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casos diego jonathan

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Caso- 1 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 
170° VARA DO TRABALHO DE CAMPINAS/SP 
 
 Sheila Melodia, nacionalidade(x), estado civil(x), profissão(x), inscrito no 
CPF nº(x), inscrito no P IS nº(x),nascido em(x), residente e domiciliado na 
rua(x), nº(x), bairro(x), cidade(x), UF(x), CEP(x), com endereço eletrônico(x), 
vem por seu advogado(x), com endereço profissional situado na rua(x), 
nº(x), bairro(x), cidade(x),UF(x), CEP(x), com endereço eletrônico(x), para fins 
do art. 77, V do CPC, perante Vossa Excelência, na forma do art. 840 da CLT, 
propor 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA 
 Em face tanto de empregadora (Solução Ltda.), como em face da empresa contratante 
dos serviços (Tecnologia Ltda.), com fundamentos: Súmula 3 31 do TST e artigo 5º-A, 
§ 5º, da Lei n. º 6.019/74. 
DOS FATOS: 
A reclamante é empregada da sociedade empresária Solução Ltda. desde 
15/10/2019, recebendo 1 salário-mínimo por mês, estando com o contrato em 
vigor, desde o início do contrato de trabalho atua como auxiliar de manutenção 
terceirizada nas dependências da sociedade empresária Tecnologia Ltda. 
localizada em Campinas/SP, pois existe contrato de prestação de serviços 
entre ambas as empresas. 
 A empregada jamais assinou qualquer documento ou autorização, sendo 
aprovada em processo seletivo para, logo após, ter a CTPS anotada. 
 A reclamante trabalha de 2ª a 6ª feira, das 9h às 15 horas, com intervalo 
de 15 minutos para refeição, e aos sábados, das 8h às 14 horas sem 
intervalo, m arcando corretamente os cartões de ponto. 
O supervisor da empregadora, alocado junto à sociedade empresária Tecnologia 
Ltda. para controlar a qualidade dos serviços, foi substituído há 2 meses, e o 
novo supervisor, de nome Carlos, tem o estranho e constrangedor hábito 
de enfileirar as empregadas no início do expediente e exigir que cada 
trabalhadora lhe dê um beijo no rosto. 
 Carlos justifica esse procedimento dizendo que é uma forma de melhorar a 
relação da chefia com as subordinadas, e afirma que quem se negar 
sofrerá punição. Com receio de sofrer algo, Sheila se submete à vontade de 
Carlos, mesmo contrariada. 
A reclamada possui extrato atual do FGTS, no qual se verifica um único 
depósito referente à competência de novembro de 2019, a certidão de 
nascimento do seu único filho, que tem 20 anos de idade, uma foto grafia na 
qual aparece com o uniforme da sociedade empresária Solução Ltda., a cópia 
da ata de audiência de um processo anterior que ela ajuizou contra as 
empresas, com as mesmas pretensões, e que foi extinta sem resolução do 
mérito (arquivada) pela ausência da trabalhadora à 1ª audiência, tendo 
ela pago as custas processuais, com grande sacrifício (reclamação número 
0100217-58.2021.5.15.0170, que tramitou perante a 170ª Vara do Trabalho 
de Campinas), os contracheques de todo o período, nos quais consta, na parte 
de créditos, o salário mínimo e, na parte de descontos, a dedução de INSS, 
sendo que, no mês de março d e 2020 consta uma dedução da contribuição 
sindical de R$ 40,00, sendo que Sheila nem sabia que havia um sindicato que a 
representava. 
 Diante das irregularidades que sofre, não deseja continuar o contrato de 
trabalho, mas decidiu não pedir demissão porque foi alertada por familiares 
que, nesse caso, perderia vários direitos. Por fim, diz que sua situação financeira 
é periclitante, e não tem recurso financeiro para ajuizar a ação, caso seja 
necessário adiantar alguma quantia. 
 DO DIREITO: 
 Do Intervalo intrajornada: A reclamante trabalha de 2ª a 6ª feira, das 9h 
às 15 horas, com intervalo de 15 minutos para refeição, e aos sábados, das 
8h às 14 horas s em intervalo, ocorre que não usufruía do intervalo de 1 (uma) 
hora para refeição e descanso, apenas alimentando -se rapidamente durante 
o expediente em no máximo 15 (quinze) minutos. 
Assim, de segunda a sexta-feira não foi observado o disposto no artigo 71 da 
CLT, portanto, havendo incidência do estabelecido no § 4º. A reclamada, 
contudo, jamais efetuou o pagamento da indenização devida. 
 Assim, requer seja a reclamada condenada ao pagamento do intrajornada 
correspondente a 45 (quarenta e cinco) minutos diários, com acréscimo de 
50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração d a hora normal 
de trabalho, de segunda a sexta-feira, ao longo de todo o contrato de trabalho, 
conforme § 4 º do artigo 71 da CLT. 
DO FGTS: 
 Durante o período de trabalho, o empregador não depositou o percentual devido 
na conta bancária vinculada do empregado junto ao Fundo de Garantia sob 
Tempo do Serviço (FGTS). A Lei nº 8.036/90 dispõe sobre a regulamentação 
básica do FGTS, definindo que o empregador deverá efetuar na rede bancária 
um depósito correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ao 
trabalhador no mês anterior, conforme define o art. 15 da lei acima citada. 
DO PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL: 
Com base no Art. 223-B e Art. 223-C da Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT), ou alternativamente nos artigos 186, 187 ou 927 do Código Civil Brasileiro 
(CCB), bem como no artigo 5º, incisos V e X, da Constituição Federal de 1988, 
requer-se a concessão de indenização por dano moral decorrente da conduta 
abusiva e lesiva praticada pelo supervisor do Reclamante durante o contrato de 
trabalho. 
DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA: 
Conforme previsão do artigo 790, §§ 3º e 4º, da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), o(a) Reclamante declara, sob as penas da lei, a sua insuficiência 
financeira, encontrando-se em situação econômica desfavorável e auferindo 
salário inferior a 40% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social. Requer, portanto, a concessão da gratuidade de justiça, 
isentando-o(a) das despesas processuais. 
DOS PEDIDOS: 
 Desta forma requer: 
 Intervalo intrajornada: requerer a condenação da reclamada ao 
pagamento, como extra (adicional de horas extras), do intervalo 
intrajornada não concedido, de 15 minutos a cada sábado. 
 
 FGTS: requerer a condenação da reclamada ao recolhimento de 
todo o FGTS referente ao período trabalhado, exceto o referente à 
competência de novembro de 2019. 
 
 
 Contribuição sindical: requerer a devolução dos valores descontados 
a título de contribuição sindical obrigatória. Fundamentos: 
 
 Danos morais: a conduta do em pregador enquadra-se em assédio 
sexual, gerando o dever de indenizar (conduta, nexo causal e dano 
 
 Rescisão indireta: pleitear a rescisão indireta do contrato de 
trabalho diante das inúmeras faltas contratuais por parte do 
empregador. Fundamentos: artigo 483, “d”, e § 3º, da CLT. 
 
 Tutela provisória: diante da gravidade dos fatos narrados (assédio 
sexual) e da insuportabilidade de continuidade do vínculo 
empregatício, aliado às gravíssimas condutas da reclamada, requerer 
tutela provisória para imediato afastamento da empregada do 
trabalho. O assédio sexual compromete a própria validade material 
do contrato de trabalho, uma vez que incute no empregado ou na 
empregada o fundado temor de dano iminente e considerável à sua 
pessoa, à sua família ou aos seus bens, hipótese prevista no artigo 
151 do Código Civil. Fundamentos: artigo 151 do Código Civil; artigo 294, 
parágrafo único do CPC c/c artigo 300 e seguintes do CPC, 
aplicáveis ao processo do trabalho (artigo 769 da CLT). 
 
 Honorários: requerer a condenação da parte contrária ao pagamento 
de honorários advocatícios sucumbenciais, no importe de 15% do valor 
da condenação, com fulcro no artigo 791-A, caput, da CLT. Expedição de ofício: requerer a expedição de ofício ao Ministério 
Público Estadual para apuração de crime previsto no artigo 216-A do 
Código Penal. 
Protesta provar por todos os meios de prova admitidos, nomeadamente pela 
produção de prova oral em audiência e juntada posterior de documentos. 
Dá a presente causa o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). 
Nestes termos pede deferimento. 
Campinas, 27 de agosto de 2021. 
OAB/SP xxxxx-xxxxx

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