificação como inovação TPP pode ser que a 
fase de planejamento inclua a construção e teste de um protótipo ou outras atividades de 
pesquisa e desenvolvimento para mudar um ou mais dos atributos do produto.
e) Variações sazonais e outras variações cíclicas
Em certos setores, como vestuário e calçados, há variações sazonais no tipo dos produtos 
ou serviços providos que podem ser seguidas por mudanças de moda nos produtos 
envolvidos. Tipicamente, um dado tipo de produto reaparecerá após um período de 
ausência. Isto não deve ser tratado como inovação, salvo se o produto que retorna tiver 
sido aprimorado tecnologicamente. Por exemplo: a introdução de um novo anoraque 
da estação por um fabricante de roupas não será uma inovação TPP a menos que, por 
exemplo, tenha um forro com características aprimoradas; nem o é a reabertura dos 
departamentos de esqui de uma loja.
FIGURA 2 – PROFESSOR PARDAL, O GÊNIO INVENTOR, PERSONAGEM 
FICTÍCIO DAS ESTÓRIAS EM QUADRINHOS DA DISNEY. FAMOSO POR 
DESENVOLVER INÚMERAS INVENÇÕES
FONTE: Disponível em: <http://images.universohq.com//2017/05/
Almanaque-do-Prof-Pardal-1.jpg>. Acesso em: 1 jan. 2018. 
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
11
f) Diferenciação de produto
A diferenciação de produto é a introdução de pequenas modificações técnicas (ou 
estéticas) para atingir um novo segmento do mercado, para aumentar a linha aparente 
de produtos ou para reposicionar um produto em relação a um concorrente. Somente 
pode ser considerado um produto tecnologicamente aprimorado se a mudança afetar 
significativamente o desempenho ou as propriedades do produto envolvido ou o uso nele 
de materiais ou componentes.
Por exemplo: a mudança de nome e embalagem de um refrigerante existente, popular 
com as pessoas de mais idade, para estabelecer vínculo com um time de futebol e atingir 
o mercado mais jovem não é uma inovação TPP.
Novos modelos de produtos complexos, como carros ou televisores, constituem 
diferenciação de produto se as mudanças forem menores em comparação com os 
modelos anteriores, por exemplo, a inclusão de um rádio na oferta de um carro. Se as 
mudanças forem significativas, baseadas em novo projeto ou modificações técnicas 
em subsistemas, por exemplo, os produtos melhorados podem ser considerados como 
inovação, produto tecnologicamente aprimorado.
Inovações TPP e outras melhorias criativas de produto.
A inovação tecnológica requer uma melhoria objetiva no desempenho de um produto 
ou na forma como ele será entregue. No caso de muitos bens e serviços vendidos 
diretamente aos consumidores ou domicílios, a empresa pode fazer melhoramentos 
em seus produtos que os tornem mais atraentes aos compradores sem alterar suas 
características “tecnológicas”. As melhorias podem ter considerável impacto nas vendas 
da empresa, e podem mesmo fazer com que sejam vistos como inovações. Não são, 
contudo, inovações TPP.
Por exemplo, a mudança na produção de vestuário é função principalmente da moda. Para 
essas empresas, a rápida introdução nas últimas cores e cortes é um elemento fundamental 
de sua competitividade. Mas cor e corte não mudam as características essenciais ou 
o desempenho das roupas, isto é, que elas devem manter o corpo a uma temperatura 
apropriada, serem confortáveis de trajar e fácil de manter. Aqui, produtos tecnologicamente 
aprimorados quase sempre envolvem o uso de novos materiais difundidos pela indústria 
têxtil e, antes dela, pela indústria química. Por exemplo, a introdução de camisas que 
não precisam ser passadas (drip-dry), e de material à prova d’água que “respira” para 
montanhismo constituem inovações tecnológicas de produto.
Na indústria de viagens, os serviços de informações e reserva on-line são uma inovação 
tecnológica, enquanto a oferta de pacotes de turismo com novas temáticas não é. A oferta 
de serviços telefônicos a bordo de um trem é uma inovação tecnológica, a mudança do 
esquema de cores dos vagões não.
Em algumas indústrias,o ambiente ou local onde os serviços são oferecidos é importante. 
A manutenção ou melhoria do ambiente não é uma inovação TPP, salvo se for associada 
a uma melhoria objetiva significativa no serviço/produto ou na forma como é produzido 
ou entregue. Por exemplo, uma nova pintura ou novo carpete ou a redecoração completa 
de um restaurante não constitui uma inovação TPP. A introdução de comandas e contas 
controlados por computador, ou de fornos micro-ondas, constitui inovação TPP.
Agora que você já sabe o que é inovação e consegue diferenciar do que não 
é inovação, vamos seguir com nossas descobertas! Faça a leitura complementar 
e na sequência desenvolva as autoatividades para melhor fixar o conteúdo. Em 
seguida, teremos a apresentação do Tópico 2 do livro de estudos, onde vamos 
aprender sobre os tipos de inovação. 
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
12
CURIOSIDADES! VOCÊ SABIA?
1. Fogo (400.000 a.C.) – O uso controlado do fogo foi uma invenção precoce 
no período da Idade da Pedra, com algumas das primeiras evidências que 
remontam a centenas de milhares de anos. Não é exatamente certo quando 
o fogo foi usado pela primeira vez por seres humanos, mas a maioria das 
pesquisas data entre 200.000 e 600.000 anos atrás.
2. Linguagem (100.000 a.C.) – A linguagem (fonética e semântica) verdadeira 
foi usada em torno de 100.000 a.C., tornando muito mais fácil transmitir 
conhecimentos de geração em geração e acelerar a propagação da inovação.
3. Comércio e especialização (17.000 a.C.) – No Capítulo 2 do livro “O otimista 
racional”, o autor Matt Ridley ressalta a importância da especialização e do 
comércio em nosso avanço como seres humanos. Matt dá o exemplo de dois 
primeiros humanos, Oz e Adam. Oz se concentra em ficar realmente bom em 
pegar peixes e Adam se concentra em ficar realmente bom em fazer ganchos 
de peixe. Então, eles trocam aquilo em que são realmente bons, conforme 
necessário, para que os dois se beneficiem. A primeira instância conhecida de 
seres humanos que comercializam com outros seres humanos vem da Nova 
Guiné em torno de 17.000 a.C., onde os locais trocaram obsidiana, um vidro 
vulcânico preto usado para fazer pontas de flecha de caça, por outros bens 
necessários. Por volta de 3.000 a.C., as rotas comerciais na Ásia e no Oriente 
Médio se desenvolveram, seguiram a domesticação do camelo e a criação da 
caravana comercial. Os comerciantes, que adquiriram bens e mantiveram o 
inventário à medida que os transportaram eram, é claro, os empreendedores 
originais. Os empreendedores reorganizaram a terra, o trabalho, os bens e o 
capital para permitir que a soma dos resultados tivesse um valor mais alto do 
que a soma das entradas.
4. Agricultura (15.000 a.C.) – Cerca de 15.000 a.C. (cerca de 17.000 anos atrás), 
ocorreu a primeira domesticação animal, e em torno de 10.000 a.C., a primeira 
“domesticação” de plantas. Este passo foi fundamental para o avanço da espécie 
humana. Em vez de ter que ser uma espécie nômade (que continuamente se 
movia em busca de novos lugares para caçar e se reunir), poderiam ficar em 
um só lugar. Isso permitiu começar a formar comunidades e cidades (a base 
para as civilizações), o que tem sido fundamental no desenvolvimento do 
conhecimento humano. Cerca de 12.000 a.C., a “preservação” de alimentos 
começou quando as civilizações no Oriente Médio prolongaram a vida de seus 
alimentos através da secagem ao Sol. Com a capacidade de manter o alimento 
comestível por mais tempo do que o alimento ao natural foi possível armazená-
lo para o futuro. Mais tempo e energia foram disponibilizados para trabalhar 
em outras coisas, além de simplesmente cultivar, caçar e reunir, permitindo um 
grande avanço em nossa capacidade para se especializar e comercializar. Com 
LEITURA COMPLEMENTAR 1
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
13
maior especialização e comércio, houve um aumento substancial na variedade 
de ferramentas e bens disponíveis.
5. O Navio (4000 a.C.) – Cerca de 4.000 a.C., os antigos egípcios estavam fazendo 
veleiros de madeira e, por volta de 1200 a.C., os fenícios e os gregos começaram 
a fazer navios de vela ainda maiores. O advento do navio foi um enorme passo 
à frente da humanidade, porque foi uma das primeiras formas de transporte 
que permitiram que o comércio começasse a acontecer entre diferentes partes 
do mundo.
6. A Roda (3400 a.C.) – O próximo passo significativo na história da inovação 
veio com a criação da roda, entre 3300 e 3500 a.C. Conhecemos isso graças 
à descoberta no sul da Polônia da primeira descrição conhecida de uma 
roda veículo em uma panela de barro.
7. Dinheiro (3000 a.C.) – A próxima inovação criticamente importante que 
contribuiu para o desenvolvimento de uma forte civilização humana foi o 
dinheiro. Cerca de 3000 a.C., os sumérios foram uma das primeiras sociedades 
(se não a primeira) a começar a usar dinheiro para facilitar o comércio e troca 
de bens, substituindo o sistema de troca.
8. Ferro (3000 a.C.) – Toda ciência da metalurgia começou em torno de 4400 a.C., 
quando as civilizações humanas começaram a usar cobre e prata, e logo depois, 
descobriram como fundir cobre e lata para formar bronze. Cerca de 3000 a.C., 
encontraram uma substância ainda mais forte chamada ferro, que deu origem 
a uma nova era da história humana.
9. Linguagem Escrita (2900 a.C.) – Embora a linguagem tenha existido durante 
dezenas de milhares de anos, a invenção da linguagem escrita foi extremamente 
importante porque fez registros escritos e cálculos numéricos possíveis. A 
primeira língua escrita gravada foi cuneiforme suméria, que começou em 
torno de 2900 a.C.
10. O Sistema Legal (1780 aC) – Em 1780 a.C., Hammurabi, o sexto rei da 
Babilônia, foi um dos primeiros a anotar um código de leis formalizado. Ele 
criou uma estrutura que permitiu que seu povo compreendesse quais eram as 
normas sociais. Outros exemplos incluem o Livro Egípcio dos Mortos, os Dez 
Mandamentos, as Doze Tábuas de Roma (ou a Lei das Doze Tábuas) e o Livro 
do Levítico – sistemas legais iniciais que permitiram que a sociedade abordasse 
a resolução de disputas a um custo menor e criasse uma compreensão sobre 
quais eram as normas. Esses sistemas ajudaram a criar um avanço incrível em 
nossa capacidade de conduzir o comércio em um ambiente sem atrito.
FONTE: Disponível em: <http://startupguide.com/tag/history-of-innovation/>. Acesso em: 5 jan. 
2018.
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
14
COMO AS EMPRESAS BRASILEIRAS INOVAM NA PRÁTICA
Maurício Vianna, Ysmar Vianna, Clarice Falcão e Bruno Medina
Inovação, no Brasil, é uma palavra de múltiplos significados; a percepção 
se ampara, possivelmente, no fato de que – comparado aos mercados mais 
maduros – o país parece ainda estar na adolescência quanto à sua identidade 
inovadora. Assim como ocorre na vida, o período turbulento de aprendizados 
nem sempre agradáveis se prova a longo prazo um mal necessário, imprescindível 
para a definição da personalidade. Num futuro não muito distante, ao olhar uma 
fotografia tirada hoje, como se pareceria a inovação no Brasil?
Inovação no Brasil: a fotografia de hoje
Na última edição do Global Innovation Index – estudo anual que compara 
indicadores de inovação extraídos em mais de 140 países, o Brasil amargou 
apenas a 70a posição. A bem da verdade, a América Latina como um todo teve 
um desempenho que poderia ser considerado no mínimo frustrante, abaixo do 
alcançado, por exemplo, por nações menos abastadas, como Quênia ou Uganda. 
Ainda de acordo com o estudo, há ambiente favorável à inovação sobretudo 
no Brasil, Argentina e México; entretanto, este potencial ainda é muito pouco 
explorado por empresas e governos.
LEITURA COMPLEMENTAR 2
Um dado interessante deste recorte é que, dentre os países em 
desenvolvimento, o Brasil aparece apenas atrás da China no quesito “qualidade 
de inovação”, conceito que corresponde à produção acadêmica e às patentes 
registradas. Isso, por si só, apoia a teoriado potencial inexplorado, provando que 
temos conteúdo sendo gerado, mas nos falta ainda empreender.
Aspectos como este nos levam a crer que ainda há um caminho 
relativamente extenso a ser percorrido, mas isto não significa que, ao longo do 
trajeto, não será possível deparar com valiosas oportunidades. No portfólio de 
clientes de consultorias como a MJV, especializada em inovação e tecnologia, 
figuram empresas nacionais de diversos segmentos, o que atesta quão promissor 
pode ser o ambiente brasileiro.
Construindo a empresa de amanhã
“O Mapa da Inovação no Brasil” é o título do estudo desenvolvido pela 
MJV no fim de 2015 com o intuito de mapear a produção nacional obtida a partir 
do emprego de metodologias e ferramentas de inovação, bem como a estruturação 
A MAIORIA DOS ENTREVISTADOS(82%) AFIRMA QUE A 
EMPRESA EM QUE ATUAM DESENVOLVEU AO MENOS UM 
PROJETO LIGADO À INOVAÇÃO NO ANO DE 2015
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
15
do trabalho em torno do tema e o montante investido. Participaram da pesquisa 
cerca de 200 líderes das maiores empresas situadas nos principais estados do 
país e pertencentes aos segmentos de TI, alimentos, telecomunicações, varejo, 
educação, finanças, seguros, construção civil, mídia, saúde e serviços diversos.
A maioria dos entrevistados (82%) afirma que a empresa em que atuam 
desenvolveu ao menos um projeto ligado à inovação no ano de 2015, ao passo 
que 36% deles estiveram envolvidos em mais de dez projetos dessa natureza 
durante o ano passado. Já para 72%, a inovação está na lista de prioridades da 
empresa, em maior ou menor grau de relevância. Esses dados reforçam a ideia 
de que o conceito de inovação é ainda fragmentado e se traduz em mudanças 
incrementais. “É como ter duas empresas dentro de cada empresa: uma que 
sustenta a estrutura hoje e outra que ainda não performa, mas deve prosperar no 
futuro”, diz Manuel Falcão, diretor de marketing da Globosat, empresa que tem, 
em sua missão, buscar constantemente inovação nos modelos de negócio.
Por estarmos vivendo a inovação no Brasil em sua infância – ou adolescência 
– o resultado dos projetos ainda não se apresenta como algo disruptivo, na 
maioria dos casos. São geradas alterações na ordem vigente, mas os grandes 
paradigmas ainda se mantêm. A ordem natural é que depois de tantas mudanças 
incrementais possamos, então, iniciar a inovação disruptiva. O principal foco dos 
projetos de inovação tem sido, em sua maioria, alavancar a vantagem competitiva 
através da geração de novos produtos e serviços, da digitalização dos canais de 
comunicação com o cliente e da otimização de processos de venda. Em menor 
destaque, aparecem também o redesenho de processos internos, a transformação 
cultural da empresa e de sua infraestrutura, o que denota que o cliente tem sido 
priorizado no que tange aos projetos de inovação. Essa priorização se justifica 
pela escassez de recursos decorrente do corte de investimentos deflagrado pela 
crise. Em 2016, o panorama previsto será conforme o diagrama a seguir.
Qual será o foco do investimento em inovação da sua empresa em 2016?
Novos 
produtos 
e serviços
Experiência 
do cliente
Transforma-
ção digital
RH
(atrair, reter e 
desenvolver 
talentos)
Infra-
estrutura
Processos 
internos
Cultura 
interna
Não sei
49,6%
39,7%
22,3%
19,0%
39,7%
35,5%
20,7%
10,7%
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
16
Segundo André Lauzana, vice-presidente de capitalização da SulAmérica, 
a crescente velocidade das mudanças no mercado torna a demanda por novas 
soluções de negócio ainda mais urgente. Ele reconhece a relevância da entrada 
dos startups nesse contexto: Os startups têm contribuído para as mudanças no 
mercado, impondo agilidade e foco aos negócios. Somos uma empresa inovadora 
e estamos sempre atentos às tendências de mercado”. No ano passado o 
segmento de capitalização da empresa executou dois projetos ligados à inovação 
e já deu início a um terceiro nos primeiros meses deste ano: “Nossa intenção 
é fazer cada vez mais projetos que contem com o DNA da inovação, porque o 
produto de capitalização em si é simples. Nossas soluções de negócio envolvem 
não só o produto, mas também abordagem comercial, a camada de marketing, a 
embalagem. É um mix”, comenta Natanael Castro, superintendente de produtos 
de capitalização. Seu primeiro projeto lançou um novo produto: um seguro que 
garante contratos de locação. Além do produto, a SulAmérica investiu ainda 
na experiência do cliente desenvolvendo novos canais digitais para a venda e 
distribuição desse seguro.
Outro exemplo de inovação em vantagem competitiva vem de uma grande 
instituição financeira que precisava aprimorar o processo de venda voltado ao 
segmento de baixa renda. Neste caso, utilizaram o design thinking para definir 
“personas” (personagens ficcionais concebidos para gerar e validar ideias) que 
foram cruzadas com padrões de comportamento de compra extraídos do CRM. 
A partir do casamento de informações, foi possível criar uma espécie de tinder 
analógico entre clientes e produtos financeiros, isto é, ao abordar um novo cliente, 
o vendedor tem a possibilidade de encaixá-lo numa das “personas” definidas e, 
assim, oferecer o produto mais adequado. A taxa de conversão dos vendedores 
aumentou em mais de 60%.
Já no caso da Kroton, empresa de educação, o foco era melhorar a 
experiência do usuário em seu segmento de educação a distância (EAD). Paulo de 
Tarso, vice-presidente de inovação e negócios, explica: “Comparado ao modelo 
presencial, o EAD 100% on-line enfrenta uma barreira muito maior para gerar 
comprometimento do aluno, não só pela distância, mas muitas vezes também 
pela dificuldade do aluno em usar a plataforma”. Com o objetivo de diminuir 
a taxa de evasão e melhorar a qualidade do EAD, a Kroton decidiu investir na 
experiência do usuário, remodelando seu ambiente virtual do ponto de vista da 
experiência do usuário (UX) e da interface propriamente dita (UI). O novo modelo 
tem enfoque na organização dos estudos e interação com a turma, incluindo 
aspectos da gamificação para atender às necessidades do consumidor.
Todos esses projetos têm em comum o uso do design thinking, metodologia 
de inovação centrada no usuário que propõe a prototipagem rápida em ambientes 
e tem como princípio a geração de valor tanto para o cliente quanto para o 
negócio. “Identificamos que trabalhávamos as coisas muito de dentro para fora, 
consultando pouco o cliente para saber o que ele de fato precisava. A proposta do 
design thinking é justamente colocar-se no lugar do cliente ou do usuário. É um 
viabilizador para que a gente tenha um mínimo de estruturação”, defende Luiz 
Ortiz, diretor de TI da Orizon.
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
17
Financiando projetos
Apesar da consciência predominante da necessidade de inovar, a 
dificuldade em obter financiamento para projetos de inovação ainda aparece 
como um obstáculo considerável para os gestores. Uma possível explicação 
para essa aparente contradição consiste no fato de que, em termos gerais, é mais 
fácil adotar o discurso de entusiasta da inovação do que efetivamente sê-lo. 
Visto que na maioria das empresas atuantes no país não existe um orçamento 
específico dedicado à inovação, na prática o dinheiro que financia esse tipo de 
projeto desfalca o investimento em áreas onde o resultado pode ser mais tangível. 
Liderar ou envolver-se com tais iniciativas representa um risco que nem todos 
estão dispostos a assumir. Não causa estranhamento, portanto, que as três 
principais barreiras citadas pelos entrevistados foram: “tangibilizar os resultados 
dos projetos”, “financiar projetos de inovação” e “identificar líderes internos que 
possam apoiar as iniciativas”.
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) de abril de 
2015 já apontava o financiamento dos projetos como principal entrave para a 
inovação no Brasil. Os líderes da área explicam que, na maioria das vezes, não 
há orçamento específico para inovação,principalmente nos casos em que não 
há um departamento único dedicado ao assunto. Diante deste cenário, muitos 
recorrem a recursos externos, públicos e privados, para complementar seu 
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
18
orçamento de inovação (67,5%, segundo a CNI). Outros acabam por omitir o 
destino da verba com o intuito de mantê-la no orçamento. Os respondentes da 
pesquisa mencionaram também a estratégia de executar projetos-teste a custos 
mais baixos no próprio cliente como forma de viabilizar a prototipagem de novos 
conceitos. Esses relatos explicam o porquê de muitos dos participantes, apesar 
de ocuparem cargos de liderança nas empresas, terem respondido “não sei” a 
respeito do orçamento do qual poderiam dispor.
Na Europa, algumas empresas já experimentam táticas mais ousadas 
para custear os projetos, como se observa na instituição financeira BNP Paribas 
Securities Services. Por lá, seu chamado “fluxo estruturado de inovação” permite 
a participação de milhares de colaboradores espalhados ao redor do globo, num 
processo faseado que se inicia a partir de uma ideia e termina na entrega de um 
produto em fase beta, pronto para ir para o mercado. O processo, liderado por 
Sebastien Nunes, head of innovation and fintech, e Danielle Winandy, global 
innovation coordinator, ainda está em sua fase piloto e prevê a viabilização de 
projetos através de um crowdfunding corporativo, tanto de recursos financeiros 
quanto de recursos humanos. “Os gestores têm a possibilidade de investir parte 
de seus orçamentos e horas de trabalho nas ideias que acreditam ser as mais 
promissoras”, diz Danielle. Os investimentos variam entre 50 e 5 mil euros.
O dilema cultural das empresas líderes
No Brasil, a cultura corporativa hierarquizada e com processos muito 
definidos há anos ainda é uma questão que se faz muito presente como um 
balizador da inovação, sobretudo no que se refere às iniciativas mais disruptivas. 
“É difícil você convencer as pessoas dentro de uma empresa que há 100 anos 
vende o mesmo produto de que existem outras coisas com as quais se pode ganhar 
dinheiro”, comentou um dos respondentes. Ainda não é tão clara a percepção 
de que processos e hierarquias sólidos, que foram importantes para consolidar 
impérios corporativos ao longo do último século, a cada dia mais se revelam 
como ameaça para a sobrevivência dessas mesmas empresas na era digital.
Outra consequência dessa inadequação cultural é o fato de que identificar 
um líder inovador que possa “apadrinhar” a disseminação da inovação na empresa 
foi a terceira dificuldade mais votada na pesquisa. “Eu já tinha como sponsor 
meu diretor de estratégia, sem ele eu não teria conseguido”, diz Rafael Laskier, 
gerente de estratégia e inovação da Vale responsável pelo desenvolvimento de 
um processo interno chamado “coalizões de inovação”. “É uma estrutura paralela 
em que você põe para trabalhar num mesmo problema gente que habitualmente 
não trabalha junto”. A iniciativa resulta da percepção da necessidade de reduzir a 
distância entre as áreas e, ao mesmo tempo, promover novas maneiras de resolver 
antigos impasses.
Para viabilizar suas coalizões, Rafael precisou primeiro sensibilizar os 
líderes da empresa por meio de conversas individuais, seguidas de um encontro 
coletivo em que foram definidos temas a serem trabalhados — processo que durou 
TÓPICO 1 | ENTENDENDO A INOVAÇÃO
19
cerca de três meses. Na segunda fase, foram escolhidas as equipes temporárias de 
cada coalizão e elaborados os planos estratégicos para a execução do projeto. Na 
terceira etapa, que é aberta à participação de todos os colaboradores, o projeto é 
de fato posto em prática.
A resposta da Orizon para dar início a uma estrutura de inovação na 
empresa foi a criação de um laboratório. Luiz Ortiz, diretor de TI, tinha por 
objetivo inicial otimizar seu time to market e decidiu montar um laboratório de 
inovação para tornar o processo de teste e prototipagem mais ágil. Por ter um 
espaço físico diferenciado e equipe dedicada, Luiz entende que o laboratório 
serve não só para atender demandas do negócio, mas também para influenciar 
uma mudança cultural interna. “É algo que tem um apelo além do funcional, de 
marketing também; as pessoas querem se envolver. Este foi um dos aspectos que 
levamos em conta na hora de decidir pelo modelo laboratório, pois estávamos em 
busca de uma mudança cultural”.
A pesquisa abordou também outro viés da cultura corporativa, relativo às 
características pessoais que supostamente seriam bons indicadores de um perfil 
inovador; foi pedido aos participantes que indicassem o nível de maturidade de 
suas empresas em relação a uma lista dessas características. Entre as qualidades 
suficientemente maduras aparecem: curiosidade, resiliência e criatividade, 
que são atributos mais lúdicos ou primários num estado evolutivo. Entre as 
capacidades consideradas inexistentes ou que ainda precisam evoluir estão: 
metodologias para a inovação, habilidades de comunicação e senso de urgência – 
características extremamente importantes para a inovação nas empresas.
Deve-se notar que a evolução desse quadro é possível por meio de 
programas especiais de capacitação interna que aliam teoria e prática em projetos 
reais, relevantes à companhia. É muito importante que esse novo conhecimento 
seja aplicado imediatamente para fixar a conexão entre as ferramentas de inovação 
e a rotina de trabalho.
Uma seguradora nacional deu início a esse processo com a implementação 
de um sistema no qual os próprios funcionários sugerem temas que são 
posteriormente aprovados por um comitê e dedicam uma parcela do seu tempo 
a resolvê-lo. Uma equipe de apoio os auxilia com as ferramentas de inovação 
necessárias ao processo e dá o suporte adequado ao desenvolvimento das 
atividades. Os resultados mais perceptíveis são o uso do novo instrumental para 
resolver problemas do dia a dia e o fomento do intraempreendedorismo, ou o 
empoderamento dos colaboradores em relação a questões da companhia.
Agentes da inovação
Assim como ocorre com as fases da vida, as transformações no contexto 
corporativo não se dão de uma hora para outra. Iniciam-se com pequenas e 
consecutivas mudanças que, embora quase imperceptíveis da óptica de atribuladas 
rotinas, somadas um dia enfim saltam aos olhos. “Não tem bala de prata, é um 
processo longo, mas que começa em algum lugar”, comenta Paulo de Tarso.
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
20
A pesquisa tornou evidente que a mola motriz desse processo – que 
coincide com a própria trajetória da inovação no Brasil – ainda está associada a 
indivíduos que, seja por motivação pessoal ou necessidade profissional, munidos 
de generosas doses de determinação e resiliência, conseguem fazer transparecer 
em suas empresas o valor de pensar diferente. A ação desses gestores, na prática, 
tem caráter quase evangelizador, pois é através deles que potenciais stakeholders 
do processo se sensibilizam e se dispõem a questionar constantemente. 
Na foto de hoje, esses “agentes da inovação” não aparecem no centro da imagem, 
mas é deles a mão que emana da segunda fila, instantes antes do clique, para 
tentar domesticar o cabelo desgrenhado do filho adolescente.
FONTE: Disponível em: <http://hbrbr.uol.com.br/como-as-empresas-brasileiras-inovam-na-
pratica/>. Acesso em: 2 jan. 2017.
21
Nesse tópico, você aprendeu:
• Que os primeiros estudos que trataram da inovação foram, inicialmente, 
desenvolvidos por Joseph Schumpeter (1930) e desencadearam uma sucessão 
de reflexões por outros autores sobre as relações que o termo inovação exerce 
quando associado ao produto, processos, serviços e sistemas.
• A inovação na concepção schumpeteriana trata da “criação de uma nova função 
de produção”, e na perspectiva druckeriana, a inovação “cria um recurso”.
• Você também aprendeu que há diferenças entre o que é inovação e invenção e 
que as invenções nem sempre se transformam em inovações. 
• Eque, de acordo com o Manual de Oslo, há uma diferenciação importante em 
relação à inovação tecnológica de produto e inovação tecnológica de processo. 
A inovação tecnológica de produto é a implantação/comercialização de um 
produto com características de desempenho aprimoradas de modo a fornecer 
objetivamente ao consumidor serviços novos ou aprimorados. Uma inovação 
de processo tecnológico é a implantação/adoção de métodos de produção ou 
comercialização novos ou significativamente aprimorados. Ela pode envolver 
mudanças de equipamento, recursos humanos, métodos de trabalho ou uma 
combinação destes.
• “A expressão “economia baseada no conhecimento” foi cunhada para descrever 
as tendências, verificadas nas economias mais avançadas, e a uma maior 
dependência de conhecimento, informações e altos níveis de competência e a 
uma crescente necessidade de pronto acesso a tudo isto. 
• O papel estratégico do conhecimento é ressaltado pelos crescentes 
investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), educação e treinamento 
e outros investimentos intangíveis, que cresceram mais rapidamente que os 
investimentos físicos na maioria dos países, e na maior parte das últimas 
décadas. 
• Na economia baseada no conhecimento, a inovação desempenha um papel 
central. 
• A invenção pode ser definida como uma criação ou um novo processo que se 
apresenta pela primeira vez em um contexto específico, seja em uma organização 
ou em outros ambientes. As invenções nem sempre são comercializadas ou 
promovem alguma melhoria comprovada.
RESUMO DO TÓPICO 1
22
• Inovação não se trata de criatividade ou de uma ideia criativa, apenas. 
• Para Carlomagno (2014), há quatro erros de entendimento sobre inovação: a) 
Erro de perspectiva; b) Erro de referência; c) Erro de impacto e d) Erro de 
abrangência. 
• Inovação não é sinônimo de apresentar gráficos em forma de esferas (bolhas), 
também não é apresentar uma invenção como inovação, ou ainda apresentar 
relatórios com somas do que foi investido em infraestrutura ou gastos 
governamentais ou industriais. 
• Nem sempre tudo que é desenvolvido, criado ou lançado no mercado é 
sinônimo de inovação, certo? Assim, é importante ficarmos atentos ao cenário 
e percebermos que há dicas essenciais que nos auxiliam na diferenciação entre 
o que é inovação e o que não é. 
• Não é inovação deixar de usar um processo ou de comercializar um produto; 
substituir simplesmente ou aumentar o capital; mudanças que resultem 
exclusivamente de alterações nos preços dos fatores; produzir por encomenda; 
variações sazonais e outras variações cíclicas; diferenciação de produto; 
inovações TPP e outras melhorias criativas de produto.
• Por fim, você aprendeu que Inovação TPP significa inovação tecnológica em 
produtos e processos.
23
1 Com base no Tópico 1, alguns elementos são necessários para ‘algo’ ser 
considerado uma inovação. Explique, com base no Manual de Oslo (2005), 
qual é o principal elemento necessário para desenvolver uma inovação no 
contexto da economia atual:
2 Como você estudou no Tópico 1, os termos invenção e inovação, em alguns 
casos, são utilizados de maneira sinônima. No entanto, você percebeu que 
nem sempre uma invenção será necessariamente uma inovação, e no contexto 
organizacional e das indústrias isso pode ficar ainda mais evidente. Desse 
modo, descreva o que o termo inovação pode significar e no que ele se 
diferencia de uma invenção:
3 Quando algo novo pode ser considerado uma invenção? 
4 De que maneira uma inovação pode beneficiar uma organização ou 
indústria?
5 ENADE 2015 – O investimento em pesquisa e desenvolvimento é um 
caminho importante para as empresas que desejam diferenciar-se dos seus 
concorrentes. Foi com este destaque que um jornal trouxe uma lista das 
dez empresas mais inovadoras do Brasil. Em comum entre as empresas 
vencedoras está a decisão dos seus líderes de manter praticamente inalterados 
os percentuais de investimento em inovação, mesmo diante de projeções 
macroeconômicas desfavoráveis. Tal cenário é possível porque os gestores 
acreditam que os investimentos em inovação ajudam a superar os momentos 
difíceis e a preparar as empresas para desafios futuros. 
A partir do texto, é possível definir inovação como:
Disponível em: <http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2015/01_
administracao.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2015 (adaptado).
a) ( ) Projetos de alto teor tecnológico.
b) ( ) Produtos utilizados para fins muito específicos.
c) ( ) Invenções que ainda não estão disponíveis no mercado.
d) ( ) Bens, serviços ou processos originais que agregam valor social ou 
riqueza. 
e) ( ) Atividades que dependem de elevados investimentos em pesquisa e 
desenvolvimento.
AUTOATIVIDADE
24
25
TÓPICO 2
TIPOS DE INOVAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Muitos gestores e empreendedores acreditam que inovar é ser criativo em 
relação ao produto que é comercializado pela organização, ou pela inclusão de 
uma nova tecnologia nos processos, serviços ou sistemas da empresa. No entanto, 
você já aprendeu algumas definições de inovação e também aprendeu que há 
diferenças entre invenção e inovação. Em função dessas diferenças, você também 
já sabe identificar o que não é inovação. Agora, chegou a hora de você conhecer os 
tipos de inovação. Há uma série de divisões sobre os tipos de inovação, mas vamos 
focar nos seguintes tipos de inovação: 1) inovação por novidade de resultados, 
quais sejam: incremental, radical, disruptiva; 2) por objeto de inovação: produto, 
marketing, processos, organizacional; e, 3) inovação por estratégia: aberta, 
fechada, sustentável e disruptiva.
 
O Manual de Oslo (2005) foca em quatro tipos de inovação, quais sejam: 
inovação de produto, processo, marketing e organizacional (o que temos listado 
no item 2) por objeto de inovação). Porém, há outros tipos que podem ser 
explorados e, para nos auxiliar na identificação do tipo que melhor representará 
a inovação desenvolvida, portanto, fique atento aos tipos de inovação e ao final 
do Tópico 2 você poderá reforçar os conhecimentos que adquiriu ao longo deste 
tópico por meio do resumo e as autoatividades.
2 TIPOS DE INOVAÇÃO POR NOVIDADE DE RESULTADOS
Há diferentes tipos de inovações e cada um deles está relacionado a 
elementos distintos: produto, processo, serviços, sistemas, modelos de gestão. A 
inovação pode ser consolidada a partir de uma melhoria na forma de lidar com 
um problema específico, por exemplo, na gestão de processos inerentes a uma 
atividade desenvolvida no interior de organizações ou de empresas, indústrias. 
No entanto, é importante que você saiba que há um tipo de inovação que se 
constitui por uma variável denominada ‘novidade de resultados’ e que é definida 
por três diferentes abordagens, conforme a Figura 3.
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
26
A partir dessas três diferentes abordagens, como podemos diferenciar a 
inovação por novidade de resultados? Veja a seguir o que caracteriza cada uma delas.
2.1 INCREMENTAL
Em 1995, Christopher (Chris) Freeman publicou um artigo em que relata 
aspectos contrastantes no Sistema Nacional de Inovação no período entre 1970 e 
1980, em que diz que a inovação incremental é assim denominada porque sua origem 
parte de engenheiros de produção, técnicos e funcionários de “chão de fábrica”. As 
inovações incrementais foram relacionadas às diferentes formas de organização de 
trabalho e, posteriormente, muitas melhorias em produtos e em serviços passaram a vir 
da interação entre o mercado e as empresas associadas, por exemplo, subcontratantes, 
fornecedores de materiais e serviços (FREEMAN, 1995, p. 10). Para Tigre (2006), 
a inovação por novidade de resultado está vinculada ao grau das mudanças 
tecnológicas e à extensão das mudanças em relação ao que havia antes.
 
Tigre (2006, s.p.) ainda descreve que as inovações incrementais “abrangem 
melhorias feitas no design ou na qualidade dos produtos, aperfeiçoamento em 
layout e processos, novos arranjoslogísticos e organizacionais e novas práticas de 
compra e venda”. Para o autor, elas
ocorrem de forma contínua em qualquer indústria, embora possa variar 
conforme o setor ou país em função da pressão da demanda, fatores 
socioculturais, oportunidades e trajetórias tecnológicas. Elas não 
derivam necessariamente de atividades de Pesquisa e Desenvolvimento 
(P&D), sendo mais comumente resultado do processo de aprendizado 
interno e da experiência acumulada (TIGRE, 2006, s.p.). 
Dito de outro modo, na concepção de Bessant e Tidd (2009, p. 47), a inovação 
por novidade de resultado incremental refere-se às “pequenas melhorias em 
produtos, serviços ou processos já existentes – ‘fazer o que já se faz, só que melhor’”. 
FIGURA 3 – TIPOS DE INOVAÇÃO POR NOVIDADE DE RESULTADOS
FONTE: Elaborado por Momm (2018), com base no Manual de Oslo (2005)
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
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2.2 RADICAL
Já a inovação por novidade de resultados radical pode ser identifi cada pela sua 
própria denominação: uma mudança tecnológica que é considerada radical apresenta 
o rompimento de trajetórias existentes e abre novas rotas tecnológicas. Ela é geralmente 
fruto das atividades de P&D e tem como característica sua descontinuidade no tempo 
e nos setores (TIGRE, 2006). No entanto, Bessant e Tidd (2009, p. 47) descrevem 
que a inovação radical se traduz pelas “mudanças signifi cativamente diferentes 
em produtos, serviços ou processos – fazer o que fazemos de forma diferente”. 
Diferentes conceituações surgiram para explicar a inovação radical, e a ideia central 
é a ruptura de algo, de uma estrutura que até então vinha sendo utilizada – sempre 
do mesmo modo. Para Davila, Epstein e Shelton (2007, p. 69), a inovação radical “é 
aquela mudança signifi cativa que afeta simultaneamente tanto o modelo de negócios 
quanto a tecnologia de uma empresa”. Esse tipo de inovação requer certo grau de 
‘desapego’ do antigo para que se possa promover o novo.
Curiosidade!
De acordo com Freeman (1995), o primeiro a utilizar a expressão 
“Sistema Nacional de Inovação” foi Bengt-Ake Lundvall e ele também foi 
o editor de um livro extremamente original e provocativo (1992) sobre 
esse assunto. No entanto, como ele e seus colegas foram os primeiros a 
concordar (e como o próprio Lundvall aponta), a ideia, na verdade, volta 
para o conceito de “Sistema Nacional de Política Econômica” (1841), o que 
passou a ser chamado de “Sistema Nacional de Inovação”.
FIGURA 4 – GRAUS DE NOVIDADE DA INOVAÇÃO
FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/SMCwNT>. Acesso em: 13 fev. 2018.
UNIDADE 1 | INOVAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS
28
Além disso, há mais um recurso significativo no contexto do grau de 
novidade por resultado da inovação: a fonte de ideias. De acordo com Barbieri et 
al. (2009, p. 31), 
um estudo sobre as inovações radicais de grandes empresas apontou 
que as melhores fontes de ideias haviam sido, em ordem decrescente, 
os engenheiros e cientistas da unidade de P&D, os consumidores finais, 
os consumidores imediatos, os engenheiros e outros profissionais 
envolvidos em atividades operacionais e os gerentes de produtos. 
Em relação às inovações incrementais, as fontes mais importantes 
continuam sendo o pessoal da unidade de P&D, seguido pelos 
gerentes de produtos e, por último, pelos consumidores. 
Desse modo, nesse contexto, percebe-se que há grande importância 
da equipe de P&D e de outros membros da organização, porém, também dos 
consumidores. A seguir, vamos aprender o tipo de inovação por novidade de 
resultado disruptiva. 
2.3 DISRUPTIVA
Clayton Christensen, professor em Harvard, foi o responsável por cunhar o 
termo inovação disruptiva com base no que Schumpeter (1939) descreveu em sua obra 
como ‘destruição criativa’ e que visava explicar os ciclos de negócios. A inovação 
por novidade de resultados disruptiva é caracterizada por incitar a criação de novos 
mercados, desse modo, causando um impacto na concorrência de modo a provocar 
certa instabilidade naqueles que anteriormente dominavam o mercado. Além disso, 
costuma se apresentar de forma simples, com custo reduzido e voltada para atender 
necessidades de um público e mercados diferenciados. Essa inovação disruptiva surge 
como uma forma de quebrar paradigmas e, por isso, é considerada por Tigre (2006) 
como “uma mudança no paradigma técnico-econômico”. Christensen e Raynor 
(2003, p. 53) enfatizam que “a disrupção funciona porque é muito mais fácil bater os 
rivais, quando eles estão motivados a fugir em vez de lutar”.
No entanto, se você pesquisar sobre a inovação por novidade de resultado 
disruptiva e encontrar autores que tratem do tema como ‘inovação de ruptura’, 
não se preocupe, antes de Christensen (2001) assumir o termo ‘disruptivo’, ele 
escreveu o livro “O dilema da inovação”, em que menciona a inovação de ruptura 
e os princípios da inovação de ruptura para os gestores que tenham interesse 
em aproveitar tais princípios. Antes de tudo, é importante esclarecer que para 
Christensen (2001, p. 17): 
Em nível mais profundo, o que se deduz é que muitos dos princípios 
de boa administração com grande aceitação nos dias de hoje são, na 
verdade, adequados apenas circunstancialmente. Há ocasiões em que o 
correto é não ouvir os clientes, investir em desenvolvimento de produtos 
de desempenho inferior, que prometem menores margens, e perseguir 
agressivamente mercados menores em lugar dos substanciais. 
Para melhor explicar o termo, vamos recorrer ao que Christensen (2001) 
definiu para conceituar o termo. A primeira definição proposta pelo autor 
refere-se ao termo tecnologia como o “conjunto de processos pelos quais uma 
TÓPICO 2 | TIPOS DE INOVAÇÃO
29
organização transforma mão de obra, capital, materiais e informação em produtos 
e serviços de grande valor” (CHRISTENSEN, 2001, p. 16). Assim, as tecnologias 
de ruptura surgem como: “inovações que resultam em pior desempenho de 
produtos, ao menos a curto prazo. [...] as tecnologias de ruptura trazem ao 
mercado uma proposição de valor muito diferente daquela disponível até então” 
(CHRISTENSEN, 2001, p. 20). Outro detalhe importante destacado pelo autor é 
o fato de que a tecnologia de ruptura é, a priori, utilizada por consumidores de 
menor renda no mercado. 
Em relação aos princípios propostos pelo autor, vamos apresentá-los de 
modo resumido para que você possa se apropriar do conteúdo posteriormente, 
buscando leituras complementares. Esses princípios poderão nortear seus estudos 
em torno da inovação de ruptura de produtos, processos, serviços, sistemas ou 
mesmo modelo de negócios. Com base nas pesquisas realizadas por Christensen 
(2001) acerca da indústria de disk drives, o autor avaliou as grandes empresas, 
líderes de mercado, que fracassaram durante o processo de adoção da inovação 
de ruptura. Os princípios são apresentados com o intuito de que você possa 
aproveitá-los para futuras análises. Logo, para evitar o fracasso nos negócios é 
importante estar atento ao fato de que (CHRISTENSEN, 2001, p. 26-28):
Princípio 1) As companhias dependem de clientes e investidores para gerar 
recursos – os gerentes podem pensar que controlam o fluxo de recursos em 
suas empresas; no final das contas, são realmente os clientes e os investidores 
que ditam como o dinheiro será gasto, porque as empresas com padrões de 
investimento que não satisfazem seus clientes e investidores não sobrevivem;
Princípio 2) Mercados pequenos não solucionam a necessidade de 
crescimento de grandes empresas – tecnologias de ruptura normalmente 
possibilitam o surgimento de novos mercados. Existe forte evidência 
que demonstra que as empresas que entram mais cedo nesses mercados 
emergentes têm as vantagens significativas do primeiro proponente sobre 
os últimos estreantes;
Princípio 3) Mercados que não existem não podem ser analisados – é nas 
inovações de ruptura que se conhece o mínimo a respeito do mercado, que 
existem fortes vantagens para os primeiros proponentes;
Princípio 4) As capacidades de uma

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