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CENÁRIOS TECNOLÓGICOS APLICADOS À LOGÍSTICA Ana Flavia Pigozzo Marcos Antonio Lopes da Silva *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados aos autores, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade dos autores a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Copyright Universidade Positivo 2015 Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido Curitiba-PR – CEP 81280-330 Superintendente Reitor Pró-Reitor Acadêmico Coordenador Geral de EAD Coordenadora Editorial Autoria Supervisão Editorial Análise de Conteúdo Validação Técnica Layout de Capa Imagem de Capa Prof. Paulo Arns da Cunha Prof. José Pio Martins Prof. Carlos Longo Prof. Renato Dutra Profa. Manoela Pierina Tagliaferro Profa. Ana Flávia Pigozzo Prof. Marcos Antonio Lopes da Silva Bianca de Brito Nogueira e Fabieli Fernandes Campos Higashiyama Ilan Chamovitz Caroline Chaves de França e Regiane Rosa Valdir de Oliveira Juliano Henrique FabriCO KOL Soluções em Gestão do Conhecimento Ltda EPP Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão Ícones Afirmação Contexto Biografia Conceito Esclarecimento Dica Assista Curiosidade Exemplo Sumário Apresentação ..................................................................................................................13 Os Autores .......................................................................................................................14 Capítulo 1 O sistema de informação e a logística .............................................................................17 1.1 Contexto da logística ................................................................................................18 1.1.1 A logística e a informação .....................................................................................................................................18 1.1.2 A logística no mundo moderno e a importância da comunicação .......................................................................19 1.1.3 Importância da logística no desenvolvimento e competitividade de um país ..................................................... 20 1.1.4 O novo papel do gestor de logística ...................................................................................................................... 22 1.2 Sistemas de informação ...........................................................................................23 1.2.1 Os fundamentos dos sistemas de informação .......................................................................................................24 1.2.2 O momento atual dos sistemas de informação ................................................................................................... 25 1.2.3 A escolha de um sistema de informação eficaz ................................................................................................... 26 1.2.4 Perspectivas do sistema de informação no processo de controle de dados ...................................................... 26 1.3 Controle de dados .....................................................................................................27 1.3.1 Pressupostos e fundamentos do controle de dados ............................................................................................. 28 1.3.2 Vantagens e desvantagens do controle ............................................................................................................... 29 1.3.3 Tipos de controle conforme perfil de gestão ....................................................................................................... 29 1.3.4 Níveis de segurança .............................................................................................................................................. 30 1.4 Tomada de decisão ...................................................................................................31 1.4.1 Conhecer para decidir: os princípios do processo decisório ..................................................................................31 1.4.2 Fatores que influenciam a tomada de decisão ..................................................................................................... 32 1.4.3 Métodos para auxiliar a tomada de decisão ......................................................................................................... 33 1.4.4 Como minimizar erros e buscar eficiência ............................................................................................................ 35 Referências .....................................................................................................................36 Capítulo 2 Cenários e análise de ambiente .......................................................................................39 2.1 Análise ambiental ......................................................................................................39 2.1.1 Fatores-chave para análise do ambiente ............................................................................................................... 39 2.1.2 Ambiente da TI no mundo moderno ..................................................................................................................... 40 2.1.3 O ambiente da logística no mundo moderno ........................................................................................................41 2.1.4 Níveis de uso das informações: estratégico, tático e operacional .......................................................................... 42 2.2 Entendendo e construindo cenários .........................................................................43 2.2.1 Elementos de identificação de cenários ................................................................................................................ 43 2.2.2 Fatores para a construção de cenários .................................................................................................................. 44 2.2.3 Passo a passo para construir cenários ................................................................................................................... 45 2.2.4 Avaliação e reconstrução de cenários ................................................................................................................... 46 2.3 Tecnologia da informação sustentável .....................................................................47 2.3.1 Fundamentos da sustentabilidade ........................................................................................................................ 48 2.3.2 Tecnologias verdes existentes ............................................................................................................................... 49 2.3.3 Metais pesados e seus efeitos ................................................................................................................................51 2.3.4 Cases de empresa de TI verde ............................................................................................................................... 52 2.4 Legislação aplicada à logística reversa (LR) ..............................................................52 2.4.1 A Legislação ambiental .......................................................................................................................................... 53 2.4.2 A legislação Internacional sobre a logística reversa .............................................................................................. 54 2.4.3 A legislação brasileira sobre LR ............................................................................................................................. 542.4.4 Direito do consumidor na questão ambiental ....................................................................................................... 55 Referências ......................................................................................................................57 Capítulo 3 Tecnologia da Informação: componentes e aplicabilidade .............................................59 3.1 Hardware e software..................................................................................................59 3.1.1 Tipos de hardware .................................................................................................................................................. 60 3.1.2 Software com foco em logística .............................................................................................................................61 3.1.3 Sistemas operacionais abertos e fechados ............................................................................................................ 64 3.1.4 Sistemas governamentais (Siscomex, Mantra, Mercante) .................................................................................... 65 3.2 Banco de dados .........................................................................................................66 3.2.1 Tendências da estrutura do banco de dados ......................................................................................................... 67 3.2.2 Gerenciamento do banco de dados ...................................................................................................................... 68 3.2.3 Sistemas de gerenciamento de dados .................................................................................................................. 69 3.3 Rede de telecomunicações .......................................................................................70 3.3.1 Rede remota (WAN) e Rede local (LAN) ............................................................................................................... 70 3.3.2 Intranet .................................................................................................................................................................. 71 3.3.3 Extranet ................................................................................................................................................................. 72 3.3.4 Internet .................................................................................................................................................................. 73 3.4 Pessoas envolvidas na TI ...........................................................................................73 3.4.1 Aproximando a TI do usuário ..................................................................................................................................74 3.4.2 O programador e a missão de concretizar as necessidades do usuário ................................................................ 75 3.4.3 O papel do analista de sistema ............................................................................................................................. 75 3.4.4 Mercado de trabalho para o gestor de TI ...............................................................................................................76 Referências ......................................................................................................................78 Capítulo 4 Tecnologias de comunicação ..........................................................................................79 4.1 Tecnologias de comunicação e a automação das informações .................................79 4.1.1 Pressupostos da tecnologia de comunicação ........................................................................................................ 80 4.1.2 Automação das informações ................................................................................................................................. 81 4.1.3 Riscos tecnológicos ................................................................................................................................................ 82 4.1.4 Perspectivas ........................................................................................................................................................... 83 4.2 Comunicação entre empresa e governo ....................................................................85 4.2.1 Mediação entre tecnologia e o ambiente de negócios ......................................................................................... 86 4.2.2 Troca de informações obrigatórias ........................................................................................................................ 87 4.2.3 Perspectivas da compliance ................................................................................................................................... 88 4.2.4 Governo eletrônico ................................................................................................................................................ 88 4.3 Desempenho logístico ..............................................................................................90 4.3.1 Importância do desempenho logístico diferenciado ............................................................................................. 91 4.3.2 Como medir desempenho? ................................................................................................................................... 91 4.3.3 Métricas e a gestão de demanda .......................................................................................................................... 92 4.3.4 Contratos e responsabilidades ............................................................................................................................... 93 4.4 Inovação e empreendedorismo .................................................................................94 4.4.1 Conceitos de inovação e empreendedorismo ........................................................................................................ 95 4.4.2 O estado da arte na tecnologia da comunicação e informação ............................................................................ 96 4.4.3 O processo criativo e a inovação ........................................................................................................................... 96 4.4.4 O empreendedorismo e as tecnologias de comunicação ...................................................................................... 97 Referências .....................................................................................................................99 Capítulo 5 Aplicativos informatizados ............................................................................................101 5.1 Aplicativos informatizados de gestão ......................................................................101 5.1.1 ERP – Enterprise Resource Planning e a gestão empresarial integrada .................................................................102 5.1.2 EIS – Executive Information Systems .................................................................................................................... 104 5.1.3 SAD – Sistema de apoio à decisão ...................................................................................................................... 106 5.1.4 BI – Business Intelligence...................................................................................................................................... 107 5.2 Aplicativos informatizados de comunicação ...........................................................108 5.2.1 EDI – Electronic Data Interchange ........................................................................................................................ 109 5.2.2 CRM – Customer Relationship Management .......................................................................................................109 5.2.3 PRM – Partner Relationship Management ...........................................................................................................110 5.2.4 WMS – Warehouse Management System ............................................................................................................111 5.3 Outras tecnologias aplicadas ...................................................................................112 5.3.1 SCM – Supply Chain Management .......................................................................................................................112 5.3.2 GPS – Global Positioning System ..........................................................................................................................113 5.3.3 RFID – Radio Frequency Identification ..................................................................................................................113 5.3.4 SMS – Short Message Service, bluetooth e Wi-Fi – Wireless Fidelity ...................................................................113 5.4 Tecnologia aplicada à automação de escritórios .....................................................114 5.4.1 MRP II – Manufacturing Resource Planning ..........................................................................................................114 5.4.2 OLAP – On-line Analytical Processing ..................................................................................................................114 5.4.3 OLTP – On-line Transaction Processing .................................................................................................................115 5.4.4 Databases ..............................................................................................................................................................115 Referências ...................................................................................................................118 Capítulo 6 Gestão da cadeia global de suprimentos ......................................................................119 6.1 Supply Chain Management .....................................................................................120 6.1.1 Fundamentos de SCM ...........................................................................................................................................121 6.1.2 Data warehouse e Data Mining .......................................................................................................................... 122 6.1.3 Periodicidade e acompanhamento .......................................................................................................................124 6.1.4 Desafios e metas do gestor ................................................................................................................................. 125 6.2 Processos de Distribuição ........................................................................................126 6.2.1 Fundamentos dos processos de distribuição........................................................................................................127 6.2.2 Relacionamento entre empresas ........................................................................................................................ 129 6.3 Estrutura da cadeia .................................................................................................129 6.3.1 Relação cliente X fornecedor ................................................................................................................................132 6.3.2 Execução própria x terceirização ..........................................................................................................................133 6.3.3 Membros-chave na estrutura da cadeia ............................................................................................................. 134 6.3.4 Diferentes tipos de fornecedores e seus clientes ..................................................................................................135 6.4 Componentes ..........................................................................................................136 6.4.1 Nível de integração .............................................................................................................................................. 136 6.4.2 Importância da gestão .........................................................................................................................................137 6.4.3 Cadeia de suprimentos tradicional ...................................................................................................................... 138 6.4.4 Cadeia de suprimentos enxuta e ágil ...................................................................................................................139 Referências ....................................................................................................................140 Capítulo 7 E-commerce ..................................................................................................................141 7.1 E-business .................................................................................................................141 7.1.1 Importância do e-business: seus conceitos e fundamentos e-business ................................................................143 7.1.2 De business para e-business ................................................................................................................................ 144 7.1.3 Incoterms e sua aplicação no e-business ..............................................................................................................145 7.1.4 FOB / CIF no Brasil .................................................................................................................................................147 7.2 E-commerce ............................................................................................................147 7.2.1 Fundamentos e origem do e-commerce .............................................................................................................. 148 7.2.2 B2B, B2C, C2C ...................................................................................................................................................... 150 7.2.3 Segurança e tipos de pagamentos .......................................................................................................................151 7.2.4 Acesso global x concorrência global .....................................................................................................................152 7.3 E-commerce e a logística ........................................................................................154 7.3.1 Relação do e-commerce e a logística ................................................................................................................... 154 7.3.2 Remessa expressa (nacional) ...............................................................................................................................155 7.3.3 Remessa expressa (internacional) ........................................................................................................................155 7.3.4 Prazos X riscos ...................................................................................................................................................... 156 7.4 Aspectos legais do e-commerce ...............................................................................157 7.4.1 Base legal do e-commerce (Brasil e mundo) ........................................................................................................ 157 7.4.2 Diferenças e semelhanças legais entre o commerce e o e-commerce ..................................................................159 7.4.3 Direito do consumidor (Brasil e mundo) .............................................................................................................160 7.4.4 Riscos X segurança jurídica nas operações .......................................................................................................... 162 Referências ...................................................................................................................163 Capítulo 8 Cadeia Global de Valor (CGV) ........................................................................................165 8.1 Cadeia global de valor .............................................................................................165 8.1.1 Tendências e novos horizontes ............................................................................................................................ 166 8.1.2 Cadeia global de valor e a cadeia logística .......................................................................................................... 167 8.1.3 Terceirização da produção ................................................................................................................................... 168 8.1.4 Valor agregado .................................................................................................................................................... 169 8.2 Logística internacional ............................................................................................170 8.2.1 Modalidades de transporte e seus custos ........................................................................................................... 173 8.2.2 Tipos de carga e seu planejamento......................................................................................................................174 8.2.3 Vantagens e desvantagens da produção segmentada ........................................................................................174 8.2.4 Diminuindo distâncias, aproximando empresas ..................................................................................................175 8.3 Competitividade internacional ................................................................................176 8.3.1 Conceitos de competitividade ............................................................................................................................. 177 8.3.2 Ranking dos países e a situação do Brasil no ranking ......................................................................................... 177 8.4 Made in the world ....................................................................................................179 8.4.1 Quebrando paradigmas ....................................................................................................................................... 180 8.4.2 Oportunidades de inserção na cadeia de valor ................................................................................................... 180 8.4.3 Impactos positivos e negativos nos países e suas consequências .......................................................................181 8.4.4 Perspectivas para o Brasil .....................................................................................................................................182 Referências ....................................................................................................................185 Os avanços tecnológicos estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia, e na logística não é diferente. Novas formas, tipos e níveis de controle surgem a todo mo- mento. Em um mundo cada vez mais interligado, a logística precisa exercer o seu pa- pel, fazendo com que os produtos cheguem ao seu destino final no tempo certo e com o menor custo e risco possível. Nesse aspecto, quando se trata de e-commerce, a exigên- cia é ainda maior, pois se espera que as entregas sejam rápidas e precisas, e é justamen- te nesse ponto, devido aos seus problemas logísticos, que o Brasil enfrenta dificuldades. Diante disso, esta obra tem por objetivo apresentar ferramentas que possam auxiliar o gestor na tomada de decisão, de forma a minimizar possíveis problemas e dificuldades. Apresentação Agradeço a todos que participaram e contribuíram para que este projeto fosse concluído, em especial ao Daniel, aos meus amigos Prof. Dr. Airton Neubauer, Dr. Helio Tadeu Brogna Coelho, da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), Cleonir Cruz, da Saascomex, e à professora Cristiane Becker pela oportunidade. A Autora A Professora Ana Flávia Pigozzo é Mestre em Engenharia da Produção pela UFSC e Graduada em Administração com Habilitação em Comércio Exterior pela UFPR. É consul- tora credenciada do Sebrae/PR e despachante aduaneira. Currículo Lattes: <lattes.cnpq.br/4069834356503011> À Josilys, esposa amada, e aos nossos filhos, Leonardo e Letícia, fontes inesgotáveis de inspiração, motivação e carinho. Agradeço ao grande amigo Prof. Dr. Airton Neubauer e à equipe da Universidade Positivo pela confiança e oportunidade. O Autor O Professor Marcos Antonio Lopes da Silva é Especialista em Logística e Distribuição pela Faculdade Opet e Graduado em Administração com ênfase em Comércio Exterior pela Faculdade Tibiriçá. É despachante aduaneiro, palestrante e docente nos cursos de Adminis- tração, de Negócios Internacionais e de Logística. Currículo Lattes: <lattes.cnpq.br/4252036387273637> 1 O sistema de informação e a logística Inicialmente, o termo logística foi utilizado para descrever a ciência da movimen- tação de suprimentos e manutenção de forças militares. Mais tarde, ele passou a ser empregado para designar a gestão de fluxos de materiais em uma organização, consi- derando desde o início do processo da matéria-prima até o produto final, pois colocar um produto no lugar e momento certos depende de uma série de processos, que in- cluem a extração da matéria-prima, a manufatura que a transforma em produto aca- bado, o modo como isso é feito e também o tempo que leva para que esse produto chegue até o ponto de venda. Em grego, logos significa discurso, razão. O termo logistiki, também do grego, se refere à contabi- lidade e à organização financeira. Em francês, o termo logistique é entendido como alojar, acolher. Nos últimos anos, muitos fatores impactaram e outros continuam impactando a logística no Brasil, seja direta ou indiretamente. Entre eles, podemos destacar: • intensificação da globalização, possibilitando que grandes grupos, como redes de supermercados internacionais, cheguem ao Brasil em associação com gru- pos nacionais; • consolidação de um pequeno número de empresas que assumem uma crescen- te participação no volume de negócios; • aumento do poder do varejo, ensejando o surgimento de grupos econômicos e acentuando seu poder de barganha com fornecedores/fabricantes; • parcerias e alianças com fornecedores, com o objetivo de criar vantagens com- petitivas, pois se torna cada vez mais difícil oferecer valor aos consumidores, pois o canal de distribuição precisa ter baixo custo e alta eficiência. Segundo Bezerra e Monteiro (2003), a integralidade entre o sistema de informa- ção e a logística serve para que a empresa consiga desenvolver, controlar e gerenciar toda a cadeia de suprimentos, objetivando a satisfação do cliente. Mas para que possa- mos ter pleno conhecimento dos sistemas de informação aplicados à logística, é preci- so primeiramente entender o que é logística e o que é sistema de informação para, só então, analisarmos como eles se integram. Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 18 1.1 Contexto da logística No mundo dos negócios, a logística se desenvolveu com a intenção de colocar os recursos corretos no local e no momento certos, visando atingir o objetivo principal de atender ao cliente. Para Alt e Martins (2003, p. 252), “[...] a logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo o fluxo de mercadorias e informação, des- de a fonte fornecedora até o consumidor”. Essa definição se torna clara ao entender- mos que as necessidades do clientee o pronto atendimento delas por meio de um produto ou serviço representam uma oportunidade para as organizações, é por isso que identificá-las e definir o que deverá ser produzido para atendê-las, apesar de se- rem tarefas complexas, são consideradas fundamentais. Outro fator importante no contexto logísti- co é a otimização dos componentes da cadeia de suprimentos e de distribuição com o uso das tec- nologias disponíveis, que podem facilitar o acesso dos clientes aos produtos e serviços e gerar fluxos contínuos de informações, constituindo, assim, um diferencial competitivo. Sabe-se que a busca pela eficiência no atendimento aos clientes traz, entre ou- tros fatores, economia de tempo para a empresa e conveniência para os consumidores, e é exatamente nesse sentido que a tecnologia da informação e seus sistemas integra- dos devem ser utilizados, pois podem contribuir para a diminuição de custos, priori- zando a rentabilidade do negócio. 1.1.1 A logística e a informação Quando interligadas, logística e informação formam um conceito mais amplo, tornando-se uma ferramenta que permite a abertura de um horizonte de fluxos, níveis, princípios e planejamentos. Para se ter uma ideia da importância des- sa integração, o desacordo entre a logística e a in- formação pode acarretar a falta de produtos nas gôndolas ou o excesso de itens em estoque, ocorrências que podem inviabilizar a renta- bilidade da empresa (CHOPRA; MEINDL, 2011). Nesse cenário, o aperfeiçoamento dos canais de informação é fundamental para a distribuição, pois permite um acesso siste- mático ao controle de estoque. © P er es an z // Sh ut te rs to ck © V er es hc ha gi n D m it ry / / S hu tt er st oc k Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 19 Não há dúvidas de que a informação é um elemento preponderante para o desen- volvimento da logística (CORRÊA; CORRÊA, 2012). É interessante notarmos que até mesmo pequenas empresas têm utilizado a informação como aliada, automatizando e informatizando suas lojas e obtendo, assim, dados precisos sobre faturamento, quan- tidade de produtos vendidos e rentabilidade por item, por exemplo. Vimos que a co- municação impacta diretamente a logística, e é sobre esse tema que estudaremos na próxima seção. 1.1.2 A logística no mundo moderno e a importância da comunicação Presente em quase todos os setores e das mais variadas formas, a logística pre- cisa acompanhar as constantes atualizações de uma organização e, além disso, é im- prescindível que busque sempre a inovação, justamente por fazer parte dos processos de uma empresa do início ao fim. Optar por formas de comunicação obsoletas pode gerar gargalos em diversas etapas do processo logístico, pois ferramentas de comuni- cação desatualizadas são incompatíveis com as aplicadas no atual cenário do mercado. A necessidade das empresas em competir e “sobreviver” estimula a modernização da logística. No entanto, a busca por melhoria tem seus obstáculos, que muitas vezes independem da vontade e saem do controle da empresa. Uma transportadora de car- gas, por exemplo, está submetida a estradas ruins, condições climáticas (seja no âmbito terrestre, marítimo ou aéreo), pedágios, burocracia, greves etc. Com isso, pode-se dizer que diversas empresas estão sujeitas às mesmas dificuldades impostas pelo próprio se- tor ou mesmo por fatores que fogem ao seu controle, mas geralmente aquelas que con- seguem minimizar ou driblar esses problemas são as que se destacam das demais. E como podemos fazer isso? Em linhas gerais, poderíamos responder: inovando. Vivemos em uma sociedade competi- tiva, na qual o mercado exige que a logística e seus processos sejam extremamente velo- zes e eficientes. A eficiência de uma empresa, portanto, deve estar à altura dos sistemas e ferramentas dos colaboradores externos e do mercado. Nesse sentido, o mundo moderno, que a cada minuto se modifica, força a logísti- ca a acompanhar essa evolução. As transformações e o avanço da tecnologia exigem uma alta comunicabili- dade, que englobe todas as ferramentas, sistemas e partes da estrutura de comuni- cação da logística, pois o sistema de informação de uma empresa é vital para que a gerência e seus colaboradores possam fazer o acompanhamento dos processos. © T om W an g // Sh ut te rs to ck Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 20 O monitoramento contínuo e a participação da equipe devem ser on-line, propiciando um cenário claro do que está ocorrendo no momento, mais ainda: as ferramentas de comunicação devem estar operantes durante as 24 horas do dia e atualizadas com um sistema de segurança preparado para qualquer eventualidade. Na logística, como em quase todos os setores, a troca de informações deve ser ágil, e elas devem estar interligadas em todos os momentos do processo, anun- ciando o evento no momento real e, caso ocorra algum problema, tais informações devem dar apoio à logística para que ele seja rapidamente sanado. Para tanto, o mer- cado disponibiliza ferramentas como o Enterprise Resource Planning – Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) ou o Warehouse Management System – Sistema de Gerenciamento de Armazém (WMS). Os impactos das novas tecnologias comunicacionais são bem nítidos se compara- mos a celeridade e a clareza de hoje à lentidão e à burocracia de décadas atrás, quando ainda eram utilizados formulários enviados por carta, telex ou, na melhor das hipó- teses, a comunicação por telefone. As tecnologias comunicacionais, portanto, foram fundamentais para o desenvolvimento da logística e esta, por sua vez, tem importân- cia fundamental para o desenvolvimento de um país. 1.1.3 Importância da logística no desenvolvimento e competitividade de um país O crescimento da indústria e do comércio em um país não depende exclusiva- mente da produção, do mercado ou do câmbio, por exemplo, mas de uma eficiência global de todas as atividades que compõem essa cadeia. Portanto, é possível afirmar que a expansão econômica está diretamente ligada à eficiência da operação logística. O Índice de Perfomance Logística (Logistics Performance Index) é elaborado pelo Banco Mundial (2014) para medir a performance da cadeia de suprimentos de determi- nados países e ajuda a demonstrar a importância competitiva da logística. Na edição de 2014, a Alemanha mostrou melhor desempenho logístico global, enquanto o Brasil ficou na 65ª posição entre os 163 países analisados. A posição do Brasil nesse ranking acaba refletindo sua pouca competitividade no desempenho global. São diversos os fatores que interferem nessa performance, tais como: concentração excessiva no modal rodoviário; malha viária mal conservada; al- tos índices de acidentes; furtos e roubos de cargas – o que impacta nos preços dos prêmios de seguro e, por conseguinte, nos fretes –; dependência excessiva de navios mercantes estrangeiros nos transportes internacionais; navegação de cabotagem pou- co utilizada e concentrada no sentido sul-norte; pouca capacidade instalada de arma- zenagem; alto percentual de perdas durante o transporte e a movimentação (no caso Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 21 dos granéis); tempo demasiadamente longo nos trâmites alfandegários, pouca produ- tividade nos portos, aeroportos e pontos de fronteiras; e excessivo número de órgãos governamentais intervenientes nas etapas do processo logístico. Todos esses fatores compõem o “custo-brasil’ do qual constantemente ouvimos falar. Diante dessas dificuldades, os entes privados, que são os principais responsáveis pelos investimentos produtivos no Brasil, se veem forçados a analisar suas alternati- vas de expansão ou implementação de novos negócios. Sem ter condições adequadas para o perfeito funciomento das suas atividades produtivas, esses investidores pode- rão levar em consideração a instalação de suas plantas produtivas em países que ofe- reçam uma infraestrutura logística mais adequada. Pois, sem condições favoráveis,haverá impacto direto na produtividade das organizações, acarretando maiores preços para o consumidor final e também baixa rentabilidade sobre o capital investido, além de maior tempo para retorno do investimento. Além disso, a falta de planejamento e execução de uma infraestrutura logística adequada também acarreta altos custos e gargalos operacionais, que são empecilhos que tolhem o crescimento da economia brasileira, outro fator responsável por nossa baixa competitividade no mercado internacional. Para evitar que o Brasil deixe de crescer por problemas logísticos, é necessário que a infraestrutura de suas operações seja atualizada, indo ao encontro de suas ne- cessidades. Por isso, nota-se uma preocupação com infraestrutura tanto por parte da iniciativa privada quanto do Estado. No Brasil, com o aquecimento econômico dos últimos anos, houve maiores investimentos e mais monitoramento e controle nos portos e nas atividades do setor rodoviário, porém tais mu- danças ficaram aquém das necessidades reais do país, não sendo suficientes para resolver os prin- cipais problemas enfrentados para o escoamen- to da produção. Obviamente, um cenário perfeito ainda é distante, já que a propulsão da economia também trouxe alguns obstáculos, como a necessidade de atender, eficientemente à crescente demanda. O governo brasileiro não possui condições, sozinho, de resolver os problemas da infraestrutura de transportes no Brasil, por isso foi a iniciativa privada que trouxe mais luz para alguns gargalos, forçando o governo a criar programas como o Pro- grama de Investimentos em Logística (PIL) para aumentar os recursos para toda essa atividade de logística. © C hu ng ki ng // S hu tt er st oc k Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 22 O Programa de Investimentos em Logística (PIL) do Ministério dos Transportes publicou por- tarias que autorizam empresas privadas a elaborarem a complementação dos Estudos de Viabilidade Técnica para subsidiar a implantação da infraestrutura em trechos ferroviários. Um exemplo da aplicação desse programa ocorreu com o modal ferroviário bra- sileiro. Com o PIL, o governo poderá optar entre realizar os leilões por maior valor de outorga e menor tarifa ou compartilhamento de investimento. Os investimentos proje- tados para esse modal são de R$ 86,4 bilhões (BRASIL, 2015). Embora o modal ferroviário seja muito mais eficiente e tenha custo de frete mais barato do que o rodoviário, o Brasil, nas últimas décadas, não investiu nesse se- tor. Hoje, temos um malha ferroviária de 28.190 km, segundo o relatório Evolução do Transporte Ferroviário da ANTT (2013), ou seja, ela é menor do que a que tínhamos na década de 1950, que era de 35.000 km. Segundo Lima (2005), o uso da ferrovia no Brasil oscila entre 10% e 40 % para distâncias até 500 km, mas, no caso de distâncias onde a ferrovia tem sua aptidão na- tural (de 800 km a 1500 km), o seu uso cai para zero por inexistência de malha ferroviá- ria adequada, o que resulta em transporte por caminhão de cargas, ou seja, rodoviário. Assim perde o caminhão, que passa a ter fretes aviltados, e perdemos todos com o au- mento de custos de distribuição para o mercado interno. Os investimentos do setor público e privado nos últimos anos foram limitados à manutenção da malha existente e estão longe da eficiência, tanto no que se refere à quantidade quanto à qualidade, embora a sua expansão seja vista como uma solução ou desentrave para o crescimento da economia. Sabe-se que o investimento atual destinado à logística ainda não acompanha a celeridade que o mercado exige, mas ainda assim é visto como promissor para impul- sionar o desenvolvimento e a competitividade do Brasil. 1.1.4 O novo papel do gestor de logística A logística atual vem exigindo dos gestores uma visão mais abrangente e uma nova postura. A função desses profissionais não se limita mais a acompanhar o fluxo da logística, como armazenamento, distribuição, atendimento do cliente etc. A agilida- de e a forte competitividade do mercado exigem que eles detenham ou aprimorem ou- tras qualidades. Eles devem estar atentos aos processos que antecedem e procedem a logística, ou seja, precisam estar cientes das atividades desde o processo dos fornece- dores até a satisfação do cliente. Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 23 Para saber mais sobre a nova logística e o que ela exige dos gestores, leia a reportagem de Mendes (2003) na revista Exame. Ademais, é fundamental que os gestores tenham um bom relacionamento inter- pessoal, visto que precisam interagir constantemente com fornecedores, por exemplo. Nesse sentido, a comunicabilidade permanente minimiza erros e antecede a solução de algum evento negativo que possa ocorrer. Os gestores também precisam dominar as ferramentas que monitoram e controlam a cadeia logística, logo, um bom conhecimento em infor- mática é vital. Esses profissionais também preci- sam fazer o monitoramento integral e eficiente da cadeia, o que facilita a prospecção das próxi- mas etapas. Além disso, podemos afimar que, atualmen- te, uma das maiores exigências das empresas é que o gestor tenha destreza no planejamento e na análise do tempo, custos e qualidade do serviço executado. A redução de custos, por exemplo, é frequentemente cobrada pela direção da empresa, e ela só será possível se o gestor tiver de posse de todos os registros para, por meio da análise e de sua habili- dade, executar medidas certeiras e eficientes em curto prazo. Nesse sentido, o papel da tecnologia de informação é justamente liberar o gestor das atividades rotineiras para que, dessa forma, ele possa se concentrar em processos de gestão estratégica, visto que, assim, ele conseguirá aprimorar os métodos de ges- tão, reduzir os custos e melhorar o atendimento às necessidades dos consumidores. 1.2 Sistemas de informação De acordo com Oliveira (2001), o propósito das informações é o de fazer com que a empresa alcance os seus objetivos pelo uso eficiente e eficaz dos seus recursos hu- manos, materiais, tecnológicos e financeiros, algo fundamental para a logística. Inicialmente, para a efetivação eficiente de um desses sistemas, é preciso abordar todas as informações contidas em determinado processo, de forma a catalogar, classi- ficar e amarmazenar os dados. Para compreendermos como tudo isso ocorre, é neces- sário nos aprofundarmos um pouco mais no tema. É o que faremos a seguir. © F ra nc k B os to n // Sh ut te rs to ck CENÁRIOS TECNOLÓGICOS APLICADOS À LOGÍSTICA 24 1.2.1 Os fundamentos dos sistemas de informação Na área de logística, um sistema de informação, segundo Loh (2014), é um sis- tema cujo objetivo é gerenciar informações, ou seja, coletar, armazenar, organizar, tratar, cruzar, disseminar, gerar e fornecer informações de modo a apoiar decisões e processos de uma organização. Um sistema de informação, portanto, faz um estudo do fluxo de informações geradas em uma empresa, ou seja, ele promove coleta e análi- se de dados, organização, distribuição, verificação do ambiente (cliente/produto) e das ferramentas para o desenvolvimento de um software. Considera-se também um siste- ma de informação um conjunto de etapas que devem estar relacionadas entre si e inte- ragindo com a informação, com a organização e, principalmente, com o controle. Fluxo de um sistema de informações Implementação de ações Tomada de decisões Informações gerenciais Análise dos dados Processamento dos dados Empresa Coleta de dados © F ab ri CO Para Oliveira (2003), a queda dos custos da tecnologia e a consequente dissemi- nação da informática e das redes de comunicação são os elementos básicos para per- mitir o acesso de diversos setores da comunidade à informação, o que, obviamente, inclui as organizações. Mas, para que possamos analisar a aplicabilidade de um sistema de informação, precisamos estudar o cenário a ser trabalhado, pois, para Slack (2002), processose métodos ruins não são resolvidos com investimento em tecnologia; a tecnologia por si Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 25 só não é a solução para os problemas operacionais. Com isso, devemos avaliar a inte- gração dos setores, pois quanto mais conhecemos o processo, mais fácil será escolher a ferramenta a ser utilizada. A coleta de dados é o pressuposto inicial para que a toma- da de decisão relativa à escolha do sistema de informação seja feita com eficiência. A eficiência dos fluxos, da troca de informações e a celeridade do processo são fa- tores que devem estar em sintonia com a organização e com o sistema de informação. Além disso, também é importante que as empresas invistam na automatização de seus produtos, como códigos de barras, etiquetas eletrônicas e leitores óticos, que são ele- mentos que contribuem para a conectividade do sistema de informação. 1.2.2 O momento atual dos sistemas de informação O crescimento do comércio proporcionou o surgimento de sistemas de infor- mação mais eficientes para as empresas. Assim, segundo Lastres e Albagli (1999) a globalização estimula a troca de informações entre atores – individuais e coletivos – espalhados pelo mundo e, dessa forma, promove o surgimento de novas técnicas ou ferramentas de melhoria, que rapidamente podem ser adotadas, até por uma questão de sobrevivência ou de adequação ao mercado. A contínua evolução do mercado contribui para integrar, controlar e gerenciar a cadeia de suprimentos na busca por eficiência, minimização dos custos, lucratividade e satisfação do cliente. Assim, o processo e as ferramentas do sistema de informação devem suprir essas demandas, considerando os novos avanços tecnológicos, a quanti- dade de informações e a velocidade característica da sociedade globalizada. Diante desse cenário, podemos afirmar que um sistema de informação eficiente e de vanguarda pode ser a diferença da vantagem competitiva de uma empresa, uma vez que a velocidade de troca, adaptação ou aplicação de um novo sistema está asso- ciada ao rápido e eficiente atendimento de requisitos, como explicam Abreu e Rezende (2001, p. 260): [...] a efetividade da informação pode ser avaliada em termos do produto da informa- ção, do uso da informação para trabalhos organizacionais, da utilização dos Sistemas de Informação pelos usuários e o impacto dos mesmos na empresa, especialmente no de- sempenho organizacional. Se o sistema de informação é tão importante para uma empresa, sua escolha deve ser feita com muito cuidado e critério. É o que veremos a seguir. Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 26 1.2.3 A escolha de um sistema de informação eficaz A eficiência do sistema de informação de uma empresa não está diretamente liga- da à aquisição ou à aplicabilidade do melhor e mais avançado sistema disponível no mer- cado, mas sim à utilização daquele que mais se adequa às necessidades da organização. A identificação dos fatores relevantes para a empresa é a peça-chave que ilustra o cenário no qual se fará a implantação do sistema. Após essa análise, deverá ser realizada uma simulação para identificar alguma vulnerabilidade e, principal- mente, averiguar se a escolha do sistema de in- formação foi acertada. Nesse sentido, a relevância de um sistema de informação é verificada principalmente quando o mercado avança muito rapidamen- te, forçando um constante aprimoramento para que a empresa continue competitiva. Vale destacar, como exemplo dessas modificações, a expansão de vendas sem lojas, ou seja, o aumento de vendas pela televisão, por catálogos, por máquinas automáticas e pela internet, sendo a última a que tem apresentado maior crescimento. Prova disso é que, segundo a consultoria A.T. Kearney, em seu índice de e-commerce de varejo global (The Global Retail E-commerce Index), em 2014, o varejo on-line brasileiro movimentou US$ 13 bilhões, sendo que, no Brasil, existem aproximadamente 106 milhões de usuá- rios de internet e 60 milhões de consumidores on-line (BEN-SHABAT et al., 2015). Uma vez escolhido o sistema de informação, podemos traçar a perspectiva de como ele poderá realizar o controle dos dados, é o que veremos no tópico a seguir. 1.2.4 Perspectivas do sistema de informação no processo de controle de dados Segundo Abreu e Rezende (2001), dados são entendidos como um elemento da informação, um conjunto de letras, números ou dígitos que, tomados isoladamen- te, não transmitem nenhum conhecimento, ou seja, não contêm um significado claro. Informação, por sua vez, é todo o dado trabalhado, útil, tratado, com valor significativo atribuído ou agregado e com um sentido natural e lógico para quem usa a informação. Mas como ter uma perspectiva para o uso dos sistemas de informação no pro- cesso de controle de dados? Para tanto, é necessário fazer uma elaboração do atual ponto de vista, levando-se em consideração os dados e os fatos passados. Deve-se também estudar o panorama geral das necessidades da empresa, coletando dados que possibilitem uma avalição precisa do momento. © S tu ar t M ile s // Sh ut te rs to ck Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 27 No filme “Amor por Contrato” (2009), funcionários de uma agência de marketing se passam por uma família para exibir bens aos vizinhos, que começam a desejar os produtos. Assista e veja como um sistema de informação é usado no processo de controle de dados e como ferramenta de vendas. A perspectiva consiste basicamente na coleta de dados, para que se possa ana- lisar, tabular e investigar uma forma para elaborar, por exemplo, um mapeamento de processo de decisão. É necessário também fazer estatísticas do passado para que se compare a evolução dos dados e seus resultados. Após a elaboração desse roteiro (de como era no passado e como é atualmente), faz-se uma projeção para o futuro, ou seja, determina-se quais são as metas, elaborando uma tabela comparativa, que dará a tendência prevista. Esses dados são de extrema importância, pois a sondagem indicará tendências e resultados. No entanto, é importante prever mudanças que possam ocorrer motivadas por causas internas ou externas à organização, traçando antecipadamente um plano alternativo para qualquer enventualidade. Um exemplo disso são as decisões relacio- nadas às previsões de venda. Para que não sobrem ou faltem mercadorias nas pratelei- ras, é preciso que seja feito um acompanhamento das vendas (estatísticas do passado), bem como a projeção para o futuro, de forma a estabelecer metas reais para os vende- dores e ao mesmo tempo projetar a demanda de produção dessas mercadorias. Para se criar uma grande cadeia que ligue produção, distribuição e cliente, bons exemplos de sistemas de informação e controle de dados são o Just-in-Time, Eletronic Data Interchange (EDI), o Efficient Consumer Response (ECR) e o Data Base Marketing. Segundo a consultoria A. T. Kearney, países como Estados Unidos e Japão lideram mo- vimentos para responder, com base nesses sistemas de informação, às necessidades dos clientes no comércio de varejo de forma cada vez mais rápida (BEN-SHABAT et al, 2015). 1.3 Controle de dados O controle de dados é peça fundamental em diversas áreas organizacionais, e po- demos afirmar que ele dá origem ao monitoramento. O controle permite a tomada de decisão, que pode ser baseada, por exemplo, em um mapa ilustrado. A seguir, veremos com mais detalhes como funciona e para querserve esse controle. Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 28 1.3.1 Pressupostos e fundamentos do controle de dados Segundo Tanenbaum (2003), um sistema de banco de dados é uma forma de ar- mazenar dados e gerir informações para posterior recuperação ou atualização dessas informações por um usuário. Já os sistemas de controle de dados são programas que permitem averiguar as informações disponíveis. Isso pode ser feito, por exemplo, por um aplicativo que apre- senta informações essenciais que ocorreram e estão ocorrendo em uma organização,proporcionando uma avaliação para uma tomada de decisão. O controle de dados deve ser um mecanismo de fácil manuseio para o acompa- nhamento de todos os dados armazenados e atualizados, além disso, deve permitir também a alimentação e a atualização de infor- mações. É uma ferramenta que deve estar ao al- cance da linha de produção ou de pessoas ligadas ao processo executivo para que assim seja abaste- cida com dados interligados com a gerência para que esta possa fazer seu devido acompanhamen- to. Em um sentido figurado, pode-se dizer que o controle de dados funciona como um painel de au- tomóvel, ou seja, como um painel de controle. Outro aspecto relevante do controle de dados é a segurança, que, segundo Rhodes-Ousley (2013), tem como preocupação a proteção da informação em todas as suas formas: escrita, falada, eletrônica, gráfica etc. Por isso, os dados devem estar regis- trados em um aplicativo e guardados por um sistema de segurança. Também há a neces- sidade de um abastecimento diário ou, no mínimo, semanal dos registros. Além disso, é importante averiguar e controlar a capacidade ou os limites dessa ferramenta. Um sistema de controle de dados deve apresentar cálculos, estatísticas de acom- panhamento da produção ou fluxo para base comparativa. Outro fator importante pode ser a elaboração de um sistema de alerta que anuncie determinada situação fora dos limites, seja atípica, seja sazonal. Um exemplo de sistema de controle de dados com monitoramento contínuo que pode ser utilizado como ferramenta de acompanha- mento é o Eletronic Data Interchage (EDI), que é uma ferramenta utilizada para facilitar a negociação e a troca de informações com clientes e fornecedores. © M ar ci n B al ce rz ak // S hu tt er st oc k Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 29 1.3.2 Vantagens e desvantagens do controle As vantagens do controle de dados incluem a possibilidade de acompannhar a produção, obter base para comparação e identificar situações não esperadas. A exis- tência de um controle em uma grande corporação é questão de vida ou morte da or- ganização. Raros são os casos em que, em uma organização de médio porte para cima, não exista um controle de dados ou ao menos algo semelhante. O mercado, parceiros, fornecedores, clientes, contabilidade, entre outros, exigem uma ferramenta de contro- le, e o acompanhamento determina seu êxito. As desvantagens são mínimas, mas existem. Geralmente, o início da implemen- tação de um controle de dados é um processo lento e exaustivo, que sobrecarrega funcionários e, muitas vezes, muda termporariamente o foco de uma área. Um fator determinante para que um controle de dados não apresente desvantagens é a escolha correta do sistema. Para que seja implementado e utilizado com sucesso, o sistema de controle de dados escolhido deve condizer com o porte e as necessidades da empresa. Além da atenção dada à escolha de um bom controle de dados, é pertinente que os gestores verifiquem o processo de abastecimento e manuseio das informações, evi- tando que ele seja burocrático e muito lento, devido a formalidades desnecessárias que geralmente ocorrem na inserção dos dados. Mas há tipos de controles para cada perfil de gestão, e é isso que veremos a seguir. 1.3.3 Tipos de controle conforme perfil de gestão Cada empresa exige que seja aplicado um controle específico para a sua ativida- de, assim como o perfil do gestor deve estar em sintonia com as propostas do setor para o qual foi designado. Quando falamos de perfil, no caso de um gestor de logística, sabe-se que ele deve ter conhecimentos específicos da área, como saber aplicar o ERP ou Warehouse Management System – Sistema de Gerenciamento de Armazéns (WMS). Já um gestor de tecnologia da informação, também conhecido como Chief Information Officer (CIO), precisa tomar decisões em relação às necessidades de infraestrutura, de investimen- tos e prioridades na área de TI dentro da organização, sendo que essas decisões mui- tas vezes eram tomadas somente pelos CEOs ou gestores financeiros. Segundo Weill e Ross (2006), o CIO é um personagem cada vez mais importante no cenário empresarial e na governança de TI. Em função disso, o perfil profissional desejado para um CIO é de uma pessoa que ajude os líderes da organização a alinhar as suas expectativas e a concepção de TI às funções da TI para geração de valor e sustentação do negócio (GUILLEMETTE; PARÉ; SMITH, 2008). Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 30 Já quanto à escolha do tipo de controle, a empresa, por sua vez, precisa promover um le- vantamento para autoavaliar seu porte e suas ne- cessidades, fazendo uma comparação com outras organizações de seu segmento. A base compara- tiva de posicionamento de uma empresa é funda- mental para que ela se situe corretamente. Após essa análise, ela está apta a escolher as ferramen- tas adequadas aos seus objetivos, evitando a escolha de um sistema obsoleto ou avan- çado demais, menor ou maior do que suas necessidades, evitando que a capacidade do tipo de controle escolhido não acarrete desperdícios nem seja enxuto demais. Além disso, deve-se levar em consideração, na escolha do tipo de controle, o pos- sível crescimento da empresa, assim como a possibilidade de compartilhar esse siste- ma com parceiros. Nas grandes corporações, por exemplo, os fornecedores e clientes utilizam o mesmo sistema, que é interligado, tornando-se um instrumento fundamen- tal para a logística e seu acompanhamento. Nesse sentido, são importantes as considerações de Nazário (1999), que entende que o avanço da TI vem permitindo às corporações executarem operações rápidas e de baixo custo, auxiliando o controle gerencial e apoiando a decisão com softwares espe- cíficos voltados à cadeia de suprimentos. 1.3.4 Níveis de segurança Como a cadeia logística de uma média ou grande empresa é ampla, envolvendo muitos colaboradores e parceiros externos, é importante que todo o sistema seja efi- ciente e seguro. Uma pane acarretará inúmeros transtornos, principalmente para tercei- ros, afetando fornecedores ou clientes, além de ferir a imagem da empresa, pois a falta de segurança dos dados, seja em que estágio for, é considerada um erro grosseiro. Os parceiros que fazem parte do sistema de logística de uma organização sempre esperam confiabilidade e continuidade no fluxo de bons produtos e serviços prestados. Mesmo com todas as precauções, as empresas podem estar sujeitas a pequenos problemas que, se não forem solucionados em um curto espaço de tempo, atrapalha- rão o fluxo de entrega das mercadorias para o cliente, por exemplo. Pode-se dizer que o erro faz parte do cotidiano da empresa, mas o que faz a diferença é como ele será tratado, principalmente no que se refere à velocidade em que será corrigido. © M on ke y B us in es s Im ag es // S hu tt er st oc k Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 31 Os profissionais, principalmente da área de informática, precisam ter bons ins- trumentos para lidar com as adversidades, como incompatibilidades no sistema, além de outros fatores que fazem parte do dia a dia de uma empresa. Por isso, ela deve es- tar bem estruturada quanto à segurança em todos os níveis do processo: informática, RH, cargas etc. Além do típico backup, um sistema deve con- tar com um monitoramento contínuo e sempre dis- por de novas tecnologias que afastem problemas. A atualização de uma nova versão de um sistema de controle, por exemplo, já minimiza problemas de segurança. A segurança nunca dever ser subestimada e precisa estar presente em todos os fluxos da ca- deia, desde o monitoramento de um caminhão até do próprio sistema de segurança. Após determinar os cenários vulneráveis, deve-se mapeá-los por níveis que a própria empresa estabelecerá, focando os pontos mais sen- síveis e blindando ao máximo a empresa. 1.4 Tomada de decisão Antes de tomar uma decisão em um processo logístico, todos os elementos pre- sentes devem serlevados em consideração, como ambiente interno e externo, custos, pessoas, consequências positivas e negativas e custo-benefício, sempre com foco no resultado, ou seja, inúmeros fatores devem ser analisados cuidadosamente. A tomada de decisão, que estudaremos a partir de agora, tem por objetivo melho- rar um processo logístico ou sanar alguma dificuldade apresentada por ele. Essa tomada de decisão deve partir de um gestor ou profissional preparado e capacitado para tanto, pois gerará um novo cenário que influenciará diretamente outros setores e pessoas. 1.4.1 Conhecer para decidir: os princípios do processo decisório A tomada de decisão é uma iniciativa que deve estar bem fundamentada em vá- rios estudos e simulações, por isso é essencial conhecer plenamente toda a cadeia lo- gística. A decisão requer do gestor a habilidade de prever causas e efeitos em curto e longo prazos, além de um posicionamento rápido e eficaz. O cenário decisório deve ser estudado a fundo. Além disso, é fundamental que o profissional seja qualificado para executar com sucesso a tomada de decisão. Não basta o conhecimento isolado, todas as vertentes possíveis devem ser consideradas. O gestor também deve consultar se a fonte das informações utilizadas para orientá-lo em suas decisões é segura. © M ak si m K ab ak ou // S hu tt er st oc k Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 32 O planejamento e a simulação são itens necessários para que se evitem erros, e mes- mo que eles existam, deve-se tentar minimi- zá-los rapidamente. Um exemplo que ilustra esse cenário é a decisão de efetuar a expor- tação ou importação, cuja base é o câm- bio. Autores como Motta (2002) e Bennis e Nanus (1988) explicam que há momentos em que o gestor depende exclusivamente da oscilação do dólar, e os riscos dessa especu- lação, como atrasos, multas ou mesmo mercadoria parada em um porto, por exemplo, devem ser levados em consideração. 1.4.2 Fatores que influenciam a tomada de decisão Existem várias propostas para a tomada de decisão, portanto, deve-se estudar cada caso em seus mínimos detalhes, criando uma variável metodológica própria para ele. Há várias linhas de tomada de decisão que envolvem métodos em cenários com- plexos, tais como Electra, Decisão Multicritério e o Método de Análise Hierárquica, co- nhecido como AHP. Segundo Daft (2010), pode-se afirmar que os fatores básicos que influenciam uma tomada de decisão são: exímio conhecimento e competência do gestor, previsi- bilidade, avaliação de riscos, cenário atual, conjuntura econômica interna e externa, tempo e custos. Vale lembrar que outros fatores também exercem sua influência e devem ser le- vados em consideração, são os chamados fatores influenciadores. Esses fatores que influenciam a tomada de decisão não são estáticos, ou seja, a cada ano que passa, no- vas variáveis podem ser incluídas, tais como o cenário político, modalidades recentes de comunicação e a preocupação com o meio ambiente. Em suma, pode-se dizer que quando uma empresa procura entrar em um mercado ou busca fazer uma análise do seu atual posicionamento, ela deve realizar a chamada análise PESTAL (política, eco- nômica, social, tecnologica, ambiental e legal) que se baseia em fatores externos à empresa, mas que influenciam direta ou indiretamente seu negócio. Como vimos, são muitos os fatores que devem ser levados em conta ao tomar uma decisão, mas há alguns métodos que auxiliam essa atitude. É o que veremos na próxima seção. © S er ge y N iv en s // Sh ut te rs to ck Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 33 1.4.3 Métodos para auxiliar a tomada de decisão Embora existam algumas ferramentas que auxiliam a tomada de decisão, a habi- lidade e o conhecimento do gestor têm um grande peso, pois esse profissional deve fa- zer um estudo inicial estatístico e probabilístico da conjuntura econômica do país e do cenário atual e futuro da empresa. Nesse sentido, Chamovitz (2007) afirma que a tomada de decisão deve ser estru- turada com vários critérios, o chamado MCDM (Multiple Criteria Decision Making) con- siderando ainda que o gestor deve ter conhecimento de conceitos para que adote uma estratégia eficaz que auxilie na tomada de decisão. Existem inúmeros métodos de tomada de decisão por multicritérios. Alguns de- les apresentam complicados modelos matemáticos, outros dependem da determina- ção de parâmetros subjetivos ou até mesmo de complicadas rotinas matemáticas. Por isso, muitos gestores deixam de lado essas metodologias e continuam utilizando mé- todos tradicionais de decisão, os quais dependem, em grande parte, da sua intuição como tomador de decisão. Para Maximiano (2009), a diferença entre racionalidade e intuição está na propor- ção de informação, ou seja, de um lado está a opinião e os sentimentos e do outro a base de informações. Quanto maior for essa base, mais racional é o processo decisório, e quanto maior for a proporção de opiniões e sentimentos, mais intuitiva será a decisão. A figura a seguir apresenta um quadro comparativo considerando várias caraterísticas dos três métodos clássicos de MCDM (Multiple Criteria Decision Making): o AHP, Analytic Hierarchy Process, proposto por Saaty, em 1977; o Electre (Élimination Et Choix Traduisant la Réalité), desenvolvido a partir de Roy, em 1968, e o MAHP (Multiplicative AHP), proposto por Lootsma, em 1993. Comparativo de Métodos MCDM AHP MAHP ELECTRE I Entrada de dados (input) Utilização em decisões com vários níveis Sim Sim Não Restrições quanto à quantidade de elementos em um nível Sim Não Não Quantidade de julgamentos em problemas com muitos critérios e alternativas Alta De média a alta Baixa Necessidade de processar os dados antes que estes possam ser usados Não Sim Sim Possibilidade de tratar dados quantitativos e qualitativos Sim Sim Sim Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 34 AHP MAHP ELECTRE I Entrada de dados (input) Possibilidade de lidar com problemas do tipo técnico Sim Sim Sim Possibilidade de tratar critérios/alternativas dependentes Não Não Não Possibilidade de criar as escalas de julgamento de acordo com o contexto Não Sim Não Saída de dados (output) Problemas com alocação em conjuntos Não Não Não Problemas com avaliação de desempenho Sim Sim Não Problemas com avaliação de desempenho em classes Não Não Não Proporciona ranking completo de alternativas Sim Sim Não Proporciona soluções muito refinadas Sim Sim Não Proporciona somente eliminação de algumas alternativas Não Não Sim Permite a avaliação de coerência dos julgamentos Sim Não Não Interface tomador de decisão versus método Disponibilidade de software para download gratuito Sim Não Não Necessidade de um especialista no método utilizado Média Alta Média Utilização de decisões em grupo Sim Sim Não Permissão para a participação de mais de uma pessoa na decisão Sim Sim Sim Facilidade para estruturar o problema Alta Média N/A Possibilita o aprendizado sobre a estrutura do problema Sim Sim N/A Nível de compreensão conceitual detalhada do modelo e do algoritmo Alto Médio Baixo Nível de compreensão para o decisor referente à forma de trabalho Alto Alto Baixo Transparência no processo e nos resultados Alta Baixa Média Quantidade de aplicações práticas Alta Baixa Baixa Número de publicações científicas Alta Baixa Média Fonte: GUGLIELMETTI; MARINS; SALOMIN, 2003. Seja qual for o método de tomada de decisão utilizado, a percepção do executi- vo sempre terá um grande peso. Mas essa variável deve ser construída com o estudo do cenário em tela, para que seja possível determinar claramente os parâmetros que podem afetar a empresa, fazer uma comparação entre esses parâmetros, elaborar di- versas simulações e estudar os critérios e a viabilidade das alternativas, identificando pontos positivos e negativos. Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 35 1.4.4 Como minimizar erros e buscar eficiência Erros ocorrem diariamente nas empresas, mas é preciso que hajainiciativa para eli- miná-los ou minimizá-los. Um estudo prévio pode antecipar pontos vulneráveis, tornan- do necessários uma simulação e o estudo estatístico do passado. Para tanto, deve ser feita uma avaliação dos parâmetros, ponderando-os caso a caso, buscando a eficiência. Na tentativa de minimizar erros e chegar a um melhor resultado, deve-se efe- tuar um processo organizado e sistemático que inclui: identificar o problema existente; enumerar as alternativas possíveis; selecionar quais as mais benéficas; implementar a alternativa escolhida; e, por fim, reunir os dados para descobrir se a alternativa imple- mentada realmente solucionou o problema identificado. Todos os riscos devem ser analisados e nunca subestimados, priorizando um tra- balho com todos os profissionais ligados diretamente ao foco em questão. Uma fer- ramenta que pode auxiliar esse processo é o PDCA (planejar, desempenhar, conferir/ checar, alavancar/ajustar/atuar), que viabiliza acertos e destaca erros. Segundo Marshall (2008), uma das aplicações mais comuns para o ciclo PDCA é justamente a solução de problemas, entendidos como o efeito indesejado de um pro- cesso. Assim, se a meta é o resultado desejado de um processo, um problema é uma meta que não foi alcançada. Minimizar erros e buscar eficiência é um caminho que deve ser trilhado constante- mente pela empresa com projetos em equipe, um bom roteiro de trabalho e boa comu- nicabilidade interna e externa. Nesse sentido, a tecnologia deve ser sempre uma aliada. Cenários TeCnológiCos ApliCAdos à logísTiCA 36 Referências ABREU, A. F.; REZENDE, D. A. Tecnologia da Informação Aplicada a Sistemas de Informação Empresariais. São Paulo: Atlas, 2001. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE TERRESTRE. Superintendência de Infraestrutura e Serviços de Transporte Ferroviário de Cargas – SUFER, Evolução do Transporte Ferroviário, Brasília, 2013. ALT, P. R. C., MARTINS, P. G. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2003. BANCO MUNDIAL. Logistics Performance Index 2014. Disponível em: <lpi.worldbank.org/>. Acesso em: 20/09/2015. BEN-SHABAT, H. et al. Global Retail E-Commerce Index. A. T. Kearney: [s. l.], 2015. Disponível em: <atkearney.com/consumer-products-retail/e-commerce-index>. 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Primeiramente, é necessário fazer uma avaliação do am- biente, que consiste no levantamento de todos os fatores, características presentes e ferramentas disponíveis. Conhecer bem o cenário a ser trabalhado e as ferramentas dispo- níveis ou necessárias são itens fundamentais para essa etapa preliminar de investigação. 2.1.1 Fatores-chave para análise do ambiente Fatores-chave são forças que influenciam a empresa e devem ser subdivididos em duas análises: interna (dentro da empresa) e externa (parceiros e colaboradores, como ter- ceirizados, clientes e fornecedores). Essas análises são relevantes, mas haveria uma mais importante do que a outra? Sim, e é justamente por ela que iniciaremos nossos estudos. A análise externa é considerada mais relevante em relação à interna porque os fatores externos não de- pendem diretamente da empresa, isto é, são elementos cujo controle não está ao alcance da empresa, por mais que ela queira. O ambiente externo traz elementos instáveis, como mercado, clima, sazonalidade, atrasos etc. Assim, quan- do temos que contar com eles, é importante
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