Buscar

Dicas 01

Prévia do material em texto

@ O A B A I V O U E U - X X X V I I I E X A M E D E O R D E M
S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U
E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A
A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O
L I V R O 0 1
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
DE
 C
ON
TE
ÚD
O
ÍN
D
IC
E
Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do
"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final,
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS
OABENÇOADAS para que você consiga obter o
máximo de resultado durante a sua preparação.
Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação,
aprender de forma prática e direta os conceitos e
institutos dos temas que mais caem na prova da
OAB!
Agora você pode estudar os temas diários propostos
no cronograma diretamente das DICAS
OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o
seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da
aprovação!
DIA 101
11
25
49
54
DIA 2
DIA 3
DIA 4
DIA 5
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
1 
 
DICAS OABENÇOADAS 
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXVIII
DIREITO CONSTITUCIONAL 
DICA DO DIA 01 
1. TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O constitucionalismo foi um movimento, que 
tinha como objetivo limitar o poder do estado, 
garantir os direitos fundamentais e buscar a 
separação dos poderes, em face do 
absolutismo. 
Tal movimento vai muito mais além do que 
conferir constituições aos estados, até porque 
estas já existiam materialmente, mas não 
possuíam força para garantir os direitos que a 
sociedade precisava, assim como para separar 
as funções estatais e romper com os ideais 
absolutistas da época. 
CONSTITUCIONALISMO ANTIGO: Ocorreu entre 
a idade clássica até o fim do século. XVII. No 
início do constitucionalismo antigo tinha-se a 
limitação do poder estatal por dogmas 
religiosos, o que originou o Estado Teocrático. 
Em um segundo momento, nas cidades-estados 
gregas (Carta Magna 1215), as constituições 
eram consuetudinárias, pois tinham como base 
costumes e precedentes judiciais. Caracteriza-se 
pela existência de direitos perante um monarca 
limitando seu poder. 
CONSTITUCIONALISMO CLÁSSICO OU LIBERAL: 
Inicia do fim do século XVIII e permanece até o 
fim da 1ª Guerra Mundial. 
Uma das suas principais características é o 
surgimento das constituições escritas. 
Momento em que surgiu a 1ª constituição dos 
EUA (1787), na França surgiu com o liberalismo 
em 1789 (a primeira constituição escrita da 
França foi em 1791) e com a Declaração dos 
Direitos do Homem e do Cidadão. 
A Declaração do Homem e do Cidadão traz as 
matérias que devem ser matéria expressa em 
qualquer constituição, como a separação dos 
poderes, direitos fundamentais e estrutura do 
estado. 
No constitucionalismo Clássico, o Estado era 
Liberal/de Direito, o qual limitava os direitos 
que o soberano tinha em seu poder. 
Surgiu os direitos da Primeira geração, ou seja, 
os direitos relacionados a liberdade (direitos 
civis e políticos). 
CONSTITUCIONALISMO MODERNO OU SOCIAL: 
Inicia com o fim da 1ª Guerra Mundial e vai até 
o fim da 2ª Guerra Mundial. 
Com a crise do liberalismo econômico, no final 
do século XIX, os constitucionalistas modernos 
deram ênfase a 2º geração dos direitos 
fundamentais, tendo como modelo a 
Constituição do México de 1917 e a de Weimar 
de 1919. 
Neste momento surge o ESTADO SOCIAL, o qual 
se caracteriza pelo abandono de um estado 
abstencionista e o surgimento de um estado 
que implementa a igualdade e que intervém 
em inúmeras questões que antes eram deixas a 
livre iniciativa. 
CONSTITUCIONALISMO CONTEMPORÂNEO: 
inicia com o fim da 2º Guerra Mundial. 
Tem como uma das suas características a 
garantia jurisdicional da supremacia da 
Constituição, o surgimento da 3ª geração dos 
direitos fundamentais. 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
2 
 
No constitucionalismo Contemporâneo surge 
duas concepções: o neoconstitucionalismo, e o 
pós-positivismo. 
O neoconstitucionalismo tem como 
fundamento a dignidade da pessoa humana. O 
Estado constitucional de Direito é o seu marco 
histórico, a legalidade se subordina a 
constituição, é o chamado força normativa da 
constituição. 
 
Diferença entre Constitucionalismo/ 
Jusnaturalismo X Positivismo X Pós-Positivismo 
X Neoconstitucionalismo 
Jusnaturalismo: Para o Jusnaturalismo, o direito 
é algo natural e anterior ao ser humano, 
devendo seguir sempre aquilo que condiz aos 
valores da humanidade (direito à vida, à 
liberdade, à dignidade, etc) e ao ideal de justiça. 
O Jusnaturalismo ou direito natural é aquele que 
o homem já nasce sendo este imutável. 
Positivismo: Representa a ultra valorização da 
lei, além de separar o direito e a moral. 
Pós-Positivismo: Surge para aperfeiçoar o 
positivismo e ponderar a relação entre direito e 
ética com o intuito de dar aos princípios jurídicos 
caráter normativo. 
Neoconstitucionalismo: visa refundar o direito 
constitucional com base em novas premissas, 
como a difusão e o desenvolvimento da teoria 
dos direitos fundamentais e a força normativa 
da constituição 
Sentidos da Constituição: Em regra, todo Estado 
tem uma constituição, que a regulamentação e 
a forma que o estado deve ser, deve ser 
organizado. 
SENTIDO SOCIOLÓGICO DA CONSTITUIÇÃO 
(FERDINAND LASSALLE):Para Lassalle a 
constituição deve ser puro reflexo da sociedade, 
a qual adota. NÃO É FORMA DE DEVER SER, 
MAS DE SER. 
Os fatores reais do poder (a sociedade) é quem 
possui força ativa e eficaz de informar quais leis 
são necessárias, do contrário, as constituições 
escritas se tornaram ineficazes e passarão a ser 
uma mera folha de papel. 
SENTIDO POLÍTICO (CARL SCHIMITT): Para 
Schimitt a constituição é uma decisão política 
fundamental, ou seja, é um conjunto de normas 
que disciplinam sobre o modo e a forma de 
existência de um Estado. As outras normas que 
formalmente estão inseridas neste conjunto, 
mas que não tratam sobre esses temas, são leis 
constitucionais e não constituição. 
SENTIDO JURÍDICO (HANS KELSEN): Para Kelsen 
a verdadeira constituição está dissociada de 
qualquer fundamento político, filosófico ou 
sociológico. A constituição é uma norma, ela 
descreve como as coisas DEVEM SER e não a 
maneira real de ser das coisas. (VEJA QUE 
DIFERE DO CONCEITO SOCIOLÓGICO) 
Para Kelsen, a Constituição posta, a constituição 
em si, é a norma suprema (sentido jurídico-
positivo), pois é dela que todas as outras leis 
devem tirar a sua validade. Contudo, além de 
uma constituição posta há ainda uma 
pressuposta (sentido lógico-jurídico), é a 
verdadeira norma hipotética fundamental, é a 
norma que serve de fundamento de validade 
para a própria constituição. 
SENTIDO CULTURA (KONRAD HESSE E 
HABERLE): A constituição é uma norma aberta 
em correlação aos fatos sociopolíticos, sempre 
disposta a conectar a realidade com o texto 
constitucional, para que este de fato possua 
força normativa. 
Existe inúmeras formas de classificar as 
constituições, vejamos algumas delas: 
 
NEOCONSTITUCIONALISMO 
Marco Histórico Estado de Direito 
Marco Filosófico Pós-Positivismo 
Marco Teórico Força Normativa da 
Constituição 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
3 
 
QUANTO AO CONTEÚDO 
 
 
 
 
MATERIAL 
Conjunto de normas, 
escritas ou 
costumeiras, onde o 
importante é o 
conteúdo delas, e 
não a fonte 
normativa em que 
veiculadas. 
 
 
 
 
FORMAL 
Conjunto de normas 
que, 
independentemente 
do conteúdo, 
consideram-se 
constitucionais, pois 
estão inseridas em 
ato escrito dotados 
de hierarquia jurídica 
superior 
 
 
QUANTO A FORMA 
 
ESCRITA/DOGMÁTICA 
formalizada em um 
texto escrito. 
 
 
NÃO 
ESCRITA/HISTÓRICA 
não há texto único 
centralizado. É 
baseada, muitas 
vezes, pelos 
costumes e 
jurisprudência do 
país. 
 
 
QUANTO A ESTABILIDADE 
FLEXÍVEL 
 
é alterada da mesma 
formaque as leis 
inferiores. 
SEMIRÍGIDA 
 
uma parte é flexível e 
outra é rígida. 
RÍGIDA a sua alteração é mais 
rígida do que as leis 
inferiores 
SUPER-RÍGIDA uma parte é rígida e 
outra é imutável, ou 
seja, não pode ser 
modificada de modo 
algum 
IMUTÁVEL : todo o texto é 
imutável. 
 
 
QUANTO Á ORIGEM 
OUTORGADA 
 
Imposta por 
quem está com 
detenção do 
poder 
PROMULGADA 
 
Elaborada com 
participação 
popular 
CESARISTA(BONAPATIST
A) 
 o soberano 
elabora o texto 
e, 
posteriormente
, o submete a 
um referendo 
popular. 
PACTUADA(DUALISTA) elaborada POR 
MEIO de um 
pacto realizado 
entre os 
detentores do 
poder político. 
 
 
QUANTO Á VOLUNTARIEDADE 
HETERÔNOMA 
 
É elaborada por 
um pais 
diferente de 
onde será 
executada 
AUTÔNOMA É Elaborada pelo 
próprio país que 
será executada. 
 
 
QUANTO A DOGMÁTICA 
ORTODOXA 
 
Formada por uma 
só ideologia 
ECLÉTICA Formada por 
várias ideologias. 
 
 
 
 
QUANTO À FINALIDADE 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
4 
 
DIRIGENTE/ANALÍTICA 
 
Estabelece um 
projeto de estado 
para o futuro 
GARANTIA Garante buscar a 
liberdade e 
limitar o poder. 
BALANÇO descreve e 
registra a 
organização 
política atual, 
estabelecida 
 
 
Podemos classificar a CF/88 em PRAFED(ê) 
Promulgada 
Rígida 
Autônoma 
Formal 
Escrita 
Dogmática 
 
2. PODER CONSTITUINTE 
O QUE DEVO SABER: 
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO: O poder 
constituinte originário é inicial, ilimitado, 
incondicionado, é soberano, autônomo e 
permanente. 
• Inicial: inicia a ordem jurídica. Não há 
nenhuma força jurídica acima dele, pois o 
Direito Natural não é aceito por essa concepção 
• Autônomo: não convive com nenhuma força 
jurídica de mesma hierarquia. 
 • Incondicionado ou ilimitado juridicamente: 
não há nenhuma força jurídica nem superior, 
nem de mesma hierarquia para limitar o Poder 
Constituinte. 
Para maioria dos doutrinadores é um poder de 
fato. 
O poder constituinte tem Limites? Depende. 
Para os Positivistas não. Contudo, a doutrina 
moderna entende que está concepção está 
refutada, pois existe os limites transcendentes, 
iminentes. 
Os Limites transcendentes estão relacionados 
ao Poder Constituinte Material (Relacionado a 
matéria), são direitos que toda uma sociedade já 
conquistou e que deve transcender a próxima, 
ainda que surja uma nova constituição. EX: 
Direitos Fundamentais conexos com a dignidade 
da pessoa humana. É o princípio da proibição do 
retrocesso (Efeito Cliquet). 
Já os imanentes estão relacionados ao Poder 
Constituinte formal, ou seja, a configuração do 
estado, como a soberania e forma do estado. 
OBS: Não pode LEI ESTADUAL prevê 
prerrogativa de foro no Tribunal de Justiça para 
o PGE. 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO: É o poder 
de modificar a constituição, assim como o de 
criar as constituições estaduais. 
 
Poder constituinte derivado reformador- é 
poder de modificar a constituição 
FORMALMENTE, por meio do Congresso 
Nacional, mediante o poder legislativo. 
 
As alterações constitucionais poderão ocorrer 
FORMALMENTE, por meio da revisão 
constitucional e das emendas constitucionais. 
 
 Revisão constitucional (rito do art. 3º do ADCT): 
é uma reforma geral, global, de uma vez só se 
reforma todo o texto. 
Art. 3º. A revisão constitucional será realizada 
após cinco anos, contados da promulgação da 
Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos 
membros do Congresso Nacional, em sessão 
unicameral. 
Essa revisão ocorreu em 1993, motivo pelo qual 
o STF entende não ser possível nova revisão 
constitucional: a norma do art. 3º do ADCT teve 
sua APLICABILIDADE ESGOTADA e EFICÁCIA 
EXAURIDA, de forma a NÃO ser mais possível 
nova manifestação do poder constituinte 
derivado revisor. 
 
Emendas constitucionais (rito do art. 60 da 
CF/88): dizem respeito a reformas pontuais, por 
temas. 
Existe 3 tipos de emendas: 
Inclusiva- Inclui dispositivo novo. 
Supressiva- Retira dispositivo 
Híbrida- Inclusiva + supressiva. 
 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
5 
 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada 
mediante proposta: 
I - De um terço, no mínimo, dos membros da 
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal ;( 
é ou um ou outro ta?) 
II - Do Presidente da República (o VICE-
PRESIDENTE NÃO PODE) 
III - de mais da metade das Assembleias 
Legislativas das unidades da Federação, 
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
relativa de seus membros. 
 
Limitações ao poder de reforma: 
 
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na 
vigência de intervenção federal, de estado de 
defesa ou de estado de sítio (Limitações 
circunstanciais) 
 
CUIDADO: É VEDADO EMENDAR A 
CONSTITUIÇÃO NA VIGÊNCIA DO ESTADO DE 
SÍTIO E NÃO PROMOVER/PROPOR A EMENDA. 
Para que o estado de sítio entre em vigor faz-se 
necessário autorização do CN, ou seja, é 
vedado emendar a CF na vigência do estado de 
sítio e não no momento em que o Presidente 
formaliza a proposta e ainda está esperando a 
autorização do CN. 
 
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada 
Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, 
considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, três quintos dos votos dos respectivos 
membros (Limitações formais) 
Obs. Os Legitimados a propor a PEC também 
fazem parte das limitações formais. 
 
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada 
pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, com o respectivo número de 
ordem. 
 
OBS: QUEM PROMULGA E PUBLICA AS EC SÃO 
AS MESAS. NÃO É UMA OU OUTRA, SÃO AS 
DUAS. 
 
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta 
de emenda tendente a abolir: (LIMITAÇÕES 
MATERIAIS EXPRESSAS/CLAUSULAS PETREAS) 
I - A forma federativa de Estado; 
II - O voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - Os direitos e garantias individuais. 
 
Obs. Limitações Materiais IMPLÍCITAS 
As que dizem respeito à forma de criação de 
norma constitucional, bem como as que 
impedem a pura e simples supressão dos 
dispositivos atinentes à intocabilidade dos 
temas já elencados, tais como: A titularidade 
do poder, o exercício do Poder de Reforma, o 
procedimento das Emendas, a República e o 
Presidencialismo, o Próprio rol das cláusulas 
pétreas, pois não se adota o critério da dupla 
modificação 
 
§ 5º A matéria constante de proposta de 
emenda rejeitada ou havida por prejudicada não 
pode ser objeto de nova proposta na mesma 
sessão legislativa. 
 
As cláusulas pétreas poderão ser objeto de 
emendas constitucionais quando estas 
possuírem o intuito de ampliar ou sofisticar 
(não de eliminar) os assuntos relacionados no 
60, §4º, CF. Exemplo: EC 45/2004, art. 5º, 
LXXVIII, CF: direito à razoável duração do 
processo. 
 
Poder constituinte derivado decorrente- é o 
poder de criar e modificar as constituições 
estaduais. É um poder limitado, condicionado, 
de segundo grau, pois deve observar, como 
regra geral, as limitações materiais impostas ao 
poder constituinte decorrente inicial, além 
daquelas estatuídas pela própria Constituição 
Estadual 
 
As constituições Estaduais devem observar 
certos limites constitucionais em respeito ao 
princípio da simetria, esses limites são divididos 
em categoria de PRINCÍPIO. 
 
1-PRINCÍPIOS SENSÍVEIS- Essência da 
organização constitucional federativa (Art. 34, 
VIII da CF: hipóteses que admitem intervenção_ 
2-PRINCÍPIOS EXTENSÍVEIS-Normas 
organizatórias da União que se estendem aos 
Estados, por previsão constitucional expressa 
ou implícita; 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
6 
 
3- PRINCÍPIOS ESTABELECIDOS- Normas já 
ESTABELECIDA S na Constituição sobre Estados 
e DF 
 
Art. 25 da CF- Os Estados organizam-se e regem-
se pelas Constituições e leis que adotarem, 
observados os princípios desta Constituição. § 
1º - São reservadas aos Estados as competências 
que não lhes sejam vedadas por esta 
Constituição. 
 
Não há que se falar em reprodução obrigatória 
de cláusulas pétreasnas Constituições 
Estaduais, todavia, norma da constituição 
Estadual não pode atentar contra as mesmas. 
Elas PODEM ser reproduzidas, mas não existe 
obrigatoriedade. 
 
- A Constituição Estadual não pode trazer 
hipóteses de intervenção estadual diferentes 
daquelas que são elencadas no art. 35 da 
Constituição Federal. As hipóteses de 
intervenção estadual previstas no art. 35 da 
CF/88 são taxativas. Caso concreto: STF julgou 
inconstitucionais os incisos IV e V do art. 25 da 
Constituição do Estado do Acre, que previa que 
o Estado-membro poderia intervir nos 
Municípios quando: IV – se verificasse, sem justo 
motivo, impontualidade no pagamento de 
empréstimo garantido pelo Estado; V – fossem 
praticados, na administração municipal, atos de 
corrupção devidamente comprovados. STF. 
Plenário. ADI 6616/AC, Rel. Min. Cármen Lúcia, 
julgado em 26/4/2021 (Info 1014). 
 
Art. 35 da CF O Estado não intervirá em seus 
Municípios, nem a União nos Municípios 
localizados em Território Federal, exceto 
quando: 
I - Deixar de ser paga, sem motivo de força 
maior, por dois anos consecutivos, a dívida 
fundada; 
II - Não forem prestadas contas devidas, na 
forma da lei; 
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da 
receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino; 
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da 
receita municipal na manutenção e 
desenvolvimento do ensino e nas ações e 
serviços públicos de saúde 
IV - O Tribunal de Justiça der provimento a 
representação para assegurar a observância de 
princípios indicados na Constituição Estadual, ou 
para prover a execução de lei, de ordem ou de 
decisão judicial 
 
PODER CONSTITUINTE DIFUSO: O poder 
constituinte difuso, por meio da mutação 
constitucional, poderá dar um novo sentido a 
constituição, sem alterar seu texto, sem 
reforma, sem processo legislativo, apenas 
modificando informalmente o seu sentido. 
 
A mutação constitucional é feita indiretamente 
pela população, pois de acordo com a evolução, 
novos costumes, novas práticas, nova realidade 
cultural, a sociedade pressiona o judiciário para 
que seja dado novo sentido a constituição, mas 
sem modifica-la. 
 
#olhaolinkmental 
Mutação X OVERRULING: A mutação 
Constitucional é a alteração na interpretação ou 
no sentido de um texto constitucional, em razão 
das transformações da realidade social. O 
overruling é a superação de um precedente, sem 
a modificação fática na realidade, mas pelo 
amadurecimento da corte sobre o direito 
aplicado anteriormente. 
 
CONSTITUCIONALIZAÇÃO SUPERVINIENTE: 
Ocorre quando uma norma originalmente 
inconstitucional é constitucionalizada em razão 
do surgimento de uma nova constituição. Ela 
não é aceita no nosso ordenamento. 
 
Obs. O poder constituinte supranacional busca 
a sua fonte de validade na cidadania universal, 
no pluralismo de ordenamentos jurídicos, na 
vontade de integração e em um conceito 
remodelado de soberania. 
 
RECEPÇÃO E DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: 
 
Recepção: Quando surge uma nova 
constituição, dois fenômenos ocorrem em 
relação às normas infraconstitucionais 
anteriores. Primeiro as que forem 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
7 
 
materialmente compatíveis são recepcionadas; 
as que forem materialmente incompatíveis não 
são recepcionadas. As que são recepcionadas 
perdem o fundamento de validade antigo e 
ganham um novo fundamento de validade, elas 
deixam de constitucionais, afinal a nova 
constituição acabou de surgir, não teria como 
ela ser uma norma constitucional. 
A incompatibilidade formal superveniente (a 
norma era formalmente constitucional perante 
a constituição anterior, mas deixou de ser 
perante a nova) não impede a recepção, mas 
faz com que a norma adquira uma nova 
roupagem, um novo status. 
 
Para ocorrer a RECEPÇÃO a lei precisa: ter 
compatibilidade formal e material perante a 
Constituição sob cuja regência ela foi editada 
(no ordenamento anterior); ter compatibilidade 
somente material, pouco importando a 
compatibilidade formal, com a nova 
Constituição. 
 
Obs: A incompatibilidade FORMAL 
superviniente não impede a recepção( estamos 
falando de uma lei, mas faz com que a norma 
adquira uma nova roupagem. Ex: Código 
Tributário Nacional. 
 
Existe uma exceção: no caso de normas cuja 
competência era atribuída a entes federativos 
distintos (inconstitucionalidade formal 
orgânica). Nessas hipóteses a recepção só é 
admitida quando a competência anterior era de 
um ente maior e passa a ser de um ente menor, 
por exemplo, a competência era do Município e 
passa a ser do Estado, dessa forma a norma não 
é recepcionada. Por sua vez, no caso, a 
competência fosse da União e passasse a ser dos 
Estados, a lei seria recepcionada. 
 
Desconstitucionalização: É o fenômeno pelo 
qual as normas da Constituição anterior (leis 
constitucionais e não a Constituição 
propriamente dita), desde que compatíveis com 
a nova ordem, permanecem em vigor, mas com 
o status de lei infraconstitucional. ESSA TEORIA 
NÃO É ACEITA NO BRASIL. 
Perceba que a diferença é que a 
desconstitucionalização trata de normas 
constitucionais anteriores e a recepção de 
normas infraconstitucionais. 
 
E o poder adquirido sobre a constituição 
antiga? 
Poder Constituinte Originário é absoluto e, 
portanto, não é possível alegar direito adquirido 
em face de uma nova Constituição. Contudo, em 
face de uma Emenda à Constituição 
(Constituinte Reformador), esse poder é 
limitado e o direito adquirido poderá ser 
arguido, uma vez que se trata de um direito 
fundamental, assegurado expressamente no art. 
5, XXXVI, da CF/88. 
 
Obs. O OABençoado PIRA quando cai direito 
adquirido. 
Segundo o STF NÃO há direito adquirido em 
face de: 
P- Poder constituinte originário 
I- Instituição ou Majoração de Tributos 
R- Regime Jurídico 
A- Atualização monetária (Mudança de 
Moeda) 
Obs: O princípio da interpretação conforme a 
constituição interpreta normas 
INFRACONSTITUCIONAIS e não a constituição 
propriamente dita. É Técnica interpretativa, 
cujo objetivo é preservar a validade da norma, 
evitando que sejam declaradas 
inconstitucionais. A interpretação conforme 
poderá ser: Com redução de texto e sem 
redução de texto. 
 
Presta atenção na seguinte mudança 
Legislativa: 
Quais são os fundamentos da CF: 
SO, CI DI VA PLU 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios 
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
8 
 
I - A soberania; 
II - A cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - Os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
V - O pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representantes eleitos 
ou diretamente, nos termos desta Constituição. 
 
3. DIREITOS POLÍTICOS/NACIONALIDADE: 
O QUE DEVO SABER: 
Espécies de Nacionalidade: 
Nacionalidade primária (adquirida por razão do 
nascimento) 
 Art. 12. São brasileiros: 
I - Natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, 
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes 
não estejam a serviço de seu país (Critério 
territorial) 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles 
esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil (Critério sanguíneo) 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou 
de mãe brasileira, desde que sejam registrados 
em repartição brasileira competente ou venham 
a residir na República Federativa do Brasil e 
optem, em qualquer tempo, depois de atingida 
a maioridade, pela nacionalidade brasileira 
(Critério jus sanguinis + residência no Brasil + 
opção pela nacionalidade) 
 
Nacionalidade Secundária (adquirida por 
manifestação de vontade) 
II - Naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a 
nacionalidade brasileira, exigidas aos origináriosde países de língua portuguesa apenas 
residência por um ano ininterrupto e idoneidade 
moral (Secundária Ordinária) 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há 
mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira (Secundária 
Extraordinária) 
 
NÃO CONFUNDA: A cassação dos direitos 
políticos não se confunde com a perda 
dos direitos políticos. A cassação é 
expressamente vedada pela Constituição 
Federal, proibição estampada em seu Art. 15. 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
 
DECORA: MP3.COM 
 
I - De Presidente e Vice-Presidente da República; 
P1 
II - De Presidente da Câmara dos Deputados; P2 
 III - de Presidente do Senado Federal; P3 
IV - De Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
 V - Da carreira diplomática; 
 
VI - De oficial das Forças Armadas. 
 
 VII - de Ministro de Estado da Defesa 
 
4. PARTIDOS POLÍTICOS 
O QUE DEVO SABER: 
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e 
extinção de partidos políticos, resguardados a 
soberania nacional, o regime democrático, o 
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da 
pessoa humana e observados os seguintes 
preceitos: 
I - Caráter nacional; 
II - Proibição de recebimento de recursos 
financeiros de entidade ou governo estrangeiros 
ou de subordinação a estes; 
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral; 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
9 
 
IV - Funcionamento parlamentar de acordo com 
a lei. 
§ 1º É assegurada aos partidos políticos 
autonomia para definir sua estrutura interna e 
estabelecer regras sobre escolha, formação e 
duração de seus órgãos permanentes e 
provisórios e sobre sua organização e 
funcionamento e para adotar os critérios de 
escolha e o regime de suas coligações nas 
eleições majoritárias, vedada a sua celebração 
nas eleições proporcionais, sem obrigatoriedade 
de vinculação entre as candidaturas em âmbito 
nacional, estadual, distrital ou municipal, 
devendo seus estatutos estabelecer normas de 
disciplina e fidelidade partidária. 
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem 
personalidade jurídica, na forma da lei civil, 
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior 
Eleitoral. 
§ 3º Somente terão direito a recursos do fundo 
partidário e acesso gratuito ao rádio e à 
televisão, na forma da lei, os partidos políticos 
que alternativamente: 
I - obtiverem, nas eleições para a Câmara dos 
Deputados, no mínimo, 3% (três por cento) dos 
votos válidos, distribuídos em pelo menos um 
terço das unidades da Federação, com um 
mínimo de 2% (dois por cento) dos votos válidos 
em cada uma delas; ou 
II - tiverem elegido pelo menos quinze 
Deputados Federais distribuídos em pelo menos 
um terço das unidades da Federação 
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos 
políticos de organização paramilitar. SEMPRE 
CAI 
§ 5º Ao eleito por partido que não preencher os 
requisitos previstos no § 3º deste artigo é 
assegurado o mandato e facultada a filiação, 
sem perda do mandato, a outro partido que os 
tenha atingido, não sendo essa filiação 
considerada para fins de distribuição dos 
recursos do fundo partidário e de acesso 
gratuito ao tempo de rádio e de televisão. 
§ 6º Os Deputados Federais, os Deputados 
Estaduais, os Deputados Distritais e os 
Vereadores que se desligarem do partido pelo 
qual tenham sido eleitos perderão o mandato, 
salvo nos casos de anuência do partido ou de 
outras hipóteses de justa causa estabelecidas 
em lei, não computada, em qualquer caso, a 
migração de partido para fins de distribuição de 
recursos do fundo partidário ou de outros 
fundos públicos e de acesso gratuito ao rádio e 
à televisão. 
§ 7º Os partidos políticos devem aplicar no 
mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do 
fundo partidário na criação e na manutenção de 
programas de promoção e difusão da 
participação política das mulheres, de acordo 
com os interesses 
intrapartidários. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 117, de 2022) 
§ 8º O montante do Fundo Especial de 
Financiamento de Campanha e da parcela do 
fundo partidário destinada a campanhas 
eleitorais, bem como o tempo de propaganda 
gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído 
pelos partidos às respectivas candidatas, 
deverão ser de no mínimo 30% (trinta por 
cento), proporcional ao número de candidatas, 
e a distribuição deverá ser realizada conforme 
critérios definidos pelos respectivos órgãos de 
direção e pelas normas estatutárias, 
considerados a autonomia e o interesse 
partidário. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 117, de 2022) 
 
4. IMUNIDADE PARLAMENTAR 
O QUE DEVO SABER: 
Os membros do poder legislativo possuem 
prerrogativas e não garantias. As prerrogativas 
existem para garantir a liberdade dos 
congressistas ao exercer seu cargo, por isso, elas 
não podem ser renunciadas, pois não 
pertencem a pessoa, mas o cargo. 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
10 
 
Atualmente o STF tem o entendimento de que o 
afastamento do parlamentar suspende as 
imunidades material e formal, mas não afasta a 
prerrogativa de foro. Como regra, durante a 
vigência de estados de anormalidade, os 
parlamentares não perdem as imunidades. 
Apenas durante o estado de sítio as imunidades 
poderão ser suspensas, pelo voto de 2/3 dos 
membros da Casa respectiva, nos casos de atos 
praticados fora do recinto do Congresso, que 
sejam incompatíveis com a execução da medida. 
Art. 53 da CF: Os Deputados e Senadores são 
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de 
suas opiniões, palavras e votos (Imunidade 
Material/Real/Substantiva ou Inviolabilidade) 
 2º Desde a expedição do diploma, os membros 
do Congresso Nacional não poderão ser presos, 
salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse 
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte 
e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo 
voto da maioria de seus membros, resolva sobre 
a prisão. (Imunidade Formal relacionada a 
Prisão/Freedom of arrest) 
OBS: A aprovação pela Casa é condição 
necessária para a manutenção da prisão 
realizada, sendo feita em votação aberta. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou 
Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará 
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de 
partido político nela representado e pelo voto 
da maioria de seus membros, poderá, até a 
decisão final, sustar o andamento da ação 
(imunidade formal relacionada ao process0) 
Resumo: Imunidade material/ freedom of 
speach 
Dentro do recinto; ABSOLUTA, salvo falta de 
decoro parlamentar 
Fora do Recinto: Tufo que tiver pertinência com 
a atividade parlamentar 
A imunidade material é uma excludente de 
tipicidade. 
 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão 
obrigados a testemunhar sobre informações 
recebidas ou prestadas em razão do exercício do 
mandato, nem sobre as pessoas que lhes 
confiaram ou deles receberam 
informações. 
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de 
Deputados e Senadores, embora militares e 
ainda que em tempo de guerra, dependerá de 
prévia licença da Casa respectiva. 
 
Prerrogativa de Foro 
Segundo a previsão da CF, desde a expedição do 
diploma, serão submetidos a julgamento 
perante o STF, pela prática de qualquer tipo de 
crime. Entretanto, o STF passou a atribuir ao 
texto normativo um entendimento mais 
restritivo, com base na teleologia do instituto e 
nos demais elementos de interpretação 
constitucional. Trata-se da chamada “redução 
teleológica” (Karl Larenz) ou da aplicação da 
técnica da “dissociação” (Riccardo Guastini), que 
consiste em reduzir o campo de aplicação de 
uma disposição normativa a somente uma ou 
algumas das situações de fato previstas por ela 
segundo uma interpretação literal, que se dá 
para adequá-la à finalidade da norma. Nessa 
operação,o intérprete identifica uma lacuna 
oculta (ou axiológica) e a corrige mediante a 
inclusão de uma exceção não explícita no 
enunciado normativo, mas extraída de sua 
própria teleologia. Como resultado, a norma 
passa a se aplicar apenas a parte dos fatos por 
ela regulados. Nesse contexto, só haverá foro 
de prerrogativa de função por delito cometido 
após a diplomação e desde que relacionado ao 
exercício da função. 
São constitucionais dispositivos da Constituição 
do Estado que estendem aos Deputados 
Estaduais as imunidades formais previstas no 
art. 53 da Constituição Federal para Deputados 
Federais e Senadores. A leitura da Constituição 
da República revela, sob os ângulos literal e 
sistemático, que os Deputados Estaduais 
também têm direito às imunidades formal e 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
11 
 
material e à inviolabilidade que foram 
conferidas pelo constituinte aos congressistas 
(membros do Congresso Nacional). Isso porque 
tais imunidades foram expressamente 
estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 
da CF/88. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 
5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. 
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, 
julgados em 8/5/2019 (Info 939). 
Não é possível a recondução dos Presidentes da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
para o mesmo cargo na eleição imediatamente 
subsequente, dentro da mesma legislatura. 
(STF. Plenário. ADI 6524, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 14/12/2020 (Info 1003).) 
Marco para o fim do foro: término da instrução 
após o final da instrução processual, com a 
publicação do despacho de intimação para 
apresentação de alegações finais, a 
competência para processar e julgar ações 
penais não será mais afetada em razão de o 
agente público vir a ocupar outro cargo ou 
deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o 
motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 
900). 
Obs. Os Vereados somente gozam de imunidade 
material na circunscrição do Município. As 
Constituições Estaduais ou as respectivas leis 
orgânicas dos municípios não podem 
estabelecer imunidades formais em relação aos 
vereadores, nem ampliar a imunidade material, 
uma vez que a competência para legislar sobre 
direito civil, penal e processual é privativa da 
União. 
As imunidades, inclusive o foro privilegiado, não 
se estendem aos suplementes, a não ser que a 
estejam em seu efetivo exercício. 
Não é possível a recondução dos Presidentes da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
para o mesmo cargo na eleição imediatamente 
subsequente, dentro da mesma legislatura. 
 
DIREITO ELEITORAL 
 1ª DICA DO DIA 02 
1. DEMOCRACIA E ESTADO DEMOCRÁTICO DE 
DIREITO. 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Para que possamos compreender o Direito 
Eleitoral faz-se necessário entendermos que a 
democracia é a condição basilar para sua 
existência. 
O direito Eleitoral é um ramo do direito público 
que normatiza o poder do sufrágio popular, 
viabilizando a democracia. 
Para que exista um processo eleitoral confiável 
é preciso a participação dos membros da 
sociedade, em oportunidades iguais e efetivas 
para expressar suas opiniões, ou seja, é 
necessário que exista democracia. 
É claro que o ideal democrático não define a 
realidade democrática e é exatamente por isso, 
que esta vive em constante evolução. 
 A ideia de democracia não se resume aos 
direitos políticos. Não se presta apenas a indicar 
a participação popular no governo ou a 
detenção do poder soberano pelo povo, vai 
muito além disso, abarca também os direitos 
civis, individuais, sociais e econômicos. O 
objetivo maior da democracia dentro do direito 
eleitoral é garantir a normalidade e legitimidade 
do poder inerente ao povo de tomar decisões, 
determinando prioridades e ações no âmbito 
público (sufrágio popular). 
O Estado Democrático de Direito é aquele que 
se submete às normas por ele próprio criadas. É 
aquele que respeita os direitos e garantias 
fundamentais, individuais, políticos, sociais e 
coletivos, é o estado que os cidadãos dele 
participam nas decisões e são os próprios 
destinatários de suas escolhas e nas 
formulações das políticas públicas. 
 
1.1 Espécies de democracia: 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
12 
 
a) Democracia direta- é o modelo de 
democracia caracterizada pelo exercício do 
poder popular sem a presença de 
intermediários. Modelo que origem na Grécia 
antiga, porém pouco utilizado nos dias de hoje, 
sendo observado sua presença nos cantões da 
suíça. Por ela procura-se realizar o ideal de 
autogoverno, no qual os cidadãos participam 
das decisões governamentais. Pretende-se fazer 
coincidirem as vontades de governantes e 
governados. 
 b) Democracia indireta (Representativa)-
Este modelo é caracterizado pela pouca atuação 
efetiva do povo no poder, uma vez que, a 
população por meio do exercício do sufrágio, 
cabe apenas escolher seus representantes 
políticos. Se desenvolveu na Revolução 
Francesa, estando relacionada aos interesses 
elitistas da nova classe econômica dominante de 
distanciar o povo do exercício do poder. 
 c)Democracia Semidireta (Participativa)- 
Este tipo de democracia é caracterizado pela 
participação direta do povo no exercício do 
poder soberano e pela preservação da 
representação política aliada. 
Neste tipo de democracia a população não 
exerce a soberania popular apenas com a 
eleição dos seus representantes, mas também 
com a sua participação de forma direta na vida 
política do estado, por meio dos institutos do 
plesbicito, referendo e iniciativa popular de lei, 
todos previstos constitucionalmente. 
PERGUNTA: O plebiscito, o referendo e a 
iniciativa popular de lei são as únicas formas de 
soberania popular prevista na Constituição 
Federal? NÃO. O voto, proferido nas eleições, 
pelo povo, também é uma forma de soberania 
popular. 
Em uma democracia participativa, o poder de 
sufrágio é exercido por meio do voto, 
instrumento de materialização do sufrágio 
manifestado nas eleições e nas consultas 
populares (plesbicito e referendo), bem como 
por outros meios de participação direta do povo 
na formação da vontade política do estado, 
como por exemplo, iniciativa popular de lei. 
Mas, o que danado é esse sufrágio? É o poder 
inerente ao povo de participar na gerência da 
vida pública. 
E existe tipos de sufrágio? SIM. Quais? O 
universal, onde poderá ser exercido por todos os 
cidadãos e o restrito, que é quando existe 
restrições ao exercício do poder democrático, 
como por exemplo: sufrágio censitário (leva em 
consideração o grau de riqueza do eleitor), 
sufrágio racial ( restringe em decorrência da 
etnia), sufrágio por gênero (leva em conta o sexo 
do eleitor), entre outros. 
Existe também o sufrágio plural e o singular, o 
primeiro é quando o mesmo indivíduo tem o 
poder de exercer, mais de uma vez, o direito ao 
voto em determinado processo eleitoral, por 
exemplo, um cidadão pode votar duas vezes e o 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
13 
 
outro pode votar apenas uma. Por sua vez, o 
singular, cada cidadão tem direito a um único 
voto. 
E o voto? é a materialização desse poder. O 
instrumento utilizado para exercer esse poder 
E escrutínio? É a forma como se pratica o voto. 
A democracia semidireta/participativa é a 
adotada pelo Brasil, conforme traz a nossa 
CF/88. 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios 
e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
I - A soberania; 
II - A cidadania; 
III - a dignidade da pessoa humana; 
IV - Os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa; 
V - O pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, 
que o exerce por meio de representanteseleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo 
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, 
mediante: 
I - Plebiscito; 
II - Referendo; 
III - iniciativa popular. 
Resumindo de forma direta e em poucas 
palavras: No Brasil é adotado a democracia 
semidireta, onde o povo, exerce o sufrágio, de 
forma indireta, por meio de representantes 
eleitos ( a população vota), assim como de forma 
direta, por meio de instrumentos, como o 
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de 
lei. 
1.2 PLEBISCITO- 
Consiste na consulta prévia à edição de ato 
legislativo ou administrativo, cabendo ao povo, 
pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha 
sido submetido. (Lei nº 9.709/98, art. 2 o, § 1 º) 
1.3 REFERENDO- 
É a consulta posterior à edição de ato legislativo 
ou administrativo, cumprindo ao povo a 
respectiva ratificação ou rejeição (Lei no 
9.709/98, art. 2º, § 2º). 
 
1.4 INCIATIVA POPULAR- 
É o poder atribuído aos cidadãos para 
apresentar projetos de lei ao Parlamento, 
desfechando, com essa medida, procedimento 
legislativo que poderá culminar em uma lei. 
 
2. PRINCÍPIOS DO DIREITO ELEITORAL 
O QUE DEVO SABER: 
 
Para interpretação do direito eleitoral e para 
procurar garantir a máxima efetividade de suas 
normas é preciso entender que a Constituição 
Federal de 1988 é a sua fonte primária. A 
constituição Federal de 1988 que estabelece 
princípios e regras fundamentais da democracia, 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
14 
 
além de normas primárias sobre direito da 
nacionalidade, condições de elegibilidade, 
causas de inelegibilidade, sistemas eleitorais, 
hipóteses de perda e suspeição de direitos 
políticos, previsão sobre propositura de ação de 
impugnação de mandato eletivo, além de 
formas gerais sobre funcionamento de partidos 
políticos e organização da justiça eleitoral. 
 
Além da CF/88 existe outras fontes como o 
código eleitoral, a lei das eleições (lei nº 
9.504/1997), lei das inelegibilidades (LC nº 
64/90), resoluções do TSE, consultas a Tse e TER. 
Após essas considerações iniciais, passemos ao 
estudo dos princípios do direito eleitoral. 
a) Princípio da lisura das eleições- Este princípio 
está relacionado na busca da verdade real no 
processo eleitoral, inclusive, admitindo que o 
juiz produza provas de ofício, a fim de formar 
seu convencimento. 
O artigo 23 da Lei Complementar nº 64/90 
dispõe o seguinte: 
Art. 23. O Tribunal formará sua convicção pela 
livre apreciação dos fatos públicos e notórios, 
dos indícios e presunções e prova produzida, 
atentando para circunstâncias ou fatos, ainda 
que não indicados ou alegados pelas partes, 
mas que preservem o interesse público de 
lisura eleitoral. 
Vale destacar a súmula n.18 do TSE: conquanto 
investido de poder de polícia, não tem 
legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, 
instaurar procedimento com a finalidade de 
impor multa pela veiculação de propaganda 
eleitoral em desacordo com a Lei nº 9.504/97.” 
b) Princípio do aproveitamento do voto- Como 
forma de valorizar a soberania popular e sua 
legitimidade, o juiz eleitoral deverá abster-se de 
pronunciar nulidades sem prejuízo, é o chamado 
“in dubio pro voto” 
Art. 219 do Código eleitoral- Na aplicação da lei 
eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e 
resultados a que ela se dirige, abstendo-se de 
pronunciar nulidades sem demonstração de 
prejuízo. 
c)Princípio da celeridade- O processo eleitoral 
como um todo tem como uma das suas 
características principais, a sua celeridade. Os 
prazos recursais, no processo eleitoral, é um 
exemplo desse princípio, pois em regra é de três 
dias, inclusive para recurso extraordinário. 
Art. 97-A da lei da eleições- Nos termos do 
inciso LXXVIII do art. 5º da Constituição 
Federal, considera-se duração razoável do 
processo que possa resultar em perda de 
mandato eletivo o período máximo de 1 (um) 
ano, contado da sua apresentação à Justiça 
Eleitoral. 
§ 1º A duração do processo de que trata o caput 
abrange a tramitação em todas as instâncias da 
Justiça Eleitoral. 
Art. 257 §1º do código eleitoral- A execução de 
qualquer acórdão será feita imediatamente, 
através de comunicação por ofício, telegrama, 
ou, em casos especiais, a critério do presidente 
do Tribunal, através de cópia do acórdão. 
d) Princípio da anualidade- Significa que a lei 
que alterar o processo eleitoral não será 
aplicada, se publicada um ano antes do 
processo eleitoral. 
Art. 16 da CF/88- A lei que alterar o processo 
eleitoral entrará em vigor na data de sua 
publicação, não se aplicando à eleição que 
ocorra até um ano da data de sua vigência. 
#jurisprudêncianovinha 
As regras da Lei 14.356/2022, que permitem o 
aumento de gastos com publicidade dos 
governos federal, estaduais e municipais em 
ano eleitoral, não podem ser aplicadas antes do 
pleito 2022 
É constitucional a modificação dos critérios de 
cálculo para a fixação do limite de gastos com 
publicidade institucional dos órgãos públicos no 
primeiro semestre do ano eleitoral, 
promovendo ajustes na redação do art. 73, VII, 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
15 
 
da Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições). Entretanto, 
essa alteração não se aplica ao pleito eleitoral 
de 2022, em razão do princípio da 
anterioridade eleitoral (art. 16 da CF/88). 
A ampliação dos limites para gasto com 
publicidade institucional às vésperas das 
eleições pode afetar significativamente as 
condições da disputa eleitoral, sendo necessário 
postergar, em obediência ao princípio da 
anterioridade eleitoral (art. 16 da CF/88), a 
eficácia de alterações normativas nesse sentido. 
STF. Plenário. ADI 7178/DF e ADI 7182/DF, Rel. 
Min. Dias Toffoli, julgados em 17/12/2022 (Info 
1081). 
e) Princípio da moralidade eleitoral- Esse 
princípio estabelece a possibilidade de análise 
da vida pregressa dos candidatos para fins de 
impugnação do registro de candidaturas 
daqueles que tenham praticado atos violadores 
da conduta ética e ameaçadores da normalidade 
e da legitimidade das eleições. 
 Trata-se de princípio constitucional 
eleitoral expresso no art. 14, §9º, da 
Constituição Federal: 
Art. 14, § 9º. Lei complementar estabelecerá 
outros casos de inelegibilidade e os prazos de 
sua cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do 
candidato, e a normalidade e legitimidade das 
eleições contra a influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou 
emprego na administração direta ou indireta. 
 
3.DIREITOS POLÍTICOS E IMUNIDADES 
O QUE DEVO SABER: 
Os Direitos Políticos são aqueles relacionados 
com a participação política do cidadão na vida 
política do estado. Essa participação poderá ser 
exercida de duas formas: O direito de votar e o 
direito de ser votado. Eles estão regidos pela 
CF/88 como direitos e garantias fundamentais 
do cidadão. 
Art. 2º do Código eleitoral :Todo poder emana 
do povo e será exercido em seu nome, por 
mandatários escolhidos, direta e secretamente, 
dentre candidatos indicados por partidos 
políticos nacionais, ressalvada a eleição indireta 
nos casos previstos na Constituição e leis 
específicas. 
De acordo com a doutrina, esse dispositivo 
retrata o princípio democrático, ao conferir ao 
povo o exercício da soberania. A soberania é 
exercida direita ou indiretamente pelo povo 
brasileiro. O exercício direto da soberania 
remete ao estudo do plebiscito, do referendo e 
da iniciativa popular, que é objeto de legislação 
específica. Já o exercício indireto ou 
representativo da soberania será exercido pelo 
voto, cuja disciplina consta do CE. 
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo 
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, 
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, 
mediante: 
I - Plebiscito; 
II- Referendo; 
III - iniciativa popular. 
Quem são os alistáveis? 
Conforme a Constituição federal, § 1º O 
alistamento eleitoral e o voto são: 
I - Obrigatórios para os maiores de dezoito anos; 
II - Facultativos para: 
a) os analfabetos; 
b) os maiores de setenta anos. (NÃO SÃO OS DE 
70 ANOS, MAS OS MAIORES DE SETENTA) 
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos. 
Conforme o código eleitoral em seu art.4º, o 
qual trata da capacidade eleitoral ativa, que é o 
direito de exercer o voto. 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
16 
 
“Art. 4º São eleitores os brasileiros maiores de 
18 anos que se alistarem na forma da lei”. 
Por sua vez, o artigo 6º do código eleitoral traz 
a seguinte redação: 
Art. 6º O alistamento e o voto são obrigatórios 
para os brasileiros de um e outro sexo, salvo: 
I – Quanto ao alistamento: 
a) os inválidos; 
b) os maiores de setenta anos; 
c) os que se encontrem fora do país; 
•Inválidos: essa expressão é equivocada, na 
verdade, refere-se à pessoa com deficiência. No 
entanto, o parágrafo primeiro do art. 76 do 
Estatuto da Pessoa com Deficiência estipula 
que “à pessoa com deficiência será assegurado 
o direito de votar e de ser votada...” Ao mesmo 
tempo, dispõe o artigo 1º da Resolução 21.920 
do TSE que “O alistamento eleitoral e o voto 
são obrigatórios para todas as pessoas 
portadoras de deficiência”. 
•Maiores de 70 anos: não apenas o 
alistamento, como o voto são facultativos 
conforme se extrai da CF. 
•Quem se encontra fora do país: quem tiver 
domicílio fora do país deverá votar apenas nas 
eleições presidenciais. 
II – Quanto ao voto: 
a) os enfermos; 
b) os que se encontrem fora do seu domicílio; 
c) os funcionários civis e os militares, em serviço 
que os impossibilite de votar. 
•Enfermos: caso a pessoa esteja doente e não 
possa votar no dia das eleições, terá o prazo de 
60 dias após o pleito para comparecer à Justiça 
Eleitoral e comprovar a situação impeditiva. 
•Fora do domicílio: quem estiver fora do 
domicílio deverá justificar a abstenção, sob pena 
de multa. 
•Funcionários civis/militares impossibilitados 
de votar: deverão justificar a impossibilidade 
perante a Justiça Eleitoral. 
Como podemos perceber existe algumas 
incompatibilidades entre a CF e o código 
eleitoral com relação a quem pode ou não votar, 
tendo inclusive artigos, no código eleitoral, que 
não foram recepcionados pela CF, mas que 
continuam no texto eleitoral e que podem ser 
cobrados pela FGV. 
Por exemplo, conforme o código eleitoral os 
inválidos não são obrigados ao alistamento 
eleitoral. CERTO OU ERRADO? CERTO. A 
questão pergunta, CONFORME O CÓDIGO 
ELEITORAL. 
Quem são os inalistáveis? 
Conforme a constituição federal, art.14§ 2º Não 
podem alistar-se como eleitores os estrangeiros 
e, durante o período do serviço militar 
obrigatório, os conscritos. 
Por sua vez, o art. 5º do Código eleitoral traz 
uma redação diferente: 
Art. 5º Não podem alistar-se eleitores: 
I – Os analfabetos; 
Obs. CF/1988, art. 14, § 1º, II, a: alistamento e 
voto facultativos aos analfabetos. Ac.-TSE nº 
23291/2004: este dispositivo não foi 
recepcionado pela CF/1988. 
II – Os que não saibam exprimir-se na língua 
nacional; 
Obs.V. Res.-TSE nº 23274/2010: este 
dispositivo não foi recepcionado pela CF/1988. 
III – os que estejam privados, temporária ou 
definitivamente, dos direitos políticos. 
Parágrafo único. Os militares são alistáveis, 
desde que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-
marinha, subtenentes ou suboficiais, sargentos 
ou alunos das escolas militares de ensino 
superior para formação de oficiais. 
Conforme a Constituição Federal, art. 14,§3º: 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
17 
 
 São condições de elegibilidade, na forma da lei: 
I - A nacionalidade brasileira; 
II - O pleno exercício dos direitos políticos; 
III- O alistamento eleitoral; 
IV - O domicílio eleitoral na circunscrição; 
V - A filiação partidária 
VI - A idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador; 
b) trinta anos para Governador e Vice-
Governador de Estado e do Distrito Federal; 
C) vinte e um anos para Deputado Federal, 
Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz; 
d) dezoito anos para Vereador. 
Quem não pode ser votado? 
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis 
(ESTRANGEIROS E CONSCRITOS) e os 
analfabetos. 
5º O Presidente da República, os Governadores 
de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e 
quem os houver sucedido, ou substituído no 
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para 
um único período subsequente. 
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o 
Presidente da República, os Governadores de 
Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos 
devem renunciar aos respectivos mandatos até 
seis meses antes do pleito. (Deputados, 
senadores e vereadores NÃO PRECISAM 
RENUNCIAR) 
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição 
do titular, o cônjuge e os parentes 
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou 
por adoção, do Presidente da República, de 
Governador de Estado ou Território, do Distrito 
Federal, de Prefeito ou de quem os haja 
substituído dentro dos seis meses anteriores ao 
pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e 
candidato à reeleição. 
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as 
seguintes condições: 
I - Se contar menos de dez anos de serviço, 
deverá afastar-se da atividade; 
II - se contar mais de dez anos de serviço, será 
agregado pela autoridade superior e, se eleito, 
passará automaticamente, no ato da 
diplomação, para a inatividade. 
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros 
casos de inelegibilidade e os prazos de sua 
cessação, a fim de proteger a probidade 
administrativa, a moralidade para exercício de 
mandato considerada vida pregressa do 
candidato, e a normalidade e legitimidade das 
eleições contra a influência do poder econômico 
ou o abuso do exercício de função, cargo ou 
emprego na administração direta ou indireta. 
Vimos que o voto é obrigatório certo? Mas, e se 
a pessoa que tem obrigatoriedade de votar não 
vota? O que acontece? 
Conforme o Art. 7º do Código eleitoral: “ O 
eleitor que deixar de votar e não se justificar 
perante o juiz eleitoral até trinta dias após a 
realização da eleição incorrerá na multa de três 
a dez por cento sobre o salário-mínimo da 
região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na 
forma prevista no art. 367” 
Este artigo teve a sua redação dada pela lei nº 
4.961/1966, porém a lei nº 6.091/1974 trouxe a 
ampliação desse prazo de justificação para 60 
dias, logo por ela ser posterior é este o prazo que 
deve ser considerado. Contudo, a redação do 
código eleitoral não foi modificada e por isso, 
que coloquei aqui, pois sabemos que a FGV AMA 
uma pegadinha e uma sofrÊncia, mas com o 
OABençoado ela não terá vez! Hahaha 
Por isso, preste atenção na pergunta da questão. 
Resumindo: Em regra, o exercício do voto é 
obrigatório. Em razão disso, se o eleitor não 
votar deverá justificar o voto no prazo de 60 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
18 
 
dias e não de 30 como prevê o CE. Essa regra 
vem insculpida no art. 7º da Lei nº 6.091/1974 
que tem prevalência perante o CE uma vez que 
é lei posterior. 
E se a pessoa não votar e nem justificar seu 
voto? O que acontece? 
§ 1º Sem a prova de que votou na última eleição, 
pagou a respectiva multa ou de que se justificou 
devidamente, não poderá o eleitor: 
I – Inscrever-se em concurso ou prova para cargo 
ou função pública, investir-se ou empossar-se 
neles; 
II – Receber vencimentos, remuneração, salário 
ou proventos de função ou emprego público, 
autárquico ou paraestatal, bem como fundações 
governamentais, empresas, institutos e 
sociedades de qualquer natureza, mantidas ou 
subvencionadas pelo governo ou que exerçam 
serviço público delegado, correspondentesao 
segundo mês subsequente ao da eleição; 
III – participar de concorrência pública ou 
administrativa da União, dos estados, dos 
territórios, do Distrito Federal ou dos 
municípios, ou das respectivas autarquias; 
IV – Obter empréstimos nas autarquias, 
sociedades de economia mista, caixas 
econômicas federais ou estaduais, nos institutos 
e caixas de previdência social, bem como em 
qualquer estabelecimento de crédito mantido 
pelo governo, ou de cuja administração este 
participe, e com essas entidades celebrar 
contratos; 
V – Obter passaporte ou carteira de identidade; 
Obs. a impossibilidade de obtenção do 
passaporte pelo eleitor que não votou, pagou ou 
justificou não será aplicada aos eleitores que 
estiverem no exterior e que requeiram novo 
passaporte para identificação e retorno ao 
Brasil, ou seja, embora esteja em falta com a 
Justiça Eleitoral, está sem o passaporte e não 
tem documento de identificação para retornar 
ao Brasil (§ 4º O disposto no inciso V do § 1º não 
se aplica ao eleitor no exterior que requeira 
novo passaporte para identificação e retorno 
ao Brasil) 
VI – Renovar matrícula em estabelecimento de 
ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; 
VII – praticar qualquer ato para o qual se exija 
quitação do serviço militar ou imposto de renda. 
PRESTE ATENÇÃO: 
§ 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo 
processo eletrônico de dados, será cancelada a 
inscrição do eleitor que não votar em 3 (três) 
eleições consecutivas, não pagar a multa ou não 
se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar 
da data da última eleição a que deveria ter 
comparecido. 
§ 10 - O mandato eletivo poderá ser impugnado 
ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias 
contados da diplomação, instruída a ação com 
provas de abuso do poder econômico, 
corrupção ou fraude. 
§ 11 - A ação de impugnação de mandato 
tramitará em segredo de justiça, respondendo 
o autor, na forma da lei, se temerária ou de 
manifesta má-fé. 
§ 12. Serão realizadas concomitantemente às 
eleições municipais as consultas populares 
sobre questões locais aprovadas pelas Câmaras 
Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral 
até 90 (noventa) dias antes da data das eleições, 
observados os limites operacionais relativos ao 
número de quesitos. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 111, de 2021) 
§ 13. As manifestações favoráveis e contrárias às 
questões submetidas às consultas populares nos 
termos do § 12 ocorrerão durante as campanhas 
eleitorais, sem a utilização de propaganda 
gratuita no rádio e na televisão. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 111, de 2021) 
A nacionalidade brasileira é um dos requisitos 
para a elegibilidade de um candidato, conforme 
foi visto acima, assim como é um dos requisitos 
para o alistamento eleitoral. 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
19 
 
#olhaolinkmental #direitoconstitucional 
Vamos relembrar? 
 Quem é considerado brasileiro? 
Espécies de Nacionalidade: 
Nacionalidade primária (adquirida por razão do 
nascimento) 
 Art. 12. São brasileiros: 
I - Natos: 
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, 
ainda que de pais estrangeiros, desde que estes 
não estejam a serviço de seu país (Critério 
territorial) 
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro 
ou mãe brasileira, desde que qualquer deles 
esteja a serviço da República Federativa do 
Brasil (Critério sanguíneo) 
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou 
de mãe brasileira, desde que sejam registrados 
em repartição brasileira competente ou venham 
a residir na República Federativa do Brasil e 
optem, em qualquer tempo, depois de atingida 
a maioridade, pela nacionalidade brasileira 
(Critério jus sanguinis + residência no Brasil + 
opção pela nacionalidade) 
Nacionalidade Secundária (adquirida por 
manifestação de vontade) 
II - Naturalizados: 
a) os que, na forma da lei, adquiram a 
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários 
de países de língua portuguesa apenas 
residência por um ano ininterrupto e idoneidade 
moral (Secundária Ordinária) 
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, 
residentes na República Federativa do Brasil há 
mais de quinze anos ininterruptos e sem 
condenação penal, desde que requeiram a 
nacionalidade brasileira (Secundária 
Extraordinária) 
O código eleitoral e seu artigo 8º traz a seguinte 
redação: 
Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os 
19 anos ou o naturalizado que não se alistar até 
um ano depois de adquirida a nacionalidade 
brasileira, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 
(dez) por cento sobre o valor do salário-mínimo 
da região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da 
inscrição eleitoral através de selo federal 
inutilizado no próprio requerimento. 
Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não 
alistado que requerer sua inscrição eleitoral até 
o centésimo primeiro dia anterior à eleição 
subsequente à data em que completar 
dezenove anos. 
VAMOS RESUMIR: 
 
 
 
 
 
 
 
 
O VOTO É 
OBRIGATÓRIO
•A PARTIR DOS 18 
ANOS
PAGA-SE A MULTA 
CASO NÃO 
ALISTADO
•APÓS TER COMPLETADO 19 
ANOS E NÃO TER 
REQUERIDO SUA INCRIÇÃO 
ATÉ O 151 DIA ANTERIOR A 
ELEIÇÃO SUBSEQEUENTE
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
20 
 
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: 
 
DECORA: MP3.COM 
 
I - De Presidente e Vice-Presidente da República; 
P1 
II - De Presidente da Câmara dos Deputados; P2 
 III - de Presidente do Senado Federal; P3 
IV - De Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
 V - Da carreira diplomática; 
 
VI - De oficial das Forças Armadas. 
 
 VII - de Ministro de Estado da Defesa 
 
 Art. 15. É vedada a cassação de direitos 
políticos, cuja perda ou suspensão só se dará 
nos casos de: 
I - Cancelamento da naturalização por sentença 
transitada em julgado; PERDA 
II - Incapacidade civil absoluta; SUSPENSÃO 
III - condenação criminal transitada em julgado, 
enquanto durarem seus efeitos; SUSPENSÃO 
IV - Recusa de cumprir obrigação a todos 
imposta ou prestação alternativa, nos termos do 
art. 5º, VIII; SUSPENSÃO 
V - Improbidade administrativa, nos termos do 
art. 37, § 4 SUSPENSÃO 
Obs. Preste atenção que o artigo fala em 
sentença transitada em julgado, ou seja, 
apenas a sentença não gera perda dos direitos 
políticos, faz-se necessário que ela tenha 
transitado em julgado. 
Obs. Com relação a condenação criminal é a 
mesma coisa. APENAS A TRANSITADA EM 
JULGADO. 
Obs. Com relação a incapacidade civil absoluta 
sabe-se que atualmente apenas os menores de 
16 anos se enquadram neste rol e como estes 
ainda não podem gozar dos seus direitos 
políticos, tal inciso torna-se sem aplicabilidade. 
Obs. Lembre-se, um é possível que uma pessoa 
interditada, ainda que possua deficiência 
mental grave, exerça seus direitos políticos, 
mesmo que, para tanto, precise contar com o 
auxílio de uma pessoa da sua confiança na hora 
do voto 
Obs. Com relação a recusa em cumprir uma 
obrigação, nos termos do art. 5º, VIII da 
Constituição Federal, é estabelecido que 
ninguém será privado de direitos por motivo de 
crença religiosa ou de convicção filosófica ou 
política, salvo se as invocar para eximir-se de 
obrigação legal a todos imposta e recusar-se a 
cumprir prestação alternativa, fixada em lei. É a 
denominada escusa de consciência. 
NÃO CONFUNDA: A cassação dos direitos 
políticos não se confunde com a perda 
dos direitos políticos. A cassação é 
expressamente vedada pela Constituição 
Federal, proibição estampada em seu Art. 15. 
 
3.2-IMUNIDADE PARLAMENTAR 
Os membros do poder legislativo possuem 
prerrogativas e não garantias. As prerrogativas 
existem para garantir a liberdade dos 
congressistas ao exercer seu cargo, por isso, elas 
não podem ser renunciadas, pois não 
pertencem a pessoa, mas o cargo. 
Atualmente o STF tem o entendimento de que o 
afastamento do parlamentar suspende as 
imunidades material e formal, mas não afasta a 
prerrogativade foro. Como regra, durante a 
vigência de estados de anormalidade, os 
parlamentares não perdem as imunidades. 
Apenas durante o estado de sítio as imunidades 
poderão ser suspensas, pelo voto de 2/3 dos 
membros da Casa respectiva, nos casos de atos 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
21 
 
praticados fora do recinto do Congresso, que 
sejam incompatíveis com a execução da medida. 
Art. 53 da CF: Os Deputados e Senadores são 
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de 
suas opiniões, palavras e votos (Imunidade 
Material/Real/Substantiva ou Inviolabilidade) 
 2º Desde a expedição do diploma, os membros 
do Congresso Nacional não poderão ser presos, 
salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse 
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte 
e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo 
voto da maioria de seus membros, resolva sobre 
a prisão. (Imunidade Formal relacionada a 
Prisão/Freedom of arrest) 
OBS: A aprovação pela Casa é condição 
necessária para a manutenção da prisão 
realizada, sendo feita em votação aberta. 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou 
Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará 
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de 
partido político nela representado e pelo voto 
da maioria de seus membros, poderá, até a 
decisão final, sustar o andamento da ação 
(imunidade formal relacionada ao process0) 
Resumo: Imunidade material/ freedom of 
speach 
Dentro do recinto; ABSOLUTA, salvo falta de 
decoro parlamentar 
Fora do Recinto: Tufo que tiver pertinência com 
a atividade parlamentar 
A imunidade material é uma excludente de 
tipicidade. 
 
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão 
obrigados a testemunhar sobre informações 
recebidas ou prestadas em razão do exercício do 
mandato, nem sobre as pessoas que lhes 
confiaram ou deles receberam 
informações. 
§ 7º A incorporação às Forças Armadas de 
Deputados e Senadores, embora militares e 
ainda que em tempo de guerra, dependerá de 
prévia licença da Casa respectiva. 
 
Prerrogativa de Foro 
Segundo a previsão da CF, desde a expedição do 
diploma, serão submetidos a julgamento 
perante o STF, pela prática de qualquer tipo de 
crime. Entretanto, o STF passou a atribuir ao 
texto normativo um entendimento mais 
restritivo, com base na teleologia do instituto e 
nos demais elementos de interpretação 
constitucional. Trata-se da chamada “redução 
teleológica” (Karl Larenz) ou da aplicação da 
técnica da “dissociação” (Riccardo Guastini), que 
consiste em reduzir o campo de aplicação de 
uma disposição normativa a somente uma ou 
algumas das situações de fato previstas por ela 
segundo uma interpretação literal, que se dá 
para adequá-la à finalidade da norma. Nessa 
operação, o intérprete identifica uma lacuna 
oculta (ou axiológica) e a corrige mediante a 
inclusão de uma exceção não explícita no 
enunciado normativo, mas extraída de sua 
própria teleologia. Como resultado, a norma 
passa a se aplicar apenas a parte dos fatos por 
ela regulados. Nesse contexto, só haverá foro 
de prerrogativa de função por delito cometido 
após a diplomação e desde que relacionado ao 
exercício da função. 
São constitucionais dispositivos da Constituição 
do Estado que estendem aos Deputados 
Estaduais as imunidades formais previstas no 
art. 53 da Constituição Federal para Deputados 
Federais e Senadores. A leitura da Constituição 
da República revela, sob os ângulos literal e 
sistemático, que os Deputados Estaduais 
também têm direito às imunidades formal e 
material e à inviolabilidade que foram 
conferidas pelo constituinte aos congressistas 
(membros do Congresso Nacional). Isso porque 
tais imunidades foram expressamente 
estendidas aos Deputados pelo § 1º do art. 27 
da CF/88. STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 
5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. 
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, 
julgados em 8/5/2019 (Info 939). 
 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
22 
 
Não é possível a recondução dos Presidentes da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
para o mesmo cargo na eleição imediatamente 
subsequente, dentro da mesma legislatura. ( 
STF. Plenário. ADI 6524, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 14/12/2020 (Info 1003).) 
Marco para o fim do foro: término da instrução 
após o final da instrução processual, com a 
publicação do despacho de intimação para 
apresentação de alegações finais, a 
competência para processar e julgar ações 
penais não será mais afetada em razão de o 
agente público vir a ocupar outro cargo ou 
deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o 
motivo. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 
900). 
Obs. Os Vereados somente gozam de imunidade 
material na circunscrição do Município. As 
Constituições Estaduais ou as respectivas leis 
orgânicas dos municípios não podem 
estabelecer imunidades formais em relação aos 
vereadores, nem ampliar a imunidade material, 
uma vez que a competência para legislar sobre 
direito civil, penal e processual é privativa da 
União. 
As imunidades, inclusive o foro privilegiado, não 
se estendem aos suplementes, a não ser que a 
estejam em seu efetivo exercício. 
Não é possível a recondução dos Presidentes da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal 
para o mesmo cargo na eleição imediatamente 
subsequente, dentro da mesma legislatura. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
2ª DICA DO DIA 02 
1. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Inicialmente, você deve ler nosso E-book de 
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA MASTIGADA. 
Probidade está relacionado a honestidade, 
moralidade...a IMPROBIDADE é o contrário 
disso, é a corrupção administrativa por meio de 
atitudes desvirtuadas do funcionário público. 
A Lei nº 8.429/1992 traz as sanções aplicáveis 
aos atos de improbidade administrativa 
executados por agentes públicos, servidores ou 
não. 
O ato ilícito geralmente é praticado de forma 
dolosa, contra as entidades públicas e privadas, 
GESTORAS DE RECURSOS PÚBLICOS, capaz de 
acarretar enriquecimento ilícito, lesão ao erário 
ou violação aos princípios que regem a 
administração pública. 
Quais são os atos de improbidade 
administrativa? 
São quatro os tipos de 
improbidade: Enriquecimento ilícito, Prejuízo 
ao erário, atentar contra os princípios 
e Concessão de benefício financeiro indevido. 
Para você diferenciar um tipo do outro preste 
atenção ao VERBO que vier narrado no caso 
prático ou simplesmente na questão. Caso o 
verbo seja: 
Deixar, Descumprir, Negar, Retardar: o ato 
estará, regra geral, contra os princípios. 
Verbo FRUSTRAR, se for licitude de licitação é 
prejuízo ao erário, se for licitude de concurso 
atenta contra os princípios. 
OBS: Não há pena de cassação dos direitos 
políticos, ocorre a suspensão. 
Quem é o terceiro na ação de improbidade 
administrativa? 
É o particular que induziu, concorreu ou se 
beneficiou do ato de improbidade. 
O Terceiro pode ser Pessoa Jurídica? 
Pode. 
“É inviável a propositura de ação civil de 
improbidade administrativa exclusivamente 
contra o particular, sem a concomitante 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
23 
 
presença de agente público no polo passivo da 
demanda” 
Agente Política responde por Improbidade 
administrativa? 
Sim. Em que pese, os agentes políticos 
responderem por crimes de responsabilidade, 
estes também são responsabilizados por 
improbidade administrativa NÃO 
CONFIGURANDO “bis in idem”, pois a própria 
Constituição Federal os considera institutos 
autônomos. Todavia, como para toda regra 
existe uma exceção, o único agente político que 
NÃO responde por improbidade administrativa 
é o PRESIDENTE DA REPÚBLICA, pois foi o único 
que a Constituição Federal previu 
expressamente que o ato de improbidade 
administrativa praticado por ele já 
consubstancia crime de responsabilidade 
(entendimentodo STJ). 
E os agentes que tem prerrogativa de foro? 
Quem julga? Não existe foro por prerrogativa de 
função na ação de improbidade administrativa. 
Os agentes políticos que possuem foro por 
prerrogativa de função são julgados por juiz de 
primeiro grau, devendo o magistrado impor as 
penalidades PATRIMONIAIS, sendo vedada a 
aplicação por este das sanções de suspensão dos 
direitos políticos e perda de cargo do réu. 
E porque isso? A ação de improbidade tem 
natureza Civil e não penal. Os agentes políticos 
possuem foro por prerrogativa de função nas 
ações de natureza penal e não civil. 
Por ex: se for proposta uma ação penal contra 
um Deputado Federal por crime (ação de 
natureza penal) que ele tenha cometido durante 
o seu mandato e que esteja relacionado com as 
suas funções, esta deverá ser ajuizada no STF. 
Ex2: se for ajuizada uma ação de cobrança de 
dívida (ação de natureza civil) contra esse 
mesmo Deputado, a demanda será julgada por 
um juízo de 1ª instância. 
Qualquer pessoa poderá REPRESENTAR o ato 
de improbidade, contudo, apenas o MP e a 
Pessoa Jurídica lesada têm LEGITIMIDADE para 
propor a ação. CUIDADO PARA NÃO 
CONFUNDIR. 
SANÇÕES PARA O ATO DE IMPROBIDADE: 
A lei nº 8.422/1992 traz os atos de improbidade 
e as sanções correspondente a cada de 
improbidade. 
No artigo 9º da mencionada lei, podemos 
verificar os atos que causam o enriquecimento 
ilícito do agente, no artigo 10º os atos de lesão 
ao erário e no artigo 11º os atos que violam os 
princípios da administração pública. 
CRITÉRIO OBJETIVO CRITÉRIO SUBJETIVO 
Art. 9º — Atos de 
improbidade que 
importam 
enriquecimento 
ilícito do agente 
público 
Exige DOLO 
Art. 10 — Atos de 
improbidade que 
causam prejuízo ao 
erário 
Exige DOLO/ antes 
poderia ser Dolo ou 
Culpa. 
Art. 11 — Atos de 
improbidade que 
atentam contra 
princípios da 
administração 
pública 
Exige DOLO 
Procedimento da Ação- Estando a inicial em 
devida forma, o juiz mandará autuá-la e 
ordenará a NOTIFICAÇÃO do requerido para se 
manifestar por escrito em 15 dias (Defesa 
prévia). Verifiquem que antes do Recebimento 
da inicial, o juiz ele ordena que a NOTIFICAÇÃO 
do acusado, para que este se defenda, e sendo 
o caso a inicial nem venha a ser recebida. 
Contudo, caso a inicial seja recebida o réu será 
CITADO para apresentar contestação. 
0bs: Do RECEBIMENTO da inicial cabe AGRAVO 
DE INSTRUMENTO. 
 Da sentença de REJEIÇÃO da inicial cabe 
APELAÇÃO 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
24 
 
Obs: No âmbito administrativo se admite a 
verdade real. 
Obs: Não se admite a Reformatio in pejus em 
processo de REVISÃO, mas se admite no 
processo de RECURSO. 
Obs: Em regra, para a configuração dos atos de 
improbidade administrativa previstos no art. 
10 da Lei nº 8.429/92 exige-se a presença do 
efetivo danos ao erário. Exceção: no caso da 
conduta descrita no inciso VIII do art. 10, VIII 
não se exige a presença do efetivo danos ao 
erário. Isso porque, neste caso, o dano é 
presumido (dano in re ipsa). STJ. 1ª Turma. 
AgInt no REsp 1542025/MG, Rel. Min. Benedito 
Gonçalves, julgado em 05/06/2018. 
Art. 10 (...) VIII - frustrar a licitude de processo 
licitatório ou de processo seletivo para 
celebração de parcerias com entidades sem fins 
lucrativos, ou dispensá-los indevidamente; 
Com relação a prescrição, qual o prazo 
prescricional para ingressar com uma ação de 
improbidade? 
OBS: O prazo prescricional para o particular é o 
mesmo que corre para o agente público. 
OBS: Não existe prescrição intercorrente nas 
ações de improbidade. 
OBS: O termo inicial do prazo prescricional da 
ação de improbidade administrativa, no caso 
de reeleição de prefeito, se aperfeiçoa após o 
término do segundo mandato. 
OBS: A tortura de preso custodiado no sistema 
prisional praticada por agente penitenciário 
constitui ato de improbidade administrativa 
que atenta contra os princípios da 
Administração Pública, fora as demais 
repercussões nas esferas penal e disciplinar. 
OBS: Na ação de improbidade, a decretação de 
indisponibilidade de bens pode recair sobre 
aqueles adquiridos anteriormente ao suposto 
ato, além de levar em consideração, o valor de 
possível multa civil como sanção autônoma. 
PRESCRIÇÃO NAS AÇÕES DE IMPOBRIDADE 
ADMINISTRATIVA 
Se o ato de 
improbidade for 
praticado por: 
O prazo para 
ajuizar a 
ação será: 
O início da 
contagem 
desse prazo 
será: 
Agente público 
com vínculo 
TEMPORÁRIO 
(mandato, cargo 
em comissão ou 
de função de 
confiança) 
Até 5 anos 
O primeiro 
dia após o 
fim do 
vínculo. 
Agente público 
com 
vínculo PERMANE
NTE 
(cargo efetivo ou 
emprego público) 
O prazo e o início da 
contagem serão os mesmos 
que são previstos no estatuto 
do servidor para prescrição 
de faltas disciplinares 
puníveis com demissão. 
 
Ex.: na Lei nº 8.112/90, em 
regra, o prazo prescricional é 
de 5 anos, contado da data 
em que o fato se tornou 
conhecido (salvo se a 
infração for também crime). 
Leis estaduais e municipais 
podem trazer regra diferente. 
 
Todos os atos improbidade são prescritíveis ou 
existe algum imprescritível? 
 
Ação de reparação de danos á Fazenda Pública 
decorrente de ilícito Civil- É PRESCRITÍVEL. 
 
Ação de reparação decorrente de ato de 
improbidade administrativa praticado com 
CULPA- É PRESCRITÍVEL. 
Ação de Ressarcimento decorrente de ato de 
improbidade praticado com DOLO- 
 É IMPRESCRITÍVEL. 
Como pode cair na sua prova: 
João dirigia seu carro quando, por imprudência, 
acabou batendo no carro de um órgão público 
estadual em serviço. Ficou provado, por meio da 
perícia, que o particular foi o culpado pelo 
acidente. O órgão público consertou o veículo, 
tendo isso custado R$ 10 mil. Sete anos depois 
Licensed to Monique Campos - moniqueecampos61@gmail.com - 09074173454
 
 
 
25 
 
do acidente, o Estado ajuizou ação de 
indenização contra João cobrando os R$ 10 mil 
gastos com o conserto do automóvel. A defesa 
de João alegou que houve prescrição. A alegação 
da defesa está correta. Isso porque o prejuízo ao 
erário não decorreu de um ato de improbidade 
administrativa, mas foi decorrente de um ilícito 
civil. Logo, incide prazo prescricional neste caso, 
caso já tenha passado os prazos demonstrados 
na tabela acima 
Acordo de não persecução cível 
O § 1º do art. 17 da Lei nº 8.429/92 proibia a 
realização de transação, acordo ou conciliação 
nas ações de improbidade administrativa. 
A Lei nº 13.964/2019 alterou esse dispositivo 
para admitir a celebração de acordo de não 
persecução cível: 
LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA 
Antes da Lei 
13.964/2019 
ATUALMENTE 
Art. 17. (...) 
§ 1º É vedada a 
transação, acordo 
ou conciliação nas 
ações de que trata o 
caput. 
Art. 17. (...) 
§ 1º As ações de que 
trata este artigo 
admitem a 
celebração de acordo 
de não persecução 
cível, nos termos 
desta Lei. 
 
Tanto o Ministério Público como a pessoa 
jurídica lesada poderão, conforme as 
circunstâncias do caso concreto, celebrar acordo 
de não persecução cível, tendo como limite 
temporal o trânsito em julgado da sentença, 
logo o acordo de não persecução penal poderá 
ser feito em fase recursal. PRESTA ATENÇÃO 
NISSO! 
 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
1ªDICA DO DIA 03 
1. EMPREGADO E EMPREGADOR 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Considera-se empregada toda pessoa física que 
prestar serviços de natureza não eventual a 
empregador, sob a dependência deste e 
mediante salário. 
Considera-se empregador a empresa, individual 
ou coletiva, que, assumindo os riscos da 
atividade econômica, admite, assalaria e dirige a 
prestação pessoal de serviço. 
Elementos básicos da relação de emprego: 
Pessoalidade (o trabalho deve ser prestado por 
pessoa física. Ainda, o empregado não pode 
transferir seu trabalho para outros (é INTUITU 
PERSONAE)), Não-eventualidade (A relação 
empregatícia é contínua e as atividades 
prestadas devem corresponder às atividades 
normalmente desenvolvidos na empresa), 
Subordinação

Continue navegando