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Legislação e Planejamento Tributário (1)

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Prévia do material em texto

2011
LegisLação e 
PLanejamento tributário
Prof.ª Claudia Roveri
Prof.ª Giovana Reiter
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.ª Claudia Roveri
Prof.ª Giovana Reiter
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 
343.04
R873l Roveri, Claudia
Legislação e planejamento tributário / Claudia Roveri; 
Giovana Reiter. 2ª ed. 
Indaial : Uniasselvi, 2011. 224 p. il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-446-1
1.Direito tributário - legislação
I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 
III
aPresentação
Caro(a) acadêmico(a)!
Bem-vindo(a) à disciplina de Legislação e Planejamento Tributário.
Este é o nosso Caderno de Estudos, material elaborado com o objetivo 
de contribuir para a realização de seus estudos e para a ampliação de seus 
conhecimentos sobre o Sistema Tributário Nacional e suas peculiaridades.
Independentemente da carga horária desta disciplina, cabe a você 
administrar sua aprendizagem e determinar o tempo para seus estudos e 
aprofundamento dos temas tratados. Lembre-se, porém, de que há um prazo 
limite para a conclusão dos estudos. Você deverá realizar as avaliações 
presenciais nas datas previstas no cronograma do curso.
As unidades foram organizadas de forma didática e complementar. 
Elas apresentam os textos básicos, com questões para reflexão e indicam 
outras referências a serem consultadas.
Desejamos a você um bom trabalho e que aproveite ao máximo o 
estudo dos temas abordados nesta disciplina!
Prof.ª Claudia Roveri
Prof.ª Giovana Reiter
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 - A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO ........................................................1
TÓPICO 1 - ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO .....................................................................3
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................3
2 ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO ....................................................................................4
3 RECEITAS PÚBLICAS .......................................................................................................................6
3.1 CONCEITO .....................................................................................................................................6
3.2 CLASSIFICAÇÃO ..........................................................................................................................7
3.2.1 Receitas originárias ...............................................................................................................7
3.2.2 Receitas derivadas ................................................................................................................8
4 REPARTIÇÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS .................................................................................9
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................12
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................13
TÓPICO 2 - DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA .....................................15
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................15
2 FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO ..........................................................................................15
3 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ..........................................................................................................18
3.1 LEI ....................................................................................................................................................18
3.2 HIERARQUIA DAS LEIS..............................................................................................................19
3.3 VIGÊNCIA ......................................................................................................................................20
3.4 APLICAÇÃO ..................................................................................................................................22
3.5 INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO ........................................................................................23
4 CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO .....................................................................................26
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................27
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................28
TÓPICO 3 - TRIBUTO ..........................................................................................................................29
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................29
2 CONCEITO DE TRIBUTO................................................................................................................29
3 CLASSIFICAÇÃO DO TRIBUTO ...................................................................................................31
4 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS ................................................................................................................32
4.1 IMPOSTO ........................................................................................................................................32
4.2 TAXA ...............................................................................................................................................33
4.3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA .............................................................................................37
4.4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO .................................................................................................39
4.5 CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS ..............................................................................................40
5 FUNÇÃO DOS TRIBUTOS ..............................................................................................................416 TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS ............................................................................................41
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................43
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................44
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................45
sumário
VIII
UNIDADE 2 - SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ...................................................................47
TÓPICO 1 - SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO .......................................................49
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................49
2 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ......................................................................................................50
2.1 CONCEITO .....................................................................................................................................50
2.2 CLASSIFICAÇÃO ..........................................................................................................................51
2.3 CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ......................................................................................................52
2.4 LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR .........................................54
2.4.1 Conceito..................................................................................................................................54
2.4.2 Princípio da legalidade ........................................................................................................54
2.4.3 Princípio da anterioridade e da noventena .......................................................................56
2.4.4 Princípio da isonomia ..........................................................................................................57
2.4.5 Princípio da capacidade contributiva ................................................................................58
2.4.6 Princípio da vedação ao confisco........................................................................................58
2.4.7 Princípio da liberdade de tráfego .......................................................................................60
2.4.8 Princípio da uniformidade geográfica ...............................................................................61
2.4.9 Princípio da não cumulatividade .......................................................................................62
2.4.10 Princípio da seletividade ...................................................................................................64
2.4.11 Imunidade ............................................................................................................................66
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................73
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................74
TÓPICO 2 - OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ........................................................................................75
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................75
2 CONCEITO ..........................................................................................................................................75
3 CLASSIFICAÇÃO ...............................................................................................................................77
4 ASPECTOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA .............................................................................78
4.1 ASPECTO MATERIAL ..................................................................................................................78
4.2 ASPECTO QUANTITATIVO ........................................................................................................79
4.3 ASPECTO TEMPORAL ................................................................................................................ 80
4.4 ASPECTO ESPACIAL ................................................................................................................... 80
4.5 ASPECTO PESSOAL .................................................................................................................... 81
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................88
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................89
TÓPICO 3 - CRÉDITO TRIBUTÁRIO ...............................................................................................91
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................91
2 CRÉDITO TRIBUTÁRIO ..................................................................................................................91
3 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO .......................................................................................................92
4 MODALIDADES DE LANÇAMENTO ..........................................................................................95
4.1 LANÇAMENTO DE OFÍCIO .......................................................................................................95
4.2 LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO .................................................................................... 96
4.3 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO OU AUTOLANÇAMENTO ............................. 97
4.4 ARBITRAMENTO ..........................................................................................................................99
5 SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ................................................................................100
6 EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO....................................................................................102
7 EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ...................................................................................106
8 GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO.................................................109
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................112
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................113
IX
TÓPICO 4 - ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA .............................................................................115
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................115
2 CONCEITO ..........................................................................................................................................115
3 PRERROGATIVAS E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA .............................116
4 DÍVIDA ATIVA E CERTIDÕES EMITIDAS PELA
 ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA ................................................................................................117
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................118
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................125
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................126
UNIDADE3 - TRIBUTOS EM ESPÉCIE ...........................................................................................127
TÓPICO 1 - TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO ..................................129
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................129
2 IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO (II) .................................................................................................130
3 IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO (IE) ................................................................................................131 
4 IMPOSTO SOBRE RENDAS E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA (IR) ..............132
5 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI).................................................135
6 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO
 E SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS A TÍTULOS E VALORES
 MOBILIÁRIOS – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS (IOF) ..........................140
7 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) ....................................143
8 IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS ................................................................................148
9 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PATRONAL SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTOS ...............149
10 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PARA O PIS/PASEP ...................................................................149
11 CONTRIBUIÇÃO PARA FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS) ...152
12 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (CSLL) ............................................................154
13 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL-PREVIDENCIÁRIA DO TRABALHADOR .............................155
14 CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITA DE CONCURSO DE PROGNÓSTICO .....................157
15 PIS/COFINS DA IMPORTAÇÃO ..................................................................................................159
16 CIDE COMBUSTÍVEL .....................................................................................................................163
17 CIDE ROYALTES ...............................................................................................................................164
18 CONTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DE CATEGORIAS
 PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS ........................................................................................165
19 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO .................................................................................................166
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................168
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................169
TÓPICO 2 - TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS
 ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL .....................................................................171
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................171
2 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES RELATIVAS À CIRCULAÇÃO DE
 MERCADORIAS E SOBRE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE 
 INTERESTADUAL E INTERMUNICIPAL E DE COMUNICAÇÕES (ICMS) .......................171
3 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULOS AUTOMOTORES (IPVA) ...............181
4 IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO “CAUSA MORTIS” E DOAÇÃO
 DE QUAISQUER BENS OU DIREITOS (ITCMD) ......................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................184
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................185
X
TÓPICO 3 - TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS
 MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL ..............................................................187
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................187
2 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN) ................................188
3 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA (IPTU).......191
4 IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO ONEROSA DE BENS IMÓVEIS (ITBI) ..................193
5 CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COSIP) ...................196
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................198
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................199
TÓPICO 4 - TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA COMUM ...............................................................201
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................201
2 TAXAS ...................................................................................................................................................201
3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ................................................................................................204
4 CONTRIBUIÇÕES PARA O CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL ....................................206
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................207
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................213
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................214
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................215
1
UNIDADE 1
A ATIVIDADE FINANCEIRA 
DO ESTADO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• distinguir como funciona a atividade financeira do Estado e qual a nature-
za das receitas que ele consegue para manter suas atividades;
• identificar como e por que é realizada a repartição de receitas de origem 
tributária;
• apontar como entra em vigor uma lei e o que significa a vigência de um 
diploma legal, especialmente, no campo tributário;
• destacar como é feita a interpretação e a integração da legislação tributá-
ria;
• demonstrar o conceito do Direito Tributário; 
• diferenciar o que é um tributo e elencar suas espécies, bem como, suas 
funções;
• reconhecer o funcionamento do Sistema Constitucional Tributário, tanto 
em relação à competência e à capacidade tributárias, quanto em relação às 
limitações constitucionais ao poder de tributar, representadas por diver-
sos princípios constitucionais. 
Esta primeira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico, 
você encontrará atividades que possibilitarão a apropriação de conhecimentos 
na área.
TÓPICO 1 – ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO
TÓPICO 2 – DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
TÓPICO 3 – TRIBUTO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ORIGEM DO DIREITO 
TRIBUTÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Esta unidade foi elaborada com o fim de mostrar como o Estado busca 
recursos para desempenhar o seu papel junto à sociedade, sua principal 
financiadora. Estudaremos desde os fundamentos do Direito Tributário até o seu 
principal objeto, o tributo. 
Também será visto, em breves tópicos, como o Estado obtém suas receitas 
e como elas são distribuídas. Observaremos ainda como se interpreta a legislação 
tributária e, também, o conceito e classificação dos tributos.
Por fim, você conhecerá como a Constituição de 1988 desenhou em linhas 
gerais o Sistema Constitucional Tributário, onde, de um lado, previu o poder do 
Estadode buscar as receitas necessárias para seu financiamento e, de outro, quais 
as garantias e proteções de que gozam os contribuintes.
Neste tópico iniciaremos nossos estudos sobre o Direito Tributário. 
Veremos que ele é um ramo do Direito Financeiro, cujo objeto de estudo é o 
funcionamento da atividade financeira do Estado. Assim, torna-se interessante 
aprender como o Estado obtém as receitas de que necessita para desenvolver 
suas atividades. Daremos especial importância às receitas obtidas sob a forma de 
tributos.
Também apresentaremos a forma pela qual se dá a interpretação e a 
integração da legislação tributária, bem como, o conceito de Direito Tributário. 
O assunto ora abordado é de suma importância, dado o fato de que toda a 
matéria tributária deve necessariamente ser prevista através de textos de lei. A 
importância também cresce se verificarmos que o Estado costuma editar centenas 
e até milhares de textos legais todos os anos.
Veremos ainda os aspectos fundamentais do objeto de estudo por 
excelência do Direito Tributário: o tributo. Analisaremos detalhadamente o seu 
conceito, a sua classificação e sua função, com a finalidade de compreender sua 
importância na manutenção das funções estatais. 
Por fim, estudaremos o Sistema Constitucional Tributário, sistema de 
pesos e contrapesos que garantem, de um lado, o poder necessário ao Estado para 
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
4
cobrar o tributo e, de outro, a proteção que o contribuinte precisa ter para não ser 
espoliado de seu patrimônio.
2 ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
O Estado tem papel fundamental na atual estrutura humana. É seu o 
papel de regular as relações humanas, tornando possível a vida em sociedade. 
Nas palavras de Vittorio Cassone (2007, p. 5):
O Estado desenvolve atividades políticas, econômicas, sociais, 
administrativas, financeiras, educacionais, policiais, que têm por 
fim regular a vida humana em sociedade, por isso que a finalidade 
essencial do Estado é a realização do bem comum.
E na busca do cumprimento de sua finalidade essencial – ou seja, o bem 
comum –, o Estado necessita de receitas, que por sua vez serão convertidas em 
despesas. A esta busca por entradas financeiras, bem como a forma pela qual elas 
serão gastas, dá-se o nome de atividade financeira do Estado.
Desde sua invenção, durante a Revolução Francesa, o Estado moderno 
passou por várias reinvenções. Todas elas visaram remodelar a sua face e o 
tamanho do seu papel frente à sociedade.
NOTA
O que é bem comum?
Segundo o Papa João XXIII, é: "conjunto de todas as condições de vida social que consistam 
e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana". 
Disponível em: <http://www.vatican.va/holy_father/john_xxiii/encyclicals/documents/hf_j-
xxiii_enc_11041963_pacem_po.html>.
TÓPICO 1 | ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO
5
Ora o Estado deveria intervir o mínimo possível, deixando a maior parte da 
regulação das relações para o mercado (o chamado Estado liberal), ora deveria ter 
um papel mais atuante nas relações sociais, em especial nas de cunho econômico 
(o chamado Estado intervencionista). Entre esses dois extremos, o Estado vem 
sendo moldado nos últimos 250 anos, aproximadamente.
Entretanto, independentemente do seu tamanho, ele ainda precisa de 
receitas para se manter, atingir seus objetivos, e, portanto, precisa manter sua 
atividade financeira, que segundo Harada (2006, p. 33), “está vinculada à satisfação 
de três necessidades públicas básicas [...]: a prestação de serviços públicos, o 
exercício regular do poder de polícia e a intervenção no domínio econômico”. 
Em outras palavras: o Estado possui despesas, que necessitam de receitas 
para serem quitadas. A busca dessas receitas, bem como a gestão administrativa 
do Estado, passam necessariamente pelo controle do orçamento público e pelo 
planejamento estratégico das ações estatais.
ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
 RECEITA ORÇAMENTO DESPESAS
ENTRADA R$ PLANEJAMENTO SAÍDA R$
 GESTÃO
Portanto, é de fundamental importância que façamos o estudo da forma 
pela qual o Estado obtém suas receitas.
NOTA
Revolução que tomou lugar na França, no ano de 1789 e que durou até 1799, 
e que depôs o regime monárquico então em vigor naquele país. A Revolução Francesa 
desempenhou papel fundamental no desaparecimento da antiga estrutura feudal, para dar 
lugar ao Estado moderno e à Idade Contemporânea.
ATENCAO
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
6
3 RECEITAS PÚBLICAS
3.1 CONCEITO
Podemos conceituar as receitas públicas como toda entrada efetiva de 
recursos nos cofres estatais. Entretanto, nem toda a entrada pode ser conceituada 
de receita pública. Como nos ensina Hugo de Brito Machado Segundo (2008, p. 5):
Sempre que há a entrada de quantias nos cofres de uma entidade, 
diz-se que houve um ingresso. O ingresso pode, em alguns casos, 
representar a entrada de recurso financeiro que não acresce o 
patrimônio da entidade que o recebe, nem se incorpora a ele. Não 
configura, enfim, riqueza nova. É o caso, por exemplo, que ocorre 
quando o Tesouro recebe quantia que havia emprestado a alguém, 
ou quando toma emprestado certo valor de um particular. Tais 
recebimentos não configuram receita. Somente quando houver o 
ingresso de uma quantia nova, que se incorpora ao patrimônio do ente 
que a recebe, acrescendo-o, pode-se falar em receita. ‘Pública’, por sua 
vez, é a qualificação que é dada à receita quando a entidade que a 
recebe integra o Poder Público.
Receita é, portanto, um aporte novo de capital que entra no caixa do 
Tesouro, e que implica num aumento patrimonial do Estado. E pública, pois 
quem a recebe é a Administração Pública. Esta, por sua vez, pode ser vista de 
duas formas: em sentido amplo, ou em sentido estrito. 
Ensinam Alexandrino e Paulo (2007, p. 13-14):
A noção de Administração Pública pode ser visualizada em sentido 
amplo ou em sentido estrito.
No seu sentido amplo, a expressão abrange tanto os órgãos 
governamentais (Governo), aos quais cabe traçar os planos e diretrizes 
de ação, quanto os órgãos administrativos, subordinados, de execução 
(Administração Pública em sentido estrito), aos quais incumbe executar 
os planos governamentais. A Administração Pública em sentido 
amplo, portanto, compreende tanto a função política, que estabelece 
as diretrizes governamentais, quanto a função administrativa que as 
executa.
O conceito de Administração Pública em sentido estrito não 
alcança a função política de Governo, de fixação de planos e 
diretrizes governamentais, mas tão-somente a função propriamente 
administrativa, de execução de atividades administrativas. 
Em nosso caso, estamos estudando a Administração Pública em sentido 
estrito, pois veremos somente a execução de uma atividade administrativa 
específica, ou seja, a instituição, arrecadação, fiscalização e cobrança de tributos.
TÓPICO 1 | ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO
7
Como já foi visto, as receitas públicas são necessárias para que o Estado 
possa cumprir seu papel de alcançar o bem comum. Entretanto, a origem dessas 
receitas pode ser classificada de várias maneiras. É o que veremos no próximo 
item.
3.2 CLASSIFICAÇÃO
Conforme a doutrina, existem diversas formas de classificar-se as receitas 
públicas, dependendo do parâmetro usado. De uma maneira geral, elas podem 
ser divididas quanto à periodicidade (ordinárias e extraordinárias), quanto à 
destinação do seu gasto (correntes e de capital), quanto à natureza (orçamentária 
e extraorçamentária) ou, ainda, quanto à afetação patrimonial (efetivas e por 
mutação patrimonial).
Entretanto, para fins do estudo ora desenvolvido, a classificação de 
interesse é quanto à origem das receitas públicas.
3.2.1 Receitas originárias
NOTA
As receitas públicas podem ser classificadas quanto:
a) À periodicidade.
b) Destinaçãodo seu gasto.
c) À natureza.
d) À afetação patrimonial.
e) À origem. 
Podemos dizer que são originárias as receitas advindas da exploração 
do patrimônio público, como, por exemplo, o fruto da venda de um imóvel do 
Estado.
De acordo com Machado Segundo (2008, p. 6), receita pública originária 
é aquela:
[...] decorrente da exploração de bens e empresas do Poder Público, 
no exercício de atividade assemelhada à dos cidadãos em geral. Por 
isso são chamadas de “originárias”: a receita se origina de atividade 
desempenhada pelo próprio Estado. É o caso dos dividendos recebidos 
de uma empresa estatal lucrativa, da receita oriunda do aluguel de um 
bem público, dos preços públicos etc. 
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
8
Desta forma, é no próprio patrimônio que o Estado vai buscar esse tipo de 
receita. Contabilmente, não há variação patrimonial, uma vez que a entrada da 
receita corresponde a uma baixa no patrimônio público.
3.2.2 Receitas derivadas
Já as chamadas receitas derivadas provêm do patrimônio de particulares, 
que abrem mão compulsoriamente de parte dele, devido ao poder coercitivo 
que o Estado dispõe para buscar essas receitas. Neste caso, há uma variação 
patrimonial positiva, já que se registra contabilmente somente a entrada dos 
recursos nos cofres públicos.
São exemplos de receitas ditas derivadas: as multas pecuniárias pelo 
descumprimento da legislação do trânsito, e os tributos. 
Nas palavras de Machado Segundo (2008, p. 6-7), receita pública derivada 
é aquela:
[...] obtida compulsoriamente, em função de constrangimento legal 
que o Poder Público exerce sobre o setor privado. Daí a denominação 
“derivada”: a riqueza não é originária de uma atividade econômica 
desempenhada pelo Estado, mas oriunda, decorrente, derivada de 
atividade desempenhada pela iniciativa privada, de cuja parcela o 
Estado se apropria. É o caso dos tributos em geral, e das penalidades 
pecuniárias (multas). 
Os tributos são, por sua vez, a maior fonte de recursos à disposição do 
Estado para o financiamento de suas atividades. E para buscar essas receitas, 
a máquina estatal tem à disposição uma série de aparatos para obrigar os 
contribuintes a entregar esses valores, pagos sob a forma de tributo.
Entretanto, para tornar a distribuição dos valores arrecadados mais 
homogênea entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, a 
Constituição de 1988 impôs a repartição dos valores arrecadados. Dessa maneira, 
passaremos a ver como as receitas tributárias são constitucionalmente repartidas.
TÓPICO 1 | ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO
9
4 REPARTIÇÃO DAS RECEITAS PÚBLICAS
Como forma de manter a harmonia da Federação brasileira, a Constituição 
de 1988 determinou que as receitas tributárias fossem repartidas entre a União, os 
estados-membros, o Distrito Federal e os municípios. 
Conforme ensina Machado Segundo (2008, p. 8), há duas maneiras de 
fazer-se isso: “ou pela atribuição de competência, ou pela repartição de receitas”.
Continua Machado Segundo:
Pela técnica da atribuição de competência se confere ao ente tributante 
a aptidão de criar e arrecadar determinado tributo, facultando-lhe um 
“âmbito constitucional de incidência” sobre o qual o mesmo poderá 
ser criado. Já pela técnica da repartição de receitas, atribui-se ao ente 
central a competência de instituir e arrecadar o tributo, mas se lhe 
impõe o dever de dividir com os entes periféricos o resultado dessa 
arrecadação. Essa receita partilhada – frise-se – não se confunde com 
as “transferências voluntárias” que um ente público pode fazer ao 
outro, sendo, em verdade, imposta pela Constituição. (p. 8).
No caso do Brasil, a Constituição Federal de 1988 adotou as duas formas 
de divisão de rendas. [...]
NOTA
Carazza (2002, p. 107) explica que: “[...] Federação (de foedus, foedoris, aliança, 
pacto) é uma associação, uma união institucional de Estados, que dá lugar a um novo 
Estado (o Estado Federal), diverso dos que dele participam (os Estados-membros). Nela, os 
Estados federados, sem perderem suas personalidades jurídicas, despem-se de algumas 
tantas prerrogativas, em benefício da União. Uma delas é a soberania”. 
Aqui, particularmente, trataremos da repartição das receitas arrecadadas 
e com transferência compulsória. De acordo com Valdecir Pascoal (2008, p. 100), 
“as transferências são feitas obrigatoriamente da União para os Estados e o 
Distrito Federal, referentes aos recursos tributários por ela arrecadados, e dos 
Estados para os Municípios situados em seus territórios, referentes aos recursos 
tributários por eles arrecadados”.
No Brasil, essa transferência assume duas formas:
a) Direta: é a participação direta na arrecadação do tributo. A CF/88 estabelece 
que parte da arrecadação deva ser entregue diretamente aos Estados e/ou 
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
10
aos Municípios. Um exemplo é o repasse de 50% do ITR (Imposto sobre a 
Propriedade Territorial Rural), de competência da União, aos Municípios onde 
a propriedade se encontra, e ainda o repasse de 50% do IPVA (Imposto sobre 
a Propriedade de Veículos Automotores) para os Municípios onde os veículos 
estejam registrados.
b) Indireta: é a participação que ocorre quando uma parcela da arrecadação de um 
tributo é destinada a um fundo, que por sua vez é repassado segundo os critérios 
previstos em lei complementar. São exemplos o FPE – Fundo de Participação 
dos Estados, composto por 21,5% da arrecadação do IR (Imposto de Renda) e 
por 21,5% da arrecadação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), 
e ainda o FPM – Fundo de Participação dos Municípios, composto por 23,5% 
da arrecadação do IR (Imposto de Renda) e por 23,5% da arrecadação do 
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Esses percentuais devem ser 
aplicados sobre a arrecadação desses impostos, excluindo-se as isenções, os 
incentivos e as restituições do IR.
A Constituição ainda determina, nos termos do artigo 160, que esses 
recursos não podem ser retidos a qualquer título. Entretanto, a União e os Estados 
podem exigir que eles sejam entregues mediante o pagamento de seus créditos, 
inclusive suas autarquias, e ainda mediante o cumprimento do disposto no artigo 
198, § 2º, II e III da Constituição, que exige a aplicação de percentuais das receitas 
de impostos estaduais e municipais nas ações e serviços públicos de saúde.
FONTE: Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.
htm. Acesso em: 9 ago. 2011.
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego 
dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a 
impostos.
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede 
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado 
de acordo com as seguintes diretrizes:
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
 
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, 
sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
 
III – participação da comunidade. 
FONTE: Disponível em: <www.datasus.gov.br/cns/legal.htm>. Acesso em: 6 jun. 2011.
TÓPICO 1 | ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO
11
Como já vimos, esses recursos são advindos de parcela do patrimônio de 
particulares, que são obrigados a fazê-lo em virtude do poder que o Estado tem 
de buscá-los. 
E tanto os poderes do Estado quanto as garantias do contribuinte estão 
obrigatoriamente previstas em lei. Portanto, é importante entender como a 
legislação é aplicada, a fim de saber até onde vão os direitos e deveres de um e de 
outro, o que é feito através da integração e interpretação da legislação tributária, 
que serão o foco do estudo do próximo capítulo.
DICAS
Prezado(a) acadêmico(a),para aprofundar seus estudos, leia o texto Repartição 
da Receita Tributária. Disponível em:<http://www.paraentenderdireito.org/1/post/2010/11/
repartio-da-receita-tributria.html>.
12
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico estudamos a origem do Direito Tributário, que é um ramo do 
Direito Financeiro. Observamos como acontece a atividade financeira do Estado, 
que se sustenta através do tripé: receitas, que são as entradas de recursos; gestão, 
ou orçamento, que se desenvolve através do planejamento de como aplicar 
os valores disponíveis; e Despesa, que é a efetiva realização do planejamento 
efetuado.
Estudamos as receitas públicas desde a sua conceituação, sua classificação, 
até a sua repartição. Vimos que as receitas públicas podem ser conceituadas, a 
princípio, como toda entrada efetiva de recursos nos cofres estatais. 
Compreendemos que a repartição de receitas pode se dar de forma direta 
e indireta, sendo que diretamente acontece, como, por exemplo, no caso do 
ITR, onde 50% da arrecadação é repassada aos Municípios onde se localizam 
os imóveis; e indiretamente, quando um percentual dos valores arrecadados é 
repassado a fundos como FPE – Fundo de Participação dos Estados.
Agora você já está apto a iniciar os estudos sobre o Direito Tributário e a 
Legislação Tributária, mas antes não se esqueça de fazer os exercícios.
13
AUTOATIVIDADE
1 O que se pode entender como atividade financeira do Estado?
2 Conceitue Receita Pública.
3 De maneira geral, como podem ser classificadas as receitas públicas? 
Explique.
4 Como acontecem as transferências públicas no Brasil? Explique.
5 Explique Receita Originária e Derivada.
14
15
TÓPICO 2
DIREITO TRIBUTÁRIO E 
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O Direito Tributário é altamente regulado em nosso país, o que leva 
os estudiosos da matéria – seja por opção, seja por necessidade de ofício – a 
se aprofundarem nos diplomas legais. Entretanto, principalmente, para os 
profissionais de fora da área jurídica, este é um desafio e tanto, já que, via de 
regra, eles não possuem o instrumental necessário para interpretar corretamente 
um texto legal, bem como, suas implicações.
O tópico que inauguramos agora tem por objetivo trazer os conhecimentos 
necessários para que essa interpretação seja feita, como também, dar um vislumbre 
de como funciona o sistema legal pátrio.
Passemos agora a estudar quais as fontes de onde surgem as regras e os 
princípios que norteiam a matéria tributária. 
2 FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Segundo a doutrina, há duas fontes para o Direito Tributário: 
a) as fontes materiais e; 
b) as fontes formais.
As fontes materiais são os fatos que, na vida real, dão origem à obrigação 
tributária. 
Já as fontes formais são todos os diplomas legais que transformam esses 
fatos em fatos jurídico-tributários. 
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
16
Nas palavras de Cassone (2007, p. 23):
As fontes materiais exprimem situações ou fatos tributários – tais como 
a renda, o patrimônio, a transmissão da propriedade, os serviços, a 
importação, a exportação, a circulação, a distribuição, o consumo, que 
por si só considerados nada representam.
Para surtirem efeitos no Direito Tributário, devem ser introduzidos 
nesse campo, o que exige uma forma. Essa forma consiste no 
procedimento do Poder Legislativo de elaborar uma lei tributária, 
com base na fonte material. Significa dizer: o legislador, sabedor da 
existência, no mundo das situações ou fatos econômicos, da renda, do 
patrimônio, dos serviços, etc., elabora lei criando o Imposto de Renda, 
o Imposto sobre a Propriedade Imobiliária, o Imposto sobre Serviços 
etc. 
É nas fontes formais e materiais que o jurista vai buscar o sentido e o 
alcance do texto legal, e assim determinar como e quando aplicar a lei.
No Direito Tributário impera o princípio da legalidade, o que faz com que 
a sua fonte primordial seja a lei em seu sentido amplo. 
De acordo com o artigo 96 do Código Tributário Nacional (CTN), 
considera-se legislação tributária as leis, os tratados e as convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no 
todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
FONTE: Extraído de:< www.questoesdeconcursos.com.br/.../tributario-230327>. Acesso em: 6 
jun. 2011.
Portanto, leis, tratados e convenções internacionais, e os decretos, são 
considerados fontes primárias do Direito Tributário. Por outro lado, as normas 
complementares são consideradas fontes secundárias do Direito Tributário.
Com relação à lei, o CTN estabeleceu uma distinção relativa ao seu alcance 
no artigo 97, conforme se vê a seguir:
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I – a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II – a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
III – a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado 
o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
IV – a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o 
disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
TÓPICO 2 | DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
17
V – a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus 
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
VI – as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, 
ou de dispensa ou redução de penalidades. 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de 
cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II 
deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. 
FONTE: Disponível em:<questoestributarias.blogspot.com/2010_05_01_archive.html>. Acesso 
em: 6 jun. 2011.
Somente lei pode estabelecer os principais aspectos da obrigação tributária, 
estando expressamente vedado o uso de qualquer outro instrumento legal.
Com relação aos tratados e convenções internacionais, determina o CTN: 
Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação 
tributária interna e serão observados pela que lhes sobrevenha.
Por sua vez, o artigo 99 estabelece o alcance dos decretos, ao estipular 
que o conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função 
das quais sejam expedidos, determinados com observância das regras de 
interpretação estabelecidas nesta Lei.
Ou seja, os decretos não podem, em nenhuma hipótese, extrapolar os 
limites estabelecidos pela lei, sob pena de nulidade.
Por fim, o CTN ainda estabeleceu as fontes formais secundárias do 
Direito Tributário, no artigo 100:
 Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções 
internacionais e dos decretos: 
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; 
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os estados, o Distrito 
Federal e os municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a 
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do 
valor monetário da base de cálculo do tributo.
FONTE: Extraído de:< www.dji.com.br/codigos/1966_lei_005172_ctn/100.htm>. Acesso em: 6 
jun. 2011.
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
18
Essas normas são complementares, ou seja, servem para dar sentido às 
leis e aos decretos, não podendo ultrapassar seus limites. São normas menores, 
que servem principalmente para dar orientação ao contribuinte, a respeito de 
algum aspecto específico da legislação tributária.
3 LEGISLAÇÃOTRIBUTÁRIA
3.1 LEI
Como já vimos anteriormente, a fonte primordial do Direito Tributário é a 
lei. E a lei, em seu sentido estrito, é fruto de um processo legislativo.
De uma maneira geral, o processo legislativo é igual em todos os níveis da 
Federação (União, estados, Distrito Federal e municípios), tendo início de duas 
maneiras: ou por iniciativa do Poder Executivo, que encaminha projeto de lei 
para o Legislativo, ou por iniciativa de um parlamentar, que também elabora e 
apresenta projeto de lei.
Em ambos os casos, o projeto de lei segue a tramitação interna de cada 
casa legislativa, podendo ser aprovado ou rejeitado. Caso seja rejeitado, o projeto 
é arquivado; caso seja aprovado, segue para sanção do Chefe do Executivo. Por 
sua vez, o Chefe do Executivo pode sancionar ou vetar – total ou parcialmente – o 
projeto de lei. Caso isso aconteça, o projeto volta para o Legislativo, que pode ou 
não derrubar este veto.
Por fim, a lei é publicada, isto é, tornada pública através da veiculação no 
Diário ou Boletim Oficial, ou ainda em um jornal de grande veiculação.
NOTA
Processo legislativo é o conjunto de ações realizadas pelos órgãos do Poder 
Legislativo com o objetivo de proceder à elaboração das leis, sejam elas constitucionais, 
complementares e ordinárias, bem como as resoluções e os decretos legislativos.
TÓPICO 2 | DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
19
Em sentido amplo, lei é todo comando legal que faz parte do ordenamento 
jurídico. Entretanto, entre as leis existe uma hierarquia, que faz com que 
determinados assuntos possam ser tratados só por um tipo específico de lei. E é 
esta hierarquia que passaremos a estudar.
3.2 HIERARQUIA DAS LEIS
DICAS
Acesse o endereço eletrônico a seguir e aprofunde seus conhecimentos. 
<http://www.editoraferreira.com.br/publique/media/luciano_toq23.pdf>.
O sistema tributário brasileiro é de forma piramidal, ou seja, há uma 
hierarquia que deve ser seguida, devendo cada tipo de lei ser usada em momentos 
específicos. 
No topo desta hierarquia está a Constituição Federal, a quem todas as 
demais leis devem observar. Por este motivo, caso uma lei inferior estabeleça algo 
que vá contra o que a Constituição afirma, diz-se que esta lei é inconstitucional 
e ela perde sua validade.
O art. 59 da Constituição Federal trata sobre o sistema legislativo brasileiro:
A) Emendas Constitucionais: são as alterações do texto da Constituição 
Federal. Depois de incorporadas, se tornam tão importantes quanto a própria 
Constituição, estando no mesmo patamar.
B) Lei Complementar: possui esse nome, pois tem a função de complementar 
o texto constitucional. Só é utilizada quando houver expressa previsão na 
Constituição, pois seu quorum para aprovação é qualificado (metade mais 
um dos membros do Parlamento). Sua utilização em matéria tributária está 
prevista no art. 146 da CF.
C) Lei Ordinária: trata de matérias em geral; o quorum para sua aprovação, 
reduzido, é de metade mais um dos votantes.
D) Medida Provisória: o Chefe do Executivo se utiliza desta medida quando 
houver relevância e urgência, e pode tratar sobre qualquer matéria, exceto 
aquelas reservadas para lei complementar. Depois de aprovada, tem força de 
lei ordinária.
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
20
E) Lei Delegada: o Congresso Nacional delega poder ao Presidente para que ele 
promulgue uma lei sobre determinada matéria. Seu uso é restrito, sendo que 
em matéria tributária não é utilizada.
F) Decreto Legislativo: utilizado pelo Congresso Nacional para ratificação de 
acordos internacionais firmados pelo Poder Executivo.
G) Resolução do Senado Federal: são transformados em direito positivo e uma 
vez promulgados têm o mesmo nível de lei ordinária.
H) Decreto: ato típico do Poder Executivo, tem a função de regular um dispositivo 
legal. Ex: regulamento dos tributos.
I) Normas Complementares: são portarias, instruções e circulares expedidas por 
servidores públicos. Têm finalidade única de complementar a lei, nunca inovar.
O princípio da hierarquia das leis diz que a norma inferior só é válida se 
for compatível à superior.
3.3 VIGÊNCIA
Estudamos anteriormente que uma lei precisa ser tornada pública para 
começar a valer. A isto se dá o nome de vigência. Entretanto, para que uma 
lei tributária passe a vigorar, ou seja, a irradiar seus efeitos, é preciso respeitar 
algumas regras gerais e específicas.
No caso das leis em geral (aí incluídas as tributárias), as regras gerais 
estão previstas na Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), bem como na Lei 
Complementar (LC) 95/98.
Há dois aspectos que devem ser observados quanto à vigência: o tempo e 
o espaço. Ou seja, quando e onde essa lei passará a vigorar.
A regra geral determina que uma lei deva ser tornada pública antes de 
passar a vigorar, já que ninguém pode alegar desconhecimento da lei. A LICC 
também determina que, salvo disposição em contrário, é necessário um lapso 
de tempo de 45 dias entre a publicação de uma lei e sua vigência. É a chamada 
vaccatio legis. 
TÓPICO 2 | DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
21
DICAS
Caro(a) acadêmico(a), para saber mais sobre a vigência, aplicação, interpretação 
e integração da legislação tributária, leia o texto que se encontra disponível no site: <http://
jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6651>. 
Além disso, a LC 95/98 estabeleceu que deve haver um tempo razoável 
para que uma lei passe a vigorar, já que, devido à extensão de nosso território, 
o conhecimento de uma nova lei não se dá ao mesmo tempo. Como podemos 
observar nos ensinamentos de Alexandrino e Paulo (2007, p. 182-183):
A questão objeto do estudo da vigência temporal é saber quando 
começa a lei a viger. É uma questão importante, porque, como já 
afirmamos algumas vezes, uma lei não pode começar a produzir 
efeitos enquanto não houver iniciado a sua vigência. Uma lei pode 
até ter aplicação retroativa, como veremos adiante, mas mesmo essa 
aplicação retroativa somente poderá ocorrer a partir do instante em 
que a lei iniciar sua vigência.
O Código Tributário Nacional (CTN) traz expressamente, no artigo 101, 
que as regras tributárias devem seguir as normas gerais para vigência das leis em 
geral. As exceções ficam por conta das chamadas normas complementares, que 
entram em vigor conforme o disposto no artigo 103, transcrito a seguir:
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vigor:
I – os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data 
da sua publicação;
II – as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos 
normativos, 30 (trinta) dias após a data da sua publicação;
III – os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles 
prevista.
FONTE: Extraído de: <www.jusbrasil.com.br/.../art-103-do-codigo-tributario-nacional-
lei-5172-66>. Acesso em: 6 jun. 2011.
As leis tributárias ainda devem respeitar o princípio da anterioridade e da 
noventena, que serão analisados com mais profundidade quando observarmos os 
limites constitucionais ao poder de tributar.
Com relação ao espaço, ou seja, onde uma lei vai vigorar, em tese somente 
no território de quem a fez. É o chamado princípio da territorialidade, previsto 
no artigo 102:
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
22
Art. 102. A legislação tributária dos estados, do Distrito Federal e dos 
municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em 
que lhe reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, 
ou do que disponham esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela 
União.
FONTE: Extraído de:< www.jusbrasil.com.br/.../art-103-do-codigo-tributario-nacional-lei-5172-66>. 
Acesso em: 6 jun. 2011.
Sobre este dispositivo legal, ensinam Alexandrino e Paulo (2007, p. 182-183):
É extremamente simples. A regraé a legislação tributária estar 
submetida ao denominado princípio da territorialidade. Diz esse 
princípio que a legislação tributária tem vigência, portanto é aplicável, 
no território da pessoa política que a editou. Como vivemos em uma 
Federação, as leis e os atos normativos da União têm vigência em todo 
o território nacional; as leis e atos normativos do Estado do Rio de 
Janeiro têm vigência e aplicação no território desse Estado; as leis e 
atos normativos do Município de Curitiba têm vigência e aplicação no 
território desse Município; e assim por diante. Só isso. 
O CTN ainda prevê a possibilidade de vigência extraterritorial em caso 
de convênios, ou ainda no caso de leis complementares, que contenham regras 
gerais e que regulamentem dispositivos constitucionais.
3.4 APLICAÇÃO
A aplicação da lei tributária está prevista nos artigos 105 e 106 do CTN:
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores 
futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha 
tido início, mas não esteja completa nos termos do artigo 116.
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I – em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a 
aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
II – tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou 
omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em 
falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente 
ao tempo da sua prática.
FONTE: Disponível em: <www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.8049>. Acesso em: 6 
jun. 2011.
TÓPICO 2 | DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
23
3.5 INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO
A regra geral, portanto, é de que a lei tributária não retroage para alcançar 
fatos já ocorridos antes de entrar em vigor, mas pode ser aplicada a fatos que 
embora estejam pendentes, mas ainda não estejam concluídos.
As exceções para a aplicação retroativa da lei tributária são quando:
a) Ela for expressamente interpretativa, exceto nos casos de aplicação de 
penalidade à infração dos dispositivos interpretados. Ou seja, caso um texto 
legal tenha por objetivo dar um sentido a outro texto legal, pode retroagir. Mas 
para aplicar uma punição mais severa pelo descumprimento dessa lei, não.
b) Aplique punição menos severa a fato ainda pendente de julgamento. Isso 
ocorre quando um lançamento tributário ainda esteja sendo questionado 
administrativa ou judicialmente. Por exemplo, o contribuinte entra com 
recurso administrativo questionando a aplicação de uma multa, que deixa de 
existir durante o período em que esse recurso está sendo apreciado; nesse caso, 
a lei pode retroagir para beneficiar o contribuinte, extinguindo a punição já 
aplicada.
Veremos em mais detalhes a possibilidade de aplicação retroativa da lei 
tributária quando estudarmos o princípio da irretroatividade.
Agora, passaremos a estudar como a lei tributária é interpretada e 
integrada.
Existe uma ciência dedicada à interpretação e integração das normas: é a 
Hermenêutica Jurídica. Como ensina Amaro (2006, p. 205):
Interpretar a norma jurídica consiste em identificar o seu sentido 
e alcance. Chama-se hermenêutica à ciência da interpretação. A 
interpretação (ou exegese) é necessária para que se possa aplicar a 
lei às situações concretas que nela se subsumam. A aplicação da lei 
(isto é, o enquadramento de um fato concreto no comando legal que 
lhe corresponda), seja ela feita pela autoridade administrativa, pelo 
julgador ou pelo próprio sujeito passivo da obrigação tributária, 
supõe que a lei seja interpretada, vale dizer, que seja identificado o seu 
significado e o seu alcance. Após a realização desse trabalho técnico 
(interpretação) é que se concluirá pela aplicação ou não da lei ao fato 
concreto. 
No caso específico das leis tributárias, as regras hermenêuticas para 
interpretação e integração estão previstas nos artigos 108 a 112 do CTN:
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
24
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para 
aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I – a analogia;
II – os princípios gerais de direito tributário;
III – os princípios gerais de direito público;
IV – a equidade.
 § 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não 
previsto em lei.
§ 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento 
de tributo devido.
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa 
da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, 
mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance 
de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou 
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, 
ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir 
ou limitar competências tributárias.
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha 
sobre:
I – suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II – outorga de isenção;
III – dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, 
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida 
quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou 
extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
FONTE: Disponível em:< www.dji.com.br/codigos/1966_lei_005172.../107a112.htm>. Acesso em: 
6 jun. 2011.
Segundo os ensinamentos de Cassone (2007, p. 158-164), esses artigos 
devem ser interpretados da seguinte maneira.
O artigo 108 prevê quais os instrumentos que deverão ser usados para 
suprir eventuais lacunas da lei tributária. Esses instrumentos deverão ser usados 
na ordem estabelecida pelo artigo, conforme disposição expressa do caput.
TÓPICO 2 | DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
25
Analogia é a aplicação da lei para uma situação similar, sem previsão 
legal. Esse instrumento é permitido, desde que não seja usado para cobrar tributo 
não previsto em lei, já que somente por disposição legal expressa é que se pode 
cobrar tributo.
Equidade é uso da justiça na avaliação do caso em particular. É vedada 
em matéria tributária para dispensar o pagamento de tributo devido.
Também os Princípios Gerais do Direito Tributário e do Direito Público 
(encontrados no Direito Administrativo e no Direito Constitucional) podem 
ser empregados na interpretação das normas tributárias. Esses princípios são 
encontrados na Constituição, e são normas primordiais na confecção de todas as 
normas jurídicas. 
Segundo o postulado de Geraldo Ataliba (2001, p. 34):
Os princípios são as linhas mestras, os grandes nortes, as diretrizes 
magnas do sistema jurídico. Apontam os rumos a serem seguidos 
por toda a sociedade e obrigatoriamente perseguidos pelos órgãos do 
governo (poderes constituídos).
Os princípios são anteriores ao sistema legal e trazem em si os limites e o 
desenho geral desse sistema. Assim, sempre que houver dúvidas com relação a 
uma lacuna na lei tributária, devem ser buscados esses princípios.
Ainda segundo Cassone (2007, p. 158-164), 
os artigos 109 e 110 estabelecem que, se por um lado se deve buscar o 
significado dos institutos privados nos princípios do direito, por outro 
se deve respeitar o conteúdo e o alcance dos efeitos desejados pela 
lei tributária ao usar esses institutose conceitos. Isso é especialmente 
importante, já que o Direito Tributário costuma “emprestar” vários 
conceitos de diversos ramos do Direito, e mesmo do conhecimento 
humano (especialmente da Economia) para definir seus institutos.
O artigo 111 determina a interpretação literal dos dispositivos legais que 
determinem a suspensão ou exclusão do crédito tributário, a outorga de isenção 
e a dispensa do cumprimento de obrigações acessórias, já que esses dispositivos 
atingem o direito do Estado de cobrar tributo. Portanto, devem ter a interpretação 
mais fechada possível, para, de um lado, beneficiar somente aqueles a quem 
pretende alcançar, e, de outro, não ampliar a restrição do direito de cobrança do 
tributo.
Por fim, o artigo 112 determina a aplicação de interpretação mais benéfica 
para o contribuinte. É a importação do princípio do direito penal in dubio pro reo, 
ou, na dúvida, deve-se decidir em favor do réu. Sempre que as circunstâncias 
permitirem, deve-se buscar a aplicação mais amena da lei tributária, em especial 
daquela que determinar a punição por alguma infração.
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
26
4 CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Já vimos que o tributo é a maior fonte de receita do Estado moderno, que 
vai buscar no patrimônio de particulares – os chamados contribuintes – esses 
valores. E esta relação nem sempre amistosa entre Estado e contribuinte é o objeto 
de um ramo do Direito, chamado Direito Tributário.
Seu principal objetivo é estudar essa relação obrigacional nascida da 
vontade da lei, bem como seu principal produto, o tributo.
De acordo com Cassone (2007, p. 12):
O direito tributário é parte do direito financeiro que estuda as relações 
jurídicas entre Estado (fisco) e os particulares (contribuintes), no que 
concerne à instituição, arrecadação, fiscalização e extinção dos tributos. 
É direito autônomo, pois se rege por princípios e normas próprias.
O principal foco de estudo do Direito Tributário é o tributo. E esse será o 
assunto do nosso próximo tópico.
NOTA
NOTA
Os instrumentos de integração e interpretação da legislação tributária são:
1. A analogia.
2. Os princípios gerais de direito tributário.
3. Os princípios.
4. A equidade.
Para saber mais, leia o texto “DIREITO TRIBUTÁRIO E SEUS CONCEITOS 
GERAIS”, disponível no endereço: <http://www.advogado.adv.br/artigos/2005/
marcusviniciusguimaraesdesouza/direitotributarioconceitosgerais.htm>.
27
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico estudamos as fontes do Direito Tributário, que podemos 
dividir em materiais e formais.
Fontes materiais: são os fatos que, na vida real, dão origem à obrigação 
tributária.
Fontes formais: são todos os diplomas legais que transformam esses fatos 
da vida real em fatos jurídico-tributários.
Observamos a legislação tributária, analisando todo o sistema tributário 
brasileiro, e vimos que ele é organizado de forma piramidal, ou seja, há uma 
hierarquia que deve ser seguida, devendo cada tipo de lei ser usado em momentos 
específicos. 
Aprendemos que uma lei, para estar vigente, deve se tornar pública, 
como também, para que passe a vigorar, ou seja, a irradiar seus efeitos, é preciso 
respeitar algumas regras gerais e específicas. Analisamos também a interpretação 
e a integração da legislação tributária e, finalmente, conceituamos Direito 
Tributário como parte do Direito Financeiro que estuda as relações entre o Estado 
e os contribuintes.
28
AUTOATIVIDADE
1 Quais as fontes do Direito Tributário?
2 O que vem a ser uma lei?
3 Quais são as exceções para a aplicação retroativa da lei tributária?
4 O que se entende por analogia, quando aplicada às leis?
5 Qual o conceito de Direito Tributário?
29
TÓPICO 3
TRIBUTO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
É senso comum que, sempre que o estado – e em especial, a União – resolve 
aumentar a carga tributária, surjam manifestações indignadas de entidades 
empresariais e da sociedade em geral. 
Por outro lado, quando há a (rara) redução dessa mesma carga, 
invariavelmente existe o comentário unânime de que poderia haver uma redução 
ainda maior.
Quem nunca reclamou do pagamento do IPVA (Imposto sobre a 
Propriedade de Veículos Automotores), que não tem a justa contrapartida em 
estradas seguras e bem pavimentadas? Ou que se indignou contra o pagamento 
de uma taxa para retirar um documento na Prefeitura?
Claro que sempre haverá essa tensão entre quem arrecada e quem paga, 
cada um querendo melhorar a sua situação frente ao outro. 
Entretanto, por desconhecimento, as pessoas costumam confundir as 
diversas espécies tributárias previstas na Constituição, bem como sua real função. 
E este é o assunto sobre o qual se passa a discorrer.
2 CONCEITO DE TRIBUTO
O conceito do que é tributo está previsto no artigo 3º do CTN:
FONTE: Disponível em: <www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=1230>. Acesso em: 7 
jun. 2011.
Art. 3° Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou 
cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade plenamente vinculada.
30
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
E o que o legislador quis dizer com isso? Vamos à explicação:
Prestação pecuniária compulsória: significa dizer que o tributo é um 
valor que deve ser pago obrigatoriamente, uma vez surgida a obrigação tributária.
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: fala sobre a forma pela 
qual o tributo deve ser quitado, ou seja, preferencialmente em dinheiro. Porém, 
a lei admite que a obrigação tributária possa ser satisfeita com, por exemplo, a 
entrega de um imóvel. Entretanto, esta é a exceção.
Que não constitua sanção de ato ilícito: ato ilícito é todo aquele proibido 
por lei; por sua vez, esta proibição, para ser efetiva, deve ser acompanhada de 
uma penalização que iniba e puna o comportamento ilícito. 
Existem várias formas de sanção previstas em lei, sendo a mais clássica a 
pena de privação de liberdade ou penas de prisão. Também as penas pecuniárias 
ou em dinheiro são largamente usadas; o exemplo mais clássico é a multa de 
trânsito. O CTN reforça com essa expressão que o tributo não é uma punição, 
e sim um valor que deve ser entregue pelo contribuinte obrigatoriamente, para 
custear as despesas do Estado.
Instituída em lei: com relação à sua instituição, somente a lei pode obrigar 
alguém a pagar um tributo, inclusive contra sua vontade. O sistema funciona desta 
maneira para assegurar que o Estado não ultrapasse o limite do tolerável pelo 
contribuinte. Há inclusive um princípio constitucional que veda expressamente o 
confisco via tributo, que será estudado mais adiante.
Cobrado mediante atividade plenamente vinculada: em relação à forma 
de arrecadação, mais uma vez o CTN reforça que o exercício da cobrança de um 
tributo deve ser vinculado à lei. E mais, que os agentes estatais encarregados dessa 
cobrança devem observar rigorosamente o que a lei estabelece, não podendo usar 
de discricionariedade para aplicar a lei, ou seja, aplicá-la de acordo com a sua 
vontade.
Agora que vimos quais as características de um tributo, vamos ver sua 
classificação? Vamos lá!
TÓPICO 3 | TRIBUTO
31
3 CLASSIFICAÇÃO DO TRIBUTO
Os tributos são classificados quanto à destinação específica da sua 
arrecadação e dividem-se em vinculados e não vinculados.
Os tributos vinculados são aqueles arrecadados, tendo por condição 
uma contrapartida do Estado. Isso significa dizer que o tributo é cobrado do 
contribuinte e, em retorno, o Estado deve prestar um serviço ou fazer outro tipo 
de retribuição. 
Um exemplo são as taxas, cobradas em função de uma atividade que o 
Estado vai desenvolver, como fiscalizar se um estabelecimento está de acordo 
com as leis de ocupação do solo. 
Nas palavras de Alexandrino e Paulo (2007, p. 12):Os tributos vinculados são aqueles cujo fato gerador é alguma 
atividade específica do Estado relativa ao contribuinte. O fato gerador 
do tributo é vinculado a uma atividade específica do Estado. O 
contribuinte pagará o tributo em razão da existência de uma atividade 
estatal específica (descrita na lei como hipótese de incidência) a ele 
direcionada. São exemplos as taxas, as contribuições de melhoria e 
algumas contribuições.
Os tributos não vinculados, ao contrário, não estão atrelados a nenhuma 
contraprestação estatal específica para o contribuinte. 
O exemplo clássico são os impostos, cujo fruto da arrecadação é usado 
para custear as despesas gerais da máquina estatal. 
Assim, os valores arrecadados a título de Imposto de Renda podem ser 
destinados, por exemplo, ao pagamento de fornecedores da União. 
Novamente nos socorremos de Alexandrino e Paulo (2007, p. 12-13):
Os tributos não vinculados são aqueles cujo fato gerador não é 
nenhuma atividade específica do Estado direcionada ao contribuinte. 
A hipótese de incidência dos tributos não vinculados descreve 
algum fato econômico pertinente ao sujeito passivo: a propriedade 
de um bem, uma operação que ele tenha realizado, uma renda que 
ele tenha auferido. A cobrança do tributo baseia-se na manifestação 
de capacidade econômica do contribuinte, não na realização ou 
disponibilização de uma atividade estatal específica e direcionada. 
É o caso dos impostos. O contribuinte dá surgimento à obrigação de 
pagar o IPVA e o IR simplesmente em razão da demonstração de 
uma capacidade econômica (ser proprietário de um veículo e auferir 
renda, respectivamente), independentemente de quaisquer outras 
considerações.
32
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Desta maneira, enquanto nos tributos vinculados espera-se alguma 
contraprestação do Estado, nos tributos não vinculados basta ocorrer o fato 
jurídico tributário para que nasça a obrigação de pagar.
4 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
O tributo é gênero, e possui as seguintes espécies tributárias, previstas na 
Constituição Federal: 
a) impostos;
b) taxas;
c) contribuição de melhoria;
d) empréstimo compulsório; e 
e) contribuições parafiscais.
Todas essas espécies atendem aos requisitos previstos no artigo 3º do 
CTN, e serão vistas a seguir. 
4.1 IMPOSTO
A definição do que é imposto está no artigo 16 do CTN, que reza: imposto 
é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de 
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Por ser um tributo não vinculado, basta que alguém dê causa a um fato 
considerado como gerador da obrigação tributária para que automaticamente 
passe à condição de contribuinte.
Nos ensinamentos de Amaro (2006, p. 30):
O fato gerador do imposto é uma situação (por exemplo, aquisição 
de renda, prestação de serviços etc.) que não supõe nem se conecta 
com nenhuma atividade do Estado especificamente dirigida ao 
contribuinte. Ou seja, para exigir imposto de certo indivíduo, não é 
preciso que o Estado lhe preste algo determinado. A atuação do Estado 
dirigida a prover o bem comum beneficia o contribuinte, mas este frui 
das utilidades que o Estado fornece porque é membro da comunidade 
e não por ser contribuinte.
DICAS
Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar seus conhecimentos, leia o texto a 
seguir: “O tributo e a sua classificação”. Disponível em: <http://www.lfg.com.br/public_
html/article.php?story=20080414105908809>.
TÓPICO 3 | TRIBUTO
33
Se o fato gerador do imposto não é um ato do Estado, ele deve 
configurar uma situação à qual o contribuinte se vincula. O legislador 
deve escolher determinadas situações materiais (por exemplo, 
aquisição de renda) evidenciadoras da capacidade contributiva, 
tipificando-as como fatos geradores da obrigação tributária. As 
pessoas que se vinculam a essas situações (por exemplo, pessoas que 
adquirem renda) assumem o dever jurídico de pagar o imposto em 
favor do Estado.
Os impostos estão previstos na Carta Magna, nos artigos 153, 154 
(impostos de competência da União), 155 (impostos de competência dos estados e 
do Distrito Federal) e 156 (impostos de competência dos municípios e do Distrito 
Federal).
4.2 TAXA
A taxa está prevista no artigo 145, inciso II e § 2º da CF:
FONTE: Disponível em: <www.dji.com.br/constituicao_federal/cf145a149.htm>. Acesso em:
7 jun. 2011.
Assim, o texto constitucional dá duas autorizações para a instituição de 
uma taxa: o exercício do poder de polícia, ou a utilização de serviços públicos 
postos à disposição do contribuinte.
Art. 145. A União, os estados, o Distrito Federal e os municípios poderão 
instituir os seguintes tributos:
[...]
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados 
ao contribuinte ou postos à sua disposição;
[...]
§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
34
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato 
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte 
ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador 
idênticos aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função 
do capital das empresas.
 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública 
que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula 
a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da 
produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes 
de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou 
ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia 
quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, 
com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei 
tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I – utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam 
postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo 
funcionamento;
II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de 
intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas;
III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte 
de cada um dos seus usuários.
Art. 80. Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se 
compreendidas no âmbito das atribuições da União, dos estados, do 
Distrito Federal ou dos municípios, aquelas que, segundo a Constituição 
Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal 
e dos Municípios e a legislação com elas compatível, competem a cada uma 
dessas pessoas de direito público.
FONTE: Extraído de:< www.dji.com.br/codigos/1966_lei...ctn/077a080.htm>. Acesso em: 6 jun. 
2011.
Infraconstitucionalmente, a taxa é regulada pelos artigos 77 a 80 do CTN:
TÓPICO 3 | TRIBUTO
35
Podemos conceituar o poder de polícia como sendo o poder-dever que a 
Administração Pública tem para agir preventivamente ou coercitivamente para 
regular e, se for o caso, punir atividades ilícitas. 
Essa ação pode se dar através das seguintes maneiras:
● Limitação, ou do disciplinamento de direito, interesse ou liberdade.
● Regulamentação da prática de ato ou a abstenção (proibição)

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