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Compensacao de Faltas - Processo Penal

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TRABALHO DE COMPENSAÇÃO DE FALTAS
PROCESSO PENAL – PROF. THALITA
ALUNA: MARIANA CORREA BELATO FERREIRA RA: 110031700
Tema: Ação Civil “Ex delicto”
A Ação Civil “Ex delicto” é uma ação proposta na esfera civil decorrente de um delito, de uma conduta criminosa. Tal ação é a ferramenta pela qual a vítima (ou seu representante legal ou ainda, em caso de morte, pelos seus herdeiros) busca uma indenização pelos prejuízos advindos do crime. A previsão para tal instituto encontra alicerce no artigo 91 do Código Penal Brasileiro e no artigo 5º, XLV da Constituição Federal Brasileira. No Código de Processo Penal, ela é prevista no artigo 63, caput, no entanto, sua tramitação ocorre na esfera cível.
É interessante, para análise, mencionar que diante dos dois juízos distintos, cível e penal, o juízo preponderante será sempre o penal, por alguns motivos: o bem tutelado pelo direito penal (que pode ser a liberdade, a vida, etc.) é sempre superior em importância ao bem tutelado pelo direito civil, que se restringe ao patrimônio. Além disso, a busca pela verdade absoluta dos fatos no direito penal é muito mais refinada e acurada. Tanto isso é verídico, que no direito civil, popularmente, se diz que “o que não está nos autos, não está no mundo”. Outrossim, para que se retire a eficácia da coisa julgada, na esfera cível, existe a ação rescisória, que tem prazo máximo de dois anos para ser ajuizada após o trânsito em julgado, e em caso de existir nova prova, de até cinco anos. Já no processo penal, existe a revisão criminal, prevista no artigo 621 do CPP, e esta, diferentemente da ação rescisória do direito civil, não tem prazo, podendo, inclusive, ser “post-mortem”.
Agora, como funciona essa preponderância do juízo penal sobre o juízo cível? Cada sentença transitada em julgado no âmbito criminal gerará um efeito na esfera cível. Sempre que a sentença criminal tiver conteúdo absolutório ou condenatório, será vinculado o juízo civil para não caber (no caso de absolutória) ou para caber (no caso de condenatória) a responsabilidade civil. Inclusive, o juiz criminal, por lei, na sentença condenatória, deve fixar um valor mínimo para indenização. Em contrapartida, se a sentença for absolutória por falta de provas, ela não vinculará o juízo cível, pois as provas hora produzidas, mesmo não tendo sido suficientes para o juízo penal, podem ser suficientes ou mais que suficientes para o juízo cível.
Finalmente, na hipótese de julgamentos simultâneos nas duas esferas, o julgamento civil poderá ser suspenso por até um ano com o objetivo de aguardar a decisão definitiva do julgamento criminal. Contudo, se a ação criminal não houver sequer começado, o julgamento cível deverá aguardar até três meses para o ajuizamento da mesma.

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