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1)Princípio da Não Culpabilidade (Inocência)
O Princípio da Presunção da Inocência (Estado de Inocência ou da Situação Jurídica de Inocência ou da Não Culpabilidade) está fundamentado no artigo 5º, LVII, CF/88. Tal princípio diz que ninguém deve ser considerado culpado até que tenha havia um julgamento, seguido da sentença condenatória.
Sem dúvidas uma das maiores polêmicas referem-se à decisão do STF relacionada ao julgamento do HC 126.292/SP, realizado no dia 17/02/2016. Em tal situação houve, de certa forma, uma oportunidade de contestação da jurisprudência. Especificamente neste caso houve uma inferiorização no Princípio da Não Culpabilidade, tendo em vista que a decisão permitiu uma execução penal prisional em 2ª instância antes mesmo de ter ocorrido o trânsito do julgamento da sentença, o que vai contra aos princípios e aos direitos fundamentados em nossa constituição. Ao mesmo tempo tal decisão nos faz lembrar a um Estado que age de forma arbitrária. O Princípio da Presunção de Inocência é uma garantia constitucional imprescindível ao nosso sistema jurídico, e uma vez que não haja a sua devida aplicação no processo penal, acaba-se por deixá-lo vulnerável, permitindo assim que exista a possibilidade de ocorrerem diversas injustiças no âmbito processual. Foi justamente o que aconteceu após o fato narrado, o mesmo desenvolveu uma ferramenta viciosa que gerou diversas prisões feitas de forma automáticas e sem o devido respaldo legal, lesando assim inúmeros cidadãos que não tiveram o seu devido dever legal garantido. A jurisprudência não existe em vão, ela deve ser sempre consultada e analisada da melhor forma possível evitando assim o prejuízo do sistema executório existente em nosso país.
2)Princípio do Devido Processo Penal
O Princípio Do Devido Processo Legal está fundamentado no artigo 5º, LIV, CF/88. Tal princípio diz que todos devem ter um processo que tenha todas as garantias constitucionais e todas as etapas que são previstas em lei. Uma vez que isso não ocorra, o processo poderá se tornar nulo. Este princípio pode ser considerado o mais importante, pois a partir dele, derivam-se todos os demais. Ele faz com que o sujeito da ação penal tenha a uma dupla proteção, na esfera formal e material, garantindo que o indivíduo tenha ferramentas iguais a de quem o está acusando de algo.
A G.REG. NO HABEAS CORPUS 144.018 SÃO PAULO (HC 144.018 AgR)
Neste caso em específico, por mais que tenha havido uma manifestação do Ministério Público posteriormente à apresentação da defesa preliminar, o agravante que foi apresentado não demonstrou qualquer fato ou ato sobre o qual a defesa não teve possibilidade de manifestar-se. Assim sendo, não existindo a demonstração do efetivo prejuízo causado à parte, em conformidade ao artigo 563, CPP (Nenhum ato será declarado nulo, se dá nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa), não se reconheceu a nulidade do processo penal.
3) Princípio da não autoincriminação (nemo tenetur se detegere)
Este princípio que está consoante ao inciso LXIII do artigo 5º da Constituição Federal, refere-se ao direito a não autoincriminação, do preso ser informado de seu direito de permanecer calado, ou seja, o cidadão não pode ser induzido a produção de provas que venham a lhe prejudicar. 
HC 96219 SP: Neste caso em especifico houve uma prisão cautelar indevida, pois, a mesma não pode ser utilizada com o intuito de punir o réu. O acusado supostamente recusou em colaborar com a investigação e como punição foi preso. Tal fato agrediu diretamente o Princípio da Não Autoincriminação. A prisão cautelar, preventiva ou temporária, tem função processual. Ela atua a favor da atividade estatal durante a investigação da pratica de delitos e, portanto, não tem caráter punitivo ao contrário da prisão penal, que tem em sua essência a punição do indivíduo ao transgredir alguma norma jurídica. Após analise o ministro Celso de Mello do STF determinou a soltura de um indivíduo, que apesar de ser acusado de homicídio qualificado, foi solto, pois a ordem prisional estava com base em elementos e fatos que seriam insuficientes. No caso citado o cidadão foi preso indevidamente e equivocadamente somente pelo fato de não querer se manifestar a favor das investigações. O mesmo invocou o princípio da Não Autoincriminação e fez-se em silencio, sendo posteriormente preso de forma ilegal. As autoridades queriam mostrar poder através da prisão , tentado assim de alguma forma abalar psicologicamente e induzir o preso a falar contra a sua vontade e de uma forma que ele mesmo apresentasse provas contra ele. 
4) Princípio do juiz imparcial
Este princípio diz que para que o juiz seja imparcial em determinado processo, deve não favorecer nenhuma das partes e nem tenha nenhum tipo de interesse no objeto da ação, deve, portanto, permanecer completamente neutro. Segundo o art. X da Declaração Universal dos Direitos dos Homens:” Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele”
Embora este princípio não esteja expresso, é mais uma garantia constitucional que temos a nosso favor. Cabe ao Estado então a função de fiscalizar o exercício dessa função jurisdicional. 
O Artigo 254, CPP fundamenta perfeitamente esta questão da imparcialidade e se for observado por algumas das partes algum tipo de parcialidade, o advogado deve informar a atitude do juiz e posteriormente de acordo com o artigo 564 do CPP, o processo poderá ter a nulidade absoluta ou relativa, devido ao vicio que carrega consigo.
Um caso recente onde foi invocado o princípio do juiz imparcial, foi a suspeição do ex-juiz Sergio Moro em relação ao processo que envolvia o ex-presidente Lula. A 2ª turma do STF declaro parcialidade do então juiz no julgamento relacionado ao Triplex do Guarujá durante a famosa operação Lava Jato. O processo tornou-se teve então sua nulidade absoluta, e Lula, que havia sido condenado à prisão por Sergio Moro nos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva no ano de 2017, teve em 2021 as mesmas condenações anuladas, podendo, então, o político ter novamente seus direitos políticos e assim sendo tornando-se novamente elegível.(HC164493)

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