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1 Profª Eimi Veridiane Suzuki Introdução à Resistência dos Materiais Aula 3 Conversa Inicial Seja bem-vindo à aula três de Introdução à Resistência dos Materiais, aqui nesta aula veremos as deformações que ocorrem quando um corpo está submetido a um carregamento axial Carregamento axial Princípio de Saint-Venant e Princípio da Superposição Temos dois pontos importantes no princípio de Saint-Venant As tensões não serão constantes quando olhamos na região perto da aplicação da carga e do apoio, mas quando nos afastamos desses pontos a tensão normal se torna constante em toda a seção Princípio de Saint-Venant Não importa se você tiver uma força P aplicada, ou duas forças P/2, ou n forças P/n, a distribuição das tensões nas seções será a mesma para todos desde que as cargas sejam estaticamente equivalentes e tenham sido aplicadas na mesma região 1 2 3 4 5 6 2 Princípio de Saint-Venant Fonte: Hibbeler (2015) a b c c a b P P P P A carga distorce as retas próximas a ela As retas localizadas longe da carga e do apoio permanecem retas A carga distorce as retas localizadas perto do apoio seção a-a seção b-b seção b-b 𝛔𝐦é𝐝 𝑷 𝑨 𝐏 𝟐 𝐏 𝟐 b 𝛔𝐦é𝐝 𝑷 𝑨 seção c-c c a Pelo princípio da superposição, se nós temos um carregamento complicado, pode-se determinar a tensão e o deslocamento resultante dividindo-se o carregamento em partes menos complicadas e depois somando as resultantes Princípio da superposição Para podermos usar esse princípio temos duas condições A carga e a tensão, ou o deslocamento, devem ter uma relação linear, como em: σ=F/A A carga não pode provocar mudanças grandes no formato do corpo Temos um exemplo na figura abaixo, na qual há uma grande mudança no comprimento da viga, pois d≠d1≠d2 Fonte: Hibbeler (2015) += (a) d d1 d2 P P1 P2 b Carregamento Axial Fórmula do deslocamento 𝜎 𝑃 𝐴 𝜀 𝛿 𝐿 𝐸 𝜎 𝜀 𝛿 𝑃.𝐿 𝐴.𝐸 𝛿 𝑃.𝐿 𝐴.𝐸 (Beer et al., 2015) Ambas as partes da barra ABC são feitas de um alumínio para o qual E = 70 GPa Sabendo que a intensidade de P é 4 kN, determine (a) o valor de Q de modo que o deslocamento em A seja zero; e (b) o deslocamento correspondente em B P Diâmetro de 20 mm0.4 m A B 0.5 m C Diâmetro de 60 mm 7 8 9 10 11 12 3 𝐹 0 𝑁 𝑃 4 𝑘𝑁 Dados E 70 GPa 70 . 10 𝑃𝑎 𝑃 4 kN 𝐿 0,4 m 𝐿 0,5 m 𝑑 20 mm 0,02 m 𝑑 60 mm 0,06 m Q ? quando 𝛿 0 𝛿 ? quando 𝛿 0 P Diâmetro de 20 mm0.4 m A B 0.5 m C Diâmetro de 60 mm P NAB 𝐹 0 𝑃 𝑄 𝑁 0 𝑁 4 𝑄 𝑘𝑁 𝐴 𝜋𝑟 𝐴 𝜋 𝑑 2 𝐴 𝜋 0,02 2 𝐴 3,1416. 10 𝑚² 𝐴 𝜋 𝑑 2 𝐴 𝜋 0,06 2 𝐴 2,8274. 10 𝑚² Dados E 70 GPa 70 . 10 𝑃𝑎 𝑃 4 kN 𝐿 0,4 m 𝐿 0,5 m 𝑑 20 mm 0,02 m 𝑑 60 mm 0,06 m Q ? quando 𝛿 0 𝛿 ? quando 𝛿 0 P A B Q NBC Dados E 70 GPa 70 . 10 𝑃𝑎 𝑃 4 kN 𝐿 0,4 m 𝐿 0,5 m 𝑑 20 mm 0,02 m 𝑑 60 mm 0,06 m Q ? quando 𝛿 0 𝛿 ? quando 𝛿 0 𝛿 𝑃. 𝐿 𝐴.𝐸 0 𝑁 . 𝐿 𝐴 . E 𝑁 .𝐿 𝐴 . E 0 4. 10 . 0,4 3,1416. 10 . 70 . 10 4. 10 𝑄 . 0,5 2,8274. 10 . 70 . 10 𝑄 32800𝑁 32,8 𝑘𝑁 𝛿 𝑁 .𝐿 𝐴 . E 𝛿 4. 10 32,8. 10 . 0,5 2,8274. 10 . 70 . 10 𝛿 0,0000728 𝑚 0,0728𝑚𝑚 P Diâmetro de 20 mm0.4 m A B 0.5 m C Diâmetro de 60 mm Elemento com Carga Axial Estaticamente Indeterminado Em alguns casos apenas as equações de equilíbrio não são suficientes para achar as reações de apoio, esses casos são chamados de estaticamente indeterminados Elemento estaticamente indeterminado Fonte: Gere; Goodno, (2017) a b L B C P A RA RB RA A P C B RB Para achar as reações de apoio precisamos do mesmo número de equações, se temos duas reações precisamos de duas equações Uma das equações achamos com as equações de equilíbrio A segunda equação será obtida analisando a geometria do elemento e seus deslocamentos (δ) Fonte: Gere; Goodno, (2017) RA A P C B RB 13 14 15 16 17 18 4 (Hibbeler, 2015) A coluna de concreto é reforçada com quatro hastes de aço, cada uma com diâmetro de 18 mm Determine a tensão no concreto e no aço se a coluna for submetida a uma carga axial de 800 kN Eaço = 200 GPa, Ec = 25 GPa 300 mm 300 mm 800 kN Dados 𝑑 ç 18 𝑚𝑚 0,018𝑚 𝑙𝑎𝑑𝑜 300 𝑚𝑚 0,3 𝑚 𝑃 800 𝑘𝑁 𝐸 ç 200 𝐺𝑃𝑎 𝐸 25 𝐺𝑃𝑎 𝜎 ? 𝜎 ç ? 300 mm 300 mm 800 kN 𝐹 0 𝐴 𝜋𝑟 𝐴 ç 𝜋 𝑑 ç 2 𝐴 ç 𝜋 0,018 2 𝐴 ç 2,5447. 10 𝑚² 𝐴 𝑙𝑎𝑑𝑜 4 .𝐴 ç 𝐴 0,3 4 . 2,5447. 10 𝐴 0,08898 𝑚² 4 .𝐹 ç 𝐹 800 0 𝛿 𝛿 ç 𝐹 . 𝐿 𝐴 .𝐸 𝐹 ç . 𝐿 ç 𝐴 ç .𝐸 ç 𝐹 0,08898 . 25. 10 𝐹 ç 2,5447. 10 . 200. 10 𝐹 43,7085 .𝐹 ç 4 .𝐹 ç 𝐹 800 0 4 .𝐹 ç 43,7085 .𝐹 ç 800 0 𝐹 ç 16,7685 𝑘𝑁 𝐹 732,9261 𝑘𝑁 Dados 𝑑 ç 18 𝑚𝑚 0,018𝑚 𝑙𝑎𝑑𝑜 300 𝑚𝑚 0,3 𝑚 𝑃 800 𝑘𝑁 𝐸 ç 200 𝐺𝑃𝑎 𝐸 25 𝐺𝑃𝑎 𝜎 ? 𝜎 ç ? 300 mm 300 mm 800 kN 𝜎 ç 𝐹 ç 𝐴 ç 𝜎 ç 16,7685 . 10 2,5447. 10 𝜎 ç 65,8958 𝑀𝑃𝑎 𝜎 𝐹 𝐴 𝜎 732,9261 . 10 0,08898 𝜎 8,2370 𝑀𝑃𝑎 Dados 𝑑 ç 18 𝑚𝑚 0,018𝑚 𝑙𝑎𝑑𝑜 300 𝑚𝑚 0,3 𝑚 𝑃 800 𝑘𝑁 𝐸 ç 200 𝐺𝑃𝑎 𝐸 25 𝐺𝑃𝑎 𝜎 ? 𝜎 ç ? 300 mm 300 mm 800 kN Tensão Térmica Quando um corpo é aquecido ele tende a se expandir e se sua temperatura é reduzida ele tende a se contrair Fonte: Gere; Goodno (2017) A B 19 20 21 22 23 24 5 Quando há uma mudança de temperatura o corpo se expande ou se contrai segundo uma relação linear 𝛿 𝛼 .∆𝑇 . 𝐿 Onde α é o coeficiente linear de expansão térmica, que é uma propriedade do material e tem como unidade 1/°C ou 1/K Quando temos um elemento estaticamente indeterminado que passa por uma mudança de temperatura usa-se o princípio da superposição para resolver o problema Fonte: Beer et al. (2015) P L A B L c A B b 𝜹𝑻 B a A B L 𝜹𝒓 (Adaptado de BEER et al., 2015) Um tubo de latão (α = 20,9.10-6 /°C) é totalmente preso ao núcleo de aço (α = 11,7.10-6/°C) Determine o maior aumento permitido na temperatura se a tensão no núcleo de aço não deve exceder 55MPa Tubo de latão E = 105 GPa 250 mm 20 mm 5 mm5 mm 20 mm 5 mm Núcleo de aço E = 200 GPa 5 mm Dados 𝐿 ç 𝐿 ã 250 𝑚𝑚 0,25 𝑚 𝛼 ã 20,9 . 10 /°𝐶 𝛼 ç 11,7 . 10 /°𝐶 𝜎 ç 55 𝑀𝑃𝑎 𝐸 ç 200 𝐺𝑃𝑎 𝐸 ã 105 𝐺𝑃𝑎 ∆𝑇 ? 𝜎 ç 𝐹 ç 𝐴 ç 55 . 10 𝐹 ç 0,02² 𝐹 ç 22 𝑘𝑁 𝐹 ç 𝐹 ã 22 𝑘𝑁 5 mm Tubo de latão E = 105 GPa 250 mm 20 mm 5 mm5 mm 20 mm 5 mm Núcleo de aço E = 200 GPa Dados 𝐿 ç 𝐿 ã 250 𝑚𝑚 0,25 𝑚 𝛼 ã 20,9 . 10 /°𝐶 𝛼 ç 11,7 . 10 /°𝐶 𝜎 ç 55 𝑀𝑃𝑎 𝐸 ç 200 𝐺𝑃𝑎 𝐸 ã 105 𝐺𝑃𝑎 ∆𝑇 ? Tubo de latão E = 105 GPa 250 mm 20 mm 5 mm5 mm 20 mm 5 mm Núcleo de aço E = 200 GPa 𝛿 ç 𝛿 ã 𝛿 ç 𝛿 ç 𝛿 ã 𝛿 ã 𝛼 ç .∆𝑇. 𝐿 𝐹 ç . 𝐿 𝐴 ç .𝐸 ç 𝛼 ã .∆𝑇. 𝐿 𝐹 ã . 𝐿 𝐴 ã .𝐸 ã 11,7 . 10 .∆𝑇 22000 0,02² . 200. 10 20,9 . 10 .∆𝑇 22000 0,03 0,02² . 105. 10 ∆𝑇 75,44°𝐶 Concentração de Tensão 25 26 27 28 29 30 6 Em alguns elementos estruturais podem estar presentes algum tipo de descontinuidade no formato do elemento, e essa descontinuidade causar uma perturbação na distribuição de tensão da seção transversal do corpo Fonte: Gere; Goodno (2017) b d c/2 c/2 PP a P b 𝝈𝐌𝐀𝐗 Pode-se calcular esse valor da tensão máxima com a fórmula 𝐾 á é Aonde K é o fator de concentração de tensão, e é um valor tabelado que depende da geometria do objeto A tensão média deve ser achada pela fórmula, σ=P⁄A, mas a área deve ser a da menor seção transversal do corpo 𝑤 ℎ 4,0 𝑤 ℎ 3,0 𝑤 ℎ 2,0 𝑤 ℎ 1,5 𝑤 ℎ 1,2 𝑤 ℎ 1,1 Fonte: Hibbeler (2015) 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 𝒓 𝒉 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,0 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 P P rw 𝜎 é 𝑃 ℎ𝑡 th K 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5𝒓 𝒉 3,2 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,0 P 2r 𝜎 é 𝑃 𝑤 2𝑟 𝑡 P w t Fonte: Hibbeler (2015) K A concentração de tensão é importante ser estudada para evitar rachaduras em elementos de materiais frágeis principalmente se são submetidos a comportamento cíclicosUma pequena mudança na geometria do corpo pode diminuir o valor de K e diminuir o risco do aparecimento de trincas Fonte: Hibbeler (2015) (Hibbeler, 2015) Determine a força axial máxima P que pode ser aplicada à barra A barra é feita de aço e tem tensão admissível σadm = 147 MPa 4 mm 25 mm P r 5 mm 15 mm P 37,5 mm 31 32 33 34 35 36 7 4 mm 25 mm P r 5 mm 15 mm P 37,5 mm 𝑟 5 𝑚𝑚 ℎ 25 𝑚𝑚 𝑤 37,5 𝑚𝑚 𝑟 ℎ 5 25 0,2 𝑤 ℎ 37,5 25 1,5 𝐾 1,72 𝐾 𝜎 á 𝜎 é 1,72 147 . 10 𝜎 é 𝜎 é 85,4651 𝑀𝑃𝑎 𝜎 é 𝑃 𝐴 85,4651 . 10 𝑃 0,025 . 0,004 𝑃 8,5465 𝑘𝑁 𝑤 ℎ 4,0 𝑤 ℎ 3,0 𝑤 ℎ 2,0 𝑤 ℎ 1,5 𝑤 ℎ 1,2 𝑤 ℎ 1,1 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 𝒓 𝒉 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,0 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 P P rw 𝜎 é 𝑃 ℎ𝑡 th 4 mm 25 mm P r 5 mm 15 mm P 37,5 mm 𝑤 37,5 𝑚𝑚 𝑟 15 2 7,5 𝑚𝑚 𝑟 𝑤 7,5 37,5 0,2 𝐾 2,45 𝐾 𝜎 á 𝜎 é 𝜎 é 𝑃 𝐴 2,45 147 . 10 𝜎 é 𝜎 é 60 𝑀𝑃𝑎 60 . 10 𝑃 0,0375 . 0,015 . 0,004 𝑃 5,4 𝑘𝑁 Portanto, a força máxima P que pode ser aplicada à barra é 5,4 kN 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5𝒓 𝒉 3,2 3,0 2,8 2,6 2,4 2,2 2,0 P 2r 𝜎 é 𝑃 𝑤 2𝑟 𝑡 P w t 37 38
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