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1 A Gestão de Pessoas e Seus Principais Conceitos Anderson Freitas Toregeani Introdução Olá, prezado(a) aluno(a)! Nesta unidade, convidamos você a fazer uma viagem pela área de gestão de pessoas, para que possa compreender a complexidade e tudo o que influenciou para que chegássemos ao atual cenário, na forma de gerir pessoas. Nossa expectativa é a de atingir você enquanto aluno(a) que deseja ampliar sua visão sobre a área. Em um primeiro momento, faremos uma explanação sobre os principais fundamentos da gestão de pessoas, como surge, em qual contexto se desenvolveu e a forma de focalizar o profissional que atua com a gestão de pessoas. Posteriormente, no contexto contemporâneo, a ênfase passa a ser estratégica, exigindo uma nova postura do profissional de pessoas, bem como uma nova forma da área se relacionar com a organização como um todo, incluindo um foco em seus objetivos organizacionais. Concluímos mostrando que a gestão por competências se aproxima da visão contemporânea estratégica e é fundamental para que a gestão de pessoas seja criativa, inovadora e se torne hiper competitiva no mercado no qual está inserida. Fonte: Mark Bowden / 123RF. 2 1. Fundamentos da gestão de pessoas A gestão de pessoas é um termo atual e muito difundido, dentro do contexto organizacional. Você já parou para pensar como surgiu a gestão de pessoas? Isso nos reporta ao início da história da Administração. Voltemos para meados da década de 1920, quando estudiosos da área começaram a pensar em mais do que simplesmente máquinas, sim, começaram a pensar como as pessoas, o trabalhador da fábrica, poderiam impactar de forma direta no resultado organizacional. Nesse contexto, surge o movimento das Relações Humanas, que vem contrapor a era taylorista nas organizações, alguns eventos históricos marcam esse momento, como a experiência científica ocorrida na indústria de equipamentos elétricos Hawthorne, em que algumas experiências inovadoras envolviam o comportamento do trabalhador na empresa (CHIAVENATO, 2008). Foi com esse pensamento que surgiu a gestão de pessoas, ou seja, a partir do crescimento e da complexidade das tarefas organizacionais. Chiavenato (2008) ressalta que esse período, início da década 1920, ainda sofreu consequências das transformações que a revolução industrial impunha. Assim, essa fase da Administração, através dos estudos sobre as Relações Humanas, buscou diminuir os conflitos entre as pessoas e as organizações, e seus objetivos pessoais. Claro que, nesse momento, falar em gestão de pessoas ainda é precoce. No entanto, a partir de então a figura humana começa a receber um olhar, um foco diferente no contexto organizacional. Chiavenato (2008) coloca que, no início da formalização da administração como ciência, com seus grandes pensadores e estudiosos dos processos, Taylor e Fayol, a Escola Científica ou Clássica, identificava a posição de chefe de pessoal, até então o trabalhador era visto como um mero cumpridor de obrigações (produzir), sendo que, na Escola das Relações Humanas, foi colocado às empresas que se preocupassem com a saúde do operário, além de se preocupar com as metas, pois, assim, eles conseguiriam melhores resultados. Nesse contexto, o chefe de pessoal tinha como incumbência contabilizar as entradas e saídas, as faltas, os pagamentos, os vales e os descontos, bem como advertir, desligar ou contratar trabalhadores. Essas funções eram de confiança na empresa, além de ter um 3 poder coercitivo aparente, por aplicar ações punitivas em nome da empresa e ter o aval do patrão. Consegue imaginar o desafio para o profissional com este perfil, na década de 1920, com o movimento das relações humanas? Com certeza, não foi um momento fácil para os empregadores e chefes de pessoal, visto que, passou-se de um momento em que o foco era a produtividade máxima do bom funcionário, para esse outro modelo, que propunha aumentar a produtividade pela eliminação dos conflitos e valorização do trabalhador. Alguns estudiosos da época, como Follet, Mayo, Roethlisberger, Dickson, Leavitt, McGregor, entre outros trouxeram a valorização do Homo Social em substituição ao Homo Economicus da escola científica da Administração. Essa mudança, para a valorização do indivíduo, fez com que houvesse uma pressão forte sobre o chefe de pessoal, uma inversão do seu papel, para o que naquele momento ninguém estava preparado: chefe de pessoal, patrão e trabalhador. Mesmo assim, nesse contexto, estudos e pesquisas lançaram luz que refletiu, fortemente, na mudança de comportamento da empresa, da gestão de pessoas e do empresário se relacionar, e, além disso, trouxe avanços para a área e novos estudos, dos quais surge o Behaviorismo, que apresentava críticas à escola da relações humanas por ir do extremo da escola da Administração científica para aspectos totalmente comportamentais do trabalhador. Segundo Marras (2016, p. 25) Em 1945, o Behaviorismo apresenta os primeiros estudos sobre liderança, democracia no trabalho e motivação humana na organização. Nesse novo momento para o chefe de pessoal surgem estudos de Simon, McGregor, Barnard, Argyris, Likert entre outros, e uma variável pouco observada até o momento: o poder das relações informais. A partir desse momento é que se começa a olhar de forma diferente para a função de cuidar dos trabalhadores. A partir desse momento, o profissional de recursos humanos, até então denominado chefe de pessoal, ganha o status de gerente e sua função deixa de ser totalmente operacional e passa a ser uma função de nível médio tático. Em meados das décadas de 50 e 60 acontecem avanços em termos de nomenclatura do gestor de pessoas: aumenta-se as tarefas, começa-se a olhar para outras funções e atividades, além de questões operacionais vinculadas aos trabalhadores, e ganha-se abrangência, no entanto, ainda em nível tático operacional, pois o profissional ainda estava despreparado para esse novo olhar de valorização de pessoas na organização. 4 Para que você consiga visualizar melhor o desenvolvimento das responsabilidades da função de pessoal no mundo, vale ressaltar que no Brasil sempre ocorreu de forma mais tardia. Veja o quadro a seguir: Chefe de pessoal Gerente de RH Gerente de RH Até 1950 De 1950 a 1970 De 1970 a 1999 Controles da frequência Faltas ao trabalho Pagamentos Admissões e demissões Cumprimento da CLT Controles da frequência Faltas ao trabalho Pagamentos Admissões e demissões Cumprimento da CLT Serviços gerais Medicina e higiene Segurança patrimonial Segurança industrial Contencioso trabalhista Cargos e salários Benefícios Recrutamento e seleção Treinamento Controles da frequência Faltas ao trabalho Pagamentos Admissões e demissões Cumprimento da CLT Serviços gerais Medicina e higiene Segurança patrimonial Segurança industrial Contencioso trabalhista Cargos e salários Benefícios Recrutamento e seleção Treinamento Avaliação de desempenho Qualidade de vida Desenvolvimento gerencial Relações trabalhistas Sindicalismo Desenvolvimento organizacional Estrutura organizacional Quadro 1 - Desenvolvimento das responsabilidades da função de pessoal Fonte: Marras (2016, p. 25). Com isso é perceptível que, com o passar dos anos, a área de gestão de pessoas ou recursos humanos da organização se desenvolve de forma positiva e começa a agregar novas responsabilidades e preocupações com os trabalhadores das organizações? Isso foi e é muito positivo para o crescimento e estabelecimento da área enquanto um departamento de valor no contexto empresarial. Dessa forma, alguns autores dividem a evolução da área de gestão de pessoas em cinco grandes fases, sendo elas: 5 Figura 1 - Evolução da área de gestão de pessoas o BrasilFonte: Adaptada de Marras (2016, p. 26). Ao observarmos a Figura 1.1, verificamos que a área de gestão de pessoas no Brasil passou por evolução, e podemos afirmar que, hoje, no atual momento, ela continua a avançar, não é estática. Vamos compreender melhor cada fase do seu processo de desenvolvimento, apontada anteriormente, de acordo com Marras (2016, p 26): ● Fase 1 - Contábil: tinha como foco os custos da organização. Os trabalhadores eram vistos sob o enfoque contábil, ou seja, entrada e saída do funcionário versus horas trabalhadas e a produtividade que isso traria a organização. ● Fase 2 - Legal: surge o chefe de pessoal. O foco continuava nas questões contábeis, contudo ampliadas para o acompanhamento e na manutenção das, recém-criadas, leis trabalhistas de Getúlio Vargas, sobre as regras jurídicas impostas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). ● Fase 3 - Tecnicista: nessa fase, a função de chefe de pessoal alavanca para a gerência de pessoas. Surge o modelo americano de gestão de pessoas, mesmo que de forma tímida, mas a área de pessoas começa a operacionalizar funções até então não exercidas, como treinamento, recrutamento e seleção, cargos e salários, higiene e segurança no trabalho, benefícios e outros. Há de se ressaltar que nessa fase o presidente Juscelino Kubitschek implantou a indústria automobilística, com grandes 6 indústrias atuando no Brasil, o que impulsionou o avanço e a necessidade das novas funções serem implementadas na área de recursos humanos, mesmo que de forma lenta, devido à cultura organizacional instalada até então no país. ● Fase 4 - Administrativa ou Sindicalista: nessa fase surge a nomenclatura gerente de recursos humanos. Essa mudança foi impulsionada pelo movimento sindical chamado de “novo sindicalismo”, e pretendia transferir a ênfase em procedimentos burocráticos e operacionais para os sindicatos e a sociedade. ● Fase 5 - Estratégica: momento em que se iniciam os primeiros programas de planejamento estratégico de recursos humanos atrelados ao planejamento estratégico organizacional. Com esse novo olhar para o gerente de recursos humanos, o cargo é elevado a nível estratégico, ou nível de diretoria, em que, a partir de então, as organizações começam a perceber que a figura do diretor de recursos humanos, para atuar de forma estratégica, é essencial para o resultado organizacional. Somente a partir desse momento é que os profissionais de recursos humanos, no Brasil, começam a ocupar também cadeiras estratégicas e atingem o topo da pirâmide da estrutura organizacional. Caro(a) estudante, ao acompanhar toda a trajetória da área de recursos humanos, ou gestão de pessoas, é importante salientar que é inegável que o forte desenvolvimento econômico e tecnológico tenha contribuído com o desenvolvimento da área. O final do século XIX e as duas primeiras décadas do século XX caracterizaram um período de grande desenvolvimento econômico nos países mais industrializados do hemisfério norte. Paralelo a isso, o desenvolvimento tecnológico produtivo também caminhou a passos largos, iniciando-se com o surgimento da máquina a vapor e a tecnologia aplicada. Como isso influencia a gestão de pessoas? Na prática, o desenvolvimento tecnológico aumentou a sofisticação do trabalho, logo, a sofisticação industrial leva as empresas a se preocuparem em reter o trabalhador, já que a seleção era diferente e exigia treinamento para executar a tarefa com o uso da tecnologia. Ou seja, a humanização do trabalho surge da necessidade da empresa em atrair e reter pessoas adequadas para a função, tornando assim, consequemente, o mercado mais competitivo, os produtos diversificam-se e as mudanças na tecnologia exigem que a organização seja flexível à dinâmica do mercado. 7 1.1 Gestão de Pessoas no Contexto Contemporâneo Onde estamos na gestão de pessoas? Desde a década de 1990, pode-se observar um processo de descentralização contínuo. A área de gestão de pessoas, cada vez mais, ocupa cargos estratégicos nas organizações, participando de grandes decisões empresariais e tendo responsabilidade em como atingir os objetivos propostos. Nas áreas tática e operacional, buscou-se o desenvolvimento, mas também houve a mudança na postura de imposição, passou-se, cada vez mais, a desempenhar um papel de apoio, tanto para a alta administração quanto para a gerência. Seu objetivo era atuar como staff, ou seja, assessorar outras áreas, na atração e na retenção de pessoas, que reunisse as qualificações necessárias a um ambiente de constante mudança. O foco de atuação da área, pelo menos no discurso, passa a ser a construção de modelos de gestão de pessoas mais flexíveis e orgânicos, em parceria com os gerentes de outras grandes áreas na organização (MARRAS, 2016, p. 41). Outro aspecto que precisa ser considerado é o fato das organizações estarem vivenciando uma experiência inédita, na era pós-moderna, que refletiu em áreas como Fique por Dentro Tempos modernos Quer saber como foi esse momento, citado no início do nosso material, para o trabalhador e como seu líder se comportava a sua frente? Assista ao filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin. Direção, roteiro, produção e músicas compostas por Charlie Chaplin, o filme tem 1h29min de duração e tem uma forma um tanto exagerada, mas consegue provocar uma reflexão, como funcionários e gestores se comportam, e como ambos se enxergavam. Sua data de lançamento foi a de 5 de fevereiro de 1936 (Nova Iorque), mas ainda hoje conseguimos identificar algumas similaridades com o que vivenciamos. Acesse o trailer disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=vukhkvgmYaw>. Fonte: Elaborado pelos autores. 8 economia, tecnologia, globalização e mercados dinâmicos, o que tem exigido dos dirigentes das organizações muita competitividade, criatividade e coragem para enfrentar as mudanças, numa velocidade jamais imaginadas anteriormente. Cabe enfatizar que, a globalização alterou o campo de trabalho no que diz respeito ao diferencial competitivo, apresentado pelas formas de trabalho do primeiro mundo, no que tange a tecnologia, maquinário e especialização, quando comparado ao nosso país pré-globalizado, atrelado ao índice de desemprego. Tais situações vêm obrigando as organizações a reverem os seus conceitos, bem como formas de pensar e atuar em todos os ângulos possíveis, para que a gestão de pessoas possa acontecer de forma satisfatória e contribuir para que a empresa passe por todas as intempéries do mundo pós-moderno. No atual contexto em que vivemos, para que a área de gestão de pessoas possa se manter indispensável e atuante, diante do cenário apresentado, é válido que a área seja flexível, que os profissionais de recursos humanos conheçam o mercado de atuação da empresa, estejam atentos às mudanças de mercado e estejam alinhados com toda a base estratégica da organização. O intuito é que a área, que faz a gestão de pessoas, consiga captar a real necessidade dessa empresa, para a sua manutenção no mercado, e a partir disso traçar ações de como a gestão de pessoas poderá complementar a busca da empresa, pelo seu posicionamento no mercado, ou seja, a área de pessoas não deve planejar qualquer tipo de ação, seja treinamento, desenvolvimento ou mudanças, sem que conheça a realidade da empresa diante do mercado, é preciso propor ações que venham ao encontro da base estratégica, para atingir os objetivos estabelecidos. Saiba mais Gestão de Pessoas Vale a pena conferir! O artigo PORQUE ODIAMOS O RH? da Revista HSM Management 55 março - abril, 2006, traz uma interessante leitura sobre o tema. A revista HSM Management apresenta um artigo intrigante e desafiador para aqueles que já atuam ou que pretendem atuar na área daGestão de Pessoas sobre como se auto analisar, por meio de uma lente crítica e inovadora sobre a área de pessoas. Disponível em: <http://www.cohros.com.br/uploads/tinymce/uploads/PDF/nzRkWZ- 1484057863.pdf>. Acesso em: 15 mai. 2019. Fonte: Elaborado pelos autores. 9 Com essa visão, percebemos que o gestor de recursos humanos e a área completa de gestão de pessoas não pode estar fechada em seu mundo, isolado de ações com os trabalhadores, mas deve agir atrelada a um olhar macro enquanto organização e em parceria com os dirigentes das demais áreas da organização. Caro(a) aluno(a), ao traçar a linha do tempo, conforme apresentado neste material, você consegue imaginar a complexidade que é hoje atuar na área de gestão de pessoas? Não basta mais conhecer e se especializar em relações trabalhistas e em temas diretamente ligados à área de gestão de pessoas, é essencial que também se insira nos assuntos relacionados aos negócios daquela empresa, interagindo com outras áreas, para que juntos consigam atuar e explorar o melhor que os trabalhadores de determinada empresa têm a oferecer, porque os tempos mudaram, mas o resultado organizacional continua em evidência, embora de uma forma mais inteligente, com a valorização do potencial humano na organização. Figura 2 - Gerindo pessoas Fonte: Everythingpossible / 123RF. Além de conhecer o negócio, com esse novo cenário, manter a área de gestão de pessoas atualizada requer saber conviver com comunidades exigentes, no que diz respeito à preservação ambiental e ecológica, ética e transparência. Há a necessidade de 10 investimentos em projetos sociais que levem desenvolvimento autossustentável nas comunidades onde as empresas operam, surgindo, assim, o conceito de empresas cidadãs. Em um momento de hipercompetitividade, a criatividade e a inovação são indispensáveis. Dentro desse cenário, surge o principal desafio para a área de gestão de pessoas: criar condições favoráveis para a manifestação da genialidade existente nos funcionários, ou seja, a verdadeira genialidade para a gestão de pessoas será preparar pessoas que tenham a capacidade de despertar a genialidade das outras, a fim de manter o ambiente organizacional inovador e competitivo. Em suma, a área de gestão de pessoas precisa ampliar a sua forma de atuação para além das paredes da empresa. É importante entender que a conectividade dos talentos internos com o mundo fora da organização, que envolve clientes, deve acontecer de forma que a gestão de pessoas possa contribuir para aumentar a fidelidade desses clientes. Ou seja, a área de gestão de pessoas contemporânea precisa ter um olho no que acontece dentro da organização e o outro no que se passa fora da empresa, o que muitas vezes pode determinar o desempenho e o grau de sucesso da organização. Esse é um dos maiores desafios contemporâneos. Sobreviverá quem estiver atento e conseguir decifrar e se adaptar a todas as dimensões necessárias que o mercado exigir. 1.1.1 Administração Estratégica para a Gestão de Pessoas É importante entender que a administração estratégica de pessoas tem como objetivo principal, por meio de suas intervenções, a otimização dos resultados organizacionais e da qualidade de vida das pessoas, ou trabalhadores, que participam das atividades. Inovação Como ser inovador na área de pessoas e o que devemos evitar se quisermos ser um gestor estratégico na área de pessoas? As questões ligadas à humanização dos trabalhos só aumentam, mas como lidar com estes conceitos, ditos atuais, sem deixar de lado o cumprimento da meta X, o lucro? Fonte: Elaborado pelo autor. 11 Assim, a gestão estratégica de pessoas é diferente da gestão tática-operacional de pessoas, e o motivo se dá porque, no organograma da empresa, a área se posiciona como função de staff, e não como função de linha. (MARRAS, 2016, p. 46) Figura 3 - Exemplo de posição orgânica da gestão estratégica de pessoas Fonte: Elaborado pelos autores. Conforme observado na Figura 1.3, a posição em que se encontra a consultoria em RH representa uma função de staff ou de aconselhamento, a base estratégica da organização. É possível perceber que a consultoria em RH está logo abaixo à diretoria presidente, no entanto, está fora da linha contínua dos demais diretores, o que significa que não está acima dos demais diretores, não é um departamento constituído por responsabilidades táticas-operacionais, mas tem a incumbência de acompanhar todas as áreas organizacionais e aconselhar, para direcionar as tomadas de decisões. Esse posicionamento evidencia o que representa a real função da administração de pessoas, que é assessorar e prestar subsídio cognitivo à base da empresa (CEO, presidente, diretores), em questões relacionadas à qualidade dos talentos, que compõem a organização, desenvolvimento individual e organizacional, políticas de manutenção para a gestão de pessoas, produtividade, qualidade total, entre outros. Esse modelo, embora não seja inovador, em pleno século XXI, ainda é um tabu para muitas organizações e também para profissionais da área de gestão de pessoas, que estão 12 acostumados com tarefas tático-operacionais e, simplesmente, a trabalhar com uma equipe técnica que executa serviços de relações trabalhistas, profissionais para treinamento e que não quer sair da sua zona de conforto e inovar. De acordo com Albuquerque (1988), há diferenças de atribuições em cada nível de atuação, veja no Quadro 1.2 a seguir: NÍVEIS SELEÇÃO AVALIAÇÃO COMPENSAÇÃO DESENVOLVIMENTO Estratégico ●Definição das características do pessoal da empresa, a longo prazo. ●Adequação dos sistemas interno e externo às previsões sobre o futuro da empresa. ●Aspectos a serem avaliados a longo prazo. ●Definição de meios para avaliar dimensões futuras. ●Identificação de talentos em potencial. ●Previsão de remuneração no futuro (no mundo). ●Vinculação desses diagnósticos de remuneração às estratégicas de longo prazo da empresa. ●Planejar meios para formar pessoal que conduzirá a empresa no futuro. ●Fixar métodos flexíveis, ajustáveis às mudanças de circunstâncias. ●Formular planos de carreira. Tático ●Validação dos critérios de seleção. ●Formulação de plano de recrutamento de pessoal no mercado. ●Busca de novos mercados para recrutamento do pessoal. ●Elaborar sistemas para adequar o atual potencial de pessoal com as futuras necessidades .●Centros de assessoria para treinamento. ●Formular planos individuais de compensação a médio prazo. ●Idealizar planos de benefícios complementare s. ●Organizar programas de formação gerencial. ●Executar atividades de D.O. ●Estimular o autodesenvolvimento profissional. Operacional ●Planejamento de necessidades de pessoal. ●Aplicação de planos de recrutamento. ●Sistemas de avaliação anual. ●Sistemas de controle diário. ●Administração de salários e saldos. ●Administração de planos de benefícios. ●Executar os planos de desenvolvimento de habilidades. ●Promover treinamento no próprio trabalho. Quadro 2 - Diferenças entre gestões Fonte: Albuquerque (1988, p. 256). Marras (2016, p. 259) considera que é válido compreender que a administração estratégica de pessoas deve, além de se relacionar ao planejamento estratégico organizacional, introduzir, em suas políticas, mudanças de paradigmas que interfiram positivamente: 13 1. No rumo dos resultados organizacionais, contribuindo para maiores índices de qualidade e produtividade no trabalho, por meio do desempenho humano; 2. No perfil cultural da organização, de forma a permitir ambientes participativos e comprometidos entre os funcionários e empresa, por meio de alinhamento de objetivos (MARRAS, 2016, p. 259). Para tornarisso possível, é necessário que a gestão de pessoas crie e propague, em toda a estrutura organizacional, diretrizes estratégicas que permitam tornar realidade o planejamento organizacional como um todo. Isso refletirá em todas as atividades da gestão de pessoas, como: ● Certa para o lugar certo, agora deve-se buscar colocar ‘a pessoa certa para a empresa certa’, ou seja, existe amplitude do processo seletivo, que antes era voltado apenas para o cargo, agora se estende para a organização como um todo. ● Desenvolver espelhos: formar multiplicadores dentro da organização, que poderão refletir para os demais os valores e crenças organizacionais, que são os chamados talentos organizacionais. ● Remuneração estratégica: trata-se de um modelo de remuneração que beneficia, na medida exata, cada funcionário pela sua contribuição para o sucesso do negócio. ● Plataforma motivacional: criar condições para a motivação dos indivíduos. ● Processo seletivo: em vez de simplesmente buscar a pessoa na organização. Para isso é importante pensar em: como estimular os funcionários a atingirem seus objetivos pessoais e profissionais; não desmotivar o time com ambientes, condições ou políticas inadequadas; e dar condições para que os funcionários atinjam um nível médio de qualidade de vida. ● Cultura organizacional: fortalecer e promover a cultura da empresa, pois é por meio dela que a empresa fixa a marca do seu perfil no mercado e também orienta o comportamento dos funcionários da organização. ● Desenvolvimento organizacional: planejar e acompanhar o crescimento organizacional do indivíduo ao longo do tempo, garantindo o atingimento dos objetivos traçados na organização. ● Gerenciar mudanças: no contexto atual, mudanças são constantes no âmbito organizacional. Entretanto, é necessário preparar a equipe para as mudanças, de forma que aconteça de forma organizada e produza bons resultados. Logo, aplicar técnicas de mudanças pode fazer a diferença de forma positiva para a empresa. Para tornar possível uma administração estratégica de pessoas, é necessário um trabalho árduo e contínuo, para criar, difundir e manter por toda a estrutura organizacional 14 diretrizes estratégicas que permitam tornar realidade uma gestão estratégica focada em pessoas e em resultados competitivos. 1.1.2 Desenvolvimento de lideranças A estratégia é construir uma empresa de líderes, sim! É possível construir uma empresa em que a gestão de pessoas assuma uma posição relevante na administração das empresas, na chamada era do conhecimento. O conhecimento que não é estático, que está em constante transformação e cada vez mais acessível, redesenha as bases da gestão de pessoas como sendo fonte privilegiada de poder, em que as pessoas podem influenciar, participar de decisões, questionar, liderar e inovar. A empresa do conhecimento é formada por funcionários líderes, ou seja, uma empresa com talentos-líderes em todos os níveis, por isso defendem que todos podem ser desenvolvidos como líderes, visto que a era do conhecimento é formada pela linha de raciocínio de que o conhecimento é fonte privilegiada de poder e é esse poder que dará aval às pessoas para liderarem. Partindo do princípio de que o conhecimento está disponível e é renovável, logo, cabe às pessoas terem a iniciativa de apropriar-se dele, empoderarem-se e assumirem-se como líderes. Partindo desse pensamento, a empresa passará a considerar sua estrutura como uma rede de líderes. Marras (2016, p. 138) considera que a empresa precisa criar um ambiente propício para esse empoderamento de líderes, como: ● Visão, valores e estratégias compartilhados por todos. ● Ética e profissionalismo em alto grau. ● Ambiente de aprendizagem, criatividade e inovação. ● Sistema eficaz de comunicação. ● Trabalho de equipe. ● Estruturas flexíveis e mobilidade para trabalhar. ● Valorização da diversidade. ● Prática corriqueira do autêntico diálogo. ● Justiça, sinceridade e humor. ● Políticas competitivas de compensação. ● Estratégias ousadas de desenvolvimento de pessoas. ● Líderes transformadores. 15 De acordo com Marras (2016, p. 139), as características mencionadas podem ser desdobradas em muitas outras. A ideia aqui é evidenciar que talentos não se produzem em cativeiro, ou seja, a empresa e os líderes devem considerar as pessoas na perspectiva da era do conhecimento. Isto quer dizer que, com mais conhecimento, os empregados vislumbram a possibilidade de ampliar continuamente suas competências, buscam desafios, querem compartilhar ideias e estratégias, a fim de buscarem dar mais sentido ao trabalho que executam. Você sabia que pessoas talentosas gostam de estruturas flexíveis? Sim, e o motivo é a flexibilidade que estas estruturas oferecem, permitindo espaço para coisas novas, trabalho em equipe. Essas pessoas sabem que precisam do conhecimento dos outros para valorizarem o próprio e gerarem novos conhecimentos. Ou seja, líderes de verdade sabem que o fato de estarem como líderes, em determinado momento, não lhes põe em uma posição soberba, de saber tudo, ou serem os donos da verdade, pelo contrário, percebem o quanto necessitam das pessoas à sua volta para que a liderança possa acontecer. Esse pensar também evidencia que os líderes, de fato, devem ser educadores, que conseguem transformar pessoas lideradas em novos líderes. Logo, o gestor que quer assumir a postura como líder deve: 1. Primeiro: reconhecer-se como líder, o que o faz buscar auxílio para identificar suas competências e deficiências, medir sua força de influência e quanto de seus conhecimentos é valorizado na empresa. 2. Segundo: Visualizar seus “subordinados” como líderes com potencial a desenvolver, vendo neles pessoas que são verdadeiras minas de competências, com poderes para serem desenvolvidos. 3. Terceiro: Buscar fortalecer-se no poder de suas equipes e lembrar que equipe unida será sempre mais forte, e que todos são essenciais para um resultado de sucesso. 4. Quarto: Ser transformador por excelência, influenciando o ambiente, as estratégias, a cultura organizacional e, acima de tudo, serem educadores por saberem potencializar a capacidade de cada pessoa de sua equipe (MARRAS, 2016, p. 61). Segundo Peter Drucker (1999), líder é aquele que tem seguidores. Sendo assim, o líder deve investigar: Tenho seguidores? Por que me seguem? É sabido que o conhecimento é fonte de poder, já ouviu a frase: “quem tem conhecimento tem poder”? É disso que estamos falando. O conhecimento é fonte de poder. Os seguidores aprendem com o líder, que os transformam em líderes também. 16 Já ouviu alguém dizer que é um líder nato? Na verdade, seria possível dizer que há uma "química" no ato de liderar. Isso significa que a figura do próprio líder, sua personalidade, associada à motivação para liderar e a oportunidade de exercício da liderança, o autoconhecimento e o autocontrole são importantes para saber liderar. Ou seja, algumas pessoas podem ter certa facilidade para liderar, no entanto, qualquer pessoa que queira desenvolver esta competência poderá fazê-lo, por meio do autoconhecimento e do autocontrole. Sendo assim, o que um gestor pode fazer para ser líder de pessoas? Veja algumas dicas valiosas sobre o desenvolvimento do líder: 1. Busque apoio para desenvolver mecanismos de autoconhecimento e autocontrole. 2. Desenvolva a autoestima. 3. Crie o hábito de conversar com os liderados sobre o desenvolvimento pessoal e profissional deles e abra espaço em suas agendas para isso com o mesmo grau de importância dado aos demais assuntos organizacionais. 4. Avalie sua empatia com sua equipe para que seja equilibrada, nem demais nem de menos. 5. Aprimore sempre as competências de relacionamento interpessoal, considerando as diferenças entre as pessoas. Peça para ser avaliado por meio de conversa franca. 6.Seja comunicador em todas as circunstâncias, compartilhe informações e conhecimento com a equipe. 7. Crie oportunidades para que todos possam exercer a liderança, aplicando conhecimentos. 8. Potencialize seus liderados, incentivando-os e ajudando-os a ampliar suas competências. 9. Dê feedback constante, reconheça e valorize os trabalhos bem feitos. 10. Desafie as pessoas a reconceituar seus papéis, reorientar suas responsabilidades e a inovar na forma de realizar suas tarefas. 11. Mantenha o foco no negócio da empresa, mobilize a equipe para obter resultados concretos por meio de indicadores de performance. 12. Vincule os projetos e trabalhos da equipe às estratégias da empresa, para que o processo de planejamento estratégico seja participativo (DRUCKER, 1999). Portanto, podemos perceber que liderança, de fato, deve levar em consideração a gestão de pessoas, e a empresa deve incorporar conceitos de liderança transformadora/educadora entre seus valores. Práticas e políticas devem derivar de princípios arraigados à cultura organizacional. A alta direção organizacional precisa estar 17 comprometida com isso, e, mais ainda, patrocinar, promover essa liderança transformadora, baseada em conhecimento e não apenas em poder, sem esquecer que essa liderança precisa ser estratégica, ou seja, estar alinhada, direcionada aos objetivos executivos organizacionais, o que significa que todos devem caminhar e se apoiar na mesma direção. 1.1.3 Gestão por Competências para Gerir Pessoas Estamos ainda no início de um novo século e vivemos ou convivemos com situações que é comum a humanidade, estamos falando sobre as transformações que estamos presenciando, a grande diferença das transformações do século passado é que a velocidade dessas está “N” vezes maior do que as que ocorriam em meados do século passado. Esse cenário faz crescer a importância de se ter um nível de flexibilidade nas operações e nas pessoas que fazem parte dos processos, isso pode possibilitar à empresa um nível maior de competitividade, diminuindo os riscos e as ameaças ao negócio. Como resultado de todo esse processo de mudanças, as empresas passaram a adotar modelos mais sofisticados de estruturas organizacionais, por meio de modificações nos processos de trabalho, trazendo, dessa forma, um forte impacto nas relações funcionais da organização. Ou seja, mesmo que uma empresa disponha de recursos financeiros e tecnológicos para operar nesse ambiente de grandes transformações, é essencial que as pessoas que ali estão possuam um diferencial competitivo. Nessa perspectiva, surge o termo “capital humano”. O conceito de capital humano, segundo Friedman et al. (2000, apud PICARELLI, 2002, p. 217), passa pela percepção de que as pessoas não são ativos perecíveis que devem ser consumidos, mas ativos valiosos, que devem ser desenvolvidos e que viabilizam os negócios de uma organização. Pessoas são ativos que não podem ser contabilizados, no entanto podem adicionar valor e assegurar a sobrevivência da organização. Dessa forma, o alinhamento da estratégia da organização com a estratégia do capital humano é fundamental para alcançar os objetivos organizacionais. Para esclarecer melhor o conceito de capital humano, em relação ao conceito de recursos humanos e a diferença no dia a dia organizacional, é importante entender que, como considera Chiavenato (2008), recursos humanos tem haver com o atendimento das 18 necessidades de áreas ou processos nas operações da empresa, devendo ainda se preocupar com o quesito retenção de talentos. Nessa direção, se a organização perder um funcionário, ela buscará um novo candidato, e o treinará para ocupar a função, e esse candidato será treinado e desenvolvido para o novo cargo. É constantemente citado que deve haver nas ações da administração um equilíbrio, um alinhamento da gestão de pessoas com as diretrizes e estratégias da empresa. É essencial que as pessoas que participam, ou que vierem a participar das atividades, tenham seus perfis alinhados a essa filosofia de trabalho da empresa. Todo programa de capacitação segue essa mesma diretriz, sempre de acordo com a estratégia da empresa. Aqui cabe o exemplo das empresas que desenvolvem softwares, não é raro acontecer, quando um programador deixa a empresa, que esta empresa passe a ter problemas para dar sequência ao trabalho, ou até mesmo acaba por perder o cliente, que segue o programador que tinha a habilidade para resolver as questões do cliente. Chiavenato (2008) identifica nesse exemplo o capital intelectual da empresa. Figura 4 - Agenda do capital humano Fonte: Adaptado de Friedman et al. (2000, p. 32, apud PICARELLI, 2002, p. 217). 19 Conforme observado na Figura 1.4, a agenda de capital humano tem como finalidade transformar a empresa numa organização de alto desempenho, por intermédio da identificação e do desenvolvimento de competências necessárias, para atender aos objetivos organizacionais. A dinâmica de identificação e disseminação de competências entre os profissionais da empresa, a partir das necessidades da organização, poderá contribuir para a retenção de talentos. As competências profissionais constituem um dos principais pilares de uma organização de sucesso, logo, gerir o capital humano por meio de suas competências é uma estratégia inteligente. Nesse sentido, para Picarelli (2002, p. 218). [...] a gestão por competências é uma forma avançada para a gestão de pessoas, pois sua base está nos conhecimentos requeridos pela organização para que seus objetivos de negócios sejam alcançados e na maneira como esses conhecimentos são disseminados entre os profissionais da organização. A gestão por competências preocupa-se com o desdobramento das estratégias em conhecimentos, habilidades e comportamentos requeridos para todos os profissionais. Dessa forma, poderá contribuir para o alcance dos objetivos da organização. Isto se dá visto que busca-se a integração dos diferentes tipos de competências no desenho dos perfis dos profissionais e definem- se novos padrões requeridos para recrutamento, seleção, avaliação, desenvolvimento e reconhecimento dos profissionais de determinada organização. Com esse olhar, quais são os principais objetivos, ao aplicar a gestão de competências, no contexto organizacional? Vamos elencar os principais, de acordo com Picarelli (2002, 218-219): ● Entender, organizar e disseminar os conhecimentos ligados ao negócio e à estratégia organizacional, com o intuito de construir uma organização de alta performance. ● Garantir que a disseminação dos conhecimentos em meio ao quadro de funcionários promova a evolução profissional dos funcionários, o que contribuirá para a flexibilidade, agilidade, inovação e velocidade, de forma que a organização seja mais competitiva no mercado onde está inserida. ● Monitorar a efetividade da disseminação do conhecimento para que a organização alcance o objetivo organizacional alinhado ao capital humano. ● Ser um instrumento de comunicação das mensagens-chave de atitudes, conhecimentos e habilidades esperadas em relação a cada funcionário. 20 ● Formar uma base de dados confiável de cada empregado (resultados das avaliações), tornando-a disponível para a organização. ● Servir como valiosa fonte de informação para as necessidades de treinamento e de desenvolvimento; plano de sucessão; movimentação de carreira; seleção interna e externa e remuneração. ● Comprometer o líder na gestão efetiva e no desenvolvimento de sua equipe. ● Transparência e comunicação em relação aos critérios para desenvolvimento profissional. ● Incentivo a uma maior integração entre as diversas áreas e setores - “quebra dos feudos”. Continuando, Picarelli (2002, p. 219) considera que é importante saber que: Competência é o conjunto de características percebidasnas pessoas que envolvem conhecimentos, habilidades e atitudes que levam a um desempenho superior. Envolve comportamentos observáveis e mensuráveis relacionadas ao trabalho. Seus componentes são: Conhecimentos: é o “saber” adquirido, o conhecimento técnico, os conceitos e as teorias. Atitudes: comportamento do funcionário, a forma como ele age com pares, superiores e subordinados. As atitudes estão ligadas à sua personalidade. Habilidades: é o “saber fazer”, ou seja, é o saber colocado em prática. Observe o esquema a seguir, que mostra os tipos de competências normalmente presentes nas organizações. Suas combinações dependem da organização, ou seja, do objetivo organizacional e suas estratégias para atingi-lo. 21 Figura 5 - Tipos de competências presentes nas organizações Fonte: Picarelli (2002, p. 220). Conforme pode ser observado na Figura 1.5, as competências presentes na organização influenciam a forma como a gestão acontece. Logo, a gestão por competências integra todos os sistemas da área de recursos humanos, constituindo uma ferramenta de administração de pessoas que converge para todas as demais ações na área de gestão de pessoas. 22 Indicação de Leitura Livro: Gerenciamento com Pessoas: Transformando o Executivo em um Excelente Gestor de Pessoas – 5ª Edição Autor: Idalberto Chiavenato Editora: Manole Ano: 2014 ISBN: 978-85-204-3987-6 Sinopse: Cada vez mais, os executivos têm abandonado suas tradicionais funções administrativas para adotarem uma postura de liderança renovadora e mais participativa. Antes, eles se fechavam a sete chaves em suas salas e ficavam distantes das equipes, mantendo o binômio “gerente versus subordinado”; hoje, porém, esse cenário vem se alterando à medida que os gerentes se transformam em líderes impulsionadores e gestores de pessoas, estabelecendo um novo binômio: “liderança versus colaboração”. Dividido em 12 capítulos, que versam sobre gestão, cultura corporativa e trabalho em equipe, o livro pretende ser um guia para o executivo aprender a lidar com sua equipe de trabalho. Atuando juntos, líderes e colaboradores podem proporcionar mais dinamismo e competitividade aos negócios, tendo como resultado o sucesso empresarial. 23 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, L. G. O papel estratégico de recursos humanos. São Paulo: USP, 1988. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O capital Humano das Organizações. 8. ed. São Paulo: Atla, 2008. DRUCKER, P. F. Desafios Gerenciais para o Século XXI. São Paulo: Thomson Pioneira. 1999. FRANÇA, A. C. L. Práticas de Recursos Humanos: conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo: Atlas, 2007. MARRAS, J. P. Administração de Recursos Humanos: Do operacional ao estratégico. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. PICARELLI, V. Gestão por competências. In: BOOG, G. G.; BOOG, M. (orgs). Manual de Gestão de Pessoas e Equipes. Estratégias e Tendências. vol. 1. 5. ed. São Paulo: Gente, 2002.
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