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Indaial – 2021 Gestão de Projetos Portuários Prof.ª Liliane de Souza Vieira da Silva 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof.ª Liliane de Souza Vieira da Silva Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: S586g Silva, Liliane de Souza Vieira da Gestão de projetos portuários. / Liliane de Souza Vieira da Silva. – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 180 p.; il. ISBN 978-65-5663-362-6 ISBN Digital 978-65-5663-363-3 1. Gestão de projetos. – Brasil. 2. Setor portuário. – Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 387.1 APresentAção Muitos produtos que você possui em casa são fabricados ou montados em outros países, não é raro encontrar nesses produtos a descrição Made in China, mas você já parou para pensar como esses produtos chegam até você? É por meio do transporte marítimo que grande parte dos produtos entram e saem de um país. No Brasil, esse número gira em torno de 90%, portanto, é no porto que embarcam e desembarcam a todo instante mercadorias comercializadas em todo mundo. O setor portuário compreende um conjunto de terminais, empreiteiras, empresas marítimas, operadores logísticos, que trabalham visando o desempenho global da cadeia. Esse ambiente é demasiadamente complexo, sabemos que quanto mais complexas as atividades e operações de um empreendimento, mais eficiente deve ser sua gestão. Em se tratando dos portos, a ênfase é muito maior, pois sua eficiência está totalmente relacionada à eficiência econômica do país. O Brasil possui uma extensão privilegiada de costas navegáveis: 8,5 mil quilômetros de extensão, o que torna o país o 16º maior litoral nacional do mundo. Apesar disso, o país enfrenta grandes problemas devido à falta de investimento e inovação. O gerenciamento de projetos constituí a forma pela qual o segmento portuário pode desenvolver e alcançar uma gestão eficaz, e é sobre esse tema tão oportuno que esse livro se propõe abordar. Vamos debruçar sobre o mundo da gestão de projetos e suas ferramentas, metodologias de planejamento e ação. Este livro foi desenvolvido com intuído de possibilitar o desdobramento de conhecimentos sobre a gestão de projetos tendo em vista o contexto portuário, e está estruturado da seguinte forma: Na primeira unidade, serão apresentados conteúdos sobre planejamento, definições, fases do planejamento, níveis, metodologias e ferramentas que auxiliam a empresa no alcance de seus objetivos. Também apresentaremos as projeções de demanda de serviços portuários. Na segunda unidade, serão apresentadas as etapas de elaboração de projetos portuários, tendo em vista as seguintes etapas: Escopo. Cronograma. Custos. Qualidade. Recursos. Comunicação. Riscos, Aquisições e Stakeholders. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA A terceira unidade traz uma contextualização sobre o que é gestão de projetos, seus principais conceitos e como a gestão de projetos pode ser aplicada no setor portuário. Ainda nessa unidade você aprenderá sobre os conceitos, definições e aplicabilidades dos indicadores de monitoramento e controle de projetos. Espero que o conteúdo abordado neste livro contribua com o seu crescimento intelectual e profissional, que desperte em você curiosidades sobre a gestão de projetos, tema tão oportuno hodiernamente. Bons Estudos! Professora Liliane de Souza Vieira da Silva. Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS ......... 1 TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS ..... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 PLANEJAMENTO: DESAFIOS, INCERTAS E AMBIGUIDADES ........................................... 4 3 ABORDAGENS DO PLANEJAMENTO ......................................................................................... 6 4 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO ....................................................................................................... 11 5 FERRAMENTAS E METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO ................................................. 15 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 23 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 24 TÓPICO 2 — DEMANDA PORTUARIA ......................................................................................... 27 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 27 2 PANORAMA BRASIL ...................................................................................................................... 27 3 DEMANDA PORTUÁRIA .............................................................................................................. 28 4 TÉCNICAS DE PROJEÇÃO DE DEMANDA DE SERVIÇOS PORTUÁRIOS ..................... 32 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 35 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 36 TÓPICO 3 — CAPACIDADE INSTALADA DOS PORTOS ....................................................... 37 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37 2 CAPACIDADE INSTALADA DOS PORTOS .............................................................................. 37 3 PROCESSOS PORTUÁRIOS .......................................................................................................... 424 PARÂMETROS DE MEDIÇÃO DA CAPACIDADE .................................................................. 44 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 46 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 48 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 49 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 50 UNIDADE 2 — ELABORAÇÃO DE PROJETOS PORTUÁRIOS ............................................... 55 TÓPICO 1 — ELABORAÇÃO DE PROJETOS ............................................................................... 57 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 57 2 PROJETO ............................................................................................................................................ 57 3 PLANO DE INTEGRAÇÃO............................................................................................................. 70 4 PLANO DE CUSTO ........................................................................................................................... 71 5 PLANO DE ESCOPO ........................................................................................................................ 73 6 CRONOGRAMA ............................................................................................................................... 75 7 PLANO DE QUALIDADE ............................................................................................................... 76 8 RECURSOS HUMANOS.................................................................................................................. 78 9 PLANO DE COMUNICAÇÃO ........................................................................................................ 80 10 PLANO DE AQUISIÇÃO ............................................................................................................... 87 11 STAKEHOLDERS ............................................................................................................................ 88 12 PLANO DE RISCO .......................................................................................................................... 91 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 95 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 97 TÓPICO 2 — VIABILIDADE DE PROJETOS ................................................................................ 99 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 99 2 ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICA DE PROJETOS ................................................ 99 3 MÉTODOS DE ANÁLISE DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA .................. 100 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 104 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 110 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 111 TÓPICO 3 — PROCESSOS PORTUÁRIOS E O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS .......... 113 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 113 2 O USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NOS PORTOS .................................................................................................................................. 113 3 B2B ...................................................................................................................................................... 119 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 121 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 122 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 125 UNIDADE 3 — GESTÃO DE PROJETOS PORTUÁRIOS......................................................... 131 TÓPICO 1 — GESTÃO DE PROJETOS PORTUARIOS............................................................. 133 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 133 2 GESTÃO DE PROJETOS ............................................................................................................... 133 3 BASELINE DE PROJETOS ............................................................................................................ 141 3.1 TEMPO ......................................................................................................................................... 142 3.2 CUSTO ......................................................................................................................................... 142 3.3 ESCOPO ....................................................................................................................................... 143 3.4 QUALIDADE .............................................................................................................................. 144 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 145 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 151 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 152 TÓPICO 2 — INDICADORES DE MONITORAMENTO E CONTROLE DE PROJETOS ........................................................................................................... 155 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 155 2 INDICADORES DE DESEMPENHO ......................................................................................... 155 3 ANÁLISE DE VALOR AGREGADO ........................................................................................... 156 3.1 PLANNED VALUE - PV ............................................................................................................ 159 3.2 ACTUAL COST (AC) ................................................................................................................. 160 3.3 EARNED VALUE (EV) ............................................................................................................... 160 3.4 COST VARIANCE – CV ............................................................................................................. 160 3.5 SCHEDULE VARIANCE (SV) ................................................................................................... 164 3.6 SCHEDULE PERFORMANCE INDICATOR – SPI ................................................................ 164 3.7 COST PERFOMANCE INDEX .................................................................................................. 164 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 165 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................166 TÓPICO 3 — GESTÃO DE PORTIFOLIO..................................................................................... 169 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 169 2 PORTFÓLIO DE PROJETOS ......................................................................................................... 170 3 GESTÃO DE PORTFOLIO DE PROJETOS................................................................................ 171 4 METODOLOGIA PARA GESTÃO DE PORTFOLIO .............................................................. 173 4.1 MODELO AHP ........................................................................................................................... 173 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 176 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 177 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 178 1 UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender o que é planejamento; • reconhecer a importância do planejamento na gestão de projetos; • conhecer as principais metodologias de planejamento; • aplicar metodologias de planejamento para cada proposito organizacional; • elaborar planos de ação; • conhecer as projeções de demandas portuárias; • aprender sobre capacidade instalada dos portos. Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS TÓPICO 2 – DEMANDA PORTUÁRIA TÓPICO 3 – CAPACIDADE INSTALADA DE PORTOS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 1 INTRODUÇÃO O planejamento é uma temática muito discutida no meio acadêmico e empresarial, posto que o ato de planejar é vital em nossas vidas e isso replica-se às organizações. O planejamento tem sido uma das ferramentas mais utilizadas nas organizações empresariais em todo o mundo, sobretudo nas regiões mais desenvolvidas. Neste tópico vamos discutir alguns conceitos sobre planejamento, bem como conhecer algumas das metodologias e ferramentas utilizadas no planejamento organizacional, iniciando essa discussão sobre a percepção e atitudes com relação ao planejamento. Você deve concordar que cada profissional tem pensamentos, atitudes e comportamentos próprios quanto a sua responsabilidade em relação à visão de futuro e planeamento organizacional. Segundo Da Costa (2007), há profissionais que simplesmente não aceitam nenhum planejamento de longo prazo. Para eles, a situação do país as economias nacionais e a mundial mudam com tanta velocidade e de forma tão imprevisível que qualquer planejamento para organização acaba ficando desatualizado e mesmo obsoleto no dia seguinte, ou até no mesmo dia; portanto, eles vão improvisando, sem se preocupar muito com o dia de amanhã. Há ainda aqueles que até planejam, estipulam metas, contudo não externalizam, não compartilham com os demais executivos, sócios e colaboradores da empresa, preferem não levar para as reuniões, evitando serem mal interpretados pelos companheiros ou superiores, o que poderia causar atrito e conflitos. Também há aqueles que planejam, elaboram orçamentos, demonstrando que a organização pode crescer, penetrar em novos mercados, aumentar sua rentabilidade etc. Todavia, não são capazes de estabelecer uma conexão entre esses números e o futuro no médio ou longo prazo. Há até aqueles que são capazes de explanar, com riqueza de detalhes, as suas próprias ideias sobre como a organização deveria expandir as suas instalações físicas, as máquinas, os equipamentos, os produtos ou os serviços, porém não são capazes de explicar como os investimentos necessários para isso estariam ligados a resultados futuros, à sobrevivência ou, ainda ao crescimento da organização. Como você pode perceber, a forma como encaramos o futuro revela nossa mentalidade, nossa visão de mundo e também nossa responsabilidade para com ele. UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 4 2 PLANEJAMENTO: DESAFIOS, INCERTAS E AMBIGUIDADES As organizações como sistemas vivos competem em um ambiente cada vez mais hostil, e vem aderindo técnicas militares de combate e guerra, como por exemplo, o VUCA, sigla apresentada pelo exército americano frente ao ambiente extremamente agressivo e desafiador da década de 1990. A sigla é uma resposta ao “novo normal”, composto pelas palavras: Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity. O acrônimo VUCA propõe descrever o ambiente e os cenários de um mundo globalizado com forte presença tecnológica, em que a gestão moderna está inserida (BENNETT; LEMOINE, 2014). Em português, a sigla é traduzida pelas palavras Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade. O estudo que melhor exemplifica o conceito VUCA foi apresentado pelos professores Nathan Bennett e G. James Lemoine. No artigo intitulado “What VUCA Really Means for You”, os autores exemplificam. a) Volatilidade: a volatilidade está relacionada a situações instáveis ou imprevisíveis. A Agilidade é a chave para lidar com esse fenômeno, e recursos deveriam ser agressivamente direcionados para a construção da flexibilidade que será necessária para lidar com mudanças ambientais cuja magnitude, direção e duração são desconhecidas. b) Incerteza: a incerteza é o termo usado para discriminar uma situação para a qual há falta de informação. Incerteza não é volatilidade. Informação é crítica para lidar com incerteza. Através da obtenção de informações, oriundas das mais diversas fontes possíveis, é possível entender diversas perspectivas de um problema, e assim identificar o modo apropriado de lidar com ele. c) Complexidade: uma situação complexa é caracterizada por uma grande quantidade de partes interconectadas, formando uma rede de informações e procedimentos. Nestes tipos de situação, faz-se necessário coletar, digerir e compreender a relevância das informações, à luz do todo ao qual estão circunscritas. Reestruturação da situação interna da organização, para se alinhar com o cenário externo, é o modo mais eficiente de lidar com esse tipo de problema. d) Ambiguidade: situações ambíguas são aquelas em que há dúvidas sobre a natureza causal das relações observadas. Frequentemente, estão relacionadas a produtos, mercados, inovações e oportunidades completamente novas. Essa novidade é desafiadora, pois existe pouco ou nenhum precedente histórico de onde tirar inferências sobre os possíveis desdobramentos de ações planejadas. A experimentação é o instrumento necessário para reduzir a ambiguidade (BENNETT; LEMOINE, 2014, p. 5-6). Para entender melhor o conceito VUCA, observar a figura a seguir: TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 5 FIGURA 1 – VUCA FONTE: <http://www.evolutengenharia.com.br/ckfinder/userfiles/files/image.jpeg>. Acesso em: 5 fev. 2021. Na figura exposta, apresenta-se duas setas: a seta na vertical representa quão bem uma organização consegue prever os resultados de suas ações, enquanto a seta na horizontal representa quanto se sabe sobre determinada situação, assim, de acordo com o espaço competitivo que a empresa decidiu atuar, o planejamento exigirá características específicas para tal cenário. Nesse sentido Bennett e Lemoine (2014) argumentam que: 1. Se a dinâmica for de grandeComplexidade (muitas partes e variáveis interconectadas de forma, na prática, imprevisível), o plano terá que incluir a construção de recursos para lidar com a complexidade, como contratação de especialistas e reestruturação de processos de coleta e processamento de informações. 2. Se a dinâmica for de grande Volatilidade (o desafio é inesperado ou instável, mas não necessariamente difícil de entender), o plano terá que gerenciar cuidadosamente risco e custo. Por exemplo, a estratégia de busca do estoque ideal em um operador logístico vai ter que balancear risco de ruptura e risco de endividamento excessivo. As premissas para tomada de decisão dessa questão têm que fazer parte do plano. 3. Se a dinâmica for de grande Ambiguidade (as relações causais no ambiente são totalmente obscuras e muitas coisas nem sabemos que não sabemos), o plano terá que incluir testagem e prototipagem. Ou o risco de fracasso será exagerado. 4. Se a dinâmica for de grande Incerteza (sabemos como os eventos se comportam, mas nem sempre temos a informação necessária para tomada de decisão), o plano terá que definir formas de coletar, organizar e processar informação no tempo adequado para a tomada de decisão tática-operacional. UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 6 Dado esse panorama, os gestores percebem que as organizações só serão capazes de se manter sustentáveis se forem capazes de se adaptar e responder às mudanças, já que as fronteiras entre os diversos mercados, que antes eram claramente identificadas, agora se tornam cada vez mais permeáveis (BETOF; OWENS; TODD, 2014). Tendo em vista a volatilidade, incertezas, complexidades e ambiguidades do atual cenário, qual seria o papel do planejamento? Antes de responder essa pergunta, vamos refletir sobre o que é planejamento. A literatura apresenta muitas definições sobre o que é planejamento. Pelo senso comum observamos uma confusão quanto ao conceito do tema, pois é comum que as pessoas confundam planejamento com meta ou com estratégia. Vejamos, então, o que é planejamento segundo os especialistas da área. Uma definição simples e objetiva é trazida por Sawyer (1983). Segundo o autor, planejamento é a ação traçada antecipadamente. O planejamento não visa prever o futuro, mas busca alternativas nas diversas situações possíveis; delimita ações como um teste de hipóteses, ou seja, verifica as várias possibilidades do ambiente e baseado nessas possibilidades traça-se então um plano. O planejamento envolve a escolha de um curso de ação para que os objetivos organizacionais sejam alcançados, compreende à delimitação de quando e como a ação deve ser realizada. Para Chiavenato e Sapiro (2009, p. 30), “o planejamento estratégico busca maximizar os resultados e minimizar as deficiências, utilizando princípios de maior eficiência, eficácia e efetividade”. Há autores como Ackoff (1970) e Weick (1979) que vão adiante e consideram que planejar é um ato que visa não somente uma ação antecipada diante de possíveis imprevistos, mas também um ato de controle sobre o futuro. Sendo, portanto, um processo, permanente, vivo, dinâmico, capaz de não somente incorporar as mudanças do ambiente, mas também controlá-lo. Planejamento é o processo através do qual a empresa se mobiliza para atingir o sucesso e construir o seu futuro. Por meio de um comportamento proativo, esse deve ser formalizado e de longo alcance empregado para se definir e atingir os objetivos organizacionais. 3 ABORDAGENS DO PLANEJAMENTO Mintzberg (2004), em seu livro Ascensão e queda do planejamento estratégico, expõe cinco abordagens de como o planejamento tem sido elucidado a partir de obras de diferentes autores, observe no quadro a seguir. TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 7 QUADRO 1 – ABORDAGENS DO PLANEJAMENTO Abordagem Definição Autores 1. Planejamento como pensamento sobre o futuro Denota pensar sobre o futuro como uma ação traçada antecipadamente. Significa olhar à frente. Entretanto, a partir dessa definição, quase todo o trabalho de qualquer modo dever ser planejado pelo menos informalmente e alguns minutos antes, uma vez que se pensarmos mandar um e-mail ao gerente ao final do dia ou fazer uma pesquisa de mercado para desenvolver um novo produto configurará uma ação planejada Bolan, 1974 Sawyer, 1983 Newman, 1951 Fayol, 1916 Dror, 1971 2. Planejamento como controlar o futuro Agora, não apenas pensar sobre o futuro, mas sim atuar sobre ele. Assim, nesta abordagem o objetivo do planejamento é criar mudanças controladas no ambiente de modo a substituir o mercado na medida em que controla o que é vendido e fornecido Weick, 1979 Ackoff, 1970 Forrester, 1969 Galbraith, 1967 Wildavsky, 1973 3. Planejamento como tomada de Decisão Planejamento é uma escolha de alternativas, ou seja, decidir conscientemente em medidas de forma a cumprir objetivos. Incluem-se nesta abordagem identificação de alternativas, analisar cada uma e, em seguida, selecionar as melhores ou prioridades. Logo, é um processo de tomada de decisão orientado para o futuro. Goetz, 1949 Steiner, 1979 Koontz, 1958 Snyder, 1980 Drucker, 1959 Mintzberg,1979 4. Planejamento como tomada de decisão integrada O planejamento é uma estrutura de decisões integradas que combina atividades contínuas em um todo significativo, e ainda, envolve organização, compromisso, posicionamento e complexidades devidos as inter-relações de decisões dos atores envolvidos. Schwendiman, 1973 Gunsteren, 1976 Ackoff, 1970 5. Planejamento como procedimento formal, articulado e integrado à decisão Dar-se ênfase na formalização, sistematização e racionalidade. O planejamento é visto como um procedimento formal para produzir resultados articulado na forma de um sistema integrado de tomada de decisões. Além disso, o produto gerado do planejamento é o plano. Lembra ainda que planejamento vem do latim planum, que quer dizer superfície plana referindo-se aos mapas e planos. Bryson, 1988 Denning, 1973 Steiner, 1969 Zan, 1987 FONTE: Adaptado de Mintzberg (2004) UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 8 Muito do que será aprendido neste tópico advém da vasta experiência de especialistas que após anos de consultorias empresariais decidiram reunir o conhecimento aprendido em livros e artigos. Assim, hoje, quando se fala em planejamento, há uma vasta literatura que vai desde informações sobre as fases do planejamento, os níveis, metodologias e ferramentas. Não obstante, ainda existem empresas que atuam sem um planejamento detalhado, assim como ainda há famílias que não possuem um planejamento financeiro, por exemplo. Essas empresas, em muitos casos, até possuem um planejamento, porém, ele é de curto prazo e implícito, ou seja, só existe na cabeça do dono da empresa. Infelizmente, isso é mais comum do que se imagina, quando o planejamento da empresa só existe na cabeça do dono ou de modo superficial, sem seguir um critério e sem o auxílio de uma ferramenta que preste apoio à empresa na conquista dos objetivos, os prejuízos serão enormes. Você considera que o planejamento compreende a ação de antever o futuro ou que o planejamento representa o ato de tentar controlar o futuro? Como vimos no quadro exposto, há uma corrente de autores que acreditam que o ato de planejar tem como objetivo prestar apoio às decisões. O que você acha? ATENCAO • O conhecimento explícito é um conhecimento que já foi articulado, desse modo, pode ser documentado e armazenado, trata-se de um tipo de conhecimento que é facilmente encontrado em livros, enciclopédias, podcast, vídeos, em normas das empresas, na intranet, e demais mídias, sendo de fácil transmissão. • O conhecimento implícito ou tácito é um conhecimento que ainda não está claramente expresso, pois ainda não foi documentado, mas que pode ser. É um conhecimento difícil de ser formalizado, expressoe armazenado pelas empresas, pois é altamente pessoal, geralmente é adquirido pelo profissional, ao longo do tempo com a prática do exercício diário de sua profissão, difícil Caro acadêmico, vamos abrir um parêntese para falar sobre um tema muito importante, sobretudo para quem deseja trabalhar com gestão do conhecimento, que é o conhecimento explícito e o conhecimento tácito. NOTA TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 9 de ser formalizado, não é visível, comunicado ou compartilhado com outros; constitui-se de compreensões subjetivas, de intuições; está fortemente associado às ações e às experiências dos indivíduos, assim como aos seus valores, ideias e emoções (NONAKA, TAKEUCHI, 1995). Observe a figura a seguir: FIGURA 2 – ESPIRAL DO CONHECIMENTO FONTE: Nonaka e Takeuchi (1995, p. 80-81) Como é possível verificar na figura em que os autores Nonaka e Takeuchi (1995) chamam de “espiral do conhecimento”, há quatro modos de converter o conhecimento, a saber: socialização, internalização, externalização e combinação, esse processo realmente funciona como uma espiral, pois nunca tem fim, uma vez que quando se fecha um ciclo inicia-se outro. Os autores Nonaka e Takeuchi (2008) explicam cada fase da espiral: • Socialização: a socialização tem como objetivo criar e compartilhar conhecimento tácito através da interação entre as pessoas, ocorrendo a conversão do conhecimento tácito para o tácito. Nesse modo, a interação é de indivíduo para indivíduo e ocorre, geralmente, em reuniões informais. A socialização também pode ocorrer através da observação, imitação e da prática. • Externalização: a externalização tem o intuito de converter o conhecimento tácito em explícito. Nesse modo de conversão o conhecimento passa do indivíduo para o grupo “O conhecimento tácito torna-se explícito, tomando a forma de metáforas, analogias, conceitos, hipóteses ou modelos” (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, p. 62). • Combinação: a combinação tem como objetivo sistematizar o conhecimento explícito, ocorrendo a conversão de explícito para explícito. Nesse caso o conhecimento passa do grupo para a organização. “Este modo de conversão de conhecimento envolve a combinação de diferentes corpos de conhecimento explícito” (NONAKA; TAKEUCHI, 2008, p. 65). UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 10 • Internalização: a internalização tem o intuito de converter o conhecimento explícito em tácito. Nesse modo, o conhecimento passa da organização para o indivíduo. Esse modo está relacionado com o “aprender fazendo” (ISHIKURA, 2008). Ao se apropriar dos conhecimentos trazidos por Nonaka e Takeuchi (1995), conclui-se que quando o planejamento organizacional não está formalizado, documentado e não é exposto a todos os membros da companhia, pode causar: • Frustração entre os colaboradores, desmotivação, além de propiciar mais conflitos internos e ansiedade. • Incoerências quanto aos preços praticados nos produtos ou serviços ofertados. • Desconhecimento sobre o mercado e o público que se pretende atingir. • Desconhecimento sobre o negócio, ausência de caixa, pois a organização vive apagando incêndios. O planejamento não é um plano estático delineado em um documento esquecido na gaveta dos gestores, mas é dinâmico, vivo e deve estar visível sendo acessível a todos colaboradores, possui três objetivos: 1. Preparar-se para o inevitável. 2. Antecipar o indesejável. 3. Controlar o controlável. Tendo em vista os conteúdos apresentados, chegou a hora de aprender sobre os níveis de planejamento e ferramenta de suporte. Segundo estudo realizado pelo SEBRAE, a falta de planejamento aparece como um dos três principais motivos que conduz empresas à falência nos primeiros cinco anos de vida. O estudo apontou que ao abrir a empresa, parte dos empreendedores não levantou informações importantes sobre o mercado e sobre itens básicos necessários às atividades da empresa. FONTE: <https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Pesquisas/CAUSA%20 MORTIS_vf.pdf>. Acesso em: 12 fev. 2021. NOTA TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 11 4 NÍVEIS DE PLANEJAMENTO As organizações estabelecem planos visando o alcance de determinados objetivos. A forma de condução adotada para o alcance desses objetivos considera uma demanda futura, portanto, há a necessidade de adequação de novos conhecimentos e também o uso do conhecimento alcançado durante o percurso (trajetória organizacional), assim, as corporações absorvem padrões de comportamento. Isso explica o porquê do sucesso de algumas corporações e o fracasso de outras. As previsões traçadas pela empresa são comunicadas por diversos canais (intranet, e-mail, mural de aviso, site, via sistema, reuniões), como detalhado anteriormente. A comunicação quanto aos planos empresariais deve ser clara e objetiva, visando o engajamento de todos. Esses planos são delineados em três níveis de planejamento, a saber: Estratégico, tático e operacional. Observe a hierarquia de cada um desses níveis na figura a seguir: FIGURA 3 – NÍVEIS ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL FONTE: <https://bit.ly/3rRpUrq>. Acesso em: 5 fev. 2021. Sintetizando a figura apresentada, no nível estratégico, está a alta diretoria da empresa e seus sócios que tratam dos problemas externos da firma e, mais especificamente, com a seleção do mix de produtos adotado e dos mercados onde ele é vendido. Nesse nível, os objetivos são: • As mudanças estratégicas – associadas eminentemente aos processos de expansão, diversificação ou desinvestimento. • Mudanças administrativas realizadas com o intuito de suportar um novo arranjo de operações demandado por uma dada estratégia escolhida. No nível tático, fazem parte a gerência, supervisores e líderes de departamentos. Por se tratar de um planejamento mais específico, as decisões podem ser tomadas por pessoas que ocupam os cargos entre a alta direção e o operacional. Nesse nível, o objetivo principal é: UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 12 • A criação de metas e condições para que as ações estabelecidas no planejamento estratégico sejam atingidas. No nível operacional, todos estão envolvidos e cuidam do acompanhamento da rotina, garantindo que todas as tarefas e operações sejam executadas de acordo com os procedimentos estabelecidos, preocupando-se em alcançar os resultados específicos. Nesse nível, o principal objetivo é: • A maximização da eficiência do processo de conversão de recursos. FIGURA 4 – NÍVEIS DE PLANEJAMENTO FONTE: A autora Quando os gestores da empresa se reúnem para elaboração do planejamento estratégico, o que pode ocorrer também por meio de empresas especializadas no caso da contratação de uma consultoria, cumpre-se, basicamente, quatro etapas. Vale lembrar que na internet e demais fontes, essas etapas podem receber nomes distintos, mas cumprem basicamente o mesmo papel. Vejamos a seguir: Fase I: Avaliação de Ambiente – Diagnóstico Empresarial. Fase II: Elaboração da Estratégia – Formulação de metas e objetivos. Fase III: Desenvolvimento do Plano de Execução – Tática. Fase IV: Envolvimento das Pessoas – Mensuração e análise. TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 13 Na fase de avaliação de ambiente, são coletadas informações a fim de descrever a situação atual da empresa. Isso significa criar uma visão compartilhada da organização entre todas as pessoas. Nesse sentido, as informações levantadas podem se referir a aspectos externos e internos. O planejamento estratégico consiste em um plano descritivo tendo como objetivo alcançar um fim desejado (OLIVEIRA, 2018), e, portanto, as análises externa e interna contribuem para elaboração do planejamento. Nesta etapa, utiliza-se a matriz SWOT. Na fase II, é elaborado a estratégia. Após entender os fatores ambientais que cercam a empresa, o próximo passo é pensar na estratégia propriamente dita. Por isso, é necessáriodescobrir uma vantagem competitiva – se a empresa ainda não sabe – ou reconfirmá-la, se a empresa já tem uma. Uma vantagem competitiva nada mais é do que um diferencial percebido pelo cliente, como qualidade, preço, velocidade etc. Na fase III, ocorre o desenvolvimento do plano de execução que é uma consequência direta das outras duas etapas. O plano de execução é o detalhamento da estratégia, que permite o seu monitoramento. Dessa forma, ele funciona como a rota pré-estabelecida para alcançar a visão de futuro. Lembra dos objetivos que estabelecemos na fase anterior? Eles também vão compor o plano de execução. Por fim, na fase IV busca-se o envolvimento dos colaboradores a fim de garantir que elas compreendam, gostem e se comprometam com a estratégia. Contudo, não é fácil gerar engajamento. É preciso fazer um esforço coletivo, com base em muita comunicação. FONTE: <https://www.euax.com.br/2018/10/etapas-do-planejamento-estrategico/>. Acesso em: 12 fev. 2021. NOTA Na fase IV, é importante deixar claro os números, planos, projeções e métricas. Conforme Kerzner (2013) reforça, não se pode corrigir ou improvisar algo que não pode efetivamente identificar e medir. Sem métricas eficazes, os gerentes não responderão a situações corretamente e acabarão reforçando ações indesejáveis por parte da equipe do projeto. Manter a equipe do projeto indo na direção certa não pode ser feito facilmente sem a efetiva identificação e medição de métricas. Por isso deve ocorrer a avaliação e controle (feedback), visando à garantia da qualidade dos processos em todas as fases. Isso é feito para que possíveis problemas sejam sanados imediatamente. Observe a figura a seguir: UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 14 FIGURA 5 – IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO E CONTROLE FONTE: <https://bit.ly/3lmEt43>. Acesso em: 5 fev. 2021. O feedback é muito importante e deve ocorrer a todo momento, posto que a capacidade da empresa ter um desempenho eficaz depende de decisões que foram tomadas no passado, do mesmo modo, as decisões tomadas hoje, de seguir nessa ou naquela direção, modelam as opções no futuro (ALDAY, 2000). Assim, as quatro etapas podem ser sintetizadas na figura a seguir: FIGURA 6 – ETAPAS DE ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO FONTE: <https://bit.ly/3lofWv6>. Acesso em: 5 fev. 2021. Alday (2000, p. 15) ainda argumenta: “o Planejamento Estratégico, mais que um documento estático, deve ser visto como um instrumento dinâmico de gestão, que contém decisões antecipadas sobre a linha de atuação a ser seguida pela organização no cumprimento de sua missão”. TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 15 5 FERRAMENTAS E METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO Neste subtópico, vamos aprender sobre inúmeras ferramentas existentes que auxiliam no planejamento organizacional. Vamos começar com a metodologia SMART, posteriormente a análise SWOT e finalizando com o ciclo PDCA. O planejamento sem números, datas, informações, dados e objetivos específicos é apenas uma utopia, se você diz que quer emagrecer, mas não estabelece o quanto de peso pretende perder e em quanto tempo, isso é apenas um desejo não um plano. Também o estabelecimento de metas impossíveis de serem alcançadas pode surtir um efeito negativo, nesse sentido, como forma de auxiliar no estabelecimento do planejamento, utiliza-se a metodologia SMART. O acrônimo SMART é composto pelas palavras: Específico, Mensurável, Atingível, Realista e Tangível, tal metodologia facilita o alinhamento estratégico. Corroboram Gonçalves, Braga e Campos (2011, p. 5): Especificidade é qualidade do indicador que não tem um escopo amplo ou genérico, portanto, não conduz a interpretações duvidosas ou à perda de foco, nem tem metas impossíveis de serem alcançadas pelas ações que compõem o programa. Mensurável é o indicador passível de ser medido, logo, ele pode ser acompanhado e monitorado. Atingível é o indicador cujas metas são realistas e viáveis, ou seja, passíveis de serem atingidas com os recursos humanos e materiais disponíveis. Observe a exemplificação na figura a seguir: SMART (S)pecific/Específico: os requisitos são claros e não dão margem para dupla interpretação. (M)ensurable/Mensurável: todo requisito tem de ser mensurável, isto é, validado através de números para garantir que o objetivo esperado foi atingido, dentro dos critérios de qualidade. (A)ttainable/Atingível: é importante que no escopo do projeto sejam definidos requisitos possíveis de serem atingidos. Não basta querer chegar à Lua, é preciso conseguir chegar. (R)elevant/Relevante: é fundamental que se entenda o nível de relevância dos requisitos para os objetivos que o projeto precisa atender. (T)ime-bound/Temporal: deve ser possível definir um prazo para o atendimento do requisito. FONTE: <https://www.euax.com.br/2015/12/gestao-da-qualidade-em-gestao-de-projetos/>. Acesso em: 17 fev. 2021. NOTA UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 16 FIGURA 7 – META SMART FONTE: <https://www.siteware.com.br/blog/wp-content/uploads/2015/07/smart-blog.png>. Acesso em: 5 fev. 2021. Como vimos, planejar requer uso de uma metodologia adequada para que seja possível contribuir para o sucesso da organização. Para cada nível organizacional temos diferentes tipos de planejamento, porém todos devem estar alinhados com os objetivos estabelecidos. Um planejamento sem uma metodologia ou sem o auxílio de uma ferramenta é apenas uma utopia, um plano que dificilmente será alcançado. Sobre a matriz SWOT, trata-se de uma metodologia amplamente utilizada para delimitação do planejamento estratégico, comumente utilizada na fase de diagnóstico empresarial. Essa ferramenta foi desenvolvida em 1957, quando Selznick realizou o cruzamento dos fatores internos (pontos fortes e fracos) da organização com os fatores externos (oportunidades e ameaças), o que culminou na criação da Matriz SWOT. A sigla compreende as palavras em inglês Strength; Weaknesses; Opportunities; Threats (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009). Vejamos detalhadamente os quatro elementos da matriz SWOT: • Strengths (forças) – vantagens internas da empresa com relação às concorrentes. Exemplo: qualidade do produto oferecido, bom serviço prestado ao cliente, solidez financeira etc. • Weaknesses (fraquezas) – desvantagens internas da empresa com relação às concorrentes. Exemplo: altos custos de produção, má imagem, instalações desadequadas, marca fraca etc. • Opportunities (oportunidades) – aspectos externos positivos que podem potenciar a vantagem competitiva da empresa. Exemplo: mudanças nos gostos dos clientes, falência de empresa concorrente etc. TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 17 • Threats (ameaças) – aspectos externos negativos que podem por em risco a vantagem competitiva da empresa. Exemplo: novos competidores, perda de trabalhadores fundamentais etc. Observe com mais detalhes na figura a seguir: FIGURA 8 – MATRIZ SWOT Análise Interna S (Strenghs) Pontos Fortes W (Weakness) Pontos Fracos A ná lis e Ex te rn a O (Oportunities) Oportunidades SO (maxi-maxi) Tirar o máximo partido dos pontos fortes para aproveitar ao máximo as oportunidades detectadas. WO (mini-maxi) Desenvolver as estratégias que minimizem os efeitos negativos dos pontos fracos e que em simultâneo aproveitem as oportunidades emergentes. T (Threats) Ameaças ST (maxi-mini) Tirar o máximo partido dos pontos fortes para minimizar os efeitos das ameaças detectadas. WT (mini-mini) As estratégias a desenvolver devem minimizar e ultrapassar os pontos fracos e, tanto quanto possível, fazer face às ameaças. FONTE: <https://peeufmt.files.wordpress.com/2011/05/swot-01.jpg?w=584>. Acesso em: 5 fev. 2021. O sucesso da análise SWOT dá-se ao fato de considerar os fatores externos. Ao analisar a figura, temos uma visão para além dos muros da organização, assim, amplia-se a visão partindo do pressupostode que os fatores externos exercem impactos sobre as ações da empresa, delimitando estratégias que visem tirar o máximo proveito dos pontos fortes, minimizando os pontos fracos e simultaneamente aproveitando as oportunidades que emergem no mercado. Um exemplo prático do uso da análise SWOT é o caso da General Motors, no período em que foi presidente da companhia Alfred Sloan utilizou a ferramenta na percepção das forças e fraquezas de seu principal concorrente, a Ford Motor Company. Alfred Sloan identificou que a força da Ford era a sua capacidade de produzir calhambeques, em especial o modelo T, a um custo muito competitivo, por meio de sua linha de produção, inventada pelo próprio Henry Ford. Contudo, Sloan percebeu que para produzir carros a um custo tão baixo, a Ford só produzia calhambeques na cor preta e não lançava novos modelos anualmente. Alfred viu aí uma grande oportunidade, pois percebeu que os consumidores estavam interessados em veículos coloridos e no lançamento de novos modelos. A partir UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 18 dessa constatação, montou o planejamento estratégico da General Motors, que passou a não só produzir veículos coloridos como também lançar periodicamente novos modelos, a estratégia adotada foi um sucesso. Conforme pode ser visto na figura a seguir, as estratégias que compõe a SWOT no que diz respeito aos fatores internos, os executivos da empresa possuem total controle, uma vez que são eles que delimitam as estratégias de atuação. No ambiente interno, os pontos fortes podem compreender as habilidades tecnológicas, a notoriedade da marca, caso seja uma empresa que atua há muito tempo no mercado, e ainda os recursos financeiros. As fraquezas podem ser representadas pela falta de direcionamento estratégico, altos custos de produção ou ainda instalações e maquinário obsoletos. FIGURA 9 – SWOT AMBIENTE INTERNO E EXTERNO FONTE: <https://bit.ly/30OJE38>. Acesso em: 5 fev. 2021. Já no ambiente externo, não é possível o controle total das variáveis, pois está fora do controle da organização, mas apesar disso, a empresa deve conhecê- lo e monitorá-lo com frequência, de forma a aproveitar as oportunidades e evitar as ameaças (GALVÃO; MELO, 2008). No ambiente externo, as oportunidades podem ser compostas por novos mercados potenciais, desenvolvimento de novos produtos e queda de barreiras comerciais. As ameaças compreendem a entrada de novos concorrentes, crescimento lento provocado por crises no país e ainda a introdução de leis e regulamentos impostos por órgãos reguladores. TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 19 Após estabelecer os componentes da Matriz SWOT, é necessário cruzar as Oportunidades com as Forças e as Fragilidades com as Ameaças, buscando estabelecer estratégias que minimizem e monitorem os aspectos negativos e maximizem as potencialidades, visando à capitalização, ao crescimento, à manutenção e à sobrevivência organizacional (GALVÃO; MELO, 2008). Agora, vamos explorar a ferramenta conhecida como ciclo PDCA. Criado em 1920 pelo físico norte-americano Walter Andrew Shewhart, o ciclo PDCA é apontado por Corrêa (2008) como um dos principais instrumentos de gestão de processos. A sigla PDCA é composta pelas palavras: (Plan = Planejar), D (Do = Fazer), C (Check = Verificar) e A (Action = Agir Corretivamente). O ciclo PDCA auxilia na criação de planos de ação, previsão de falhas, solução de problemas e checagem de resultados, controle da qualidade dos processos. Confira na figura a seguir: FIGURA 10 – PDCA FONTE: <https://valteralvespereira.files.wordpress.com/2016/11/pdca.jpg>. Acesso em: 5 fev. 2021. Corrêa (2008) define as etapas da seguinte forma: a) Planejar (P): definir metas, horizontes, métodos e técnicas. Pode ser planejamento estratégico, plano de ação, um conjunto de padrões etc. b) Fazer (D): treinar e educar os empregados, executar as tarefas e coletar os dados para verificação do processo. c) Verificar (C): comparar as metas definidas com os resultados obtidos. d) Agir (A): agir corretivamente, corrigir. Eliminar causas identificadas como geradoras dos desvios encontrados. UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 20 Em cada etapa do ciclo PDCA delimita-se ações, tendo em vista os resultados alcançados nas etapas anteriores. A ideia é que as melhorias se tornem constantes e nunca parem, por isso é dado o nome de ciclo PDCA. Considerando os conceitos específico da área portuária quanto ao planejamento, a Associação Americana de Autoridades Portuárias (AAPA) define planejamento portuário como um processo sistemático e contínuo que permite aos gestores definir claramente a missão, a sua direção e suas atividades. O planejamento estratégico analisa os ambientes, interno e externo, com o objetivo de identificar os pontos fortes e pontos fracos e definir qual pode ser o futuro do sistema portuário. O planejamento portuário é uma atividade multidisciplinar por natureza (LIGTERINGEN; VELSINK, 2012). No Brasil, com o objetivo de atingir um modelo de gestão capaz de tornar os portos cada vez mais rentáveis, competitivos e autossustentáveis, o Governo Federal vem aperfeiçoando, de forma contínua, o planejamento do setor portuário nacional. Em 2007, com a criação da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP/PR), atualmente sob a gestão do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA), foi dado início a um conjunto de ações institucionais e de gestão com o objetivo de dotar o setor portuário nacional de condições para o seu crescimento e desenvolvimento, ambos associados à expansão da economia brasileira. De acordo Agência Nacional De Transportes Aquaviários (ANTAQ) (2006, p. 15), o planejamento portuário busca a avaliação das Necessidades de Desenvolvimento, visando: • aumentar a produtividade operacional; • introdução de equipamentos e processos operacionais; • aumentar o regime operacional; • regras de atendimento preferencial; • aumentar a quantidade de berços; • especializar berços ou criar terminais especializados. Caro acadêmico, a ANTAQ foi criada pela Lei nº 10.233, de 5 de junho de 2001 e instalada em 17 de fevereiro de 2002. Tem por finalidade implementar as políticas formuladas pelo Ministério da Infraestrutura, segundo os princípios e diretrizes estabelecidos na legislação. É responsável por regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária. Constituem esfera de atuação da ANTAQ: • a navegação fluvial, lacustre e de travessia; • a navegação de apoio marítimo, de apoio portuário, de cabotagem e de longo curso; • os portos organizados e as instalações portuárias neles localizadas; • os terminais de uso privado; NOTA TÓPICO 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS, METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 21 Observamos que o planejamento portuário pode ser entendido como o processo de definição do número de portos, suas especializações (tipos de cargas) e suas localizações, nesse processo, são definidos e analisados a demanda de tráfego, a situação atual dos portos, prospecção do mercado e estudos de adequação de capacidade (UNCTAD, 1985). No Brasil, uma das ferramentas que auxilia o planejamento estratégicas dos portos é o Plano Mestre. Esses planos estão inseridos no contexto de um esforço do Ministério da Infraestrutura (MInfra) em cumprimento ao estabelecido pela Lei nº 12.815/2013 e a nova Lei dos Portos que rege os portos do Brasil. Essa lei institucionalizou, além do Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP), os demais instrumentos que passaram a formar o conjunto de planejamento do setor portuário nacional, qual seja, o Plano Mestre, o Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ), e o Plano Geral de Outorgas (PGO). Como sugeria Delfim Neto (2010), o documento estabelece que o planejamento deve ser dividido nos horizontes temporaisde curto, médio e longo prazo (a saber: quatro, dez e vinte anos). Em 2014, a Portaria n° 3 de 7 de janeiro de 2014 estabeleceu as diretrizes para elaboração e revisão dos instrumentos de planejamento do setor portuário, a saber: I - Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP) – instrumento de Estado de planejamento estratégico do setor portuário nacional, que visa identificar vocações dos diversos portos, conforme as áreas de influência, propondo alternativas de intervenção na infraestrutura e nos sistemas de gestão, garantindo a eficiente alocação dos recursos a partir da priorização de investimentos. II - Planos Mestres – instrumento de planejamento de Estado voltado à unidade portuária, considerando as perspectivas do PNLP, que visa direcionar as ações, melhorias e investimentos de curto, médio e longo prazo. III - Planos de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) – instrumento de planejamento operacional da Administração Portuária, que compatibiliza as políticas de desenvolvimento urbano dos munícipios, do estado e da região onde se localiza o porto, visando, no horizonte temporal, o estabelecimento de ações e de metas para a expansão racional e a otimização do uso de áreas e instalações do porto, com aderência ao PNLP e respectivo Plano Mestre. IV - Plano Geral de Outorgas (PGO) – instrumento de planejamento de Estado que consiste em um plano de ação para a execução das outorgas de novos portos ou terminais públicos e privados, reunindo a relação de áreas a serem destinadas à exploração portuária nas modalidades de arrendamento, concessão, autorização e delegação, com respectivos horizontes de implantação, tomando como base o planejamento do Poder Concedente (PNLP e Plano Mestre), das Administrações Portuárias (respectivos PDZ) e da iniciativa privada (BRASIL 2014, p. 1). • as estações de transbordo de carga; • as instalações portuárias públicas de pequeno porte; e • as instalações portuárias de turismo. FONTE: <http://portal.antaq.gov.br/index.php/acesso-a-informacao/institucional/a-antaq/>. Acesso em: 17 fev. 2021. UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 22 Na imagem a seguir, estão sintetizados os instrumentos de planejamento do setor portuário brasileiro. FIGURA 11 – INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO DO SETOR PORTUÁRIO FONTE: Adaptado de Brasil (2014) De acordo com Nogueira (2018), em 2012 a Secretaria Nacional de Portos (SEP) lançou o documento Planos Mestres: sumário executivo, que contém as informações consideradas mais relevantes dos Planos Mestres de 15 portos públicos realizados naquele ano. 23 Neste tópico, você aprendeu que: • O planejamento constitui-se em delinear maneiras efetivas de se alcançar um objetivo. • VUCA é uma sigla em inglês que corresponde, em português, às palavras: Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade. • O conhecimento explícito é um conhecimento que já foi articulado, desse modo, pode ser documentado e armazenado, trata-se de um tipo de conhecimento que é facilmente encontrado em livros, enciclopédias, podcast, vídeos, em normas das empresas, na intranet, e demais mídias, sendo de facilmente transmissão. • O conhecimento tácito é composto por elementos técnicos (know-how) e cognitivos que ainda não está claramente expresso, pois ainda não foi documentado, mas que pode ser. É um conhecimento difícil de ser formalizado, expresso e armazenado, pois é altamente pessoal, geralmente é adquirido pelo profissional, ao longo do tempo com a prática do exercício diário de sua profissão. • O conjunto das quatro formas de conversão do conhecimento é denominado espiral do conhecimento, composto por: socialização, externalização, combinação e internalização. • Os níveis de planejamento são delimitados em nível estratégico, tático e operacional. • O planejamento organizacional possui quatro fases: Fase I: Avaliação de Ambiente; Fase II: Elaboração da Estratégia; Fase III: Desenvolvimento do Plano de Execução; Fase IV: Envolvimento das Pessoas. • A sigla SMART é composta pelas palavras: Specific, Measurable, Attainable, Realistic e Timely traduzido para o português como: específico, mensurável, atingível, realista e tangível. • A sigla SWOT compreende as palavras em inglês Strength, Weaknesses, Opportunities e Threats traduzido para o português: forças, fraqueza, oportunidades e ameaça. • O ciclo PDCA é composto pelas palavras: Plan, Do, Check e Action que traduzido significa planejar, executar, checar e agir. • O planejamento portuário é um processo sistemático e contínuo que permite aos gestores definir claramente a missão e direção das atividades. • No Brasil, uma das ferramentas que auxilia o planejamento estratégicas dos portos é o Plano Mestre, instituído pela Lei nº 12.815/2013. RESUMO DO TÓPICO 1 24 1 Quando se trata de planejamento, as corporações enfrentam grandes desafios. Construir um processo efetivo e sistemático de planejamento e incentivar seus profissionais a planejar e construir um futuro para a organização. Tendo em vista este panorama, descreva com suas palavras o que é planejamento organizacional. 2 O planejamento é um imperativo do presente século e tornou-se ainda mais necessário frente a um mundo globalizado e incerto. Planejar é uma ação importante em nossas vidas e isso replica-se nas organizações. Existem diversas conceituações sobre a função de planejamento. Com relação ao planejamento nas organizações, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) Planejar está relacionado com a determinação das metas da organização não importando os meios que serão utilizados para atingi-las, desde que os interesses corporativos sejam atendidos. b) ( ) O planejamento envolve a escolha de um curso de ação para que os objetivos sejam alcançados, a decisão de antecipar o que deve ser realizado e a determinação de quando e como a ação deve ser realizada. c) ( ) O planejamento estabelece uma estratégia geral para que a organização consiga atingir seus objetivos, formulados pela administração e os objetivos individuais dos sócios e colaboradores. d) ( ) O planejamento relaciona-se com o processo operacional vinculado aos interesses externos envolvendo a participação da organização nas decisões públicas locais, regionais e nacionais. e) ( ) O planejamento implementa métodos e planos organizacionais adequados ao aproveitamento do potencial intuitivo de seus administradores e públicos de interesse da empresa. 3 À medida que a concorrência aumenta, o planejamento torna-se cada vez mais necessário, entretanto, há empresas que ainda não estão adequadas a esta nova realidade. Pensando em quando a empresa não faz uso de planejamento estratégico, assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) A empresa é muito dependente dos fatores externos. b) ( ) A empresa consegue administrar as mudanças de forma mais eficaz. c) ( ) A empresa tem mais flexibilidade de agir de várias maneiras. d) ( ) Os objetivos são alcançados de forma natural. 4 Planejar requer uso de uma metodologia adequada para que seja possível contribuir para o sucesso da organização. Para cada nível organizacional, temos diferentes tipos de planejamento, porém todos devem estar alinhados com os objetivos estabelecidos para a organização. Com relação aos diferentes níveis de planejamento, analise as sentenças a seguir: AUTOATIVIDADE 25 I- O planejamento estratégico tem um impacto amplo e profundo e seu horizonte é de longo prazo na organização. II- O planejamento operacional tem como principal objetivo traduzir as decisões estratégicas em ações efetivas e seu horizonte é de médio prazo. III- O planejamento tático é direcionado aos líderes de departamentos da organização, sendo aplicado nas tarefas da empresa, e o seu horizonte é de médio prazo. IV- O nível operacional está ligado aos supervisores dos processos internos da organização, estes funcionários têm a missão de fazer acontecer. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I e IV estão corretas.b) ( ) As sentenças II e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas. d) ( ) As sentenças I e II estão corretas. 5 Leia com atenção o texto a seguir: Ford anuncia plano estratégico a investidores Novo CEO Jim Hackett quer acelerar meta de torná-la uma empresa de mobilidade O CEO e presidente mundial da Ford, Jim Hackett, anunciou ao grupo de investidores um novo plano estratégico a fim de evoluir com a meta de tornar a companhia uma empresa de mobilidade e não mais rotulá-la apenas como uma montadora. Acelerar o desenvolvimento de veículos e de serviços inteligentes estão entre os objetivos da estratégia, que também contempla ações para melhorar os custos operacionais e reorientar o investimento de capital. “A Ford foi construída com a crença de que a liberdade de movimento impulsiona o progresso humano; criar ótimos carros e utilitários é uma crença que sempre alimentou a paixão da Ford. Hoje, ela impulsiona o nosso compromisso de nos tornarmos a empresa de mobilidade mais confiável do mundo, desenvolvendo veículos inteligentes para um mundo conectado, que ajudem as pessoas a se mover com mais segurança, confiança e liberdade”, disse Hackett. Em uma das metas de longo prazo, a empresa reforçou sua busca por uma margem operacional de 8% no mercado automotivo, com base em profundas mudanças tecnológicas. Em geral, a empresa quer ampliar seu escopo de atuação, com o desenvolvimento de veículos e serviços com foco nos usuários. Aqui, a Ford deve se aproveitar da integração de hardwares e softwares em dispositivos complexos que já possui, adotando uma produção em escala. 26 A partir da leitura do texto, responda às questões: a) Quais mudanças conduziram a FORD ao novo plano estratégico de ser reconhecida como empresa de mobilidade e não apenas como montadora? b) Descreva as principais ações da FORD na busca de seu novo plano estratégico. Em até dois anos, portanto, até 2019, a previsão da Ford é que 100% dos seus novos veículos nos Estados Unidos sejam capazes de oferecer conectividade. Também há planos agressivos para a China e outros mercados, uma vez que a meta é garantir que 90% dos novos veículos globais da marca tenham conectividade até 2020. Um dos focos em custo é a redução em 50% do aumento das despesas na divisão automotiva até 2022. Para isso, medidas como o aumento do uso de peças comuns em toda a linha de veículos, redução na complexidade dos processos e construção de protótipos serão adotadas. Já em termos de investimentos, a Ford vai realocar US$ 7 bilhões do segmento de automóveis para utilitários esportivos e picapes, incluindo a Ranger e EcoSport na América do Norte. Também prevê a redução em um terço dos gastos com motores de combustão interna e pretende redirecionar esse investimento para seu processo de eletrificação, além do investimento de US$ 4,5 bilhões anunciado anteriormente. Recentemente, a Ford anunciou a criação de um grupo de profissionais dedicado a veículos elétricos, o Time Edison, focado exclusivamente na criação de produtos e serviços com base nos veículos elétricos. Pelos planos, a Ford vai lançar 13 novos veículos elétricos nos próximos cinco anos, incluindo a F-150 híbrida, o Mustang híbrido, a Transit Custom híbrida plug-in, um veículo autônomo híbrido, um carro de polícia híbrido e um utilitário esportivo compacto elétrico. “Em uma empresa que está há muitos anos no mercado, com várias décadas de sucesso, a decisão de mudar não é fácil, tanto cultural como operacionalmente. Em última análise, porém, devemos entender que as virtudes que nos levaram ao sucesso no século passado não são garantia de sucesso no futuro”, afirmou Hackett. FONTE: Adaptado de <https://www.automotivebusiness.com.br/noticia/26526/ford- -anuncia-plano-estrategico-a-investidores>. Acesso em: 5 fev. 2021. 27 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 DEMANDA PORTUARIA 1 INTRODUÇÃO Olá, acadêmico! Este tópico discorre sobre um tema de fundamental em qualquer instituição, a demanda. A previsão de demanda é a base do planejamento organizacional, trata-se de um dado financeiro estabelecido a partir de uma série de análises e informações, tais como: segmento, produto, capacidade, região, mercado atual, projeções futuras. O conceito de demanda está relacionado ao desejo por determinado bem ou serviço, mas de acordo com Kotler e Armstrogn (2009), desejos tornam-se demandas apenas quando apoiados pelo poder de compra. A demanda pode ser estabelecida em metros, em quilos, em valor financeiro ou de acordo com o volume e movimentação, como é o caso dos portos. Por meio do estabelecimento da demanda é possível comparar o volume esperado e as capacidades existentes, formando assim indicadores que revelem a necessidade de investimento ou melhorias operacionais. 2 PANORAMA BRASIL No cenário mundial, o Brasil possui o 9º maior parque industrial do mundo, com 1,83% do Valor de Transformação Industrial (VTI) total. Em 2019, o país respondeu por apenas 1,2% das exportações (27ª posição global) e 1% das importações (28ª posição global) de mercadorias, conforme dados da Organização Mundial do Comércio (OMC). A participação mais expressiva do Brasil nas exportações, se não acompanhada de um processo de expansão da capacidade, pode gerar uma saturação de diversos segmentos logísticos do país e impossibilidade dos equipamentos portuários escoarem toda a demanda por mercadoria. 28 UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS 3 DEMANDA PORTUÁRIA Realizar projeções de demanda de movimentação portuária é uma tarefa complexa. No âmbito do planejamento portuário, a capacidade portuária é um elemento crucial. Ao ser comparada com a demanda projetada para a movimentação de uma mercadoria em um porto, o valor encontrado para a capacidade norteia futuros investimentos a serem realizados nos portos, que podem chegar a centenas de milhões de reais, num horizonte de tempo de 20 anos aproximadamente. Sabe-se que uma das principais características da atividade portuária é a demanda por vultosos investimentos. A operação desses serviços está fortemente vinculada a investimentos em infraestrutura e maquinários de grande porte (ALVES; SILVA, 2015). Observa-se que na medida em que o Brasil se insere na economia global, a capacidade instalada nos berços, pátios e acessos exige modificações, exigindo novas estruturas. Não obstante, o ambiente regulatório/institucional e a falta de clareza nas definições das reponsabilidades e coordenação entre os órgãos do setor dificultaram a implantação de melhorias no setor. O governo brasileiro, ao longo dos anos, busca ações de melhoria da infraestrutura e da logística portuária, a fim de adequar os portos brasileiros ao aumento da movimentação de cargas e à expectativa de crescimento contínuo das exportações brasileiras. O desequilíbrio do sistema portuário brasileiro é fruto da falta de planejamento. Observe a matéria a seguir. Para se ter uma ideia, o Brasil possui um setor portuário que movimenta, anualmente, cerca de 700 milhões de toneladas das mais diversas mercadorias, e responde, sozinho, por mais de 90% das exportações. O sistema portuário brasileiro é composto por 37 portos públicos, entre marítimos e fluviais. Desse total, 18 são delegados, concedidos ou tem sua operação autorizada à administração por parte dos governos estaduais e municipais. Existem ainda 42 terminais de uso privativo e três complexos portuários que operam sob concessão à iniciativa privada. FONTE: <http://www.codeba.com.br/eficiente/sites/portalcodeba/pt-br/site. php?secao=sistema portuariobrasileiro>. Acesso em: 17 fev. 2021. NOTA Para aprimorar ainda mais seu conhecimento sobre o tema, leia o texto a partir do link: http://web.antaq.gov.br/Sistemas/WebServiceLeilao/DocumentoUpload/Audiencia% 208/Estudo%20Se%C3%A7%C3%A3o%20A%20-%20Demanda.pdf DICAS TÓPICO 2 — DEMANDA PORTUARIA 29 Apenas no primeiro trimestre do ano de 2020 o volume de cargas movimentadasno porto de Santos bateu novo recorde de 31,6 milhões de toneladas, assim como a movimentação de contêineres, que chegou a 629,2 mil unidades. O porto de Santos atingiu a marca de 1 milhão de TEU. Um estudo realizado pela consultoria Booz & Company, encomendado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mapeou a capacidade dos portos no Brasil e revelou que a inexistência de um planejamento logístico integrado criou um desequilíbrio no sistema portuário brasileiro. Enquanto muitos portos do Sudeste e do Sul estão sobrecarregados com a movimentação de cargas de todo o País, outros complexos estão subaproveitados pela falta de infraestrutura no Nordeste – e alguns no Norte. O estudo mapeou os principais complexos portuários (portos públicos e privados por estuário) do Norte ao Sul do Brasil. Pelo menos quatro deles – que respondem por 57,1% do total movimentado no País – estavam operando acima da capacidade adequada para a prestação de serviço. Na prática, significa fila de espera de navios, custos com a estadia das embarcações e perdas de escala, que somados encarecem o produto nacional. Segundo o estudo, o porto de Santos, o maior da América do Sul, ainda não superou sua capacidade, assim como Itajaí, que inclui o porto de Navegantes. O resultado geral por complexo, no entanto, esconde a situação de cada terminal. De acordo com a consultoria, na área de grãos, um dos principais itens da balança comercial brasileira, nove dos 15 terminais avaliados estavam acima da capacidade. Na movimentação de açúcar, todos os terminais estavam acima ou no limite da capacidade. A carga em contêiner também sofre das mesmas carências, mas há mais terminais com folga. FONTE: <https://www.jornaldocomercio.com/site/noticia.php?codn=116189>. Acesso em: 17 fev. 2021. INTERESSA NTE TEU, do inglês Twenty-foot Equivalent Unit, conhecido pela sigla TEU, é a medida padrão que representa a capacidade de carga de um contêiner marítimo de 20 pés de comprimento, por 8 de largura e 8 de altura. NOTA 30 UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS FIGURA 12 –CONTÊINER FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/df/Container_01_KMJ.jpg>. Acesso em: 5 fev. 2021. Os contêineres são fabricados conforme medidas estabelecidas pela International Organization for Standardization (ISO). Existem containers de 20, 40, 45 ou 53 pés, mas os tamanhos mais comuns são os de 20 e 40 pés, classificados em dois tipos diferentes (dry standard e high cube) de acordo com as variações de altura. Os portos possuem um papel ímpar para economia de um país, visto que constituem elemento de interface entre os modais de transporte terrestre e marítimo, o porto representa o elo entre esses modais, sendo composto por instalações adequadas ao apoio da navegação e às operações de carga, descarga e armazenagem de mercadorias, além de embarque e desembarque de passageiros (ROBLES, 2016). A previsão de demanda constitui a estratégia de prever a ocorrência de acontecimentos antes que esses aconteçam. Nesse sentido, previsões fornecem informações que permitem aos gestores tomar decisões antes que o fato que antecede ou são afetados por sua decisão acabem por realmente acontecer. Portanto, a previsão está no centro do planejamento (ARCHER; 1980). FIGURA 13 – PORTO DE SANTOS FONTE: <https://static.poder360.com.br/2020/06/porto-de-santos-02-jun-2020-1.jpg>. Acesso em: 5 fev. 2021. TÓPICO 2 — DEMANDA PORTUARIA 31 A infraestrutura de um porto é composta de acostagem, armazenagem, equipamentos portuários, acesso aquaviário e acessos a hinterlândia. Silva et al. (2020) destacam que devido à mudança na dinâmica do transporte de cargas e a própria dinâmica competitiva entre portos, a hinterlândia ganhou uma nova missão, abarcar o quanto esse porto tem a oferecer a seus clientes e o quão longe essa influência pode alcançar. Segundo os autores, o porto tem de enfrentar uma concorrência maior e as disputas entre e intraportos os levam a buscar novos negócios e a ofertar serviços diferenciados. Silva et al. (2020, p. 5) ainda destacam que “neste cenário, o domínio de dados e informações sobre sua hinterlândia auxilia o porto a identificar seus concorrentes, identificar e expandir suas zonas de influência, aponta caminhos para melhorar o atendimento de sua demanda já cativa e torna possível, também, identificar os gargalos logísticos, estruturais e tecnológicos que podem ser responsáveis pela perda de mercado”. FIGURA 14 – PORTO E O FLUXO DE TRANSPORTE INTERLIGANDO PORTO E HINTERLÂNDIA FONTE: <https://bit.ly/3cBkISh>. Acesso em: 17 fev. 2021. Hinterlândia diz respeito à cidade ou município onde se localiza o porto, sendo a região do país servida por meio ou vias de transportes terrestres, fluviais ou lacustres para a qual se encaminharam de forma direta as mercadorias desembarcadas no porto ou da qual procedem mercadorias para embarque no mesmo porto. Define-se também pelas faixas litorâneas ou marginais, "contíguas às instalações do porto, ou a baía ou a enseada em que elas se encontrem...", de acordo com o decreto-lei n° 83, de 26 de dezembro de 1966. FONTE: https://portogente.com.br/portopedia/76820-hinterlandia. Acesso em: 24 fev. 2021. NOTA 32 UNIDADE 1 — PLANEJAMENTO: CONCEITOS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS As operações portuárias vão desde a recepção até a chegada da carga ao seu despacho. Assim que a carga chega ao porto, ela é verificada quanto a sua documentação e integridade; após essa verificação a carga recebe outro tratamento, que é justamente a pesagem e controle. Os produtos também são classificados em documental e experimental e, em seguida, recebem um pré-tratamento e uma certificação. Além do tratamento, a carga é armazenada e conservada, para que finalmente possa ser retirada ou despachada em meios de transporte apropriados (GRANATO, 2017). 4 TÉCNICAS DE PROJEÇÃO DE DEMANDA DE SERVIÇOS PORTUÁRIOS As empresas geralmente costumam utilizar métodos de previsão de demanda que podem ser divididos em duas vertentes: métodos qualitativos e métodos quantitativos, conforme apresenta-se na figura a seguir: FIGURA 15 – MÉTODOS DE PREVISÃO DE DEMANDA FONTE: Lustosa et al. (2008, p. 56) Os métodos quantitativos são numéricos podem conter diferentes níveis de sofisticação, embora elas se dividam em apenas duas categorias: séries temporais (métodos que envolvem a análise estatística dos dados passados da variável a ser prevista) e causal (métodos com base na análise estatística de variáveis que podem vir a influenciar a variável-alvo a ser prevista) (ARCHER 1980). Os métodos qualitativos são assim chamados, pois, a princípio, não utilizam números. Exemplos de métodos qualitativos podem ser Método de Delphi, método de pesquisa sobre o fornecimento de mercadorias. Os métodos qualitativos de previsão dependem da experiência acumulada dos peritos e das pessoas envolvidas na atividade de antever o provável resultado de uma série de acontecimentos (ARCHER 1980). TÓPICO 2 — DEMANDA PORTUARIA 33 Tubino (2000) argumenta que os métodos qualitativos privilegiam principalmente dados subjetivos, os quais são mais difíceis de representar numericamente; enquanto os métodos quantitativos envolvem a análise numérica de dados passados, isentando-se de opiniões pessoais ou palpites. Quanto aos métodos qualitativos Delphi, análise de cenários, opiniões de executivos, opinião de força de vendas e pesquisa de mercado, serão detalhados a seguir: Técnica Delphi: a técnica Delphi é uma das técnicas de demanda qualitativas, cuja previsão é estabelecida de acordo com a opinião de um grupo de especialistas. De acordo com Wanke e Julianelli (2006), baseia-se na premissa de que o julgamento coletivo, quando bem-organizado, apresenta resultados mais acurados do que um julgamento individual. Análise de cenários: as previsões, neste caso, consistem em prospectar cenários futuros para as demandas, desse modo, é possível identificar
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