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Clínica médica 3

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1 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
 
 
2 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
 
Sumário 
 
 
DERMATOLOGIA ............................................................................................................................................................. 3 
ORTOPEDIA ................................................................................................................................................................... 10 
OTORRINOLARINGOLOGIA............................................................................................................................................ 15 
PSIQUIATRIA ................................................................................................................................................................. 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
DERMATOLOGIA 
HANSENÍASE 
a. Etiologia 
 Mycobacterium leprae – BAAR 
 
b. Transmissão 
 Aérea – alta infectividade, baixa patogenicidade 
 Período de incubação: 2-7 anos 
 Alvos: pele e nervos periféricos 
 
c. Clínica – lesão cutânea com alteração de sensibilidade 
INDETERMINADA 
 Mácula hipocrômica, sem pelo 
 Baciloscopia negativa 
TUBERCULOIDE – 
imunidade celular 
 Placa eritematosa/hipocrômica bem delimitada 
 Baciloscopia negativa 
 Reação de Mitsuda positiva 
VIRCHOWIANA – 
imunidade humoral 
 Lesão infiltrativa difusa 
 Baciloscopia positiva 
 Reação de Mitsuda negativa 
DIMORFA/BORDERLINE 
 Placas eritematosas variadas 
 Baciloscopia positiva 
*Reação de Mitsuda mostra resposta imune celular, a qual tem a capacidade de combater o bacilo 
 
 
 
d. Diagnóstico – é clínico! 
Pelo menos 1: 
 Lesão de pele com alteração de sensibilidade (térmica > dolorosa > tátil) 
 Acometimento de nervo periférico (espessamento, neuropatia) 
 Baciloscopia positiva (lóbulos e cotovelos + lesão) 
 
e. Tratamento 
PAUCIBACILAR 
≤ 5 lesões 
MULTIBACILAR 
> 5 lesões 
Indeterminada 
Tuberculoide 
Virchowiana 
Dimorfa/Borderline 
Baciloscopia + 
Rifampicina 600mg 1x/mês + 
Dapsona 100mg 1x/mês e 100mg/dia + 
Clofazimina 300mg 1x/mês e 50mg/dia 
6 doses sob supervisão (até 9 meses) 12 doses sob supervisão (até 18 meses) 
*Gravidez e HIV não muda! 
 
4 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
REAÇÕES HANSÊNICAS 
Não interrompe/reinicia tratamento!!! 
 
TIPO 1 / REAÇÃO REVERSA TIPO 2 / ERITEMA NODOSO 
Reação celular 
Lesão cutânea agudizada, piora da neuropatia 
Tuberculoide 
Deposição de imunocomplexos 
Nódulos subcutâneos, orquite, glomerulite 
Virchowiana 
Prednisona Talidomina +/- Virchowiana 
*Mulher em idade fértil: Pentoxifilina 
 
 
f. Controle 
Contactantes: 
 Exame dermatoneurológico anual 
 0 ou 1 cicatriz: 1 dose BCG 
 
CA DE PELE 
NÃO MELANOMA 
CBC CEC 
 Mais comum do mundo 
 2/3 superiores da face 
 Relação com exposição solar esporádica 
 Fenótipo claro + idade avançada 
 1/3 inferior da face 
 FR: queimadura (úlcera de Marjolin), ceratose 
actínica, HPV 
 Relação com exposição solar contínua / 
transplantados 
 Fenótipo claro + idade avançada + trabalhador 
 Nódulo-ulcerativo perolado com 
telangiectasias 
 Pouco agressivo, mas com invasão local 
 Risco de recidiva (> 10-20mm ou região H da 
face) 
 Placa ceratótica > ulceração com sangramento 
 Maior risco de metástase 
Ressecção cirúrgica com margem livre (5mm) 
 
 
 
MELANOMA 
a. Fatores de risco 
 Nevo melanocítico (> 50, displásico, congênito > 20cm) – apenas 25% tem nevo prévio 
 HF – gene CDK2NA 
 
5 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 Fenótipo claro 
 UVB 
 
b. Clínica 
A – assimetria 
B – borda irregular 
C – cor variada (≥ 2) 
D – diâmetro (> 6mm) 
E – evolução (tamanho, formato, sintomas) 
 
 
c. Diagnóstico 
 Biópsia excisional com margem de 1-3mm de gordura – incisional se lesão extensa ou em face 
 
d. Classificação 
Extensivo superficial 
 Mais comum (70%) 
 Mácula 
 Crescimento lento e radial (excêntrico) 
 Local: dorso (homem), perna (mulher) 
Nodular 
 Mais grave 
 Nódulo 
 Crescimento rápido e vertical 
Acral 
 Crescimento lento 
 Negros 
 Local: palmoplantar 
Lentigo maligno 
 Crescimento muito lento 
 Idosos 
 Local: cabeça e mãos 
 
e. Tratamento 
1) Cirurgia – ampliação das margens da biópsia de acordo com a espessura (Breslow) 
 
 
In situ 0.5-1cm 
≤ 1mm 1cm 
1-2mm 2cm 
> 2mm ≥ 2cm 
 
 
 
6 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
2) Pesquisa de linfonodo sentinela 
Indicações: 
 Ausência de linfonodomegalia clínica 
 Espessura > 0.8mm 
 Ulceração 
 
DERMATOSES 
ECZEMA ATÓPICO 
 Inflamação crônica, hipersensibilidade 
 Maior risco de infecções secundárias: maior colonização da pele por S. aureus + disfunção da barreira 
cutânea 
 Pode ser a primeira manifestação da atopia 
 
a. Clínica 
 
Prurido cutâneo + xerodermia + hiper-reatividade cutânea 
LACTENTE (3m-2a) 
Placas eritematocrostosas exsudativas em face (poupa maciço centrofacial) e região 
extensora (poupa área da fralda) 
INFANTIL (2-12a) Placas eritematocrostosas com escoriações em região flexora, tornozelo e pescoço 
PUBERAL Xerose e liquenificação em região flexora 
*Início > 3m, pois tem que ser sensibilizado! 
 
 
 
b. Tratamento 
 Controle ambiental 
 Emolientes + sabonete pH ácido 
 Corticoide tópico + anti-histamínico 
 Imunomoduladores 
 
ECZEMA SEBORREICO 
 Mais comum em RN, homem, transtorno de ansiedade, doença de Parkinson 
 Associação com pitiríase versicolor (Malassezia furfur) 
 
a. Clínica – início < 3m 
 Lesões eritematodescamativas em áreas seborreicas (couro cabeludo, sobrancelha, sulco nasolabial) 
 Crosta láctea, sem prurido, com escamas amareladas (graxentas) – lactente 
 Prurido 
 
b. Tratamento 
 Sulfeto de selênio, zinco 
 Cetoconazol 
 AAS 
 
 
Se acometimento linfonodal: 
linfadenectomia +/- adjuvante (anticorpos 
monoclonais) 
Sinal da dupla prega de Dennie-Morgan 
Sinal de Hertoge 
Tubérculo de Kaminsky 
Ceratose pilar 
 
7 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
ECZEMA DE CONTATO 
IRRITANTE PRIMÁRIO – problema da substância ALÉRGICO – problema do paciente 
 Lesão direta 
 Teste de contato negativo – a pessoa não tem 
“alergia” (reposta imune) ao produto 
 Lesão no local do contato 
 Ex: detergente, fralda (preserva dobras) 
*Candidíase: acomete dobras e tem lesões satélites 
 Sensibilização prévia (hipersensibilidade IV) 
 Teste de contato positivo 
 Lesão no local do contato e distante 
 Ex: bijouteria/relógio (níquel), couro/cimento, 
esmalte, borracha 
 
 
 
PSORÍASE 
Ativação imunológica inapropriada > hiperplasia da epiderme 
 
a. Clínica 
VULGAR 
 Placas eritematodesmacativas bem delimitadas, de tom prateado, em áreas 
extensoras/couro cabeludo 
 Ceratose ungueal 
INVERTIDA 
 Áreas flexoras 
 HIV, negros, obesidade 
GUTATATA 
 Crianças 
 Após faringite estreptocócica 
 Inicio abrupto, súbito 
 Melhora sozinho 
PUSTULOSA 
 Pústulas estéreis 
 Inflamação exuberante 
 Grave: Von Zumbusch – febre, queda do estado geral, leucocitose 
*Fenômeno de Koebner: aparecimento de lesão em área de trauma 
 
 
b. Diagnóstico 
 Curetagem de Brocq: sinal da vela > membrana > sinal de Auspitz (orvalho sanguíneo) 
 
c. Tratamento 
 Fototerapia 
 Acitretina 
 Metotrexate 
 
8 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
BULOSES 
PÊNFIGO FOLIÁCEO PÊNFIGO VULGAR 
 Descolamento superficial 
 Anticorpos antidesmossomos na camada 
granulosa da epiderme 
 Lesões crostosas, SEM bolhas 
 Poupa mucosa 
 Descolamento profundo 
 Anticorpos antidermossomos na camada 
espinhosa da epiderme 
 Lesões bolhosas + erosão (“bife sangrante”) 
 Acomete mucosa 
Corticoide / Imunoglobulina / Plasmaférese 
 
 
Foliáceo Vulgar 
 
FARMACODERMIAS 
 Todo fármaco pode causar alteração cutânea Pode aparecer até 6 semanas após o uso 
 
A – Amoxicilina (Penicilinas), AINE, Alopurinol 
B – Bactrim (SMX-TMP) 
C – Convulsões (Fenitoína, Carbamazepina) 
 
ERITEMA MULTIFORME 
 Lesão “em alvo” em região extensora, mãos e pés 
*Pode ser infeccioso (herpes vírus) 
STEVENS-JOHNSON (SSJ) / 
NECRÓLISE EPIDÉRMICA TÓXICA (NET) 
1) Febre, mialgia, artralgia (1-2 semanas) 
2) Exantema + lesão mucosa + descolamento da epiderme 
(clivagem dermoepiférmica) com sinal de Nikolsky (piora com 
tração) 
 
SSJ: descolamento < 10% 
NET: descolamento > 30% + sintomas sistêmicos graves 
DRESS 
 Exantema + linfonodomegalia + eosinofilia + linfócitos atípicos 
+ sintomas sistêmicos (fígado) 
 Anticonvulsivantes, Alopurinol 
 
 
 
 
9 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
 
 
INFECTOCONTAGIOSAS 
ESCABIOSE (SARNA) – 
Sarcoptes scabiei 
 Pápula com túnel 
 Prurido noturno 
 Forma grave: “norueguesa” 
 Tratamento: Permetrina / Enxofre (grávida, < 2m) / Ivermectina (> 15kg) 
ESPOROTRICOSE – 
Sporothix schenckii 
 Jardineiro / contato com gatos 
 Nódulo com ulceração + linfangite em “contas de rosário” 
 Tratamento: iodeto de potássio / Itraconazol / AnfoB 
MICOSES 
PITIRÍASE – Malassezia furfur 
 Máculas com descamação furfurácea (sinal de Zireli) 
 Pode ter várias cores 
 Tratamento: antifúngico tópico 
 
DERMATOFITOSE (TINEA) – Microsporum, Tricophyton 
 Alopécia 
 Eritema circinado (bordas ativas) descamativo 
 Tratamento: tópico / Griseofulvina (capitis) 
LEISHMANIOSE 
TEGUMENTAR – 
Leishmania brasiliensis, 
amazonenses, guyanensis 
 Úlcera com bordas elevadas (“em moldura”) indolor 
 Diagnóstico: raspado / Montenegro + 
 Tratamento: Glucantime / Anfo B 
MOLUSCO CONTAGIOSO – 
Pox vírus 
 Pápula com umbilicação central 
 Tratamento: resolução espontânea / curetagem 
 
PLECT 
P – Paracoco (mucosa!) 
L – Leishmaniose tegumentar 
E – Esporotricose 
C – CEC / Cromomicose 
T – Tuberculose 
 
 
 
 
 
SSSS (SÍNDROME DA PELE ESCALDADA ESTAFILOCÓCICA) 
 S. aureus produz exotoxina esfoliativa 
 Poupa mucosa 
 Clivagem intraepidérmica: a pele que solta é fininha 
(clara) e não acinzentanda (SSJ, NET) 
 
 
10 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
ORTOPEDIA 
TRAUMA 
FRATURAS 
Perda da continuidade óssea 
 
a. Conceitos 
 Diáfise: meio do osso 
 Metáfise: meio (transição), parte mais vascularizada 
 Epífise: extremidade proximal ou distal 
 
Especiais 
 Em galho verde: crianças > incompleta, um lado quebra e do outro 
enverga/amassa 
 De tórus: crianças > amassa, mas não quebra 
 Por estresse/fadiga: trauma crônico/repetitivo 
 Patológica: osso frágil por doença prévia (osteoporose, tumor) 
 
b. Tratamento 
1) Redução (< 4-6h) 
 Fechada/incruenta 
 Aberta/cruenta – fraturas articulares 
 
2) Estabilização 
 Gesso 
 Cirurgia (fio, placa, parafuso, fixador) 
 
c. Complicações 
▪ DA FRATURA 
 Lesão arterial – ausência de pulso 
 Síndrome compartimental – osso lesa músculo > edema muscular dentro da fáscia 
 Embolia gordurosa 
 Osteomielite 
 
▪ DO TRATAMENTO 
 Consolidação viciosa (deformidade) – contratura de Volkmann 
 Pseudoartrose – não consolida > 9m 
 
FÊMUR PROXIMAL 
 Idosa com queda da própria altura 
 Dor no quadril + encurtamento do membro + rotação externa 
 Cirurgia em até 12h (colo) 
RÁDIO DISTAL 
 Colles: cai com a palma da mão + fragmento posterior 
 Smith: cai com o dorso da mão + fragmento anterior 
 Barton: acometimento intra-articular – mais grave 
 
FRATURA EXPOSTA – urgência 
1) ATLS 
2) Curativo estéril 
3) Imagem 
4) ATB em até 3h (Gustillo-Anderson) + profilaxia antitetânica 
5) Cirurgia em até 4-6h – desbridamento + limpeza mecânica + estabilização 
 
 
 
11 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
Classificação de Gustillo-Anderson 
TIPO FERIDA CONTAMINAÇÃO ANTIBIÓTICO 
I < 1cm Pequena 
Cefazolina 
II 1-10cm Moderada 
III > 10cm / rural / PAF 
Grande 
IIIa. Cobertura possível 
IIIb. Retalho 
IIIc. Lesão arterial 
Ceftriaxona +/- 
Penicilina (área rural) 
 
LUXAÇÃO 
Urgência ortopédica!!!! 
Mais grave que fratura! 
 
 Cotovelo: n. ulnar 
 Joelho: artéria poplítea, n. fibular 
 Quadril: n. ciático 
 
CABEÇA DO RÁDIO 
 Causa: elevar criança com braços estendidos 
 Clínica: membro em pronação fixa 
 Manobra de redução: supinação + flexão 
POSTERIOR DO QUADRIL 
 Causa: acidente de carro 
 Clínica: adução + rotação interna 
 Riscos: lesão do n. ciático, necrose avascular da cabeça do fêmur, 
osteoartrose 
 Manobra de redução: Allis / Stimson 
 
ENTORSE 
TORNOZELO 
 Causa: inversão lateral 
 Ligamento mais lesado: ligamento talofibular anterior 
 Tratamento: PRICE – proteção, repouso, gelo, compressão, 
elevação 
 
OSTEOMIELITE 
a. Origem 
 Contiguidade (80%): pé diabético, fratura exposta, cirurgia, celulite 
 Hematogênica: mais comum em crianças, meninos (metáfise de ossos longos!) 
 
b. Fisiopatologia 
Inflamação + infecção óssea > aumento da pressão intraóssea > isquemia/necrose > piora da inflamação e infecção > 
sequestro ósseo (isolamento de uma parte do osso que foi necrosado) – indica cronificação 
 
c. Conduta 
1) Clínica 
2) Laboratório: aumento de PCR, VHS 
3) RX (se normal: RM) – altera com 10-14 dias 
4) ATB 
 
d. Tratamento 
 Drenagem cirúrgica + ATB 
Todas as idades S. aureus Oxacilina 
RN S. aureus + GBS + Gram neg Oxacilina + Gentamicina ou Ceftriaxona 
Anemia falciforme Salmonella Ceftriaxona 
 
 
12 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
TUMORES ÓSSEOS PRIMÁRIOS 
Dor + proeminência óssea por semanas/meses 
 
OSTEOSSARCOMA 
 Adolescente e adulto jovem (10-25 anos) 
 Metáfise de ossos longos: fêmur distal, tíbia proximal, úmero 
 Multiplicação de osso imaturo: aumento da FA 
 RX: raios de sol, triângulo de Codman (eleva periósteo) 
 Tratamento: cirurgia + QT neo/adjuvante – má resposta à RT 
SARCOMA DE EWING 
 Criança e adolescente (5-15 anos) 
 Diáfise de ossos longos e pelve 
 RX: lesão permeativa (“roído de traça”), reação periosteal em “casca de 
cebola” 
 Tratamento: cirurgia + QT neo/adjuvante + RT 
CONDROSSARCOMA 
 Adultos (40-60 anos) 
 Pelve e fêmur proximal 
 RX: espessamento da cortical 
 Tratamento: cirurgia 
 
 
Osteossarcoma Ewing 
 
METÁSTASE ÓSSEA 
BLÁSTICA LÍTICA 
 Próstata 
 Carcinoide 
 Oat cell 
 Hodgkin 
 Pulmão (exceto oat cell) 
 Melanoma 
 Mieloma 
 Tireoide 
 Não-Hodgkin 
 Renal 
*A metástase óssea acomete o pedículo! 
 
ORTOPEDIA PEDIÁTRICA 
DISPLASIA DO DESENVOLVIMENTO DO QUADRIL 
Imaturidade articular > instabilidade articular 
 
a. Fatores de risco 
 HF 
 Sexo feminino 
 Oligodrâmnia 
 Torcicolo congênito 
 Apresentação pélvica 
 
 
 
 
 
13 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
b. Diagnóstico 
RN > 2-3m 
 Manobra de Barlow: provoca luxação – adução 
do quadril + pressão posterior 
 Manobra de Ortolani: reduz a luxação – 
abdução do quadril 
 Limitação da abdução do quadril 
 Sinal de Galeazzi: joelho mais baixo 
 Assimetria das pregas inguinais, glúteas e 
poplíteas 
 USG (ideal < 4-6m) 
 
c. Tratamento 
 Suspensório de Pavlik (quadril em abdução e flexão) por 6 semanas 
 
DOENÇA DE LEGG-CALVÉ-PERTHES 
Necrose avascular da cabeça femoral idiopática 
 
a. Fisiopatologia 
Isquemia temporária idiopática da cabeça femoral > necrose > revascularização com remodelação óssea defeituosa > 
incongruência articular > artrose precoce 
 
b. Clínica 
 Menino branco 2-12 anos (pico: 4-9 anos) 
 Claudicação + dor na virilha / face interna da coxa / joelho 
 Limitação da rotação interna e abdução do quadril 
 
c. Diagnóstico 
 RX: colapso da epífise femoral + aumento do espaço articular 
 
d. Tratamento 
 Imobilização ou cirurgia 
 
SINOVITE TRANSITÓRIA DO QUADRIL 
Artrite reativa após infecção – 7-14 dias após infecção respiratória viral 
 
a. Clínica – parece Legg-Calvé-Perthes,mas tem infecção prévia e o RX é normal 
 3-8 anos 
 Claudicação + dor no quadril / face interna da coxa / joelho 
 RX: normal 
 
b. Tratamento 
 Repouso + analgesia + AINE 
 
EPIFISIÓLISE 
Deslizamento da epífise da cabeça femoral através da fise (placa de crescimento) 
 
a. Clínica 
 Menino, 11-15 anos 
 Claudicação 
 Limitação da rotação interna, flexão e abdução do quadril 
 Sinal de Drehman: rotação externa involuntária ao fazer flexão do 
quadril 
 
b. Diagnóstico 
 RX: linha de Klein não atravessa a cabeça femoral 
 
14 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
c. Tratamento 
 Epifisiodese (fixação com parafuso) 
 
DOENÇA DE OSGOOD-SCHLATTER 
Lesão na tuberosidade anterior da tíbia – tração excessiva do ligamento patelar 
 
a. Clínica 
 Menino 8-15 anos, praticante de esporte 
 Dor + tumoração tibial anterior 
 
b. Diagnóstico 
 RX: fragmentação da tuberosidade tibial 
 
c. Tratamento 
 Repouso + analgesia + AINE + joelheira 
 
PARTES MOLES 
DOR NO OMBRO 
SÍNDROME DO IMPACTO: 
abdução do ombro > compressão de estruturas que passam entre o acrômio e o úmero – 
bursite, tendinite do m. supraespinhal 
 
MANGUITO ROTADOR 
 Supraespinhal – abdução 
 Redondo menor 
 Infraespinhal – rotação externa 
 Subescapular – rotação interna 
 
NEER 
Com a escápula estabilizada, faz-se elevação passiva do braço 
em rotação interna 
Síndrome do impacto 
HAWKINS 
Rotação interna passiva do braço em flexão anterior e com 
cotovelo fletido 
JOBE 
Elevação do membro em rotação interna (polegar para baixo) 
contra resistência – lata vazia 
Supraespinhoso 
PATTE 
Rotação externa do membro contra resistência com o cotovelo 
flexionado – bolsinha paty 
Infraespinhoso 
GERBER 
Afastar a mão do dorso após colocar o braço para trás em 
rotação interna com cotovelo flexionado – general 
Subescapular 
YERGASON 
Com braço aduzido ao tórax e cotovelo flexionado a 90, fazer 
supinação contra resistência 
Bíceps 
SPEED (PALM UP) 
Com antebraço estendido e supinado, realizar elevação do 
braço contra a resistência enquanto se palpa o sulco bicipital 
Fraqueza: rotura / Dor: tendinite 
 
DOR NO COTOVELO 
▪ EPICONDILITE 
LATERAL – Tenista MEDIAL – Golfista 
Doe com extensão do punho contra a resistência Dor com flexão do punho contra a resistência 
 
COZEN Extensão do punho contra resistência 
Epicondilite lateral 
MILL Oposição à flexão 
 
 
 
15 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
DOR NO PUNHO 
FINKELSTEIN Flexão do polegar e desvio ulnar passivo 
Tenossinovite de DeQuervain – 
tendões do polegar (abdutor longo 
e extensor curto) 
TINEL Percussão da face anterior do punho Síndrome do túnel do carpo – 
n. mediano (1º + 2º + 3º + metade 
lateral do 4º dedo) 
PHALEN Flexão palmar por 1 min 
 
DOR NO JOELHO 
Ligamentos cruzados 
GAVETA 
ANTERIOR 
Coxa e perna em flexão, puxar a perna para frente 
Ligamento cruzado anterior LACHMAN Tração anterior da perna e posterior do fêmur 
PIVOT SHIFT 
Rotação interna da tíbia segurando o pé seguida da 
flexão do joelho 
GAVETA 
POSTERIOR 
Coxa e perna em flexão, empurrar a perna para trás Ligamento cruzado posterior 
 
Ligamentos colaterais 
ESTRESSE EM 
VALGO 
Forçar joelho medialmente Ligamento colateral medial 
ESTRESSE EM 
VARO 
Forçar o joelho lateralmente Ligamento colateral lateral 
 
Meniscos 
MCMURRAY 
Rotação externa da tíbia seguida de extensão do 
joelho 
Menisco medial 
Rotação interna da tíbia seguida de extensão do joelho Menisco lateral 
APPLEY 
Decúbito ventral, pressão na região plantar e rotação 
externa da perna 
Menisco medial 
Decúbito ventral, pressão na região plantar e rotação 
interna da perna 
Menisco lateral 
*O calcanhar aponta para o menisco testado!!! 
 
OTORRINOLARINGOLOGIA 
VERTIGEM 
Ilusão de movimento (rotação) – a pessoa roda ou o ambiente roda 
 
PERIFÉRICO (80%) CENTRAL 
Labirinto 
N. vestibulococlear (VIII par) 
Tronco encefálico 
Córtex 
VPP 
Doença de Meniére 
Neurite 
AVE – circulação posterior (vertebrobasilar) 
Tumor 
Súbita, intensa, limitada Insidiosa, crônica 
Horizontal / Rotatório 
Unidirecional 
Inibe com a fixação visual 
Vertical 
Multidirecional 
Não inibe com fixação visual 
Zumbido Disartria, disfasia 
 
VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA (VPPB) 
Otolitos (debris de cálcio) saem do utrículo e caem no canal semi-circular (principalmente posterior) > movimenta 
endolinfa > células ciliadas interpretam como movimento 
*Principal causa de vertigem 
 
16 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
a. Clínica 
 Mulher > 60 anos 
 Após trauma, infecções 
 Episódios rápidos (< 1min) provocados por movimentos da cabeça 
 
b. Diagnóstico 
 Manobra de Dix-Hallpike (Nylen-Barany) 
 
c. Tratamento 
 Manobra de Epley 
*Evitar antivertiginosos (“vertix”) – parkinsonismo 
 
d. Diagnósticos diferenciais 
DOENÇA DE MENIÉRE 
 Hidropsia endolinfática com distorção do labirinto – acúmulo de endolinfa 
 Vertigem recorrente + zumbido + hipoacusia 
 Tratamento: dieta hipossódica / betaistina / diurético / corticoide / cirurgia / 
reabilitação 
NEURITE VESTIBULAR – 
“Labirintites” 
 Lesão neural inflamatória 
 Crise vertiginosa após IVAS 
 Tratamento: sintomáticos (dimenidrato / clonazepam) – “deprime” o labirinto 
 
RINITE 
Inflamação da mucosa nasal 
1: 
Rinorreia 
Obstrução nasal 
Prurido 
Espirros 
 
ALÉRGICA 
Exposição a alérgeno > liberação de IgE e histamina 
Perene (ácaro) x Sazonal (pólen) 
a. Clínica 
 História de atopia – asma, eczema atópico 
 Dupla prega de Dennie-Morgan, saudação alérgica, prega nasal (linha transversal eritematosa) 
 Rinoscopia: mucosa edemaciada e pálida 
 
b. Classificação 
Intermitente Sintomas < 4 dias/semana ou < 4 semanas 
Persistente Sintomas ≥ 4 dias/semana e ≥ 4 semanas 
 
Leve Sono e atividades normais, sem sintomas incômodos 
Moderada-grave Atividades comprometidas, incômodo 
 
c. Diagnóstico 
 Clínico 
 Laboratório: eosinofilia, aumento de IgE 
 Testes alérgicos: cutâneo, sérico 
 
d. Tratamento 
Não farmacológico – controle ambiental 
 Quarto ventilado 
 
17 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 Evitar tapetes, cortinas e bichos de pelúcia 
 Limpeza com pano úmido 
 Controle do mofo e umidade 
 Evitar animais de pelo e pena 
 Não fumar 
 Evitar produtos de forte odor 
 Lavagem nasal com SF 
 
Farmacológico 
Intermitente / 
Persistente leve 
 Corticoide tópico (spray nasal) – beclometasona, budesonida, fluticasona 
 Anti-histamínicos 2ª geração – loratadina, desloratadina, fexofenadina 
 Cromoglicato – se < 2 anos, menos efetivo 
Persistente moderada 
ou grave 
 Corticoide tópico +/- Anti-histamínicos 
 Corticoide oral 
 Descongestionantes – pseudoefedrina 
 Antileucotrienos 
 
Imunoterapia – único que altera curso da doença 
Indicações: 
 Falha no tratamento farmacológico 
 Sensibilização comprovada por testes 
 Relação exposição x manifestação clínica 
 Extrato alergênico disponível e padronizado 
 
OUTRAS CAUSAS DE RINITE 
EOSINOFÍLICA NÃO-ALÉRGICA IgE normal 
HORMONAL Gravidez, menstruação 
INDUZIDA POR DROGAS 
Uso prolongado de vasoconstritores (efeito rebote) / IECA, sildenafil 
*Congestão nasal, vermelhidão, friabilidade 
ATRÓFICA Klebsiella ozenae 
SISTÊMICA Granulomatose de Wegener / Sarcoidose 
IDIOPÁTICA - 
 
EPISTAXE 
ANTERIOR POSTERIOR 
Plexo de Kiesselbach Ramos posterolaterais da artéria esfenopalatina 
Mais comum (90%) Coagulopatias 
Criança/adulto jovem Idosos 
Autolimitada Mais grave – sai sangue pelo nariz e pela boca 
 
1) Estabilização hemodinâmica / via aérea 
 
2) Medidas gerais 
 Assoar nariz – remover coágulo 
 Borrifar vasoconstritor – oximetazolina 
 Comprimir narina 10-15min – gelo local 
 
3) Medidas específicas 
 Cauterização – química, elétrica, laser 
 Tamponamento – anterior, posterior 
 Embolização 
 Cirurgia – ligaduras 
 
 
18 Ana Bárbara Dias LopesUrzedo – 2021 
APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO 
Bloqueio inspiratório da via respiratória durante o sono 
Hipoxemia + hiperatividade simpática (HAS) + resistência à insulina 
a. Fatores de risco 
 Sexo masculino, 40-65 anos 
 Obesidade 
 Hipotireoidismo 
 Acromegalia 
 Ehler-Danlos 
 
b. Clínica 
 Roncos 
 Sonolência diurna – sono não reparador 
 HAS / AVE / IAM – são fatores independente da obesidade!!! 
 Depressão / déficit cognitivo 
 Esteatose hepática 
 
c. Diagnóstico 
 Polissonografia (noite inteira ou split-night): IAH ≥ 5/h de sono – assintomáticos: IAH ≥ 15/h 
*Opção: HAST 
 
d. Classificação 
Leve (IAH 5-15) Oligo/assintomática 
Moderada (IAH 15-30) Alteração funcional, HAS 
Grave (IAH > 30, sat < 90% em > 20% do sono) Sintomas francos, aumento do RCV 
 
e. Tratamento 
 Todos: perda ponderal, atividade física, cessar etilismo 
 Leve/moderado: CPAP ou dispositivo oral 
 Grave: CPAP 
 Intolerância ou refratário: cirurgia 
 
PSIQUIATRIA 
TRANST. NEUROCOGNITIVOS 
DELIRIUM – Estado confusional agudo 
 Alteração aguda da função cognitiva e do nível de consciência 
 Prognóstico ruim – mortalidade 50% em 1 ano 
 
a. Fatores de risco (predisponentes) 
 Idoso 
 Sexo masculino 
 Demência 
 Acamado 
 
b. Fatores precipitantes (causas) 
 Infecções 
 AVE / IAM 
 Medicamentos – opioide, anticolinérgico, BZD 
 “Invasão” – cateter, sonda.. 
 Dor 
 
 
 
19 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
c. Clínica 
Quadro agudo e flutuante de: 
 Déficit de atenção – obrigatório! 
 Alteração do nível de consciência 
 Desorientação 
 Amnésia 
 Ilusão (o objeto existe) / alucinação (o objeto não existe) 
 Alteração do ciclo sono-vigília 
 Disautonomias 
 Mioclonia 
 
d. Tipos 
HIPOATIVO – mais comum Apatia, sonolência, lentidão 
HIPERATIVO Agitação, ilusão, disautonomias 
MISTO Flutua ao longo do dia 
 
e. Diagnóstico 
▪ CAM-ICU 
 Alteração aguda / flutuante do estado de mental + Déficit de atenção + Pensamento desorganizado ou 
alteração do nível de consciência 
 
f. Tratamento 
 Tratar fator desencadeante 
 Em caso de agitação: antipsicótico em baixa dose – haloperidol 
 
TRANST. RELACIONADOS A SUBSTÂNCIAS 
Depressoras – álcool, opioides, BZD, barbitúricos Diminuem atividade cerebral – sonolência 
Estimuladoras – cocaína, anfetamina, nicotina Aumentam atividade cerebral – “ligam” as pessoas 
Perturbadoras – maconha, LSD, cetamina Alucinógenas – alteram percepção e pensamento 
 
Abstinência é o oposto do efeito da droga! 
 
DEPRESSORAS 
ÁLCOOL 
Intoxicação 
aguda 
1) Euforia, perda da censura, alteração do 
raciocínio 
2) Tontura, incoordenação 
3) Comportamento emocional afetado 
4) Confusão, estupor, coma 
 
*Intoxicação alcóolica idiossincrática ou patológica: grave 
alteração do comportamento com pouca quantidade de álcool 
Suporte +/- BZD ou antipsicótico 
Dependência 
Questionário CAGE (≥ 2) 
 Já tentou diminuir a bebida? – cut down 
 Já se irritou com os outros porque criticaram 
seu jeito de beber? – annoyed 
 Já se sentiu culpado por causa do seu jeito de 
beber? – guilty 
 Já teve que beber para aliviar a ressada? – eye 
opener 
 Abordagem familiar, grupo de 
ajuda, intervenção breve 
 Naltrexona – antagonista 
opioide 
 Acamprosato – tem que ter 
parado de beber 
 Dissulfiram – aversão ao 
álcool (aumenta acetaldeído) 
Abstinência 
LEVE – 6-36h após cessar uso 
 Tremor – mais precoce 
 Insônia 
 Agitação 
Suporte + BZD + tiamina (B1) 
Prevenção: evitar isolamento, 
ambiente tranquilo 
 
20 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
*Hiperatividade simpática 
 
DELIRIUM TREMENS 
 Delírio 
 Confusão mental 
 Taquicardia 
 HAS 
 Febre 
 Convulsão 
 
ALUCINOSE ALCÓOLICA 
 Alucinações com sinais vitais normais! 
Transtorno 
amnéstico 
SÍNDROME DE WERNICKE 
 Alteração precoce da falta de tiamina (B1) 
 É reversível 
 Ataxia + confusão mental + alterações da 
motilidade ocular 
 
SÍNDROME DE KORSAKOFF 
 Alteração crônica da falta de tiamina (B1) 
 É irreversível 
 Pode ser evolução de Wernicke 
 Demência com perda da memória recente + 
confabulação 
Repor tiamina (B1) 
 
OPIOIDE – morfina, heroína, metadona, fentanil, oxicodona 
Intoxicação 
aguda 
= ÁLCOOL (hiperatividade parassimpática) 
 Overdose: bradicardia, hipotensão, 
hipotermia, bradipneia, depressão 
respiratória, miose, coma 
Suporte + Naloxone 
Abstinência 
= ÁLCOOL (hiperatividade simpática) 
 Midríase, HAS, sudorese, tremor, dor 
abdominal 
Suporte + Metadona (desmame) / 
Naltrexona (antagonista opioide) 
 
BENZODIAZEPÍNICOS – agonista GABA (diazepam, clonazepam, clordiazepóxido) 
Intoxicação 
aguda 
= ÁLCOOL + 
 Depressão dos sinais vitais 
Suporte + Flumazenil 
Abstinência 
 Tremores, palpitações, cefaleia, insônia, 
pesadelos, delírio, convulsões 
*Hiperatividade simpática 
Redução gradativa da dose 
 
ESTIMULADORAS 
COCAÍNA/CRACK – aumenta dopamina, noradrenalina e serotonina 
Intoxicação 
aguda 
 Irritabilidade, agitação, confusão, mania, 
impulsividade sexual 
 Taquicardia, HAS, midríase, sudorese 
Suporte + BZD + Fentolamina 
*NÃO FAZER BB! 
Abstinência 
 Disforia, ansiedade, depressão, ideação 
suicida, sonolência, fadiga 
Suporte psicológico 
 
ANFETAMINA – metanfetamina, ecstasy, rebite 
Intoxicação 
aguda 
= Cocaína 
+ Polidipsia 
Abstinência 
 
 
 
21 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
NICOTINA – agonista nicotínico dos receptores da acetilcolina 
Abstinência 
 Disforia, insônia, ansiedade, ganho de peso, 
depressão 
TCC +/- medicamento (≥ 20/dia, 
Fagerstrom ≥ 5, falha terapêutica) 
 Nicotina (adesivo, goma, 
pastilha) – CI: IAM < 15 dias 
 Bupropiona – CI: convulsão 
 Vareniclina – CI: IR, grávida 
 
PERTURBADORAS 
Intoxicação 
aguda 
 Alteração do comportamento e da 
percepção, ansiedade 
Suporte +/- BZD ou haloperidol 
Abstinência Pouco risco de abstinência física 
 
TRANST. PSICÓTICOS 
 Perda do juízo da realidade 
 Sem queda do nível de consciência 
 Sem causas orgânicas identificáveis 
 
ESQUIZOFRENIA 
a. Epidemiologia 
 Grave 
 Sem cura 
 Adulto jovem 
 Sem preferência de sexo e classe social 
 
b. Clínica 
PRÉ-MÓRBIDO 
 Passividade, introversão, sem interesse romântico e social 
 Personalidades pré-mórbidas – esquizoide (frio, isolado, introspectivo), 
esquizotípica (excêntrica, filosofia, galáxias, desleixado) 
SINTOMAS 
POSITIVOS 
 Alucinação – distorção sensoperceptiva (auditiva!!) 
 Delírio – distorção do pensamento (paranoide) 
 Alteração da linguagem – neologismos, ecolalia 
 Agitação, discurso desorganizado 
SINTOMAS 
NEGATIVOS 
 Isolamento 
 Perda do prazer 
 Diminuição do afeto 
 Avolia 
 
c. Diagnóstico 
> 6 meses + ≥ 2: 
Delírios 
Alucinações 
Discurso desorganizado 
Comportamento desorganizado 
Sintomas negativos 
*NÃO é obrigatório ter delírios/alucinações 
d. Classificação 
PARANOIDE 
 Mais comum 
 Delírios – persecutórios, grandeza 
 Alucinações – vozes 
HEBEFRÊNICA 
 Prognóstico ruim 
 Comportamento infantil 
 Sintomas negativos 
 
22 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
CATATÔNICA  Predominam distúrbios motores – posturas bizarras, rigidez 
INDIFERENCIADA  Não preenche critérios anteriores ou sintomas mistos 
 
e. Tratamento 
ANTIPSICÓTICOS 
▪ TÍPICOS – bloqueio não seletivo do receptor D2 da dopamina + bloqueio colinérgico/histamínico/alfa1-
adrenérgico 
Alta potência – menos sedativo Haloperidol, Flufenazina 
Baixa potência – mais sedativo Clorpromazina 
 
Efeitos colaterais: 
 Parkinsonismo, acatisia, discinesia, distonia 
 Galactorreia, amenorreia 
 Boca seca, constipação intestinal, retenção urinária 
 
▪ ATÍPICOS – bloqueio seletivo do receptor de serotonina e dopamina 
 Melhor para sintomas negativos 
 Menos efeitos colaterais motores 
 Menos hiperprolactinemia 
 
Clozapina Agranulocitose, diminui limiar convulsivo 
*Indicado paracasos refratários 
Olanzapina Síndrome metabólica 
Quetiapina Ação hipnótica, antidepressivo 
Risperidona Melhora irritabilidade 
*Em altas doses tem efeito típico 
 
f. Diagnósticos diferenciais 
TRANST. DELIRANTE 
PERSISTENTE 
 > 40 anos 
 Delírio fixo ≥ 1 mês (persecutório, ciúmes) – delírio e só! 
TRANST. ESQUIZOAFETIVO  Transtorno do humor (depressão ou mania) + transtorno psicótico 
TRANST. 
ESQUIZOFRENIFORME 
 “Esquizofrenia limitada” – dura no máximo 6m 
TRANST. PSICÓTICO BREVE 
 “Esquizofrenia limitada” – dura no máximo 1m 
 Pode ocorrer após estresse 
 
TRANST. DO HUMOR 
DEPRESSÃO 
a. Epidemiologia 
 Recorrente 
 Mulheres (2:1) 
 17% da população 
 Sem preferência de classe social 
 
b. Diagnóstico – queda da autoestima e da energia 
≥ 2 semanas de humor deprimido ou diminuição do interesse/prazer + 4: 
 Diminuição/ganho de peso 
 Insônia ou hipersonia 
 Agitação ou retardo psicomotor 
 Fadiga ou perda de energia 
 Culpa 
 Diminuição da concentração 
 Pensamentos suicida 
 
23 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
c. Classificação 
LEVE Não impede atividades diárias – pouco prejuízo 
MODERADA Intermediária 
GRAVE Sofrimento grave, não manejável – muito prejuízo 
 
d. Tratamento 
LEVE Psicoterapia ou antidepressivo 
MODERADA/GRAVE Psicoterapia + antidepressivo 
 
ISRS – 1ª escolha 
 Fluoxetina, Sertralina (de escolha para cardiopatas), Escitalopram (mais tolerado, 
mas aumenta intervalo QT) 
 EA: tontura, perda do apetite, queda da libido, náuseas/vômitos – tendem a 
diminuir com o tempo 
DUAIS 
 Venlafaxina, Duloxetina (atua na dor) 
 EA: = IRSR, hipertensão 
TRICÍCLICOS 
 Amirtriptilina, Nortriptilina, Clomipramina (mais seratoninérgico, menos EA) 
 EA: anticolinérgicos (boca seca, constipação, retenção urinária, midríase, demência), 
hipotensão, sonolência, alteração da condução cardíaca, ganho de peso 
*Não usar em idoso! 
TETRACÍCLICOS 
 Maprolitina 
 EA: = Tricíclico 
ATÍPICOS 
Bupropiona 
 Bom para dependência de nicotina, pouco risco de disfunção sexual 
 EA: diminui limiar convulsivo 
 
Agomelatina 
 Bem tolerado, bom para insônia 
 
Mirtazapina 
 Dose baixa tem efeito sedativo, aumenta apetite, não causa disfunção sexual 
*Boa para depressão com insônia e falta de apetite! 
MODULADORES 
DA SEROTONINA 
 Trazodona 
 EA: priapismo, sedativo 
*Boa para idoso! 
INIBIDORES DA 
IMAO 
 Tranilcipromina 
 EA: crise hipertensiva, evitar tiramina (queijo, cerveja, vinho, leite) 
 
 
 
 
 
MANIA/HIPOMANIA 
a. Clínica – aumento da autoestima e da energia ≥ 1 semana 
 Logorreia 
 Insônia 
 Diminuição da atenção 
 Arrogância 
 Delírio de grandeza 
 Fuga de ideias 
 Hipersexualidade 
 Gastos excessivos 
 Impulsividade 
 
Efeito sedativo: Mirtazapina, Trazodona 
Não geram disfunção sexual: Mirtazapina, Bupropiona 
Hipomania: NÃO TEM prejuízo social, 
necessidade de internação e sintoma 
psicótico (delírio de grandeza) 
 
24 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
b. Tratamento 
Hipomania / Mania leve ou moderada Antipsicótico ou estabilizador do humor (Lítio, Valproato) 
Mania grave Antipsicótico + estabilizador do humor (Lítio, Valproato) +/- BZD 
 
BIPOLAR 
a. Diagnóstico 
CID-10 DSM-V 
Mania + Mania 
Mania + Depressão 
Mania: bipolar tipo I 
Hipomania + depressão: bipolar tipo II 
*Se tem mania é bipolar tipo I 
b. Tratamento 
Manutenção Estabilizador do humor (Lítio, Valproato, Quetiapina) +/- Antipsicótico 
Depressão Estabilizador do humor (Lítio, Valproato, Quetiapina) + Antipsicótico 
*Não tratar com antidepressivo, pois pode haver virada maníaca! 
 
c. Diagnósticos diferenciais 
DISTIMIA  Depressão leve crônica > 2 anos 
CICLOTÍMIA 
 Instabilidade persistente do humor > 2 anos 
 Sintomas hipomaníacos (sem critérios para hipomania) + sintomas depressivos 
(sem critérios para depressão) 
 
TRANST. DE ANSIEDADE 
Preocupação e medo excessivos 
 
Tratamento 
 Psicoterapia – TCC 
 Antidepressivos – ISRS, dual, tricíclicos 
 BZD por curto período 
 
TRANST. DO PÂNICO 
(> 1m) 
 Ataques de ansiedade inesperados 
 Mulher, 25 anos 
 Ataques de pânico (medo intenso que dura 20-30min + sensação de morte 
iminente + medo de enlouquecer) + medo de novos ataques 
 Com ou sem agorafobia – medo de passar mal fora de casa 
AGORAFOBIA 
(> 6m) 
 Medo de lugares que não dá pra fugir ou que não consiga ajuda se passar mal 
 Medo de transporte público, espaço aberto, locais fechados, fila, multidão, sair de 
casa sozinho 
 Procuram companhia para sair de casa 
FOBIA ESPECÍFICA 
(> 6m) 
 Medo de situações/objetos específicos – voar, animais, sangue 
 São comuns ataques de pânico 
FOBIA SOCIAL 
(> 6m) 
 Medo de se expor em público, de ser avaliado pelos outros 
 Mulheres, 5-35 anos 
 Medo de falar em público, encontrar pessoas novas, falar com autoridades, ir a 
festas/entrevistas/provas 
ANSIEDADE 
GENERALIZADA 
(> 6m) 
 Preocupação/medo excessivo e persistente 
 Mulheres, fim da adolescência 
 Preocupação contínua e excessiva 
 Inquietação motora, tremor 
 Cefaleia, irritabilidade, insônia 
 Prejuízo social 
 
 
 
 
25 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
TRANST. OBSESSIVO-COMPULSIVO 
Pensamento obsessivo e/ou ato compulsivo 
 
a. Clínica 
Obsessões Compulsões 
 Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes 
intrusivas e indesejáveis 
 Morte de parentes, pensamentos sexuais, 
simetria 
 Comportamento ou ato mental repetitivo 
 Pode ter a ver ou não com o pensamento – 
lavar mãos, contar, organizar, checar 
*Alivia o pensamento obsessivo 
 
b. Tratamento 
 Psicoterapia 
 ISRS – 1ª linha 
 
TRANST. DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO 
Ocorre após evento traumático (ter vivido ou ter testemunhado) 
 
a. Clínica – adulto jovem, > 1 mês 
 Lembranças intrusivas 
 Flashbacks 
 Evitação de pensamentos e situações 
 Sonhos sobre o ocorrido 
 Sintomas depressivos 
 
b. Tratamento 
 Psicoterapia 
 ISRS, Venlafaxina – 1ª linha 
 
TRANST. ALIMENTARES 
ANOREXIA 
Baixo peso corporal com medo intenso de ganhar peso – distorção da imagem corporal 
 
a. Clínica 
 Restrição da ingesta calórica com peso muito baixo 
 Guarda segredo sobre o comportamento 
 Rituais alimentares 
 Pode ter episódios de compulsão alimentar com purgação 
 Amenorreia, osteopenia, perda da libido 
 
b. Tratamento 
 Suporte nutricional + terapia 
 
BULIMIA 
Compulsão alimentar seguida de purgação 
 
a. Clínica 
 Compulsão alimentar – grande quantidade em pouco tempo 
 Perda de controle 
 Comportamentos compensatórios – vômitos, laxantes, diuréticos, exercício exagerado 
 Peso normal ou acima do peso 
 Preocupação excessiva com o peso 
3 dias – 1 mês: 
transtorno de estresse agudo 
 
26 Ana Bárbara Dias Lopes Urzedo – 2021 
 
b. Tratamento 
 Terapia 
 
TRANST. DE PERSONALIDADE 
BORDERLINE  Instabilidade nas relações, na autoimagem, no afeto e na impulsividade 
HISTRIÔNICA  Busca atenção em excesso (centro das atenções), sedutor 
DEPENDENTE  Necessidade de ser cuidado, não toma decisões 
OBSESSIVA-COMPULSIVA 
 Preocupação excessiva com regras, detalhes, perfeccionista, inflexível, 
excessivamente dedicado ao trabalho 
ANTISSOCIAL  Não tem empatia, não sente culpa, manipuladores, “psicopatas” 
> 18 anos, não tem insight 
 
SUICÍDIO 
a. Fatores de risco 
 Tentativa anterior 
 Doença psiquiátrica – depressão, dependência de álcool 
 Desempregado, viúvo, doença crônica incapacitante 
 
b. Abordagem 
1) Pensa sobre 
2) Planeja 
3) Tem data 
 
c. Conduta 
Baixo risco – só pensa Manejo clínico ou psiquiatra 
Médio risco – pensa e planeja Psiquiatra + apoio familiar 
Alto risco – pensa, planeja e tem data / 
tentativa prévia 
Psiquiatra + apoio familiar + avaliar internação imediata (se não 
conseguir uma avaliação imediata do psiquiatra) 
 
 
 
Internação imediata: 
 Tentativa prévia 
 Plano e data 
 Ausênciade apoio familiar 
 Doença psiquiátrica grave

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