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Aula 06 - Tecido Nervoso - Histologia

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Aula 06 – Histologia							3º período - Farmácia
Tecido Nervoso
Tecido nervoso
· É um tecido amplamente distribuído pelo organismo, que constitui um dos principais sistemas de integração que coordena as funções do organismo, o Sistema nervoso. Sendo dividido em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). 
· O tecido nervoso é responsável por receber, interpretar e responder alterações do meio interno e externo, e organizar e coordenar as funções motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas. Manutenção da homeostase, e possui origem: ectoderma (tubo neural e cristas neurais).
· O tecido nervoso apresenta abundância e variedade de células, mas é pobre em matriz extracelular (que possui apenas proteoglicanos e glicosaminoglicanos). Células altamente especializadas (neurônios e células da glia), responsáveis pela regulação interna do organismo e coordenação funcional:
· Neurônios – são células funcionais do sistema nervoso, responsáveis pela recepção, transmissão e processamento de estímulos. Geralmente são compostas de prolongamentos.
· Células da glia – preenchem os espaços entre os neurônios, dão suporte nutricional e atuam como células de defesa do SNC. São astrócitos, oligodendrócitos, micróglias, células de Schwann e células epindemárias. 
· Os neurônios possuem propriedade de excitabilidade e condutibilidade. Com a seguinte organização – 
(A) Corpo celular (= pericário): centro da célula, que também recebe estímulos é onde está o núcleo e o citoplasma; corpúsculo de Nissl (RER) e mitocôndrias. 
(B) Dendritos: prolongamentos numerosos ramificados, especializados na função de receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais ou outros neurônios; 
(C) Axônio: prolongamento ÚNICO, responsável por conduzir os impulsos nervosos, podem apresentar bainha de mielina ou não. 
Classificação morfológica dos neurônios 
· Neurônios bipolares – possuem uma região de dendrito e um axônio;
· Neurônios pseudo-unipolares – apresentam próximo ao corpo celular, prolongamento único, mas este logo se divide em dois, dirigindo-se um para o SNP e outro para o SNC.
· Neurônios multipolares – apresentam mais de dois prolongamentos celulares, são a maioria dos neurônios encontrados. 
· Neurônios sensitivos (aferentes) – transmitem impulsos dos receptores sensoriais (ex.: órgãos dos sentidos) aos outros neurônios do percurso do SNP para o SNC.
· Neurônios Motores (Eferentes/Efetores) – transmitem a mensagem para as células efetoras de resposta (células musculares ou glandulares que respondem por meio de contração e secreção) do SNC para o SNP.
· Interneurônios – recebem a mensagem dos neurônios sensoriais, processam-na e transferem um comando para as células nervosas seguintes do circuito. 
Potencial de ação
· Quando o neurônio sofre estímulo, ocorre uma mudança transitória do potencial de membrana. 
· PA = grandes despolarizações muito breves que percorrem longas distâncias por um neurônio, sem perder a força. Responsável por gerar um estímulo Impulso nervoso. São formados pelas fases:
1. Despolarização – abertura dos canais iônicos e a entrada de Na+ (CVD), que estava em grande quantidade, no meio extracelular. Entrada de Na+ interior positivo Despolarização.
2. Repolarização – fechamento dos canais de Na+ e provoca a abertura dos canais de K+ (CVD). Saída de K+ potencial de repouso volta ao normal Repolarização.
3. Hiperpolarização – maior saída do K+. Ocorre a ativação da bomba Na+/K+ reequilibrar gradiente de concentração celular.
· Sinapses – responsável pela transmissão dos impulsos nervosos. São locais de comunicação entre os neurônios ou entre neurônios e outras células efetoras (ex.: placas motoras), por exemplo, células musculares e glandulares. A maioria das sinapses transmite informações por meio de liberação de neurotransmissores (sinapses químicas). As sinapses elétricas não precisam de neurotransmissores. 
· Sinapse elétrica – transporte de íons, ocorre em menor quantidade (ocorre músculos lisos e cardíacos). Há presença de junções comunicantes (GAP). São mais rápidas e é bidirecional (as moléculas vão em duas direções). Não há contato. Terminal axonal contém vesículas sinápticas. As membranas dendríticas (pós sináptica) apresenta receptores (detectam neurotransmissores).
· Sinapse química – tem o uso de neurotransmissores que ficam guardadas em vesículas sinápticas. Tem ausência de contato chamada de fenda sináptica. Tem-se um retardo sináptico (0,5ms) e é unidirecional (só acontece do pré-sináptico para pós-sináptico). 
· Regeneração dos neurônios – (a) recuperação celular após lesão – após a morte de neurônios, o SN promove a recuperação por meio de alterações de sinapses especificas, da reorganização do SNC e de alterações na liberação de neurotransmissores em resposta à atividade neural. O tecido do SNC realiza pouca regeneração de neurônios após um trauma, porem no SNP (braço, mão, dedo), eles se regeneram com maior facilidade (independente de liberação de neurotransmissores) Ex: lesão medular. Lembrando que regeneração é diferente de multiplicação celular (mitose). Abaixo um exemplo de recuperação celular após lesão (SNP).
· Células da glia (= neuróglias) – o tecido nervoso tem apenas uma quantidade mínima de MEC, e as células da glia fornecem um microambiente adequado para os neurônios e desempenham ainda outras funções.
· Células de Schwann – produzem a bainha de mielina para os neurônios do Sistema nervoso Periférico (SNP). A bainha de mielina são camadas múltiplas concêntricas (em volta) de fosfolipídios e proteínas, alguns neurônios podem conter até 150 camadas acelera a propagação do impulso nervoso. Os locais sem mielina são nódulos/ nó de Ranvier que favorecem a condução saltatória do impulso nervoso (mais rápida).
· Formação da bainha de mielina – a célula de Schwann se aproxima do axônio, e um prolongamento da célula em forma de lâmina gradualmente o envolve em várias voltas. Durante esse processo, o citoplasma de Schwann é comprimido, restando as suas membranas, que formam a bainha de mielina em torno do axônio.
· Desmielinização – doenças que causam a perda de mielina que afetam a velocidade de condução do impulso nervoso. Ex: síndrome de Guillain-Barré e esclerose múltipla.
· Oligodendrócitos – produzem a bainha de mielina para os neurônios do Sistema Nervoso Central. Possuem prolongamentos que se enrolam em volta dos axônios, produzindo a bainha de mielina. 
· Astrócitos – células de forma estrelada com múltiplos processos irradiando do corpo celular. Apresentam função de sustentação e nutrição dos neurônios, participam do controle da composição iônica e contribui para a formação da barreira hematoencefálica. Preenchem os espaços entre os neurônios.
· Barreira hematoencefálica – ocorre pela união do endotélio vascular dos capilares do SNC com os astrócitos. Impede a entrada de substancia neurotóxicas como antibióticos, toxinas e agentes químicos do sangue para o sistema nervoso com a presença de junções oclusivas. Os astrócitos envolvem os neurônios e capilares servindo como passagem seletiva e controlando o fluxo de substancias dos capilares para os neurônios. 
· Células ependimárias – células epiteliais cubicas ou colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em alguns locais as células ependimárias são ciliadas, que facilita a movimentação do liquido cefalorraquidiano ou cerebrospinal (LCR).
· Micróglia – células pequenas e alongadas, com prolongamentos curtos e irregulares. São células fagocitárias (ajudam no mecanismo de defesa), originadas de precursores da medula óssea do sangue (sistema mononuclear fagocitário no SNC). Participam da inflamação e da reparação do SNC e secretam citocinas reguladoras da resposta imunológica e removem restos celulares que surgem nas lesões do SNC. 
· No SNC há uma separação entre os corpos celulares dos neurônios e os seus prolongamentos. Isso faz com que sejam reconhecidas no encéfalo e na medula espinhal – duas porções distintas: substânciabranca e substância cinzenta. 
· Substancia cinzenta – corpos celulares dos neurônios + dendritos e células da glia, além de dendritos. Pericários em grande quantidade e o fundo rosa entre os núcleos são prolongamentos delgados de neurônios e células da glia. 
· Substância branca – axônios mielinizados e células da glia. Possui aspecto fibrilar devido ao grande número de axônios mielínicos. As células da glia são evidenciadas pelos núcleos. 
· Cerebelo – o córtex do cerebelo (substância cinzenta) é constituído de três camadas: (A) Molecular – mais externa, constituída dos dendritos das células de Purkinje. (B) Camadas das células de Purkinje – intermediária e únicos neurônios do cerebelo capazes de transmitir impulsos. (C) Granulosa – mais interna, formada pelos menores neurônios do organismo. 
· Sistema nervoso periférico – nervos, gânglios e terminações nervosos. 
· Nervos – É a união de várias fibras nervosas, que podem ser formadas de axônios ou de dendritos, são feixes de fibras nervosas (axônios) envolvidas por tecido conjuntivo. As fibras podem ser mielínicas ou amielínicas. 
· Gânglios – conjunto de corpos celulares dos neurônios localizados fora do SNC. 
Organização estrutural dos nervosos
· Epineuro – tecido de sustentação dos nervos (tecido conjuntivo denso)
· Perineuro – várias camadas de células achatadas e justapostas, que reveste cada um dos feixes (conjunto das fibras).
· Endoneuro – envoltório de fibras reticulares (axônio) presentes nas células de Schwuann. 
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