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PSICOBIOLOGIA

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1 
 
 
PSICOBIOLOGIA 
1 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO................................................................................................. 3 
ANSIEDADE .................................................................................................... 5 
DISTÚRBIOS DA ANSIEDADE ..................................................................... 10 
Transtorno de Ansiedade Generalizada ..................................................... 12 
Transtorno do Pânico ................................................................................. 13 
Fobias ........................................................................................................ 14 
Distúrbio de Estresse Pós-Traumático ....................................................... 16 
Distúrbio Obsessivo-Compulsivo ............................................................... 18 
SISTEMAS E ASPECTOS NEUROATÔMICOS ............................................ 20 
Sistema Límbico......................................................................................... 21 
Sistema de Inibição Comportamental ........................................................ 21 
DISTÚRBIOS DE ANSIEDADE E O USO DE DROGAS ............................... 23 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 25 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A psicobiologia é uma ciência que estuda a base biológica do comportamento 
humano, ou seja, quais sistemas e processos biológicos nos permitem interagir 
ativamente e de forma adaptativa com o ambiente ao nosso redor. O comportamento 
e os processos mentais são fatos considerados objetivos, verificáveis e prováveis de 
serem quantificáveis. 
Essa visão do comportamento não leva em consideração a filosofia, religiões 
ou a política. Em vez disso, concentra-se no método científico como uma maneira de 
entender o comportamento humano. Está mais próximo da etologia e psicologia 
humanas do que das disciplinas anteriores. 
Em 1914, o psicólogo K. Dunlap cunhou o termo psicobiologia com seu 
trabalho An outline of Psychobiology para ajudar seus alunos a entender o papel da 
biologia na psicologia. A partir deste momento, várias linhas de pesquisa que 
conectam as funções mentais com as fisiológicas começaram e nasceram revistas 
científicas, com muito impacto ainda hoje, que combinam ambas as ciências, como o 
Journal of comparative Psychology e o Behavioral neurocience. 
O comportamento e os processos mentais são estudados na psicobiologia 
como um processo adaptativo da espécie, que se baseia nesses fatores: 
Fatores filogenéticos 
Para entender a psicobiologia, é necessário conhecer a história evolutiva da 
nossa espécie. As características gerais do nosso comportamento são influenciadas 
pela nossa filogenética. 
 
A filogenia estuda as relações de parentesco entre espécies ao longo da 
história do planeta, e é baseada nas semelhanças do DNA, mas originalmente usada 
como caracteres taxonômicos de referência para encontrar semelhanças ou 
diferenças entre as espécies. 
Com a filogenética, podemos descobrir ancestrais comuns entre várias 
espécies e quando elas começaram a se diferenciar. O estudo de árvores 
4 
 
 
filogenéticas foi uma ferramenta essencial para explicar a evolução. O 
comportamento do ser humano é marcado pelas conquistas evolutivas dos seus 
antepassados. Embora seja uma causa distante, o comportamento dos nossos 
predecessores foi um fator que permitiu a sobrevivência da espécie. É a explicação 
mais distante do nosso comportamento. 
 
Fatores ontogênicos 
A ontogenia se refere ao desenvolvimento de um organismo a partir do 
processo embrionário, passando por todas as fases da sua vida até a velhice. 
A capacidade de desenvolver certos comportamentos começa desde que 
somos fetos e é enriquecida à medida que avançamos na vida com interações com o 
meio ambiente. Essas são as causas mais próximas que explicam o nosso modo de 
ser. 
 
Fatores epigenéticos 
A epigenética está ganhando terreno no campo científico e tenta explicar como 
fatores externos ambientais modulam a nossa expressão genética. Aparentemente, 
existem certos períodos na vida do ser humano em que há uma maior plasticidade 
neuronal. 
Isso significa que os neurônios podem experimentar mudanças em sua 
morfologia e fisiologia, o que tem consequências em nosso comportamento ou 
aprendizado. 
 
Embora esses fatores sejam muito importantes para entender como o ser 
humano se comporta, há outros que também o influenciam diretamente. Um exemplo 
é a percepção de estímulos, graças ao nosso sistema nervoso, que nos prepara para 
dar uma resposta imediata. 
Além de ter uma grande influência da genética, a psicobiologia inclui outros 
ramos científicos que tentam explicar a base biológica do comportamento humano a 
5 
 
 
partir de muitas perspectivas diferentes, como a biologia molecular, endocrinologia, 
farmacologia, embriologia ou psicologia comparada. 
Os tópicos mais importantes da psicobiologia são a evolução do cérebro, o 
funcionamento e o desenvolvimento do sistema nervoso, processos sensoriais, sono, 
emoções e os comportamentos humanos mais básicos, como sexo, fome, sede, 
agressão. 
 
 
 
 
 
ANSIEDADE 
 
A ansiedade pode ser vista como sintoma psiquiátrico e/ou como reação 
emocional não patológica associada a diversos contextos de vida. Ela representa um 
sinal de alarme a determinado estímulo percebido pelo indivíduo como perigoso. Em 
geral, é composta por uma combinação variável de sintomas físicos, pensamentos 
catastróficos e alterações de comportamento. A ansiedade pode ser compreendida 
como mecanismo evolutivo, isto é, uma ferramenta que nos ajuda a detectar o perigo 
e adotar as medidas necessárias para lidar com ele. No entanto, esse recurso 
adaptativo muitas vezes encontra-se desregulado, causando sofrimento e prejuízo ao 
desempenho social e/ou profissional. 
A ansiedade se torna um transtorno psiquiátrico quando representa emoção 
desconfortável e inconveniente, surgindo na ausência de um estímulo externo claro 
ou com magnitude suficiente para justificá-la, e apresenta intensidade, persistência e 
frequência desproporcionais. Estudos epidemiológicos indicam os transtornos de 
ansiedade como os mais prevalentes dentre os transtornos psiquiátricos. Na grande 
maioria dos casos, não há como estabelecer uma causa específica aos transtornos 
aqui tratados. A interação entre fatores genéticos e ambientais resume a etiologia 
atualmenteproposta e aceita. 
6 
 
 
A ansiedade, conforme May (1980) conceitua, é um termo que se refere a uma 
relação de impotência, conflito existente entre a pessoa e o ambiente ameaçador, e 
os processos neurofisiológicos decorrentes dessa relação. O mesmo autor diz ainda 
que a ansiedade constitui a experiência subjetiva do organismo numa condição 
catastrófica, que surge na medida em que o indivíduo, frente a uma situação, não 
pode fazer face às exigências de seu meio e, sente uma ameaça à sua existência ou 
aos valores que considera essenciais. 
A ansiedade é um sentimento que acompanha um sentido geral de perigo, 
advertindo as pessoas de que há algo a ser temido. Refere-se a uma inquietação que 
pode traduzir-se em manifestações de ordem fisiológica e de ordem cognitiva. Como 
manifestações fisiológicas pode-se citar agitação, hiperatividade e movimentos 
precipitados; como manifestações cognitivas surgem atenção e vigilância redobrada 
e determinados aspectos do meio, pensamentos e possíveis desgraças. Essas 
manifestações podem ser passageiras ou podem constituir uma maneira estável e 
permanente de reagir e sua intensidade pode variar de níveis imperceptíveis até 
níveis extremamente elevados. 
Pessotti (1978) explica que, até o advento de Freud e de outros psicólogos de 
importância, o problema da ansiedade situava-se dentro das preocupações da 
filosofia. May (1980) menciona que os filósofos, como Spinoza, Pascal, Kierkeegard 
e Niztche, trataram mais explicitamente da ansiedade e do medo sendo que a 
preocupação primordial não era com a formação de um sistema intelectual abstrato, 
mas, antes, com os conflitos e crises existenciais dos seres humanos. O autor acima 
referido ainda relata que é do pensamento deles e, mais ainda, das contradições entre 
tais abordagens que resultam as tendências culturais do século XX. 
Os três tipos principais de inquietude no homem, distinguidos por Pascal, que 
hoje chamaríamos de conteúdos da ansiedade são: a fuga da reflexão a respeito de 
si mesmo, a inquietude (ou insatisfação) constante da vida, e a precariedade e a 
miséria do homem no universo. Em expressão contemporânea, esses três tipos de 
inquietude poderiam ser formulados como o conflito gerado pela repressão da 
autoconsciência, a impotência diante do imprevisto (do racional) e a incerteza sobre 
a própria significação (Pessotti, 1978). 
7 
 
 
Rosamilha (1971), ao fazer um breve histórico sobre o tema, aborda outros 
autores que também se ocupam do problema da ansiedade. Assim, Cannon (1932), 
ao desenvolver o conceito de homeostase, forneceu um significado biológico para o 
fenômeno. Psicanalistas como Horney (1961) desenvolveram suas teorias, colocando 
a ansiedade como o centro das neuroses. Outros como Kelman (1959), de certa forma 
admitiram que a ansiedade é um tipo de atributo normal do ser humano que pode ser 
observado quando certo nível de tensão ultrapassa um ponto médio. Já numa 
abordagem orgânica, como a de Goldstein citado por Portnoy (1959), reconhece-se 
que ansiedade pode ser produzida por vários eventos, porém, apresenta uma 
característica comum: há sempre uma discrepância entre as capacidades individuais 
e as exigências que o organismo tem que enfrentar, tornando impossível a auto-
realização e levando à ansiedade. Esses nomes não esgotam a lista de estudiosos 
que trataram dessa questão, mas servem para ilustrar a quantidade de posições, 
idéias e ângulos sob os quais o problema vem sendo discutido. 
Para Rosamilha (1971) foi Freud quem deu à ansiedade uma posição científica 
de destaque. Até então, a ansiedade era discutida dentro do campo da Filosofia, não 
sendo alvo de atenção científica. Freud é o explorador proeminente da Psicologia da 
Ansiedade, e, por isso, sua obra é de importância clássica, mesmo que atualmente 
se saiba que muitas de suas conclusões devam ser interpretadas (May, 1980). 
Esse mesmo autor aponta como contribuição de Freud o fato de ter sido ele o 
primeiro a chamar atenção para a importância da ansiedade na compreensão dos 
distúrbios emocionais e psicológicos. O problema da ansiedade (vivência de 
sofrimento psíquico determinado pela presença de um conflito interno), ocupou a 
mente de Freud (1976) durante muito tempo e, para ele, todos nós, algumas vezes, 
experimentamos esta sensação ou este estado afetivo no qual convergem 
importantes questões. 
Ao distinguir três tipos de ansiedade: real ou objetiva, neurótica e moral, Freud 
(1936), baseia nas fontes de onde provém a ansiedade e não em aspectos 
qualitativos. Assim, a ansiedade como medo do mundo externo seria a ansiedade 
objetiva, enquanto que a ansiedade neurótica teria como fonte o medo do id e a moral 
o medo do superego. A ansiedade tem uma inegável relação com a expectativa, 
sendo a ansiedade por algo. Se o verdadeiro perigo é um perigo conhecido, tem-se a 
ansiedade realística, a ansiedade por esse perigo conhecido; e a ansiedade neurótica 
8 
 
 
é a ansiedade por um perigo desconhecido, ainda a ser descoberto. Esclarece 
também que em alguns casos as características da ansiedade realística e da 
ansiedade neurótica se acham mescladas, pois o perigo pode ser conhecido, mas se 
a ansiedade referente a ele for muito grande, maior do que parece apropriado, o 
excedente caracterizaria a presença de um elemento neurótico. 
Esclarecendo um pouco mais essa questão, Freud (1976) diz que a ansiedade 
é o estado subjetivo de que somos tomados ao perceber o surgimento da ansiedade 
e a isso se dá o nome de afeto. O afeto inclui, primeiramente, inervações ou 
descargas motoras e, depois, certos sentimentos (o que seria a ansiedade realística, 
considerada como a manifestação dos instintos de autopreservação do ego). As 
pessoas com ansiedade neurótica exploram todas as incertezas num mal sentido, 
prevendo as mais terríveis de todas as possibilidades. Diz que semelhante tendência 
a uma expectativa do mal pode ser encontrada na forma de traço de caráter, o que 
não quer dizer que são doentes, mas que é característica de pessoas superansiosas 
ou pessimistas. 
Kaplan e Sadock (1993) mencionam que se pode falar de ansiedade normal 
quando se responde com ansiedade a certas situações ameaçadoras. A ansiedade 
patológica, em comparação, é uma resposta inadequada a determinado estímulo, em 
virtude de sua intensidade ou duração. De uma forma mais global a ansiedade normal 
é aquela reação que não é desproporcional à ameaça objetiva, não envolve repressão 
ou outros mecanismos de conflito intrapsíquico, não requer mecanismos de defesa 
neurótica, e pode ser enfrentada construtivamente pela percepção consciente ou 
pode ser aliviada se a situação objetiva for alterada. A ansiedade neurótica seria o 
reverso da definição de normal. 
No entanto, Spielberger (1981) esclarece que é difícil determinar se uma 
reação de ansiedade é ou não neurótica ou mesmo proporcional ao perigo objetivo. 
Para tal distinção deve ser feita uma cuidadosa avaliação quanto à proporção do 
perigo real associado ao tensor específico, e uma precisa medição da intensidade de 
reação da ansiedade resultante. 
Golse (1998) explicita que qualquer que seja a sua origem e suas modalidades, 
a ansiedade experimentada pelo Ego apresenta certas funções que englobam 
consciência, conhecimento, memorização e autoconservação. E é contra a ansiedade 
9 
 
 
que o Ego coloca em pauta toda uma série de mecanismos de defesa, os quais serão 
eficazes se assegurarem um bom controle de ansiedade. 
Em meio às teorias de ansiedade, as existenciais mencionam que não existe 
um estímulo específico que identifique a sensação de ansiedade, sendo que o 
conceito central da teoria existencial é o de que as pessoas tornam-se conscientes 
de um profundo vazio em suas vidas, e a ansiedade é uma resposta ao imenso vazio 
da existência (Kaplan & Sadock, 1993). 
Para Skinner (1938) citado por Rosamilha (1971) não existe subjetivismona 
psicologia, concebendo a inexistência do comportamento voluntário, entendendo que 
os conceitos são condicionados, as emoções são produto do controle externo e as 
ideias são modeladas por controles exercidos pelo ambiente. Assim, a ansiedade é 
definida a partir desses mesmos princípios, sendo, segundo o condicionamento 
operante, uma correlação observada entre uma certa operação (experimental) e 
determinados efeitos resultantes sobre alguma propriedade do comportamento. 
Skinner também concebe como Freud, que o medo e a ansiedade constituem formas 
de defesa do organismo contra a ameaça do perigo. Mas, a diferença é que o medo 
se instala sempre que há uma ameaça concreta e a ansiedade é um estado emocional 
motivado por um estímulo ameaçador que está antecipado no futuro (Rodrigues, 
1976). 
Quando o indivíduo adquire a capacidade de prever eventos provocadores de 
ansiedade e os evita, tem-se a ansiedade sinal, que tem grande valor para a 
sobrevivência individual, sendo uma característica importante e nova na concepção 
de ansiedade. É a ideia de "antecipação", ou seja, de "respostas antecipadas" a 
eventos aprendidos como "traumáticos", confirmando a significação etimológica de 
"pré-ocupar-se" com alguma coisa (Rosamilha, 1971). 
O que se observa nessas posições teóricas é o fato de a ansiedade ser um 
termo adequado para caracterizar situações e reações desagradáveis para o sujeito, 
é com esse sentido que o termo está usado nesse trabalho. Assim sendo, para 
diagnosticar a ansiedade recomenda-se a observância de seis dos seguintes 
sintomas, quando frequentemente presentes, quais sejam: tremores ou sensação de 
fraqueza; tensão ou dor muscular; inquietação; fadiga fácil; falta de ar ou sensação 
de fôlego curto; palpitações; sudorese, mãos frias e úmidas; boca seca; vertigens e 
10 
 
 
tonturas; náuseas e diarreias; rubor ou calafrios; polaciúria (aumento do número de 
urinadas); bolo na garganta; impaciência; resposta exagerada a surpresa; dificuldade 
de concentração ou memória prejudicada; dificuldade de conciliar e manter o sono e 
irritabilidade (Associação Psiquiátrica Americana 1995; Organização Mundial da 
Saúde, 1993). 
 
 
 
 
DISTÚRBIOS DA ANSIEDADE 
 
Os transtornos ansiosos são quadros clínicos em que esses sintomas são 
primários, ou seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, 
psicoses, transtornos do desenvolvimento, transtorno hipercinético, etc.). 
Sintomas ansiosos (e não os transtornos propriamente) são frequentes em 
outros transtornos psiquiátricos. É uma ansiedade que se explica pelos sintomas do 
transtorno primário (exemplos: a ansiedade do início do surto esquizofrênico; o medo 
da separação dos pais numa criança com depressão maior) e não constitui um 
conjunto de sintomas que determina um transtorno ansioso típico (descritos a seguir). 
Mas podem ocorrer casos em que vários transtornos estão presentes ao 
mesmo tempo e não se consegue identificar o que é primário e o que não é, sendo 
mais correto referir que esse paciente apresenta mais de um diagnóstico coexistente 
(comorbidade). Estima-se que cerca de metade das crianças com transtornos 
ansiosos tenham também outro transtorno ansioso. 
Pelos sistemas classificatórios vigentes, o transtorno de ansiedade de 
separação foi o único transtorno mantido na seção específica da infância e 
adolescência (CID-10, DSM-IV). O transtorno de ansiedade excessiva da infância e o 
transtorno de evitação da infância (DSM-III-R), passaram a ser referidos nas 
classificações atuais, respectivamente, como transtorno de ansiedade generalizada 
(TAG) e fobia social. 
11 
 
 
Os transtornos ansiosos são os quadros psiquiátricos mais comuns tanto em 
crianças quanto em adultos, com uma prevalência estimada durante o período de vida 
de 9% e 15% respectivamente. 
Nas crianças e adolescentes, os transtornos ansiosos mais frequentes são o 
transtorno de ansiedade de separação, com prevalência em torno de 4%, o transtorno 
de ansiedade excessiva ou o atual TAG (2,7% a 4,6%) e as fobias específicas (2,4% 
a 3,3%). A prevalência de fobia social fica em torno de 1% e a do transtorno de pânico 
(TP) 0,6%. 
A distribuição entre os sexos é de modo geral equivalente, exceto fobias 
específicas, transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de pânico com 
predominância do sexo feminino. 
A causa dos transtornos ansiosos infantis é muitas vezes desconhecida e 
provavelmente multifatorial, incluindo fatores hereditários e ambientais diversos. 
Entre os indivíduos com esses transtornos, o peso relativo dos fatores causais pode 
variar. De uma maneira geral, os transtornos ansiosos na infância e na adolescência 
apresentam um curso crônico, embora flutuante ou episódico, se não tratados. 
Na avaliação e no planejamento terapêutico desses transtornos, é fundamental 
obter uma história detalhada sobre o início dos sintomas, possíveis fatores 
desencadeantes (ex. crise conjugal, perda por morte ou separação, doença na família 
e nascimento de irmãos) e o desenvolvimento da criança. Sugere-se, também, levar 
em conta o temperamento da criança (ex. presença de comportamento inibido), o tipo 
de apego que ela tem com seus pais (ex. seguro ou não) e o estilo de cuidados 
paternos destes (ex. presença de superproteção), além dos fatores implicados na 
etiologia dessas patologias. Também deve ser avaliada a presença de comorbidade. 
De modo geral, o tratamento é constituído por uma abordagem multimodal, que 
inclui orientação aos pais e à criança, terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia 
dinâmica, uso de psicofármacos e intervenções familiares. 
12 
 
 
Transtorno de Ansiedade Generalizada 
 
 
A preocupação persistente e excessiva é a característica principal do 
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), porém essas preocupações são 
acompanhadas de sintomas físicos relacionados à hiperatividade autonômica e a 
tensão muscular. Entre esses sintomas são comuns a taquicardia, sudorese, insônia, 
fadiga, dificuldade de relaxar e dores musculares. As preocupações não se restringem 
a uma determinada categoria, mas são generalizadas, excessivas, por vezes 
envolvendo temas que não preocupam a maioria das pessoas e de difícil controle. 
Para o diagnóstico, é importante, também, que esses sintomas causem uma 
interferência no desempenho da pessoa ou um sofrimento significativo. 
O TAG é um dos transtornos psiquiátricos mais subdiagnosticados. Raramente 
os pacientes procuram diretamente um profissional de saúde mental, preferindo o 
clínico geral ou médicos de outras especialidades. A queixa predominante é de 
sintomas físicos vagos e que não caracterizam uma enfermidade bem definida. 
O TAG é frequente, com uma prevalência ao longo da vida entre 4,5 a 12 %, 
sendo um dos transtornos mentais mais comuns nos serviços de cuidados primários. 
Apresenta uma alta porcentagem de comorbidade com depressão e outros 
transtornos de ansiedade, como fobia social, fobias específicas e pânico. O 
diagnóstico diferencial com depressão e distimia nem sempre é fácil, uma vez que 
apresentam sintomas em comum. Os pacientes com depressão costumam ser mais 
críticos com relação a sua própria atuação em eventos do passado, enquanto os 
13 
 
 
pacientes com TAG tendem a se preocuparem com eventos futuros. O TAG e em 
particular a preocupação têm sido associadas à hipertensão arterial e a problemas 
cardíacos. 
 
Transtorno do Pânico 
 
O transtorno do pânico (TP) é caracterizado pela presença de ataques de 
pânico recorrentes que consistem em uma sensação de medo ou mal-estar intenso 
acompanhada de sintomas físicos e cognitivos e que se iniciam de forma brusca, 
alcançando intensidade máxima em até 10 minutos. Estes ataques acarretam 
preocupações persistentes ou modificações importantes de comportamento em 
relação à possibilidade de ocorrência de novos ataques de ansiedade. 
Os pacientes com TPseguem um padrão longo (que pode se estender a até 
uma década) de visitas às emergências médicas antes do diagnóstico à procura de 
uma causa orgânica para seus sintomas. Portanto, além de psiquiatras, também 
médicos em geral e, em especial, aqueles que trabalham com atenção primária e 
serviços de emergência médica devem estar familiarizados com os critérios do TP. 
O conhecimento desses profissionais é de extrema importância ao 
considerarmos a alta prevalência dos ataques de pânico na população em geral e a 
necessidade de saber diferenciar os ataques de pânico isolados da síndrome 
completa (o TP) e de outros problemas médicos que podem se apresentar como uma 
crise de ansiedade. 
14 
 
 
Além do sofrimento psíquico e do prejuízo funcional vivenciados pelos 
pacientes com TP, ele está associado a uma série de outros desfechos que, 
empiricamente, justificam seu tratamento como um problema de saúde pública. 
Pacientes com TP têm maiores taxas de absenteísmo e menor produtividade no 
trabalho ; maiores taxas de utilização dos serviços de saúde, procedimentos e testes 
laboratoriais ; um risco aumentado, independente das comorbidades, de ideação de 
suicídio e de tentativas de suicídio; e, em mulheres pósmenopáusicas, parece estar 
relacionado à morbidade e mortalidade cardiovasculares . No entanto, cabe ressaltar 
que a associação com mortalidade cardiovascular ainda é controversa e pode se 
restringir a uma população específica. 
 
Fobias 
 
A fobia é definida como um medo persistente, desproporcional e irracional de 
um estímulo que não oferece perigo real ao indivíduo (Organização Mundial da 
Saúde, 1993). Ela envolve ansiedade antecipatória, medo dos sintomas físicos e 
esquiva e fuga. Quando o medo excessivo apresenta estímulo definido, denomina-se 
fobia específica (Lotufo Neto, 2011). Teóricos da abordagem cognitivo-
comportamental consideram esse medo aprendido e o explicam com base na teoria 
do condicionamento clássico de Pavlov, do operante de Skinner e da modelação de 
Bandura. 
15 
 
 
O sujeito fóbico tem um pensar distorcido ao considerar algumas situações 
mais ameaçadoras do que realmente são. Essa forma de pensar leva o fóbico a 
frequentemente adotar os mecanismos de evitação e esquiva por acreditar ser 
incapaz de enfrentar e superar a situação (Piccoloto et al., 2004). A constante 
evitação impossibilita que ele cheque a validade de suas crenças e essas são cada 
vez mais reforçadas. Além disso, por ter consciência de que seu medo é irreal, o 
portador desse transtorno passa a escondê-lo, por vergonha e por temer a exposição 
pública (Roso, 1998). 
Com o objetivo de promover a reestruturação cognitiva, estudos indicam a 
psicoeducação, a dessensibilização sistemática e a exposição ao vivo como as 
melhores estratégias para o sucesso no tratamento da fobia (Lotufo Neto, 2011). 
A psicoeducação inclui o ensino sobre a terapia, seus pressupostos e sobre o 
transtorno (Knapp, 2004). A dessensibilização sistemática, baseada na extinção, no 
contracondicionamento e na habituação visa eliminar os comportamentos de medo e 
evitação com emissão de respostas assertivas (Turner, 2002). Nela, o cliente é levado 
à exposição gradativa ao objeto fóbico, precedida pelo relaxamento (Vera & Vila, 
2002). Wright, Basco e Thase (2008) destacam que, para promover respostas 
contrárias à ansiedade, inicialmente é necessário aprender as técnicas de 
relaxamento e a respiração diafragmática. 
A exposição ao vivo, normalmente usada após a dessensibilização, objetiva 
expor o cliente à situação temida direta e gradualmente, associada à respiração 
diafragmática para reduzir a ansiedade. Turner (2002) salienta que essa redução é 
favorecida quando o cliente sente segurança e confiança em relação ao terapeuta. 
O tratamento visa a reestruturação cognitiva a partir da identificação por parte 
do cliente de seus pensamentos e crenças distorcidas que provocam falha na 
avaliação da situação, substituindo-os por cognições realistas e assertivas. 
 
 
 
16 
 
 
Distúrbio de Estresse Pós-Traumático 
 
Para ser diagnosticada como sofrendo de TEPT, a pessoa exposta a um 
evento traumático deve, segundo o DSM-IV, satisfazer inicialmente as duas partes do 
critério "A", destacadas abaixo: 
1. A pessoa vivenciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais 
eventos que envolveram ameaça de morte ou de grave ferimento físico, ou ameaça 
a sua integridade física ou à de outros; 
2. A pessoa reagiu com intenso medo, impotência ou horror; 
O critério A do DSM-IV, referente ao conceito de evento traumático, tem um 
papel crucial no diagnóstico do TEPT. Ele representa a "porta-de-entrada" para esse 
diagnóstico. Não ocorrendo um evento traumático, não existe a possibilidade de 
diagnosticar o TEPT. Mas o entendimento do que é um evento traumático vem sendo 
revisto constantemente, desde a oficialização do diagnóstico de TEPT com o DSM-
III. Essas modificações levaram a uma expansão da latitude do conceito de evento 
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traumático e, em consequência, a um aumento na prevalência estimada do TEPT. A 
seguir, descreveremos as etapas mais importantes da evolução do conceito de 
"evento traumático". 
No DSM-III, o "evento traumático" era visto como um acontecimento 
catastrófico, raro e externo que diferia qualitativamente "das experiências comuns 
como o luto, doença crônica, perdas comerciais ou conflitos matrimoniais". Os 
eventos catastróficos definidos pelo DSM-III incluíam tortura, estupro, agressão física, 
combate militar, aprisionamento em campo de extermínio, desastres naturais ou 
industriais, acidentes de carro ou exposição à violência de guerra, violência civil e 
violência doméstica. 
Pesquisas subsequentes demonstraram que os "eventos traumáticos" não 
eram raros, nem preponderantemente externos. O fato de os eventos traumáticos não 
serem raros foi amplamente documentado por estudos epidemiológicos que 
revelaram elevadas taxas de 40% a 90% na população americana. Pode-se supor 
que países como Brasil, cuja taxa de mortalidade por arma de fogo é das maiores do 
mundo e é líder em acidentes, provavelmente, têm uma prevalência bem mais 
elevada de eventos traumáticos do que os EUA. 
Verificou-se também que os eventos traumáticos não são apenas eventos 
externos. Se assim fosse, esperaríamos que as taxas de TEPT fossem similares as 
dos eventos traumáticos. Mas o que vem intrigando os pesquisadores é que a grande 
maioria das pessoas expostas a eventos traumáticos catastróficos não desenvolve 
TEPT, sugerindo que a resistência emocional média das pessoas é elevada. Assim, 
por exemplo, 91% das mulheres americanas envolvidas em acidentes não 
apresentam esta síndrome. Percebe-se que fatores individuais biopsicossociais 
podem fazer com que uma pessoa desenvolva TEPT e outra não. 
Frequentemente, os pacientes com TEPT são atendidos em unidades de 
cuidados primários e ambulatórios de clínica médica, com queixas somáticas mais ou 
menos vagas. Podem ainda ir a um neurologista, queixando-se de cefaleia, a um 
gastroenterologista, por conta de uma epigastralgia, ou a um cardiologista, devido a 
palpitações. Em contrapartida, pacientes com TEPT podem ativamente evitar certos 
especialistas e modalidades de exames: por exemplo, pacientes vítimas de estupro 
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podem se sentir muito mal apenas com a ideia de se submeterem a um exame 
ginecológico. 
Pacientes com neoplasias podem desenvolver TEPT ao serem informados a 
respeito desse diagnóstico e, devido a isso, apresentarem sintomas de evitação, não 
aderindo aos esquemas de tratamentos e evitando comparecer a suas consultas 
hospitalares. Essa é uma área nova na pesquisa do TEPT. Só recentemente, 
percebeu-se que condições clínicas potencialmente graves, como as neoplasias ou 
as doenças coronarianas, poderiam constituir-se em um evento traumático e resultar 
na síndrome do TEPT. 
 
 
 
 
Distúrbio Obsessivo-CompulsivoO transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é caracterizado pela presença de 
obsessões e/ou de compulsões. A relativa simplicidade do diagnóstico categorial 
sugeriria tanto uma precisa delimitação nosográfica, quanto uma homogeneidade do 
quadro. No entanto, resultados de pesquisas recentes têm enfatizado dois conceitos. 
19 
 
 
O primeiro refere-se à heterogeneidade do quadro. O segundo refere-se à concepção 
de que o TOC poderia ser estudado a partir de uma visão dimensional e contínua, ou 
seja, dentro de um espectro obsessivo-compulsivo. 
Sendo assim, para o aprofundamento do conhecimento do TOC é necessário 
buscar-se subgrupos mais homogêneos de pacientes. As peculiaridades da 
apresentação do TOC na infância e adolescência sugerem que o início precoce dos 
sintomas delimitaria um subtipo de pacientes. 
As prevalências de estudos epidemiológicos em adolescentes revelaram taxas 
entre 1,9% e 3,0% nos Estados Unidos e entre 2,3% e 4,1% em outros países. A 
distribuição entre os sexos parece variar de acordo com as diversas faixas etárias, 
sendo que em crianças há uma preponderância de meninos. 
Obsessões podem ser definidas como eventos mentais, tais como 
pensamentos, idéias, impulsos e imagens, vivenciados como intrusivos e 
incômodos. Como produtos mentais, as obsessões podem ser criadas a partir de 
qualquer substrato da mente, tais como palavras, medos, preocupações, memórias, 
imagens, músicas ou cenas. 
Compulsões são definidas como comportamentos ou atos mentais repetitivos, 
realizados para diminuir o incômodo ou a ansiedade causados pelas obsessões ou 
para evitar que uma situação temida venha a ocorrer. Não existem limites para a 
variedade possível das obsessões e das compulsões. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SISTEMAS E ASPECTOS NEUROATÔMICOS 
 
As respostas frente às situações aversivas, normalmente, envolvem três 
aspectos: (I) um sentimento (geralmente negativo); (II) os ajustes fisiológicos 
correspondentes e (III) o comportamento, que é um conjunto de reações motoras 
características de cada emoção. Sempre que sentimos, mesmo que discretamente, 
certas emoções e sensações, o nosso organismo promove alterações, induzindo 
ajustes fisiológicos no âmbito do sistema nervoso central, autônomo, neuroendócrino 
e neuroimune, preparando o indivíduo para enfrentar o desafio (DARWIN, ed.2000; 
LENT, 2010). 
Resumidamente, dentre outras respostas, o córtex e o tálamo recebem as 
informações sensoriais, a amídala, por sua vez, avalia a natureza emocional, que 
quando aversiva, recruta um conjunto de estruturas longitudinalmente organizadas e 
reciprocamente interconectadas. Por exemplo, o córtex pré-frontal medial que, dentre 
as funções, pode ser responsável pela resposta emocional, o hipotálamo pela 
resposta fisiológica e a matéria cinzenta periaquedutal desencadeando respostas 
comportamentais, as quais representam um dos principais substratos neurais para 
expressão de respostas a estímulos aversivos (GRAEFF, 1981; LENT, 2010; 
NISHIDA, 2007). 
Como consequência, direta ou indireta, da ativação dessas áreas, o indivíduo 
apresenta como resposta emocional, sentimentos como apreensão, aflição e angustia 
e outros. Como resposta fisiológica, o hipotálamo aciona uma cadeia endócrina 
característica conhecida como eixo HPA (hipotálamo-pituitária, antigo nome da 
hipófise-adrenal), ocorrendo também taquicardia e vasoconstrição cutânea, 
aumentando e redirecionando o fluxo sanguíneo para os músculos e sistema nervoso. 
A respiração acelera e as vias aéreas se dilatam, resultando em aumento da 
oxigenação do sangue e dos tecidos, bem como o aumento da produção e acumulo 
de glicose disponibilizando, assim, mais fonte de energia (LENT, 2010). Além de 
respostas comportamentais como avaliação de risco, congelamento, luta e fuga, 
dependendo do estímulo aversivo e de cada indivíduo. 
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Sistema Límbico 
 
O sistema é de extrema importância pois controla comportamentos ligados a 
nossa sobrevivência. O sistema límbico é a unidade responsável pelas emoções. A 
sua descoberta começou através do anatomista James Papez, que tentava localizar 
no sistema nervoso as bases ligadas a emoção. 
Papez percebeu que as regiões eram conectadas, formando um circuito, 
conhecido hoje, como “Circuito de Papez”. Através do sistema nervoso autônomo, ele 
que comanda certos comportamentos necessários à sobrevivência de todos os 
mamíferos, interferindo positiva ou negativamente em todo o organismo. 
Estruturas do Sistema Límbico 
 Giro do Cíngulo 
 Giro para-hipocampal 
 Hipocampo 
 Amígdala 
 Área septal 
 Hipotálamo 
 
 
 
 
Sistema de Inibição Comportamental 
 
A teoria biopsicológica da personalidade, proposta pelo psicólogo Jeffrey Alan 
Gray em 1970, é um modelo bem fundamentado dos processos biológicos gerais 
relevantes para a psicologia, comportamento e personalidade humanos. Gray 
hipotetizou a existência de dois sistemas baseados no cérebro para controlar as 
interações de uma pessoa com seu ambiente: o sistema de inibição comportamental 
(BIS) e o sistema de ativação comportamental (BAS). 
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BIS está relacionado à sensibilidade à punição e à motivação para evitar. O 
BAS está associado à sensibilidade para recompensar e abordar a motivação. 
Escalas psicológicas foram projetadas para medir esses sistemas hipotéticos e 
estudar diferenças individuais na personalidade. neuroticismo, uma dimensão de 
personalidade amplamente estudada relacionada ao funcionamento emocional, está 
positivamente correlacionada com as escalas do BIS e negativamente com as escalas 
do BAS. 
O sistema de inibição comportamental (BIS), como proposto por Gray, é um 
sistema neuropsicológico que prediz a resposta de um indivíduo a pistas relevantes 
para a ansiedade em um determinado ambiente. Este sistema é ativado em tempos 
de punição, coisas chatas ou eventos negativos. Ao responder a sinais como 
estímulos negativos ou eventos que envolvem punição ou frustração, esse sistema 
acaba por evitar esses eventos negativos e desagradáveis. 
Segundo a Teoria de Gray, o BIS está relacionado à sensibilidade à punição, 
bem como à motivação para evitar. Também foi proposto que o BIS é a base causal 
da ansiedade. Alta atividade do BIS significa uma maior sensibilidade a não 
recompensa, punição e experiência nova. Esse nível mais alto de sensibilidade a 
essas pistas resulta em uma evitação natural de tais ambientes, a fim de evitar 
experiências negativas, como medo, ansiedade, frustração e tristeza. As pessoas que 
são altamente sensíveis ao castigo percebem os castigos como mais aversivos e são 
mais propensos a se distrair com os castigos. 
Acredita-se que o mecanismo fisiológico por trás do BIS seja o sistema septo-
hipocampal e seus aferentes monoaminérgicos do tronco cerebral. Usando uma 
análise morfométrica baseada em voxel, o volume das regiões mencionadas foi 
avaliado para visualizar diferenças individuais. Os resultados podem sugerir uma 
correlação entre o volume e os traços de personalidade relacionados à ansiedade. 
Os resultados foram encontrados no córtex orbitofrontal, no precuneus, na amígdala 
e no córtex pré-frontal. 
 
 
 
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DISTÚRBIOS DE ANSIEDADE E O USO DE DROGAS 
 
O uso de drogas ilícitas atinge seu auge entre as idades de 18 e 25 anos. 
Quando os jovens adultos se estabelecem, casam e assumem a responsabilidade por 
seu futuro, eles tendem a interromper o uso de drogas e as taxas de uso caem 
drasticamente durante a segunda década. Então, continuam a diminuir, embora mais 
lentamente, à medida que as pessoas entram na vida adulta tardia e velhice. 
A saúde mental de adultos jovens é uma preocupação importante e, entre os 
diversos transtornos mentais, a depressão é um dos mais comuns nessa etapa da 
vida. De 15 a 25% das pessoas podem apresentar crise depressiva pelo menos uma 
vez na vida, sendo queo primeiro episódio depressivo ocorre, mais frequentemente, 
antes dos dezoito anos de idade. Já os transtornos de ansiedade representam uma 
das mais comuns e debilitantes formas de psicopatologia na infância e adolescência. 
O uso de substâncias psicoativas pode, inicialmente, minimizar ou moderar os 
sintomas, mas a abstinência e o uso crônico tipicamente os exacerbam em médio 
prazo. Entende-se por substâncias psicoativas as drogas que são capazes de alterar 
o funcionamento cerebral, causando modificações no estado mental, no psiquismo e, 
por isso mesmo, são denominadas drogas psicotrópicas ou substâncias psicoativas. 
Alguns exemplos desse tipo de drogas são a maconha, cocaína, opioides, tabaco, 
cafeína, benzodiazepínicos, LSD e anfetaminas, entre outras. 
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As pessoas normalmente iniciam o uso de drogas para fugir ou lidar com 
situações e sentimentos. Assim, as pessoas consomem as drogas para não passar 
por situações de estresse ou tristeza e isso acaba agravando ou trazendo alguns 
problemas, como a ansiedade e a depressão. Vários estudos tratam da relação entre 
drogas e doenças mentais. 
As drogas psicotrópicas e substâncias psicoativas são drogas que se 
conectam aos receptores do sistema nervoso central e alteram as funções 
neurológicas, causando assim, mudanças nos aspectos cognitivos e 
comportamentais; portanto, o dependente químico pode apresentar alterações de 
humor, consciência, sistema sensitivo e sensorial, alterações no estado vigília entre 
outros. 
Estes tipos de substâncias se dividem em três grupos; formados por drogas 
depressoras do Sistema Nervoso Central, ou seja, agem na lentificação ou diminuem 
as funções cerebrais, bem como acentuam o quadro de sonolência, desatenção e 
desconcentração por parte dos indivíduos que estiverem sob os efeitos de 
substâncias como o álcool, barbitúrico (soníferos), benzodiazepínico (tranquilizantes), 
inalante e opiáceos (Costa & Valério, 2008). O segundo grupo é constituído por 
drogas Estimulantes do SNC, descrito por Carlini-Cotrim e outros (2000) como 
substâncias capazes de acelerar as atividades cerebrais em algumas áreas neurais; 
cita-se o estado vigília em alerta; agitações motoras por parte do usuário e 
nervosismo; nos casos de consumo exagerado é comum o surgimento de delírios e 
alucinações como estado alterado da consciência. 
Os estimulantes comuns são cocaína, anfetaminas, nicotina e a cafeína. O 
último grupo concerne às drogas perturbadoras do SNC, aquelas relacionadas à 
produção de quadros de alucinações ou ilusões, comumente relatadas como 
alterações visuais. O indivíduo, ao consumir drogas desse grupo, tem suas funções 
cerebrais alteradas, pois o cérebro passa a trabalhar em um nível incomum. Para 
Guizzo (2010), isso pode ser um dos motivos de alucinações relatadas por indivíduos 
sob o efeito da substância perturbadora. 
 
 
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Os transtornos de ansiedade são fontes de grande sofrimento e limitações para 
seus portadores. Seu tratamento envolve uma série de procedimentos que não se 
restringe apenas ao consultório médico. Os estudos mostram que a associação do 
tratamento medicamentoso com psicoterapia cognitivo-comportamental apresenta 
melhores resultados do que cada um desses procedimentos isoladamente. Para além 
do tratamento médico e psicoterapêutico, deve-se destacar a importância da 
participação da família e dos amigos no tratamento dos transtornos de ansiedade. 
 Assim como os portadores, muitas vezes os familiares e os amigos ignoram a 
natureza do transtorno e desconhecem que o apoio e o encorajamento deles são 
fundamentais para ajudar o doente a aderir melhor ao tratamento, a diminuir seu 
isolamento e, consequentemente, a melhorar a evolução da doença. 
Em linhas gerais, a família pode ajudar com as seguintes atitudes: • informar-
se sobre o transtorno e seu tratamento; 
 • Mostrar interesse em aprender junto do doente, trocar ideias sobre esse 
aprendizado; 
• Ter paciência com as manifestações do quadro, não querer “apressar” a 
melhora antes do tempo. É importante reconhecer os progressos parciais obtidos ao 
longo do tratamento; 
• Evitar comentários críticos e preconceituosos em relação ao comportamento 
do portador; 
• Ajudar a construir um ambiente familiar harmônico. Tolerância e acolhimento 
ajudam o portador a aceitar sua doença e a fazer corretamente o tratamento. 
Os portadores, familiares e amigos podem e devem participar de instituições 
como a APORTA, a ASTOC e a ABRATA, que desenvolvem programas 
psicoeducacionais e promovem a formação de grupos de autoajuda. Tais programas 
ajudam a proporcionar um melhor conhecimento da doença, a desenvolver 
estratégias para lidar com ela, além de estimularem a troca de experiências e 
melhorarem as chances de controlar esses transtornos e incrementar a qualidade de 
vida de seus portadores. 
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REFERÊNCIAS 
 
 
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