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QUEIMADURAS 
Urgência e Emergência em Enfermagem
Definição
01
Queimadura é toda lesão provocada pelo
contato direto com alguma fonte de calor ou frio,
produtos químicos, corrente elétrica, radiação, ou
mesmo alguns animais e plantas (como larvas, água-
viva, urtiga), entre outros.
Classificação
02
AGENTE CAUSADOR
PROFUNDIDADE DAS LESÕES
% DE SUPERFÍCIE CORPORAL QUEIMADA 
Formas de Classificação: 
Agente causador
03
• QUEIMADURAS QUÍMICAS: Produtos corrosivos que podem
ser bases fortes ou de origem ácida. Ex: Álcool, gasolina,
bases e ácidos.
• QUEIMADURAS TÉRMICAS: São as mais frequentes e que
resultam da transferência de energia de uma fonte de calor
para o organismo. Ex: Água quente, vapor de água, fogo,
objetos aquecidos, geada, neve entre outros.
• QUEIMADURAS ELÉTRICAS: Podem ser causadas por
disparos elétricos ou pela passagem direta de corrente
elétrica através do corpo. O primeiro produz queimaduras
idênticas as térmicas. O segundo apresenta uma porta de
entrada (local de contato com a corrente elétrica) e uma
porta de saída (local de saída de corrente após uma
trajetória pelo corpo). Ambas provocam danos profundos. A
sua gravidade depende do tipo de corrente, da quantidade
de corrente, da duração do contacto e do seu trajeto.
• QUEIMADURAS POR RADIAÇÃO: São causadas pela
transferência de radiação para o corpo. Ex: radiação solar,
aparelhos de raio X ou ultravioleta, nucleares, entre outros.
• QUEIMADURAS POR INALAÇÃO: São causadas por calor, em
que existe inalação de monóxido de carbono ou fumo (que
contém outros diferentes tipos de gases).
Profundidade 
das lesões
04
• QUEIMADURAS DE PRIMEIRO GRAU: são limitadas à
epiderme, manifestando-se por eritema e dor moderada,
não ocorrendo bolhas nem comprometimento de anexos
cutâneos. Evoluem com melhora espontânea dos sintomas
em dois ou três dias, podendo apresentar descamação após
esse período. Há regeneração integral da epiderme após
uma semana.
• QUEIMADURA DE SEGUNDO GRAU (SUPERFICIAIS):
Comprometem toda a epiderme, até porções superficiais da
derme, são muito dolorosas, com superfície rosada, úmida e
com bolhas. Há hiperemia intensa, edema, dor e
hipersensibilidade que indica estimulo e preservação das
terminações nervosas presentes na derme.
Como grande parte dos capilares presentes na derme
não são lesados, há intensa exsudação da ferida, levando à
formação de bolhas que se rompem facilmente, o que dá a
ferida um aspecto úmido, vermelho e brilhante. Há
regeneração espontânea, a epiderme se recupera em até duas
semanas mesmo com inflamação.
• QUEIMADURA DE SEGUNDO GRAU (PROFUNDAS):
Comprometem a epiderme, a derme papilar e a
profundidade variável da derme reticular (profunda). A lesão
pode apresentar bolhas, mas a hiperemia e a exsudação são
menores porque parte do plexo vascular da derme foi
destruído ou trombosado pelo calor.
A sensibilidade superficial é diminuída e provoca
menos dor do que a queimadura de segundo grau superficial.
A regeneração espontânea está significativamente diminuída
e se ocorrer será acompanhada de cicatrizes. A possibilidade
de infecção é maior e algumas podem evoluir para lesões de
espessura total (terceiro grau).
• QUEIMADURA DE TERCEIRO GRAU: toda a espessura é
destruída, a epiderme, derme capilar e derme reticular.
Como a rede vascular da derme é destruída, não há
circulação, portanto, não há exsudação. A característica é de
uma lesão seca, com aspecto de couro. Dependendo da
intensidade do calor, a cor da escara pode variar do branco
ao marrom ou até mesmo ao preto, devido a carbonização
do tecido.
Há pouca ou nenhuma dor ou sensibilidade na
superfície da lesão. As lesões de espessura total não
apresentam possibilidade de regeneração e alta possibilidade
de infecção se a escara não for removida em curto período de
tempo.
% da superfície 
corporal queimada
05
• Pequeno queimado: queimaduras de 1° grau (qualquer
porcentagem ), 2° grau até 15% SCQ em crianças e 10% SCQ
em adultos.
• Médio queimado: 2° grau 5-15% SCQ em crianças e 10-20
SCQ em adultos, qualquer queimadura de 2° grau em mão,
pé, face, pescoço, axila ou grande articulação. Queimadura
de 3° grau <5% SCQ em crianças e 10% SCQ em adultos, que
não envolvam mão, pé, face ou períneo.
• Grande queimado: 2° grau >15% SCQ em crianças e >20%
SCQ em adultos. Queimadura de 3° grau >5% SCQ em
crianças e 10% SCQ em adultos. 2° e 3° grau acometendo
períneo, 3° grau atingindo mão, pé, face, pescoço ou axila.
Queimadura elétrica, qualquer acometimento de via aérea,
politrauma, paciente com outras comorbidades.
Manejo inicial
06
O atendimento inicial baseia-se no suporte básico de
vida, que requer proteção e manutenção da permeabilidade
de vias aéreas, assistência ventilatória e cardiovascular, além
do atendimento às lesões associadas como por exemplo
queimaduras ou traumas.
Deve-se fazer o resfriamento da área queimada,
podendo ser esta uma medida útil se realizada até quinze
minutos após o acidente.
• Soro 0,9%;
• Água em temperatura ambiente;
Queimadura situação vermelha: ABCDE
A- Manter permeabilidade das vias áreas;
B- Realizar ausculta de tórax verificando a qualidade e a
profundidade da respiração;
C- Avaliar coloração de pele, a sensibilidade, a pulsação e o
tempo de enchimento capilar, tanto em membros inferiores
como superiores. Pegar acesso periférico calibroso (2);
D- Fazer avaliação usando a escala de Glasgow;
E- Remover roupas, relógios e outras joias dos membros
atingidos para prevenir a isquemia;
Avaliação secundária:
Anamnese:
Qual foi o agente?
Em que horário ocorreu a lesão?
Ocorreu inalação de fumaça?
Houve perda de consciência?
Em criança: tinha responsável junto?
História de alergias?
Imunidade para tétano?
Reposição
hipovolêmica
07
Os grandes queimados, com lesão inalatória ou
trauma associado devem ser submetidos à reposição
hipovolêmica. Colocar dois cateteres venosos.
O líquido da infusão de escolha é o ringer lactato, na
quantidade de 2-4 ml/ kg/ % SCTA (superfície corporal total
atingida). Monitorar reposição através do débito urinário.
A metade do volume calculado deve ser infundida nas
primeiras 8 horas pós-acidente e a outra metade nas 16 horas
seguintes.
O melhor monitoramento da reposição volêmica
adequada é o débito urinário, portanto, é necessário a
colocação de sonda vesical. A diurese esperada é de no
mínimo 30ml/h (0,5ml/kg/h) no adulto e na criança 1 ml/kg/h.
Diuréticos não são indicados.
Analgesia e 
sedação
08
A analgesia facilita os procedimentos e evita efeitos
nocivos do estresse. Avaliar o nível de dor utilizando a escala
de dor (0-10), seguida da visão analógica, descritiva verbal, de
faces e de cores.
Para analgesia de pequenos e médios queimados, é
recomendado anti-inflamatórios não hormonais , e para
pacientes médios e grandes queimados, pela intensidade da
dor, deve ser considerada a aplicação de opioides (fentanil – 2
a 5 mg/kg/dose).
Lesões de 1° grau necessitam apenas ser higienizadas
e protegidas contra a contaminação e o ressecamento do
meio ambiente. O que se recomenda é proporcionar um
ambiente limpo e úmido, de forma a acelerar a epitelização.
Lesões de 2° grau devem ser mantidas limpas e
protegidas enquanto a reepitelização ocorre. Após a
higienização da ferida, pode-se utilizar uma gaze não aderente
impregnada com parafina, petrolato ou óleo mineral,
caracterizando um curativo primário em contato o leito da
ferida, quando as flictenas estão integras e esvaziadas.
Caso tenha ocorrido a ruptura delas, a derme
permanecerá exposta e perderá o isolamento proporcionado
pela epiderme. Nesse caso, deve ser usado um produto que
contenha um agente bacteriostático ou bactericida até o
curativo permanente após 48 horas.
Os agentes disponíveis mais utilizados são a
Sulfadiazina de prata creme ou pomada de hialuronidase.
Após as primeiras 48 horas, nas queimaduras de 2° grau
superficial e profunda, ocorre o retorno da permeabilidade
capilar ao normal e a lesão deixa de ser exsudativa.
Lesõesde 3° grau, além de levarem muito tempo para
cicatrizar, podem aumentar a susceptibilidade à infecção e ao
desenvolvimento de cicatrização patológica hipertrófica ou
queloide. Portanto, tem indicação para excisão do tecido
queimado cirurgicamente e sua cobertura com enxerto de
pele autólogo ou uso de matrizes de regeneração dérmica
após as 48 horas.
De qualquer modo, enquanto a cirurgia não ocorre,
deve-se cobrir a área atingida, com o objetivo de prevenir a
infecção ou reduzir a densidade bacteriana in situ, ou seja, no
local. O elemento bacteriostático mais utilizado é a prata e
está disponível em vários produtos.
A disposição em creme, apesar de economicamente
vantajosa, tem como desvantagem a necessidade de troca
diária, associada com irritação celular e toxidade.
Para os grandes queimados, as unidades
especializadas dispõem normalmente de camas e duchas
especiais, denominadas balneoterapia, que permitem a
colocação do paciente em qual quer posição facilitando que
seja lavado com soluções aquecidas assim como para a
realização dos curativos e desbridamentos.
Pele de tilápia 
09
A pele da tilápia está sendo usada para tratar pacientes
vítimas de queimaduras graves, segundo estudos médicos, a
técnica é considerada simples, barata e menos dolorosa.
Ela é rica em colágeno tipo 1, resistente e elástica, o que
contribui para a cicatrização.
A pele da tilápia adere ao leito da ferida bloqueando do
meio externo e, com isso, evitando contaminação e perda
de líquido. Uma das grandes vantagens é a redução da dor
sentida com a constante troca dos curativos, já que a partir
do momento em que ela é colocada permanece ali por
volta de dez dias. Então, quando ela sai ou vai sendo
removida, a ferida já está cicatrizada.
A pesquisa deu inicio em 2014, a partir de uma ideia do
cirurgião plástico brasileiro Marcelo Borges, que teve a ideia a
partir de uma notícia que dizia que a pele da tilápia estava
sendo usada para acessórios femininos. Então teve a ideia de
combinar a delicadeza e a resistência desse elemento em um
tipo de curativo que pudesse ser utilizado nas queimaduras.
A pesquisa sobre o uso da pele da tilápia para
queimados foi realizada em inúmeras fases. Somente na fase
pré-clínica (antes de ser aplicada em humanos), foram 12
etapas, desde a captação das espécies à detecção da proteína
colágeno tipo 1 em grandes quantidades, até estudos que
garantiam que não haveria contaminação de vírus.
Em 13 de julho de 2017, os pesquisadores da
Universidade Federal do Ceará em parceria com o Instituto de
Apoio ao Queimado, inauguraram o primeiro banco de pele
animal no Brasil. O banco começou com mil unidades de pele
retiradas e tratadas conforme protocolos de esterilização e
tratamento semelhantes aos utilizados nos bancos de pele
humana.
Sinais de infecção
10
• Edema de bordas das feridas ou do segmento corpóreo
afetado.
• Aprofundamento das lesões.
• Mudança do odor (cheiro fétido).
• Descolamento precoce da escara seca e transformação em
escara úmida.
• Coloração hemorrágica sob a escara.
• Celulite ao redor da lesão
• Vasculite no interior da lesão (pontos avermelhados).
• Aumento ou modificação da queixa dolorosa.
Queimaduras de 
vias aéreas
11
A lesão por inalação pode resultar da inspiração de
gases ou vapores superaquecidos, tóxicos e substâncias
particuladas, resultantes da combustão incompleta. Os gases
tóxicos são classificados em irritantes, asfixiantes simples e
asfixiantes químicos.
A gravidade é dependente da composição dos
agentes inalados, da duração da exposição, da temperatura
dos gases inalados e da presença de comorbidades. A
presença de Tesão inalatória aumenta em 20% a mortalidade
associada à extensão da queimadura.
O controle das vias aéreas é prioridade no
atendimento às vítimas de lesão por inalação e intoxicação por
gases. Assegurar a permeabilidade das vias aéreas, com
oxigenação e ventilação adequadas, no atendimento na
Unidade de Saúde, é etapa decisiva para o aumento da chance
de um prognóstico favorável às vítimas desse tipo de injúria.
Caso haja suspeita de lesão inalatória ou queimadura
das vias aéreas, a intubação precoce através de sequência
rápida de intubação está indicada.
Não se deve aguardar a confirmação clínica desse
quadro, pois quando isso acontece em casos de lesões da
árvore tráqueo-brônquica, a intubação se torna de difícil
execução ou por vezes impossível, obrigando a abordagem
externa (traqueostomia) da árvore respiratória.
Logo que se tenha a suspeita de lesão inalatória, deve-
se iniciar com ventilação por máscara, com oxigênio a 100% e
em seguida à intubação de sequência rápida.
Tratamento 
12
1. Tratamento imediato de emergência:
• Interrompa o processo de queimadura.
• Remova roupas, joias, anéis, piercings e próteses.
• Cubra as lesões com tecido limpo.
2. Tratamento na sala de emergência:
A) Vias aéreas (avaliação):
Avalie a presença de corpos estranhos, verifique e
retire qualquer tipo de obstrução.
B) Respiração:
Aspire as vias aéreas superiores, se necessário.
• Administre oxigênio a 100% (máscara umidificada) e, na
suspeita de intoxicação por monóxido de car- bono, mantenha
a oxigenação por três horas.•
Suspeita de lesão inalatória: queimadura em ambiente
fechado com acometimento da face, presença de rouquidão,
estridor, escarro carbonáceo, dispneia, queimadura das
vibrissas, insuficiência respiratória.
• Mantenha a cabeceira elevada (30°).
• Indique intubação orotraqueal quando:
➢A escala de coma Glasgow for menor do que 8;
➢A PaO2 for menor do que 60;
➢A PaCO2 for maior do que 55 na gasometria;
➢A dessaturação for menor do que 90 na oximetria;
➢Houver edema importante de face e orofaringe;
C) Avalie se há queimaduras circulares no tórax, nos membros
superiores e inferiores e verifique a perfusão distal e o aspecto
circulatório (oximetria de pulso).
D) Avalie traumas associados, doenças prévias ou outras
incapacidades e adote providências imediatas.
E) Exponha a área queimada.
F) Acesso venoso:
• Obtenha preferencialmente acesso venoso periférico e
calibroso, mesmo em área queimada, e somente na
impossibilidade desta utilize acesso venoso central.
G) Instale sonda vesical de demora para o controle da diurese
nas queimaduras em área corporal superior a 20% em adultos
e 10% em crianças.
Cuidados de enfermagem 
extra-hospitalar 
13
• Afastar a vítima do agente da queimadura;
• Encharcá-la com água e extrair as roupas queimadas não
aderentes;
• Se se tratar de uma queimadura química, retirar
cuidadosamente as roupas e despejar grandes quantidades
de água sobre a ferida;
• Estabelecer a permeabilidade das vias aéreas e avaliar as
lesões provocadas por inalação.
• Administrar oxigênio se possível;
• Retirar joias ou roupas apertadas
• Verificar lesões de córnea;
• Resfriar agentes aderentes (ex. piche) com água corrente,
mas não tentar a remoção imediata;
• Em casos de queimaduras por agentes químicos, irrigar
abundantemente com água corrente de baixo fluxo (após
retirar o excesso do agente químico em pó, se for o caso),
por pelo menos 20 a 30 minutos. Após a limpeza das leses,
os curativos deverão ser confeccionados;
• Cobrir a vítima com uma cobertura seca e quente, para
evitar a perda de calor;
• Verificar queimaduras de vias aéreas superiores,
principalmente em pacientes com queimaduras de face.
• Transportar a vítima para o centro hospitalar mais próximo.
• Se tratar-se de uma queimadura elétrica interromper o
contato com um objeto seco não condutor da vítima (ex.:
uma corda);Estabelecer a permeabilidade das vias aéreas e
avaliar as lesões provocadas por inalação. Administrar
oxigênio se possível;
Cuidados de enfermagem 
intra-hospitalar 
14
• Controle dos sinais vitais;
• Elevação das extremidades queimadas a fim de reduzir o
edema;
• Inserção de cateteres venosos de grosso calibre;
• Sondagem vesical;
• Monitoração do balanço hídrico com anotação do débito
urinário a cada hora;
• Avaliação da densidade urinária específica,pH e níveis de
glicose, acetona, proteína e hemoglobina;
• Pressão venosa central;
• Avaliação da temperatura corporal, peso corporal, peso
pré-queimadura e a história de alergias, imunização contra o
tétano, problemas clínicos e cirúrgicos pregressos, doenças
atuais e uso de medicamentos;
• Realização do exame físico completo;
• Sondagem nasogástrica;
• Higiene dos pacientes queimados;
• Elaboração do histórico completo do paciente, descrevendo
o mecanismo da queimadura, como ocorreu, horário, etc;
• Avaliação da compreensão do paciente/família com relação
à lesão e o tratamento.
Quando internar paciente 
com queimaduras? 
15
• Queimaduras de 3° grau > 2% SCQ em crianças e >5% em
adultos.
• Queimaduras de 2° grau >10% SCQ em crianças e > 15% SCQ
em adultos.
• Queimaduras de face, extremidades, pescoço, períneo e
genitália.
• Queimadura circunferencial de extremidades ou do tórax-
possível necessidade de fasciotomia ou escarotomia.
• Queimaduras elétricas.
• Inalação de fumaça ou lesões de VAs.
• Queimados com politrauma ou patologias prévias.
Quando encaminhar para 
o centro de tratamento 
especializado? 
16
• Queimaduras de 2° grau > 10% SCQ;
• Queimaduras envolvendo face, extremidades, genitália,
períneo, pescoço, axilas ou grande articulação;
• Queimaduras de 3° grau;
• Queimaduras elétricas;
• Lesão por inalação;
• Queimaduras químicas;
• Queimados com politrauma ou patologias prévias;
Hospitais de referência 
17
Hospital Universitário de Cascavel 
Hospital Universitário de Londrina 
Hospital Evangélico de Curitiba
Como prevenir 
queimaduras?
18
• No fogão, colocar as panelas com os cabos virados para trás
ou para o lado jamais para fora. Isso evita que crianças
puxem os cabos ou até mesmo que adultos se enrosquem
sem querer.
• Mantenha as crianças longe de fontes de calor – fogão,
churrasqueira, ferro de passar – e de produtos como álcool,
itens de limpeza e gás de cozinha. (É importante explicar a
elas os perigos). Também tenha cuidado sempre que for
mexer com esse tipo de material.
• Manter o registro do gás fechado quando não estiver
utilizando o fogão.
• Dê preferência para o álcool gel.
• Nunca deixar fósforos e isqueiros ao alcance de crianças.
• Evitar utilizar qualquer tipo de chama dentro de casa, seja
para aquecimento ou para iluminação (se não puder evitar,
deixar a chama longe de tecidos).
• Ao acender uma vela, observe se está longe de produtos
inflamáveis, como botijões de gás, solventes ou tecidos;
• Manter o ferro de passar roupas e chapinha de cabelo longe
das crianças e sempre retirar da tomada após o uso.
• Evitar exposição prolongada ao sol e sempre use filtro solar.
• Não use álcool líquido, querosene ou gasolina para acender
churrasqueira.
• Evite ligar várias tomadas em um único plug.
• Dentro de casa, evite fumar, principalmente deitado.-
Fogos de artifício devem ser manipulados por profissionais
e nunca por crianças.
• Durante o banho do bebê, coloque primeiro a água fria e
verifique a temperatura da banheira imergindo a mão
inteira na água, espalhando os dedos e movendo a mão por
toda a extensão da banheira, para ter certeza de que não há
nenhum ponto muito quente.
• Nunca soltar pipa perto de torres de energia, postes ou
cabos de alta tensão. E jamais tente recuperar uma pipa
que ficou presa em um poste ou fio.
• Em 13 de julho de 2017, os pesquisadores da Universidade
Federal do Ceará em parceria com o Instituto de Apoio ao
Queimado, inauguraram o primeiro banco de pele animal
no Brasil. O banco começou com mil unidades de pele
retiradas e tratadas conforme protocolos de esterilização e
tratamento semelhantes aos utilizados nos bancos de pele
humana.
Turia Pitt 
19
Em 2011 a jovem e ex-modelo de 24 anos havia
recentemente se mudado para Kununurra, na Austrália, e
iniciava sua carreira como Engenheira Geológica e de Minas
numa empresa local.
Pitt sempre gostou de esportes e recebeu dos
organizadores um convite para participar da Ultramaratona de
100km em Kimberly, em setembro daquele ano.
Durante a prova, Turia Pitt e os outros participantes
foram atingidos por repentino incêndio florestal que atingiu
toda a região.
“Em determinado momento, comecei a chorar. Depois
parei e cobri a cabeça com o meu casaco, porque não havia
para onde ir. Ficava cada vez mais quente, não suportava o
calor e, por isso, levantei-me e tentei correr. Foi aí que fiquei
queimada. Quando o fogo passou, tudo era apenas negro e
quente”, disse em entrevista a um programa de televisão.
A maratona ocorreu numa região bastante afastada na cidade
de Kimberly. A organização do evento apresentou dificuldades
em resgatar as vítimas, e o socorro levou 4 horas para chegar.
Segundo os organizadores, uma das dificuldades foi a
distância entre o local da prova e as áreas com infraestrutura
suficiente para o atendimento.
Após os primeiros atendimentos, Pitt apresentava 65%
do corpo queimado e precisou amputar 5 dedos das mãos.
Durante o tratamento, a jovem precisou passar por
mais de 200 cirurgias, a maioria delas plástica envolvendo
enxertos de pele.
Queimaduras graves e profundas, como as de terceiro
grau, demandam cirurgias de Enxertia de Pele. Nesse
procedimento, um fragmento de pele de outra região do
corpo é inserido no local afetado pela queimadura. Assim,
consegue-se evitar maiores deformidades, como retrações de
pele e contraturas, por exemplo.
Turia Pitt, que foi miss Austrália em 2007, precisou
ficar internada por mais de 5 meses durante o tratamento. Por
2 anos fez uso de uma máscara e malhas de compressão. O
uso de malhas em casos de queimaduras mais graves é bem
indicado para orientação da cicatrização e também prevenção
de contraturas, que podem restringir alguns movimentos.
Os cuidados com Pitt foram tão intensos, que seu
namorado Michael Hoskin precisou deixar o trabalho e
dedicar-se integralmente à recuperação da jovem, mantendo-
se sempre a seu lado.
“Uma vez, dois fisioterapeutas tentavam ajudar-me a
subir um pequeno degrau. Michael começou a aplaudir, a
bater palmas, como se eu tivesse terminado uma prova de
triatlo. Mas eu estava envergonhada e acabei por me chatear
com ele. Não conseguia falar, portanto fazia cara feia, à espera
pura e simplesmente que ele desistisse de mim. Nunca o fez.
Estava ao meu lado entre as 7 da manhã e as 7 da noite. Se ele
acreditava em mim, eu também tinha de acreditar.”
Conforme seu desenvolvimento e força de vontade,
Turia tornou-se palestrante motivacional. Em suas redes
sociais ela diz:
“Lembre-se de que ninguém é superfeliz o tempo
todo. Assim como temos dias ótimos, temos dias horrorosos
(no post, ela demonstra os adjetivos usando emojis com rostos
e outros símbolos). A vida é feita de todos os emojis do
teclado, não apenas os bons. Então, aceite os dias ruins e diga
a você mesmo “Ok, hoje não foi o melhor. Está tudo bem.
Amanhã é um novo dia e eu provavelmente vou me sentir
melhor”.
Seu progresso foi grande e inspirador e, em maio de
2016, Turia decidiu participar da prova de triatlo Iron man, no
Havaí (a prova mais desafiadora do triatlo).
A prova consiste no trajeto de 226 km, sendo 3.8 km
de natação, 180 km de bicicleta e 42 km de corrida, que ela
cumpriu orgulhosamente:
“Estou realmente muito orgulhosa. Kona é brutal e com
certeza não foi uma prova perfeita, nem tudo saiu como
planejado. Mas me dediquei ao máximo e dei tudo de mim,
não tem como pedir mais que isso”.
Por conta das queimaduras, pela destruição de grande
parte das glândulas e anexos cutâneos, o corpo de Pitt não
consegue regular adequadamente sua temperatura corpórea
e, para isso, ela precisou fazer alguns ajustes para participar da
prova, como usar uma roupa especial que mantivesse a pele
hidratada e que evitasse o seu aquecimento excessivo, por
exemplo.
Suas conquistas não pararam: em dezembro de 2017 Turia e
seu noivo Michael apresentaram o filho recém nascido em
suas redes sociais – “Bem-vindo ao mundo, Hakavai Hoskin“
Sua história de coragem e determinação é inspiraçãopara muitos. Desde sua recuperação Turia Pitt dedica-se à
aconselhar pessoas que passam por grandes desafios. Suas
entrevistas proporcionam esperança.
• Ana Paula Martins
• Bruna Caroline Venâncio
• Erica Milene Dranka
• Jéssica Nunes
• Kamylle Silva
• Maria Lobacz
• Marcus Vinicius Pinto
• Patricia Vidal Ramos
• Sarah de Andrade Hilgenberg
OBRIGADO (A) PELA ATENÇÃO!

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