Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nutrição na fase idosa – necessidades e recomendações Necessidades de energia – estimadas a partir da TMB • Equação de Harris e Benedict (H&B) – 1919: considera peso, altura e idade; individualiza o cálculo e quanto <idade <TMB. É para enfermos; • Gasto Energético em Repouso/Taxa Metabólica Basal (OMS): considera peso; não individualiza o cálculo; para grupos etários >60 anos; • NEE/TEE/EER (DRI/IOM): específica segundo sexo, e consideram idade, peso, estatura e nível de atividade física. Equação mais completa, pois já inclui os valores correspondentes à atividade. Recomendações dietéticas: Recomendações dietéticas Homem: Sedentário: EER = 753,07 – (10,83 x idade) + (6,50 x altura) + (14,10 x peso) Pouco ativo: EER = 581,47– (10,83 x idade) + (8,30 x altura) + (14,94 x peso) Ativo: EER = 1004,82 – (10,83 x idade) + (6,52 x altura) + (15,91 x peso) Muito ativo: EER = -517,88 – (10,83 x idade) + (15,61 x altura) + (19,11 x peso) Mulher: Sedentária: EER = 584,90 – (7,01 x idade) + (5,72 x altura) + (11,71 x peso) Pouco ativa: EER = 575,77– (7,01 x idade) + (6,60 x altura) + (12,14 x peso) Ativa: EER = 710,25 – (7,01 x idade) + (6,54 x altura) + (12,34 x peso) Muito ativa: EER = 511,83 – (7,01 x idade) + (9,07 x altura) + (12,56 x peso) DRI (IOM, 2023). A equação EER pode ser usada para identificar ingestões de energia que provavelmente levariam ao ganho ou perda de peso. Adicionando ou subtraindo o EER de 1,96 x SEPV. • Mulheres: 241 • Homens: 342 Necessidade energética para idosos com baixo peso (IMC <22 kg/m²): 32 a 38 Kcal por kg/dia (BRASPEN, 2019). Quais são os objetivos da nutrição na fase idosa? Fornecer quantidades adequadas de calorias, proteínas, micronutrientes e líquidos, a fim de atender aos requisitos nutricionais e, assim, manter ou melhorar o estado nutricional durante o processo de envelhecimento. Recomendações dietéticas Proteínas: Diminuição da massa muscular no envelhecimento, apesar disso, muitos estudos ainda recomendam a mesma quantidade de proteína que os adultos. Condições que indicam aumento de proteína: processos inflamatórios, sarcopenia, cicatrização de feridas, infecções e aumento do catabolismo decorrente do envelhecimento. • RDA (IOM): 0,8g/kg/dia (>51 anos); Representa o mínimo da necessidade proteica na alimentação de idosos (PEDERSEN, 2014). • Campbell: 1,0g/kg/dia (para manter um equilíbrio de nitrogênio positivo; • Tieland (2012): 1,2g/kg/dia (maior ingestão para otimizar status proteico); • Deutz et al (2014): aumentar 1,0 – 1,2g/kg/dia do idoso saudável e 1,2 – 1,5g/kg/dia para idosos desnutridos ou em risco de desnutrição. Atenção, pois, a função renal está diminuída (CLEGGA; WILLIAMS, 2018). • BRASPEN (2019): idosos saudáveis 1,0 a 1,2 g/kg/dia; idosos cronicamente doentes ou desnutridos 1,2 – 1,5g/kg/dia, podendo chegar a 2,0g/kg/dia, na presença de doença grave cuja perda proteica é maior devido ao elevado catabolismo proteico. 10 a 35% do total energético (IOM) • Proteína de boa qualidade e digestibilidade; • Proporção adequada de proteína/energia; • 50% de proteína animal (1:1); • Aumento do perfil aminoácido. Como muitos idosos apresentam a Síndrome da Anorexia do Envelhecimento, situação patológica, a ingestão de calorias e nutrientes por via oral associada à suplementação hipercalórica e hiperproteíca ou a oferta por nutrição enteral ou parenteral, devem ser garantidas. Idosos que apresentam resistência anabólica à utilização de aminoácidos e o exercício físico de resistência faz com que haja uma resposta muscular ao estimulo de proteína após o exercício, podendo ser necessário suplementar, caso a ingestão na refeição não seja suficiente. A dose capaz de maximizar a estimulação da síntese de proteína muscular após o exercício ainda não está bem definida. Suplementação proteica whey x exercício: eficaz na prevenção da sarcopenia (massa muscular, força de preensão e velocidade da marcha) – estudo com idosas japonesas saudáveis. A melhor fonte proteica para melhorar ou manter a massa muscular no idoso é aquela com maior digestibilidade e absorção e com maior disponibilidade de aa pós-pandrial. Proteína do soro do leite (whey protein – isolada) preenche esses critérios e ainda, por ser rico em leucina, se torna um potente ativador da sinalização anabólica no músculo esquelético. Carboidrato: • IOM: 45 a 65% do total energético. • BRASPEN (2019): 55% das necessidades energéticas totais (10 a 15% de carboidrato simples). • RDA (IOM): 130g/dia (>51 anos) – quantidade mínima. • Açúcar livre: até 10% do VET (OMS, 2003) ideal é <5% (OMS, 2010; OMS, 2020). Observar: intolerância à glicose e lactose e dar preferência a alimentos de baixo índice glicêmico. Lipídeos: IOM: 25 a 35% do total energético. Água: 30 a 35ml/kg/dia. Ingestão de líquidos totais adequada: 2,0L/dia para mulheres e 2,5L/dia para homens. Somente bebidas: 1,6L/dia para mulheres e 2,0L/dia para homens (BRASPEN, 2019). A hidratação pode ser agravada: • Utilização de laxante ou diurético; • Ingestão de líquidos diminuída (diminuição da sede); • Acesso de água (dificuldade de locomoção ou dependência física); • Presença de febre; • Viver em locais de temperatura elevada; • Prática de atividade física. Fibras: Homens: 30g/dia Mulheres: 21g/dia - BRASPEN (2019) recomenda 25g/dia com o objetivo de manter um adequado funcionamento intestinal. • Insolúveis: vegetais folhosos, frutas com casca, sementes, grãos integrais, farelo de arroz e de trigo; • Solúveis: aveia, feijão, frutas e legumes. Micronutrientes: • Cálcio: 1200 mg/dia; • Ferro: 8 mg/dia; • Magnésio: homens 420 mg/dia; mulheres 320 mg/dia; • Zinco: homens 11 mg/dia; mulheres 8 mg/dia; • Vitamina D: 20 microgramas/dia; • Vitamina B12: 2,4 microgramas/dia; • Vitamina C: homens 90 mg/dia e mulheres 75 mg/dia. - Suplementar se necessário, nunca ultrapassar UL. Avaliação nutricional Classificação de IMC: Patologias Sarcopenia: Conduta nutricional: • Proteína: 1,0 a 1,5g/kg/dia – 20 a 35% do VET (suporte com Whein Protein 20 a 35g/dia); distribuídas em 3 refeições para otimizar síntese; suplementar leucina (síntese proteica) – dose 2,74g (2x/dia) – estudos: 3-4g/dia; • Suplementação de vitamina D; • Atividade física. • Avaliar evidência de sarcopenia: teste de levantar da cadeira; • Confirmar a sarcopenia: DXA (densitometria óssea) e BIA (bioimpedância elétrica); • Triar pacientes com sinais de sarcopenia: questionário SARC-F. Disfagia: • Adaptar a consistência e volume da dieta, conforme tolerância, grau de disfagia e orientações fonoaudiológicas; • Fracionar: 5-6 refeições/dia, com a oferta de alimentos macios, úmidos, pastosos, além de amassar alimentos sólidos; • Preferir alimentos para espessos: sopas, cremes e vitaminas de frutas que são fáceis de engolir; • Alimentos com texturas mistas precisam ser evitados; • Em bebidas (café, chás, sucos e água) a adição de espessante pode ser necessária. Inapetência: • Conscientizar acerca da importância da alimentação; • Fracionar refeições (atrativas), pequenas porções a cada 2h; • Aumentar a densidade calórico- proteica dos alimentos: adicionar azeite, óleo vegetal, creme de leite ou gema de ovo em sopas, purês e mingaus; adicionar cereais (aveia, amido de milho, fubá, etc) em mingaus; nas sopas variar vegetais e adicionar macarrão, carne, frango e ovo; preparar sucos compostos de duas frutas ou de uma fruta com um vegetal; nos pães adicionar queijo, requeijão, geleia de fruta ou mel; opções de sobremesa: frutas em calda ou sorvetes. Digeusia: • É a distorção ou diminuição do senso do paladar; • Para diminuir a sensação de sabor doce nas preparações salgadas, adicionar gotas de limão e pitada de sal; • Se estivercom a sensação de gosto metálico na boca, evitar consumir carne vermelha; • Consumir alimentos com temperos naturais (hortelã, manjericão, limão, salsa, cebolinha, coentro, cebola, alho orégano); • Alimentos ricos em zinco e cobre ajudam na recuperação do paladar, como milho, feijão, cereais de trigo, aveia, ovos, carne assada, ervilhas, pães integrais, vegetais folhosos escuros. Xerostomia: • Aumentar a ingestão de líquidos e mastigar lentamente os alimentos, evitando alimentos secos, duros e crocantes; • Dieta: úmida, incluindo frutas descascadas e vegetais cozidos, carnes cozidas e molhos de carnes, consumir frutas cítricas e com alto teor de líquidos. Diarreia: • Evitar alimentos ricos em lactose e sacarose; • Evitar alimentos e preparações gordurosas e condimentadas; • Aumentar a ingestão de líquidos; • Orientar uma dieta reduzida em fibra insolúvel e mais adequada em solúvel e rica em probióticos; Constipação: • Fibras solúveis e insolúveis; • Aumento de ingestão hídrica; • Probióticos (Lactobacillus e Bifidobacterium) e prebióticos. Flatulências: • Mastigar lentamente os alimentos e evitar falar durante as refeições; • Evitar os alimentos que fermentam: condimentos picantes, batata-doce, agrião, beringela, couve-flor, couve- manteiga, repolho, mostarda, soja, caroço de feijão, ervilha seca, aveia, ovos, vísceras (rim, coração, fígado, miolo) – FODMAPS; • Evitar refrigerantes e bebidas gasosas. Bebida alcoólica: não é recomendado o início do consumo de álcool por qualquer motivo, se beber, com moderação, ingerindo 2 doses ou menos por dia para homens e 1 dose ou menos em um dia para as mulheres. A bebida aumenta o risco de quedas, acidentes de carro e outras lesões, além de afetar outras comorbidades (progressão). Atividade física: pelo menos 150 a 300 minutos (2,5 a 5h) de atividade aeróbica de intensidade moderada por semana, 30 min a 1h/dia (5 dias/semana); atividade de fortalecimento muscular pelo menos 2 dias/semana e incluir multicomponentes para o treinamento de equilíbrio. Orientações gerais: • Cuidados na compra dos alimentos; • Cuidados no armazenamento dos alimentos; • Cuidados com a higiene pessoal e durante o manuseio de alimentos; • Simplificar a colocação da mesa para as refeições; • Promover o contraste de cor entre a toalha de mesa e os utensílios; • Selecionar os utensílios mais adequados; • Falar devagar e repetir; • Evitar mudanças bruscas nos hábitos; • Fazer as refeições em local agradável; • Incentivar a higienização das mãos antes das refeições; • Desestimular o uso de sal e açúcar à mesa; • Orientar a pessoa idosa a comer devagar, mastigando bem os alimentos; • Estimular a busca e o consumo da água entre as refeições; • Plano alimentar: em impressos e figuras evitar cores brilhantes.
Compartilhar