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SISTEMA DE ENSINO DIREITO TRIBUTÁRIO Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário - Parte I Livro Eletrônico 2 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Sumário Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário - Parte I ..........................................3 1. A Exclusão do Crédito Tributário ............................................................................... 10 2. A Exclusão é do Crédito Tributário Relacionado às Obrigações Tributárias Principais 12 3. A Isenção ................................................................................................................. 14 3.1. A Diferença entre Isenção e Imunidade .................................................................. 14 3.2. A Isenção como Causa de Exclusão do Crédito Tributário: a Regulação Normativa pelo CTN ....................................................................................................................... 18 4. A Anistia .................................................................................................................. 28 Questões de Concurso .................................................................................................. 31 Gabarito .......................................................................................................................54 Gabarito Comentado .....................................................................................................55 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO CRÉDITO TRIBUTÁRIO: A EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - PARTE I Olá, estimada leitora, estimado leitor. Vamos prosseguir no nosso estudo do Direito Tributário, com a análise do crédito tributá- rio e os quatro assuntos correlatos: • Suspensão do Crédito Tributário; • Extinção do Crédito Tributário; • Exclusão do Crédito Tributário; • Garantias e privilégios do Crédito Tributário. Devido à grande quantidade de questões que são cobradas sobre os temas acima, bem como pela própria extensão do assunto, a análise tomará mais de uma aula. As questões de concurso que serão comentadas, fundamentais para quem quer ser apro- vado nas provas, são interdisciplinares dentro dos quatro temas acima. Assim, as questões que estarão dispostas ao final do material dirão respeito a qualquer dos quatro temas relacionados ao crédito tributário, inclusive com a maioria delas cobrando mais de um subtema em um único enunciado. Dadas essas explicações, digamos, metodológicas, eu preciso que você tenha em mente a seguinte sequência: OBRIGAÇÃO – LANÇAMENTO – CRÉDITO. Obrigação Tributária principal Lançamento Tributário Crédito Tributário A obrigação tributária surge com o fato gerador (art. 113, § 1º, do CTN) e o crédito tribu- tário só se considera constituído com a produção do ato que formaliza a sua existência e lhe dá exigibilidade: o lançamento tributário (art. 142 do CTN). Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. (…) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. A obrigação tributária surge com a ocorrência de um fato da vida, um fato que é jurídico porque encontra um ‘supedâneo’ normativo; digamos, o fato da vida se ‘casa’ com uma des- crição normativa e desse matrimônio nasce a obrigação de pagar tributo. Só que é um matrimônio na forma de uma ‘união estável’, não formalizada. Nós sabemos que o fato se casou com a norma, mas nenhum ‘papel’ foi assinado, formalizado. Eu estou dando aula e auferindo renda pela hora-aula, mas eu não assinei um papel com a Receita Federal para acertar o pagamento do imposto de renda. O fato de dar a aula e auferir a renda é um fato da vida, que é jurídico, que se casa com uma norma. A lei determina, para esse fato, o pagamento do imposto sobre a respectiva renda. Mas é preciso “ir ao cartório e assinar os papéis”. A função de fazer isso é, às vezes, do próprio ‘nubente’ (contribuinte), quando ele mesmo lança o tributo e o formaliza (lançamento por homologação, art. 150 do CTN). Ou, em outros casos, a formalização compete ao Fisco (lançamento de ofício ou direto, Art. 149 do CTN), ainda que o contribuinte preste alguma de- claração de fatos (lançamento por declaração, Art. 147 do CTN). Lançado o tributo, o casamento de fato-norma está formalizado: há um crédito tributário materializado. Os fatos foram verificados, a matéria tributável foi delimitada, há um número/ valor a ser pago e há alguém responsável pelo pagamento (que pode ser o próprio contribuin- te, que se diz sujeito passivo direto, ou um responsável, que se diz sujeito passivo indireto). Obs.: � Então, o crédito tributário é esse “casamento de papel passado”, representa uma obri- gação formalizada pelo lançamento tributário e, o mais importante: goza de exigibili- dade. Contudo, esse casamento difere um pouco, em seus ‘votos’, do casamento religioso/civil: não haverá compromisso de eternidade. A obrigação, segundo lição clássica do direito civil, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO nasce para morrer. É que a ordem jurídica deseja, quer, anseia, que a obrigação seja efetiva- mente cumprida e, por conseguinte, extinta/satisfeita. Claro, assim como no casamento civil, a obrigação tributária lançada tem várias esquinas, muitos detalhes e acidentes de percurso, até cumprir a sua finalidade, que é a satisfação. Nesse meio do caminho, a exigibilidade atingida pelo crédito tributário pode ser suspensa. O que significa isso? Em algum momento, por algum motivo, esse crédito não pode ser exigido ou cobrado. Fica, portanto, impossibilitado de ser exigida a sua satisfação efetiva pelo Fisco/ credor. Quais são esses motivos? Eles estão descritos no art. 151 do CTN. • moratória; • o depósito do seu montante integral; • as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; • a concessão de medida liminar emmandado de segurança. • a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; • o parcelamento. Algumas vezes essa suspensão alcança o crédito tributário quando ele já está lançado. Outras vezes a suspensão vem quando o crédito ainda não foi lançado (formalizado ou cons- tituído). Prestem atenção nisso. Vou ficar nesse ponto, do momento em que a suspensão pode ocorrer. Darei um exemplo para facilitar. Um professor de direito tributário, que ministra aulas todos os dias, toma conhecimento de uma nova Lei ou entendimento da Receita acerca do pagamento do imposto de renda, cuja aplicação se dará alguns meses à frente. Esse profes- sor não concorda com a referida alteração ou entendimento e resolver agir, para evitar ser atingido e ter que pagar um tributo de uma forma com a qual não concorda. Então, ele ajuíza um mandado de segurança preventivo e pede uma liminar; o juiz defere a liminar e suspende a exigibilidade do crédito tributário. O tributo estará com a exigibilidade suspensa; poderá ser objeto de lançamento, para prevenção de decadência, mas não poderá ser cobrado e nem O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO fluirá a prescrição. Pois bem. Um colega desse professor, que ministra aulas de filosofia do direito, não toma a mesma atitude e já se depara com um auto de infração da Receita, man- dando que ele complemente o recolhimento do imposto de renda conforme a nova Lei e o novo entendimento do Fisco. Então, já de posse do ato estatal (auto de infração), ele ajuíza um mandado de segurança repressivo e o juiz, assim como fez no MS preventivo do professor de tributário, suspende a exigibilidade do crédito, que havia sido recém constituído (lançado ou formalizado). Eu não gosto de fazer parágrafos muito extensos, mas fiz a explicação acima para vocês perceberem que uma mesma causa de suspensão da exigibilidade (liminar em mandado de segurança) pode suspender um crédito que ainda não foi constituído (caso do professor de tributário), como também pode suspender um crédito que já foi objeto de constituição/lança- mento (caso do professor de filosofia). Vamos prosseguir; veremos linhas à frente que com, na extinção e na exclusão do crédito tributário, o momento em que ocorre o fato respectivo de extinção ou exclusão é determinan- te. Vejamos uma outra decorrência muito importante da exigibilidade e da sua suspensão. A exigibilidade é a possibilidade de efetiva cobrança do crédito tributário, para a qual corre um prazo prescricional contra o credor/Fisco/Administração Tributária. Com a exigibilidade o credor (Fisco) pode efetivamente cobrar o seu crédito do devedor (contribuinte), sendo que a sua inércia tem um ônus: a possibilidade de ser extinto o crédito pela ocorrência da prescrição. Prescrição se relaciona com a exigibilidade do crédito tributário; decadência tributária se relaciona com o direito de o Fisco de constituir (formalizar ou lançar) o crédito tributário pelo lançamento. Pois bem. Essa exigibilidade, que pode ser suspensa, também pode ser extinta ou exclu- ída. Aqui eu preciso voltar a frisar uma relevante ferramenta de compreensão que está muito presente na aula passada e também será útil agora. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 7 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Recordem que, ‘artificialmente’, o CTN optou por separar ‘obrigação’ de ‘crédito’, inserindo o lançamento tributário entre os dois. Recordem o que eu disse: obrigação e crédito, em verdade, são faces de uma mesma mo- eda, mas o CTN optou por uma técnica, digamos, ‘fabril’ – ‘obrigação’, para o Código Tributá- rio Nacional, fica num momento anterior à formação do crédito pelo ‘lançamento’. Porque eu chamei essa técnica de ‘fabril’? Porque é como se fosse uma linha de produção. O objetivo inicial é produzir um crédito, devidamente formalizado, bem delimitado e exigível; o segundo e principal objetivo, é fazer com que esse crédito seja efetivamente satisfeito. Mas até chegar no ‘crédito’, o processo da “fábrica de créditos” do CTN tem as etapas da ‘obrigação’ (encontro de ‘fato e norma’, não formalizado) e do ‘lançamento’ (procedimento, nos termos do art. 142 do Código, de constituição ou formalização do crédito). Para ser coerente com essa lógica, o CTN criou duas formas de ‘terminação’ do crédito formado: • Extinção. • Exclusão. No nosso bom português, salvo melhor juízo, não é muito diferente dizer que uma coisa está extinta ou excluída. Para o CTN, não é a mesma coisa extinguir e excluir um crédito tributário; há uma diferen- ça técnica relevante. Extinção tem um significado técnico, exclusão, outro. Para assimilarmos essa diferença, pensem no processo fabril do qual me referi (e nos alongamos na aula passada). 1. Obrigação Tributária principal 2. Lançamento Tributário 3. Crédito Tributário A exclusão se dá tendo por pressuposto que houve o surgimento da obrigação tributária principal; assim, fato e norma se encontraram, mas o crédito não pode ser lançado. Ele está excluído. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Exclui-se o crédito tributário que não foi formalizado, porque não pode ser formalizado. Aí você me diz, “professor, como se exclui algo que não se formou”? E eu repondo: sim, é assim mesmo, essa é a lógica do CTN. A exclusão representa um impedimento ao lançamento tri- butário, ou um bloqueio à qualquer tipo de possibilidade de exigibilidade. A Lei traz um favor legal, uma dispensa legal de tributo devido – essa a melhor definição para a isenção –, ou uma dispensa legal para uma multa tributária devida – essa a melhor definição para a anistia. A extinção, por sua vez, “termina” um crédito tributário quando o seu processo fabril já estava completo, ou seja, quando o crédito já se encontrava lançado. Há uma exceção: a de- cadência. Veremos isso quando tratamos dela. 1. Obrigação Tributária principal UMA CAUSA DE EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO IMPEDE QUE A OBRIGAÇÃO SEJA CONSTITUÍDA PELO LANÇAMENTO. A exclusão se coloca aqui: há um bloqueio no processo de formação da exigibilidade do crédito tributário. 2. Lançamento Tributário 3. Crédito Tributário UMA CAUSA DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO EXTINGUE O CRÉDITO JÁ FORMALI- ZADO. A extinção atinge o crédito latente, exigível, formalizado. Assim, excluem o crédito tributário, impedindo a sua constituição mediante o lançamento, nos termos do art. 175 do CTN: • Isenção. • Anistia. Por sua vez, extinguem o crédito tributário que foi “definitivamente concluído”, nos termos do art. 156 do CTN: I – o pagamento; II – a compensação; III – a transação; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDREDE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO IV – remissão; V – a prescrição e a decadência*; VI – a conversão de depósito em renda; VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e seus § § 1º e 4º; VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164; IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita adminis- trativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; X – a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. Eu coloquei um asterisco ao lado da decadência porque um tributo que decaiu é um tributo que não foi objeto de lançamento tributário; ou seja, o Fisco deixou transcorrer o prazo para constituir o crédito tributário. Portanto, excepcionalmente, no caso da de- cadência, o processo fabril restou incompleto, exclusivamente (contudo), por desídia do Fisco. Não fosse a inação do Fisco, o processo de “fabricação” do crédito tributário teria sido concluído. Portanto, colegas, o estudo do crédito tributário no CTN não é difícil. Assim como não é complexo o estudo da obrigação e do lançamento tributários. O grande diferencial do aluno que apreende de verdade o Direito Tributário e, de modo es- pecial, esse “miolo” (obrigação – lançamento – crédito) é ter entendido que o CTN tem uma técnica peculiar. Por isso eu insisto nesse ponto. Leia e estude essa técnica adotada pelo CTN sem ne- nhuma “âncora” em outro ramo do direito. Nenhuma outra área da ciência jurídica optou por ‘justapor’ esses institutos do modo como o CTN fez: obrigação – lançamento – crédito (e, por conseguinte, as hipóteses de suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário). Faça o estudo do crédito tributário sem nenhuma amarra ou comparação com outro ramo do direito; a solução aqui é única. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 10 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Se você conseguir fazer essa abstração, a mecânica deixa de ser complexa. Exclua a com- paração e você apreenderá mais facilmente essas temáticas tributárias. Por fim, e eu encerro essa ‘introdução/resumão’, veremos que esse crédito tributário – cuja finalidade última é a sua satisfação – goza de alguns privilégios ou garantias. Sigamos! 1. A Exclusão do crédito tributário O art. 175 do CTN prevê duas causas de exclusão do crédito tributário: a isenção e a anis- tia. Tanto uma como outra dependem de lei específica, o que decorre direta e expressamente do art. 150, § 6º, da Constituição Federal. Art. 175. Excluem o crédito tributário: I – a isenção; II – a anistia. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. (…) Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Es- tados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; (…) § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido me- diante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2º, XII, g. O dispositivo constitucional do § 6º acima é substancialmente diferente do dispositivo do art. 150, I, também transcrito. Para exigir o tributo é necessária lei genérica; para instituir um benefício fiscal, dentre os quais estão a isenção e a anistia, é indispensável uma lei específica. Mas que lei específica é essa? Sobre o tema, devemos destacar o entendimento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL a respeito da Lei da Copa de 2014: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO É constitucional a isenção fiscal relativa a pagamento de custas judiciais, concedida por Estado soberano que, mediante política pública formulada pelo respectivo governo, buscou garantir a realização, em seu território, de eventos da maior expressão, quer nacional, quer internacional. Legitimidade dos estímulos destinados a atrair o principal e indispensável parceiro envolvido, qual seja, a Fifa [Federação Internacional de Futebol], de modo a alcançar os benefícios econômicos e sociais pretendidos. [ADI 4.976, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 7-5-2014, P, DJE de 30-10-2014.] Esse julgamento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL é bastante relevante pela interpre- tação que foi feita do termo constitucional “lei específica”, utilizado como exigência para a instituição de uma isenção e anistia tributárias. Entendeu o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL que a lei específica, para efeitos de instituição de benefício fiscal, estará atendida mesmo quando a legislação tratar de outras temáticas, desde que conexas com o benefício fiscal. No caso da Lei Geral da Copa, evidente que a lei não tratou apenas do benefício fiscal, mas todos os demais temas da lei (incluída a própria isenção) disseram respeito a uma mesma temática: a regulação de um evento esportivo específico. Assim, considerou o SUPREMO TRI- BUNAL FEDERAL que se tratava de uma “lei específica”. Prosseguindo, como o CTN artificialmente aparta o surgimento da obrigação tributária (art. 114) da constituição do crédito tributário (art. 142), estabelecendo momentos distintos para cada qual, podemos concluir que a exclusão do crédito se dá pressupondo o prévio sur- gimento da obrigação respectiva, mas a sua constituição (mediante lançamento) em crédito tributário se encontra bloqueada. A isenção e a anistia, ao excluírem o crédito, dispensam o contribuinte de apurar e de cumprir a obrigação tributária principal; além disso, impedem o Fisco de constituir o crédito pelo lançamento e de exigi-lo, seja administrativa ou judicialmente. 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A exclusão do crédito não dispensa o sujeito passivo de cumprir as obrigações tributárias acessórias (art. 175, parágrafo único, do CTN). Mesmo os contribuintes isentos ou anistiados continuam sujeitos aos deveres de colabo- ração com a administração e à fiscalização tributária. Não se confunde o dever fundamental de pagar tributo com o dever de contribuir com a tributação. O dever de contribuir com a tributação pode atingir todos, sujeitos passivos de tributo ou não. O dever fundamental de pagar o tributo tem como norte a capacidade contributiva; o dever de contribuir com a tributação tem como foco a capacidade de colaboração. Tem-se em conta, no dever de contribuir, a posição que o terceiro ocupa e o dever de todas as pessoas naturais ou jurídicas de participar da construção de uma política tributária justa e isonô- mica. Leandro Paulsen (em curso completo de direito tributário) ensina que os deveres de cola- boração têm um fundamento constitucional próprio, tal como o dever fundamental de pagar tributos, baseados ambos no Estado de direito democrático. O chamamento de todos, mesmo dos não contribuintes, ao cumprimento de obrigações com vista a viabilizar, a facilitar e a simplificar a tributação, dotando-a da praticabilidade necessária, encontra suporte no dever fundamental de colaboração com a Administração Tributária. Para materializar esse dever, a Lei Complementar Nacional que traz as normas gerais de Direito Tributário – o Código Tributário Nacional – prevê as chamadas “obrigações tributárias acessórias”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. (…) § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positi- vas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A criação de “prestações positivas ou negativas” no interesse da arrecadação ou da fis- calização dos tributos, constituem obrigações que não são objeto de lançamento tributário. Isso porque uma obrigação tributária acessória não irá constituir um crédito tributário. De acordo com o art. 139 do CTN, o crédito decorre das obrigações PRINCIPAIS. Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Portanto, um crédito tributário ou decorre de uma obrigação tributária principal de pagar tributo, ou decorre de uma obrigação tributária principal de pagar a multa tributária. Quando dizemos que um crédito tributário está excluído, juntando a disposição do art. 175 com a do art. 139, ambos do CTN e transcritos acima, evidentemente, não estamos nos refe- rindo à exclusão de qualquer tipo de obrigação acessória. Nenhum crédito decorrerá da obrigação acessória. O que pode ocorrer é que, diante do descumprimento de uma obrigação acessória, a lei imponha o pagamento de uma multa; a multa é obrigação tributária principal, relativa ao pagamento da penalidade pecuniária. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. (…) § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. A multa pelo descumprimento de uma obrigação acessória pode, nos termos do art. 139 do CTN, se transformar em crédito. Mas, nunca, uma obrigação acessória, em si, será um crédito tributário. Por isso, o art. 175, parágrafo único, do CTN deixa claro que a exclusão do crédito não atinge qualquer tipo de obrigação acessória. Ora, a obrigação acessória sequer pode se cons- tituir em crédito tributário, como, então, ela seria objeto de exclusão de um crédito? Essa é a lógica por trás do art. 175, parágrafo único, do CTN, e que poderá ser capaz de ajudar a entender e memorizar a norma. 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Portanto, o “start” tribu- tário nasce na Constituição Federal, que outorga o poder de tributar aos entes federativos, por meio do exercício da competência tributária. Entretanto, a Constituição Federal não só diz o que pode ser tributado, mas também o que não pode ser tributado. Ou seja, na via da outorga de poder de tributar, a Constituição dá a competência; na mão contrária, a Constituição retira qualquer possibilidade de se exercer a tributação, por meio da imunidade. Quando dá a competência, a Constituição Federal outorga poder para tributar; quando retira a competência, a Constituição estabelece uma imunidade. A imunidade é uma norma que estabelece uma determinação de não fazer, ou uma norma de incompetência; é uma ordem de não tributação, estabelecida pelo mesmo texto constitu- cional que dá a ordem de tributação. A fonte é a mesma, seja para tributar, seja para não tributar: o pressuposto para o exercício da competência tributária nasce na Constituição Federal; as imunidades nascem também na Constituição Federal. Assim, imunidade é expressão do arquétipo constitucional, é uma representação da fonte normativa do poder de tributar e de não tributar: a Constituição Federal. A medida da tributação, tal como outorgada pela CF, é o resultado da competência tributá- ria aberta aos entes tributantes, subtraída as imunidades (ou incompetências tributárias); o resultado essa equação é a exata medida da competência para se exercer a tributação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Pois bem. A outorga da competência para tributar não é um mandamento “cego”: aquele que recebe o poder de instituir um determinado tributo tem o dever de aferir a capacidade contributiva, antes de criar efetivamente o tributo. Depois de criado o tributo, essa aferição deve ser constante, de modo que a dose da ca- pacidade de se contribuir deve ser medida em todo o tempo. Vamos a um exemplo. A União, os Estados, DF e Municípios recebem competência tributária para instituir im- postos, pelo art. 145, I, da CF. A União, especificamente, recebe competência para instituir o imposto sobre “renda e proventos de qualquer natureza” (art. 153, III, da CF). (Um parêntese: eu falo muito sobreimposto de renda por ser o tributo, a meu ver, mais próximo da vida das pessoas e mais comum em todo o mundo). Ao outorgar essa competência, a própria Constituição Federal também estabelece uma incompetência: não se pode tributar a renda dos demais entes federativos, por força da imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, a). Recebida a competência em sua exata medida, a União não está autorizada a tributar toda e qualquer renda e proventos, mas apenas a renda e proventos que representem ca- pacidade contributiva. Ou seja, a instituição tributária passa por uma dosagem por ocasião da efetiva criação do tributo. É por esse motivo que, até determinado valor mensal (hoje, quase 2 mil reais), não se tributa a renda. Assim, embora a renda surja, conceitualmente e de fato, quando se ganha qualquer cen- tavo por mês, a renda tributável é aquela que representa uma capacidade efetiva de contri- buir, de participar da tributação. Renda, como fato da vida, é uma coisa; renda tributável, é outra coisa. Quando você toma a renda (fato) e a adjetiva de “tributável”, deve ter em mente que essa qualificação passa por um exame da capacidade contributiva. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Desse modo, na dosagem da tributação da renda, a União entendeu que a medida da capacidade de contribuir surge a partir de quase 2 mil reais mensais; abaixo disso, a renda simplesmente não é tributada. Essa faixa de dispensa legal do pagamento do tributo não está na Constituição Federal, mas sim na Lei que instituiu o imposto. A isso se dá o nome de isenção, ou dispensa legal de tributo devido. Ademais, há casos em que o ente tributante, mediante a Lei, isenta determinada renda da tributação: o portador de neoplasia maligna não para imposto sobre a renda (art. 6º, XIV, Lei 7.713/1988), por exemplo. Ou seja, ao dosar a tributação efetiva, o ente tributante pode optar por isentar determinada faixa de valores ou determinado grupo de contribuintes. Veja o ‘andar’ (o estágio) em que isso ocorre. A Constituição deu a medida da tributação, ao outorgar a competência e firmar a incompetência (imunidades); em nível infralegal, já quando do exercício da competência recebida, o ente tributante pode isentar determinada parte daquilo que foi autorizado ser tributado (no meu exemplo, foi autorizada a tributação sobre a “renda”). Portanto, a imunidade é norma (determinação) do Constituinte, contida no desenho tributá- rio da CF; a isenção é norma do legislador, veiculada em Lei complementar ou ordinária, contida na avaliação da capacidade contributiva, conveniência e justiça tributária em concreto. A isenção é veiculada, por paralelismo, no mesmo veículo legislativo que é utilizado para criar o tributo; então, se o tributo somente é instituído mediante lei complementar, como é o caso do IGF – Imposto sobre grandes fortunas, eventual isenção também deve observar a mesma ritua- lística. Em verdade, a isenção é o reverso da instituição do tributo e por isso mesmo é chamada de dispensa legal de um tributo devido: o fato ou pessoa por ela abarcados seria objeto da tributação, não fosse a dispensa legal. Tecnicamente, a isenção é causa de exclusão do crédito tributário: Art. 175. Excluem o crédito tributário: I – a isenção; II – a anistia. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 17 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Por aí, como causa de exclusão do crédito tributário, vemos claramente como isenção e imunidade são distintas. A obrigação tributária surge, mesmo em casos de isenção, mas há um bloquei de qualquer possibilidade de efetiva cobrança do tributo; a exclusão do crédito impede que esse crédito seja exigido, formalizado e cobrado. Imunidade Isenção Escolha protetiva constitucional, conforme um valor eleito como digno de estímulo ou salvaguarda. Dosagem da capacidade contribuinte ou de con- veniência de uma política tributária. Delimitação constitucional da competência tributária – Limitação ao Poder de Tributar. Benefício fiscal. Sede constitucional. Benefício legal – classificado como causa de exclu- são do crédito tributário, pelo art. 175 do CTN. Por fim, destaco o seguinte trecho retirado de informativo do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, no qual assentada relevante diferença entre os institutos da isenção e da imunidade: Ao decidir acerca da aplicação da imunidade em favor da ECT – Correios (Repercus- são Geral, RE 773992/BA, julgado em 15/10/2014), o Supremo Tribunal Federal fez a seguinte diferenciação: “Distinguiu os institutos da isenção — que seria uma benesse decorrente da lei — e da imunidade — que decorreria diretamente do texto constitucional. Deduziu que, no primeiro caso, incumbiria ao contribuinte que pretendesse a fruição da benesse o ônus de demonstrar seu enquadramento na situação contemplada, enquanto, no segundo, as presunções sobre o enquadramento originalmente conferido deveriam militar a favor do contribuinte. Constatou, a partir desse cenário, que se a imunidade já houvesse sido deferida o seu afastamento só poderia ocorrer mediante a constituição de prova em contrário produzida pelo Fisco. Sublinhou que o oposto ocorreria com a isen- ção, que constituiria mero benefício fiscal concedido pelo legislador ordinário, presun- ção que militaria em favor da Fazenda Pública.” Trecho do Informativo de Jurisprudência n. 763 de outubro de 2014. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO 3.2. A isEnção como cAusA dE Exclusão do crédito tributário: A rEgulAção normAtivA PElo ctn A isenção tem por pressuposto a incidência da norma tributária impositiva. Não incidisse, não surgiria nenhuma obrigação, não havendo a necessidade de lei para a exclusão do cré- dito. A norma que cria a isenção sobrevém justamente porque tem o legislador a intenção de afastar os efeitos da incidência da norma impositiva que, de outro modo, implicaria a obriga- ção, o lançamento, o surgimento do crédito tributário e a imposição do pagamento do tributo. Para efeitos de concurso, colegas, tenham em mente sempre que a isenção é uma causa de exclusão do crédito tributário; é essa a natureza jurídica da isenção. Desconsidere, res- peitosamente, eventuais elucubrações doutrinárias sobre a natureza jurídica do instituto, que não seja a que está expressa no CTN. Sobre a isenção, o CTN traz diversas disposições, que analisaremos a seguir. Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos paraa sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração. Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tribu- tante, em função de condições a ela peculiares. O legislador pode delimitar a abrangência da isenção, circunscrevendo-a a determinado tributo em particular, ou fixar um prazo para a sua duração. Também pode ser isentada determinadas pessoas ou operações dos tributos de com- petência do respectivo ente político. Neste caso de isenção genérica, contudo, de qualquer modo não se aplicará às taxas e contribuições de melhoria, que têm caráter contraprestacio- nal, e aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão (art. 177 do CTN). As isenções de taxas e contribuições de melhoria têm de ser específicas e inequívocas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I – às taxas e às contribuições de melhoria; II – aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão. Quanto aos requisitos e condições as isenções podem ser classificadas em simples ou onerosas. Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. (…) Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publi- cação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: I – que instituem ou majoram tais impostos; II – que definem novas hipóteses de incidência; III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. O estabelecimento de requisitos remete à caracterização do objeto ou fato, ou do sujeito alcançado pela norma em face de uma situação preexistente ou atual, que lhe é inerente, exi- gida como mero critério de enquadramento na sua hipótese de incidência. A isenção onerosa estabelece requisitos para que se feita a formulação do pedido do be- nefício fiscal. Não será gozada a isenção se não se preencherem certos requisitos essenciais, os quais estão previstos na lei que cria o benefício. Trata-se, pois, de requisito para a formu- lação do pedido, para o requerimento da isenção. A isenção simples (não onerosa) constitui benefício fiscal passível de revogação a qual- quer tempo, observadas as garantias de anterioridade de exercício e nonagesimal, com base na remissão ao art. 104, III, do CTN, e no entendimento do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: EMENTA: AGRAVO INTERNO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA PACIFI- CADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. HIPÓTESE DE NÃO CABIMENTO. RISUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ART. 332. RESSALVA DA POSIÇÃO PESSOAL DO RELATOR. 1. O art. 332 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal preconiza que “não cabem embargos, se a jurisprudência do Plenário ou de ambas as Turmas estiver fir- mada no sentido da decisão embargada”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO 2. Precedentes recentes de ambas as Turmas desta CORTE estabelecem que se aplica o princípio da anterioridade tributária, geral e nonagesimal, nas hipóteses de redução ou de supressão de benefícios ou de incentivos fiscais, haja vista que tais situações confi- guram majoração indireta de tributos. 3. Ressalva do ponto de vista pessoal do Relator, em sentido oposto, na linha do decidido na ADI 4016 MC, no sentido de que “a redução ou a extinção de desconto para paga- mento de tributo sob determinadas condições previstas em lei, como o pagamento ante- cipado em parcela única, não pode ser equiparada à majoração do tributo em questão, no caso, o IPVA. Não incidência do princípio da anterioridade tributária.”. 4. Agravo Interno a que se nega provimento. (RE 564225 AgR-EDv-AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 20/11/2019, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-264 DIVULG 03-12-2019 PUBLIC 04-12- 2019) EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário. Tributário. REINTEGRA. Decreto n. 8.415/15. Princípio da anterioridade nonagesimal. 1. O entendimento da Corte vem se firmando no sentido de que não só a majoração direta de tributos atrai a aplicação da anterioridade nonagesimal, mas também a majo- ração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais. 2. Negativa de provimento ao agravo regimental. Não se aplica ao caso dos autos a majoração dos honorários prevista no art. 85, § 11, do novo Código de Processo Civil, uma vez que não houve o arbitramento de honorários sucumbenciais pela Corte de origem (Súmula 512/SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL). (RE 1081041 AgR, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, julgado em 09/04/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-082 DIVULG 26-04-2018 PUBLIC 27-04-2018) IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS – DECRETOS N. 39.596 E N. 39.697, DE 1999, DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE – DEVER DE OBSERVÂNCIA – PRECEDENTES. Promovido aumento indireto do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS por meio da revogação de benefício fiscal, surge o dever de observância ao prin- cípio da anterioridade, geral e nonagesimal, constante das alíneas “b” e “c” do inciso III do artigo 150, da Carta. (…) (RE 564225 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 02/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-226 DIVULG 17-11-2014 PUBLIC 18-11-2014) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Tratando-se, porém, de isenção onerosa concedida por prazo certo, ou seja, de isenção temporária em contrapartida a determinadas ações do contribuinte – como a realização de investimentos –, não poderá ser negada a aqueles que tenham cumprido as condições para gozo do benefício. A garantia do direito adquirido, nesse caso, mesmo em face de lei que revogue o benefício, é prevista tanto no art. 178 do CTN quanto na Súmula 544 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, que enuncia: Súmula 544 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: “Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente suprimidas”. Sendo revogada a lei de isenção, de qualquer modo prosseguirá tendo ultratividade para aqueles que tenham direito adquirido. Vou trazer alguns exemplos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça. O primeiro deles é um caso clássico de isenção onerosa. Essa isenção não mais vige no ordenamento jurídico brasileiro, mas aqueles que atenderam aos requisitos para o seu gozo, permaneceram fazendo jus ao benefício. Suponha que você ganhe 10 mil reais hoje, em um sorteio. Não precisando do dinheiro,você procura um assessor de investimentos que recomenda a compra de ações de determi- nada empresa; você se cadastra como investidor na Bolsa de Valores e compra as ações por 1 real cada. Passados 8 anos, cada ação está valendo 10 reais. Ou seja, teus 10 mil reais agora valem 100 mil. Você teve um ganho de capital de 90 mil reais e deveria pagar o imposto de renda sobre esse valor. Contudo, o Decreto-lei n. 1.510/1976, art. 4º, ‘d’, trouxe uma isenção fiscal para afastar o pagamento do imposto de renda sobre ganhos de capital no contexto narrado, desde que fosse atendido um requisito: o titular do papel (da ação) tivesse a sua propriedade por mais de 5 anos. Ou seja, se você comprou o papel e o segurou por 5 anos (o que os especialistas da área chamam de estratégia “hold”), quando o alienar com ganho de capital, não vai pagar imposto de renda. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Muitas pessoas, durante a vigência da norma, “seguram” seus papeis mobiliários por mais de 5 anos, para que quando os vendesse (mais caro do que comprou) não pagasse imposto de renda sobre o ganho de capital. Imagine que você comprou mil ações da Petrobrás em 1980. Conhecendo a isenção, você resolve ficar com o papel por pelo menos mais de 5 anos. Em 1987, ainda de posse das mes- mas mil ações adquiridas em 1980, você já tem um ganho de 100 mil reais. Mas resolve es- pecular mais um pouco, pois já passou mais de 5 anos com os papeis e crer que fará jus à isenção. Ocorre que no ano seguinte, uma Lei revoga a isenção. E aí? Você terá direito ao gozo de isenção de imposto de renda que não mais está vigente? Vai. É precisamente esse um caso de isenção onerosa. Veja. A norma estabeleceu uma condição, que era a de “segurar” o papel por mais de cinco anos. Condição atendida, direito garantido. Ainda que lei posterior revogue a isenção, você fará jus a ela. E se a lei que previa a isenção for revogada ANTES de se completarem os 5 anos? Aí não foi cumprido o requisito estabelecido na lei revogada e não haverá direito adquirido. TRIBUTÁRIO – ACÓRDÃO PROLATADO EXCLUSIVAMENTE POR JUÍZES CONVOCADOS À SEGUNDA INSTÂNCIA – AUSÊNCIA DE NULIDADE – ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE ALIENAÇÃO DE AÇÕES SOCIETÁRIAS – DECRETO-LEI 1.510/76 – REVOGAÇÃO PELA LEI 7.713/88 – DIREITO ADQUIRIDO – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. Inexiste nulidade em julgamento promovido exclusivamente por juízes de primeiro grau convocados para substituição no Tribunal de Justiça. Precedentes. 2. Tem prevalecido nesta Corte o entendimento de que a isenção conferida pelo Decreto- -lei n. 1.510/1976, art. 4º, ‘d’, é isenção onerosa, hipótese em que, nos termos do art. 178 do CTN e da Súmula 544/SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL não poderia ser revogada se atendidos os seus requisitos, configurando-se direito adquirido à isenção. Precedentes. 3. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 1241131/RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/08/2013, DJe 04/09/2013) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Esse exemplo acima é de uma isenção que foi considerada onerosa pelo SUPERIOR TRI- BUNAL DE JUSTIÇA. Agora vamos a um exemplo de uma outra isenção, dessa vez que não foi considerada onerosa pelo Superior Tribunal de Justiça. Em 2005 foi criado o Programa Universidade para Todos – PROUNI, por meio da Lei 11.096 de 2005, destinado à concessão de bolsas de estudo integrais e bolsas de estudo parciais de 50% (cinquenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento) para estudantes de cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em instituições privadas de ensino superior, com ou sem fins lucrativos. Ou seja, a finalidade do programa era a destinação das bolsas de estudo; em contraparti- da, a instituição educacional faz jus a isenção de alguns tributos, nos termos do art. 8º da Lei: Imposto de renda, CSLL, PIS, COFINS. Entendido? Um centro universitário particular, por exemplo, oferece determinadas bolsas de estudos, integrais e parciais, e, em contrapartida, o Estado dá a ele isenção fiscal de alguns tributos. Só que a prática mostrou que as instituições educacionais criavam as bolsas, mas não preenchiam as vagas, ou seja, as bolsas de estudos ficavam ociosas. A Instituição de Ensino é contemplada com a isenção da totalidade dos impostos que arrola o art. 8º, da Lei 11.096/05, mas não concede a totalidade das bolsas que deveria con- ceder, deixando-as ociosas (embora as tenha formalmente criado). Então, veio a Lei 12.431/2011 e acrescentou o seguinte parágrafo ao art. 8º da Lei do PROUNI: Art. 8º A instituição que aderir ao Prouni ficará isenta dos seguintes impostos e contribuições no período de vigência do termo de adesão: (…) § 3º A isenção de que trata este artigo será calculada na proporção da ocupação efetiva das bolsas devidas. Nada mais salutar, concordam? A isenção seria usufruída na proporção da ocupação EFE- TIVA das vagas das bolsas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Como boa parte das vagas dos bolsistas não eram preenchidas pelas instituições, as isen- ções fiscais diminuíram de tamanho, com a lei nova. De imediato, as instituições ingressaram na Justiça, alegando que estava sendo alterada uma isenção onerosa e, portanto, não poderia alcançá-las. O Superior Tribunal de Justiça, embora tenha considerado que a isenção, de fato, pode ser tida como onerosa, não interpretou que a dicção da lei nova, que passou a exigir a EFETIVA ocupação da bolsa de estudos, estava inovando nas condições já existentes. Entendeu o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA que a Lei nova tão somente aprimorou a relação de ônus/benefício, que já era explícita na Lei. Vale a pena ler a ementa: TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. PROGRAMA UNIVERSIDADE PARA TODOS – PROUNI. ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. INEXISTÊNCIA DE MODIFICAÇÃO OU REVOGAÇÃO DA CON- CESSÃO DE ISENÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. ART. 535, II, DO CPC. 1. Não se configurou a ofensa ao art. 535, I e II, do Código de Processo Civil, uma vez que o Tribunal de origem julgou integralmente a lide e solucionou a controvérsia, tal como lhe foi apresentada. 2. Como salientado no acórdão recorrido, “trata a controvérsia da possibilidade de legis- lação posterior alterar as condições para fruição de isenção concedida sob prazo certo e sob determinadas condições (a denominada ‘isenção onerosa’), caso do Prouni”. 3. O representante do Ministério Público Federal acrescentou: “De acordo com o TCU, a estimativa da RFB para a renúncia de receita do Prouni para 2011 é de R$ 666.287.785,00, tendo ingressado no programa 619.857 bolsistas integrais e 299.694 bolsistas parciais. Porém, o número de ociosidademédio das bolsas é de 19% para os processos seletivos do primeiro semestre e de 25% para os processos de segundo semestre. Ou seja, a Ins- tituição de Ensino é contemplada com a isenção da totalidade dos impostos que arrola no art. 8º, da Lei 11.096/05, mas não concede a totalidade das bolsas que deveria con- ceder”. 4. Não houve violação ao art. 178 do CTN, pois a novel legislação em apreço não revo- gou ou modificou as condições de isenção oferecidas pela Lei que instituiu o Programa Universidade para Todos – Prouni. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO Muito pelo contrário, a Lei 12.431/2001, que acrescentou o § 3º ao art. 8º da Lei 11.096/2005, teve como escopo ajustar as condições da referida isenção, para que as instituições de ensino não se locupletassem indevidamente com o dinheiro público, pois recebiam os beneplácitos do programa sem prestarem a correspectiva prestação que lhes cabiam. Precedente em caso idêntico: REsp 1.420.527/SC, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 23/5/2016. 5. Recurso Especial não provido. (REsp 1601118/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 21/06/2016, DJe 06/09/2016) Por fim, temos no CTN sobre isenção a dicção do art. 179: Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por des- pacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do pre- enchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para sua concessão. § 1º Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. § 2º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. Esse dispositivo instrumentaliza o modo pelo qual será comprovado o atendimento aos requisitos para o gozo de uma isenção tributária. Caso o tributo seja lançado periodicamente, a comprovação dos requisitos para o gozo da imunidade também será periódica. Para encerrar esse tema da isenção, destaco o seguinte enunciado sumular do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: Súmula 627-SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: O contribuinte faz jus à concessão ou à manutenção da isenção do imposto de renda, não se lhe exigindo a demonstração da contemporaneidade dos sintomas da doença nem da recidiva da enfermidade. SUPE- RIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 1ª Seção. Aprovada em 12/12/2018, DJe 17/12/2018. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO O imposto de renda é regido pela Lei n. 7.713/88, que prevê que as pessoas portadoras de doenças graves e, que estejam na inatividade, não pagarão imposto de renda sobre os rendi- mentos recebidos a título de aposentadoria, pensão ou reforma (art. 6º, XIV). Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: (…) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, esta- dos avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; Inclusive, quanto à comprovação da doença grave, o SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA tem o seguinte entendimento: Súmula 598-SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: É desnecessária a apresentação de laudo médico oficial para o reconhecimento judicial da isenção do Imposto de Renda, desde que o magistrado entenda suficientemente demonstrada a doença grave por outros meios de prova. Já a Súmula 627 tem por finalidade esclarecer o entendimento jurisprudencial no sentido de que o portador de uma doença grave (art. 6º, XIV, da Lei n. 7.713/88) mesmo que assinto- mático, sempre deverá fazer o acompanhamento médico periódico, tendo que tomar medica- ções para o resto da sua vida, além de eventuais cuidados adicionais com a saúde. Assim, as razões protetivas que justificaram a edição da norma ainda permanecem, mes- mo que os sintomas tenham eventualmente desaparecido. É o caso do cardiopata grave. Mesmo que tenha feito as devidas intervenções cirúrgicas e esteja sem sintomas, continuará fazendo jus à isenção, pois sua condição lhe impõe deter- minados gastos e cuidados que motivaram a criação do benefício fiscal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO É relevante destacar que, sob o argumento da isonomia, muitos contribuintes da ativa in- gressaram em juízo na intenção de obter a imunidade para si; argumentaram que era contra a isonomia fiscal que a isenção de imposto de renda alcançasse apenas os aposentados. O Supremo Tribunal Federal considerou constitucional que a isenção alcançasse apenas os inativos: EMENTA: CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA SOBRE PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU REFORMA. REQUISITOS LEGAIS CUMULATIVOS E RAZOÁVEIS. IMPOSSIBILIDADE DE AMPLIAÇÃO DA ISENÇÃO POR DECISÃO JUDI- CIAL. RESPEITO AOS PRINCÍPIOS DA SEPARAÇÃO DE PODERES E LEGALIDADE ESTRITA (ARTS. 2º E 150, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO). CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 6º DA LEI 7.713/1988. IMPROCEDÊNCIA. 1. A concessão de isenção tributária configura ato discricionário do ente federativo com- petente para a instituição do tributo e deve estrito respeito ao princípio da reserva legal (art. 150, § 6º, da Constituição Federal). 2. A legislação optou por critérios cumulativos absolutamente razoáveis à concessão do benefício tributário, quais sejam, inatividade e enfermidade grave, ainda que contraída após a aposentadoria ou reforma. Respeito à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da Constituição Federal), aos valores sociais do trabalho (art. 1º, IV, da CF) e ao princípio da igualdade (art. 5º, caput, da CF). 3. Impossibilidade de atuação do Poder Judiciário como legislador positivo, ampliando a incidência da concessão de benefício tributário, de modo a incluir contribuintes não expressamente abrangidos pela legislação pertinente. Respeito à Separação de Pode- res. Precedentes. 4. Os poderes de Estado devem atuar de maneira harmônica, privilegiando a coopera- ção e a lealdade institucional e afastando as práticas de guerrilhasinstitucionais, que acabam minando a coesão governamental e a confiança popular na condução dos negó- cios públicos pelos agentes políticos. 5.Ação Direta de Inconstitucionalidade julgada improcedente. (ADI 6025, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 20/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-161 DIVULG 25-06-2020 PUBLIC 26-06-2020) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO No mesmo sentido, o Superior Tribunal de Justiça, em recurso repetitivo, considerou im- possível a extensão do benefício aos inativos (Tema 1.037 – REsp 1.814.919 e REsp 1.836.091). No julgamento realizado em 25/6/2020, o Ministro Relator do repetitivo Og Fernandes afir- mou que: “Como reza o artigo 111, inciso II, do CTN, a legislação que disponha sobre isenção tributária deve ser interpretada literalmente, não cabendo ao intérprete estender os efeitos da norma isentiva, por mais que entenda ser uma solução que traga maior justiça do ponto de vista social. Esse é um papel que cabe ao Poder Legislativo, e não ao Poder Judiciário”. 4. A AnistiA Nós sabemos que há dois tipos de obrigações tributárias principais: a de pagar o tributo e a de pagar as penalidades pecuniárias tributárias. CTN Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. O tributo, quando excluído o seu crédito, foi alcançado pela isenção. A penalidade pecuni- ária, quando excluída, é porque foi alcançada pela anistia. Se isenta tributos e se anistiam penalidades tributárias pecuniárias. Portanto, a anistia se dá quando o legislador exclui o crédito tributário decorrente de infra- ções à legislação tributária (art. 180 do CTN), dispensando o pagamento da multa. Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a concede, não se aplicando: I – aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa qua- lificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em benefício daquele; II – salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas. Importante destacar que a anistia não se confunde com a remissão, ou seja, com a extin- ção do crédito que alcança o próprio tributo devido, nos termos do art. 172 do CTN. A anistia O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO é para as penalidades pecuniárias impostas em virtude do cometimento de infrações tribu- tárias. É como que as leis específicas que instituam benefícios fiscais combinem a adesão a parcelamentos especiais com anistia total ou parcial das multas. Além disso, a mesma lei pode conter uma espécie de isenção e também uma hipótese de anistia, muito embora sejam causas autônomas e independentes de exclusão do crédito tributário – independência, aliás, extraída da própria independência existente entre a obrigação tributária principal de pagar tributo e a obrigação tributária principal de pagar multa tributária. A anistia visa perdoar determinadas infrações, aplicando-se apenas às infrações já come- tidas. Se aplicada ao futuro a lei estaria suspendendo ou revogando a lei anterior, instituidora da penalidade. As leis que deixam de definir determinada conduta como infração tributária, deixando, portanto, de cominar-lhe penalidade, são aplicadas retroativamente por determina- ção do art. 106, II, a, do CTN, que consagra a retroatividade da lei mais benigna. Art. 181. A anistia pode ser concedida: I – em caráter geral; II – limitadamente: a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo; b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza; c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculia- res; d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade administrativa. O legislador tem a faculdade de delimitar a extensão da anistia concedida, de modo que restem abrangidas apenas determinadas infrações, além do que é válido o estabelecimento de condições, como o pagamento do tributo. Efetivamente, o legislador pode estabelecer anistia sob condição do pagamento do tributo em determinado prazo, como medida para incentivar o ajuste de contas e para incrementar a arrecadação em determinado período. Como adverte Leandro Paulsen, aproximadamente a cada três anos têm surgido leis que permitem ao contribuinte reconhecer e parcelar seus débitos, com anistia total ou parcial de multas, desde que o faça no prazo por elas estabelecido. Assim foram o Refis, o Paes, o Paex O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO e o Parcelamento da Crise. A reiteração dessas anistias, todavia, tem o efeito perverso de fa- vorecer os infratores em detrimento daqueles que se sacrificam para o cumprimento correto e tempestivo das suas obrigações. Acaba criando uma cultura de impunidade. Deveriam, tais anistias, ser verdadeiramente excepcionais. Não pode ser concedida anistia relativamente a atos qualificados em lei como crimes ou contravenções ou de qualquer modo praticados com dolo, fraude ou simulação, pois tal é ve- dado pelos incisos do art. 180 do CTN. Por fim, em disposição semelhante ao art. 179 do CTN, o art. 182 traz o procedimento para o gozo de anistia onerosa. Art. 182. A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despa- cho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado faça prova do pre- enchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei para sua concessão. Parágrafo único. O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO QUESTÕES DE CONCURSO QuEstão 1 (VUNESP/2019/CÂMARA DE TATUÍ-SP/PROCURADOR LEGISLATIVO) O prefeito de um determinado Município, precisando de recursos em caixa para pagar obrigações ante-riormente assumidas, determina, por meio de decreto, a antecipação da data de recolhimento à Municipalidade do imposto sobre a prestação de serviços, cujos fatos geradores já tenham ocorrido. A antecipação a) institui tratamento desigual entre os contribuintes dos tributos municipais, em razão do fato gerador do tributo. b) não configura exigência ou aumento de tributo e pode ser veiculada por meio de decreto. c) não pode ocorrer no mesmo exercício financeiro em que haja sido editado o decreto. d) somente poderá produzir efeitos após noventa dias da data da publicação do decreto. e) para ser implementada por meio de decreto depende da existência de previsão expressa em lei complementar. QuEstão 2 (IBADE/2020/CÂMARA DE SÃO FELIPE D’OESTE-RO/ADVOGADO) Sobre as es- pécies extintivas do crédito tributário, a modalidade que significa o perdão total ou parcial do crédito tributário é: a) pagamento. b) compensação. c) transação. d) remissão. e) decadência do direito de lançar. QuEstão 3 (DÉDALUS CONCURSOS/2020/COREN-SC/ADVOGADO) A decadência, no Direi- to Tributário, refere-se ao decaimento (ou perecimento) do estatal direito de constituição do crédito tributário pelo lançamento. Assinale a alternativa que apresenta somente caracterís- ticas da decadência tributária: a) Atinge o direito subjetivo do sujeito ativo e sempre decorre de lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO b) Ocorre sempre após o lançamento do crédito tributário e aplicam-se a ela os princípios da legalidade e da segurança jurídica. c) Confunde-se com a prescrição, de modo que o tributo cobrado e atingido pela decadência será restituído. d) Existem casos de decadência intermitente previstos em lei e a decadência não se aplica aos empréstimos compulsórios. e) A decadência será de 5 (cinco) anos a contar do fato gerador e não possui hipóteses de suspensão. QuEstão 4 (FUNDEP/2019/PREFEITURA DE LAGOA SANTA-MG/PROCURADOR DA FAZEN- DA) Suponha que o prefeito de um determinado município resolveu conceder isenção de IPTU, durante um período de cinco anos, a proprietários com idade igual ou superior a sessenta anos que utilizem energia solar em suas propriedades, visando ao menor consumo de energia elétrica. Considerando a situação narrada e o que prevê a legislação tributária, é correto afirmar: a) Somente por meio de lei específica municipal pode ser concedida isenção de IPTU. b) Tal isenção é hipótese de extinção do crédito tributário do IPTU. c) É possível que o prefeito institua a isenção do IPTU por meio de decreto. d) O benefício concedido pelo prefeito se trata na verdade de anistia. QuEstão 5 (UECE-CEV/2016/PREFEITURA DE AMONTADA-CE/PROCURADOR AUTÁRQUI- CO) Assinale a opção que completa corretamente a lacuna da seguinte frase: “A _____________, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração”. a) isenção b) anistia c) decadência d) moratória O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO QuEstão 6 (UECE-CEV/2016/PREFEITURA DE AMONTADA-CE/PROCURADOR AUTÁRQUI- CO) Extingue(m) o crédito tributário: a) a moratória. b) o depósito do seu montante integral. c) o parcelamento. d) o pagamento antecipado e a homologação do lançamento. QuEstão 7 (IBADE/2019/PREFEITURA DE VILHENA-RO/FISCAL TRIBUTÁRIO) É forma de exclusão do crédito tributário: a) a moratória. b) a transação. c) o parcelamento. d) a prescrição e a decadência. e) a anistia. QuEstão 8 (VUNESP/2016/PREFEITURA DE PRESIDENTE PRUDENTE-SP/PROCURADOR MUNICIPAL) Suspende a exigibilidade do crédito tributário a a) propositura de ação anulatória com pedido de tutela antecipada. b) propositura de ação de consignação em pagamento, em razão do depósito nela efetuado. c) impetração de mandado de segurança com pedido de liminar. d) concessão de moratória. e) concessão de isenção parcial, na parte do crédito que estiver isenta. QuEstão 9 (VUNESP/2019/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/DIREITO) São hi- póteses de exclusão do crédito tributário: a) isenção e remissão. b) pagamento e depósito integral em dinheiro. c) anistia e isenção. d) liminar em ação judicial e conversão de depósito em renda. e) anistia e remissão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO QuEstão 10 (FUNDATEC/2017/CREMERS/ADVOGADO) A moratória representa um benefício outorgado pelo credor ao devedor, dilatando ou prorrogando o prazo para o vencimento de determinada obrigação. No Direito Tributário, em relação à concessão de moratória, é correto afirmar que: a) Somente poderá ser concedida em caráter individual, por despacho fundamentado da au- toridade administrativa. b) Poderá ser concedida em caráter individual ou em caráter geral. c) Somente poderá ser concedida pela União d) A lei que concede a moratória não precisará indicar o prazo de duração, vigorando até ser revogado por nova lei ordinária. e) Somente poderá ser concedida por lei complementar. QuEstão 11 (QUADRIX/2019/CREA-TO/ADVOGADO) Acerca do direito tributário, julgue o item. Suponha‐se que o contribuinte, uma vez notificado da existência do débito tributário decaído, tenha feito a confissão da dívida e o parcelamento. Nesse caso, de acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA), por ser a decadência forma de extinção do crédito tributário, não poderá ser reavivado o direito pela confissão de dívida e pelo parcelamento. QuEstão 12 (VUNESP/2018/CÂMARA DE SÃO JOAQUIM DA BARRA-SP/PROCURADOR JU- RÍDICO) Havendo recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tri- buto ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória, autoriza o Código Tribu- tário Nacional que a importância do crédito tributário possa ser objeto de ação a) anulatória de lançamento tributário, mediante depósito do montante integral. b) anulatória com pedido de tutela de urgência. c) consignatória. d) declaratória de inexigibilidade. e) declaratória de inconsistência tributária. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALEXANDRE DE OLIVEIRA RODRIGUES - 38616505253, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 107www.grancursosonline.com. Renato Cesar Guedes Grilo Crédito Tributário: A Exclusão do Crédito Tributário – Parte I DIREITO TRIBUTÁRIO QuEstão 13 (VUNESP/2019/CÂMARA DE SÃO ROQUE-SP/PROCURADOR JURÍDICO) Acerca do
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