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Obstetrícia – Amanda Longo Louzada 1 HEMORRAGIA PUERPERAL INTRODUÇÃO: É a principal causa de morte materna no mundo Afeta 5 – 10% de todas as mulheres no pós- parto Segunda causa de morte materna no Brasil A maioria é evitável com medidas de prevenção e tratamento 75% dos quadros de hemorragias ocorrem nos primeiros 40 minutos PREVENÇÃO: Identificar e corrigir fatores de risco Manejo ativo do 3º estágio do parto (dequitação placentária) e uso de uterotônicos em todos os partos FATORES DE RISCO: Primeira gestação Obesidade materna Sobredistensão uterina: útero com tamanho aumentado Trabalho de parto prolongado, induzidos, obstruído ou precipitado Corioamnionite Pré-eclâmpsia, principalmente quando evolui com síndrome HELLP Quadro de anemia Hemorragia anteparto Acretismo placentário Placenta prévia Multiparidade Parto operatório Uso de uterotônicos na assistência ao trabalho de parto Coagulopatias Descolamento prematuro de placenta MEDIDAS PREVENTIVAS: Manejo ativo do 3º período: 10 UI ocitocina IM Cesára: regra dos 3 Desvantagem: manutenção com 3U\h por 4 horas Tração controlada do cordão Vigilância e massagem uterina nas primeiras 2 horas pós-parto DEFINIÇÃO: Perda sanguínea cumulativa pós-parto: Maior ou igual a 500 ml via vaginal Maior ou igual a 1000 ml via cesariana Qualquer perda de sangue capaz de causar instabilidade hemodinâmica Perda de sangue cumulativa maior ou igual a 1000 ml em 24 horas após qualquer parto Mulheres jovens com perda de 500 – 1000 ml, podem não alterar sinais vitais, devido a compensação feita pelo organismo ESTIMATIVA DE PERDA DE SANGUE: ESTIMATIVA VISUAL: Recomendação da OMS Subestima em 40% dos casos Tipos: Metade da Compressa Suja: 25 ml de sangue 75% da Compressa Suja: 50 ml de sangue 100% da compressa suja: 75 ml de sangue Compressa pingando: 100 ml Sangue na maca sem pingar no chão: perdeu 1000 ml Sangue na maca pingando no chão: perdeu 2000 ml Uma cuba Ri: 500 ml PESAGEM DE GAZES E COMPRESSAS: Pesa as compressas secas antes do parto, e depois do parto pesa de novo Vai considerar 1g de sangue como 1 ml de sangue DISPOSITIVOS COLETORES: Coloca embaixo das nádegas da paciente, e após o parto quantifica quanto de sangue acumulou Só pode introduzir após a saída de todo o líquido amniótico PARÂMETROS CLÍNICOS: Índice de Choque: calculado pela divisão da FC pela PA sistólica Indice maior ou igual a 0,9 já tem possibilidade de transfusão maciça TRATAMENTO: Hora de ouro Evitar a tríade letal do choque hipovolêmico (hipotermia, acidose e coagulopatia) SEQUÊNCIA: Obstetrícia – Amanda Longo Louzada 2 HEMORRAGIA PUERPERAL 1 - Pedir ajuda 2 - Medidas Gerais: Realizar massagem uterina Prevenir hipotermia (manda térmica\cobertor) Fornecer oxigênio por máscara (8 – 10L\min) Pegar 2 acessos calibrosos (gel 14 ou 16) Coleta de exames: hemograma, coagulograma, ionograma, prova cruzada, fibrinogênio, gasometria e lactato. Soro fisiológico ou ringue lactato aquecidos (até 1500 ml) + ocitocina Sonda vesical de demora, para avaliar a função renal Avaliação de sinais clínicos e sinais vitais Determinar as causas da hemorragia: 4 T’s: tônus (atonia uterina – mais comum), trajeto (trauma no trajeto do parto), tecido (restos placentários, restos de membrana e acretismo placentário) e trombina (coagulopatias) O controle precoce do sítio do sangramento é a medida mais eficaz no tratamento da hemorragia ATONIA UTERINA: MANOBRA DE HAMILTON: 1ª medida Massagem uterina Esvazia a bexiga da paciente, ela tem que estar de preferência analgesiada Entra com uma mão via vaginal e a outra faz uma compressão da parede anteroposterior do útero, com o intuito de diminuir o sangramento TRATAMENTO NÃO CIRÚRGICO: Traje Antichoque Não pneumático: ele joga o sangue dos MMII para os MMSS Balão de Tamponamento Intrauterino: Faz uma compressão nos vasos da decídua Possui capacidade de 500 ml Depois que conteve o sangramento, retira o balão tirando 50 ml a cada 30 minutos Por até 12 horas TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: Inicia com ocitocina + ácido tranexâmico Depois com derivados do Ergost Depois misoprostol Ocitocina: 5 UI em bolus em 30 minutos Dilui 20 – 40 UI de ocitocina em 500 ml de soro fisiológico 0,9%, 250 ml por hora em 2 horas Dilui 20 – 40 UI de ocitocina em 500 ml de soro fisiológico 0,9%, 125 ml\h por 4 horas Se não melhorar pode ser usado por até 24h, com 67,5ml\h Acido Tranexâmico: 1g\1000ml em 10 minutos Repetir após 30 minutos ou em até 24h se necessários Ergometrina: para os casos que a ocitocina não funcionou Via IM 0,2 mg repetir em 20 minutos Casos graves: mais 3 doses de 4\4h Dose máxima diária é 1mg Contraindicado em mulheres com hipertensão arterial, pois tem risco de fazer vasoespasmo e piorar o quadro hipertensivo Misoprostol: para os casos que a ocitocina e a ergometrina não funcionaram Via retal 800 – 1000 mcg, em geral são 4 comprimidos de 200 mcg via retal O efeito demora de 15 – 20 minutos Existe o sublingual mais ainda não é disponível no Brasil, é de 600 mcg, e faz efeito em 7 – 11 minutos TRATAMENTO CIRÚRGICO: 1- Ligaduras Vasculares 2- Suturas compressivas: B-Lynch Hayman Obstetrícia – Amanda Longo Louzada 3 HEMORRAGIA PUERPERAL Cho 3 – Histerectomia: total ou parcial 4- Controle de Danos: vai colocando compressas na pelve, fazendo uma compressão de fora para dentro SEQUÊNCIA RESUMO: 1 – Manobra de Hamilton 2 – Ocitocina 3 – Ergometrina 4 – Misoprostol 5 – Traje pneumônico ou Balão de tamponamento intrauterino 6 – Laparotomia TRAUMA NO TRAJETO: Lacerações: sutura das lacerações Tem que revisar o colo uterino e a vagina Hematomas: Avaliar exploração cirúrgica Fazer toque vaginal Revisão cuidados do pós-parto operatório Rotura Uterina: laparotomia Inversão Uterina: é quando o útero sai invertido pela vagina Manobra de Taxe: pega o útero e tenta colocá-lo para dentro de novo, se ele voltar pode fazer laparotomia ou balão de tamponamento TECIDO: Retenção Placentária: extração manual da placenta Resto Pós-dequitação: curetagem Acretismo Placentário: quando a placenta infiltra em camadas mais profundas do que o endométrio Tratamento: histerectomia Se for feito o diagnóstico precoce pode ser feito embolização dos vasos pélvicos Conduta conservadora em últimos casos que é cortar o cordão bem rente a placenta e deixar ela lá, e dar Metotrexato COAGULOPATIAS: Diagnóstico: história + laboratório Faz o tratamento especifico + transfusão Tratamento Adjuvante: traje pneumático, cirurgia
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