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CONTEXTO HISTÓRICO–FILOSÓFICO DA EDUCAÇÃO OBJETIVO DA DISCIPLINA Esta disciplina visa articular o conhecimento de dois campos de investigação educacional, a história da educação e a filosofia da educação. Com isto, compreendemos que o papel social de educar e aprender apresenta diferentes características e que sofre alterações conforme o contexto histórico, filosófico, político e social de cada sociedade com que se está lidando. PLANOS DE ESTUDO - UNIDADE 1 TÓPICO 1 - A EDUCAÇÃO NAS SOCIEDADES ÁGRAFAS E O SURGIMENTO DA ESCRITA NA ANTIGUIDADE TÓPICO 2 - O MUNDO GRECO-ROMANO: UMA DAS BASES EDUCACIONAIS DA SOCIEDADE OCIDENTAL TÓPICO 3 - IDADE MÉDIA: PATRÍSTICA, ESCOLÁSTICA E NOMINALISMO PLANOS DE ESTUDO - UNIDADE 2 TÓPICO 1 – DECLÍNIO DO PENSAMENTO CRISTÃO E O FORTALECIMENTO DO HUMANISMO MODERNO TÓPICO 2 – A FORMAÇÃO DO SISTEMA LAICO DE ENSINO NO OCIDENTE CONTEMPORÂNEO TÓPICO 3 – OS DESAFIOS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DA PÓS-MODERNIDADE PLANOS DE ESTUDO - UNIDADE 3 TÓPICO 1 – CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL NO PERÍODO COLONIAL E IMPERIAL TÓPICO 2 – CONTEXTO HISTÓRICO-FILOSÓFICO EDUCACIONAL A PARTIR DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA E NOS PRIMEIROS ANOS DO SÉCULO XX TÓPICO 3 – CONTEXTO HISTÓRICO E INTELECTUAL DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX UNIDADE 1 DAS SOCIEDADES ÁGRAFAS À FUNDAÇÃO DAS UNIVERSIDADES » Ter elementos para a compreensão do processo de formação da educação nas sociedades sem escrita; » Relacionar a tradição greco-romana como uma das raízes da educação ocidental; » Compreender o processo de formação do sistema ocidental cristão de educação; » Avaliar diferentes formas de educação antes da invenção da imprensa. SO CI ED AD ES Á GR AF AS » Comunidades humanas que não possuem formas de escrita, uma visão linear classifica que o homem “entra na história” deixando a pré-história após o desenvolvimento da capacidade de escrita. Porém, não é pela ausência da escrita que as sociedades teriam uma ausência de funções sociais. » As sociedades ágrafas mais próximas aos brasileiros são as comunidades indígenas, o termo índio provém do eurocentrismo dos primeiros navegadores europeus que atingiram as costas litorâneas do continente americano e denominaram os nativos índios por acreditarem estar pisando nas Índias (Ásia). Quando se trata do estudo das sociedades sem escrita que já desapareceram há milhares de anos, o estudo fica a cargo de arqueólogos (profissionais que estudam os vestígios fósseis de civilizações pré-históricas ou de civilizações perdidas há milhares de anos) e paleontólogos (profissionais que estudam os fósseis da vida na Terra, não obrigatoriamente vinculados aos seres humanos). Quando se trata do estudo de sociedades contemporâneas, fica a cargo dos antropólogos, sociólogos e historiadores. Antropólogos realizam o denominado trabalho de campo, passam meses em uma tribo, buscando compreender sua língua e seu modo de funcionamento, realizam o relato etnográfico, no qual apontam as características da população por eles analisada. SO CI ED AD ES Á GR AF AS MASCULINAS: questões ligadas à caça e pesca de animais para a alimentação, assim como a guerra. FEMININAS: o preparo do alimento, assim como a coleta de frutos e grãos – agricultura. CRIANÇAS: eram estimuladas a auxiliar os adultos nas tarefas da tribo, divididas conforme o sexo. » Características: as trocas econômicas são naturais, não possuem as moedas como símbolo econômico, há ausência de uma divisão de classes. »As tarefas cotidianas são destinadas aos homens, e outras destinadas às mulheres. SO CI ED AD ES Á GR AF AS » Classificações das sociedades ágrafas: SOCIEDADES NÔMADES se caracterizam pela ausência de agricultura, sobrevivendo da coleta de frutos e raízes. Eles utilizavam dos recursos naturais como água e alimentos de um local e, quando acabava, mudavam para outra região. SOCIEDADES SEDENTÁRIAS possuem grande produção agrícola e a existência de excedente, permitia, como consequência, a fixação de residência em um local determinado, por não existir a necessidade de se migrar para a busca de alimentação. »Os indígenas brasileiros têm como principal característica o seminomadismo. SO CI ED AD ES Á GR AF AS » Uma das principais classificações sobre a pré-história é a divisão: PALEOLÍTICO período mais antigo, se caracteriza pelo período no qual os homens eram nômades - Período anterior ao domínio do fogo. MESOLÍTICO é um período intermediário - Período no qual o homem conseguiu dominar o fogo. NEOLÍTICO que tem como principal característica o processo de sedentarização - Período da Revolução Agrícola (principal revolução tecnológica vivida durante a pré-história). » Uma das principais transformações sociais que a sedentarização vivenciou foi o surgimento do excedente, este gerado pela agricultura teve como um dos efeitos o aumento da rivalidade entre as tribos, pois uma disputa pelas terras que apresentavam melhores condições de plantio se tornou uma das principais ambições dos grupos humanos. O excedente estimulou, nas diferentes sociedades, uma incipiente divisão do trabalho. Todavia, a divisão era regida pela forma de organização social, em que se pesava a faixa etária, a hereditariedade e o gênero. » Funções: o líder político (entre os indígenas, denominamos cacique) e os xamãs, os chefes espirituais das tribos (entre os indígenas, denominados pajés). ED UC AÇ ÃO N AS S OC IE DA DE S ÁG RA FA S » O poder nas sociedades ágrafas era difuso, não se apresenta da forma racional e hierarquizada como na sociedade ocidental, a educação era igualmente difusa (aprender imitando); » Uma das principais características das sociedades ágrafas é a ausência de instituições formais, no âmbito das instituições educacionais, estão ausentes creches, escolas, colégios, universidades e faculdades. » Os mitos possuem uma função pedagógica fundamental para a compreensão das sociedades tribais, são uma forma de se passar o conhecimento dos antepassados, dos ancestrais, para as populações contemporâneas. A mitologia tinha uma relação clara com o processo educacional. MITOS tinham a função de estabelecer uma explicação sobre o surgimento dos seres humanos, sobre a natureza, a contagem do tempo e as condutas individuais - função explicativa. CHEFE TRIBAL função educacional com os mais jovens, sendo o líder, era exemplo de coragem, carisma e astúcia com relação à superação das dificuldades cotidianas, que poderiam ser causadas tanto pela ação da natureza, como secas e estiagens, assim como cheias dos rios ou excesso de chuva, ao mesmo tempo que poderiam ser ocasionadas pelas ações belicosas de tribos rivais. Assim, ao observar a postura do chefe tribal, que liderava as ações de caça e guerra, os meninos iam aprendendo sobre a importância das habilidades com arco, flechas e pedras para a manutenção da tribo enquanto organização social. PA PE L ED UC AC IO NA L MÃE E PAI Em nossa sociedade, cabe a estas figuras o papel de primeiro educador, porém, nas sociedades tribais, o principal papel da mãe, o de amamentar, poderia ser compartilhado com outras mulheres em processo de lactação. Por vezes, o papel que caberia ao pai, de ser um exemplo de masculinidade para a prole, era desempenhado pelo líder tribal. XAMÃ uma das principais figuras educacionais era desempenhada pelo líder religioso. Isto porque os líderes religiosos tinham função de grande destaque nas tribos. Em especial, por serem os principais guardiões do conhecimento tribal com relação ao universo mítico, como também com relação à utilização medicinal dos elementos da natureza. Os xamãs, por sua vez, educavam seu sucessor, escolhido em geral dentre os meninos mais habilidosos da tribo. HOMENS MAIS VELHOS No lugar do pai, um dos principais vetores de educação entre as sociedades ágrafas eram os anciãos e as anciãs. As mulheres e os homens mais velhos possuem uma grande importância para a tribo, pois a experiência no contato com a natureza permitia a eles uma grande vantagem na luta cotidiana pelasobrevivência. AS S OC IE DA DE S DO A NT IG O OR IE NT E SOCIEDADE EGÍPCIA Característica: as pirâmides, as múmias (corpos dos antigos membros da nobreza, que passavam por este processo de manutenção física, relacionado à religião). Como se tratava de uma sociedade politeísta (crença em vários deuses), tinham uma organização teocrática, na qual o faraó, líder político daquela civilização, tinha também responsabilidades religiosas, sendo adorado como um deus. AS S OC IE DA DE S DO A NT IG O OR IE NT E SOCIEDADE MESOPOTÂMICA quer dizer “Terra entre Rios” (rios Tigre e Eufrates) a constituição desta sociedade é marcada pela presença dos povos sumérios, babilônicos e caldeus. Possuíam uma religião politeísta, marcada também pela compreensão mítica das cheias dos rios e do poder civil. Assim como a egípcia, era marcada pela desigualdade social, sendo as relações de trabalho vinculadas pela servidão. SOCIEDADE ISRAELITA grupo fundado pelo patriarca Abraão, que fora chamada por Deus, na cidade mesopotâmica de Ur, habitada pelo povo caldeu, para formar um povo escolhido. Os israelitas tinham como principal diferença com relação às demais sociedades do antigo Oriente o monoteísmo, isto é, a crença em um único Deus. AS S OC IE DA DE S DO A NT IG O OR IE NT E SOCIEDADE FENÍCIA importante para a compreensão da dinâmica socioeconômica do mundo da antiguidade, grupo humano que se caracterizou pelo comércio marítimo. Possuíam uma forma de organização política na qual a presença forte das cidades, com autonomia, era a principal característica. Religião politeísta, na qual alguns deuses possuíam grande destaque no panteão (templo sagrado). IMPÉRIO PERSA um dos primeiros impérios surgidos, teve como seus mais célebres líderes Sargão e Ciro, o Grande. Uma das principais conquistas foi o domínio sobre o antigo Império Babilônico. A sociedade persa viveu grande apogeu cultural, sendo desenvolvida pelo povo persa uma das primeiras religiões monoteístas do mundo, o zoroastrismo. O modelo de sociedade persa entrou em rivalidade com o mundo grego, sendo um dos mais importantes eventos da história grega as denominadas Guerras Médicas. AS IN ST IT UI ÇÕ ES E O P EN SA ME NT O ED UC AC IO NA L » Os mesopotâmicos inventaram o primeiro sistema de escrita da história, a denominada escrita cuneiforme (cunha - ferramenta de metal ou madeira). A invenção da escrita possibilitou um grande desenvolvimento social, econômico, político, como também nas questões de inteligência e sentimentos portados pelos homens. » O desenvolvimento da escrita possibilitou aos homens o desenvolvimento de normas escritas de conduta, como o Código de Hamurábi, na Mesopotâmia, os Dez Mandamentos, as tábuas da lei de Moisés, presente entre os hebreus, tais leis alteraram a forma de organização das sociedades; » Ampliação da possibilidade da realização de cálculos numéricos; » Os fenícios, foram os inventores do alfabeto. O PR OC ES SO D E FO RM AÇ ÃO H IS TÓ RI CA D A SO CI ED AD E GR EC O- RO MA NA SOCIEDADE ATENIENSE tinha como principal característica o desenvolvimento cultural. METECOS ESCRAVOS ATENIENSES Elite Ateniense Melhores terras Grandes comerciantes Direitos políticos “Estrangeiros” Homens livres Comerciantes e artesões Dívida ou Guerra A sociedade grega era dividida em cidades-estado, sendo as duas mais importantes Atenas e Esparta. PERIECOS HILOTAS ESPARTANOS Homens livres a disposição do exército Homens livres Comerciantes e artesões Homens presos a terras, sustentavam os espartanos ESPARTA seguia um modelo autocrático de relações sociais, um exemplo de sociedade militarizada e profundamente hierarquizada - expansionismo militar. O PR OC ES SO D E FO RM AÇ ÃO H IS TÓ RI CA D A SO CI ED AD E GR EC O- RO MA NA » MITOLOGIA importante elemento cultural da Grécia; » Por serem politeístas, os gregos acreditavam em vários deuses, estes, possuíam características antropomórficas (formas humanas), eram dotados dos mesmos sentimentos que os homens, como: amor, ciúmes, inveja, raiva; » Monte Olimpo, morada dos deuses local onde eram cultuados, Um dos principais festivais realizados pelos gregos eram as Olimpíadas, quando eram cultuados os deuses em competições esportivas; » Também faziam parte do universo cultural grego algumas belas artes, com destaque para o teatro e as esculturas. O Teatro de Dionísio (cultuado como o deus do vinho) foi uma das principais casas de espetáculo, na qual se destacavam as tragédias e comédias; » A cultura grega influenciou a sociedade romana; » MITOLOGIA o principal mito romano é o da fundação da cidade imperial. Segundo uma antiga lenda, dois irmãos, Rômulo e Remo, eram ainda bebês e foram criados por uma loba, que os amamentou. Posteriormente, os dois foram os fundadores da principal cidade do mundo; » Com relação à proximidade com os gregos, a mitologia romana também possuía seus deuses específicos para as distintas atividades humanas, uma versão latinizada dos antigos deuses gregos. Baco (versão latina de Dionísio) era o deus do vinho; Marte (versão latina de Ares), era o deus da guerra; » A sociedade greco-romana também teve em comum um mesmo sistema produtivo, marcado pelo expansionismo militar e pela escravidão. A FI LO SO FI A GR EG A E O PE NS AM EN TO R OM AN O » Apesar da grande popularidade e da presença da mitologia, a Grécia foi um dos primeiros locais do mundo no qual se desenvolveu um modo não mitológico de estruturar o pensamento sobre a natureza e a sociedade – filosofia grega. » A palavra filosofia tem sua raiz etimológica (isto é, sua origem) em duas palavras gregas, Filos e Sofia, que juntas podem ser traduzidas como “amante da sabedoria”. » A filosofia grega antiga é dividida em dois períodos: socrático e pré-socrático. » SÓCRATES foi um cidadão ateniense amante do saber, e dono de uma profunda capacidade de compreender a natureza humana e suas contradições. Filho de uma parteira, desenvolveu um método denominado maiêutica - possibilitar aos seres humanos “dar luz a novas ideias!” » PLATÃO suas ideias são consideradas relevantes para o desenvolvimento da filosofia até os dias atuais. No livro A República faz uma crítica à ação dos demagogos, na Ágora. Por demagogos podem ser considerados os políticos que possuem bela retórica, porém, são construtores de um discurso vazio, sem ação prática nas palavras que dizem. Por isso, Platão defendia a ideia de que apenas os sábios deveriam ter cargos políticos. Uma de suas principais formulações é o denominado mito da caverna; A ED UC AÇ ÃO N A AN TI GU ID AD E CL ÁS SI CA : A CR IA ÇÃ O DE IN ST IT UI ÇÕ ES » O modelo de EDUCAÇÃO ESPARTANA está em grande parte vinculado à possibilidade do Estado em reger a vida dos indivíduos, por volta dos seis anos de idade, o menino espartano era retirado de sua família, para que pudesse se transformar, na vida adulta, em um soldado que servisse aos interesses do Estado espartano » As mulheres também recebiam uma educação em Esparta, no entanto, o poder político e o maior investimento eram realizados em função dos rapazes, pois os futuros homens teriam destaque social, ao liderar a polis espartana. Havia uma certa valorização da figura feminina, pois como poderiam dar à luz a novos guerreiros, as mulheres eram valorizadas pelo corpo social. » EDUCAÇÃO ATENIENSE (formar um cidadão) tinha como principal função educar o membro da polis, que vivia em um regime democrático, capacitar os indivíduos a assumir funções públicas, desenvolvidas na praça pública, na Ágora, o local das principais disputas políticas; » A educação greco-romana teve aspectos distintos, extremamente evoluídos, ao possibilitar o desenvolvimento intelectual da humanidade, e ao mesmo tempo restritos, ao excluir a maior parte da população, que era composta por escravos, assim como as mulheres que também não eram educadas em sua maioria. A ED UC AÇ ÃON A ID AD E MÉ DI A OC ID EN TA L » Na Idade Média existiam três grandes grupos sociais: SERVOS: trabalhavam nas terras de um senhor, Para estes a educação ocorria no interior das famílias, onde aprendiam a duras lidas lavrar a terra, realizar as orações e acompanhar as missas. Tratava-se de uma camada que não possuía acesso à educação institucionalizada. Em geral eram analfabetos, tendo um duro cotidiano de trabalho rural. NOBREZA: eram proprietários rurais. Os jovens ingressavam na cavalaria e possuíam uma educação para a guerra. Outros filhos da nobreza possuíam um “professor particular”, o preceptor. No fim do período medieval surgiram as universidades. SACERDOTES: a Igreja foi a principal instituição educacional da Idade Média. Para os membros das ordens religiosas, a educação servia para a elevação do espírito. PR EC EP TO RI A: A E DU CA ÇÃ O DA N OB RE ZA N A ID AD E MÉ DI A E NA ID AD E MO DE RN A » Enquanto os servos possuíam sua educação com a família, aprendendo as lidas da terra, e parte da nobreza se dedicava à cavalaria, existiu um tipo específico de educação, a preceptoria, uma espécie de ensino particular, em que um professor se dedicava a ensinar os filhos de uma família rica. O preceptor era um tipo específico de professor particular, pois morava na mesma casa que o seu educando. Em geral, não era apenas um professor que deveria ter predisposição para ensinar os rudimentos das chamadas sete artes liberais, como também ser uma espécie de exemplo, na vida cotidiana, para seus pupilos. » As sete artes liberais eram conhecidas como Trivium e o Quadrivium. TRIVIUM disciplinas de gramática, retórica e dialética; QUADRIVIUM disciplinas de geometria, aritmética, astronomia e música . » A principal característica da educação com base na preceptoria é a ausência de uma institucionalização da educação primária. Ao invés de as crianças passarem a frequentar um ambiente distinto do seu cotidiano e extrafamiliar para aprender a ler e escrever, o sistema de preceptoria possibilitava que a educação ocorresse sem a necessidade de ser mediado por outra organização que não a família. Os preceptores eram, em geral, homens que tiveram uma formação sacerdotal. A PA TR ÍS TI CA » PATRÍSTICA teologia cristã surgida após a morte dos apóstolos efindada com o desenvolvimento da Escolástica, no Ocidente, por volta do século XI. Os teólogos e demais líderes cristãos na época da perseguição do Império Romano foram chamados Pais da Igreja ou Pais da Fé, por isso a denominação Patrística. » A Patrística, enquanto movimento intelectual, foi favorável aos sábios que buscaram aliar o conhecimento com a filosofia grega de Platão. » O principal nome da Patrística no Ocidente foi um discípulo de Santo Ambrósio: Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho. » A principal obra de Agostinho de Hipona sobre a Educação foi o De Magistrum, em uma tradução literal, O mestre. Trata-se de um diálogo de Agostinho com um discípulo, no qual o autor aponta sua visão de educação, onde havia a necessidade de uma iluminação divina para que o processo educativo pudesse ser desencadeado. A ideia de um mestre ensinando discípulos, e em especial a obra De Magistrum, revelam o quanto o cristianismo foi a base da educação no Ocidente durante vários séculos. OS M OS TE IR OS E A E DU CA ÇÃ O ME DI EV AL : O MO VI ME NT O CE NO BI TA E A S OR DE NS M EN DI CA NT ES » As ordens religiosas compreendem o chamado clero regular, no qual os sacerdotes católicos passam as suas vidas em contemplação e dedicação exclusiva à instituição religiosa à qual pertencem. » O clero secular é aquele formado por padres diocesanos, isto é, sacerdotes que vivem em contato direto com o povo cristão, nas paróquias que estão sob a jurisdição de um bispo de uma região determinada. » As ordens religiosas foram fundadas em um período histórico de êxodo urbano no Império Romano do Ocidente. Muitos dos moradores das cidades romanas abandonavam a cidade buscando uma vida mais tranquila em pequenas cidades rurais. Assim, cristãos também faziam parte desta tendência migratória interna ao Império. Todavia, no caso cristão, ao invés de serem movidos apenas por uma busca de vida melhor longe dos conglomerados urbanos, os mesmos possuíam um ideal místico de salvação das almas. Este movimento cristão de formação de comunidades de fé foi denominado movimento cenobita. » Na formação de ordens religiosas, a sociedade europeia passou por profundas transformações sociais, como as Cruzadas e as formações de cidades, estas transformações se refletiram nas sensibilidades religiosas, surgindo as chamadas ordens mendicantes: franciscanos e dominicanos. As ordens mendicantes recebem este nome pela forma como os irmãos de fé se comprometem antes de entrar nelas, ter uma vida de pobreza, obediência e castidade. » O movimento cenobita e as ordens mendicantes estruturaram os mosteiros e o modo de ensino medieval. A ES CO LÁ ST IC A E O NO MI NA LI SM O » Escolástica se refere à teologia cristã formulada a partir do século XI no Ocidente (cristandade latina). A origem etimológica latina é scolarum (escola). Isto porque os principais intelectuais escolásticos trabalhavam em instituições de ensino; » Buscava conciliar a fé e a razão; » São Tomás de Aquino foi o principal formulador das teses escolásticas; » Nominalismo baseava-se na ideia dos universais, considerados como os conceitos que os homens utilizam para pensar. Os universais passavam a ser o ponto principal das reflexões filosóficas e teológicas, não mais sendo a tentativa de junção entre a fé e a razão, como na Escolástica; » O Nominalismo foi uma corrente teológica do final da Idade Média e teve como principais nomes os teólogos Guilherme de Okham e Duns Scotto. AS U NI VE RS ID AD ES » A Igreja foi uma fomentadora, porém, diversas outras instituições sociais e estratos da população apoiavam a criação destas instituições de ensino. Entre os diversos fatores, podemos citar o fomento à economia das cidades nas quais elas se encontravam, pois uma grande gama de pessoas migrou para algumas cidades, como Coimbra, Salamanca ou Paris, tornando-se um mercado consumidor para os produtos produzidos pelas corporações de ofício e revendidos pelos comerciantes locais; » Outra camada social que estimulou a criação de universidades foi o Estado Nacional em processo de criação na Europa da Baixa Idade Média. Das universidades saíram os principais administradores da burocracia dos governos dos distintos países; » Por vezes, o título de bacharel ou “letrado” era assemelhado (se não equivalente) a um título nobiliárquico. Esta equiparação de status servia como um incentivo para jovens que buscavam ascensão social. As universidades foram instituições surgidas com o apoio do clero e que visavam o ensino de jovens para profissões liberais, como o direito e a medicina. Estas profissões passaram a ter um forte status social, sendo também buscadas por filhos da nobreza. » Durante a Idade Média, o curso superior de maior prestígio era o de Teologia. Ele formava o quadro dirigente da Igreja, principal instituição medieval. A Teologia era reconhecida como a Rainha das Ciências; » No decorrer dos séculos, as universidades conseguiram se afirmar como a principal instituição do sistema de ensino, ao serem as formuladoras das reformas educacionais e propositoras de novas ideias científicas. DESAFIO MITO DAS CAVERNAS: o mito afirma que existia uma comunidade formada por pessoas que viviam acorrentadas no interior de uma caverna e que enxergavam a realidade através das sombras que uma parca iluminação projetava sobre uma parede da caverna. Próximo à caverna existiam algumas estátuas, que formavam as principais sombras. Assim, as pessoas acorrentadas foram nomeando as sombras observadas. Todavia, caso alguém conseguisse se desamarrar e sair do interior da caverna, veria que a realidade não era aquela que havia sido ensinada.No entanto, ao voltar para a caverna, a probabilidade de as pessoas acreditarem no que foi dito pelo homem que saiu da caverna era muito pequena, sendo mais provável que os colegas ridicularizassem as afirmações do primeiro homem a sair da caverna. Neste sentido, podemos pensar que estamos por vezes acorrentados em uma caverna marcada pelas convenções que aprendemos. Uma tarefa importante é tentarmos sair da caverna e nos libertar das amarras que prendem nosso intelecto. Lembre-se que no próximo encontro será liberada a Avaliação I (10 questões objetivas referente a Unidade 1) BONS ESTUDOS!! IMPO RTAN TE
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