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CIRURGIA PLÁSTICA CATARINA MARTINS CERONI IVO FMSA - 2023 09/02/2023 RETALHOS • Nutrição -> avaliar se a área receptora tem nutrição boa (enxerto) ou ruim (retalho) o Enxerto: fragmento de pele de outra parte do corpo com aporte sanguíneo, sendo nutrido pelo encontro dos micros capilares existentes do fragmento e da área coberta -> se for local com vasa vasorium, pode realizar enxerto o Retalho: nutrição via pedículo -> leva junto com o seguimento de pele uma artéria e uma veia que irão nutrir aquela área • Opções de correção das lesões Fechamento direto -> enxerto de pele -> retalho local -> retalho microcirúrgico • Definição o Transposição de pele, fáscia, músculos, ossos ou uma composição entre essas estruturas, com manutenção de seu pedículo vascular, definitiva ou temporária o Tem circulação própria, independendo da área receptora • Classificação -> depende da localização da artéria principal o Randomizados ou ao acaso: no eixo maior não está o pedículo, portanto o fluxo de sangue é proveniente de perfurantes o Arteriais ou axiais: no eixo maior está o pedículo, portanto a nutrição é pela própria artéria principal o Retalho microcirúrgico o Expansão tecidual: coloca-se um ducto e toda semana insufla a pele, por mais ou menos 4 meses, depois retira o expansor e coloca a pele expandida na área desejada; muito utilizado para couro cabeludo -> crânio faz com que a expansão seja para a área certa • Defeito – área receptora o Análise do defeito ▪ Lesão cruenta existente ▪ Perda estrutural congênita ▪ Perda estrutural adquirida (debridamento cirúrgico ou ablação tumoral) ▪ Estável, infecção ou doença progressiva o Componentes envolvidos no defeito ▪ Pele/tecido celular-subcutâneo ▪ Mucosa ▪ Músculo ▪ Vasos ▪ Nervos ▪ Fáscia ▪ Cartilagem ▪ Osso • Indicações clínicas dos retalhos – tratamento dos defeitos o Cobrir estruturas nobres o Cobrir áreas com deficiente vascularização o Promover restauração do contorno do corpo • Complicações o Necrose o Infecção • Fatores de inviabilidade o Tensão na linha de sutura o Pressões internas (tubulares) e externas (edema) • Sinais de inviabilidade o Palidez cutânea permanente o Não sangramento da extremidade cutânea o Edema e congestão CASOS CLÍNICO RETALHOS ARTERIAIS • Retalho naso-labial -> artéria angular o Retalho VY • Retalho frontal -> artérias supra-orbitária e supra-troclear • Retalho trapézio -> artéria cervical transversa • Retalho delto-peitoral -> 1, 2, 3 perfurantes da artéria mamária interna • Retalho de músculo temporal -> artéria temporal anterior profunda • Retalho de couro cabeludo -> artéria temporal superficial, occipital, supra- troclear, supra-orbitária, auricular posterior • Retalho ante-braqueal -> artéria radial • Retalho inguinal -. Ramo ascendente da artéria femoral circunflexa • Retalho torácico lateral -> artéria tóraco-lateral o Retalho em Z • Retalho da artéria peroneal -> artéria peroneal • Retalho da artéria tibial posterior -> perfurantes septocutâneas 16/02/2023 QUEIMADURAS • Déc. 60: morte precoce em pacientes com mais de 20% da superfície corporal queimada (%SCQ) o Resposta inflamatória ao trauma, infecção e sepse • Taxa de sobrevivências aumento decido ao avanço de tratamento cirúrgico, cuidados intensivos e desenvolvimento de centros especializados • Maioria ocorrem em casa, principalmente crianças -> 4ª maior causa de morte o Segundo lugar: ambiente de trabalho, principalmente homens • Vítimas: grupo heterogêneo o Acompanhamento ambulatorial o Tratamento em unidade de terapia intensiva o Evolução mais grave: doenças prévias e extremos de idade (<2 anos ou >50 anos) • Evolução do conhecimento é fundamental o Atendimento inicial no local do acidente o Entendimento da resposta ao trauma o Tratamento clínico e cirúrgico o Fatores de risco para complicações e sequelas o Medidas educacionais e campanhas de prevenção • Trauma grave -> sequelas sociais e psicológicas -> orçamentos para sistema de saúde TRATAMENTO INIC IAL: ATLS • A: vias aéreas o O2 suplementar a todos os pacientes o Critérios de intubação igual a todos os traumas o Apneia, insuficiência respiratória ou hipoxia o Sinais e sintomas de lesão inalatória ▪ Ambiente fechado ▪ Queimadura de cílios e vibrissas, fuligem em VAS ▪ Roncos e estridores o Obstrução de VAS -> lesões na face e pescoço o Edema progressivo -> inviabiliza intubação o Manter observação rigorosa: 4-8h após o trauma • B: ventilação o Máscara ou ventilação a 100% de O2 com pressão positiva entre 5-8 cm H2O e coleta de gasometria arterial o Radiografia de tórax: avaliar traumas associados e posição do tubo endotraqueal ▪ Não auxilia no diagnóstico de lesão inalatória o Broncoscopia: confirma suspeita clínica de lesão inalatória o Escarotomia: realizada em queimaduras circunferenciais e profundas no tórax • C: circulação o Acesso endovenoso de grosso calibre em veias periféricas nas grandes áreas não queimadas ▪ Exceção: pacientes com queimaduras extensas o Casos graves: punção do vaso em área queimada deve ser feita nas primeiras horas, mas trocada assim que possível o Ressuscitação hídrica com cristaloides (ringer de lactato) ▪ Fórmula de Parkland: 4 x peso x SCQ • Queimaduras de 2º e 3º grau • 50% nas primeiras 8h (contar a partir da hora do trauma) • 50% nas 16h restantes o 24h iniciais: não usar coloide, diurético e drogas vasoativas o Diurese entre 0,5-1 mL/kg/h o Glicemia: observar nas crianças, diabéticos e sempre que necessário o Maior hidratação ▪ Lesão inalatória e elétricas de alta voltagem ▪ Ressuscitação retardada ▪ Maior profundidade de %SCQ ▪ Pacientes etilizados o Menos hidratação a avaliação cuidadosa ▪ Idosos ▪ Portadores de insuficiência renal e cardíaca congestiva o Trauma elétrico: mioglobinúria o Meta: diurese >100 mL/h o Manitol e medir pressão intra-abdominal (síndrome compartimental) • D: disfunção neurológica o Hipótese de trauma cranio-encefálico o Avaliar agitação após oferta de O2 o Promover controle de dor com morfina EV • E: exposição o Remover roupas o Avaliar outros traumas associados o Prevenir hipotermia o Cálculo da %SCQ ▪ Regra dos 9 ▪ Lund-Browder LESÃO INALATÓRIA • Anamnese e exame físico o Trauma em ambiente fechado (incêndio) o Sinais e sintomas ▪ Rouquidão ▪ Queimadura de cílios/vibrissas e fuligem em VAS ▪ Escarro carbonáceo ▪ Roncos e estridores • Tipos: podem coexistir em uma lesão o Lesão térmica direta: limita VAS o Lesão causada por partículas do material, liberado pela combustão: deposição em VAS o Intoxicação por produtos químicos liberados na fumaça ▪ CO e cianeto • Envenenamento com CO: com ou sem lesão térmica na pele • Radiografia de tórax: não é diagnóstico • Broncoscopia: diagnóstico e toalete pulmonar • Nível de CO-Hb sérico: avaliado com os exames inicias o Medidas normais não excluem a presença de lesão inalatória • CO tem 240x mais afinidade pela Hb que O2 o Reversão em O2 a 100% FIS IOPATOLOGIA • Resposta inflamatória local e sistêmica LOCAL • Intensidade do calor (térmicas), intensidade de corrente (elétricas), tipo de reagente (químicas) • Tempo de contato do agente • Jackson (1953) descreve 3 zonas o Coagulação/necrose o Estase o Hiperemia S ISTÊMICA • Liberação de citocinas/mediadores inflamatórios em grande quantidade o Quando a extensão da lesão ultrapassa 20% de SCQ • Princípio básico o SCQ >25% -> aumento generalizado da permeabilidade capilar o >30% -> diminuição da atividade da Na+/K+ ATPase levando à ruptura sistêmica do gradiente iônico intra/extracelular -> perdura por vários dias ▪ Parcialmente corrigida por ressuscitação adequada o >50% -> metade do fluido deressuscitação inicial pode extravasa par tecido não lesado pela queimadura ▪ Ressuscitação com fluidos IV atualmente definida • Adultos>15% e crianças com 10% SCQ • 2 cateteres venosos calibrosos devem ser introduzidos, preferencialmente através da pele não queimada • Ringer com lactato: aconselhável • Fórmula de Parkland: cálculo do volume inicial -> queimadura 2º/3º grau 2-4 x peso x SCQ *ATLS: 2 x peso x SCQ 50% primeiras 8h (a partir do trauma) 50% nas 16h restantes RESPOSTA CARDIOVASCULAR • Aumento de permeabilidade capilar • Perda de proteínas e fluidos do compartimento intravascular para intersticial • Vasoconstrição periférica e esplâncnica • Juntamente com a perda de fluido através da ferida da queimadura o Hipotensão sistêmica e hipoperfusão • Hidratação o Garantir perfusão adequada com menor alíquota possível de líquido evitando over-resuscitation o Over x under ▪ Over: síndrome compartimental ▪ Under: perpetuação do choque ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS • Mediadores inflamatórios • SDRA/SARA nas queimaduras graves • Bronco constrição RESPOSTA METABÓLICA • Taxa metabólica basal: aumenta até 3x em relação a taxa basal • Hipercatabolismo o Requer urgência nutricional: diminuir catabolismo e manter integridade intestinal o Dieta enteral precoce hipercalórica/proteica, suplementada por sonda enteral, mesmo que o paciente tenha condições de receber dieta oral (vias associadas) ALTERAÇÕES IMUNOLÓGICAS • Pacientes imunossuprimidos • Há regulação negativa (“down regulation”) não especifica da resposta imune • Afeta as via humoral/celular CLASSIF ICAÇÃO • Espessura = grau o Profundidade o 23/02/2023 ENXERTOS DE PELE • Definição: transposição de um segmento de pele de uma área doadora para uma área receptora, contendo epiderme e derme, SEM a manutenção do pedículo vascular • Indicação: área onde exista um substrato vascularizado; impossibilidade de se aproximar primariamente as bordas de uma lesão o Tecido de granulação (tecido viável) -> tecido úmido granulado vermelho ou rosa composto de vasos sanguíneos novos, tecido conjuntivo, fibroblastos e células inflamatórias • Cada curativo de enxerto fica 4 dias o A cada 4 dias deve ser refeito o A cada troca coloca-se menos volume e menos pressão • Quanto menor a retração primária, maior a secundária e vice-versa o Retração primária: ocorre logo após a retirada do enxerto; depende da espessura da derme o Retração secundária: processo de integração e estabilização do enxerto; depende da contração das fibras de colágeno durante a cicatrização • Outras possibilidades para cobertura o Cultura de queratinócitos ▪ Pobre resultado estético e funcional se colocado sobre granulação 1m2 por 2-3 semanas o Alloderm ®: derme humana acelular o Integra ®: matriz colágena de tendão de boi recoberta por silicone o Necessitam de enxertia epitelial posterior o Alto custo CLASSIF ICAÇÃO • Quanto a espessura o Parcial: contém epiderme e derme parcial; média ou fina -> faca de Blair ou dermátomo elétrica ▪ Faca de Blair: ▪ Dermátomo Elétrico: o Total: contém epiderme e derme total; pequenas áreas de alto valor estético funcional • Quanto à origem o Autógeno: D e R são o mesmo individuo o Homógeno: D e R são indivíduos diferentes, mas da mesma espécie ▪ Objetivos: permanência temporária (2-4 dias -> curativo biológico) diminui perda de água e calor, exsudato, dor e possibilidade de infecção; prepara o leito para auto-enxertia; facilita movimentação articular ▪ Indicações: teste na área receptora; proteção imediata ou em áreas granulantes; lesões extensas e área doadora insuficiente; lesões II grau profundo controlando infecção e acelerando formação da camada epitelial ▪ Glicerolado: conservado em glicerol, não apresenta células vivas (menor capacidade antigênica), epiderme será retirada, permanência definitiva da derme, necessita de cobertura epitelial com auto- enxerto dérmo/epidérmico fino ou epidérmico ou queratinócitos cultivados sobre substrato dérmico o Heterógeno: D e R não são da mesma espécie ▪ Ex: pele de tilápia em queimados • Quanto à forma o Em lâminas: cura mais rápida; melhores resultados; mais usado o Em selos: cobertura precária; pouco usado; acontece cicatrização por segunda intenção (ruim funcionalmente e esteticamente) o Em malha - mesh graft: dermátomo de Tanner ▪ Superfícies maiores (1,5:1; 3:1; 6:1; 9:1) ▪ Menor resultado estético/funcional ▪ Necessita de oclusão 02/03/2023 RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA MASTECTOMIAS • Tratamento descrito há séculos -> radicalidade • 1894: extensas ressecções cutâneas e m. peitorais maior e menor -> grandes mutilações • 1982: questionamentos sobre a radicalidade em tumores inocentes e não mudança do prognostico com essa radicalidade • 1948: mastectomia radial modificada -> ressecções cutâneas menores e preservação do peitoral menor • 1943-1952: sistema TNM • 1952: tumorectomia e radioterapia • Séc. XX: tratamento conservador de câncer de mama -> índices de sobrevida não relacionados à radicalidade o Não há diferença da sobrevida entre pacientes de mastectomia ou quadrantectomia • 1985: margens cirúrgicas livre -> fator determinante nos índices de recidiva local • 1994: pesquisa do linfonodo sentinela RECONSTRUÇÃO NAS MASTECTOMIAS RADICAIS • TRAM microcirúrgico: o 1979: reconstrução de mama tardia -> anastomose dos vasos tóraco dorsais com epigástricos inferiores do retalho o Outras variantes: ramos perfurantes dos vasos epigástricos inferiores e superficiais o 1976: anastomose microcirúrgica para reconstrução imediata de mama com m. glúteo maior o Vantagens: maior possibilidade de opões com retalhos cutâneos e m. cutâneos a distância; menor morbidade pela preservação do músculo o Pedículo: vv. epigástricas inferiores ▪ TRAM m. transversal reto abdominal ▪ DIEP: deep inferior epigastric perfurators ▪ SIEA: superficial inferior epigastric artery • TRAM (transverso) pediculado o Vantagens: preservação do pedículo principal -> maior segurança o Pedículo: vv. epigástricas superiores • Grade dorsal o Pedículo: vv. tóraco-dorsais • Implante mamário de silicone o Reconstrução tardia o Reconstrução imediata MASTECTOMIAS CONSERVADORAS (QUADRANTECTOMIAS ) • Retalho tóraco-lateral • Retalho central • “plug flap” • TRAM • Grande dorsal • Mamoplastia
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