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Resenha Crítica Do Livro Vigiar e Punir - Michel Foucault

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MIRIAN MINGUENS
 RESENHA CRÍTICA DO LIVRO:
 VIGIAR E PUNIR – MICHEL FOUCAULT
 
 
 PAÇO DO LUMIAR-MA
 2023
 
 MIRIAN MINGUENS
 RESENHA CRÍTICA DO LIVRO: 
 VIGIAR E PUNIR – MICHEL FOUCAULT 
Resenha Crítica apresentado á Disciplina Direito Processual Penal I. Do Curso Bacharelado em Direito Do Instituto de Ensino Superior Franciscano – IESF. Para obtenção de nota do 7° Período 2° Bimestre.
 Orientador(a): Antônio Ivo Junior
 PAÇO DO LUMIAR-MA
 2023
 INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF
Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016
FOUCAULT, Michel – Vigiar e Punir: “Nascimento da prisão”, em francês suveiller et punir: naissance de La prision escrita por Michel Foucault e publicada originalmente em 1975. Tradução de Raquel Ramalhete. 37° Ed. Petrópolis, RJ: Editora Vozes. 2009
Michel Foucault foi um escritor filósofo Francês(1926-1984) ficou muito conhecido por suas críticas a instituições sociais, além de vigiar e punir, publicou mais de vinte obras. O livro vigiar e punir está dividido em quatro partes 1° parte Suplício com dois capítulos I O Corpo dos Condenados II, A Ostentação dos Suplícios, a 2° parte Punição também com dois capítulos I, A Punição Generalizada II, A Mitigação das Penas, a 3° parte Disciplina em três capítulos, I Corpo Dóceis II Os Recursos para Bom Adestramento, III O Panoptismo, a 4° parte Prisão com mais três capítulos I Instituições Completas e Austeras, II Ilegalidade e Delinquência III O Carcerário.
Primeira Parte - “O Suplício”
A obra começa com minuciosa descrição da tortura que foi submetido um homem por cometer parricídio, no qual essa tortura era feita de forma bem violenta e cruel em frente uma igreja com a população presenciando. Logo em seguida ao término da descrição dessa execução é apresentado o regulamento da casa dos jovens detentos uma rotina entediante e quase insuportável e o autor correlaciona da seguinte forma: Eles não sancionam os mesmos crimes não punem os mesmo gênero de delinquentes mas definem bem cada um deles um certo estilo penal começa no final do século XVIII e início do século XIX as penas deixarem de ser diretamente física e submetida aos olhos da população, pois estava tomando rumos contrários, as pessoas ficavam com pena do criminoso que era torturado excessivamente e, queriam por diversas vezes linchar o carrasco. “Pois a certeza da punição é que deveria desviar o homem do crime e não mais aquele teatro”.
As penas passaram a ser mais brandas e menos rigorosas com o corpo, as penas passaram a ser psicológicas. A sanção passa a ser o direito a liberdade, mas somente a perda da liberdade não era o suficiente havia meios referentes a castigo físico mais brando. 
Agora o autor no seu segundo capítulo conceitua o que seria um suplicio, uma pena corporal dolorosa e um “fenômeno inexplicável a extensão da imaginação dos homens para a barbárie e a crueldade”.(conforme página 35), o meio empregado para realizar o suplicio era de acordo com a medida do crime e do criminoso.
O suplício para obter a verdade era instituído como legal “sofrimento confronto e verdade e estão ligados uns aos outros na prática da tortura”.(conforme página 42) e dessa forma os castigos físicos continuam sendo utilizados como meio para se atingir tal verdade. O suplício objetiva resgatar a autoridade e poder dos governantes de alguma forma arranhada pelo criminoso.
 INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF
Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016
Era um meio eficaz de arrancar a confissão. A cerimônia de suplício era feita para a população temer e sempre obedecer a vontade do soberano, e servir de exemplo para que não se rebelassem, mostravam o quanto os poderosos poderiam ser cruéis “os grandes assassinatos tornaram o jogo silenciosos dos sábios”.(conforme página 67).
Segunda Parte –“ Punição”
A negação do suplício pela parte do povo tornou-se insuportável pelo parte dos poderosos, eram inúmeras manifestações contra esse ato de crueldade e que mais se assemelha a vingança do que a punição. Foi então imprescindível encontrar outra maneira de punição. A punição generalizada, que as penas fossem proporcionais aos delitos.” Era preciso evitar o confronto físico entre soberano e condenado” essa necessidade de um castigo sem suplício para o pior dos assassinos, era preciso respeitar a sua humanidade.
A diminuição dos crimes violentos contra a pessoa humana, e a maioria dos crimes relacionados a propriedade. A criminalidade diminuiu antes que as leis se tornassem menos severa. O que veio a ocorrer por uma mudança econômica. A punição não seria extinta e também não seria menor, seria uma punição mais adequada de acordo com o tipo do crime.
A Mitigação das Penas
Para o autor encontrar um castigo suficiente que torne o ato ilegal sem atração e a ideia do sofrimento esteja sempre presente no coração do homem fraco e que domine o anseio que o leva para o crime. Implantar na mente do homem o que ele chama de sinais obstáculos, e esses sinais obstáculos, para funcionarem teriam que obedecer várias condições: ser minimamente arbitrária, diminuir o desejo que torne o crime atraente, utilizar da modulação temporal, a pena teria que modificar o criminoso e o tempo o faria, pois uma série prolongada de privações seria mais eficaz do que um instante passageiro de dor.
Pelo lado do condenado a pena é uma mecânica dos do interesse e da duração, o condenado se tornaria um escravo público servindo a coletividade, o castigo seria achado não só natural mais interessante. Uma sabia economia da publicidade, o terror era a base do exemplo, medo físico, pavor coletivo, imagens que devem ser guardadas na memória dos expectadores. Não é mais o suplício que será cerimônia do castigo, é a reativação do código, o reforço coletivo entre a idéia do crime e a idéia da pena. Na punição mais que a visão da presença do soberano, haverá a leitura das próprias leis.
O crime aparecerá como uma desgraça e o malfeitor como um inimigo, a quem ensina-se novamente a vida social, em um lugar dessas louvações que tornam o criminoso um herói, só se propagarão no discurso dos homens esses sinais obstáculos, que impedem o desejo do crime pelo receio calculado do castigo. O serviço era forçado e a recompensa possibilitava o malfeitor aliviar a sua vida durante o tempo em que estivesse preso. “Em sua duração, sua natureza, sua intensidade, a maneira como se
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Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016
desenrola, o castigo deve ser ajustado ao caráter individual e ao que este se comporta de perigo para outros.(conforme página 123). Mais as pessoas ainda não aceitam o cárcere como melhor forma de se punir alguém. “como pode a detenção tão visivelmente ligada a esse legalismo que é denunciado até o no poder do príncipe, em tão pouco tempo tornar-se uma das formas mais gerais dos castigos legais?”.(conforme página 116).
O autor então termina esse capítulo com a seguinte indagação: como é possível que o modelo coercitivo, corporal, solitário, secreto, do poder de punir substitui o modelo representativo, cênico, significante, público, coletivo? Porque o exercício físico da punição, substituiu, com a prisão que é sua base institucional, o jogo social dos sinais do castigo e da festa bastarda que os fazia circula?
Terceira Parte – “Disciplina”
Os Corpos Dóceis 
O autor inicia a parte disciplina descrevendo o ideal do soldado, que se reconhece de longe e os sinais para se reconhecer um tipo físico ideal para este ofício. O soldado tornou-sealgo que se fabrica de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina que se precisa, corrigiram aos poucos as posturas. “Não é a primeira vez que o corpo é considerado objeto de investimentos, imperiosos e urgente. Porém, dessa vez há algumas novidades que diferenciam essas novas técnicas da era clássica. A escala do controle não se trata de cuidar simplesmente do corpo em massa, mas de trabalhá-lo detalhadamente com uma coerção sem folga. A modalidade trata-se de uma coerção ininterrupta, constante que se exerce de acordo com uma codificação que esquadrinha ao máximo, o tempo, o espaço e o movimento.(conforme página 133).
Era uma disciplina que diferentemente da escravidão não se apropriava dos corpos mas era uma forma de dominação. Uma espécie de submissão ao seu patrão, obedecendo-o de maneira rigorosa. A disciplina consistia em uma observação detalhada do detalhe desse conjunto de técnicas e de processos nasce o homem.
A Arte das Distribuições
Com a distribuição dos indivíduos do espaço nasce a disciplina, e se utiliza de algumas técnicas: a disciplina as vezes exige uma cerca para disciplinar um local heterogêneo, o princípio da cláusula não é constante, nem indispensável, evitando-se a divisão por grupos, vigiando a cada minuto a conduta de cada um, a regra das localizações funcionais, esses espaços atendem a precisão de romper as comunicações perigosas e criam um espaço útil, cada um se define pelo lugar que ocupa na série, a unidade e a posição na fila não sendo nem território nem local. 
 INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR FRANCISCANO – IESF
Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016
Controle da Atividade: Horário, a elaboração, temporal do ato, o corpo e o gesto posto em correlação, a articulação corpo objeto, a utilização exaustiva. A organização das Gêneses: Disciplina aparelho para adicionar e capitalizar o tempo, a organização militar mostra em quatro etapas: Dividir a duração em tempos sucessíveis e paralelos, organizar essas sequências segundo um esquema analíticos, finalizar esses segmentos temporais, estabelecer séries de séries, prescrever cada um de acordo com seu nível. 
A composição das forças: a disciplina passa a ser uma maneira eficiente de construir uma máquina “o corpo”. O corpo torna-se elemento singular que se pode colocar, mover, articular com os outros. São também peças que as várias séries cronológicas que a disciplina deve combinar para formar um tempo composto. 
A Vigilância Hierárquica
Pelo jogo do olhar, as técnicas de coerção torna-se visíveis sobre aqueles que se aplicam. “A vigilância torna-se um operador econômico, decisivo, na medida em que é ao mesmo tempo uma peça interna no aparelho de reprodução e uma engrenagem específica do poder de disciplinar”.(conforme página 160).
A Sanção Normalizadora
Na essência de todas as sanções funcionam como mecanismo penal, pune-se o que não faz parte da regra, os castigos são corretivos com a função de punir os desvios, a punição é um sistema duplo gratificação sanção esse sistema se torna operante no processo de treinamento e de correção.
O Exame
O exame combina as técnicas da hierarquia que vigia e as das sanções que normaliza. Uma vigilância que permite, classificar, qualificar e punir estabelece sobre os indivíduos uma visibilidade através da qual eles são diferenciados e sancionados.
O Panopitismo
Neste capítulo o autor inicia com o relato do cotidiano de uma cidade com algum tipo de epidemia com as providências que foram tomadas. O autor menciona então no seu livro o Panóptico de Benthan que deu origem ao seu capítulo panóptismo, uma construção em anel no centro uma torre, a visibilidade desta torre deixa os detentos com o estado consciente e permanente de visibilidade que assegura o funcionamento automático do poder.
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Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016
Quarta Parte – Prisão 
Instituições Completas e Austeras 
Nesta parte o Foucault chega a formalização da pena de detenção, foi criada antes, a forma prisão foi criada muito antes que a lei definisse. Marca um momento importante na história da justiça penal é uma solução não muito agradável, mas que não podemos abrir mão por não termos outra forma para colocar no seu lugar. A prisão é um castigo igualitário, o tempo que o condenado passa nela dá a idéia da infração que ele cometeu. A prisão aparece como a mais civilizada de todas as penas.
Ilegalidade e Delinquência
A saída do castigo corporal para prisões é uma passagem de uma forma de punir para outra não menos científica que ela, a ida para prisão também é um cerimonial de suplício, traduz o fracasso da justiça penal e vem sendo dada como maneira de reparar seu próprio fracasso. 
O Carcerário 
Os efeitos do sistema carcerário que funciona com um princípio da relativa continuidade, o encarcerado não é um fora da lei, mais uma expressão da lei, o sistema carcerário faz a punição se tornar legítima. O autor afirma “a rede carcerária, em suas formas concentradas ou disseminadas, com seus sistemas de inserção, distribuição, vigilância, observação, foi o grande apoio na sociedade moderna, do poder normalizado”. (Conforme página 288).
Esta obra retrata o passo a passo de como se chegou ao nosso atual sistema prisional como já nasceu com falhas, e assim como nos dias de hoje os poderosos desde o nascimento da punição, não tomaram providências para um bem estar coletivo, mas porque era conveniente aos seus próprios interesses, quando o povo começa a manifestar o seu próprios interesses, quando o povo começa a manifestar o seu repúdio por castigos demasiadamente cruel se sentiu uma necessidade de humanização das penas e torná-la mais suportável, e também disciplinadora com a ilusão de que o indivíduo encarcerado volte para a convivência em sociedade reeducado.
Em uma visão política, a privatização das prisões significaria assumir o Fracasso do sistema penitenciário brasileiro e, ainda demonstrar a falha dos governantes quanto à efetivação da reabilitação dos detentos. Assim, transferir as atividades prisionais aos particulares seria negar a eficiência do próprio poder público. 
Contudo, as falhas do poder público são visíveis não só no sistema penitenciário como também em outras prestações de serviços públicos que já foram privatizados ou atendidos através de parcerias público-privadas. É no mínimo uma hipocrisia a Administração Pública acreditar que a sociedade não está atenta às omissões e inexecuções de serviços públicos adequados e eficientes.
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Recredenciado pela Portaria do MEC Nº 725, de 20 de julho de 2016 publicado no D.O.U de 21 de julho de 2016
A ironia é que o projeto alternativo com o qual o autor se identifica, levou o problema às vias de fato, conformando um mecanismo de restrições individuais sem precedente na história da humanidade. Basta lembrarmos os Gulags e das inúmeras outras atrocidades perpetradas em nome do comunismo. 
Nas palavras do próprio Foucault, o capitalismo propiciou o controle do tempo e do movimento, assim como o aumento da produtividade, da riqueza e da propriedade. O capitalismo, amparado numa ideologia voltada para o desenvolvimento do empreendedorismo humano, contribuiu, de fato, para alterar a forma de vigiar e punir as sanções do homem. Sem correr o risco de apontar qualquer correlação direta entre desenvolvimento do capitalismo e humanização das penas, deixo as palavras para o próprio autor que acrescenta que os crimes, com advento das práticas capitalistas, passaram a crimes contra o patrimônio, menos cruéis que os de outrora, caracterizados como crimes irracionais e inumanos. As pessoas entendiam que os suplícios eram revoltantes porque revelava o excesso, a tirania, a vingança. 
Recomendo esta obra que é de grande utilidade acadêmica não só para o estudante ou profissionaldo direito mas para a sociedade de um modo geral compreender um pouco do caminho percorrido pela justiça penal, que é interesse coletivo.

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