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Principios basicos do behaviorismo (2)

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Prévia do material em texto

Princípios básicos
do behaviorismo
Prof.º Vitor Hugo Costa
Descrição
Os princípios teóricos básicos do behaviorismo, do paradigma
respondente ao operante, e observações do cotidiano.
Propósito
Compreender os princípios básicos que norteiam o behaviorismo, tanto
no que diz respeito ao paradigma respondente quanto ao paradigma
operante, é fundamental para que o psicólogo possa observar esses
mesmos princípios se manifestarem na vida cotidiana.
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Objetivos
Módulo 1
Paradigma respondente
Analisar o histórico de desenvolvimento do behaviorismo a partir da
manifestação do paradigma respondente no comportamento
humano.
Módulo 2
Paradigma operante
Reconhecer o paradigma operante no comportamento humano e as
mudanças provocadas no ambiente.
Introdução
O behaviorismo é uma das abordagens psicológicas e tem por
objetivo analisar, quantificar e controlar o comportamento de
humanos e animais a partir do método científico.
Talvez o termo controlar gere estranheza em muitas pessoas e
deixe no ar a pergunta:
Será que o behaviorismo quer transformar as pessoas em
robôs?
Por isso, o propósito deste conteúdo é apresentar o behaviorismo
com todos os seus conceitos e paradigmas, desmistificando
muitos preconceitos sobre essa abordagem e demonstrando o
quão importante ele foi ao longo do último século e o quanto

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ainda pode ser útil.
1 - Paradigma respondente
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar o histórico de desenvolvimento do
behaviorismo a partir da manifestação do paradigma respondente no comportamento
humano.
Conceitos behavioristas
Como explicar a natureza das ações humanas?
Desde os tempos mais remotos, os filósofos clássicos buscam a
compreensão das ações humanas para entender não somente por que
as pessoas desempenham os comportamentos simples de
sobrevivência, como outros animais, mas também os comportamentos
complexos que revelam as vontades que impulsionam planejamentos e
atitudes para chegar a determinado ponto ou se desenvolver como
indivíduo único.
Por muitos séculos, a ideia de que uma força motriz de base metafísica
seria suficiente para explicar tais características foi dominante para as
explicações acerca da natureza humana e de suas ações.
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Com o desenvolvimento do método científico, os argumentos filosóficos
que usavam a metafísica para explicar os fenômenos da natureza foram
paulatinamente perdendo sua proeminência frente aos avanços e às
descobertas nas áreas da Física, Química, Astronomia e Biologia.
Mas e as ações humanas? Elas ainda só poderiam ser
explicadas como consequência das relações com
determinado substrato metafísico? Como analisar
cientificamente características tão subjetivas quanto
as ações humanas?
Vejamos as respostas para essas perguntas na sequência.
Estudiosos do comportamento
Apesar de algumas tentativas de estabelecer a Psicologia como mais
um campo de estudo científico, os estudiosos sempre acabavam
esbarrando em algum problema paradigmático que inviabilizava tal
adaptação.
O filósofo e psicólogo alemão Wilhelm Wundt (1832-1920), por exemplo,
foi muito bem-sucedido com seu Laboratório de Psicologia
Experimental, em Leipzig, elaborando importantes estudos em um
movimento que ficou conhecido como escola estruturalista.
Ainda que trouxessem muitas contribuições para a criação de uma
psicologia científica, os estruturalistas não deixaram de receber críticas
por eleger objeto de estudo e método de análise vulneráveis à
experiência subjetiva do pesquisador.
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Se, para o método científico, parte-se do princípio de
que o fenômeno observado pode ser analisado para
obter generalizações provisórias, mas replicáveis,
como seria possível chegar a regras seguras e
replicáveis se o objeto da psicologia estruturalista
eram as experiências conscientes, e o método era a
introspecção?
Ao final do século XIX, importantes estudiosos, como Edward L.
Thorndike (1874-1949) e John B. Watson (1878-1958), resolveram
estudar o comportamento.
Thorndike estudava gatos e seus padrões de comportamentos para
solucionar um problema específico de como sair de uma caixa
previamente construída, para que o animal, colocado dentro da caixa,
pudesse escapar apenas se pressionasse uma barra ou puxasse uma
alavanca, o que fazia com que a corda presa à porta levantasse um
peso, abrindo-a.
O estudioso calculava o tempo necessário para que o gato chegasse a
uma resposta adequada e o recompensava. Thorndike, então, percebeu
que, após o animal acidentalmente pressionar a barra ou puxar a
alavanca, nas vezes seguintes em que o gato era posto na caixa, o
tempo da resposta correta diminuía de forma progressiva.
Assim, Thorndike chegou a reproduzir uma curva de aprendizado que
poderia ser observada não só no estudo com gatos, mas com diversos
outros animais. A partir desse experimento, o estudioso elaborou a Lei
do efeito, sobre a qual discutiremos melhor mais adiante.
Na mesma época, Watson esboçava seus primeiros
trabalhos sobre o comportamento. Ele era crítico da
escola estruturalista, pois defendia que o estudo da
experiência consciente era falho, já que um estudo
objetivo da mente seria impossível. Para ele, era mais
importante se concentrar diretamente no
comportamento observável e tentar controlá-lo.
Portanto, Watson foi um dos principais defensores da mudança do
objeto de estudo da Psicologia, da mente para o comportamento, uma
vez que este pode ser observado, controlado, quantificado, e seus
experimentos, replicados.
Saiba mais
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Watson também é conhecido como o pai do behaviorismo, já que o
início da utilização do termo foi com a publicação de seu trabalho, em
1913, Psychology as the behaviorist views it ou Psicologia como um
comportamentista a vê, na tradução em português. Os estudos de
Watson foram muito influenciados pelos trabalhos sobre
comportamentos reflexos do fisiologista russo Ivan Petrovich Pavlov
(1849-1936).
Os estudos experimentais sobre comportamento aprendido de Watson
eram realizados com animais, mas o próprio psicólogo deixava claro
que esse era um modelo experimental que poderia ser replicado
inclusive em humanos.
Trinta anos depois da criação da escola behaviorista por Watson, outro
proeminente estudioso, Burrhus F. Skinner (1904-1990), trouxe uma
grande contribuição ao estudo do comportamento, apresentando a
teoria sobre a modelagem de comportamentos complexos e postulando
o behaviorismo radical, o qual também será abordado melhor em breve.
O behaviorismo foi a proposta para uma psicologia científica mais bem
aceita, ao menos até meados do século XX, que dominou o cenário
acadêmico por décadas, principalmente no campo da psicologia
experimental.
Os behavioristas têm como pressuposto analisar as
ações emitidas pelos organismos, cujo objetivo é
promover o estudo científico do comportamento de
organismos individuais, de animais ou pessoas.
Aqui, vamos entender melhor os conceitos introdutórios sobre o
behaviorismo, tais como sua definição, suas vertentes de pensamento e
suas aplicações teóricas e práticas.
Breve histórico
A seguir, veja um breve histórico sobre os primeiros autores que
influenciaram o estudo do comportamento:
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Edward L. Thorndike (1874-1949)
Thorndike era interessadoem estudar a inteligência humana e
foi aluno de James M. Cattell (1860-1944).
Observando como gatos e outros animais faziam para resolver
problemas para obter consequências agradáveis, deu um
importante pontapé para uma primeira teoria da aprendizagem,
criando, assim, a Lei do efeito, que diz que: se um
comportamento for seguido de satisfação, será fortalecido,
mas se for seguido de castigo, será enfraquecido.
Ivan Pavlov (1849-1936)
Pavolv, importante fisiologista russo, estudava o papel das
enzimas digestivas, mais especificamente a liberação de saliva
na presença de comida em cachorros. Com isso, observou que
comportamentos reflexos poderiam ser produzidos a partir da
associação de estímulos com respostas reflexas.
Condicionamento clássico
É um conceito relacionado à aprendizagem animal de novos
comportamentos a partir da associação com comportamentos
reflexos previamente apresentados.
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John B. Watson (1878-1958)
Watson foi pioneiro e criador da escola behaviorista. Foi quem
defendeu pela primeira vez que a Psicologia deveria ser a
ciência do comportamento observável. Além disso,
desenvolveu importantes pesquisas sobre o processo de
condicionamento clássico e demonstrou a importância disso
para entendermos o aprendizado de padrões de respostas
emocionais, como, por exemplo, o medo.
S→R
Watson postulou a relação entre estímulo e resposta, ou seja,
uma alteração no ambiente (estímulo) gera uma alteração no
organismo (resposta).
Burrhus F. Skinner (1904-1990)
Dedicou-se a analisar comportamentos complexos. Para ele,
nem todos os comportamentos do cotidiano poderiam ser
explicados por respostas reflexas. Trouxe grandes
contribuições ao behaviorismo com suas teorias de reforço,
punição e modelagem do comportamento.
R→S
Skinner não desconsiderou a obra de Watson, mas a
complementou com a teoria de condicionamento operante, a
qual postula que uma mudança no organismo (resposta) gera
uma mudança no ambiente (estímulo) que aumentará ou
diminuirá a chance de o organismo repetir aquela resposta
inicial.
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Classes de comportamentos
Re�exo inato e re�exo aprendido
Imagine que uma pessoa pediu uma belíssima torta de limão que está
exposta na lanchonete que tanto ama. O atendente lhe serve a torta.
Ansiosamente, o cliente se encaminha para a mesa mais próxima,
senta-se, pega o garfo, retira um generoso pedaço do recheio repleto de
raspas de limão e o leva à boca. No entanto, nesse dia, o cozinheiro
errou a receita ao adicionar uma proporção de limão muito maior que a
necessária, deixando o belo doce extremamente ácido.
Tente imaginar o que a pessoa da história sentiu. Assim como a
personagem, provavelmente, você já experimentou essa sensação de
formigamento incômoda, que, às vezes, até pode ser levemente
dolorosa. Isso nada mais é do que uma resposta automática do
organismo para que as glândulas salivares aumentem
consideravelmente e em pouco tempo a produção de saliva para facilitar
o processo de digestão do alimento.
Exame do reflexo patelar.
Assim como a ativação rápida das glândulas salivares, existem diversos
outros mecanismos de resposta do organismo a mudanças do
ambiente.
Por exemplo, o reflexo patelar, o qual pode ser demonstrado quando um
leve golpe é dado no tendão patelar, fazendo com que os músculos da
perna se contraiam, é outra situação bastante habitual.
Temos também outros exemplos: quando um pequeno objeto entra no
olho de uma pessoa, automaticamente, a produção de lágrima aumenta.
Se uma pessoa encostar sua pele em uma superfície muito quente, de
imediato irá afastá-la do contato com o meio.
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Assim, todos esses exemplos têm alguns fatores em
comum: são respostas do organismo a uma mudança
do ambiente, não necessariamente conscientes.
E, então, surge o seguinte questionamento: o que há de especial nessas
situações?
Resposta
A contração da perna diante do golpe no joelho, a dilatação da pupila em
ambiente mais iluminado, o aumento da salivação ao se deparar com
um alimento saboroso ou a sucção que o bebê realiza quando encontra
o mamilo da mãe são exemplos de reflexos.
De acordo com Moreira e Medeiros (2007, p. 18):
“Reflexos não são apenas comportamentos, mas sim a relação entre
estímulo e resposta”.
Isso significa que, diante de determinado estímulo (mudança do
ambiente), uma resposta relacionada (mudança no organismo) é
eliciada. Assim, é esperado que um ambiente muito quente elicie na
pessoa a resposta de suar, e não a de esticar a perna, por exemplo.
Atenção!
Para uma mudança no organismo, dá-se o termo resposta ou
comportamento, enquanto estímulo é o termo usado para uma
mudança do ambiente. O reflexo é uma relação causal entre estímulo e
resposta.
A equação dessa relação pode ser representada da seguinte maneira:
Sn                                                    → Rn                          
Determinado estímulo elicia uma resposta
Quadro: Equação dos reflexos.
Vitor Hugo Costa.
Essa relação entre estímulo e resposta é de suma importância para a
sobrevivência dos organismos. Como mencionado anteriormente,
muitos desses reflexos são eliciados sem uma aprendizagem prévia.
Isso ocorre porque cada organismo já nasce com um conjunto de
comportamentos herdados ao longo de sua história filogenética, isto é,
a história evolutiva de uma espécie. Isso explica por que filhotes de
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pássaros abrem o bico para receberem comida, mas não conseguem
fazer movimento de sucção para mamarem das fêmeas adultas.
A capacidade de eliciar comportamentos diante da apresentação de
estímulos ambientais é importante para que o organismo se adapte e
sobreviva àquele ambiente em que está inserido.
Propriedades dos re�exos
Pelo fato de haver uma relação causal entre estímulo e resposta,
podemos observar algumas propriedades importantes para a
compreensão dos reflexos (MOREIRA; MEDEIROS, 2007).
A primeira é a relação entre a intensidade do estímulo e da resposta:
Quanto maior a intensidade do estímulo, maior será a
intensidade da resposta.
Por exemplo, se o golpe na patela for fraco, a contração muscular será
proporcionalmente fraca, mas se o golpe for forte, a contração será
maior.
Outras propriedades são:
Há sempre uma intensidade mínima de estímulo para que a
resposta seja eliciada pelo organismo.
Exemplo: somente a partir de uma intensidade, determinado
barulho eliciará a resposta de fechar as pálpebras.
Lei do limiar 
Lei de latência 
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É o tempo compreendido entre apresentar o estímulo e eliciar a
resposta. Assim, quanto maior a intensidade do estímulo, menor
será o tempo de latência.
Exemplo: expor uma pessoa alérgica a um ambiente cujo ar
contém pólen eliciará espirros a partir de um dado momento. Se
a quantidade de pólen no ar do ambiente aumentar de forma
drástica, a frequência dos espirros aumentará mais rapidamente.
Quando um estímulo é apresentado muitas vezes, a ponto de
reduzir a intensidade da resposta.
Exemplo: depois de certo tempo em um ambiente malcheiroso, é
possível perceber que o cheiro não incomoda mais e, muitas
vezes, sequer é percebido.
Quando um estímulo é apresentado muitas vezes a ponto de
aumentar a intensidade da resposta.
Exemplo: determinado barulho bastante incômodo pode se
tornar insuportável depois de algum tempo.
Com base nas propriedades dos reflexos, é possível entender como um
organismo conseguesobreviver em seu ambiente, já que possui um
conjunto básico de comportamentos essenciais para interagir com o
meio. No entanto, é fácil observar as diferenças de comportamentos de
um bebê recém-nascido e uma pessoa adulta.
Como essa mudança se torna possível?
Novos reflexos são desenvolvidos ao longo do
desenvolvimento?
É nesse ponto que os estudos de Pavlov e Watson tornam claros o
processo de aprendizagem. Vamos focar primeiro nos experimentos de
Pavlov.
Condicionamento clássico
Observando os processos de salivação de seus cachorros, Pavlov
apenas pretendia compreender melhor os reflexos de liberação de saliva
e sua função ao longo do sistema digestório. No entanto, ele percebeu
que, a partir de determinado momento, os cachorros já secretavam
Habituação 
Sensibilização 
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saliva antes mesmo que o alimento lhes fosse apresentado.
Intrigado, o pesquisador elaborou um experimento em que associava
um estímulo que seguramente eliciaria salivação com algo aleatório.
Inicialmente, apresentava ao cão, previamente preparado com
instrumentos de coleta de saliva, apenas o som do badalar de um sino.
Esse estímulo não era capaz de eliciar o aumento da secreção de saliva.
No entanto, em seguida, quando o pesquisador apresentava apenas
comida, o cachorro aumentava consideravelmente a quantidade de
saliva. A continuação do experimento se dava com Pavlov apresentando
comida ao cachorro e badalando o sino num intervalo de tempo muito
pequeno entre um e outro. Essa associação era repetida algumas vezes
até que, num dado momento, bastava o pesquisador apresentar o som
do sino e o cão já começava a salivar.
Esse processo descrito anteriormente pode ser representado como no
esquema a seguir:
1º Momento 1º Momento
Sino  → (Nenhuma saliva) Comida → Salivação
Estímulo
neutro
Não há
resposta
esperada
Estímulo
incondicionado Incondicionada
 
2º Momento 3º Momento
Sino + Comida → Salivação Sino → Salivação
Estímulo
neutro +
incondicionado
Resposta
incondicionada
Estímulo
condicionado condicionada
Quadro: Condicionamento clássico de Pavlov.
Vitor Hugo Costa.
Nota: vale frisar que do 2º ao 3º momento são necessárias várias repetições desse mesmo
pareamento, devendo esse número de repetições ser alterado conforme algumas variáveis, tais
como as características do próprio organismo e o tempo entre a apresentação dos estímulos,
por exemplo.
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Para se compreender todo o processo de condicionamento clássico de
Pavlov, é necessário esclarecer alguns termos:
É um estímulo que não possui relação com as respostas
esperadas no organismo observado. No caso do cachorro de
Pavlov, o som do sino provavelmente eliciou algumas respostas,
tais como o redirecionamento do olhar e o movimento das
orelhas. Todavia, inicialmente não era esperado que o badalar do
sino eliciasse salivação.
É aquele que elicia uma resposta automática ao organismo. Por
consequência, a resposta incondicionada é aquela eliciada por
um estímulo incondicionado.
É aquele que previamente era neutro e que passa a eliciar uma
resposta condicionada. O emparelhamento de estímulo neutro
com estímulo incondicionado repetido diversas vezes resulta no
condicionamento de um novo comportamento.
Psicologia do comportamento
humano
Estímulo neutro 
Estímulo incondicionado 
Estímulo condicionado 

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Neste vídeo, o especialista refletirá sobre a psicologia do
comportamento a partir das principais contribuições dos primeiros
autores que influenciaram o estudo do comportamento humano.
Escola behaviorista de Watson
Behaviorismo metodológico
A partir dos estudos de Pavlov sobre o condicionamento respondente,
Watson se aprofundou nessa área para criar as bases do behaviorismo
metodológico. Sua principal contribuição foi analisar o processo de
condicionamento respondente para diversos comportamentos e,
principalmente, para a compreensão de respostas emocionais.
Para Watson, o propósito do behaviorismo seria prever a resposta do
organismo com base no estímulo ou, dada uma resposta, descobrir qual
estímulo a causou (GRAHAM, 2010). Tal objetivo foi de grande
importância para compreender as fobias, demonstrando que a resposta
de medo é um comportamento aprendido.
Behaviorismo metodológico
Escola behaviorista proposta por Watson. O estudioso não negava a
existência da mente, mas afirmava que esta não poderia ser estudada de
forma objetiva e científica. Ele descartou de suas análises os eventos
internos, como os pensamentos e as emoções, pautando seus estudos em
observações e experimentações. Além disso, Watson entendia que o
comportamento pode ser controlado e previsto, uma vez que só é
necessário conhecer o estímulo e a resposta relacionada.
Se o behaviorismo metodológico não se interessava em
analisar eventos internos como as emoções, por que
Watson estudava as respostas de medo?
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Essa é uma questão muito importante que, talvez, já tenha causado
muita confusão.
De fato, Watson não se interessava estritamente em variáveis internas,
as quais não podia observar e controlar, como a natureza subjetiva do
medo, as reações fisiológicas e as sensações do indivíduo. O que se
analisavam eram os comportamentos externos apresentados pelo
organismo diante do estímulo: chorar, cobrir os olhos, gritar, afastar-se
do local etc. Por exemplo, para o estudioso, não era possível observar “a
dor de barriga” ou “a tristeza”.
Comentário
Hoje em dia, sabemos que há todo um sistema interligado de fisiologia,
comportamentos e cognições que coordenam uma resposta emocional,
mas, na época de Watson, isso ainda era desconhecido. Por isso, o
paradigma respondente ainda era muito importante e interessante para
explicar respostas de ansiedade, trauma e fobia.
Generalização respondente e extinção
respondente
Os casos de fobia ou estresse pós-traumático nada mais são do que
eventos disparadores de grande carga de estresse e ansiedade que
provocam diversos prejuízos à vida. Embora as reações fisiológicas
associadas a essas condições sejam perfeitamente naturais ao
indivíduo, isso não significa que as respostas disfuncionais tenham
nascido com ele.
Vamos pensar em uma situação
Exemplo
Imagine um motorista que não consegue mais dirigir seu veículo desde
que sofreu um grave acidente. O carro poderia ser considerado o
estímulo neutro, uma vez que não eliciava nenhuma resposta emocional
negativa.
Sofrer o acidente foi uma experiência intensa, em que a vida do
motorista foi colocada em risco, gerando uma resposta de medo. Assim,
o acidente poderia ser considerado o estímulo condicionado, e o medo,
a resposta condicionada.
O motorista aprendeu que dirigir um carro pode ser algo muito perigoso
e colocar sua vida em risco. Então, o carro passa a ser estímulo
condicionado, e o medo, a resposta condicionada.
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Dentre suas pesquisas mais famosas e mais criticadas, Watson
demonstrou que poderia desenvolver resposta de medo em um bebê.
Para provar que ele apresentaria uma resposta neutra ao estímulo ao
qual queria treiná-lo para temer, apresentou ao pequeno Albert, de
apenas 9 meses de idade, um papel em chamas, uma máscara de terror,
um cachorro e um pequeno rato branco. Já que, em nenhuma dessas
situações, a criança esboçou reação aversiva, todos os elementos
poderiam ser considerados estímulos neutros.
Watson voltou, então, a apresentar o rato brancoà criança e, ao mesmo
tempo, disparava um som estridente e alto que assustava o pequeno
Albert. Repetiu essa associação várias vezes até que, em um dado
momento, a simples aproximação do rato já eliciava o choro e os gritos
da criança como resposta de medo.
Com esse experimento, que, certamente, não seria
aprovado em nenhum conselho de ética em pesquisa
nos dias de hoje, Watson também demonstrou outros
dois fenômenos: a generalização e a extinção
(BISACCIONI; CARVALHO NETO, 2010).
Depois de desenvolver um reflexo condicionado de medo ao rato,
Watson avaliou a resposta do bebê a objetos felpudos. A simples
semelhança de textura entre o rato e um coelho, um ursinho de pelúcia
ou uma máscara do Papai Noel (com sua longa barba branca) fez com
que Albert se afastasse, choramingasse ou tapasse o rosto com as
mãos.
Com isso, o experimento demonstrou que, após um processo de
condicionamento, o organismo também pode eliciar uma resposta de
intensidade variável para estímulos semelhantes ao condicionado. Esse
processo é conhecido como generalização respondente.
No entanto, para eliminar ou reduzir de modo considerável essa
resposta de medo, Watson e seus pesquisadores precisariam
apresentar o estímulo aversivo para a criança de forma sucessiva, sem a
presença do estímulo incondicionado (barulho estridente), de tal forma
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que a intensidade do estímulo reduzisse proporcionalmente à
diminuição da intensidade da resposta. Esse processo é conhecido
como extinção respondente.
Saiba mais
No início do século XX – incluindo o período em que Watson realizava
suas pesquisas –, havia uma forte corrente defensora da ideia de
eugenia: estudo das características genéticas aplicadas para o
melhoramento da espécie humana. Tal corrente viabilizou diversos
discursos preconceituosos e absurdos que, obviamente, nunca se
provaram verdadeiros.
O trabalho de Watson seguia o caminho oposto, uma vez que, por meio
do emprego do método científico e da aplicação prática dos conceitos,
demonstrava que o desenvolvimento dos comportamentos humanos
não dependia apenas da herança genética de cada indivíduo, mas sim
das interações com o ambiente (CIRINO, 2013).
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Os reflexos apresentam muitas propriedades diferentes e, uma
delas, é a do limiar do estímulo, que pode ser definida como
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Parabéns! A alternativa B está correta.
Segundo a lei do limiar, todo reflexo depende de uma intensidade
mínima do estímulo para que haja eliciação da resposta. Exemplo:
para que a atenção de uma pessoa seja direcionada a um
determinado som, é preciso que o estímulo sonoro seja gerado com
uma frequência maior ou igual a 20Hz.
Questão 2
O behaviorismo metodológico de John Watson preconiza que
respostas emocionais, tais como o medo, são aprendidas ao longo
da vida. Com base nessa afirmação e no que foi apresentado sobre
o condicionamento respondente, leia o trecho a seguir e marque a
alternativa correta.
João trabalhava num escritório que ficava no 21º andar de um
edifício comercial, o que o obrigava a usar o elevador todos os dias.
Certa vez, o elevador parou no meio do caminho, suas luzes se
apagaram e ele caiu três andares. João levou um susto terrível, pois
pensou que fosse morrer. Algumas semanas depois, o evento
traumático ocorreu novamente, mas, dessa vez, além da queda, o
elevador lotado ficou completamente desligado por quase uma
A
a capacidade de se gerar associações
comportamentais.
B
a intensidade mínima a partir da qual um dado
estímulo elicia uma resposta.
C
medida inversamente proporcional à intensidade do
estímulo que elicia a resposta.
D
consequência que aumenta as chances de uma
resposta ocorrer novamente.
E
quanto maior a intensidade do estímulo, maior será
a magnitude da resposta.
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hora. Isso levou João a ter uma reação de medo ainda mais
intenso. Depois do segundo evento, João percebeu que ao entrar
num elevador sua respiração ficava mais ofegante, o coração batia
mais rápido, suas mãos suavam, suas pernas ficavam mais fracas e
ele não parava de pensar que algo de ruim iria acontecer.
Com base no texto, responda:
Parabéns! A alternativa D está correta.
No cenário descrito anteriormente, o elevador é o estímulo neutro,
já que não é esperado gerar automática e naturalmente uma
resposta de medo. Os acidentes, eventos traumáticos, aqui
representando os estímulos incondicionados, disparam reações
fisiológicas de medo (resposta incondicionada). Como todas as
vezes que isso aconteceu João estava no elevador, então houve um
emparelhamento, tornando o elevador um estímulo condicionado e,
as reações fisiológicas, as respostas condicionadas.
A
O elevador é o estímulo incondicionado e as
reações fisiológicas são o estímulo condicionado.
B
O medo que João sentiu é irracional, portanto, não
participa do condicionamento.
C
As reações fisiológicas (sudorese, taquicardia, falta
de ar e tremores nas extremidades) são o estímulo
condicionado.
D
O elevador é o estímulo neutro e as reações
fisiológicas são a resposta incondicionada.
E
O medo é o estímulo condicionado e o elevador é o
estímulo incondicionado.
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2 - Paradigma operante
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer o paradigma operante no
comportamento humano e as mudanças provocadas no ambiente.
Escola behaviorista de Skinner
Vida e pesquisas do psicólogo
O paradigma respondente até aqui abordado foi essencial para
compreender a relação entre o organismo e o ambiente. Entender essa
dinâmica permitiu aos psicólogos analisar e controlar comportamentos
reflexos, inclusive quanto a padrões de respostas emocionais. Todavia,
não é possível explicar comportamentos complexos, os quais
participam, seguramente, da maior parte do repertório comportamental
de um organismo.
Por exemplo, quando uma partícula de poeira entra nos olhos de uma
pessoa, por reflexo inato há o aumento da liberação de lágrimas.
Como explicar, a partir dessa teoria, o aprendizado de
como tocar um instrumento musical, praticar um
esporte ou mesmo consumir de forma abusiva
alimentos, substâncias químicas e jogos?
Para explicar esses comportamentos, a teoria do condicionamento
operante foi proposta e amplamente estudada pelo escritor e psicólogo
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Skinner como parte de uma ampliação da escola watsoniana do
behaviorismo.
Saiba mais
Skinner foi um dos grandes nomes da Psicologia do século XX, trazendo
contribuições de suma importância à análise do comportamento. Desde
sua infância, ele demostrava duas paixões, dividindo seu tempo entre
escrever poemas e crônicas, além de inventar ferramentas e
dispositivos para resolver problemas diários ou simplesmente por
diversão. Ambas as paixões foram muito úteis para ajudá-lo com as
produções de trabalhos acadêmicos e pesquisas futuras.
Skinner se mostrou um aluno rebelde durante boa parte de seu tempo
na escola e acreditava que os métodos de ensino pouco encorajavam os
alunos a aprimorar seus conhecimentos, tendendo a desmotivá-los da
experiência de aprender. Ele se graduou na faculdade de Letras, mas
não conseguiu um bom desempenho como escritor.
Anos mais tarde, foram-lhe apresentadas as obras de Watson e Pavlov, e
Skinner se encantou pelo estudo do comportamento animal, decidindo,
portanto, seguir com um doutorado em Psicologia (CRUZ,2019).
Após seu doutorado, Skinner trabalhou como pesquisador na
Universidade de Harvard, onde investigava cientificamente as relações
entre o comportamento humano e sua fisiologia.
Nesse período, desenvolveu seus principais instrumentos de pesquisa,
como a “Caixa de Skinner”, e elaborou os conceitos de modelagem e
controle do comportamento que definiram sua obra.
Behaviorismo metodológico versus
behaviorismo radical
As pesquisas experimentais e observacionais de Skinner foram
responsáveis por conceitos como:
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Condicionamento operante
Modelagem
Esquemas de reforçamento
Caixa de Skinner
Behaviorismo radical
Skinner não considerava a teoria do behaviorismo metodológico de
Watson equivocada, tampouco pretendia abandoná-la. No entanto,
estabeleceu algumas críticas sobre a natureza dos eventos internos, a
definição de comportamento, a existência de uma mente e a relação
entre organismo e ambiente.
Diferente de Watson, Skinner nega radicalmente a existência da mente,
mas defende a análise de eventos internos, uma vez que pensamentos e
emoções também são considerados por ele como comportamentos.
Atenção!
Assim, o behaviorismo de Skinner é tido como radical por negar em
absoluto a existência de algo que não faz parte do mundo físico e não
tem mensuração identificável no tempo e no espaço, como a mente, a
alma, a consciência ou a cognição. Além disso, também é radical por
compreender toda e qualquer manifestação do organismo como um
comportamento, seja ele expressado (correr, comer, escrever), seja ele
encoberto (eventos internos, como os pensamentos).
A tabela a seguir elucida essas diferenças:
Autor
John B.
Watson
B. F. Skinner                                     
Mente X Corpo Dualista Monista
Introspecção
Não
aceita
Aceita, mas como método de
estudo (comportamento verbal)
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Autor
John B.
Watson
B. F. Skinner                                     
Comportamento
Explicado
pela
relação
entre a
alteração
do
ambiente
e do
organismo
Aspectos filogenéticos,
ontogenéticos e culturais
influenciam as contingências
ambientais
Tabela: Distinção entre correntes behavioristas.
Vitor Hugo Costa.
Controle de estímulos e tipos de
reforços
Comportamento e consequências no ambiente
Para comportamentos voluntários e complexos, o paradigma
respondente não consegue trazer explicações tão satisfatórias quanto o
paradigma operante. Enquanto no paradigma respondente entende-se
que um determinado estímulo (S) elicia uma resposta (R), no paradigma
operante, a análise parte de comportamentos aleatórios (R), que são
emitidos espontaneamente pelo organismo, provocam uma
consequência (S) no ambiente, e esta, por sua vez, aumentará ou
diminuirá a probabilidade de o comportamento ser emitido novamente.
O cotidiano de uma pessoa está repleto de exemplos que podem figurar
muito bem o conceito básico do paradigma operante.
Exemplo
Imagine que um namorado pergunte a sua companheira, que odeia
futebol, se ela aceitaria comemorarem o aniversário de namoro num bar
que transmitirá a final do campeonato. A consequência é que a
namorada fica furiosa e briga com o rapaz por horas. É provável que a
chance de uma situação como essa se repetir seja muito pequena.
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É dito que quando uma consequência aumenta a chance de um
comportamento ocorrer novamente, houve um reforço. Mas, no caso de
a consequência reduzir as chances de o comportamento ocorrer mais
vezes, houve uma punição. Voltando ao exemplo anterior, o
comportamento de propor uma comemoração inusitada gerou uma
consequência aversiva no ambiente, caracterizada pela reação
agressiva da namorada. Logo, se após a atitude da namorada o rapaz
diminuir a frequência desse comportamento, então houve uma punição.
Mas se, ao invés de uma reação severa e hostil, a namorada aceitasse o
convite, mesmo que a contragosto, provavelmente estaria reforçando o
comportamento do companheiro, pois aumentaria a chance de ele se
repetir.
Muitos são os exemplos de punições e reforços observáveis no dia a
dia, tanto em animais quanto em humanos.
Por exemplo, quando um beija-flor se aproxima de um bebedouro e
descobre que há algo que lhe agrada (água + açúcar), a chance de ele
voltar àquele bebedouro aumenta;
Uma criança que chora quando está com fome, tende a chorar nessas
circunstâncias caso ela seja frequentemente atendida.
Quando uma pessoa cumprimenta um vizinho com bom dia e recebe
uma resposta grosseira, a chance de ela voltar a cumprimentá-lo é
menor.
Um cachorro que sai para passear e tem suas patinhas queimadas pelo
chão quente, tenderá a não querer mais sair.
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A grande contribuição de Skinner com isso foi a observação de que é
possível controlar comportamentos a partir de suas consequências no
ambiente (MOREIRA; MEDEIROS, 2007) e, a partir disso, propor maneiras
de ajudar pessoas com padrões comportamentais muito disfuncionais e
que trazem muito sofrimento.
Reforço positivo e negativo
Diferentemente do paradigma respondente, o paradigma operante foca
sua atenção na relação entre o comportamento emitido pelo organismo
e as consequências geradas por ele no ambiente. Na realidade, é
possível afirmar que a maioria dos comportamentos que um organismo
emite gera consequências no ambiente. Por exemplo, apertar o botão
do elevador é um comportamento que irá resultar no surgimento do
elevador diante do passageiro, logo, ocorre uma mudança no ambiente.
São inúmeros os exemplos que podem ilustrar essa relação:
Vestir uma roupa nova e receber elogios
Beber água e saciar a sede
Ligar para alguém e ser atendido
Abrir as janelas e sentir o vento
É possível dizer inclusive que o comportamento produz consequências e
é controlado por elas (MOREIRA; MEDEIROS, 2007). Sendo assim,
algumas consequências podem favorecer que o comportamento se
repita.
Fala-se em reforço quando a consequência do comportamento emitido
aumenta a possibilidade de ele ocorrer novamente. Ademais, um reforço
pode ser de dois tipos:
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
Reforço positivo
Ocorre quando um
comportamento tem
sua frequência
aumentada pelo
acréscimo de um
estímulo.

Reforço negativo
Ocorre quando a
frequência de um
comportamento
aumenta pela retirada
de um estímulo
aversivo.
Vejamos agora alguns pontos importantes:
Se o estudante pensar em reforço como uma espécie de prêmio,
excluirá automaticamente a possibilidade de pensar em um reforço
negativo. Além disso, ao pensar na ideia de uma premiação, é comum

 O reforço sempre aumentará a frequência de um
comportamento.
 O reforço é positivo porque a frequência do
comportamento aumenta pela adição de um
estímulo.
 O reforço é negativo porque a frequência do
comportamento aumenta com a subtração de um
estímulo aversivo.
 Mais importante é saber que um estímulo reforçador
não deve ser confundido apenas com premiação ou
ganho de bens materiais.
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haver a confusão de que o reforço positivo necessariamente é algo
material, como um biscoito de cachorro. Um beijo e um abraço, palavras
de carinho, um sorriso, o controle remoto que muda de canais, atender a
um chamado, mas também pode ser a dor para um masoquista ou o
cigarro para um dependente em nicotina.
É frequente que algumas pessoas pensem no reforço
negativocomo sendo o reforço de um comportamento
ruim ou a retirada de um comportamento considerado
inadequado. Não! O reforço sempre resultará no
aumento de um comportamento, mas se esse reforço
for negativo, essa frequência aumentará pela retirada
de estímulos indesejados.
Podendo ser de dois tipos:
Fuga
Quando o estímulo
aversivo está presente
na situação.
Evitação
Quando o estímulo
aversivo não está
presente.
Agora, vamos ver exemplos desses dois tipos de estímulos:
Exemplo
1. Karina se deparou com um cachorro agressivo e saiu correndo
desesperadamente. O comportamento de “correr” tende a se repetir
com a fuga do estímulo aversivo “cachorro nervoso”.
2. Sabendo que haveria apresentação de trabalho, Ivan faltou à escola e
ficou em casa. O comportamento de “ficar em casa! tende a se repetir,
evitando se deparar com o estímulo aversivo “apresentação de
trabalho”.
É importante salientar que existem dois tipos de reforçadores (ou
estímulos reforçadores):

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Reforçador primário
Quando o reforçador tem valor inato para o
organismo e, portanto, foi selecionado ao longo
da história evolutiva. Exemplos: alimento, água,
sexo, dor.
Reforçador secundário
Não tem um valor biológico intrínseco, s
aprendido ao longo do desenvolvimento
Exemplos: dinheiro, diploma, carro, imóv
Processo de modelagem
Aprendizagem de novos comportamentos
A partir da teoria do reforço, Skinner foi capaz de explicar como
comportamentos presentes no repertório comportamental do
organismo serão mais frequentemente selecionados ou não pelas suas
consequências no meio. No entanto, é com a teoria da modelagem que
o pai do behaviorismo radical trouxe à luz uma explicação sobre como
um novo comportamento poderá ser integrado ao repertório do
indivíduo, ampliando-o (SKINNER, 1969).
A modelagem é um método de reforçamento de aproximações
sucessivas do comportamento alvo. Ou seja, todo novo comportamento
emitido pelo organismo e que se aproxime do comportamento terminal
deve ser reforçado positivamente e num curto espaço de tempo.
Skinner defendia que a teoria da modelagem poderia explicar a
aprendizagem de todos os comportamentos humanos mais complexos.

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Imagine uma criança aprendendo a andar de bicicleta. Num primeiro
momento ela precisa de rodinhas e, mesmo assim, ainda se desequilibra
e sofre algumas quedas. A cada queda, ajusta a posição do corpo para
não cair mais. Toda vez que observa um movimento mais adequado e
que permite que ela permaneça em pé, fixa no seu repertório e repete.
À medida que novos movimentos e novas acomodações são feitas e
positivamente reforçadas, mais perto a criança está de aprender o
comportamento de andar de bicicleta.
Outro grande exemplo de modelagem é a própria fala. Desde os
primeiros sons de choro emitidos pela criança, os adultos ao redor
reforçam-na com atenção ou reciprocidade.
Os primeiros balbuciares são reforçados e, gradualmente, começam a
surgir as primeiras sílabas e até as primeiras tentativas de palavras.
Havendo os reforçadores positivos rotineiramente, a criança consegue
elaborar suas primeiras palavras.
O aprendizado de um novo idioma, ensaiar um novo passo de dança,
treinar uma nova e difícil música no violão, aprender a dirigir etc. Não há
momento certo ou único para esse processo ocorrer na vida de um
organismo, pois pode acontecer a todo momento, dependendo de
imediato reforço positivo dos comportamentos aproximados e a não
validação dos comportamentos indesejados.
Saiba mais
O processo de modelagem provou ser uma explicação consistente para
a aprendizagem de novos comportamentos. Durante a Segunda Guerra
Mundial, Skinner foi considerado o precursor da “engenharia do
comportamento” e até recebeu um convite do exército para solucionar
um problema: já eram usados mísseis nessa época para bombardeios,
mas não havia tecnologia para direcionar esses mísseis diretamente
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para o alvo (CAPSHEW, 1993).
A partir da modelagem, Skinner treinou pombos para que eles fizessem
esse trabalho de estabilização dos mísseis. O animal era inserido dentro
de uma câmara e treinado a dar bicadas em uma janela que, dentre
outras três, apresentava a imagem de um cenário. Essa imagem corria
externamente para as outras janelas conforme a câmara fazia leves
inclinações à direita ou à esquerda. Sempre que o pombo bicasse a
janela em que estivesse a imagem, receberia comida.
Depois de treinado, o pombo era colocado dentro de uma câmara no
interior de um míssil do exército norte-americano. Quando o míssil era
disparado para um alvo inimigo, o pombo começava a executar as
bicadas que controlariam a direção do projétil. Nesse caso, a imagem
que aparecia na janela para o pombo era o alvo a ser atacado, e as
bicadas na janela eram responsáveis por direcionar corretamente o
míssil para o alvo.
Atenção!
Não confunda modelagem com modelação. Modelagem é o processo
de aprendizagem por aproximações sucessivas proposto por Skinner.
Modelação é um processo de aprendizagem proposto por Albert
Bandura (1925-2021) que ocorre por observação e comparação com
modelos.
Teoria do condicionamento operante
Neste vídeo, o especialista refletirá sobre a teoria do condicionamento
operante e os comportamentos que podem ser influenciados pelas
consequências do ambiente.
Esquemas de reforço

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Extinção operante
Vimos até aqui o básico sobre o conceito de condicionamento operante
e que uma resposta emitida pelo organismo gera consequências no
ambiente, e essas consequências podem aumentar a frequência de a
resposta se repetir.
Mas o que aconteceria se essa consequência fosse
retirada?
O resultado da exclusão da consequência reforçadora é a gradual
redução da frequência da resposta a nível operante, o que significa dizer
que a resposta volta a ser emitida com a regularidade que tinha antes de
ser reforçada (MOREIRA; MEDEIROS, 2007). A esse processo dá-se o
nome de extinção operante.
Resumindo
A extinção operante é o meio pelo qual a retirada do estímulo reforçador
resultará na redução ou eliminação da frequência da resposta reforçada.
Por exemplo, normalmente, as pessoas só utilizam o controle remoto da
televisão porque, ao dar um certo comando, a consequência é que o
telespectador tenha o resultado que espera (ex.: aumento do volume ou
troca de canal). Agora, imagine que ao apertar um botão nada aconteça.
Aperta outro botão e continua sem mudar em nada.
Muda-se a posição das mãos, eleva-se o controle, bate no controle, abre
a caixa de pilha e mexe nelas, chacoalha o controle, mas não adianta,
pois nenhum comando gera a consequência desejada.
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Então, deixa-se o controle no sofá e se esforça para assistir ao
programa que estiver passando na televisão, em quaisquer
circunstâncias. Talvez essa situação já tenha acontecido com você.
Quando é dado um comando para o controle, o comportamento é
reforçado caso o comando resulte naquilo que é esperado de acontecer.
A consequência esperada desse comando é um reforço. Mas, se nada
do que é esperado acontecer, significa que o reforço foi retirado da
contingência e, por isso, a tendência é parar de apertar seus botões. A
conclusão mais importante é que, sem a manutenção das
consequências reforçadoras, o comportamento tende a se tornar cada
vez menos frequente.
Esquemas de reforçamento
O processo de modelagem é responsável pelo desenvolvimentode um
novo comportamento. No entanto, quais devem ser as condições para
que isso aconteça? É a partir do entendimento sobre os esquemas de
reforçamento que se torna possível saber quais as condições
necessárias das respostas para que haja reforço (MOREIRA; MEDEIROS,
2007). São, no total, cinco esquemas de reforçamento, sendo um
contínuo e quatro variáveis.
Os esquemas de reforçamento contínuo ocorrem
quando a emissão de uma resposta sempre é
reforçada. Esse tipo de esquema é muito eficaz para o
desenvolvimento de um novo comportamento, ou seja,
no processo de modelação.
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A cada comportamento emitido e que seja próximo ao padrão que se
quer alcançar, a aplicação de reforços imediatos irá agilizar a
aprendizagem, tal como no exemplo mencionado anteriormente sobre o
aprendizado da fala pela criança. É importante que os cuidadores
estejam próximos estimulando que novos comportamentos sejam
emitidos e sempre reforçar a cada novo acerto.
Atenção!
Esquemas de reforço são relativos a que critérios as respostas devem
obedecer para que o reforçador seja liberado.
Acontece que o esquema de reforçamento contínuo acaba se tornando
mais vulnerável à extinção, uma vez que basta retirar o reforço e o
comportamento terá sua frequência de emissão reduzida. Sendo assim,
depois que o comportamento foi incorporado ao repertório
comportamental do organismo, reforços podem ser aplicados de
maneira descontínua, mantendo esse comportamento e dificultando sua
extinção. Esse é o esquema de reforçamento intermitente ou parcial, no
qual o reforço ocorre de maneira irregular e pode ser de 4 tipos:
 Razão �xa
Ocorre quando é necessária uma quantidade
regular de respostas antes da apresentação de
cada reforço. Tal esquema pode ser observado nas
escolas primárias, onde a cada número de bons
comportamentos a criança ganha uma
recompensa, como uma estrela dourada, por
exemplo.
 Razão variável
Ocorre quando a quantidade de respostas para
cada aplicação do reforço varia. Um exemplo
ilustrativo pode ser a bonificação entre motoristas
de aplicativo. Num dia, é preciso concluir 20
viagens para receber um bônus em dinheiro. No dia
seguinte, 32 viagens para receber o mesmo bônus.
Terceiro dia, 25 viagens para receber o bônus, e
assim por diante.
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Agora, imagine que você está chegando a sua casa e precisa usar o
controle remoto para abrir o portão da garagem. Você aperta o botão do
controle, mas o portão não abre. Aperta mais uma, duas, três vezes e
nada. Muda a posição do controle, pressiona a lateral do aparelho,
aperta outra vez, mas o portão continua não abrindo. Leva a mão
esquerda para fora do carro, aperta o botão, e o portão segue imóvel.
Tenta o mesmo com a mão direita, mas o portão continua parado. Até
que, depois de muitas “tentativas”, você desiste e liga para alguém
trazer outra bateria ou outro controle menos usado.
Essa situação é muito frequente, faz parte de nosso
cotidiano e pode ocorrer de inúmeras formas. Por que
não corremos imediatamente para trocar as pilhas do
controle da televisão ou do portão da garagem?
Pelo mesmo motivo que a criança do exemplo anterior parece emitir os
comportamentos com maior intensidade antes que se perceba uma
redução. Isso ocorre devido ao fenômeno de aumento da frequência da
resposta imediatamente antes de iniciar o processo de extinção
operante.
 Intervalo �xo
Ocorre quando se fixa o intervalo de tempo desde o
último reforço. Por exemplo, conversar com uma
pessoa amada que se encontra em outro país e
com o fuso horário muito diferente. Assim, todos os
dias, às 8h é feita a ligação.
 Intervalo variável
Ocorre quando o intervalo de tempo aplicado para o
reforço varia desde o último reforçamento. Por
exemplo, checagem de mensagem. Toda vez que
você recebe mensagem de alguém importante,
consta como um reforço, mas não é possível
controlar os intervalos de tempo de quando as
mensagens irão chegar.
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Controle do comportamento pela
punição
Punição positiva e punição negativa
Ao longo deste material, vimos as consequências que aumentam a
frequência de um determinado comportamento. Além delas, existem as
consequências que diminuem a probabilidade de um comportamento
ocorrer. Essas consequências são as punições. Tal qual no reforço, são
considerados dois tipos de punição: punição positiva e punição
negativa.
Atenção!
É bem verdade que se fala bastante sobre aprendizagem mediante
controle aversivo. Isso costuma confundir alguns estudantes que
tendem a imaginar que punição é sinônimo de coisas aversivas. É
preciso ter cuidado, pois, ao falar em controle aversivo, incluem-se o
reforço negativo, a punição positiva e a punição negativa.
Agora, vamos ver com mais detalhes as diferenças entre estes dois
tipos de punições:
É aquela que diminui a frequência de um comportamento pela
adição de um estímulo aversivo. Diversos são os exemplos de
punições positivas que se pode pensar: broncas e sermões de
cuidadores para seus filhos, aplicação de multa, notas baixas
entre muitas outras. Mas vale ressaltar que não se deve pautar
um estímulo aversivo por uma avaliação moral, mas sim pelo que
realmente reduz a possibilidade de o comportamento ocorrer. O
que pode ser um estímulo aversivo para algumas pessoas, pode
não ser para outras.
É aquela que diminui a frequência de um comportamento pela
retirada de um reforçador de outros comportamentos do
Punição positiva 
Punição negativa 
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ambiente. Isso significa que não é tirado o estímulo que reforça
o comportamento, mas sim os reforçadores de outros
comportamentos importantes para aquele organismo. Por
exemplo, o chefe de uma empresa quer diminuir a frequência de
conversas em voz alta de um determinado funcionário específico
retirando a gratificação salarial que ele havia recebido.
Punição negativa versus extinção
Também é comum haver confusão entre esses conceitos, uma vez que
ambos envolvem a retirada de reforçadores. A diferença está no fato de
que, na extinção, retira-se o estímulo reforçador principal, enquanto na
punição negativa retira-se algum reforçador da situação.
Vejamos alguns exemplos.
Exemplo de extinção
Você costumava ir a um restaurante unicamente por causa de um prato
específico. Logo, o prato é o que reforça positivamente você a ir ao
restaurante. Se o estabelecimento retira o prato do cardápio, então, você
para de ir ao restaurante – foi tirado o reforço do comportamento.
Exemplo de punição negativa
Pedro se exaltou e gritou com uma de suas professoras. Então, seus
pais tiraram seu celular e o videogame, depois, os esconderam – para
reduzir o comportamento inadequado de Pedro, retirou-se reforçadores
importantes: celular e videogame.
Senso comum e visão cientí�ca sobre estímulos punitivos
Segundo Mayer e Gongora (2011), são feitas críticas sobre a ideia de
punição com base tanto no senso comum quanto em opiniões
científicas. Se for pensada pelo viés do senso comum, há tanto uma
relação com a ideia de promoção de sofrimento, revelando-se
supostamente uma prática desumana, quanto a ideia de que a punição
não passa de vingança ou merecimento.
No que diz respeito às críticas por parte de alguns analistas do
comportamento, defende-se a ideia de que há possíveis efeitos
colaterais com a geração de subprodutos comportamentais e
emocionais importantes, tais como:
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Há,todavia, analistas do comportamento que preferem assumir uma
postura menos crítica, não condenando o uso de punição em
intervenções comportamentais.
De acordo com Mayer e Gongora (2011), a eficácia e a segurança do
emprego de estímulos punitivos devem levar em consideração
basicamente três pontos:
1. Sempre pensar na segurança do indivíduo envolvido na prática;
2. Compreender que o alvo da punição é apenas o comportamento,
não o indivíduo;
3. Medidas punitivas só deverão ser adotadas quando os
comportamentos selecionados estiverem prejudicando a vida do
indivíduo.
Normalmente, as punições devem ser usadas para solucionar
problemas muito graves e urgentes, justamente quando outras
estratégias não foram eficazes. Por isso, jamais deve-se banalizar o uso
dessa medida.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
 Retraimento social do indivíduo que sofreu punição
 Aumento da emissão de comportamentos violentos
(inclusive para indivíduos fora da contingência)
 Contra-ataque à fonte punidora
 Respostas emocionais de estresse, raiva e ansiedade
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Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Júlio sempre foi um jovem muito sedentário. Ele não gostava de
fazer atividade física porque tinha preguiça de sair de casa e
preferia jogar videogame com os amigos. Mas após uma consulta
na qual o médico lhe recomendou mais cuidado com a saúde, Júlio
resolveu se matricular numa academia. Já nos primeiros dias de
prática, Júlio sentiu-se muito bem com os exercícios e passou a
frequentar a academia todos os dias. Seu ânimo e bem-estar
melhoraram consideravelmente. Poucos meses mais tarde, recebeu
uma proposta de trabalho irrecusável numa empresa muito distante
de sua casa, fazendo com que reduzisse suas idas à academia
drasticamente. Júlio chegava cansado em casa e sentindo muita
preguiça de sair novamente.
Com base no texto acima, assinale a alternativa correta.
Parabéns! A alternativa B está correta.
Júlio se sentiu bem fazendo os exercícios físicos e isso o reforçou
a aumentar a frequência desse comportamento. No entanto, ao
assumir o novo trabalho, houve uma diminuição progressiva das
idas à academia, o que consequentemente iniciou um processo de
A
A academia é o estímulo neutro e os exercícios são
uma forma de reforço negativo.
B
O bem-estar gerado pelos exercícios são o reforço
positivo e a redução da frequência de idas à
academia seria a extinção operante.
C A academia é o reforço negativo.
D
Os resultados físicos do exercício atuam como a
extinção operante.
E
O trabalho é o reforço positivo para o hábito de fazer
ginástica.
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extinção operante.
Questão 2
Marina conversou muito ao telefone e a conta chegou exorbitante.
Por esse motivo, seu pai proibiu que ela jogasse videogame. Triste
com a decisão do pai, Marina parou de ficar horas ao telefone. No
que diz respeito ao comportamento de falar ao telefone, não poder
jogar videogame funcionou como
Parabéns! A alternativa D está correta.
O pai retirou um reforçador importante do ambiente com o intuito
de reduzir um determinado comportamento.
Considerações �nais
Analisamos os conceitos, a definição, os antecedentes históricos e os
paradigmas do behaviorismo de forma ampla, abordando os principais
preceitos que envolvem a teoria: behaviorismo metodológico e
paradigma respondente, behaviorismo radical e o paradigma operante.
A punição positiva.
B reforçamento positivo.
C reforçamento negativo.
D punição negativa.
E reforçamento punitivo.
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Vimos que os conceitos de reforço, punição, modelagem de
comportamento e extinção são fundamentais para compreendermos
como os comportamentos se manifestam ao longo do desenvolvimento
do indivíduo e como isso pode tanto influenciar quanto ser influenciado
pela herança genética, pelas experiências de vida e pela cultura.
Por fim, é igualmente importante tentarmos compreender no cotidiano o
quanto as duas teorias (respondente e operante) se interconectam e são
capazes de explicar grande parte dos comportamentos e das interações
humanas. O desenvolvimento das teorias behavioristas leva os autores
atuais a não reduzirem os seres vivos, principalmente os indivíduos
humanos, a um mecanicismo simplista baseado na ação e na reação do
organismo com o meio. Entende-se que o conjunto de contingências
comportamentais ajuda a constituir as características únicas do
indivíduo.
Podcast
Neste podcast, o especialista abordará os princípios básicos do
behaviorismo, destacando o paradigma respondente e o paradigma
operante, com exemplos de respectivos comportamentos observados
na vida cotidiana.

Referências
BISACCIONI, P.; CARVALHO NETO, M. B. Algumas considerações sobre o
“pequeno Albert”. Temas em Psicologia, v. 18, n. 2, p. 491-498, 2010.
CAPSHEW, J. H. Engineering behavior: project pigeon, World War II, and
the conditioning of B. F. Skinner. Technology and Culture, v. 34, n. 4, p.
835-857, 1993.
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CIRINO, S. Por uma nova Psicologia. Ciência Hoje, v. 52, n. 307, p. 58-59,
2013.
CRUZ, R. N. B. F. Skinner: uma biografia do cotidiano científico. Belo
Horizonte: Artesã, 2019.
GRAHAM, G. Behaviorism: Stanford encyclopedia of philosophy, 2010.
MAYER, P. C. M.; GONGORA, M. A. N. Duas formulações
comportamentais de punição: definição, explicação e algumas
implicações. Acta Comportamentalia: Revista Latina de Análisis de
Comportamiento, v. 19, p. 47-63, 2011.
MOREIRA, M. B.; MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do
comportamento. Porto Alegre: Artmed, 2007.
NEVIN, J. A. An integrative model for the study of behavioral
momentum. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, v. 57, n. 3,
p. 301-316, 1992.
RODRIGUES, M. E. Behaviorismo: mitos, discordâncias, conceitos e
preconceitos. Educere et Educare, v. 1, n. 2, 2006.
SKINNER, B. F. Contingencies of reinforcement: a theoretical analysis.
New York: Appleton-Century-Crofts, 1969.
Explore +
Para se aprofundar no conceito de comportamento e nos
conhecimentos sobre a prática e a pesquisa em análise do
comportamento, pesquise o artigo Behaviorismo e análise experimental
do comportamento, de João Cláudio Todorov.
Para compreender como o processo de modelagem pode ser usado em
qualquer modelo de aprendizagem e como isso ajudou Skinner a criar
invenções muito curiosas, assista ao vídeo The pigeon-guided missiles
of WWII (Project Orcon), disponível no YouTube.
Para entender melhor o conceito de modelagem, assista ao vídeo do
YouTube Skinner – Modelagem (legendado), que elucida como funciona
o processo de aprendizagem.
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