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APS DIREITOS HUMANOS - artigo Drogas no Espaço Público Consumo, Tráfico e Política na Imprensa Brasileira

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Trabalho APS - Filosofia do Direito e Direitos Humanos - Uniritter 2021/2 
Referência Bibliográfica: 
SOUZA, Yuri Sá Oliveira. SANTOS, Maria de Fátima de Souza. APOSTOLIDIS, Thémis. Drogas no Espaço Público: Consumo, Tráfico e Política na Imprensa Brasileira. Psicologia: Ciência e Profissão, Vol. 40, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-3703003201819
Resenha:
	O artigo “Drogas no Espaço Público: Consumo, Tráfico e Política na Imprensa Brasileira” consiste em uma pesquisa de notícias publicadas no jornal Folha de São Paulo objetivando analisar o modo que o assunto das drogas é tratado através das matérias de jornais. Das 16.555 matérias pré-selecionadas no período entre 2010 e 2014, foi feita uma análise mais criteriosa, selecionando então 4.516 matérias para elaboração do atual artigo, que foram classificadas em 8 classes lexicais, dividas em 3 eixos principais. 
	O primeiro eixo foi classificado como ‘regulação sociopolítica do uso, produção e circulação das drogas’. As matérias desse eixo influenciam e difundem possibilidades de regulação das drogas com base em experiências internacionais. Entretanto, as experiências internacionais também podem servir para desqualificar os discursos proibicionistas no Brasil, já que em alguns países ocorrem reformas legais a favor da regulamentação da maconha. Sousa, Santos e Apostolidis (2021) explicam que, no contexto brasileiro, “a própria discussão sobre a legitimidade da Marcha da Maconha evidencia normas antidrogas e proibicionistas”.
	O segundo eixo, nomeado de “uso de drogas, dependência e saúde” é direcionado a notícias que apresentam o caráter medicinal, riscos e benefícios, dependência química e suas consequências, assim como, seus respectivos tratamentos. Nesse sentido, há um contraste no campo medicinal, pois há veiculação de matérias expondo benefícios das drogas, que podem ser usadas como forma de tratamento para algumas doenças, e matérias que apresentam o lado negativo, como a dependência e até internação compulsória, essa segunda pode ser vista como um ato proibicionista. Além de apenas pesquisas, apresentou relatos de pessoas reais e suas histórias relacionadas ao uso de drogas.
	Enquanto os dois eixos anteriores tem um viés normativo, o terceiro eixo, rotulado como “a polícia e a guerra às drogas no Brasil” evidencia o poder coercitivo. Sousa, Santos e Apostolidis (2021) ensinam que “o poder coercitivo funciona com base na imposição de regras sociais por meio da força, ao passo que o poder normativo é exercido pela construção e transformação de normas e valores sociais”. Nesse eixo há notícias relacionadas a ações policiais de apreensão de drogas e combate ao tráfico nacional e internacional, segurança pública e suas ações para controle e combate às drogas ilícitas. Ou seja, demonstra a imposição do poder coercitivo através de sanções aos indivíduos que violam as normas jurídicas.
	Por fim, Sousa, Santos e Apostolidis (2021) evidenciam que “as comunicações jornalísticas de difusão funcionam como princípios geradores de tomadas de posição, cujo resultado — pensamento e ação — comporta tensões e contradições”. Dessa forma, as reportagens apresentam funções sociais importantes ao divulgar informações relevantes sobre as drogas na cena pública, desde seu consumo para fins medicinais, como uso da maconha para o controle de convulsões, combate à crises de epilepsia e alívio de sintomas de doenças como, esclerose múltipla e alzheimer, até suas consequências, dependência química causando perdas de autonomia do usuário e desequilíbrio mental, internação compulsória, tráfico, violência e criminalidade; com a finalidade de permitir a geração de opiniões públicas a respeito do tema.

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