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Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) Ana Luiza, Bianca e Karoline - Psicologia

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O TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA PELA PERSPECTIVA DA 
TEORIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL: uma revisão bibliográfica1 
 
Ana Luiza Teixeira Marques 
Bianca Carvalho Nogueira 
Karoline Monique Ferreira 
 
RESUMO 
O trabalho tem como intuito discutir sobre o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), no qual está entre os 
transtornos ansiosos mais comuns da sociedade atual, sendo responsável por uma redução significativa da 
qualidade de vida da população acometida, visto que é uma patologia em que se desenvolvem preocupações 
excessivas que interferem no funcionamento psicossocial do sujeito. Nesse sentido, o presente artigo busca 
compreender o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), a partir da perspectiva Cognitivo Comportamental 
(TCC), apresentando como a abordagem cognitiva o concebe e quais são as técnicas de intervenção empregadas 
em seu tratamento. Estudos realizados por diversos autores, apontam a abordagem citada como a forma de 
tratamento com maior índice de efetividade, quando comparada com outras opções disponíveis, sendo capaz de 
possibilitar ao sujeito uma melhoria contínua e com efeitos duradouros, fazendo com que o paciente experiencie 
maior qualidade de vida. Para tal, tem como objetivo geral apresentar a eficácia da TCC e suas aplicações. O 
trabalho apresenta como base metodológica, pesquisas de levantamento bibliográfico no período de 2017 a 2022, 
a partir da identificação de trabalhos científicos sobre a temática proposta. Após a análise do conteúdo proposto, 
conclui-se que a abordagem mencionada e suas técnicas, apresentam eficácia no tratamento do TAG, contudo 
cada paciente possui suas particularidades e diante disso, é preciso avaliar como será determinado às técnicas no 
tratamento do paciente por meio da conceituação de caso, proporcionando maior efetividade e eficácia. 
Palavras-chave: Terapia Cognitivo Comportamental. Transtorno de Ansiedade Generalizada. Técnicas. 
Tratamento. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A ansiedade é uma emoção experimentada pela espécie humana desde os primórdios, 
tendo como finalidade transmitir um sinal de alerta ao homem diante de um possível perigo. 
Quando acionada, o seu propósito é promover a preservação e a sobrevivência do ser humano, 
evitando situações que causem dano à vida. Pode-se dizer que a ansiedade é aquele ímpeto 
que faz um indivíduo correr perante o ataque de um animal feroz, afastar-se de um incêndio 
iminente e reagir velozmente mediante a um assalto. É responsável por gerar no homem um 
senso de antecedência, preparação, prevenção e encorajamento. Ela é o estímulo necessário 
para fazer um sujeito estudar para um teste de conhecimento, se preparar para a defesa de um 
trabalho de conclusão de curso e dar uma resposta imediata de socorro a alguém atropelado na 
rua (HOFMANN, 2022). 
O medo é uma emoção básica e central de todos os transtornos de ansiedade. Oriundo 
de um estado neurofisiológico, é ativado mediante um perigo presente e servirá como um 
alarme que irá detectar a ameaça e preparar o indivíduo para uma ação defensiva e protetiva. 
 
1 Trabalho de Curso apresentado ao Centro Universitário UNA unidade Catalão, como requisito parcial para a 
integralização do curso de Psicologia, sob orientação da professora Me. Camila Carneiro Silva Queija. 
2 
 
Por outro lado, a ansiedade foi caracterizada como uma emoção orientada ao futuro, 
abarcando um sistema de respostas cognitivas, afetivas, fisiológicas e comportamentais. É 
ativada quando situações antecipadas são consideradas aversivas, tidas como eventos 
inesperados e incontroláveis, passíveis de prejuízos ao sujeito. (BECK, 2012.) 
A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são 
exagerados e desproporcionais, interferindo na qualidade de vida e no desempenho diário do 
sujeito. A maneira prática de se diferenciar ansiedade normal de patológica, é basicamente 
avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo de 
momento ou não (CASTILLO et al; 2000). 
Em vista disso, conforme Leahy (2011) retrata, a ansiedade clínica é uma doença 
moderna que aumentou drasticamente nos últimos 50 anos e vai muito além de estar sujeito às 
preocupações comuns do cotidiano. Em conformidade com a literatura, o aumento mais 
significativo ocorreu entre os anos de 1952 e 1967 e desde então continuou expandindo. Com 
isso, surge diversos questionamentos: “De onde vem esse aumento? A atual sociedade não 
está melhor, mais desenvolvida e evoluída que no passado? Por que existe essa dicotomia 
entre muitos avanços sociais e muito adoecimento psicológico?” Nunca se presenciou uma 
sociedade tão ansiosa quanto essa que representa o século 21. 
Atualmente, percebe-se um modelo identitário marcado pela alta produtividade, no 
qual o valor humano está associado ao fazer e ter. Novos padrões de beleza foram 
estabelecidos, o consumo desenfreado tem sido a nova fonte de compensação e a busca pela 
vida perfeita e a felicidade inalcançável tem sido altamente reforçada pelas mídias sociais, o 
que gerou no homem moderno um senso de competividade, comparação e descontentamento, 
movendo a uma espécie de ciclo vicioso, gerando um desejo contínuo por mais, em que a 
gratificação e o contentamento se esvaem rapidamente, sendo necessário habituar-se a esse 
estilo de vida frenético. Devido as exigências da nova civilização, apresenta-se uma 
dificuldade por parte da sociedade em lidar com essas condições e tentar corresponder aos 
novos padrões, desencadeando sentimentos de medo, ansiedade, preocupação, angústia e 
constante apreensão, o que acarreta desequilíbrios físicos e psicológicos, resultando em um 
possível adoecimento. (LENHARDTK & CALVETTI, 2017). 
Posto isso, os transtornos de ansiedade estão entre os mais comuns que acometem a 
atual sociedade, sendo caracterizados por medo e ansiedade excessivos. Nesse sentido, de 
acordo com a American Psychological Association APA (2014), em seu Manual Diagnóstico 
e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), são indicados 11 tipos de transtornos ansiosos, 
3 
 
sendo o TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) a categoria a qual esse estudo terá 
como fundamento. 
 A delimitação da categoria a ser utilizada como objeto de estudo deste trabalho, levou 
em consideração os danos causados às pessoas que lidam com o Transtorno de Ansiedade 
Generalizada e como a vida delas é afetada, gerando improdutividade e incapacidade, já que o 
paciente acometido por esse transtorno, gasta mais energia lidando com a sintomática do 
problema do que realmente sendo eficiente em suas atividades diárias, culminando em um 
déficit de performance que resulta em 110 milhões de dias de incapacidade por ano na 
população americana, conforme os dados apresentados no DSM-5. 
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é uma patologia de ordem crônica, 
caracterizada por preocupações excessivas que interferem de forma significativa no 
funcionamento psicossocial do sujeito, ocorrendo de maneira intensa e angustiante na maioria 
dos dias, ocorrendo repentinamente e por um período mínimo de seis meses (APA, 2014). 
Portanto, faz-se necessário mencionar a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) 
como forma de tratamento, por ser apontada como a principal abordagem cognitiva da 
atualidade. Constituindo-se a partir de técnicas cognitivo-comportamentais, a TCC tem como 
enfoque predominante, a forma como o indivíduo interpreta as situações ao seu redor, sendo 
essa interpretação o fator que irá determinar a maneira como sente e se comporta. 
Inicialmente, o tratamento na TCC consiste em desenvolver no paciente, uma visão crítica 
acerca de pensamentos automáticos, com o objetivo de identificá-los e a partir disso, 
questionar a sua origem e estimular a tomada de consciência por parte do indivíduo, para que 
posteriormente o foco seja reformular as crenças nucleares e subjacentes que originam esses 
pensamentos.(REYES e FERMANN, 2017). 
Dessa maneira, questiona-se: Como a abordagem cognitiva comportamental, por meio 
de suas técnicas interventivas, poderá auxiliar no tratamento do Transtorno de Ansiedade 
Generalizada? A Terapia Cognitivo Comportamental se mostrou eficaz no tratamento do 
TAG, por ser capaz de modificar a estrutura de pensamentos provenientes de crenças 
limitantes que causam medo e angústia, fazendo com que o comportamento do paciente seja 
alterado e os sintomas amenizados. Diante disso, diversas pesquisas (Metanálises) realizadas, 
apontam a TCC como a forma de tratamento mais eficiente para o Transtorno de Ansiedade 
Generalizada se comparada com outras opções disponíveis, promovendo uma melhoria 
contínua, com efeitos que perduram por longos períodos, possibilitando ao indivíduo 
experimentar uma nova qualidade de vida. (BARLOW, 2016). 
4 
 
Sendo assim, o objetivo geral estabelecido, é analisar a eficácia da Terapia Cognitivo 
Comportamental no Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), bem como sua aplicação 
prática. Como objetivos específicos, destaca-se: a) Apresentar aspectos conceituais e 
característicos do transtorno de ansiedade generalizada; b) Analisar como o transtorno de 
ansiedade generalizada impacta na vida do sujeito; c) Discutir a eficácia da Terapia 
Cognitivo-Comportamental (TCC) no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada e 
por fim; d) Compreender de que modo a atual sociedade colabora com a patogênese da 
ansiedade. 
Possui como base metodológica, pesquisas de levantamento bibliográfico com o 
objetivo de identificar trabalhos científicos sobre a temática proposta. Para tais fins, a 
produção cientifica focada na temática Ansiedade Generalizada com ênfase na TCC, será 
aprofundada em uma busca em programas de cunho científico, que possuam laboração 
referentes ao assunto proposto. 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1.Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Aspectos gerais 
 
O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é um transtorno ansioso de caráter 
crônico, caracterizado por ansiedade e preocupações excessivas. Segundo Barlow (2016), as 
preocupações são de difícil controle abordando os piores cenários imagináveis, sempre com o 
foco em eventos futuros. Sugere-se que os pacientes que cumprem os critérios para TAG, 
possuem o hábito cognitivo de se preocupar, sendo envolvidos por ciclos de preocupação 
sobre uma variedade de temas. 
Conforme o DSM-5 (APA, 2014), para diagnosticar o TAG, é necessário avaliar o 
tempo que perdura a preocupação excessiva, ocorrendo por pelo menos seis meses, bem como 
ser acompanhada de pelo menos três dos seguintes sintomas: agitação, irritabilidade, 
fatigabilidade, distúrbio do sono, tensão muscular ou falta de concentração. 
Para APA (2014), o excesso de preocupação demanda muito tempo e energia, 
suscitando consequências negativas na realização de tarefas que exigem rapidez e efetividade. 
Juntamente com os sintomas físicos, os danos poderão alternar entre leves ou graves, caso o 
indivíduo não esteja em tratamento. 
5 
 
De acordo com Andreatini, Boerngen-Lacerda e Zorzetto Filho (2001), o Transtorno 
de Ansiedade Generalizada está entre os transtornos mentais mais encontrados na clínica, 
ainda que no primeiro momento é visto como um transtorno leve, atualmente estima-se que é 
uma doença crônica, associada à comorbidades relativamente prejudiciais, com elevados 
custos particulares e sociais. 
Conforme destaca Caballo (2003), a preocupação tem que ser complexa e produzir 
degradação ou inquietação expressiva em áreas importantes da vida do paciente, como por 
exemplo, na vida social, atividades laborais etc. Ademais, o autor atenta para o Transtorno de 
Ansiedade Generalizada como um diagnóstico clínico aditivo muito recorrente nos casos de 
ansiedade, visto em diferentes pesquisas na sua atuação clínica. 
Os pacientes com Transtorno de Ansiedade Generalizada têm a tendência de se 
preocupar exageradamente com o futuro, cometendo desacertos ao interpretar as situações. A 
partir da distorção de pensamentos, o indivíduo apresenta dificuldades em raciocinar 
baseando-se na realidade, e sua percepção em relação aos acontecimentos toma grandes 
proporções, o que reflete na sua capacidade de analisar as circunstâncias de forma assertiva, 
fazendo com que os aspectos negativos ganhem maior destaque em detrimento dos positivos. 
Com isso, são indivíduos que apresentam dificuldade em manter a mente relaxada, tomar 
decisões, resolver problemas, provocar mudanças e diversos outros aspectos. 
Neste contexto Clark e Beck (2012) destaca que, para estabelecer um quadro de 
ansiedade generalizada, o indivíduo deverá observar se a ansiedade tem ocorrido na maior 
parte dos dias, por pelo menos entre quatro e seis meses persistentemente, afetando a 
performance escolar ou profissional e estar associada a irritabilidade, palpitação, tensão 
muscular, aflição, diarreia ou intestino preso, boca seca, roncos abdominais, insônia ou 
hipersonia, hiper vigilância, dificuldade de concentração e outros sintomas afins. 
Dessa forma, o Quadro I apresenta como estão distribuídos os critérios de diagnóstico 
no Manual de Doenças Mentais (DSM-5). 
 
Quadro I - Critérios diagnósticos do DSM-5 para o Transtorno de Ansiedade Generalizada 
Transtorno de Ansiedade Generalizada 
 
Critérios Diagnósticos 300.02 (F41.1) 
 
A. Ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva), ocorrendo na maioria dos dias por 
pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades (tais como desempenho escolar ou 
profissional). 
B. O indivíduo considera difícil controlar a preocupação. 
C. A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com 
pelo menos alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses). 
Nota: Apenas um item é exigido para crianças. 
6 
 
1. Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele. 
2. Fatigabilidade. 
3. Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente. 
4. Irritabilidade. 
5. Tensão muscular. 
6. Perturbação do sono (dificuldade em conciliar ou manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto). 
D. A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou 
prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, 
medicamento) ou a outra condição médica (p. ex., hipertireoidismo). 
F. A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental (p. ex., ansiedade ou 
preocupação quanto a ter ataques de pânico no transtorno de pânico, avaliação negativa no transtorno 
de ansiedade social [fobia social], contaminação ou outras obsessões no transtorno obsessivo-
compulsivo, separação das figuras de apego no transtorno de ansiedade de separação, lembranças de 
eventos traumáticos no transtorno de estresse pós-traumático, ganho de peso na anorexia nervosa, 
queixas físicas no transtorno de sintomas somáticos, percepção de problemas na aparência no 
transtorno dismórfico corporal, ter uma doença séria no transtorno de ansiedade de doença ou o 
conteúdo de crenças delirantes na esquizofrenia ou transtorno delirante). 
Fonte: DSM-5 (Manual diagnóstico e estatístico de transtorno mentais) 
 
Segundo as fontes da Organização Mundial de Saúde (OMS), mostra-se que a 
ansiedade afetava 18,6 milhões de brasileiros em outubro de 2021. Esse número cresceu 25% 
em novas pesquisas realizadas em março/2022. A ansiedade generalizada traz impactos 
significativos em diversas áreas da vida dos sujeitos. 
 
2.2.Impactos do Transtorno de Ansiedade Generalizada na vida do sujeito 
 
O Transtorno de Ansiedade Generalizada impacta diretamentena capacidade do 
indivíduo de ter uma vida produtiva e satisfatória. O sujeito portador desse transtorno, além 
dos sintomas fisiológicos, experimenta grande interferência por parte da ansiedade no seu 
funcionamento diário, visto que convive com uma apreensão constante e excessiva. Diversas 
situações são interpretadas pela ótica do perigo iminente e o sujeito está sempre cogitando que 
algo ruim está para acontecer, dessa forma, as reações que acompanham essa sensação, 
remetem a um estado de hipervigilância e antecipação de perigo. Sendo assim, o TAG está 
associado a uma considerável redução da qualidade de vida (BARLOW, 2016). 
As pessoas que sofrem com transtornos de ansiedade, experimentam impacto em 
várias áreas de suas vidas, se descobrem com dificuldades no trabalho, na vida social, nos 
momentos de lazer e desenvolve estratégias bem elaboradas diante de situações que pareçam 
ameaçadoras para si. Elas podem evitar pessoas, lugares e situações, negar utilizar um 
elevador ou fazer uma viagem de avião, se incomodar com objetos desalinhados ou mínimas 
sujeiras no chão. Podem apresentar receio de ambientes tumultuados, participar de reuniões 
importantes ou falar em público. (LEAHY, 2011). 
7 
 
Geralmente apresentam dificuldade para dormir, desenvolvem problemas cardíacos, 
desconforto gastrointestinal, problemas de pele, fadiga e estão mais suscetíveis a desenvolver 
transtornos depressivos, resultando em uma possível comorbidade. Além do mais, o 
transtorno de ansiedade generalizada acarreta um custo financeiro alto, pois exigem 
tratamentos médicos, psiquiátricos, psicológicos, medicamentosos, tornando esse público 
mais propenso a utilizar os serviços de saúde e emergência frequentemente, mediante a crises 
ansiosas ou reações somáticas (CLARK & BECK, 2012). 
Em um de seus estudos sobre ansiedade, Clark e Beck (2014) destaca que o repertório 
cognitivo desses pacientes é marcado por diversos tipos de medos, como o perder o controle 
das situações, danos físicos, pensamentos assustadores e percepções de irrealidade, além de 
apresentar memória fraca, dificuldade de raciocínio e distratibilidade, ocasionando baixa 
produtividade e performance em diversos contextos. Apresentam dificuldade em realizar 
tarefas consideradas comuns, como a execução de um trabalho no ambiente ocupacional ou 
acadêmico, insegurança perante um novo desafio, incontrolabilidade ao lidar com incertezas, 
dificuldade de concentração para iniciar e concluir um objetivo, desencadeando alto índice de 
incapacitação e interferência em atividades laborais. (BARLOW, 2016). 
Os indivíduos com transtorno de ansiedade têm a tendência de interpretar 
negativamente a maioria das situações como ameaçadoras se comparado a indivíduos sem um 
transtorno de ansiedade, o que fará que situações aparentemente inofensivas e corriqueiras, 
ganhem uma proporção catastrófica na sua realidade, fazendo com que essas pessoas se 
tornem mais impacientes, irritadas e nervosas do que o normal. Por consequente, a vida social 
desse público é rigorosamente afetada, nos relacionamentos interpessoais acabam vivenciando 
situações desagradáveis e conflituosas, devido à alta descarga de estresse experienciada e o 
excesso de preocupação. A tendência a ações e reações que expressam irritabilidade, rispidez, 
desconfiança, insegurança e agressividade são esperadas, o que sugere que o TAG está 
associado a problemas interpessoais e desavenças conjugais (CLARK & BECK, 2012). 
 
2.3.Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) 
 
A terapia cognitivo comportamental, é uma abordagem da Psicologia fundada pelo 
psicanalista e professor de psiquiatria chamado Aaron T. Beck. Como ditado, o autor era 
psicanalista por formação e buscava respaldar suas descobertas sob a ótica da psicanálise. Em 
meados de 1970, em um de seus estudos aprofundados acerca da depressão, seus 
experimentos que teriam a finalidade de validar a efetividade da abordagem psicanalítica 
8 
 
sobre depressão, acabou por fazer o contrário, levaram-no a explorar outras explicações para o 
transtorno depressivo, chegando à conclusão que os indivíduos que apresentavam o humor 
deprimido, manifestavam cognições negativas e distorcidas, a partir de pensamentos e crenças 
disfuncionais sob as quais interpretara as situações da sua vida (JUDITH S. BECK, 2013). O 
autor desenvolveu uma terapia estruturada de curta duração, designada para o presente, que 
teria como foco a resolução de problemas atuais do sujeito e trabalharia a modificação de 
pensamentos e comportamentos mal adaptativos, que influenciara na interpretação de tais 
problemas (KNAPP, 2008). 
De acordo com Clark e Beck (2012), indivíduos com TAG apresentam crenças mal 
adaptativas específicas sobre ameaças em geral, preocupação excessiva sobre metas pessoais, 
interesses vitais, vulnerabilidade pessoal e grande intolerância à incerteza. Sendo assim, o 
protocolo de tratamento com esse paciente, inicia-se com o terapeuta ensinando-o a identificar 
pensamentos automáticos e crenças que operam subjacentes a seu comportamento 
disfuncional. Após esse processo, o terapeuta buscará ferramentas para incentivar uma 
mudança cognitiva no sistema de crenças e na forma de pensar desse sujeito, para que assim 
aconteça uma mudança emocional e comportamental consequentemente. 
De forma geral, o modelo cognitivo no qual se apoia a Terapia Cognitivo 
Comportamental (TCC), sugere que o pensamento disfuncional faz parte de todos os 
transtornos psicológicos, e que quando as pessoas aprendem a considerar a sua forma de 
pensar e reconhecer os pensamentos que precedem a uma determinada situação, é possível 
descobrir a raiz de determinados comportamentos mal adaptativos e reformular esse sistema 
de crenças disfuncionais, para então incitar mudanças emocionais e comportamentais 
positivas (JUDITH S. BECK, 2013). 
Conforme Andretta e Oliveira (2011), a TCC foi considerada efetiva como intervenção 
terapêutica para o TAG, utilizando-se de métodos de relaxamento, resolução de problemas, 
mudanças cognitivas, controle da preocupação e catastrofização. Desse modo, conforme os 
autores, ao comparar as técnicas cognitivas e de relaxamento aplicadas de forma isolada, 
comprovou-se que ambas são efetivas para TAG. Sendo assim, A TCC surgiu como um 
segundo caminho para o tratamento do TAG, além da terapia farmacológica, auxiliando o 
indivíduo a lidar com a sintomática a partir de ferramentas de regulação emocional, 
psicoeducação, automonitoramento, relaxamento, treinamento de habilidades e reestruturação 
cognitiva. 
O tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) utilizando-se da 
Terapia Cognitiva Comportamental, é composto pela formulação cognitiva do caso, a 
9 
 
identificação e a correção de distorções cognitivas responsáveis pela manutenção do 
transtorno ansioso e posteriormente a reestruturação cognitiva, focando no aumento da 
qualidade de vida do paciente. (OLIVEIRA, 2011). 
A formulação cognitiva do caso, inicia-se a partir de uma série de perguntas diretivas 
de cunho investigativo, no formato de entrevistas estruturadas ou semiestruturadas, 
formulários de automonitoramento, observação da ansiedade no setting terapêutico e 
questionários, tendo como objetivo principal a avaliação completa do caso. Posterior a isso, 
um plano de tratamento é elaborado conforme a avaliação subjetiva e individualizada do 
paciente, determinando metas específicas que irão direcionar a intervenção clínica. (CLARK 
& BECK, 2012) 
Em geral, a TCC utiliza-se de técnicas cognitivas e comportamentais, que terão como 
finalidade corrigir pensamentos e crenças subjacentes que causam a preocupação crônica 
detectada no processo avaliativo, buscando alterar a compreensão de perigo para o paciente, a 
fim de estabelecer estratégias de enfrentamento adaptativas. É fundamental que o terapeuta 
auxilie o indivíduo a entender que a ansiedade não provém das situaçõesaparentemente 
ameaçadoras, mas da sua interpretação acerca desses conteúdos. O propósito das intervenções 
é fazer com que o paciente adquira uma visão equilibrada e realista em relação as situações 
ansiogênicas e o seu real nível de perigo, além de desenvolver no indivíduo, habilidades 
capazes de regular a intensidade de suas emoções (LENHARDTK & CALVETTI, 2017). 
 De acordo com os autores Andretta e Oliveira (2011), o tratamento na TCC para o 
TAG, engloba recursos de enfrentamento, focando em técnicas de resolução de problemas e 
métodos adaptativos que promovam experiências positivas que desenvolvam autoeficácia. A 
psicoeducação tem sido uma técnica comumente utilizada no tratamento do TAG, no qual o 
paciente é ensinado a identificar os pensamentos e comportamentos mal adaptativos. Já a 
reestruturação cognitiva ajudará o paciente a se questionar diante de interpretações de perigo 
exageradas e retificar crenças inapropriadas sobre vulnerabilidade e incapacidade acerca de si 
mesmo, contribuindo para a reformulação dessas crenças por outras mais adaptativas e 
realistas. 
Outras estratégias como descatastrofização da preocupação, é uma opção a ser 
utilizada pelo terapeuta, em que se apropria de roteiros de catastrofização e descatastrofização 
para estimular a exposição aos cenários mais temidos pelo sujeito, considerando a gravidade 
real e a forma mais realista de lidar com a situação, caso se concretizasse. Já a exposição 
comportamental, trata-se de uma técnica comportamental em que o paciente será orientado a 
identificar os comportamentos de evitação ocasionados pela ansiedade, onde será 
10 
 
desenvolvido uma hierarquia de situações aversivas que irão evoluir até chegar no medo real, 
com o propósito de gerar alternativas úteis de enfrentamento (ANDRETTA & OLIVEIRA, 
2011). 
A finalidade das intervenções cognitivas e comportamentais em geral, é a 
desapropriação de padrões de pensamentos e crenças disfuncionais, a fim de reestruturar a 
maneira como o indivíduo percebe e lida com as situações ansiosas, e auxiliá-lo na aquisição 
de novos comportamentos mais adaptativos e assertivos. 
 
3. METODOLOGIA 
 
Foi realizada uma pesquisa para a construção deste estudo, com base em 
levantamentos bibliográficos já existentes; segundo Cervo (2002) este é um método de 
discussão com base em uma situação problema, utilizando contribuições atuais e analises já 
existentes. Destaca-se como fonte de busca as plataformas digitais: Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Ministério da Educação (CAPES/MEC), 
Biblioteca Virtual em Saúde Brasil (BVS) e da Revista da Graduação em Psicologia da 
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas). 
Os artigos serão apresentados separadamente destacando as publicações combinadas 
com o tema escolhido e abordado neste estudo. As palavras-chave para busca foram: 
“Ansiedade Generalizada; Terapia Cognitivo Comportamental e Técnicas para Tratamento do 
TAG”, encontrando um total de 2.984 artigos. Posteriormente, foram utilizados filtros para 
artigos no idioma português e data de publicação entre 2017 e 2022, realizando a leitura 
individual de cada título e seus resumos, para selecionar as obras relacionadas à TCC e 
ansiedade, excluindo os artigos que repetissem nas plataformas e que não estavam de acordo 
com objetivo deste estudo. 
Mesmo com a utilização dos filtros permaneceram artigos em inglês, que foram 
eliminados durante a leitura, mantendo apenas os artigos que condiziam com as técnicas de 
atuação do psicólogo referente abordagem cognitivo comportamental para transtorno de 
ansiedade generalizada, apresentando o seguinte resultado, de acordo com a Tabela 01 e 
Tabela 02, que demonstra os títulos por plataforma de pesquisa: 
 
Tabela 01 – Relação de artigos utilizados neste estudo 
Plataforma Sem filtro Com filtro Selecionados 
Capes 827 157 4 
BVS 2148 390 1 
11 
 
Revista 9 1 1 
Fonte: Elaborado pelas autoras (2022) 
 
Tabela 02: Títulos por plataforma de pesquisa 
N° Título Capes BVS Revista 
1 Características Básicas do Transtorno de Ansiedade Generalizada X 
2 Mindfulness nas Terapias de Redução da Ansiedade X 
3 Principais causas do Estresse e da Ansiedade na Sociedade 
Contemporânea e suas Consequências na Vida do Indivíduo 
X 
4 Ansiedade e Terapia Cognitivo-Comportamental: uma análise a 
partir de dois periódicos nacionais 
 X 
5 Regulação Emocional em Terapia Cognitivo Comportamental X 
6 Transtorno de Ansiedade X 
Fonte: Elaborado pelas autoras (2022) 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Após a leituras e análise dos presentes artigos, 06 estudos foram selecionados, 
conforme mostra a tabela a seguir. 
Tabela 03: Apresentação resumidas dos artigos analisados 
Autor/Ano Título do Artigo Resultados 
ZUARDI, ANTONIO W. 2017. Características básicas do 
transtorno de ansiedade, 
objetivo de caracterizar o 
Transtorno de Ansiedade 
Generalizada (TAG) com ênfase 
em seu diagnóstico e 
tratamento, estudo de caso 
Terapia farmacológica pode ser 
associada ao manejo 
psicoterápico. 
LOPES, KEYLA CRYSTINA 
DA SILVA PEREIRA & 
SANTOS, WALQUIRIA LENE 
DOS. 2018. 
Transtorno de ansiedade Explora as causas que levam as 
pessoas a sofrerem ansiedade e 
métodos de auxiliar a recuperar 
do transtorno, seja com 
medicamentos usuais 
farmacológicos ou com 
tratamento alternativo. 
LIMA, AMANDA 
GONÇALVES & SENE, 
ARTHUR SIQUEIRA. 2017. 
Mindfulness nas terapias de 
redução da ansiedade 
As estratégias do mindfulness 
permitem ensinar o paciente a 
lidar com os desafios da vida, 
focando intencionalmente a sua 
atenção na vivência imediata, ao 
passo que reduz a ansiedade e 
potencializa o afeto positivo. 
ABRAHÃO, TAÍS BATIZACO 
& LOPES, ALDA PENHA 
ANDRELLO. 2022. 
Principais causas do estresse e 
da ansiedade na sociedade 
contemporânea e suas 
consequências na vida do 
indivíduo 
Conclui que a ansiedade vinda 
com situações estressoras tende 
que o sujeito tenha respostas 
cognitivas e comportamentais 
incoerentes com a situação, 
desenvolvendo quadro 
patológico de ansiedade. 
SILVA, BRUNA KAROLINA 
DA. 2021. 
Ansiedade e terapia cognitivo-
comportamental: uma análise a 
partir de dois periódicos 
nacionais 
Identificar diferentes 
conceitualizações de ansiedade, 
tratamentos, técnicas cognitivas 
e comportamentais e principais 
obstáculos para lidar com o 
problema. 
FERREIRA, WALISON JOSÉ. 
2020. 
Regulação emocional em 
terapia cognitivo 
As técnicas de regulação 
emocional devem ser um dos 
12 
 
comportamental fatores nos protocolos de TCCs, 
pois, as técnicas demonstram ser 
eficientes no processo 
terapêutico. 
Fonte: Elaborado pelas autoras (2022) 
 
Foi realizado um levantamento bibliográfico por meio de artigos científicos e 
literaturas que discorrem sobre a temática, com a finalidade de identificar as possíveis causas 
do transtorno de ansiedade generalizada e quais as ferramentas psicoterapêuticas disponíveis 
atualmente, em que a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) se destaca como a 
abordagem terapêutica com maior índice de efetividade para o tratamento de TAG. 
Conforme os autores Abrahão e Lopes (2022), a sociedade atual experiencia um nível 
de ansiedade e estresse descomunal se comparada aos tempos remotos, o que evidencia uma 
série de consequências do estilo de vida contemporâneo, marcado pelas exigências impostas 
por um novo funcionamento social. Por meio dos avanços tecnológicos, criou-se uma rede 
que facilitou a comunicação entre as pessoas de todo o mundo, possibilitando novas formas 
de aprendizado, oportunidades de trabalho, meios de transporte mais eficientes e com o intuito 
de diminuir o tempo gasto nas atividades corriqueiras, proporcionando conforto e aumento na 
qualidade de vida, com o objetivo de produzir mais em menos tempo. 
Contudo, sabe-se que a partir desses progressos, originou-se tambémum novo padrão 
de comportamento da sociedade, que exige dos indivíduos uma reposta rápida a cada estímulo 
social apresentado, estímulos esses representados pela alta produtividade, competitividade, 
consumismo desequilibrado, preocupação demasiada com a aparência, individualismo, 
dualidade entre trabalho compulsivo e instabilidade ocupacional e pensamento futurista. 
(ABRAHÃO & LOPES, 2022). 
Entretanto, visto que as incertezas decorrentes das constantes mudanças desse 
“progresso”, proporcionam ao indivíduo um sentimento de insegurança em relação ao futuro, 
uma rotina de cobranças e angústias para se adequar a esses ideais. Assim sendo, o progresso 
antes visto como promissor, também foi um fator desencadeador de mudanças e crises 
inflexíveis, o que corroborou para o adoecimento psicológico da população, devido ao estilo 
de vida frenético altamente reforçado, enquanto os momentos de descanso se tornaram cada 
vez mais escassos. (ABRAHÃO & LOPES, 2022). 
Diante desse cenário, Silva e Bernardes (2020) elucidam que pelo menos 9% a 18% da 
população brasileira, sofre ou sofreu com algum tipo de transtorno de ansiedade, o que afeta 
drasticamente a qualidade de vida desses indivíduos, pois o sujeito que lida com as 
sintomáticas de algum transtorno ansioso, geralmente apresenta maior dificuldade em realizar 
13 
 
tarefas comuns do cotidiano, o que resultará em níveis elevados de estresse e ansiedade, por 
se ver ainda mais incapaz de atender às cobranças da sociedade atual. 
Os autores Silva e Bernardes (2020) e Zuardi (2016) concordam que tanto a ansiedade 
quanto o medo, são emoções essenciais e inerentes a raça humana, partindo do pressuposto de 
que atuam como mecanismos de defesa em prol da autopreservação da espécie em situações 
de danos a sua integridade, sendo eles desenvolvidos desde o princípio da existência humana. 
Diante de uma situação de perigo, o cérebro ativa um sistema de alerta defensivo, que terá 
como função liberar neurotransmissores a fim de preparar o indivíduo para uma ação de luta e 
fuga, o que se caracteriza como uma resposta natural do organismo originada do medo. 
Quando esse sistema de alerta é acionado, uma série de respostas fisiológicas serão ativadas, 
acarretando sintomas físicos como aumento dos batimentos cardíacos, respiração acelerada, 
sudorese, e redução na produção de saliva, provocando sensação de boca seca. 
Ao conceituar medo e ansiedade, Abrahão e Lopes (2022) descrevem o medo como 
uma emoção primitiva resultante da avalição de perigo, a qual origina uma reação defensiva 
em prol da sobrevivência, enquanto a ansiedade se mostra uma emoção mais duradoura que o 
medo, em que o sujeito experimenta excitação física e apreensão voltada a situações futuras, 
se sentindo incapaz de prever ou controlar situações possivelmente aversivas. O que distingue 
ambas as emoções, é que na ansiedade clínica, o sujeito vive na expectativa de um perigo 
iminente, no qual não existe uma situação definida, ou seja, não é possível identificar a 
ameaça presente no ambiente, diferente do medo. Após pesquisas realizadas com roedores, foi 
constatado que reações como esquiva e congelamento mediante uma ameaça presente, 
representam o medo, enquanto as sintomáticas da ansiedade seriam geradas por estímulos 
ameaçadores, como o cheiro do predador (ABRAHÃO & LOPES, 2022). 
Os autores supracitados abordam de forma comum, que a ansiedade se torna um 
transtorno quando as preocupações perduram por um longo período, apresentando um caráter 
exacerbado e desajustado se comparado com a realidade da situação, fazendo com que o 
indivíduo interprete situações aparentemente inofensivas a partir de uma ótica catastrófica. 
Sendo assim, os indivíduos portadores do transtorno de ansiedade generalizada experienciam 
o mesmo processo do medo, mas sem uma evidência real e aparente de perigo, sendo este de 
forma persistente, acentuada e desproporcional a real situação, ativando respostas fisiológicas 
frequentes e intensas, gerando um estado de esgotamento e desequilíbrio dos recursos do 
organismo, o que está intimamente ligado ao aparecimento de transtornos psicológicos 
(FERREIRA, 2020; SILVA & BERNARDES, 2020; ABRAHÃO &LOPES, 2022). 
14 
 
Os autores, Zuardi (2016) e Abrahão e Lopes (2022) no que diz respeito ao TAG, 
destacam a importância do diagnóstico preciso desse transtorno, salientando o impacto 
causado por ele no desempenho diário do indivíduo, corroborando em incapacidade nas mais 
diversas atividades sociais, o que reduz severamente a produtividade. 
De acordo com Silva e Bernardes (2020) e Ferreira (2020), as respostas emocionais e 
comportamentais dos indivíduos são influenciadas pela forma como processam os 
acontecimentos e qual o tipo de significado têm para ele, sendo essas interpretações, reflexos 
de pensamentos automáticos, aqueles pensamentos que se apresentam na mente de forma 
automática e frequente, com o intuito de avaliar as situações vivenciadas. Pacientes com TAG 
são inundados de pensamentos automáticos que preveem fins negativos e incapacidade de 
lidar com ameaças, sendo estes desadaptativos e distorcidos da realidade, do qual originam-se 
os comportamentos disfuncionais. Em geral, esses pacientes não estão conscientes da 
presença desses pensamentos, fazendo-se necessária a psicoeducação acerca da existência 
desses mecanismos, a fim de identificá-los e posteriormente modificá-los (FERREIRA, 
2020). 
A origem do pensamento automático fortemente discutido na TCC, se dá a partir dos 
esquemas, que são princípios de pensamentos desenvolvidos desde a infância por meio do 
contexto social ocupado pelo indivíduo, efetuando o papel de selecionar, codificar, armazenar 
e atribuir significado às informações que chegam à cognição. Os esquemas funcionam como 
filtros que irão selecionar e processar as informações que chegam, sendo que a cada nova 
experiência, serão ativados para processar e internalizar essas informações de acordo com os 
conteúdos já existentes (FERREIRA, 2020). Esses mesmos esquemas são compostos por 
crenças centrais ou nucleares, as quais são definidas como conceitos enraizados acerca de si, 
do outro e do mundo, sendo que independentemente da situação, os pensamentos automáticos 
serão ativados conforme essas crenças. Portanto, conclui-se que os pensamentos automáticos 
se derivam das crenças centrais e o conteúdo dessas crenças, será responsável por ditar a 
avaliação das situações experimentadas pelo sujeito, sendo que se essas crenças forem 
disfuncionais, a interpretação das situações ficará comprometida, promovendo distorções 
cognitivas. 
Posto isto, quando essas crenças não são corrigidas, acabam tornando-se verdades 
absolutas pelo sujeito, fomentando uma série de comportamentos desadaptativos, e um dos 
papéis da TCC é justamente modificar essas crenças, para a aquisição de comportamentos 
saudáveis. Silva e Bernardes (2020), Zuardi (2016), Ferreira (2020) e Lima e Sene (2017) 
retratam a TCC como referência no tratamento para TAG, consentindo entre si que a 
15 
 
abordagem cognitivo comportamental, apresenta maior eficácia que outras modalidades, 
sendo a primeira escolha dentre as demais, destacando-se pela ênfase nos processos 
cognitivos, os quais são drasticamente afetados nesse transtorno. 
A TCC é considerada a primeira opção por esses autores, por apresentar foco no 
desenvolvimento de habilidades cognitivas, o que fará com o sujeito lide melhor com as 
sintomáticas da patologia. As técnicas terapêuticas desta abordagem pretendem identificar e 
avaliar cognições distorcidas, orientando-os na construção de esquemas cognitivos mais 
adaptativos. Algumas das técnicas empregadas e que apresentaram um resultado satisfatório 
segundo o autor Ferreira (2020) são técnicas de regulação emocional, que destacam a 
importância das emoções na terapia, sendo que as emoções negativas experimentadas pelos 
pacientes podem atingirníveis altamente prejudiciais, interferindo na forma de pensar, 
resolver problemas e agir de forma saudável. Logo, a regulação emocional utilizará de 
estratégias voltadas para lidar com a intensidade da emoção desagradável, a partir de 
habilidades adaptativas para a identificação e compreensão das suas emoções, estabelecendo o 
domínio de comportamentos impulsivos e o gerenciamento das emoções em cada contexto. 
As técnicas serão escolhidas com base no problema apresentado naquele momento, 
podendo variar entre técnicas de relaxamento, exercícios respiratórios, atenção plena, 
reestruturação cognitiva ou resolução de problemas. O indivíduo que lida com a intensidade 
de suas emoções, pode ir em busca de comportamentos problemáticos para a redução daquela 
emoção, utilizando-se de compulsão alimentar, abuso de substâncias e automutilação. 
Destarte, o intuito da regulação emocional é auxiliar o indivíduo a construir formas de 
enfrentamento mais assertivas e recompensadoras. 
Primeiramente é necessário perceber a emoção, identificar o fator desencadeador e 
quais as possibilidades disponíveis. Logo depois, estipular metas e estudar respostas para 
atingir essas metas. Em seguida, examinar as probabilidades dos resultados e por último, 
praticar a resposta escolhida. Portanto, quando o indivíduo opta por abraçar a emoção, 
aumentando o espaço para experiencia-la ao invés de suprimi-la, abrirá a oportunidade para 
identificar e classificar a emoção, nomeando e relacionando-a com as situações vivenciadas, 
normalizando os pensamentos intrusivos e associando-o com distorções cognitivas, o que fará 
com que ele busque uma alternativa assertiva para a resolução do problema, compreendendo a 
forma como as emoções podem ser manejadas. 
Outra técnica apresentada pelos autores Lima e Sene (2017) é a prática do 
Mindfulness, que traduzido para o português quer dizer “atenção plena”. O Mindfulness é a 
técnica de meditação mais conhecida e aplicada pela TCC, tem o propósito de modificar a 
16 
 
maneira como o indivíduo lida com os seus pensamentos, focando a sua atenção no momento 
exato da ansiedade, com o intuito de perceber quais as sensações presentes no corpo naquele 
momento. Essa técnica tem o objetivo de reduzir a ansiedade do paciente, a partir da aceitação 
de suas emoções, eliminando a culpa e o julgamento, reconhecendo que elas não precisam ser 
controladas ou silenciadas, mas experimentadas e vividas. 
Conclui-se então que a Terapia Cognitivo Comportamental compreende a ansiedade a 
partir de um modelo cognitivo, enfatizando que os pacientes portadores do Transtorno de 
Ansiedade Generalizada, apresentam padrões de pensamentos distorcidos da realidade, sendo 
esses os responsáveis pelos comportamentos disfuncionais mantenedores do TAG, estando 
fortemente associados ao processo de desregulação emocional, tornando-se necessário a 
utilização de técnicas cognitivas e comportamentais para o manejo dos sintomas de estresse e 
ansiedade. 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O objetivo deste artigo conduziu-se na análise do Transtorno de Ansiedade 
Generalizada pelo viés da Terapia Cognitivo Comportamental, abordando a evolução da 
ansiedade enquanto transtorno e a eficácia da TCC nesta patologia, citando recursos 
terapêuticos utilizados no tratamento. 
Após a análise dos artigos propostos, conclui-se que a ansiedade é uma emoção 
essencial para a vida, quando é um fator de proteção para o organismo, no entanto a forma 
como tem se apresentado na sociedade contemporânea, estando fortemente associada ao 
aparecimento de transtornos ansiosos, uma vez que a população atual lida diariamente com 
muitos agentes estressores, em consequência de um ritmo de vida acelerado, com muitas 
exigências sociais, marcado por uma cultura capitalista que reforça o trabalho excessivo em 
detrimento dos momentos de descanso, resultando em uma rotina de cobranças e angustias. 
Com isso, o ser humano passa a experimentar a ansiedade de forma intensa e frequente, 
deixando de se apresentar como mecanismo de defesa, passando para um estado patológico, 
corroborando assim para o desenvolvimento do Transtorno de Ansiedade Generalizada 
(TAG). 
No que tange ao TAG e seus desdobramentos, é importante ressaltar que se trata de 
um transtorno de ansiedade cuja principal característica é a preocupação persistente e 
excessiva, acompanhada de sintomas físicos como hiperatividade do sistema nervoso e tensão 
muscular. Sob a perspectiva da TCC, a preocupações provenientes do Transtorno de 
17 
 
Ansiedade Generalizada, são compreendidas a partir de um modelo cognitivo, em que os 
comportamentos disfuncionais destes transtornos, são oriundos de esquemas mal adaptativos 
de ameaça e vulnerabilidade. 
Com base nos estudos realizados, constata-se que a TCC demonstrou ser uma das 
teorias mais eficazes no tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada, visto que a 
partir de seus recursos terapêuticos, é possível reduzir os sintomas ansiosos, produzindo 
efeitos duradouros e manejo eficiente para lidar com a sintomática, promovendo assim uma 
melhora significativa na qualidade de vida do sujeito. Destaca-se a técnica Mindfulness, 
bastante utilizada para redução da ansiedade, que tem como objetivo conduzir o indivíduo a 
atenção plena do momento, redirecionando sua atenção com possíveis preocupações futuras, 
para maior apreciação do momento presente. 
Desse modo, é importante ressaltar que a partir deste estudo, se torna necessário uma 
mudança de postura por parte dos indivíduos mediante às exigências dos dias modernos, 
desenvolvendo um olhar crítico e atento aos prejuízos que o ritmo de vida frenético pode 
acarretar, considerando também a diferenciação entre os tipos de ansiedade experienciados, 
para assim realizar as mudanças necessárias para uma melhor qualidade de vida. Do mesmo 
modo, salienta a importância de buscar orientação profissional psicológica, evidenciando a 
importância do tratamento terapêutico para o agravo da ansiedade, juntamente com práticas 
preventivas de cuidado em saúde mental. 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
 
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