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Garantismo Penal-Gilson

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Garantismo Processual Penal no Brasil
Gilson Rodrigues dos Santos Neto
Resumo
Esse trabalho tem como foco o estudo do conceito do garantismo processual penal no
Brasil a partir do estudo teórico idealizado pelo jurista Luigi Ferrajoli, passando por uma
análise conceitual e principiológica da teoria e analisando também a forma de aplicação
dado o arcabouço jurídico brasileiro e suas garantias constitucionais de sua
constituição cidadã.
Palavras-chave: Garantismo. Processo penal. Princípios. Teoria
1 Introdução
Ao longo do tempo, era muito comum que as classes dominantes, as quais
detinham o poder, usassem o direito punitivo em prol de seus próprios interesses.
Entretanto, a partir do movimento iluminista essa prática começou a mudar aos poucos.
Com o debate mais centrado em princípios racionais, os pensadores, principalmente a
partir do século XVIII, colocaram em evidência o conhecimento científico como fonte
da qual seria necessário emanar o poder e a vontade civil.
A partir daí, as sociedades começaram a discutir princípios e regras para que a
atuação estatal sobre o indivíduo fosse limitada. Exemplo disso são as constituições
nacionais que buscam garantir direitos básicos ao cidadão. Dessa forma, iniciaram-se a
formatação de leis e códigos que representassem as demandas do povo e assim a
estrutura de um sistema garantista começou a nascer.
O professor e jurista italiano, Luigi Ferrajoli, em sua obra “Teoria do Garantismo
Penal”, de 1989, foi o precursor da teoria. Ferrajoli partiu de heranças do movimento
iluminista e levantou um vasto e durável debate sobre a importância da proteção das
garantias do cidadão e utilizou o campo penal para demonstrar a tensão existente entre
liberdades e poder.
O sistema processual penal no Brasil é regido por diversos princípios e
fundamentos, com o objetivo de assegurar a justiça e a proteção dos direitos
fundamentais dos indivíduos envolvidos nos processos criminais. Nesse contexto,
abordagem teórica de destaque é o garantismo processual penal, fundamentado nas
ideias do jurista italiano Luigi Ferrajoli. Dessa forma, iremos explorar o conceito de
garantismo processual penal no contexto geral e brasileiro, analisando seus
fundamentos, princípios e sua aplicabilidade no sistema de justiça criminal.
2 Conceito
O garantismo penal é uma abordagem teórica que busca estabelecer limites ao
poder punitivo do Estado, assegurando os direitos e garantias fundamentais dos
indivíduos envolvidos no processo penal. Essa teoria é baseada nos princípios do
Estado de Direito, na dignidade da pessoa humana e na preservação das liberdades
individuais.
Luigi Ferrajoli, um dos principais expoentes do garantismo penal, assevera que o
garantismo é uma resposta necessária aos abusos do poder estatal no âmbito criminal,
uma vez que o processo penal envolve uma relação desigual de forças entre o Estado
acusador e o indivíduo acusado. Nesse contexto, o garantismo penal busca equilibrar
essa relação, garantindo a proteção dos direitos e evitando arbitrariedades.
Um dos princípios fundamentais do garantismo penal é a presunção de
inocência. De acordo com esse princípio, toda pessoa deve ser considerada inocente
até que sua culpa seja provada de forma irrefutável. Isso implica que o ônus da prova
recai sobre o acusador, que deve demonstrar, de maneira clara e convincente, a
culpabilidade do acusado. Essa presunção de inocência busca evitar condenações
injustas e a violação dos direitos individuais.
Outro princípio importante é o da legalidade, que estabelece que ninguém pode
ser condenado por uma conduta que não esteja expressamente tipificada como crime
na lei anterior. Esse princípio visa garantir a segurança jurídica, impedindo a
retroatividade da lei penal e a criação arbitrária de crimes.
Além disso, o garantismo penal defende o respeito ao devido processo legal.
Isso significa que o acusado deve ter direito a um processo justo e equitativo, com a
oportunidade de apresentar sua defesa e ter acesso aos meios necessários para tal,
como a assistência de um advogado. O princípio do contraditório e da ampla defesa
também é essencial nesse contexto, garantindo que todas as partes envolvidas no
processo tenham igualdade de oportunidades para apresentar suas alegações e
provas.
O garantismo penal também preconiza a humanização das penas, defendendo a
proporcionalidade e a individualização das sanções. Isso implica que as penas devem
ser aplicadas levando em consideração as circunstâncias do caso e a personalidade do
condenado, evitando-se tratamentos cruéis, degradantes ou desumanos.
Em resumo, o garantismo penal é uma abordagem que busca estabelecer
limites ao poder punitivo do Estado, assegurando os direitos e garantias fundamentais
dos indivíduos no processo penal. Através de princípios como a presunção de
inocência, legalidade e devido processo legal, o garantismo penal busca equilibrar a
relação entre o Estado e o indivíduo, garantindo a justiça e a proteção dos direitos
individuais.
3 Garantismo processual penal no Brasil
O garantismo processual penal é uma abordagem que enfatiza a importância de
garantir os direitos fundamentais dos indivíduos envolvidos no processo penal. Luigi
Ferrajoli defende que o processo penal deve ser orientado pela busca da verdade,
respeitando os direitos individuais e assegurando um processo justo e equitativo.
Ferrajoli argumenta que a justiça penal deve ser pautada por três pilares
fundamentais: a legalidade, a presunção de inocência e o devido processo legal. A
legalidade consiste na necessidade de que todas as ações do sistema de justiça sejam
baseadas em leis pré-existentes, evitando-se arbitrariedades e abusos. A presunção de
inocência garante que todo acusado seja considerado inocente até que sua culpa seja
comprovada além de qualquer dúvida razoável. Já o devido processo legal diz respeito
à observância de todas as garantias processuais previstas em lei, assegurando um
processo justo e equitativo.
No sistema de justiça penal brasileiro, os princípios do garantismo processual
penal têm uma importância fundamental. Dentre esses princípios, destacam-se:
● Princípio da legalidade: nenhuma pessoa pode ser processada ou condenada
sem que exista uma lei anterior que defina o ato como crime.
● Princípio do in dubio pro reo: quando não há certeza quanto a autoria do
crime, a decisão deve ser pela absolvição do réu.
● Princípio da paridade de armas: deve ser igualdade de condições e
oportunidades a ambas as partes do processo.
● Princípio da presunção de inocência: todo acusado é presumido inocente até
que sua culpa seja provada de forma irrefutável.
● Princípio do contraditório e da ampla defesa: as partes envolvidas no
processo devem ter igualdade de oportunidades para apresentar suas
argumentações e provas, garantindo um debate justo.
● Princípio do juiz natural: o acusado tem o direito de ser julgado por um juiz
imparcial e competente, estabelecido previamente pela lei.
O Brasil tem avançado na adoção do garantismo processual penal em seu
sistema de justiça. A Constituição Federal de 1988 trouxe importantes garantias, como
o princípio da presunção de inocência e a ampla defesa. Além disso, a criação da Lei
de Execução Penal e do Código de Processo Penal reforçaram a proteção dos direitos
individuais.
Contudo, há correntes no Brasil que interpretam o garantismo penal como uma
forma de impunidade e termina sendo visto de maneira pejorativa dada a maneira de
como isso é ensinado e aplicado, pois a partir do ponto de vista garantista a pena deve
ter a função social de recuperar o apenado e assim possibilitar seu retorno a sociedade
de uma forma que seja possível a não reincidência em crimes. Essa forma de pensar
ainda não é bem aceita pelos setores mais reacionários da sociedade, fatia essa que
tem crescido nos últimos anos e trazidos à luz pensamentos e práticas arcaicas na
forma de tratar e aplicar o direito penal e processual penal como um todo.
4 ConsideraçõesFinais
O conceito da teoria do garantismo penal tem a “simples” função de coibir o
poder punitivo do estado, pois o jus puniendi é exclusividade do mesmo. Nesse
cenário, esse conceito visa limitar esse poder e fazer prevalecer a liberdade do
indivíduo. Nenhuma nação tem a obrigação de incorporar em seu sistema princípios
garantistas, porém no Brasil sua aplicação encontra-se de forma muito forte e evidente
na Constituição Federal de 1988.
Como visto nesse estudo, vários princípios são basilares para o conceito aqui
discutido, tendo como mais evidente o princípio da legalidade, o qual irá nortear todo o
decorrer de um processo penal, sendo assim elemento nuclear de toda a norma penal
para que, desse modo, haja uma validade e eficácia constitucional.
Por fim, resta indicar que é necessário o aprofundamento nos estudo sobre o
tema, já que é muito fácil notar que na sociedade brasileira há a aplicação razoável da
teoria garantista para certa classe, pois em muitos casos criminais, principalmente se o
réu for de classes menos favorecidas, certas garantias não são aplicadas resultando
em injustiças. Um exemplo desse tipo de injustiça é o fato de que atualmente mais de
40% das pessoas que estão presas esperam julgamento para definição final da pena.
Enquanto isso, pessoas de classes mais abastadas, as quais têm acesso a bons
advogados, gozam de garantias processuais que deveriam ter um aplicação uniforme
para todo o povo.
5 Referências
FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: teoria do garantismo penal. 3. ed. rev. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2010
https://www.politize.com.br/garantismo-penal/
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/realmente-voce-esta-sendo-enganado-sobre-o-gara
ntismo-penal/487899532
https://www.jornaljurid.com.br/colunas/gisele-leite/garantismo-penal-versus-realidade-br
asileira-2023-01-16
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5889/Analise-critica-da-teoria-do-garantismo-
penal-a-luz-das-concepcoes-de-Luigi-Ferrajoli-e-dos-principios-constitucionais-da-Magn
a-de-Carta-1988

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