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Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • entender como funciona a gestão de RH na organização; • conhecer políticas e técnicas de RH; • identificar características de liderança. 2ºAula Fundamentos da Gestão de R.H e Liderança Na aula 01 tratou-se sobre o ambiente das organizações e consequentemente do ambiente da administração de recursos humanos. Nesta aula abordaremos as principais políticas de administração de recursos humanos. Você terá a oportunidade de estudar a respeito de comunicação, liderança e cultura organizacional. Boa aula! Recursos Humanos Aplicado ao Agronegócio 12 1 – Gestão de RH e o ambiente organizacional 2 – Políticas e técnicas de recursos humanos 3 – Liderança Seções de estudo 1 − Gestão de RH e o ambiente organizacional Hoje vive-se indiscutivelmente a era da competitividade. Gerir os recursos organizacionais, dentre eles, as pessoas, requer empreendedorismo, visão sistêmica e estratégias competitivas. Para Gustavo e Magdalena Boog (2002), vivemos a era do espetáculo, apelidada também da era das experiências memoráveis ou a era das sensações. Os autores escrevem sobre sete novos paradigmas pouco visíveis por muitos que estão ajudando empresas vencedoras a inventar o futuro, moldando as estratégias, estruturas e culturas empresariais. Antonio Carlos Gil (2001, s/p) cita alguns paradigmas que moldam a nova organização e consequentemente a sua maneira de administrar seus recursos humanos. 1. Da era dos serviços para a era do espetáculo. 2. Das estratégias baseadas em vantagens duradouras para as estratégias inspiradas em vantagens temporárias. 3. Da empresa individual como unidade de análise para o cluster do negócio como campo de batalha. 4. Do foco no cliente para o foco do cliente. 5. Do market share para o competente share. 6. Da estratégia competitiva para a cultura competitiva. 7. Do modelo de exclusão para a modalidade de inclusão. 8. Do modelo de recursos humanos focado no conhecimento. Segundo Boog (2002, s/p), “na era do espetáculo as empresas buscam identificar e realizar os sonhos dos clientes familiarizando–se com o imaginário deles. Sabe-se que os clientes estão cada vez mais exigentes, sabe-se que o mercado está cada vez mais competitivo”, não é difícil imaginar os desafios organizacionais diante de tal cenário e realidade. Vivemos a era do cliente que deseja, que sonha, que é exigente e conhecedor de seus direitos; vivemos sem nenhuma cerimônia a era da necessidade de agradar, bajular, conhecer e entender o cliente. É inegável que as políticas de administração de recursos humanos criadas pelas organizações, conferem a elas o diferencial necessário para o atendimento desse cliente tão necessário e ao mesmo tempo exigente e consciente. As organizações que conseguem reconhecer as mudanças impostas pelo ambiente, principalmente em criar um modelo de administração de recursos humanos eficaz, passando da acomodação e criando um valor econômico, com certeza chegará mais próximo. A nova dinâmica competitiva está exigindo que as empresas evoluam da posição tradicional de sustentar algumas vantagens duradouras para o movimento de criar várias vantagens temporárias. Portanto, uma política ou estratégia de administração de recursos humanos do passado poderá não resultar ou garantir o sucesso atual ou futuro. Para Gil (2001, s/p), “à medida que se reconheça ser o capital da empresa o intelectual (humano), é razoável admitir que ela está cada vez mais sujeita a perder seus empregados para outras empresas”. Ele propõe para as empresas: 1. criar uma organização que dê respostas eficazes aos seus clientes externos e internos, 2. preparar-se para a competição global, 3. vencer a concorrência e gerar lucros com fornecedores a baixo preço, 4. tirar o maior partido possível das novas tecnologias, 5. atrair, desenvolver e manter o quadro de elevado potencial, 6. operar em nível internacional com políticas competitivas e diferentes da concorrência. Sendo assim, cabe ao gestor de recursos humanos e aos gerentes: 1. ajudar a organização a reinventar-se a si própria para competir de forma mais eficaz, 2. reinventar a função de recursos humanos de pessoal, 3. atrair, desenvolver e reter líderes e talentos para o século XXI, 4. Ser parceiro do negócio em conjunto com seus clientes, 5. Respeitar a diversidade no ambiente de trabalho. É preciso também que o GESTOR de recursos humanos: 1. encoraje a participação dos empregados na empresa e a relação entre os trabalhadores, 2. dê aos empregados a oportunidade de optarem por acordos coletivos de trabalho, 3. melhore as condições de segurança e de saúde no local de trabalho, 4. reduza a desigualdade, aumentando os salários dos trabalhadores que estão na base da pirâmide hierárquica. 5. descentralize e interiorize a responsabilidade pelas leis de trabalho, 6. aumente o diálogo e a aprendizagem. Desafios estratégicos da administração de recursos humanos. Segundo Gil (2001, s/p), a administração de recursos humanos nas empresas enfrenta alguns desafios, dentre eles: 1. inventar e gerir um tipo de organização humana que consiga gerar mais produtividade e inovação. 2. inventar e gerir um tipo de organização humana que possua a capacidade de integrar a nova inteligência dos homens. 3. inventar e gerir um tipo de organização humana que conceba meios criativos de utilização das tecnologias, colocando-as sempre ao serviço das empresas. 4. inventar e gerir um tipo de organização humana que produza satisfação a clientes, fornecedores, acionistas e trabalhadores e que contribua para o desenvolvimento socioeconômico da nossa sociedade. Funções organizacionais Os papéis ou funções organizacionais descrevem de forma específica cada área ou departamento de uma empresa. Define- se como subsistema organizacional o setor ou o departamento que tem como função comprar, vender, transformar, atender, 13 liderar, resguardar patrimônio, registrar entradas e saídas etc. Cada subsistema tem a sua função e seus papéis. Isoladamente, cada subsistema tem seu valor e sua relevância. O todo organizacional constitui-se pela união (soma) de todos os subsistemas (teoria sistêmica). As áreas ou funções empresariais, (modelo clássico de Fayol) denominadas de subsistemas empresariais ou de áreas funcionais, recebem também a denominação de departamentos. O departamento de Recursos Humanos ou a área de Gestão de Pessoal, assim denominado por muitos é o setor onde se concentra toda atividade de planejamento, organização e controle de contratação, remuneração, treinamento, benefícios e saúde do trabalhador. É uma estrutura praticamente existente nas médias e grandes organizações. Essa área geralmente é confundida por muitos como o Departamento de Pessoal da empresa. A administração de Recursos humanos, como o próprio nome já diz, é um setor da administração que tem como finalidade o gerenciamento do recurso vivo e mais importante da organização. No Brasil, recursos humanos é uma área recente, começou a se desenvolver efetivamente nas empresas brasileiras na década de 60, com o rápido crescimento da industrialização e também com a complexidade do ambiente externo, principalmente a legislação trabalhista e as ações sindicais nas empresas. A administração de Recursos Humanos ou a área de Administração de recursos humanos passou com o tempo a ser vista como uma área estratégica da empresa. As funções tradicionais de: contratar, demitir, fazer folha de pagamento, avaliar empregado, resolver questões na justiça do trabalho são papéis de responsabilidade do velho setor de recursos humanos (ARH tradicional). A partir da década de 1990, essa área necessitou acompanhar o desenvolvimento empresarial e as mudanças ambientais, passando a ser não só de apoio, mas também, estratégica, em busca de resultados conjuntos e orientados para o mesmo fim. O responsável pelo velho setor de recursos humanosou pelo setor de administração de pessoal era um profissional especialista em suas funções tradicionais, com muito tempo de empresa e focado em punições e na legislação. O profissional do novo recursos humanos, é um profissional antenado com as mudanças ambientais, com a missão, negócio e objetivos organizacionais. O setor de recursos humanos, que no passado era considerado como de execução, passou na nova economia a ser considerado como um setor de prestação de serviços: que orienta e auxilia os gerentes dos diferentes setores da empresa a gerenciar o seu pessoal e seus interesses. A função de administração de recursos humanos nas organizações atuais não se restringe apenas ao departamento de recursos humanos, mas está ligada a cada gerente, a cada supervisor que precisa lidar com as pessoas sob sua subordinação. A administração de recursos humanos então sai do departamento e vai para a fábrica, para a cabeça dos gerentes Fonte: <http://img234.imageshack. us/img234/9630/maniqui9zv.jpg>. Acesso em: 13 jun. 2009, às 17h43. e dos supervisores. Saber contratar, motivar, remunerar, avaliar, treinar não é mais atividade e papel exclusivo do setor de recursos humanos, mas, de toda empresa. Nesse ambiente e realidade organizacional deixamos de lidar com a administração de recursos humanos departamental para lidar com a administração de recursos humanos conceitual: aquela que está na mente dos dirigentes. No século XXI, o papel principal do profissional de recursos humanos deveria ser (em algumas empresas até já funciona assim) criar políticas e estratégias de liderança, motivação, recrutamento e seleção, de qualidade de vida, de treinamento, de remuneração, de estabelecimento de competências dentre outras. O que diferencia uma pessoa tradicional da inovadora e estratégica é a forma como ela estabelece e determina as suas políticas de recursos humanos, ou seja, a forma como deseja lidar e tratar seu pessoal. A área de recursos humanos de uma organização também tem outras funções como a de: Recrutamento: constitui todo esforço, técnicas e normas para chamar e atrair pessoas para ocupar uma vaga na organização. É a atividade de elaborar anúncio de emprego, definir perfil profissional, estabelecer tipo de recrutamento. O recrutamento na empresa pode ser interno ou externo, ou seja, adota-se a política de aproveitar pessoas da própria empresa e promovê-las, ou também, optar em buscar novos funcionários fora, trazendo, assim, novas ideias, novos problemas e sangue novo para dentro da organização. Esse é um papel de assessoria do setor de RH. Recrutar e selecionar profissionais deve servir para a empresa como função estratégica do seu objetivo final. O ato em si é uma ferramenta importante, que pode direcionar o segmento da empresa para o sucesso ou fracasso, podendo essa avaliação variar dentro de um departamento ou setor e de uma organização para outra. Toda organização contrata pessoas para realizar os seus objetivos, seja ela de grande, médio, pequeno ou micro porte. Em qualquer ramo empresarial sempre encontraremos pessoas desempenhando algum tipo de atividade profissional. Essas pessoas denominadas de recursos humanos ou talento organizacional necessitam ser administradas, geridas, conduzidas, estimuladas, necessitam crescer na organização, ser remuneradas com eqüidade e de forma estratégica; precisam desenvolver-se e caminhar rumo aos objetivos das organizações. Nenhuma organização contrata pessoas somente por contratar, contratam porque desejam que elas realizem trabalhos com eficiência e alcancem resultados. Seleção de pessoal: constitui o conjunto de decisões e técnicas para escolher, para decidir a contratação do talento. A seleção é uma responsabilidade do encarregado (cliente do RH). Geralmente a seleção é feita com auxílio do profissional de RH. Agências de recolocação ou de Psicólogos. Descrição e análise de cargos: constitui todo esforço, políticas, normas e técnicas da administração de recursos humanos para estabelecer o perfil profissional dos colaboradores e dos talentos existentes na empresa ou a serem contratados. É uma responsabilidade dos gerentes, mas uma função de assessoria de recursos humanos. Se temos um posto de trabalho disponível na empresa, devemos avaliar e classificar suas funções. Essa avaliação estará mensurada em relação ao Recursos Humanos Aplicado ao Agronegócio 14 salário versos o nível de atividades a serem desenvolvidas. É importante destacar que para esse fim já deveríamos ter pronto o parâmetro de cargos e salários da organização. Administração de Cargos e Salários: constitui as políticas, o planejamento e o controle do esforço da organização em remunerar o desempenho de seus empregados. As políticas de salários geralmente quando não bem definidas são polêmicas, restritivas e geradores de conflitos. Uma boa política de remuneração e de cargos e salários envolve a descrição de cargos, a avaliação de cargos a avaliação de desempenho e a pesquisa de salário no mercado. Empresas inovadoras estão deixando o salário tradicional de lado e investindo em formas mais modernas e estratégicas de remuneração. Dentre elas destaca-se a remuneração variável. Na pequena empresa as políticas de administração de salário ou de cargos e salários são restritas ao salário base. Geralmente o pacote de benefícios da empresa está vinculado à administração de salários. Um dos grandes benefícios, que faz parte da política de salários da empresa, é a participação do empregado nos lucros. Avaliação de Desempenho é todo esforço ou política para avaliar e valorizar os recursos humanos, os talentos da empresa. É a atividade de avaliar a performance do colaborador. É uma responsabilidade do supervisor, mas também o profissional de Rh pode assessorar esses supervisores quanto à escolha da técnica correta de avaliar. O texto a seguir traz mais informações sobre avaliação de desempenho: Avaliar o desempenho de um profissional requer um aprofundamento das necessidades da organização e o potencial apresentado pelo avaliador”. Nas palavras de Peter F. Drucker “o segredo da grandeza é procurar os potenciais das pessoas e dedicar tempo a desenvolvê-los”. O importante é interpretar em que momento a avaliação deve ser feita. A organização deve atribuir valores ao trabalho, caracterizar a importância de cada atividade, bem como definir o valor do profissional que irá executar essa atividade. Dessa forma, passamos a perceber que uma boa avaliação de desempenho terá sua consideração na qualificação do trabalho e profissional. “Performance” de um profissional deve ser entendida com o objetivo de enquadrar as atividades desenvolvidas com o custo, visando atender ao complexo sistema da organização que, dentre outras, é adaptar a necessidade de produzir com a capacidade do profissional. Vinculado à avaliação do desempenho estará a conceituação de cargo e salário, a qual é usada como pano de fundo para uma perfeita conclusão. A forma como apurar o desempenho pode variar através dos instrumentos utilizados. Podemos citar: a) observação com relato; b) pesquisa de campo; c) questionário; d) entrevista. O gerente imediato é o responsável por avaliar o desempenho do profissional, sendo também atribuição da chefia próxima delegar as respectivas atividades, devendo ser orientado pelo coordenador geral a avaliação da organização. Evitando assim distorções de um padrão para outro de avaliação na mesma organização.” Treinamento e Desenvolvimento: Constitui todo esforço e políticas da empresa para o aperfeiçoamento e desenvolvimento de seus talentos para que possam realizar adequadamente um trabalho. O treinamento na organização deve ser visto como investimento e não como despesa. Pessoas treinadas podem ser melhor comprometidas “Capacitar um profissional nas necessidades da empresa busca atingir um aperfeiçoamento adequado do subsistema, visando atender o objetivo maior que é ocomplexo funcionamento do sistema organizacional.” O treinamento é uma função de assessoria, mas, cabe ao supervisor ou ao chefe imediato, identificar as necessidades de capacitação de seus subordinados. Fonte: <http://www.professortrabalhista.adv.br/recursos_humanos.htm>. Acesso em: 03 maio 2009, às 18h33. 2 − Políticas e técnicas de recursos humanos Não basta saber apenas que o ambiente das organizações é complexo e que tudo que ocorre fora da ambiente organizacional afeta as decisões e o gerenciamento das pessoas. É importante saber que para cada momento ou situação cada administrador tem que saber utilizar a ferramenta (estratégia) correta frente aos seus recursos humanos, para garantir a eficácia na administração de recursos humanos e consequentemente a eficiência organizacional. Ao final da disciplina você pode não se tornar um especialista em administração de recursos humanos, mas com certeza passou a conhecer o universo da administração de recursos humanos. Segundo Gil (2001, s/p), “a expressão administração de recursos humanos ainda é muito recente para caracterizar uma nova profissão”. Segundo ele, essa expressão refere- se muito mais a um propósito do que a um cargo ou uma função exercida no âmbito organizacional. A administração de recursos humanos se caracteriza pela modernização e pela humanização do termo administração de recursos humanos. Na visão do autor a administração de recursos humanos é muito mais uma atitude do líder, do gestor, do que uma estrutura organizacional. Não se encontra na organização o setor de administração de recursos humanos, mas, sim de recursos humanos. A administração de recursos humanos é uma postura, uma atitude, é um papel de todo líder, de todo profissional que em qualquer nível organizacional (estratégico, intermediário e operacional), dirige pessoas (lidera). Para maior compreensão do termo consulte a obra de Antonio Carlos Gil sobre a evolução da administração de recursos humanos e da administração de recursos humanos principalmente no Brasil. A administração de recursos humanos não é nenhuma novidade, se voltarmos e resgatarmos a Teoria das Relações Humanas, proposta pelos cientistas sociais, dentre eles, Elton Mayo, veremos que nessa teoria o foco principal foi a tentativa de conhecer os fatores pessoais que contribuem para a melhoria da produtividade e da eficiência empresarial. Elton Mayo e seus seguidores mostraram ao mundo empresarial, que fatores psicológicos predominam aos fatores fisiológicos para produzir, no momento em que a motivação das pessoas é conhecida, isto é, no momento em que o líder passa a conhecer as necessidades dos empregados e como essas necessidades 15 direcionam o comportamento das pessoas para produzir. Dentre as principais conclusões da Teoria das Relações Humanas e da Abordagem Comportamental da Administração destacam-se: 1. O empregado (homem) é um ser social, tem necessidades de interação e convívio social. 2. As necessidades e a satisfação das pessoas (empregados) direcionam o seu comportamento para produzir. 3. As recompensas sociais e não financeiras são valorizadas e produzem maior efeito nas pessoas (grupos). 4. O trabalho em grupo permite a eficiência na realização de uma atividade. 5. As condições ambientais no local de trabalho é um fator de satisfação e influencia na melhoria da produtividade. O maior desafio do gestor de pessoas é conciliar interesses organizacionais (empresa) com os interesses pessoais (empregados). Cada empresa tem a sua realidade, a sua cultura e os seus objetivos estabelecidos. Cada pessoa (empregado) tem as suas necessidades e os seus interesses. A questão é: como conciliar esses interesses? Com certeza o princípio de administração de Henry Fayol (s/d) que diz que o gestor deve subordinar os interesses pessoais aos interesses organizacionais já não faz mais sentido. O trabalhador de hoje é mais consciente, mais crítico, mais conhecedor de seus direitos e do espaço que deseja conquistar e ter na organização. Conheça um pouco, na visão de Jean Pierre Marra, o perfil do empregado do futuro e que exigirá do gestor de pessoas e dos empreendedores grande capacidade de entender as necessidades humanas e, consequentemente, grande capacidade para estabelecer políticas e estratégias de pessoas. Veja abaixo o cenário estabelecido por Jean Pierre Marras (s/d): 1. Transformação das relações de emprego, de contratos de experiência e de trabalho, para contrato de times, isto é de craques. 2. Contratação virtual, parcial, temporária e ocasional. 3. Comércio e compartilhamento das informações: • economia global, • tecnologia digital e serviços, • tecnologia instantânea (constante), • era do conhecimento, • era da aprendizagem contínua, 4. Contratação por competências, 5. Incentivo e valorização da criatividade das pessoas. Diante desse cenário, Marras (s/d) estabelece os anseios do empregado (colaborador) do futuro. • os colaboradores querem ter trabalho interessante e que os obrigue a utilizar bem suas capacidades. • querem ter oportunidades de crescimento e aprendizado. • eles podem ser treinados para realizar muitos trabalhos diferentes. • querem ter oportunidades iguais de progresso e de realizar tarefas diferentes. • querem assumir responsabilidade no trabalho e um certo grau de liberdade de decisão. • querem participar de decisões que lhes dizem respeito • esperam que os dirigentes não abdiquem da sua capacidade de liderá-los nas áreas em que eles não possuem conhecimento, recursos ou orientação. • esperam que uma equipe de liderança seja coerente e comporte-se de maneira previsível. • querem fazer parte de uma equipe vencedora. • querem saber o que está acontecendo em toda empresa. • querem ser informados sobre os negócios e ter logo retorno sobre seu desempenho. • querem uma remuneração justa e saber como o sistema de pagamento funciona. • têm necessidade de relacionarem-se uns com os outros, no trabalho. • querem ter regras racionais e um mínimo de estatutos. Querem poder opinar quanto a essas regras. • querem ser tratados como pessoas, e as pessoas têm necessidade do ego. Algumas características pessoais desejadas dos colaboradores (empregados) pelas empresas: • capacitado; • envolvido; • ético; • comprometido; • motivado; • empreendedor; • líder; • capacidade de trabalho; estressante; • companheiro; • voluntário; • capaz de ter iniciativa; • inovador e criativo; • competente; • habilidoso; • criativo; • envolvido; • assertivo; • dinâmico. O gestor de pessoas, nessa realidade, passa a ter um grande desafio e vários papéis tais como: • direcionar as pessoas rumo aos objetivos empresariais. • satisfazer as necessidades das pessoas no âmbito da organização. • trabalhar para o desenvolvimento organizacional. • assessorar a organização no estabelecimento das políticas de recrutamento e seleção de pessoal, da definição de perfil de cada cargo, do processo de avaliação de desempenho, de cargos e salários, de qualidade de vida, de desenvolvimento de pessoas e carreiras, dentre outras. • desenvolver as pessoas e criar competências rumo aos objetivos da organização. • atender aos usuários internos e externos da organização. • manter-se aberto para as novas tecnologias administrativas. • preocupar-se com a qualidade de vida no trabalho. • agregar valor aos empregados, à empresa e aos clientes. • atuar como agente de mudança. • reconhecer as pessoas como parceiras da organização. • proporcionar competitividade à organização. • manter um comportamento ético e socialmente responsável. Recursos Humanos Aplicado ao Agronegócio 16 Vamos abrir aqui um espaço e destacar a transição da administração tradicional de recursos humanos para a gestão inovadora de pessoas, conforme estabelece Gil (s/d). • da ação operacional para a estratégia. • do caráter administrativo para o consultivo. • do reativo para o preventivo. • do policiamento para a parceria. •da preservação cultural para a mudança cultural. • da estrutura hierárquica para a estrutura enxuta. • do foco na atividade para o foco nas soluções. • do foco interno para o foco nas soluções. • da ênfase na função na função para a ênfase no negócio. • do planejamento de curto prazo para o de longo prazo. • do isolamento para o benchmarking. • da rotina operacional de rh para a consultoria interna. • da busca da eficiência interna para a eficácia organizacional. • da administração de pessoal para gestão de talentos. • da ênfase no controle para a ênfase na liberdade. Gestão estratégica de pessoas Entende-se por estratégia toda ação, toda iniciativa que a empresa adota ou emprega para ser competitiva e realizar os resultados esperados. Dentre as estratégias de recursos humanos e de pessoal, destacam-se: a contratação de talentos, o esforço empregado para reter os talentos, o desenvolvimento de pessoas, a liderança exercida, a cultura organizacional, a comunicação predominante, etc. A gestão estratégica de pessoas na visão do professor Rodolfo Carlos Souza Alves (s/d), envolve aspectos gerenciais que podem ser considerados em três dimensões: 1. Os fatores contingenciais que estão presentes fora da empresa. Esses fatores não são controláveis pela a empresa, mas influenciados por ela. 2. os valores e a cultura da organização. Esses valores estimulam as pessoas a resultados ou privilegiam o status quo. 3. As práticas gerenciais presentes na organização, ou seja, como os gerentes estão gerenciando pessoas dentro do atual cenário de competitividade de forma a desenvolver competências humanas existentes na organização. Muito bem.... Espero que a aula esteja somando em conhecimento em sua vida profissional e pessoal... Mas, e a liderança? Que papel ela exerce nesse contexto? 3 − Liderança O Gestor é um profissional preparado para lidar com os eventos sociais, políticos, financeiros e culturais da organização. Deve desempenhar esses papéis com zelo e eficácia. Dentre as suas funções administrativas, a direção é a atividade que requer liderança e o desenvolvimento de habilidades humanas. O exercício da direção requer certas habilidades que são natas e outras adquiridas. Dentre essas habilidades, destacam-se a capacidade de lidar com pessoas, a capacidade de planejar o comportamento das pessoas, a capacidade de comunicar e assim por diante. Não basta apenas o gestor ter a capacidade de conceituar a liderança, é preciso saber exercê-la e fazer isso com eficácia. É claro que o exercício da liderança requer alguns conhecimentos básicos sobre a Psicologia, a Sociologia e Antropologia, para que o profissional, isto é, o gestor de pessoas, possa compreender os fenômenos que ocorrem entre os grupos ou o comportamento do homem em seu habitat, nesse caso, a organização. Muitas questões são levantadas a respeito da liderança, principalmente no que tange à falta de preparo das pessoas que a exercem ou julgam que a exercem. Muitos empregados não reconhecem as suas lideranças no ambiente organizacional, atitude essa, que pode levar ao insucesso nas mudanças organizacionais ou na realização dos resultados, isto é, no desempenho financeiro da empresa. O exercício da liderança requer competência e habilidade, além de certas características do administrador ou do gerente, tais como: ser motivado, ser preparado, ser capacitado, ser atencioso, ser ético e assim por diante. Conceito e características de um líder Batemam e Snell (1998, s/p) afirmam que a liderança pode ser ensinada e aprendida. De acordo com fontes citadas pelos autores, A liderança parece ser a convocação de habilidades possuídas por uma maioria de pessoas, mas utilizada por uma minoria. É, porém, algo que pode ser aprendido por qualquer pessoa, ensinado a todos, não devendo ser negado a ninguém. Segundo eles, um líder é alguém que influencia os outros a atingir metas. Quanto maior o número de seguidores, tanto maior a influência. E quanto mais bem sucedida a realização de metas importantes, tanto mais evidente a liderança. Para os autores, liderança é uma característica pessoal que os gerentes, administradores, gestores ou qualquer profissional que lida com pessoas possui para realizar as coisas (resultados e objetivos) por meio de outras pessoas. Para Schermerhorn (1999, s/p), a liderança não pode ser confundida com poder, pois “a liderança é o processo de inspirar pessoas, ou seja, inspirar o trabalho de outras pessoas, para que trabalhem duro e alcancem resultados”. Para o autor, a liderança é uma função administrativa, preconizada por Fayol no modelo clássico de administração. Para Fayol (s/d), é preciso planejar, organizar, liderar e controlar. Essa visão de Schermerhorn remonta bem a escola clássica. Com certeza suas ideias não seriam muito aceitas pelos cientistas sociais ou pela escola humanista. É claro que nesta aula não temos a pretensão de trabalhar a psicologia organizacional ou o comportamento organizacional, mas mostrar, construir um conceito que seja claro e adequado à formação do administrador para que ele possa assimilá-lo e exercer a liderança com eficácia. Segundo Schermerhorn (1999) “grandes líderes conseguem que as coisas extraordinárias sejam feitas nas organizações inspirando e motivando os outros na direção de um propósito comum. Para dar certo como um líder, portanto, um gerente precisa ser bom ao lidar com pessoas”. Para Robbins (2000) “um líder é uma pessoa que por suas ações, facilita o movimento de um grupo de pessoas rumo a uma 17 meta comum ou compartilhada.” Nessa definição, Robbins sugere que a liderança é um processo de influência. A diferença entre o líder e a liderança é que a liderança é a atividade ou a influência que uma pessoa ou um profissional exerce sobre um grupo para alcançar resultados. O líder é o indivíduo, a pessoa que exerce a liderança. Robbins (2000) pergunta: todos os líderes exercem a liderança? Para responder a questão, temos que contextualizar a situação e a realidade do papel de cada gerente ou de cada líder. Se o líder é apenas aquele gerente ou aquele indivíduo que tem o poder de mandar, porque o seu cargo ou sua posição lhe permitem e, mediante o exercício da força, alcança resultados, com certeza não. Mas, se o líder é aquele profissional que ocupa uma posição de mando, porém exerce a liderança através da influência, do respeito à vida e às individualidades, com certeza esse é o líder e exerce a liderança. Comenta-se na rádio peão que nem todo gerente é um líder e que todo líder pode ser um gerente. (a questão gera polêmicas). Na realidade é possível afirmar nos estudos já realizados, que a liderança é uma característica pessoal, ou seja, um traço de personalidade. É uma habilidade para inspirar pessoas através da confiança, do carisma, do respeito e da motivação. Grace Murray Hopper, citado por Robbins, diz que “você gerencia coisas, mas lidera pessoas”. Liderança é o papel do líder ou do Administrador de influenciar positivamente pessoas para realizar resultados esperados pela organização. A liderança deve ser exercida com respeito à diversidade, aos valores, aos desejos e à motivação das pessoas. Características e Estilo do Líder De 1904 a 1948, foram realizados mais de 100 estudos sobre traços de liderança. [...] estudiosos da administração concluíram que não é necessário nenhum conjunto particular de características para que uma pessoa se torne um líder de sucesso. [...] Em meados da década de 70, surgiu uma visão mais equilibrada: embora nenhum traço garanta o sucesso da liderança, certas características são potencialmente úteis [...] (BATEMAN E SNELL, 1998, s/p). A seguir listamos algumas características e traços de liderança, na visão de alguns autores: Empenho: é o conjunto de características que reflete o alto nível de esforço para a realização de uma tarefa e para influenciar pessoas. O empenho inclui a necessidade de realização. Requerpersistência, dedicação, motivação, iniciativa, energia e tenacidade para resolver as coisas. Motivação de liderança: é o desejo de liderar. É o querer. É a necessidade de realizar-se como líder e de exercer a liderança. O grau de motivação depende de cada gerente. Integridade: é a correspondência entre o que se faz e o que se fala ou promete. Está vinculada a honestidade e credibilidade percebida pelos liderados. A credibilidade é importante para o líder se posicionar diante de seus liderados. Autoconfiança: permite ao líder superar os obstáculos. Ter confiança no que faz e que certeza de que conseguirá o que deseja. A autoconfiança é muito importante e também necessária ao líder, pois o papel do líder é desafiador e as contrariedades e os problemas diante dos liderados são inevitáveis. É necessário que o líder persista. Conhecimento do negócio: líderes eficazes e de alto nível conhecem o negócio. São especialistas e também generalistas. São inteligentes e capazes. Se assim não for, perderá a credibilidade. Tempos atrás se respeitava o gerente pela sua capacidade técnica e não pelas suas características pessoais. Ética: a ética é o conjunto de valores. É uma norma de conduta moral (grifo do autor), necessária a qualquer gerente- líder ou a qualquer profissional à frete de seu negócio ou de suas funções. A Ética possibilita a isenção e a eqüidade no lidar e no trato com as pessoas e também com os liderados. O líder ético respeita a natureza das pessoas, as limitações, a diversidade e os valores pessoas. Responsabilidade social: os grandes líderes e empreendedores no século XXI estão sendo avaliados e respeitas pela capacidade de respeitar as pessoas e também o ambiente. Criar estratégias e alternativas para preservar a natureza, ou seja, o ambiente onde os liderados vivem com as suas famílias tornou-se um aspecto necessário ao líder. Respeito às limitações e à diversidade: o respeito é uma atitude que o líder exerce sobre o seu liderado de maneira que não ultrapassa os direitos do próximo. A diversidade quanto ao trabalho da mulher, do negro, do menor, do estrangeiro e das minorias no ambiente organizacional não podem ser fatores de preconceito ou discriminação. O líder nota 10 é aquele que consegue lidar com as diferenças. Honestidade: honestidade é uma atitude e depende de traços de personalidade, do meio e da formação de valores de cada pessoa. Caracteriza-se pelas atitudes de respeito e ética, e em manter e realizar o que foi combinado com o liderado. Comportamento orientado para tarefas. Exige fazer com que as tarefas sejam desempenhadas pelas pessoas. É o esforço do líder para garantir que a unidade de trabalho ou a organização atinjam seus esforços. Comportamento orientado para a manutenção do grupo: os líderes agem para garantir a satisfação do grupo a fim de desenvolver e manter relações harmoniosas de trabalho e preservar a estabilidade social de seus membros. Comportamento orientado para a participação de liderados (pessoas) nas decisões: é toda atitude e todo esforço para envolver as pessoas nas decisões tomadas pelo líder. Esse esforço pode se dar mediante ações de emporwerment (repartir o poder dentro da empresa). Fontes de poder de liderança Poder de recompensa: é a capacidade de influenciar pessoas ou conseguir com que as coisas ou as tarefas sejam realizadas mediante a promessa de recompensa que atenda as expectativas e as necessidades das pessoas. A atração é dada pelo poder da recompensa financeira. Poder coercitivo: é a capacidade de influenciar através da punição, da ameaça, das normas e regulamentos. Poder legítimo: é a capacidade de influenciar pessoas e conseguir resultados através da autoridade concedida pelo cargo ocupado na organização. Fontes de poder pessoal Poder de especialidade: segundo Schermerhorn (1999), Recursos Humanos Aplicado ao Agronegócio 18 Retomando a aula Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar essa aula, vamos recordar: Vale a pena Vale a pena ler BERGAMINI, C. W. Desenvolvimento de recursos humanos: uma estratégia de desenvolvimento organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1990. LUCENA, M. D. da S. Avaliação de desempenho. São Paulo: Atlas, 1995. LACOMBE, Francisco. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. Vale a pena acessar Disponível em: <http://www2.videolivraria.com.br/ pdfs/6103.pdf>. Acesso em 8 abr. 2013, às 16h48. Disponível em: <http://br.monografias.com/ trabalhos3/lideranca-importancia-lider-dentro-organizacao/ lideranca-importancia-lider-dentro-organizacao.shtml>. Acesso em 9 abr. 2013, às 16h45. Disponível em: <http://www.ead.fea.usp.br/ semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/Ensino/ ENS14_-_Ensino_adm_rh.PDF>. Acesso em 8 abr. 2013, às 16h58. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=FkPQ3jScJds>. Acesso em 9 abr. 2013, às 16h35. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=crHZM44JSYU>. Acesso em 9 abr. 2013, às 16h40. Vale a pena assistir Minhas anotações o poder de especialidade “é a habilidade para influenciar através de conhecimentos especiais. É a capacidade de alguém influenciar o comportamento de outras pessoas com base no seu conhecimento, compreensão e habilidades. A especialidade deriva da posse de conhecimento, ou informação técnica pertinente à questão em discussão. Ele é desenvolvido com a obtenção de habilidades ou competências relevantes ou pela obtenção de uma posição central nas redes de informação relevantes”. Poder de referência: segundo Schermerhorn (1999), o poder de referência “é a habilidade de influenciar através da identificação. É a capacidade que uma pessoa tem de influenciar o comportamento de outras pessoas porque elas a admiram e querem se identificar positivamente com ela. O respeito é um poder derivado do carisma ou da atração interpessoal. É desenvolvido e mantido através de boas relações interpessoais que estimulam a admiração e o respeito dos outros”. Caro aluno, o tema desta aula é muito vasto, e não há espaço suficiente para expor todo o conteúdo. Pesquise em outras fontes como livros, revistas especializadas, internet, entre outros, a fim de se aprofundar mais. 1 - Gestão de RH e o ambiente organizacional Nesta seção, detalhamos sobre a gestão de recursos humanos na organização. Numa época de muita competitividade, gerir os recursos organizacionais requer empreendedorismo, visão sistêmica e estratégias competitivas. 2 - Políticas e técnicas de recursos humanos Nesta seção, enfatizamos que o administrador tem que saber utilizar a estratégia correta frente aos seus recursos humanos, para garantir a eficácia na administração de recursos humanos e organizacional. 3 - Liderança Nesta seção, destacamos as características de um líder e que um líder pode ser nato ou aprender.