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PONTO - 8 - TRF2

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PROVA ORAL MAGISTRATURA FEDERAL – TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO
PONTO 8
Conteúdo
CONSTITUCIONAL: Direitos Políticos. Partidos Políticos.	1
TRIBUTÁRIO: Fiscalidade. Extrafiscalidade. Parafiscalidade. Tributo com Efeito de Confisco.	26
ADMINISTRATIVO: Controle Interno e Externo da Administração Pública. Abuso e Desvio de Poder.	30
PENAL - Direito penal e Constituição. A parte especial do Código Penal e os crimes em espécie. Elementares e circunstâncias. Causas de aumento e de diminuição das penas. A Lei n° 9.807, de 13 de julho de 1999 e a protcção de acusados ou condenados colaboradores. Crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). Crimes contra o mercado de capitais (Lei n° 10.303, de 31 de outubro de 2001).	46
PREVIDENCIÁRIO - Serviços. Habilitação, reabilitação e serviço social.	127
CIVIL: OBRIGAÇÕES: CONCEITO E ELEMENTOS CONSTITUTIVOS. MODALIDADES. TRANSMISSÃO.	129
COMERCIAL: Sociedades Cooperativas. Coligadas. Dependentes de Autorização.	158
INTERNACIONAL PÚBLICO: A competência da justiça federal para questões decorrentes de tratados.	163
INTERNACIONAL PRIVADO - Cooperação jurídica internacional. Modalidades, tendências e instrumentos incluindo as cartas rogatórias e homologação de sentenças estrangeiras. Legislação sobre cartas rogatórias e sentenças estrangeiras. Cooperação direta.	168
PROCESSO CIVIL - Procedimentos. Tutela de urgência. Espécies. Requisitos. Fungibilidade.	182
PROCESSO PENAL: Atos decisórios em geral e classificações. Sentença: conceito; requisitos formais; efeitos; princípio da correlação; libelo e suas alterações. Sentença absolutória e sentença condenatória. Publicação e intimação da sentença. Coisa julgada.	200
AMBIENTAL: Sistema nacional do meio ambiente. Política nacional do meio ambiente.	209
DIREITOS HUMANOS - Política Nacional de Direitos Humanos. Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana — CDDPH. A Magistratura e o Ministério Público na defesa dos direitos humanos.	225
ECONÔMICO: Princípios especiais estabelecidos na Lei nº 8.078/90. Abuso do poder econômico: aumento arbitrário de preços.	244
Princípios Institucionais da Magistratura: Jurisdição e Competência dos Juízes Federais.	256
CONSTITUCIONAL: Direitos Políticos. Partidos Políticos.
	Cidadania
	Em sentido amplo, é o direito de ter direitos (possibilidade de contrair direitos e obrigações). Aqui estão os direitos civis, as liberdades civis. Em sentido estrito, é o exercício dos direitos políticos, de participar da vida política dos conglomerados humanos (na Antiguidade, cidadão era aquele que pertencia ao complexo político-social de determinada Cidade). A cidadania faz do indivíduo um membro ativo de sua comunidade.
	Democracia Deliberativa
	Democracia onde todos devem participar da tomada de decisões, como uma utopia necessária para a construção de uma nova sociedade, capaz de superar a nossa etapa atual na América Latina de democracia somente delegativa.
	Súmula Vinculante nº 18: “A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.”
	STJ 1aT
	Info 442
	Ineligibilidade
	De acordo com a LC 135/2010, não é qualquer condenação por improbidade que obstará a elegibilidade, mas apenas aquela resultante de ato doloso de agente público que, cumulativamente, importe em comprovado dano ao erário e correspondente enriquecimento ilícito.
	STF Pleno
	Info 578
	Fidelidade Partidária
	O reconhecimento de justa causa para a desfiliação partidária permite que o parlamentar desfiliado continue no exercício do mandato, mas não transfere ao novo partido o direito de sucessão à vaga na hipótese de vacância. A observância do dever de fidelidade partidária é condição para o exercício de mandato eleitoral.
DIREITOS POLÍTICOS
	República Federativa do Brasil: “Estado Democrático de Direito”, fundado, entre outros, na soberania, na cidadania e no pluralismo político (art. 1º, caput, I, II e V). 	Um Estado com essa qualificação pressupõe a sua submissão à lei, a divisão de poderes, bem como a enunciação e garantias dos direitos fundamentais.
	Ademais, requer, a conjugação do aspecto democrático, que, modernamente, não se contenta com a democracia formal, mas também exige a democracia material, consistente no oferecimento de condições sociais para que os cidadãos possam desfrutar dos direito que lhes são formalmente garantidos.
	“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”(Art. 1º, da CR/88) (povo: titular do Poder).
	Direitos políticos:
	1) relacionados aos exercício do poder
	2) espécie dos direitos fundamentais, conforme transparece da própria topografia da Carta (pois inserido no título dos “Direitos e Garantias Fundamentais”).
	3) Define-se como conjunto de normas que regula a atuação da soberania popular. De forma mais completa define-se como instrumentos através dos quais a CF garante o exercício da soberania popular, atribuindo poderes aos cidadãos para participarem da vida política – seja diretamente ou indiretamente – bem como do processo de escolha dos mandatários.
A atuação da soberania popular liga-se a outra ideia chave, com assente constitucional, que é a cidadania. Esta, por sua vez, é um atributo das pessoas integradas na sociedade, atributo decorrente do direito de participar no governo e direito de ser ouvido pela representação política.
REIS FRIEDE entende que cidadania pode ser entendida em termos amplos (=conjunto de direitos e deveres que regem a situação dos nacionais) e em termos restritos (poder jurídico do nacional de participar do governo e da administração estatal, votando, sendo eleito, exercendo funções públicas, usufruindo serviços públicos e fiscalizando atividade estatal, p.ex., através de ações populares). Entende que sua prova é feita através de título eleitoral ou de certidão da justiça eleitoral. Critica o voto do menor, dizendo ser uma imprudência e uma incoerência, dada a imaturidade do jovem e a manutenção da maioridade penal aos 18 anos. Classifica como hipóteses de perda de direitos políticos o cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado e a escusa da consciência, ou seja, da recusa em cumprir obrigação a todos impostas pela lei ou deveres em substituição. A elegibilidade plena só é alcançada pelo nacional (originário), alfabetizado, maior de 35 anos. (Curso Analítico de Direito Constitucional e Teoria Geral do Estado, Forense, 2000).
	democracia direta:
 é o povo que exerce, ele próprio, as funções do Estado, sem intermediação de representantes. Tipo de regime antigamente praticado em Atenas, mas que resta inviabilizado nos dias atuais em razão do crescimento do número de pessoas aos quais se concede cidadania.
	DEMOCRACIA INDIRETA (OU REPRESENTATIVA):
embora o poder pertença ao povo, este outorga funções de governo a representantes previamente eleitos.
	DEMOCRACIA SEMIDIRETA (OU PARTICIPATIVA):
regime misto, em que mecanismos da democracia indireta convivem com exemplos de participação direta do povo, tais como o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular em matéria de projetos legislativos.
	Democracia Deliberativa
	Democracia onde todos devem participar da tomada de decisões, como uma utopia necessária para a construção de uma nova sociedade, capaz de superar a nossa etapa atual na América Latina de democracia somente delegativa. (ver item T. da Ação Comunicativa)
	Teoria da Ação Comunicativa
	A Teoria de Habermas permite rever a função do direito, e igualmente da democracia, nas sociedades complexas. A informalização do direito e a alteração da clássica divisão tripartite de poderes, lhe permitem, entre outros fatores, propor a idéia de uma "proceduralização" do direito. O modo "procedural" de Habermas se diferencia do egocentrismo do formalismo normativista e do irracionalismo das posturas do modelo hermenêutico material, pelo fato de fundar a sua validade no respeito a procedimentos de elaboração discursivadas normas: as regras práticas da argumentação intersubjetiva. Uma possibilidade prática (obviamente limitada) de testar a hipótese de Habermas pode ser feita através da análise de novos fenômenos de informalização e acesso a justiça, como é o caso da resolução de conflitos por meio da arbitragem, negociação e mediação. Por exemplo, na mediação pode-se observar decisões de um novo tipo de racionalidade pragmático consensual, onde a decisão não esta determinada pela arbitrariedade do poder judiciário, nem pela soberania do poder político, mas pela livre manifestação da opinião. A mediação é assim um passo exemplar para a constituição de um novo tipo de democracia: a democracia deliberativa.
	Na sistemática traçada pela CR/88, o exercício direto do poder se faz através do:
		I – plebiscito (consulta direta à população ANTES da deliberação congressual sobre o tema)
		II – referendo (consulta direta à população APÓS deliberação congressual sobre o tema, serve para ratificar a deliberação congressual, resolvendo sobre sua eficácia, por exemplo), 		III - iniciativa popular de lei (Art. 61, § 2º, CR).
	A Constituição expressamente exige a convocação de plebiscito da população diretamente interessada para a incorporação, subdivisão e desmembramento de novos Estados (art. 18, §3º), bem como para a criação, incorporação e desmembramento de novos Municípios (art. 18, §4º).
	A vantagem do referendo sobre o plebiscito é de se conhecer a extensão da medida aprovada. No plebiscito aprova-se uma idéia que será posteriormente regulamentada pelo Congresso, sem que se tenha prévio conhecimento de todos os seus desdobramentos. Exemplo ocorreu com o Estatuto do Desarmamento.
	O procedimento para a realização de plebiscito e referendo está disciplinado na Lei 9709/98. São convocados por decreto legislativo, devendo a proposta possuir, no mínimo, 1/3 dos membros de qualquer uma das Casas do Congresso Nacional. Rejeitou-se proposta no sentido de admitir a convocação de plebiscito ou referendo mediante iniciativa popular, com fundamento no artigo 49, XV, CF.
	A consulta popular será realizada pela Justiça Eleitoral, sendo aprovada ou rejeitada por maioria simples. Convocado o plebiscito, susta-se a tramitação do processo legislativo ou da medida administrativa cuja matéria constitua objeto da consulta popular.
Inerente ao direito do cidadão, a Constituição Federal consagrou como instrumento de exercício da soberania popular (CF, art. 14, III) a iniciativa popular de lei, que poderá ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% (um por cento) do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de 3/10% (três décimos por cento) dos eleitores de cada um deles, conforme preceitua o § 2º do art. 61, CF.
A lei 9709/98 estabeleceu que o projeto de iniciativa popular deve restringir-se a um único assunto e não se pode rejeitar proposição decorrente de iniciativa popular por vício de forma (artigo 13, §2º).
Na esfera municipal, admite-se a “iniciativa popular de projetos de lei de interesse do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado” (art. 29, XIII, da CF/88).
As Constituições Estaduais, dado o princípio do paralelismo, deverão conter dispositivos semelhantes que contemplem a possibilidade de uma parcela significativa do eleitorado apresentar projetos de lei.
Obs: Para alguns (REIS FRIEDE), a Ação Popular, cuja legitimidade é deferida ao cidadão em geral, seria uma forma de participação direta no exercício do Poder, assim como iniciativas mais recentes, como a constituição de Conselhos em certos órgãos públicos, em que a sociedade se faz presente.
Ao seu turno, o exercício indireto faz-se mediante o sufrágio. Este é direito público subjetivo de natureza política que tem a pessoa humana de PARTICIPAR, ativa e passivamente, da organização do Estado.
SUFRÁGIO
Trata-se de DIREITO-DEVER ou DEVER FUNDAMENTAL (ainda que o sufrágio seja facultativo em determinado Estado), de ÍNDOLE CONSTITUCIONAL, que o indivíduo possui de PARTICIPAR DA VIDA DO ESTADO, votando (SUFRÁGIO ATIVO) ou sendo votado (SUFRÁGIO PASSIVO).
O SUFRÁGIO não se confunde com o VOTO. Aquele, é o direito. Este, é o exercício do direito. O sufrágio é o núcleo dos direitos políticos, sendo que estes não se esgotam naquele. Sua natureza jurídica é direito subjetivo de natureza política.
O sufrágio tem natureza jurídica de direito democrático e político, fundado no princípio representativo. O sufrágio possui dois sentidos, um amplo e outro restritivo. Sentido amplo: cuida-se de uma das fases do procedimento eleitoral, significando a apuração, abertura, depósito, recolhimento e contagem de votos. Sentido estrito: é apenas a contagem dos votos (apuração), donde se extrai a palavra escrutinador.
-classificação;
critério: quanto à extensão.
	a)UNIVERSAL
-quando não contiver nenhuma condição discriminatória. -há possibilidade da estipulação de condições técnicas que não descaracterizam a universalidade.
-condições técnicas:
de fundo: -idade.-nacionalidade.-
de forma:-alistamento.
	b)RESTRITO OU QUALIFICADO-
quando contém condição discriminatória.
-censitário: exige determinada renda ou qualificação econômica.
-capacitário: condicionamento a algumas capacidades especiais ou intelectuais. [até 1.967 os analfabetos não podiam alistar como eleitores].
critério: quanto à igualdade.
	a)IGUAL
-quando não houver discriminação entre os eleitores. [one man, one vote – um cidadão um voto].
-igualdade entre voto do homem e voto da mulher [surgimento no Brasil  âmbito subconstitucional: Código Eleitoral de 1.932; âmbito constitucional: Constituição de 1.934].
-igualdade regional  crítica doutrinária, uma vez que fortalece o voto em locais com menor população.
obs.: art 45, §1º, CF - sistema proporcional para a câmara dos deputados – José Afonso da Silva defende que seria exceção à igualdade do sufrágio.
-limites mínimos e máximo para deputados por estado – quebra da igualdade. [ex.; voto do eleitor de SP vale menos que voto de um estado menos populoso]
	b)DESIGUAL-
quando há discriminação; determinados indivíduos podem votar mais de uma vez.
espécies:
plural: possibilidade de votar mais de uma vez na sua circunscrição ou distrito.
múltiplo: possibilidade de votar mais de uma vez em circunscrições diferentes.
familiar: o eleitor pai de família pode votar mais de uma vez de acordo com o número de membros familiares.
direito político positivo é diferente de sufrágio ativo; e direito político negativo é diferente de sufrágio passivo.
	direito político positivo
assegura ao indivíduo o direito de participação no processo político. [votando ou sendo votado] [sufrágio ativo e sufrágio passivo são direitos políticos positivos]
	direito político negativo
impede a participação do indivíduo no processo político. [ex.: inenegibilidade e causas de perda ou suspensão dos direitos políticos]
sufrágio passivo - abrange 4 faculdades:
 	a)direito do indivíduo se apresentar como candidato em um determinado certame eleitoral.
 	b)direito à diplomação e à posse uma vez obtido os votos necessários para a eleição.
 	c)direito ao regular exercício do mandato com todas as prerrogativas à ele inerentes.
 	d)direito de só perder o mandato diante de causas expressas na constituição.
VOTO – é ato pelo qual se exercita o sufrágio.
Natureza do voto – consiste em direito público subjetivo e, ao mesmo tempo um dever sociopolítico (o voto é obrigatório), uma função social de soberania popular na democracia e um dever, ao mesmo tempo (Marcos Ramayana).
Em nível internacional o direito de voto encontra-se sufragado no artigo XXI da Declaração Universal dos Direitos Humanos, item 3:. “A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo  equivalente que assegure a liberdade de voto.”
-características:
	a)DIRETO:
 eleitor exercitao direito pessoalmente; não há voto por procuração.
A adoção do sistema proporcional, no qual o voto é concedido ao candidato ou ao partido político, não o descaracteriza.
VOTO DIRETO E SECRETO E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA QUE NÃO CONSEGUEM VOTAR SOZINHA-TSE reconhece a possibilidade da pessoa com deficiência que não consegue votar sozinha de votar acompanhada.
exceção no Brasil: art. 81, § 1º da CF, que prevê uma única hipótese de eleição indireta.
	b)SECRETO:
não há publicidade quanto à escolha feita.
	c)UNIVERSAL:
não há discriminação.
	d)PERIÓDICO:
representante é eleito por determinado tempo; o mandato tem limitação temporal.
princípio republicano impediria mandatos demasiadamente longos considerando a tradição do país.
	e)LIVRE:
 possibilidade de votar em quem quiser.
	f)PERSONALÍSSIMO:
somente o titular pode exercer o direito de voto, ninguém pode exercer em seu nome.
	g)IGUALITÁRIO:
voto com mesmo valor.
Gilmar Mendes faz referência à igualdade quanto ao resultado, que está associado ao sistema eleitoral adotado, proporcional ou majoritário, bem como ao estabelecimento das chamadas ‘cláusula de barreira” ou desempenho.
ESCRUTÍNIO – modo pelo qual se exercita o voto (público ou secreto).
CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
1)DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS
	a)CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA OU ALISTABILIDADE;
	b)CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA.
2)DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS
	a)CAUSAS DE INELEGIBILIDADES;
		i)ABSOLUTAS;
		ii)RELATIVAS.
	b)CAUSAS DE PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS.
REGRAS
i)para ser votado obrigatoriamente o cidadão deve votar.
	-só pode ser votado quem vota.
	-aquele que quer ser eleito deve poder eleger alguém.
ii)nem todos que votam podem ser votado.
	-analfabeto vota, mas não poder ser votado.
iii)para ser votado o cidadão deve preencher as condições de elegibilidade.
iv)para ser votado o cidadão não pode incorrer em uma das causas de inelegibilidade.
1)DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS
a)CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA OU ALISTABILIDADE. é o direito de votar [direito de escolher]. A alistabilidade depende da manifestação de vontade do indivíduo; [diferentemente de alguns países, a alistabilidade não ocorre de ofício] É a capacidade eleitoral ativa, que é o direito de votar. Para votar, no Brasil, a pessoa tem que necessariamente estar alistada perante a Justiça Eleitoral.
-espécies:
	-FACULTATIVA [art. 14, § 1º, II, CF]
- > 16 e < 18 anos. [art. 14, § 1º, II, c, CF]
- > 70 anos. [art. 14, § 1º, II, b, CF]
-analfabetos. [art. 14, § 1º, II, c, CF]
nesses casos tanto o alistamento quanto o voto são facultativos; a facultatividade incide tanto sobre o alistamento quanto sobre o voto. Se houver o alistamento em algum desses casos persistirá a facultatividade quanto ao voto. [ex.: analfabeto que tenha se alistado continua tendo seu voto como facultativo.
Obs.: O TSE (Res. 21.920) estendeu a exceção do voto facultativo, relativo aos maiores de 70 anos, às pessoas portadoras de grave deficiência, colmatando a lacuna mediante a aplicação da analogia.
	-OBRIGATÓRIA
– hipótese que o alistamento e o voto são obrigatórios.
- > 18 anos e < 70 anos. [art. 14, § 1º, I, CF]
	-PROIBIDA OU VEDADA [art. 14, § 2º, CF]
-ESTRANGEIROS-aquele que não seja nacional nato ou naturalizado.
-CONSCRITOS-conscrito é o militar em serviço obrigatório [conscrito é diferente de militar; o militar pode votar o conscrito não]-as pessoas que estejam na condição de conscrito têm seus nomes retirados da lista dos votantes.
existem algumas profissões que o serviço às forças armadas ocorrem após a formatura, é o caso dos médicos, farmacêuticos, enfermeiros, odontólogos. As pessoas que se enquadrarem nessa situação também são considerados conscritos.
índio que souber falar o português será alistável.
b)CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA: é o direito de ser votado [direito de ser escolhido].
CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADES -são requisitos que devem ser preenchidos para que o cidadão possa ser votado [art. 14, § 3°, CF]
 	i)NACIONALIDADE BRASILEIRA [art. 14, § 3º, I, CF]
 	ii)PLENITUDE DOS DIREITOS POLÍTICOS [art. 14, § 3º, II, CF]
 	iii)ALISTAMENTO ELEITORAL [art. 14, § 3º, III, CF]
 	iv)DOMICILIO NA CIRCUNSCRIÇÃO ELEITORAL [art. 14, § 3º, IV, CF]
 	v)FILIAÇÃO PARTIDÁRIA [art. 14, § 3º, V, CF]
 	vi)IDADE MÍNIMA [art. 14, § 3º, VI, CF]
	i)NACIONALIDADE BRASILEIRA [art. 14, § 3º, I, CF]
-brasileiro nato ou naturalizado. [alguns cargos só podem ser exercidos por brasileiro nato]
estrangeiro - não vota, não pode ser votado. [ausência de vínculo jurídico-político]
português ou quase nacional  para que possa votar e ser votado deve estar no território por mais que 5 anos.
[questionamentos quanto à possibilidade de voto nesse caso – ausência de reciprocidade em decorrência das determinações em tratados assinados por Portugal na União Européia]
	ii)PLENITUDE DOS DIREITOS POLÍTICOS [art. 14, § 3º, II, CF]
-não incorrer em uma das situações do art. 15 da CF.
	iii)ALISTAMENTO ELEITORAL [art. 14, § 3º, III, CF]
-estrangeiro e conscrito não podem se alistar.
	iv)DOMICILIO NA CIRCUNSCRIÇÃO ELEITORAL [art. 14, § 3º, IV, CF]
-deve estar no domicílio eleitoral há pelo menos 1 ano.
-são 3 circunscrições:
-circunscrição nacional;-engloba todos os cargos eletivos.
-circunscrição estadual;-engloba, dentro de cada Estado, os seguintes cargos: GOVERNADOR E VICE-GOVERNADOR;-SENADOR;-DEPUTADO FEDERAL;-DEPUTADO ESTADUAL;-PREFEITO;-VEREADOR;
-circunscrição municipal.-engloba, dentro de cada Município, os seguintes cargos:-PREFEITO;-VEREADOR;
-mudança de circunscrição para preenchimento deste requisito configura crime eleitoral.
	v)FILIAÇÃO PARTIDÁRIA [art. 14, § 3º, V, CF]
-a filiação partidária deve ocorrer no mínimo 1 ano antes da eleição. No Brasil não existe candidatura avulsa.
os partidos políticos no Brasil detêm o monopólio das candidaturas. [nos EUA é possível a existência de candidaturas avulsas]
-o partido político exerce função estatal. [possibilidade de utilização de MS contra partido político]
FIDELIDADE PARTIDÁRIA E A TRANSFERÊNCIA INJUSTIFICADA ENTRE PARTIDOS-o STF, analisando MS impetrado contra decisão tomada pelo TSE, ratificou o posicionamento deste último tribunal no sentido de que o cargo pertence ao partido e não ao político eleito. Desta forma, foi reconhecido que os partidos políticos e as coligações partidárias têm o direito de preservar a vaga obtida pelo sistema eleitoral proporcional, se, não ocorrendo razão legítima que o justifique, registrar-se ou o cancelamento de filiação partidária ou a transferência para legenda diversa, do candidato eleito por outro partido. [MS 26603 – STF]
-Resolução TSE 22.610/07 - o que se entende por justa causa.
-hipótese objetiva: fusão e incorporação de partidos;
-hipóteses subjetivas: mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; grave discriminação pessoal.
	vi)IDADE MÍNIMA [art. 14, § 3º, VI, CF]
- 18 anos  VEREADOR.
- 21 anos  DEPUTADO FEDERAL; DEPUTADO ESTADUAL; PREFEITO; VICE-PREFEITO; JUIZ DE PAZ.
- 30 anos  GOVERNADOR; VICE-GOVERNADOR.
- 35 anos  PRESIDENTE DA REPÚBLICA; VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA; SENADOR.
CAPACIDADE POLÍTICA ABSOLUTA– é a capacidade política na qual é possível o exercício de qualquer cargo público; é alcançada com 35 anos de idade.
-momento de verificação do requisito etário: data da posse [art. 11, Lei 9504/97] doutrina critica a opção do legislador, há quem defenda que deve ser na data da eleição, há quem defenda que deve ser na data da inscrição da candidatura (mas todas as outras condições de elegibilidade do dispositivo constitucional, bem como a inelegibilidades, são analisadas na data do registro da candidatura).
Resumo do entendimento do STF sobre fidelidade partidária:
a) os partidos políticos são essenciais no processo de poder e na conformação do regime democrático, havendo um caráter eminentemente partidário do sistema proporcional;
b) as vagas possuem caráter partidário, cujo sentido pode ser extraído da norma constitucional que prevê o sistema proporcional (art.45);
c) no sistema proporcional a vinculação entre candidato e partido político prolonga-se depois da eleição;
d) o ato de infidelidade, seja ao partido, seja ao eleitor, mais do que um desvio ético-político, representa, quando não baseado em justa razão, uma inadmissível ofensa ao princípio democrático e ao exercício legítimo do poder, na medida em que migrações inesperadas não apenas causam surpresa ao próprio corpo eleitoral e às agremiações eleitorais, privando-as da representatividade por elas conquistada nas urnas, mas acabam por acarretar um arbitrário desequilíbrio de forças no Parlamento, vindo a tolher o exercício da oposição política;
e) não se trata de imposição de sanção de perda de mandato, por mudança de partido, a qual não configuraria ato ilícito ao deputado infiel, mas de reconhecimento de inexistência de direito subjetivo autônomo ou de expectativa de direito autônomo à manutenção pessoal do cargo;
f) em face da mudança de posição do STF, modularam-se os efeitos da decisão, fixando-se a data em que o TSE apreciou a Consulta nº 1398/DF (27/03/2007) como termo inicial para impossibilidade de mudança de partido, salvo se houver justa razão.
2)DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS - são obstáculos que impedem o exercício dos direitos políticos.
a)CAUSAS DE INELEGIBILIDADE [Inelegibilidade são os resultados absolutos, para todos os cargos, ou relativos, para alguns casos, que impedem o exercício do sufrágio passivo]
	i)ABSOLUTAS [art. 14, § 4º, CF]
	ii)RELATIVAS
	i)ABSOLUTAS [art. 14, § 4º, CF]
- são causas que impedem que o cidadão seja candidato a qualquer cargo eletivo.
-só podem estar previstas na constituição.
-são causas de inelegibilidade absolutas:
INALISTÁVEISestrangeiros
	conscritos
ANALFABETOS - desde 1.985 eles podem se alistar e votar, mas não tem capacidade eleitoral passiva.
ALFABETIZADO - o candidato que tiver conhecimentos rudimentares de português e de aritmética. [construção doutrinária e jurisprudencial] - o fato de já ter disputado cargo público não significa que será considerado como alfabetizado. -o fato de ter título (formação em primeiro grau, diploma) presume alfabetização.
REALIZAÇÃO DE PROVAS PARA VERIFICAR SE CANDIDATO É ALFABETIZADO - o TSE não tem admitido a realização de provas sob o argumento de ferir a dignidade do candidato.
	ii)RELATIVAS
- são causas que impedem que o cidadão seja candidato para alguns dos cargos eletivos.
-podem estar previstas no texto constitucional ou na norma infraconstitucional. Caso venham ser tratadas em normas infraconstitucionais, necessariamente deverá ser por Lei Complementar [art. 14, § 9º, CF].
-causas de inelegibilidade relativas:
1.POR MOTIVO FUNCIONAL OU EM RAZÃO DA FUNÇÃO
2.INDIRETA OU REFLEXA [art.14, § 7°, CF]
3.MILITARES [art. 14, § 8°, CF]
4.LEGAIS [art. 14, § 9°, CF] [LC 64/90 e LC 81/94]
1.POR MOTIVO FUNCIONAL OU EM RAZÃO DA FUNÇÃO
-espécies:
	
	a)PARA O MESMO CARGO. [art. 14, § 5º, CF]
- PRESIDENTE, GOVERNADOR, PREFEITO e quem os houver sucedido ou substituído no curso do mandato, se desejarem concorrer ao mesmo cargo, poderão ser eleitos para um único período subseqüente.
a possibilidade de uma única reeleição só ocorreu com a alteração constitucional promovida pela EC 16/97. Antes dessa alteração PRESIDENTE, GOVERNADOR e PREFEITO eram inelegíveis para o mesmo cargo.
INELEGIBILIDADE DO VICE QUE SUBSTITUIU O TITULAR (caso Alckimin) - interpretação literal do texto constitucional determina que tanto no caso de substituição (temporário) quanto no caso de sucessão (definitivo) a possibilidade de reeleição somente ocorreria para um único período subseqüente.
-interpretação do STF não foi nesse sentido. Para o Supremo o exercício de titularidade do cargo somente ocorreria no caso de SUCESSÃO ou de ELEIÇÃO. A regra do art. 14, § 5º da CF não se aplicaria no caso de substituição. [RE 366.488]
possibilidade de o Presidente/GOVERNADOR/PREFEITO permanecer no cargo enquanto disputa reeleição - no projeto da EC 16 havia a determinação que possibilitava que o candidato permanecesse no cargo para concorrer à reeleição. No caso o CN concordava com a reeleição, mas não concordava que permanecesse no cargo. Assim sendo, a equipe técnica do FHC entendeu melhor não alterar a redação original do § 6º para poder se manter no cargo de forma a se permitir, por meio de uma interpretação literal do ordenamento, a permanência no cargo. [“Para concorrerem a outros cargos (...)”]
-justiça eleitoral interpreta literalmente o dispositivo.
-critica: a interpretação deve ser histórica. A Justificativa da redação é pq, na época não havia como disputar outro cargo.
	b)PARA CARGOS DIVERSOS.[art. 14, § 6º, CF]
- PRESIDENTE, GOVERNADOR, PREFEITO, quem os houver sucedido ou substituído no curso do mandato, se desejarem concorrer para cargo diferente, deverão renunciar ao cargo que ocupam no mínimo 6 meses antes das eleições.
APLICAÇÃO DO REQUISITO PARA REELEIÇÃO PARA O MESMO CARGO - STF se manifestou no sentido de que o requisito de afastamento até 6 meses antes das eleições só se aplica para o candidato que queira concorrer a cargo diferente. O texto constitucional é expresso que somente nesse caso é exigido tal requisito, não caberia interpretação extensiva nesse caso.
· O STF rechaçou o denominado prefeito itinerante, por ofender o princípio republicano:
O instituto da reeleição tem fundamento não somente no postulado da continuidade administrativa, mas também no princípio republicano, que impede a perpetuação de uma mesma pessoa ou grupo no poder. O princípio republicano condiciona a interpretação e a aplicação do próprio comando da norma constitucional, de modo que a reeleição é permitida por apenas uma única vez. Esse princípio impede a terceira eleição não apenas no mesmo município, mas em relação a qualquer outro município da federação. Entendimento contrário tornaria possível a figura do denominado “prefeito itinerante” ou do “prefeito profissional”, o que claramente é incompatível com esse princípio, que também traduz um postulado de temporariedade/alternância do exercício do poder. Portanto, ambos os princípios – continuidade administrativa e republicanismo – condicionam a interpretação e a aplicação teleológicas do art. 14, § 5º, da Constituição. O cidadão que exerce dois mandatos consecutivos como prefeito de determinado município fica inelegível para o cargo da mesma natureza em qualquer outro município da federação (RE 637485, Relator(a):  Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 01/08/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-095 DIVULG 20-05-2013 PUBLIC 21-05-2013)
2.INDIRETA OU REFLEXA [art.14, § 7°, CF] - PRESIDENTE, GOVERNADOR e PREFEITO criam inelegibilidade relativa, na sua circunscrição, para:
	cônjuge - também deve ser incluído o companheiro. Há decisões estendendo tal limitação para a união homoafetiva.
		separação judicial – dissolve a sociedade, mas não o vínculo. STF editou súmula vinculante 18 nesse sentido. [a separação de fato não afasta a inelegibilidade]
		viuvez – a viúva não pode ser candidata.
	parentes consanguíneos até 2º grau ou por adoção.
		sobrinho – não há inelegibilidade [parente 3º grau].
		divórcio - a relação de cunhadio desaparece, a relação de sogro e genro não desaparece.
inelegibilidade indireta x circunscrições x cargos:
	UNIÃO
– não poderá concorrer e nenhum outro cargo dentro do território brasileiro. -nesse caso a inelegibilidade tem natureza absoluta.
	ESTADO
– não podem concorrer, dentro daquela circunscrição estadual, aos cargos de GOVERNADOR, SENADOR, DEPUTADO FEDERAL, DEPUTADO ESTADUAL, PREFEITO e VICE-PREFEITO.
	MUNICÍPIO
– não podem concorrer, dentro daquela circunscrição municipal, aos cargos de VEREADOR, PREFEITO e VICE-PREFEITO.
-exceções á inelegibilidade relativa indireta:
1)se já for titular de cargo eletivo e é candidato à reeleição a esse cargo - a reeleição deve ser para o mesmo cargo na mesma unidade federada.
2)renÚncia 6 meses antes das eleições.
	ex.: Governador Garotinho no RJ renunciou ao cargo de governador para concorrer à presidência;Rosinha, sua esposa, pôde ser candidata à Governadora do RJ. atenção  o TSE, respondendo à consulta, determinou que só pôde haver eleição naquele caso uma que o Governador Garotinho tinha direito à reeleição. Se ele já estivesse no seu segundo mandato, tal procedimento não poderia ocorrer.
	A regra estabelecida no art. 14, §7º da CF, iluminada pelos mais basilares princípios republicanos, visa obstar o monopólio do poder político por grupos hegemônicos ligados por laços familiares. [RE 446.999]
desmembramento de município e incidência da inelegibilidade reflexa: “É inelegível para o cargo de Prefeito de Município resultante de desmembramento territorial o irmão do atual chefe do Poder Executivo do Município-mãe...”(STF, RE 158.314, Rel. Min. Celso de Mello)
3.MILITARES [art. 14, § 8°, CF] - militar alistável é elegível (menos os conscritos), ou seja, segundo o art. 14, § 8º da CF o militar pode ser candidato. -segundo o art. 142, § 3º, V, CF o militar, enquanto no serviço ativo, não pode ser filiado a partido político. [art. 142, § 3°, V, CF].
o TSE, para conciliar as disposições presentes no art. 14, § 8º, CF e no art. 142, § 3º, V, CF editou resolução sobre a matéria  A condição de elegibilidade relativa à filiação partidária contida no art. 14, § 3º, inciso V, da Constituição da República, não é exigível ao militar da ativa que pretenda concorrer a cargo eletivo, bastando o pedido de registro de candidatura, após prévia escolha em convenção partidária [art. 14, § 1º da Resolução n. 21.608/04 do TSE].
-regras para a candidatura do militar:
 < 10 anos de serviço militar - a partir do momento que o militar faz o registro da sua candidatura ele deve se afastar, definitivamente, do serviço militar. O afastamento independe de sua eleição ou não.
 > 10 anos de serviço militar - a partir do momento que o militar faz o registro da sua candidatura ele deve ser agregado pela autoridade superior, ou seja, sai do serviço ativo.
		-resultado das eleições:
			se eleito – passa para a inatividade.
			se não eleito – volta para a tropa.
Obs. lembrar que as disposições do art. 14, § 8º, CF aplicam-se aos militares dos Estados e do Distrito Federal e Territórios [art. 42, § 1º, CF].
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
	-MILITAR DA RESERVA REMUNERADA  deve se filiar a um partido político 1 ano antes do pleito.
	-MILITAR REFORMADO OU INATIVO  deve se filiar a um partido político 1 ano antes do pleito.
	-MILITAR QUE PASSOU PARA A INATIVIDADE APÓS O PRAZO DE 1 ANO
		antes da convenção do partido – deve se filiar 48hs antes da realização da convenção.
		depois da convenção – basta o registro da candidatura.
4.LEGAIS [art. 14, § 9°, CF] [LC 64/90 e LC 81/94] - são as hipóteses de inelegibilidade relativa trazidas pela norma infraconstitucional. Somente a constituição pode tratar de inelegibilidade absoluta, as inelegibilidades legais devem ser, todas elas, relativas.
-instrumento normativo: LEI COMPLEMENTAR. A instituição de inelegibilidade relativa legal deve estar limitada pelos objetivos dispostos no art. 14., § 9º da CF, quais sejam:
	-proteger a probidade administrativa;
	-proteger a moralidade para o exercício do mandato, considerando a vida pregressa do candidato.
	-proteger a normalidade e a legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico e o abuso do exercício de função, cargo ou emprego.
EFICÁCIA DO ART. 14, § 9º DA CF - discussão quanto a eficácia do dispositivo no sentido de ser, ou não, possível a sua aplicação direta para reconhecer a inelegibilidade considerando a vida pregressa do candidato.
	TRE do Rio de Janeiro - norma de eficácia plena. As pessoas que já tiveram condenação definitiva são inelegíveis.
	TSE - norma de eficácia limitada. As decisões dos tribunais regionais que reconhecia a inelegibilidade com fundamento na vida pregressa foram reformadas.
DUPLA FILIAÇÃO PARTIDÁRIA E A CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 22, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 9.096/96 - o art. 22, parágrafo único da Lei 9.096/95 determinava que no caso da dupla filiação partidária as duas filiações deverão ser consideradas nulas e havia discussão quanto a constitucionalidade da sanção determinada pelo dispositivo. Hoje, a lei mudou e prevale a mais recente.
  
Art. 22. O cancelamento imediato da filiação partidária verifica-se nos casos de:
        I - morte;
        II - perda dos direitos políticos;
        III - expulsão;
        IV - outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo de quarenta e oito horas da decisão.
        V - filiação a outro partido, desde que a pessoa comunique o fato ao juiz da respectiva Zona Eleitoral.  
        Parágrafo único.  Havendo coexistência de filiações partidárias, prevalecerá a mais recente, devendo a Justiça Eleitoral determinar o cancelamento das demais. (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013)
HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE LEGAL [art. 1º, LC 64/90]
	a)PARLAMENTARES CASSADOS [art. 1º, I, b, LC 64/90]
	b)IMPEACHMENT
	c)ABUSO DE PODER[art. 1º, I, d, LC 64/90]
	d)CONDENAÇÃO CRIMINAL[art. 1º, I, e, LC 64/90]
	e)MILITARES DECLARADOS INDIGNOS[art. 1º, I, f, LC 64/90]
	f)CONTAS REJEITADAS[art. 1º, I, g, LC 64/90]
	g)ADMINISTRADORES DE ENTIDADES FINANCEIRAS [art. 1º, I, i, LC 64/90]
	h) CORRUPÇÃO ELEITORAL E OUTRAS SITUAÇÕES NAS ELEIÇÕES [art. 1º, I, j, LC 64/90]
	i) RENÚNCIA A MANDATO APÓS O OFERECIMENTO DE REPRESENTAÇÃO POR OFENSA A CF/CE/LODF/LOM [art. 1º, I, k, LC 64/90]
	j) CONDENAÇÃO EM AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMNISTRATIVA POR AÇÃO DOLOSA, COM LESÃO AO PATRIMONIO PUBLICO E ENRIQUECIMENTO ILÍCITO [art. 1º, I, l, LC 64/90]
	k) EXCLUÍDO DO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO POR INFRAÇÃO ÉTICO PROFISSIONAL [art. 1º, I, m, LC 64/90] 
	l) DESFAZIMENTO DE VÍNCULO CONJUGAL OU SIMULAÇÃO DESSE PARA NÃO SE TORNAR INELEGÍVEL [art. 1º, I, n, LC 64/90]
	m) PAD QUE LEVA A DEMISSÃO DO SERVIDOR PÚBLICO [art. 1º, I, o, LC 64/90]
	n) DOAÇÕES ELEITORAIS ILEGAIS [art. 1º, I, p, LC 64/90]
	o) JUIZ E MP QUE FOREM APOSENTADOS COMPULSORIAMENTE OU APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA OU EXONERAÇÃO NA PENDENCIA DE PAD [art. 1º, I, q, LC 64/90]
O Art. 77 da Lei federal  9.504/1997 (proibição à participação em inauguração de obras públicas nos três meses que precedem o pleito eletivo) não consubstancia nova condição de elegibilidade. (STF, ADI 3.305, Rel. Min. Eros Grau)
a)PARLAMENTARES CASSADOS [art. 1º, I, b, LC 64/90] - DEPUTADOS, SENADORES e VEREADORES cujo mandato tenha sido cassado em face de falta de decoro parlamentar ou alguma das causas previstas no art. 55, I e II da CF são inelegíveis para qualquer cargo por 8 anos, a contar do final do mandato.
 Art. 1º São inelegíveis:
        I - para qualquer cargo:
  	b) os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas, da Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais, que hajam perdido os respectivos mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda de mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios e do Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos oito anos subseqüentes ao término da legislatura; 
b)IMPEACHMENT
	-PRESIDENTE  8 anos
	-GOVERNADOR e PREFEITO  8 anos. [art. 1º, I, c, LC 64/90]
Art. 1, I, c) o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e o Prefeito e o Vice-Prefeito que perderem seus cargos eletivos por infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos;  
c)ABUSO DE PODER[art. 1º, I, d e h, LC 64/90] - os condenados, com trânsito em julgado ou proferida por órgão colegiado, por abuso de poder econômico ou político ficam inelegíveis por prazo de 8 anos, a contar do dia das eleições em que ocorreu o ato ilícito.
Art. 1, I, d) os que tenham contra sua pessoa representação julgadaprocedente pela Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;
h) os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes;  
d)CONDENAÇÃO CRIMINAL[art. 1º, I, e, LC 64/90] - após cumprimento da pena, são inelegíveis por 8 ANOS os condenados por CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR, a FÉ PÚBLICA, a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, o PATRIMÔNIO PÚBLICO, o MERCADO FINANCEIRO, TRÁFICO DE DROGAS e CRIMES ELEITORAIS.
Art. 1, I, e) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:  
1. contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;    
2. contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;      
3. contra o meio ambiente e a saúde pública;    
4. eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;     
5. de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;    
6. de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;  
7. de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos;    
8. de redução à condição análoga à de escravo;     
9. contra a vida e a dignidade sexual; e 
10. praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;    
§ 4o  A inelegibilidade prevista na alínea e do inciso I deste artigo não se aplica aos crimes culposos e àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada
CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO E INCIDÊNCIA DESSA ILEGITIMIDADE-divergência:
	a)todos os crimes contra a administração pública.
	b)não incidência a todos os crimes.-ex.: desacato, desobediência. [nesses crimes não haveria ofensa ao bem jurídico relacionado à questão eleitoral. Nem todos os crimes demonstra um perfil contrário à moralidade ao exercício da função política].
		-existem alguns precedentes no TSE nesse sentido.
e)MILITARES DECLARADOS INDIGNOS[art. 1º, I, f, LC 64/90] - os militares declarados indignos do oficialato (art. 120, Lei 6.880/80) ficam 8 anos inelegíveis.
Art. 1, I f) os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos
f)CONTAS REJEITADAS[art. 1º, I, g, LC 64/90] - é inelegível por 8 anos o agente público cujas contas foram rejeitadas (art. 1, I g) os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição).
	-PRESIDENTE  quem julga as contas é o Poder Legislativo.
	-DEMAIS AGENTES  quem julga as contas é o Tribunal de Contas.
-meros erros contábeis não geram inelegibilidade.
-a devolução do dinheiro e o pagamento da multa não afastam a inelegibilidade.
-possibilidade de questionamento judicial da rejeição das contas  é possível a concessão de antecipação de tutela suspendendo os efeitos da decisão administrativa.
REJEIÇÃO DE CONTAS DAQUELES QUE ADMINISTRAM DINHEIRO PÚBLICO
“IRREGULARIDADE INSANÁVEL”: quem analisará se a irregularidade é sanável ou insanável é a justiça eleitoral. O Tribunal de Contas e o Legislativo, ao julgarem as contas, aprovam-nas ou não, eles não analisam se são ou não sanáveis.
jurisprudência eleitoral: reconhecimento de irregularidade insanável sempre que a irregularidade caracterizar improbidade administrativa.
“DECISÃO IRRECORRÍVEL”: decisão definitiva.
“ÓRGÃO COMPETENTE”: dependerá se a análise foi feita pelo legislativo ou pelo tribunal de contas.
“SALVO SE A ANÁLISE TIVER SIDO OU ESTIVER SENDO ANALISADA PELO PODER JUDICIÁRIO” – a inelegibilidade poderá ficar suspensa até a manifestação definitiva da questão do poder judiciário sobre as contas tidas como irregulares.
EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL
1)Súmula do TSE – proposta a ação para discutir as contas antes do registro da candidatura, a inelegibilidade fica suspensa. [bastava a propositura da ação]
	crítica: as ações propostas para discutir as contas tinham, tão somente, o objetivo de suspender a inelegibilidade.
2)em 2006 o MP questionou a aplicação da súmula provocando a alteração da jurisprudência. Essas ações oportunistas não poderiam suspender a inelegibilidade, nem sempre essas ações continham documentos e argumentos suficientes para a sua procedência.
3)a súmula do TSE foi revista e, hoje, para que ocorra a suspensão é necessário a obtenção de uma tutela antecipada, de forma que o judiciário terá que analisar a plausibilidade da argumentação e a verossimilhança das alegações. (a súmula ainda está vigente, mas ele está sofrendo uma releitura).
INELEGIBILIDADE E CONDENAÇÃO EM AÇÃO POPULAR - condenação em ação popular não gera inelegibilidade.
g) ADMINISTRADORES DE ENTIDADES FINANCEIRAS[art. 1º, I, i, LC 64/90] - quem administrou entidade financeira em liquidação extrajudicial ou judicial, nos 12 MESES anteriores ao ato de liquidação, é inelegível até ser afastada a sua responsabilidade.
Art 1. I,  i) os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade;
Novas hipóteses legais de inexigibilidade, incluídas pela LC 135/10 no art. 1º, da LC n. 64:
j) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da eleição; 
Antes da LC 135, o STF decidiu: "Art. 41-A da Lei 9.504/1997. Captação de sufrágio. As sanções de cassação do registro ou do diploma previstas pelo art. 41-A da Lei 9.504/1997 não constituem novas hipóteses de inelegibilidade." (ADI 3.592, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 26-10-2006, Plenário, DJ de 2-2-2007.)
k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura;
§ 5o  A renúncia para atender à desincompatibilização com vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção de mandato não gerará a inelegibilidade prevista na alínea k, a menos que a Justiça Eleitoral reconheça fraudeao disposto nesta Lei Complementar
l) os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena;
m) os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;
n) os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer a fraude;
o) os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário; 
p) a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão, observando-se o procedimento previsto no art. 22; 
q) os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos;
O TSE decidiu que a “Lei da Ficha Limpa” deve ser aplicada para pessoas que foram condenadas antes que ela entrasse em vigor. Ressaltou-se que inelegibilidade não é uma pena, e sim uma condição que deve ser verificada no momento de registro da candidatura. Decidiu-se também que as mudanças na lei de inelegibilidade não afetam o processo eleitoral, e, portanto, não precisam esperar um ano para serem aplicadas – não afetam a igualdade entre os candidatos e as normas de inelegibilidade, em regra, têm aplicabilidade imediata.
O STF decidiu, ainda, que a Lei da Ficha Limpa teria aplicação em relação às condenações anteriores:
A elegibilidade é a adequação do indivíduo ao regime jurídico - constitucional e legal complementar - do processo eleitoral, razão pela qual a aplicação da Lei Complementar nº 135/10 com a consideração de fatos anteriores não pode ser capitulada na retroatividade vedada pelo art. 5º, XXXVI, da Constituição, mercê de incabível a invocação de direito adquirido ou de autoridade da coisa julgada (que opera sob o pálio da cláusula rebus sic stantibus) anteriormente ao pleito em oposição ao diploma legal retromencionado; subjaz a mera adequação ao sistema normativo pretérito (expectativa de direito). 2. A razoabilidade da expectativa de um indivíduo de concorrer a cargo público eletivo, à luz da exigência constitucional de moralidade para o exercício do mandato (art. 14, § 9º), resta afastada em face da condenação prolatada em segunda instância ou por um colegiado no exercício da competência de foro por prerrogativa de função, da rejeição de contas públicas, da perda de cargo público ou do impedimento do exercício de profissão por violação de dever ético-profissional. 3. A presunção de inocência consagrada no art. 5º, LVII, da Constituição Federal deve ser reconhecida como uma regra e interpretada com o recurso da metodologia análoga a uma redução teleológica, que reaproxime o enunciado normativo da sua própria literalidade, de modo a reconduzi-la aos efeitos próprios da condenação criminal (que podem incluir a perda ou a suspensão de direitos políticos, mas não a inelegibilidade), sob pena de frustrar o propósito moralizante do art. 14, § 9º, da Constituição Federal. 4. Não é violado pela Lei Complementar nº 135/10 o princípio constitucional da vedação de retrocesso, posto não vislumbrado o pressuposto de sua aplicabilidade concernente na existência de consenso básico, que tenha inserido na consciência jurídica geral a extensão da presunção de inocência para o âmbito eleitoral. 5. O direito político passivo (ius honorum) é possível de ser restringido pela lei, nas hipóteses que, in casu, não podem ser consideradas arbitrárias, porquanto se adequam à exigência constitucional da razoabilidade, revelando elevadíssima carga de reprovabilidade social, sob os enfoques da violação à moralidade ou denotativos de improbidade, de abuso de poder econômico ou de poder político. 6. O princípio da proporcionalidade resta prestigiado pela Lei Complementar nº 135/10, na medida em que: (i) atende aos fins moralizadores a que se destina; (ii) estabelece requisitos qualificados de inelegibilidade e (iii) impõe sacrifício à liberdade individual de candidatar-se a cargo público eletivo que não supera os benefícios socialmente desejados em termos de moralidade e probidade para o exercício de referido munus publico. 7. O exercício do ius honorum (direito de concorrer a cargos eletivos), em um juízo de ponderação no caso das inelegibilidades previstas na Lei Complementar nº 135/10, opõe-se à própria democracia, que pressupõe a fidelidade política da atuação dos representantes populares. 8. A Lei Complementar nº 135/10 também não fere o núcleo essencial dos direitos políticos, na medida em que estabelece restrições temporárias aos direitos políticos passivos, sem prejuízo das situações políticas ativas. 9. O cognominado desacordo moral razoável impõe o prestígio da manifestação legítima do legislador democraticamente eleito acerca do conceito jurídico indeterminado de vida pregressa, constante do art. 14, § 9.º, da Constituição Federal. 10. O abuso de direito à renúncia é gerador de inelegibilidade dos detentores de mandato eletivo que renunciarem aos seus cargos, posto hipótese em perfeita compatibilidade com a repressão, constante do ordenamento jurídico brasileiro (v.g., o art. 55, § 4º, da Constituição Federal e o art. 187 do Código Civil), ao exercício de direito em manifesta transposição dos limites da boa-fé. 11. A inelegibilidade tem as suas causas previstas nos §§ 4º a 9º do art. 14 da Carta Magna de 1988, que se traduzem em condições objetivas cuja verificação impede o indivíduo de concorrer a cargos eletivos ou, acaso eleito, de os exercer, e não se confunde com a suspensão ou perda dos direitos políticos, cujas hipóteses são previstas no art. 15 da Constituição da República, e que importa restrição não apenas ao direito de concorrer a cargos eletivos (ius honorum), mas também ao direito de voto (ius sufragii). Por essa razão, não há inconstitucionalidade na cumulação entre a inelegibilidade e a suspensão de direitos políticos. 12. A extensão da inelegibilidade por oito anos após o cumprimento da pena, admissível à luz da disciplina legal anterior, viola a proporcionalidade numa sistemática em que a interdição política se põe já antes do trânsito em julgado, cumprindo, mediante interpretação conforme a Constituição, deduzir do prazo posterior ao cumprimento da pena o período de inelegibilidade decorrido entre a condenação e o trânsito em julgado.
O STF decidiu que a “Lei da Ficha Limpa”, por afetar o processo eleitoral, deve se submeter ao princípio da anterioridade eleitoral
Questiona-se ainda se a nova lei, na parte em que alterou o prazo de inexigibilidade, de 3 para 8 anos, pode ser aplicada retroativamente. No STF há decisões liminares, dos Min. Mendes e Toffoli, concedendo efeito suspensivo a recursos interpostos por candidatos condenados por órgãos colegiados, para deferir o registro de candidaturas.
DESINCOMPATIBILIZAÇÃO - consiste no afastamento do cargo como condição para disputar um cargo eletivo.
-hipóteses:
	a)PARA OS CARGOS DE PRESIDENTE E VICE
prazo: 6 MESES
quem deve se afastar:
MINISTRO DE ESTADO;
ASSESSOR DIRETO DA PRESIDÊNCIA;CHEFE DO ESTADO-MAIOR DAS FORÇAS ARMADAS;
AGU;
COMANDANTES DAS FORÇAS ARMADAS;	
MAGISTRADO;
MEMBROS DO MP;
GOVERNADOR;
INTERVENTORES FEDERAIS;
SECRETÁRIO DE ESTADO;
PREFEITOS;
MEMBROS DOS TRIBUNAIS DE CONTAS;
DIRETOR GERAL DO DEPARTAMENTO DA PF.
DIRETOR DE ENTIDADE DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA [AUTARQUIA, EP, SEM];
OS QUE TENHAM OCUPADO CARGO DE NOMEAÇÃO PELO PRESIDENTE E APROVAÇÃO PELO SENADO (há mais pessoas, ver artigo 1º, II, LC 64)
os SERVIDORES PÚBLICOS, estatutários ou não, deverão se afastar 3 MESES antes, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos integrais.
	b)PARA OS CARGOS DE GOVERNADOR E VICE
-prazo: 6 MESES  adaptando-se as mesmas funções no âmbito estadual.
	c)PARA OS CARGOS DE PREFEITO E VICE
-prazo: 4 MESES  adaptando-se as mesmas funções no âmbito municipal.
Art. 1 São inelegíveis:
 II - para Presidente e Vice-Presidente da República:
        a) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos e funções:
        1. os Ministros de Estado:
        2. os chefes dos órgãos de assessoramento direto, civil e militar, da Presidência da República;
        3. o chefe do órgão de assessoramento de informações da Presidência da República;
        4. o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas;
        5. o Advogado-Geral da União e o Consultor-Geral da República;
        6. os chefes do Estado-Maior da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
        7. os Comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica;
        8. os Magistrados;
       9. os Presidentes, Diretores e Superintendentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas e as mantidas pelo poder público;
        10. os Governadores de Estado, do Distrito Federal e de Territórios;
        11. os Interventores Federais;
        12, os Secretários de Estado;
        13. os Prefeitos Municipais;
        14. os membros do Tribunal de Contas da União, dos Estados e do Distrito Federal;
        15. o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal;
       16. os Secretários-Gerais, os Secretários-Executivos, os Secretários Nacionais, os Secretários Federais dos Ministérios e as pessoas que ocupem cargos equivalentes;
        b) os que tenham exercido, nos 6 (seis) meses anteriores à eleição, nos Estados, no Distrito Federal, Territórios e em qualquer dos poderes da União, cargo ou função, de nomeação pelo Presidente da República, sujeito à aprovação prévia do Senado Federal;
        c) (Vetado);
        d) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tiverem competência ou interesse, direta, indireta ou eventual, no lançamento, arrecadação ou fiscalização de impostos, taxas e contribuições de caráter obrigatório, inclusive parafiscais, ou para aplicar multas relacionadas com essas atividades;
        e) os que, até 6 (seis) meses antes da eleição, tenham exercido cargo ou função de direção, administração ou representação nas empresas de que tratam os arts. 3° e 5° da Lei n° 4.137, de 10 de setembro de 1962, quando, pelo âmbito e natureza de suas atividades, possam tais empresas influir na economia nacional;
        f) os que, detendo o controle de empresas ou grupo de empresas que atuem no Brasil, nas condições monopolísticas previstas no parágrafo único do art. 5° da lei citada na alínea anterior, não apresentarem à Justiça Eleitoral, até 6 (seis) meses antes do pleito, a prova de que fizeram cessar o abuso apurado, do poder econômico, ou de que transferiram, por força regular, o controle de referidas empresas ou grupo de empresas;
        g) os que tenham, dentro dos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, ocupado cargo ou função de direção, administração ou representação em entidades representativas de classe, mantidas, total ou parcialmente, por contribuições impostas pelo poder Público ou com recursos arrecadados e repassados pela Previdência Social;
        h) os que, até 6 (seis) meses depois de afastados das funções, tenham exercido cargo de Presidente, Diretor ou Superintendente de sociedades com objetivos exclusivos de operações financeiras e façam publicamente apelo à poupança e ao crédito, inclusive através de cooperativas e da empresa ou estabelecimentos que gozem, sob qualquer forma, de vantagens asseguradas pelo poder público, salvo se decorrentes de contratos que obedeçam a cláusulas uniformes;
        i) os que, dentro de 6 (seis) meses anteriores ao pleito, hajam exercido cargo ou função de direção, administração ou representação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha contrato de execução de obras, de prestação de serviços ou de fornecimento de bens com órgão do Poder Público ou sob seu controle, salvo no caso de contrato que obedeça a cláusulas uniformes;
        j) os que, membros do Ministério Público, não se tenham afastado das suas funções até 6 (seis)) meses anteriores ao pleito;
        I) os que, servidores públicos, estatutários ou não,»dos órgãos ou entidades da Administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos Territórios, inclusive das fundações mantidas pelo Poder Público, não se afastarem até 3 (três) meses anteriores ao pleito, garantido o direito à percepção dos seus vencimentos integrais;
        III - para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
        a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República especificados na alínea a do inciso II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de repartição pública, associação ou empresas que operem no território do Estado ou do Distrito Federal, observados os mesmos prazos;
        b) até 6 (seis) meses depois de afastados definitivamente de seus cargos ou funções:
        1. os chefes dos Gabinetes Civil e Militar do Governador do Estado ou do Distrito Federal;
        2. os comandantes do Distrito Naval, Região Militar e Zona Aérea;
        3. os diretores de órgãos estaduais ou sociedades de assistência aos Municípios;
        4. os secretários da administração municipal ou membros de órgãos congêneres;
        IV - para Prefeito e Vice-Prefeito:
        a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, observado o prazo de 4 (quatro) meses para a desincompatibilização;
        b) os membros do Ministério Público e Defensoria Pública em exercício na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, sem prejuízo dos vencimentos integrais;
        c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no Município, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito;
        V - para o Senado Federal:
        a) os inelegíveis para os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República especificados na alínea a do inciso II deste artigo e, no tocante às demais alíneas, quando se tratar de repartição pública, associação ou empresa que opere no território do Estado, observados os mesmos prazos;
        b) em cada Estado e no Distrito Federal, os inelegíveis para os cargos de Governador e Vice-Governador, nas mesmas condições estabelecidas, observados os mesmos prazos;
        VI - para a Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa e Câmara Legislativa, no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal, nas mesmas condições estabelecidas, observados os mesmos prazos;
        VII - para a Câmara Municipal:
        a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para o Senado Federal e para a Câmara dos Deputados, observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincompatibilização;
        b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincompatibilização .
CANDIDATURA MÚLTIPLA  LEGISLAÇÃO NÃO PERMITE.
CANDIDATURA EM VÁRIAS CIRCUNSCRIÇÕES  LEGISLAÇÃO NÃO PERMITE.
- caso dos magistrados e MP
Os magistrados, desde a publicação da CR/88, encontravam-se impedidos dese dedicaram a atividades político-partidárias. Assim, caso quisessem se candidatar deveriam se afastar definitivamente da magistratura. Foi o que ocorreu com o hoje Deputado Federal Flávio Dino, Juiz Federal que abandonou a magistratura para se dedicar à atividade política. No entanto, quanto aos membros do MP a Constituição não previa a mesma regra. Assim, caso pretendesse exercer atividade política partidária o membro do MP poderia requerer uma licença e candidatar-se.
A Emenda Constitucional nº 45/2004 equiparou a situação dos membros do MP à dos magistrados no tocante ao exercício de atividades políticas. O novo regime estabelece que o membro do MP deve se afastar definitivamente (por exoneração ou aposentadoria) caso pretenda concorrer a cargo eletivo. Após a implementação da nova regra travou-se intenso debate acerca da situação dos membros do MP que ingressaram na instituição antes da EC 45/2004.
Sobre o tema, o TSE se manifestou, no ano de 2008, no sentido de que o membro do MP que ingressou na instituição antes de 1988, tendo optado pelo regime anterior, pode se filiar a partido político. (REspe - Recurso Especial Eleitoral nº 32842)
No tocante ao membro do MP que ingressou após a CR/88, mas antes da EC nº 45, o STF garantiu o registro de candidatura daquele que já ocupava cargo eletivo antes da EC nº 45 e pleiteava a reeleição.
b)CAUSAS DE PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS [art. 15, CF]-a constituição veda a cassação de direitos políticos. -*obs.: cassação de direitos políticos é diferente de cassação de mandato.
-conseqüências da perda ou suspensão dos direitos políticos:
	-perda da capacidade eleitoral ativa e passiva;
	-não pode propor Ap;
	-não pode propor projeto de lei;
PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS E A INABILITAÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 52 DA CF - a perda e a suspensão dos direitos políticos não se confunde com a inabilitação para o exercício de função pública, decorrente da prática de crime de responsabilidade, tratada pelo parágrafo único do art. 52 da CF (art 52 Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis). A inabilitação tão somente impede o exercício de função pública.
PERDA DOS DIREITOS POLÍTICOS: - ocorre sem prazo. A CF veda pena de caráter perpétuo, por isso não pode dizer que será definitivo.
	-reaquisição dos direitos políticos: depende de uma decisão judicial ou decisão administrativa.
 	-hipóteses de perda dos direitos políticos:
		-cancelamento da naturalização; [art. 15, I, CF]
		-recusa de cumprir obrigação a todos imposta; [art. 15, IV, CF] divergência doutrinária se seria perda ou suspensão.
		-brasileiro nato que voluntariamente muda de nacionalidade. [art. 12, § 4º, II, CF]
SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS - ocorre por prazo definido.
	-reaquisição dos direitos políticos: depende do simples transcurso do prazo seguido da comunicação. A autoridade encarregada de fiscalizar o prazo que comunicará.
	-hipóteses de suspensão dos direitos políticos:
		-incapacidade civil absoluta; [art. 15, II, CF]
		-condenação criminal transitada em julgada, enquanto durarem seus efeitos; [art. 15, III, CF]
		-improbidade administrativa. [art. 15, V, CF]
CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO [art. 15, I, CF] - hipótese de perda dos direitos políticos.
-estrangeiro – não possui capacidade eleitora ativa nem passiva uma vez que é inalistável.
-hipóteses de cancelamento da naturalização: [art. 12, § 4º, CF]
	
	a)BRASILEIRO NATURALIZADO
[art. 12, § 4º, I, CF]
- cancelamento da naturalização ocorrerá por sentença judicial transitada em julgada, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
competência do MPF para promover a ação de cancelamento de naturalização [art. 6º. IX, LC 75/93].
-forma de reaquisição da nacionalidade  ação rescisória.
***atenção*** a reaquisição da nacionalidade brasileira somente poderá ocorrer pela rescisão da decisão judicial que determinou o cancelamento da naturalização; não poderá ocorrer por outro fundamento sob pena de burlar a constituição.
	b)BRASILEIRO NATO
[art. 12, § 4º, II, CF]
- haverá perda da nacionalidade com a aquisição de outra nacionalidade, salvo nos seguintes casos:
de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; [art. 14, § 4º, II, a, CF]
de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis. [art. 14, § 4º, II, b, CF]
-forma de reaquisição da nacionalidade - discussão se bastaria decreto presidencial ou se seria necessário que a reaquisição ocorresse por uma das formas previstas pelo art. 12 da CF.
Pergunta: Um brasileiro nato que perde a sua nacionalidade, passa a ser paraguaio naturalizado, pode voltar a ser brasileiro? Sobre o tema há duas posições:
(1ª) Alexandre de Morais entende que essa pessoa só pode ser brasileiro naturalizado.
(2ª) José Afonso da Silva entende que se era brasileiro nato, poderá voltar a ser brasileiro nato. Esta é a posição majoritária.
OBS: Estas situações de perda de nacionalidade estão estabelecidas na Lei nº 818/49.
INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA [art. 15, II, CF] - hipótese de suspensão dos direitos políticos.
CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO, ENQUANTO DURAREM OS SEUS EFEITOS [art. 15, III, CF] - hipótese de suspensão dos direitos políticos.
	-o texto constitucional não faz qualquer menção quanto à pena aplicada, portanto, independe da pena que for cominada pela sentença condenatória.
	CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA E PASSIVA X PRISÃO - a suspensão dos direitos políticos ocorre pelo trânsito em julgado da sentença penal condenatória e não em decorrência da prisão. Somente o preso que tenha contra si uma sentença criminal transitada em julgado que não poderá votar ou ser votado.
		***atenção*** possibilidade de prisão durante as eleições  regra: não é possivel a prisão durante as eleições. Exceção: o preso evadido pode ser preso.
	CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA E PASSIVA X SURSI - SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA – SURSIS  [arts. 77 a 82, CP] [ppl não superior à 2 anos] - o sursis suspende a execução da pena, mas não atinge os efeitos secundários da condenação penal; por isso, durante o prazo do sursis os direitos políticos permanecem suspensos [não vota, nem pode ser votado]. Somente a partir da extinção da pena é que os direitos políticos serão readquiridos [art. 15, III, CF – “enquanto durarem os seus efeitos”]
	CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA E PASSIVA X LIVRAMENTO CONDICIONAL - LIVRAMENTO CONDICINAL  [arts. 83 a 90, CP] [ppl igual ou superior a 2 anos] - o livramento condicional atinge a pena, mas não atinge os efeitos secundários da condenação penal; por isso, durante o livramento condicional os direitos políticos permanecem suspensos [não vota, nem pode ser votado]. Somente a partir da extinção da pena é que os direitos políticos serão readquiridos [art. 15, III, CF – “enquanto durarem os seus efeitos”]
	CAPACIDADE ELEITORAL ATIVA E PASSIVA X CUMPRIMENTO DA PENA
		-regra: cumprida a pena imposta pena sentença condenatória a capacidade eleitoral ativa e passiva são readquiridas.
		-exceção: - causa de inelegibilidade relativa do art. 1º, I, e da LC 64/90
			-as suspensão perdurará por 8 anos após o cumprimento da pena nas seguintes hipóteses: crime contra a economia popular; crime contra a fé-pública; crime contra a administração pública; crime contra o patrimônio público; crime contra o mercado financeiro; crime de tráfico de entorpecentes; crimes eleitorais., etc
RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA [art. 15, IV, CF]
	ESCUSA DE CONSCIÊNCIA. [norma constitucional de eficácia contida – art. 5º, VIII, CF  Prof. Vidal (Federal) entende que se houver a lei tal penanão poderá ser aplicada (só há recusa quando houver a lei determinando a obrigação)]. A recusa à prestação civil alternativa gera a perda dos direitos políticos.
-art. 143, CF - O serviço militar se constitui como sendo um serviço obrigatório, competindo às forças armadas, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
 crença “(...) em tempo de paz (...)” – não é possível alegar escusa de consciência para não prestar serviço militar em caso de guerra.
-divergência quanto à caracterização de perda ou suspensão dos direitos políticos:
	a)PERDA - só readquire os direitos políticos se prestar o serviço. [José Afonso da Silva]
	b)SUSPENSÃO - interpretação do art. 4º da Lei 8.239/91 ( Art. 4º Ao final do período de atividade previsto no § 2º do art. 3º desta lei, será conferido Certificado de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obrigatório, com os mesmos efeitos jurídicos do Certificado de Reservista. E o art 3º, § 2° Entende-se por Serviço Alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, em substituição às atividades de caráter essencialmente militar. Se não fizer o serviço alternativo ou o fizer de forma incompleta implicaria no não fornecimento do Certificado de Prestação Alternativa ao Serviço Militar Obrigatório pelo prazo de 2 anos após o vencimento do período estabelecido. Findo esse prazo, o certificado só será emitido após a decretação, pela autoridade competente, da suspensão dos direitos políticos.
		-regularização dependerá do cumprimento das obrigações devidas.
		-doutrinadores que escrevem sobre direito eleitoral e tribunais eleitorais.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA [art. 15, V, CF] [Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa]
possibilidade da justiça eleitoral negar candidatura de político com processo pendente na justiça [ADPF 144] - ADPF - pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) para permitir que juízes eleitorais pudessem vetar a candidatura de políticos que respondem a processo judicial ou não tenham sido condenados em definitivo.
	-julgamento ADPF 144: julgada improcedente (9x2).
		fundamento:
			impedir a candidatura de políticos que respondem a processo viola os princípios constitucionais da presunção de inocência e do devido processo legal.
			 o Judiciário não pode substituir o Legislativo e criar regras de inelegibilidade não previstas na Constituição e na Lei Complementar sobre a matéria.
Partidos Políticos
Bibliografia:
Gilmar Mendes, Inocêncio Coelho e Paulo Branco. Curso de Direito Constitucional. 2008.
Reis Friede. Curso Analítico de Direito Constitucional e Teoria Geral do Estado. Forense, 2000
Conceito: associações constituídas para a participação na vida política de um país, com objetivos de propagação de idéias e de conquista, total ou parcial, do poder político. Toda corrente político-ideológica existente na sociedade, se pretender a eleição de representantes no Legislativo ou Executivo, deve agrupar-se em um partido, pois não há candidaturas avulsas no Brasil.
Natureza: pessoa jurídica de direito privado (art. 44, V,c /c § 3º, do Código Civil).
Seus estatutos, após a sua constituição no Registro Civil, devem ser registrados no TSE.
Princípios Constitucionais de organização partidária:
a) ampla liberdade partidária (art. 17, caput): é livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos.
Não é, todavia, absoluta, pois há restrições (art. 17, caput, in fine). Devem ser resguardados os princípios da soberania nacional, regime democrático, pluripartidarismo e direitos fundamentais da pessoa humana, devendo, ainda, obedecer aos seguintes preceitos:
1) Caráter nacional;
2)Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidades ou governos estrangeiros ou de subordinação a estes;
3)Prestação de contas à Justiça Eleitoral;
4) Funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
A fiscalização financeira dos partidos é da atribuição da justiça eleitoral.
b) Autonomia partidária: para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento, devendo seus estatutos estabelecer normas de fidelidade e disciplina partidárias (art. 17, § 1º).
Gilmar Mendes leciona que, a despeito da inexistência de previsão legal ou constitucional expressa, consagra-se o princípio da democracia interna nos partidos políticos.
Obs: pondo fim a verticalização das coligações, foi alterado o texto do artigo 17, § 1º, de modo que o partido político é livre para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal. . Instado a se manifestar na ADIn 3.685-8, o STF julgou procedente a ação “para fixar que o § 1º do artigo 17, com a redação dada pela EC n. 52/2006, não se aplica às eleições de 2006, remanescendo aplicável à tal eleição a redação original do mesmo artigo” - PROIBIÇÃO DO ATALHAMENTO CONSTITUCIONAL. Na ocasião, o STF assentou que o art. 16, da CF, que estabelece o princípio da anualidade da lei eleitoral, é direito fundamental, integrando o catálogo das cláusulas pétreas.
As questões disciplinares devem ser objeto do estatuto do partido, sendo certo que a Justiça Eleitoral pode apreciar a observância do devido processo legal. Os partidos políticos se submetem aos direitos fundamentais, tratando-se de uma das expressões da aplicabilidade dos direitos fundamentais nas relações privadas. Ver abaixo a questão da fidelidade partidária.
FINANCIAMENTO DOS PARTIDOS POLÍTICOS: A lei dos Partidos Políticos, Lei 9.096/95, elenca as fontes de financiamento permitidas e as vedadas, adotando-se o modelo que permite o financiamento através de recursos públicos (fundo partidário, cujos recursos são distribuídos em sua maior parte[99%] conforme a presença do partido na Câmara dos Deputados), e os recursos advindos de doações particulares, de pessoa física ou jurídica.
 Art. 31 da LF 9.096/95. É vedado ao partido receber, direta ou indiretamente, sob qualquer forma ou pretexto, contribuição ou auxílio pecuniário ou estimável em dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
        I - entidade ou governo estrangeiros;
        II - autoridade ou órgãos públicos, ressalvadas as dotações referidas no art. 38;
        III - autarquias, empresas públicas ou concessionárias de serviços públicos, sociedades de economia mista e fundações instituídas em virtude de lei e para cujos recursos concorram órgãos ou entidades governamentais;
        IV - entidade de classe ou sindical.
Art. 39. Ressalvado o disposto no art. 31, o partido político pode receber doações de pessoas físicas e jurídicas para constituição de seus fundos.
§ 1º As doações de que trata este artigo podem ser feitas diretamente aos órgãos de direção nacional, estadual e municipal, que remeterão, à Justiça Eleitoral e aos órgãos hierarquicamente superiores do partido, o demonstrativo de seu recebimento e respectiva destinação, juntamente com o balanço contábil.
§ 2º Outras doações, quaisquer que sejam, devem ser lançadas na contabilidade do partido, definidos seus valores em moeda corrente.
§ 3º As doações em recursos financeiros devem ser, obrigatoriamente, efetuadas por cheque cruzado em nome do partido político ou por depósito bancário diretamente na conta do partido político.
§ 4 revogado
§ 5o  Em ano eleitoral, os partidos políticos poderão aplicar ou distribuir pelas diversas eleições os recursos financeiros recebidos de pessoas físicas e jurídicas, observando-se o disposto no § 1º do art. 23, no art. 24 e no § 1o do art. 81 da Lei no 9.504, de 30 de setembro de 1997, e os critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias.
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