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CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC SEMIOLOGIA CARDÍACA INTRODUÇÃO: A semiologia é a parte da medicina que estuda os sinais e sintomas das doenças; É necessário conhecermos: A incidência e prevalência das doenças; Características temporais; Características regionais; Características de grupos; Características individuais; É importante conhecermos os achados fisiológicos normais, identificar as alterações do envelhecimento, e não as confundir com doenças. Conhecer a fisiopatologia da doença e saber relacionar os sinais e sintomas com o possível diagnóstico. Estabelecer um raciocínio clinico de causa e efeito; Evolução da medicina e dos métodos diagnósticos: inteligência artificial, internet e algoritmos personalizados. Nos diferenciamos das máquinas pois temos relação médico-paciente “Apenas ouça o que o paciente lhe diz, ele lhe dará o diagnóstico”. ANAMNESE CARDIOVASCULAR: Identificação; Idade; Sexo; Cor da pele; Ocupação; Antecedentes pessoais; Hábitos de vida; Antecedentes familiares; Condições socioeconômicas; Sempre iniciaremos com perguntas mais abertas, com base no que o paciente está sentindo e te relata, fazemos perguntas mais focadas, e ao final caso exista duvidas fazer perguntas mais fechadas; Existem doenças que se relacionam com a anamnese de cada pessoa: Idade • Criança: anomalias congênitas, doença reumática • Adulto: Doença de chagas, hipertensão arterial • Idosos: Doença arterial coronariana e doenças valvares Sexo: • Homens: Doença arterial coronariana • Mulheres: prolapso de valva mitral Antecedentes Pessoais: • Fatores de risco cardiovasculares; • Infecções na infância; • Comorbidades; Antecedentes familiares: • Morte súbita, • Doenças hereditárias • Doença coronariana prematura Hábitos de Vida: • Atividade física, • Alimentação, • Stress, • Tabagismo, • Alcoolismo, • Vícios CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC Condições socioeconômicas: • Febre reumática, • Doença de chagas, • Endocardite infecciosa DOR TORÁCICA: É o sintoma mais comum, mas devemos lembrar que dor torácica é diferente de dor cardíaca; Dor precordial ou retroesternal é diferente da dor cardíaca; Na região torácica existem muitas estruturas que podem ser responsáveis por causa a dor, mas nem sempre estão relacionadas com o coração; Dor torácica aguda: Em 7% dos atendimentos em unidade emergenciais; Dor torácica isquêmica: Muito prevalente, possui um alto potencial de diagnóstico e de gravidade para o paciente, é necessário reconhecer. • Maior preocupação pela prevalência e gravidade. Doença aterosclerótica e isquêmica é principal doença do mundo, tem que saber interpretar de maneira adequada, se a dor é isquêmica é de caráter instável ou estável, isquêmico ou não. Por isso anamnese é muito importante. • Mais da metade das mortes ocorrem dentro da 1ª hora do início dos sintomas e da chegada ao hospital. Daqueles que chegam ao hospital boa parte ainda tem efeitos deletérios. • Reconhecimento e intervenção precoce: Melhores desfechos, ou seja, intervenção precoce, melhor prognóstico; A DOR TORÁCICA PODE SER CAUSADA POR: • Angina / Coronariopatia • Dissecção de aorta • Pericardite • Pleurite • Embolia Pulmonar • Pneumotórax • Musculoesquelética • Herpes zoster • Pancreatite • Gastrite • Colecistite • Psicogênica CARACTERIZAÇÃO DA DOR: Para que possamos avaliar a dor desse paciente, é necessário que perguntemos todos esses itens: • Inicio • Intensidade • Duração • Qualidade • Localização • Irradiação • Fatores desencadeantes e de alívio • Manifestações concomitante • Evolução do sintoma DOR DE ANGINA OU ISQUÊMICA: A dor de angina pode ser classificada em angina Estável ou Instável; ANGINA ESTÁVEL: A dor será sempre aos esforços; O paciente com angina estável, ao fazer mais esforço, sentirá dor, devido que a oferta de oxigênio é a mesma, no entanto o consumo de TEMOS QUE PRESTAR ATENCÇÃO CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC oxigênio será comprometido, ocasionando um desbalanço de oferta e consumo de O2. Esse desbalanço, ocorre, pois, quando fazemos mais esforço, o nosso musculo demanda um maior consumo de oxigênio, no entanto devido a angina estável teríamos um comprometimento desse consumo, ocasionando a dor, o fluxo de 02, é constante, no entanto, antes da placa possuímos + Hemoglobina e depois – hemoglobina. O processo fisiopatológico da angina estável se dá pela obstrução da artéria coronariana, causada por um acumulo de gordura, com estreitamento da luz, a curto prazo é estável. O paciente com angina estável apresenta: • Dor ou desconforto (equivalentes); equivalentes isquêmicas = paciente que não tem dor, mas tem isquemia, o principal equivalente isquêmico é a dispneia; • Peso, aperto ou queimação; • Localizações variáveis, mais comuns na região retroesternal, precordial. • Pode irradiar ou não, e quando acontece irradiação normalmente é região cervical, braço esquerdo, dorso e epigástrio. • Intensidades variáveis. • Duração 10-15 minutos, podendo ser até 5 minutos. • Desencadeada por esforço ou stress. • Melhora com repouso ou uso de nitrato. • Associado a sudorese, palidez e náuseas. CCS- A atividade física usual, varia de paciente para paciente; CLASSE I- Apenas em esforço muito grande; CLASSE II- Limitação pequena com atividade usual; CLASSE III- Limitação a atividade usual, paciente começa a se limitar; CLASSE IV- Dor ao mínimo esforço; Para preenche o critério de ANGINA ESTÁVEL, é obrigado obedecer esses critérios: • Desencadeada por esforço / stress • Melhora com repouso / nitrato • Dura 10-15 minutos Na angina estável sabe-se que existe uma placa aterosclerótica, placa coronariana, porém essa placa está estável (fixa), se altera com muito tempo de forma muito crônica. Por exemplo, obstrução que não se altera o calibre. É angina de limiar fixo, isso significa, que a partir de um ponto o paciente sempre sentirá dor. CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC ANGINA ISNTÁVEL: É uma placa instável que não necessariamente a placa terá um grau de obstrução importante, por exemplo, o paciente pode realizar esforço e não sentir dor, porém essa placa tem capacidade de instabilização que faz com que eventualmente tenha dor em repouso. Pois a placa pode se romper e pode formar um trombo podendo levar a trombo sobre placa que pode levar ao infarto. Quando a placa se rompe forma-se um trombo. Então o paciente tem dor em repouso. Assim, na angina instável, o fluxo sanguíneo se modifica o tempo todo aumentando e diminuindo. Então se tem uma queda abrupta da oferta de O2. Ex.: quando se tem a obstrução total do vaso sanguíneo; • Pode ser desencadeada por esforço/stress ou não • Dura mais de 20 minutos; A placa se forma ao longo dos anos, placa coronariana aterosclerótica, e quando ela chega a um ponto que começa a trazer obstrução ao fluxo coronariano, mas que é uma placa estável, o paciente começa a apresentar angina aos esforços. E se eventualmente essa placa começa a se romper o paciente irá ter dor em repouso e angina instável. Angina Estável: Tipicidade ➢ Típica: • Dor ou desconforto retroesternal, empeso, aperto ou queimação, podendo irradiar ou não • Desencadeada por esforços/stress • Melhora com repouso/uso de nitrato ➢ Atípica: • 2 dos critérios acima ➢ Não cardíaca: • 1 critério acima Angina Instável: tipicidade ➢ Tipo A: Definitivamente anginosa CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC ➢ Tipo B: Provavelmente anginosa ➢ Tipo C: Provavelmente não anginosa ➢ Tipo D: Definitivamente não anginosa Isso é importante para realizar a conduta do paciente. É importante diferenciar os tipos de A, B, C e D. Tipo A: geralmente idoso, obeso, hipertenso, diabético, dislipidêmico, que vem com dor torácica em aperto com forte intensidade, náuseas, vômitos, sudorese. Isso é dor em tipo A. Tipo D: pessoa que jogou futebol e com queixa de dor torácica, definitivamente não é anginosa, ou seja, não cardíaca. DISSECÇÃO DE AORTA: A dissecção de aorta é um processo patológico que acontece como se fosse um rasgo na aorta, sendo uma doença grave, ocasionada pela delaminação da camada intima da aorta (endotélio), criando uma falsa luz, com isso o fluxo sanguíneo vai dissecando a camada da aorta. Tem alta gravidade e mortalidade, principalmente em dissecção da aorta do tipo A (aorta proximal) tem mortalidade de aproximadamente 100%. Quando é tratada a mortalidade fica entre 80%. A dor torácica referente a uma dissecção de aorta, é de forte intensidade, principalmente na região retroesternal, súbita, constante, lancinante, irradia para dorso, pescoço e ombros; Paciente chega falando que é uma dor que rasga o peito; Apresentando com dor muito forte com paciente desesperado, sintoma vagal, vomitando, constante, sempre suspeitar de dor aórtica. O mais importante é o diagnóstico precoce, é um padrão que deve ser reconhecido. Não é tão prevalente, mas é muito grave. O mais comum é investigação da doença através da angiotomografia de tórax para a aorta e o exame vir negativo. • Mais comuns em homens hipertensos em meia idade. Comuns em doenças do tecido conjuntivo como Síndrome de Marfan, Síndrome de ehlers danlos. DOR PERICÁRDICA: Ocasionada pela pericardite aguda, por inflamação do pericárdio; O líquido entre o pericárdio parietal e visceral (em torno de 10 a 20 ml). Quando ocorre inflamação do pericárdio pode ter a dor por dois fenômenos: pela própria inflamação do tecido tornando o tecido mais viscoso que causa fricção interparietais causando dor e o outro é o derrame pericárdico que há formação de liquido que é drenado para dentro do pericárdio causando a dilatação muito rápido podendo levar a dor. A característica da dor: Pontual, constante, intensidade variável, dura horas ou dias, piora com inspiração e decúbito dorsal, melhora com posição genupeitoral (ou posição da prece maométania) que desloca o tronco para a frente e o coração encosta no pericárdio causando menos fricção, atrito pericárdico pode estar presente. CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC DISPNEIA: A dispneia de origem cardiogênica sempre será por inundação pulmonar; Isso acontece, pois, qualquer sobrecarga do coração pode acontecer um aumento da pressão capilar pulmonar; FISIOPATOLOGIA: Aumento da pressão pulmonar devido aumento da pressão atrial esquerda ou do enchimento ventricular esquerdo; Ex.: Por exemplo, paciente com insuficiência cardíaca (disfunção ventricular) onde não consegue ejetar o sangue de maneira satisfatória, isso vai gerar uma sobrecarga a nível de capilar pulmonar aumentando a pressão. Ex2.: paciente com estenose mitral, tem dificuldade da passagem de sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo gerando sobrecarga de pressão no AE gerando sobrecarga de pressão a capilar pulmonar. O aumento da pressão capilar pulmonar, aumenta o extravasamento de liquido para o interstício pulmonar (esse líquido pode gerar HIPOXEMIA) - esse liquido que deveria tá circulando de maneira muito fluída dentro da árvore pulmonar tem uma dificuldade de circula, fica pressionando nos capilares e você tem extravasamento desse liquido pela congestão; Causa maior efeito shunt pulmonar que são áreas adequadas perfundidas, mas não são oxigenadas de maneira satisfatória, por exemplo, um alvéolo que tem muito liquido não consegue exercer sua função de oxigenação. • Pulmões menos complacentes (que consegue acomodar o ar que respira).> Maior esforço respiratório • Aumento do espaço morto pulmonar • Maior efeito shunt pulmonar > Hipoxemia • Maior resistência em vias aéreas > Hipoxemia A dispneia pode ser condicionada por situações extra cardíacas: Anemia, obesidade, gravidez, descondicionamento físico. Pode ter várias causas, como: • Cardiogênica, fisiopatologia devido congestão ou inundação alveolar, sempre irá trazer alterações no exame físico • Equivalente isquêmico, não ocorre por aumento de pressão capilar pulmonar, ocorre por alterações dos próprios sensores relacionados a dor torácica, paciente vai ter os mesmos sintomas, porém na avaliação, pulmão tá limpo, sem turgência na jugular, perna sem edema, nesse caso sempre suspeitar de equivalência isquêmica. • DPOC • Asma • Embolia Pulmonar • Fraqueza muscular • Obesidade • Tireoidismo • Traqueomalácia • Psicogênica ASMA CARDÍACA: Se relaciona de forma direta com aumento da resistência pulmonar (dificuldade de fazer a expiração de forma satisfatória). O extravasamento de liquido a nível de bronquíolo causa diminuição do tamanho da luz do bronquíolo, e esse ar que para entrar não tem dificuldade, para sair é muito difícil devido estenose bronquiolar. O paciente pode apresentar sibilos devido estenose a nível bronquiolar. • Dispneia aos esforços, progressiva, geralmente com alteração no exame físico; • Pode ser acompanhado de sibilos expiratórios = Asma cardíaca; A asma é de origem inflamatória, já a asma cardíaca acontece devido a congestão e sobrecarga de volume, então o tratamento é diferente, é importante reconhecer que não é CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC qualquer sibilo que é asma ou alteração pulmonar, podendo ser doença cardíaca. Então o tratamento é medicamento para que haja perda da congestão e não realizar vasodilatação direta a nível de bronquíolo. ORTOPNEIA Pode haver causa cardíaca ou não; Dispneia que ocorre poucos minutos após se deitar, paciente que fala que precisa de dormir com cabeceira elevada, dorme com 2 travesseiros ou em pé. Paciente relata que precisa dormir com cabeceira elevada ou sentado. Isso acontece devido aumento da pressão venocapilar pulmonar. Pode ser causa cardíaca ou não; Ex.: HÁ idiopata, lepstospirose; DISPNEIA PAROXÍSTICA NOTURNA: Relação direta com sobrecarga de volume, com cardiopatia; Dispneia que ocorre durante o sono, após cerca de 2-4 horas (deitar para dormi e acorda com falta de ar; Súbita e intensa; Reabsorção do edema de membros inferiores durante o sono (excesso de volume costuma ficar depositado por conta do efeito gravitacional em estruturas inferiores) Paciente relata que acorda sufocado e tem que se sentar o buscar áreas arejadas; Isso acontece devido o edema que ficou aprisionado em MMII é reabsorvido e vai para o pulmão. O excesso de volume se deposita por conta do próprio efeito gravitacional no MMII, então se o paciente fica muito tempo em pé, o edema tende a ir para as regiões mais distais, se o paciente é acamado, o edema tende a ficar na região sacral, coxae eventualmente a nível pulmonar. CLASSIFICAÇÃO DA DISPNEIA • NYHA I: Ausência de dispneia durante atividade cotidiana • NYHA II: Dispneia leve durante atividade cotidiana ou dispneia intensa aos esforços maiores que habituais • NYHA III: Dispneia durante atividade menor que habitual • NYHA IV: Dispneia aos mínimos esforços ou em repouso EDEMA: Aumento da pressão venosa com extravasamento do liquido para interstício. • Aumento do líquido intersticial proveniente do plasma; • Do ponto de vista semiológico = Extravascular ou intersticial sendo a mesma coisa. Fisiopatologia: • Aumento da pressão hidrostática (paciente cardiológico); • Redução da pressão oncótica; • Aumento da permeabilidade capilar; • Balanço positivo de sódio e água; Edema pode acontecer: CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC - Aumento de pressão venosa-> aumento da pressão hidrostática faz com que água passe pelo capilar chegando no interstício. - De forma natural não existe extravasamento de proteína. Ex.: Albumina Fisiopatologia • Aumento na pressão venosa que causa aumento na • Aumento na Pressão hidrostática que faz com que a água passe do capilar para o extravascular ou interstício, de maneira natural, não há extravasamento de proteínas ou outras moléculas, apenas de líquido. • Quando paciente tem menos produção de proteínas, como por exemplo, cirróticos, os pacientes tem redução da pressão oncótica, não está muito relacionado com algo de origem cardiogênica, e isso de devido hipoproteinemia. • Aumento da permeabilidade capilar em pacientes com inflamação sistêmica. • Balanço positivo de sódio e água. • OBS: Então, para o paciente cardiológico, pensar sempre em aumento da pressão hidrostática. • Edema cardíaco: Insuficiência ventricular direita e retenção de sódio. • Edema por sobrecarga de volume: se deposita no subcutâneo • Caracteriza-se pela presença da fóvea ou cacifo positivo; Edema Cardíaco: Insuficiência ventricular direita a retenção de sódio. EVOLUÇÃO DE ACORDO COM A GRAVIDADE: EVOLUÇÃO DE ACORDO COM A GRAVIDADE (efeito gravitacional): • Pés → pernas → coxas → abdome → rosto → Anasarca • Intensifica com o passar do dia, paciente mais em pé o edema tende a cair para os pés, paciente quando acorda região abdominal e face periorbital. • Acamados: região sacral, glútea e abdominal. Edema perimaleolar: Uso de bloqueador do canal de cálcio (olandipina etc). CIANOSE: Coloração azulada da pele e/ou mucosas: Central X Periférica (CENTRAL)- Paciente com cianose em mucosa, língua ponto do nariz. (PERIFÉRICA)- Periférica nas estruturas distais pontos dos dedos; A avaliação deve ser examinada preferencialmente à luz do dia, luz artificial pode mascarar presença de cianose. Observar lábios, ponta do nariz, bochechas, lóbulos da orelha, língua, palato, faringe e extremidades de mãos e pés. Pode ser generalizada ou localizada, a depender da causa (a central tende a ser generalizada); CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC Dos níveis de O2, de maneira crônica, pode apresentar sinais de HIPOXEMIA CRONICA. Quando a cianose é central devido hipoxemia ela tende a ser generalizada. Atentar para outros sinais relacionados a hipoxemia crônica: baqueteamento digital (unha em vidro de relógio), nanismo e policetemia (Hb aumentada). Cianose Central: • Se pensar em cianose central de origem cardiológica, sempre pensar em transtorno de difusão: em que há aumento na espessura da membrana alveolocapilar dificultando a passagem do oxigênio do alvéolo para o capilar, o que dificulta a oxigenação do sangue. • Redução no O2 inspirado: Grandes altitudes • Transtorno da ventilação pulmonar: Obstrução de vias aéreas, depressão respiratória, paralisia dos músculos respiratórios • Transtorno de perfusão: Cardiopatias congênitas, embolia pulmonar • Shunt direita-esquerda: Passagem de sangue desoxigenado para a árvore arterial Cianose Periférica: • Acontece quando há consumo/perda exacerbada de oxigênio a nível de rede capilar • Pode acontecer devido duas causas: • Estase sanguínea: Quando há disfunção ventricular direita há dificuldade no desague do sangue a nível ventricular direito, causando estase sanguínea a nível venoso, o VD não bombeia o sangue deixando o sangue aprisionado no leito venoso e vai tendo consumo de oxigênio no leito distal. • Vasoconstrição periférica: Fenômeno de Raynaud – Exposição ao ar ou água fria. Cianose Mista: Insuficiência cardíaca congestiva grave. Paciente tem tanto sobrecarga de volume na circulação esquerda e direita. • Cianose central: por conta de congestão pulmonar, transtorno de difusão e aumento da membrana alvéolocapilar. • Cianose periférica: devido estase sanguínea por conta de disfunção ventricular direita grave. PALPITAÇÕES: É uma queixa comum e pouco especifica, possui irregularidade, aumento da intensidade ou da frequência dos batimentos cardíacos; PALPITAÇÕES É DIFERENTE DE ARRITMIA: • Cardiogênica, ansiedade, descarga adrenérgica, mudança postural, tremor, hipertonia vagal, uso de estimulante (não tem nada haver cardiogênico); Então sempre observar se é de origem cardíaca e diferenciar das palpitações de arritmia cardíaca. Pode apresentar em diversas maneiras: • Falhas ou Saltos: Extrassístoles • Disparos ou batedeiras: Taquicardias • Pulsação ou golpes no pescoço: Dissociação atrioventricular (átrio e direito batem de jeitos diferentes) - Arritmias supraventriculares por reentrada nodal ou atrioventricular - Sinal do sapo, observando batimento no pescoço; SÍNCOPE: CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC Se caracteriza pela perda de consciência; É a perda súbita e temporária da consciência e dos tônus musculares secundários a hipoperfusão cerebral difusa, seguido de recuperação total e espontânea. Paciente tem que ter a perda da consciência para ser síncope: ETIOLOGIA: • Cardiogênica: com potencial de óbito do paciente devido hipofluxo do sangue ocorreu pois o coração parou de bater, então o paciente teve arritmia maligna, (taqui ou bradi) e nesse momento o coração para de bater, ou seja, a síncope de origem cardiogênica é uma parada cardíaca que o coração volta a bater. • Neurogênica • Metabólica • Psicogênica SÍNCOPE CARDÍACA TIPO DESLIGA-LIGA: O paciente está fazendo algo e desliga, e liga. O paciente costuma relatar que não sabe o que aconteceu; • Perda súbita e inesperada da consciência • Quando a síncope não é presenciada é quando o paciente relata que estava fazendo qualquer atividade e diz que “acordou no chão”. • Geralmente dura 2-3 minutos • Sem pródromos • Sem amnésia retrógrada ou anterógrada • Sem “ressaca” • Sem liberação esfincteriana • Sem posição patológica; • Paciente acorda no chão sem saber como foi parar ali (paciente apaga e acorda como se nada tivesse acontecido); SÍNCOPE NEUROGÊNICA, NEUROMEDIADA, NEUROCARDIOGÊNICA OU VASOVAGAL: Normalmente acontece por vasodilatação periférica, e acontece de maneira lenta; • Tipo mais comum • Acontece Vasodilatação periférica por inibição do tônus simpático e aumento relativo da atividade vagal. • Então ocorre hipoperfusão de maneira gradativa, ou seja, o hipofluxo é de maneira lenta por vasodilatação. • Então há pródomos, o paciente relata Mal- estar, tontura, fraqueza, palidez, sudorese antes da síncope • Geralmente desencadeada por situaçãoestressante, dor intensa, impacto emocional, lugares fechados e/ou quentes • Dura poucos segundos, raramente dura minutos. • Melhora ao se deitar e colocar perna para cima. SÍNCOPE- SÍNDROME DO SEIO CAROTÍDEO: É precedida que vai desmaiar; • Acentuada bradicardia e/ou hipotensão após estimulação do seio carotídeo • Reflexo vagal exacerbado, qualquer estímulo no barorreceptor que abre reflexo vagal • Síncope precedida por tontura, turvação visual, cefaleia SÍNCOPE- HIPOTENSÃO POSTURAL: Dificuldade de fazer uma manutenção da P.A; • Queda tensional ao se levantar rapidamente ou ao permanecer em pé por muito tempo • Mecanismo comum: Acúmulo de sangue nos membros inferiores • Comum em idosos em se levantar rapidamente em que não consegue se adaptar a pressão em posição em pé causando a síncope. EXAME FÍSICO: CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC Deve-se ser feito a INSPEÇÃO, PALPAÇÃO E AUSCULTA; INSPEÇÃO: Olhar o paciente como um todo; • Fáscies e atitude; • Pele: Cianose, palidez e petéquias; • Unhas: Vidro de relógio, hemorragias; • Inspecionar a caixa torácica para observar se há abaulamentos e deformidades; Para examinar um paciente cardiovascular, é necessário que o seu tórax esteja a vista; INSPEÇÃO/ PALPAÇÃO: Avaliação de Ictus cordis: “ponta do coração” – “Ápice do Coração”; • Localização: 5º espaço intercostal à esquerda e linha hemiclavicular • Extensão: 2 polpas digitais • Mobilidade: ~1cm de mobilidade • Intensidade: variável a depender da caixa torácica do paciente (paciente mais magro mais fácil) • Ritmo: regular • Frequência: Frequência simultânea ao pulso carotídeo; O paciente deve estar em decúbito lateral esquerdo, aproxima o coração da caixa torácica; • Hipertrofia e/ou dilatação do VE: Deslocamento para baixo e para esquerda • Hipertrofia de VD: Deslocamento horizontal para esquerda (quando muito grande haverá um deslocamento para esquerda). • Ictus difuso (3+ polpas digitais): Dilatação do VE – pode chegar até 2 espaços intercostais • Ictus propulsivo: Hipertrofia do VE – bem localizado só que mais forte. O Ventrículo direito: Normalmente não é palpável em indivíduos sadios; • Tem o Impulso localizado a nível paraesternal esquerdo do 3° ao 5° espaço intescostal esquerdo. • Feito com a mão espalmada e suave, colocando face tênar e hipotênar e sentir a impulsão do VD • Avalia dilatação do VD • Intensifica com inspiração profunda, pois aumenta o retorno venoso e aumenta a cavidade ventricular direita intensificando a pulsação. OBS: o ictus cordis sente como se fosse um “peteleco” batendo, e o VD sente como se “levantasse a mão para cima”. CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC • Em A: Ictus cordis normal • Em B: paciente com hipertrofia de VD, dilatação de VD, que eventualmente pode descolar o ictus cordis para a esquerda. • Em C: hipertrofia, ou seja, é mais propulsivo e mais intensa, porém não sai de sua localização habitual. • Em D: Dilatação desloca para baixo e esquerda e mais difuso. FRÊMITOS: Os frêmitos, são as vibrações do sopro: - Necessário saber a classificação de Levinne; • Sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou nos vasos • Corresponde aos sopros de maior intensidade • O paciente tem sobre devido turbinolhamento de sangue quando passa por estrutura que causa hipofluxo • E quando for muito intenso causa sopro muito tenso podendo detectar frêmito • Sopro com ++++ (4 cruzes pra cima) • Localização nos pontos de ausculta • Raro PRESSÃO ARTERIAL (P.A): A nova diretriz de 2020 diz que o aparelho automático para aferir a pressão arterial possui a mesma eficácia que o método auscultatório; Para aferição da Pressão Arterial: • Explicar o procedimento ao paciente e deixá-lo em repouso de 3 a 5 minutos em ambiente calmo • Bexiga vazia • Não praticou exercício físico nos últimos 60 minutos • Não ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos; ou fumou nos últimos 30 minutos • Paciente deve estar sentado, pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado • O braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima e as roupas não devem garrotear o membro. (Caso não seja observado esses 6 fatores, pode haver alteração na P.A); • Medir a PA na posição de pé, após 3 minutos, nos diabéticos, idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada. • Determinar a circunferência do braço no ponto médio entre acrômio e olecrano • Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC • Colocar o manguito, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital • Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial • Estimar o nível da PAS pela palpação do pulso radial • Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS obtido pela palpação • Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 mmHg por segundo) • Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras forem muito diferentes. Caso julgue adequado, considere a média das medidas • Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço onde foi obtida a maior pressão como referência Ex.: Aferimos a pressão do braço direito da paciente: • 1º MEDIDA: (150x90mmHg) • 2º MEDIDA: (120X70mmHg) • Se a diferença for muito grande, ou seja, for maior que 15mmHg na sistólica, descarta a maior e eaferi de novo. • Faz a média; • Sendo assim, veremos qual braço possui a maior pressão arterial, e a partir daí toda vez será aferido no braço com maior valor. • Obs.: Deve ser feito nos dois braços; PRESSÃO ARTERIAL: Ao aferir a pressão arterial do paciente é necessário utilizar o manguito adequado para cada paciente, pois o manguito muito pequeno SUPERESTIMA A P.A, e o manguito muito grande SUBESTIMA A P.A; 1. Inflar rapidamente, de 10 em 10mmHg, até ultrapassar 20 a 30mmHg, o nível estimado da pressão sistólica pela palção do pulso radial 2. Proceder à deflação a velocidade constante inicial de 2 a 4mmHg/seg. 3. Após a determinação de PA sistólica (PS), aumentar para 5 a 6mmHg/seg, evitando congestão venosa e desconforto para o paciente 4. Determinar a PAS no momento do aparecimento do primeiro som (Fase I de Korotkoff) que se intensifica com o aumento da velocidade de deflação 5. Determinar a Pressão Diastólica (PD) no desaparecimento do som (Fase V de Korotkoff), exceto em condições especiais 6. Auscultar cerca de 20 a 30mmHg abaixo do último som para confirmar o seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. OBS.: é impossível que o método palpatório seja maior que o método auscultatório; Nessa imagem se tem o HIATO AUSUCLTATÓRIO: Algumas pessoas, principalmente os idosos, possuem. CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC • Seria o abafamento dos sons de KOROTKOFF; SONS DE KOROTKOFF: • Fase I: surgimento dos primeiros sons (pequena intensidade e alta frequência) • Fase II: sons suaves e prolongados; podem ser inaudíveis (hiato auscultatório) • Fase III: sons mais intensos e nítidos• Fase IV: sons de baixa intensidade e abafados (níveis de pressão da bolsa discretamente) • Fase V: desaparecimento dos sons; PARTICULARIDADES DA P.A: Avaliação da PA em diferentes posições – Hipotensão ortostática: • Medir a PA na posição de pé, após 3 minutos, nos diabéticos, idosos e em outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada. • Avaliar primeiro o paciente sentado ou deitado, depois avaliar o paciente em pé em casos de suspeita de hipotensão ortostática. • Então se faz a avaliação com o paciente deitado, depois imediatamente com ele em pé, e depois de 3 minutos, repetir com ele em pé. Isso serve para verificar hipotensão ortostática. • Se ∆ PAS > 20mmHg ou ∆ PAD > 10mmHg, ou seja, se queda na pressão sistólica de 20 mmHg e na diastólica de 10 mmHg, é possível diagnóstico como hipotensão ortostática Hiato auscultatório • Abafamento dos sons de Korotkoff entre as fases 1 e 2 • Método palpatório consegue fazer com que não erramos na aferição da PA e confundimos o som sistólico com o hiato auscultatório. • Com o método palpatório consigo saber mais ou menos quanto que está a pressão arterial do paciente. • O valor do método palpatório tem que dar sempre menor que o método auscultatório. • Comum em idosos. Pseudo-hipertensão: O paciente com pseudo-hipertensão, é o paciente que possui uma ARTERIOSCLEROSE pronunciada (processo de envelhecimento arterial em que há o depósito de cálcio na camada das artérias que causam o enrijecimento dos vasos); Existe uma dificuldade de colabar a artéria, ou seja, não há o colabamento da A. radial com a insuflação do manguito. • Infla o manguito, mas o som não para de ser escutado, o que pode causar uma falsa impressão de hipertensão, mas o que o paciente tem é apenas enrijecimento da artéria; É necessário realizar a MANOBRA DE OSLER: Insuflar o manguito até o ponto que não consegue auscultar, após colabar, mesmo com ausência do pulso você consegue sentir a artéria; • Quando suspeitar? - HAS de longa data, sem lesão de órgão alvo - Sintomas de baixo débito com PA elevada - Sintomas de baixo débito após início de anti- hipertensivo – Manobra de Osler positiva; PULSOS ARTERIAIS: CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC Avaliar os pulsos arteriais: • Estado da parede arterial • Frequência • Ritmo • Amplitude ou magnitude • Tensão ou dureza • Tipos de onda • Comparação com o lado homólogo Avaliar principalmente o pulso carotídeo e os pulsos distais que seriam: radial direito e esquerdo, pulso pedioso direito e esquerdo. Existem ondas no pulso arterial que ajudam a diagnosticar o que o paciente tem: TIPOS DE ONDA: • Pulso célere ou martelo d’agua: comuns em insuficiência aórtica grave, muito bem sentido. • Pulso parvus et tardus: estenose aórtica grave, dificuldade na ejeção ventricular, ou seja, barreira na valva aórtica, deixando o pulso mais lento e fraco. • Dicrótico: Insuficiência cardíaca com elevada resistência periférica. Muito difícil de identificar pelo método palpatório. • Alternante: Insuficiência cardíaca grave • Bisferiens: dupla lesão aórtica e MCP hipertrófica grave, difícil de sentir no método palpatório; PULSO DE KUSSMAUL: • Normalmente quando expira e inspira há uma pequena variação no valor da pressão sistólica. Quando há inspiração diminui a pressão intratorácica e aumenta o retorno venoso. • Aumentando o retorno venoso há dilatação das câmaras direita. • Então se há aumento do lado direito, acontece dando uma “espremida” do VE, o que diminui a cavidade do VE. • Então a quantidade de sangue que o VE irá ejetar será menor, consequentemente, a pressão irá diminuir. • Inspiração = diminuição da pressão sistólica. • Expiração = aumento da p. sistólica. • Essa variação é normal quando for menor que 10 mmHg. • Então no individuo normal acaba sendo imperceptível. • Porém em algumas pessoas pode haver exacerbação, havendo variação da pressão diastólica e sistólica normal maior que 10 mmHg, e isso tende a acontecer em pacientes com dificuldade de dilatação do coração. • Diminui de intensidade ou desaparece com a inspiração • Exacerbação de um fenômeno normal (queda da pressão com a inspiração) • Melhor pesquisado na aferição da pressão arterial – pulso paradoxal; CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC PULSO PARADOXAL: 1. Insuflar o manguito acima da PA sistólica (ausência de pulsos) e desinsuflar lentamente. 2. Quando escutar os primeiros batimentos, perceber que serão fásicos e variando com a respiração (durante a inspiração desaparecem e são auscultados novamente durante a expiração) – Anotar esta PA. (exemplo PAS 110 mmHg) 3. Continuar desinsuflando lentamente até que os batimentos permaneçam audíveis durante toda o ciclo cardíaco. Anotar esta PA exemplo PAS: 80 mmHg) A quantificação da Pulso paradoxal será a diferença entre o primeiro nível de PA e o segundo, ou seja, PA variável com a respiração e PA com batimentos contínuos. (EX: 110 – 80 mmHg = 30 mmHg) Causas de pulso paradoxal: • Tamponamento cardíaco: liquido em volta do coração que está imprensando o coração, na hora que há inspiração, há maior retorno venoso, porem o VD não consegue se dilatar para fora pois há liquido que tampona o coração. Se não consegue se expandir para fora, acaba se expandindo para dentro, então a cavidade ventricular esquerda vai diminuir ainda mais de volume, então tem uma variação maior que 10mmHg. • Pericardite constritiva: O pericárdio endurece (vira casca), então quando precisa aumentar o tamanho da cavidade também não consegue, há a inspiração profunda, aumenta o retorno venoso, o VD não consegue se dilatar, encosta no pericárdio e acaba se dilatando para dentro, diminuindo o tamanho da cavidade. • Embolia Pulmonar • DPOC • Asma • Estenose Mitral • Obesidade • Ascite tensa • Choque hipovolêmico PULSO VENOSO: Consegue sentir pulso venoso/pulso jugular em paciente deitado a 45° e deitado a 90°. Pacientes em grau de sobrecarga ventricular ou ingurgitamento, mesmo a 90° consegue a observar. CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC De acordo com a turgência da jugular do paciente, consegue-se avaliar a pressão venosa central. Coloca o paciente a 45°, faz a aferição a partir do ângulo esternal no meio do esterno e acrescento o valor da coluna de sangue do paciente. Calculando a distancia e fazendo a aferição em cm de H20. A avaliação das ondas de pulso venoso são em 5: • Onda a: Contração atrial • Onda c: fechamento tricuspídeo • Onda x: fechamento da valva tricúspide • Onda v: enchimento ventricular • Onda y: esvaziamento atrial Avaliação do Refluxo Hepatojugular: Nessa avaliação consegue avaliar se o paciente tem congestão no leito venoso. • Palpar hipocôndrio direito do paciente próximo ao fígado • Manobra onde se realiza uma compresão hepática, com a mão espalmada • A compresão deve ser lenta e gradual, de 10 a 60 segundos, não causando desconforto ao paciente • Observar atentamente o pulso venoso • Manobra positiva: Elevação > 3cm – PVC elevada (aumento na coluna de água) • Pode ocorrer na insuficiência cardíaca congestiva, regurgitação tricúspide, pericardite constrictiva e tamponamento cardíaco • Se dá devido aumento na pressão das cavidades direita causa refluxo hepatojugular e comumente acompanhado derefluxo hepatojugular. Sinal de Kussmaul: é observado aumento na coluna de pulso venoso quando pede pro paciente inspirar profundamente Em indivíduos saudáves, quando há inspiração, aumenta o retorno venoso, se o coração tiver saudável vai conseguir acomodar o excesso de retorno venoso. Quando há dificuldade dessa acomodação devido algumas doenças, o sangue não se acomoda de maneira satisfatória no VD, então observa-se na inspiração uma ingurgitação do pulso venoso, aumentando a coluna de sangue. • Inspiração > Queda da pressão intratorácica > Diminuição da amplitude do pulso e amplitude • Inspiração > Ingurgitamento das veias cervicais, com aumento da amplitude do pulso e deslocamento em direção à mandíbula. • Encontrado em situação de disfunção diastólica grave do ventrículo direito • Achado clássico da pericardite constrictiva AUSCULTA: Sempre auscultar todos os focos: Paciente sentado, em decúbito dorsal e decúbito lateral esquerdo; - Necessário avaliar ritmo, frequência, bulhas, sopros, cliques, estalidos e ruídos; BULHAS B1 • Fechamento das valvas atrioventriculares (mitral e tricúspide) • Coincide com o ictus cordis e pulso carotídeo • Timbre mais grave e duração maior que B2 • “TUM” B2: • Fechamento das valvas semilunares (aórtica e pulmonar) • Timbre mais agudo e seco • Pode ocorrer desdobramento fisiológico em crianças: A2 > P2 • “TA” CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC Hiperfonese de bulhas: • Bulhas mais intensas. Quando há hiperfonese das duas bulhas, o paciente está em condição de alto débito, mais acelerado. Por exemplo: Exercício, emoção, febre. • Se há hiperfonese de B1: hipertrofia de VE • Se há hiperfonese de B2: HAS, aumento de débito cardíaco Hipofonese de bulhas: • Bulhas menos intensas. Quando há hipofonese é algo que impede a ausculta de maneira satisfatória, como por exemplo obesidade, enfisema, derrame pericárdico. • Se há hipofonese de B1:Disfunção contrátil. Se há hipofonese de B2:Redução do débito cardíaco Desdobramentos das bulhas cardíacas: B1: - Atraso no fechamento da valva tricúspide (M1 > T1) - Diferenciar de aparentes desdobramentos de B1 (B4) - “TRUM – TA” • B2: - Amplo e variável: Bloqueio de ramo direito – atraso no fechamento da v. pulmonar (A2 > P2) - Amplo e fixo: Comunicação interatrial – atraso no fechamento da v. pulmonar (A2 > P2) - Paradoxal: Bloqueio de ramo esquerdo – atraso no fechamento da v. aórtica (P2 > A2) - “TUM – TA-TA Obs1: Desdobramento de B1 pode ser normal em adultos Obs2: Desdobramento de B2 pode ser normal em crianças B3: • Desaceleração brusca da coluna de sangue contra as paredes ventriculares • Ocorre na protodiástole, ou seja, no início da diástole – fim da fase de enchimento rápido passivo • Traduz em sobrecarga de volume ou disfunção de VE B4: • Desaceleração da coluna de sangue contra as paredes ventriculares na contração atrial • Ocorre na telediástole, ou seja, no fim da diástole – contração atrial • Traduz em diminuição da complacência ventricular – Hipertrofias de VE, doença arterial coronariana Os sons de B3 e B4 são mais rudes, mais graves e normalmente da para escutar melhor com a campana do estetoscópio e não com o diafragma. SOPROS CARDÍACOS: Gerado pelo turbilhonamento de sangue na passagem por estruturas cardíacas. Quando o sangue passa por estruturas danificadas. Não necessariamente pode ser patológico, pode acontecer em situações fisiológicas também. Caracterizar: • Posição no ciclo cardíaco: Sistólico, diastólico, sisto-diastólico ou contínuo • Formato: Regurgitativo, ejetivo, ruflar ou aspirativo CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC • Localização • Irradiação • Timbre e frequência: Suave, rude, piante, musical • Intensidade (+ a ++++++) • Efeitos com manobras especiais; • Sopro I nem sempre é detectado, e geralmente é analisado através de manobras especiais. • Sopro II: sopro menos audível, mas consegue ser detectado • Sopro a partir de classe III: sempre há irradiação • Sopro a partir de classe IV: associação com frêmito, sopros mais intensos e palpáveis • Sopro classe V: identifica sopro, frêmito e estetoscópio para fazer ausculta. • Sopro classe VI: Sopro nem do estetoscópio precisa para conseguir ouvir. ESTENOSE AÓRTICA: O paciente que possui estenose aórtica, é aquele paciente que possui dificuldade na abertura da valva aórtica durante a sístole, ou seja, durante a contração do ventrículo esquerdo, tendo dificuldade para ejeção do sangue para AORTA; Quando a valva está estenosada o ventrículo deverá fazer mais força para que para que ocorra a ejeção do sangue para a aorta, com isso, teremos uma hipertrofia do ventrículo esquerdo ao decorrer dos anos, ou uma hipertrofia concêntrica. • SOPRO SISTÓLICO EJETIVO; (Pois acontece durante a sístole, com a intenção de ejetar sangue na artéria aorta; • DIAMANTE, crescendo e decrescendo, sobe e desce, justamente pela força contrátil, com a estenose da valva aórtica consequentemente o sopro é gerado no momento da sístole; • O PICO DA SÍSTOLE ACONTECE NA MESOSSÍSTOLE, então há o aumento de intensidade e depois ele vai diminuindo, pois, a quantidade de sangue também vai diminuindo. • FICA ENTRE A 1° E 2° BULHA; • MAIS AUDÍVEL EM FOCOS DA BASE AÓRTICA; • IRRADIA PARA FÚRUCLA E CARÓTIDAS; • QUANDO PASSA IRRADIAR JÁ CLASSIFICA COMO SOPRO III; INSUFICIÊNCIA AÓRTICA: O paciente que possui insuficiência aórtica, possui dificuldade no fechamento da valva aórtica durante a diástole, como a valva não se fecha direito ocorrerá uma regurtição para o Ventrículo Esquerdo; • Quando o coração está na fase da diástole, significa que o coração está relaxado e recebendo sangue. Nesse momento, o ideal seria que a valva aórtica estivesse fechada para que o sangue não pudesse voltar, como na insuficiência essa valva não fecha totalmente, haverá uma volta desse sangue provido da aorta para o ventrículo CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC esquerdo. Dessa forma, com o passar do tempo, o ventrículo irá se dilatar ou sofrer uma hipertrofia exentrica, devido ao aumento do volume de sangue no ventrículo. • SOPRO DIASTÓLICO ASPIRATIVO em decrescendo, pois, na hora que a valva deveria se fechar, inicia o processo de refluxo há muito sangue voltando, sangue proveniente do átrio esquerdo e sangue do refluxo aórtico, e a partir do momento que a diástole prossegue, o VE vai enchendo, então a quantidade de sangue que vai passando diminui, por isso, sopro decrescente. • Decrescente, o ventrículo está com cavidade vazia, então nesse momento da passagem de sangue da aorta para o VE acontece muito rápido, a partir da diástole a cavidade se enche devido insuficiência da valva aórtica • SOPRO PROTO-MESODIASTOLICO, NORMALMENTE NÃO OUVE NA TELEDIÁSTOLE. • Término precoce TEM PIOR PROGNÓSTICO, pois se tem insuficiência muito grande, o sangue desce de uma vez e mais rápido, se a insuficiente é discreta tende a ser mais prolongado. ESTENOSE MITRAL: O paciente que possui estenose mitral, possui dificuldade na abertura da valva mitral para a passagem do sangue do ATRIO ESQUERDO PARA O VENTRICULO ESQEURDO. • Poderá ocorrer hipertrofia do ARTIO ESQUERDO, devido maior força para ejeção do sangue para o VENTRÍCULO ESQUERDO; O momento em que ocorre o enchimento do Ventrículo Esquerdo,é durante a DIASTOLE, lembrando que a diástole possui três momentos: 1. Enchimento rápido passivo (momento que se tem maior pressão no átrio esquerdo do que no ventrículo então o sopro tem uma intensidade aumentada); 2. Lento passivo (quando se tem a passagem do sangue já para o ventrículo, as pressões se normalizam e com isso a intensidade do sopro diminui; 3. Rápido ativo (contração atrial)- que é o último momento quando o átrio contrai para “espremer o átrio” e passar o resto do sangue para o ventrículo, dessa forma, se tem um aumento da intensidade novamente do sopro; • SOPRO DIASTÓLICO EM RUFLAR • RUFLAR DIASTÓLICO DECRESCENTE COM REFORÇO PRÉ-SISTÓLICO • Acompanhando DE ESTALIDO DE ABERTURA quando a valva não é muito calcificada. • CAI DE INTENSIDADE DEPOIS AUMENTA DE INTENSIDADE. • PODE MASCARAR A 2° BULHA. CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC INSUFICIÊNCIA MITRAL: O paciente que possui insuficiência mitral, é aquele paciente que possui falha no fechamento da valva mitral, onde ocorrerá refluxo do sangue para o ÁTRIO ESQUERDO; • Durante a sístole, ou seja, a contração do ventrículo esquerdo, seria necessário que a valva mitral estivesse fechada por completo, no entanto, na insuficiência mitral se tem uma falha desse fechamento, com isso, quando há a contração do ventrículo esquerdo o sangue percorrerá dois trajetos: o da aorta, pois haverá a abertura da valva aórtica, e para o átrio esquerdo, pois a valva mitral não estará fechada por completo. • SOPRO HOLOSSISTÓLICO REGURGITATIVO, pois se mantem a intensidade durante toda sístole- considerado um sopro RUDE; • TENDE A MASCARAR A SEGUNDA BULHA; INSUFICIENCIA TRCÚSPIDE: O paciente que possui insuficiência tricúspide, terá uma falha no fechamento da valva, dessa forma, quando se tem a contração o sangue irá tanto para a artéria pulmonar, quanto para o átrio direito. • SOPRO HOLOSSISTÓLICO • RUDE, DE INTENSIDADE CONTÍNUA. Mascara a segunda bolha • Os sopros esquerdos (insuficiência mitral e estenose aórtica), eles vão irradiar para as valvas direita, e isso pode confundir na ausculta para saber onde está o sopro. • Um ponto importante: MANOBRA DE RIVERO-CARVALLO que o paciente inspira profundamente o que reduz a pressão intratorácica e aumenta o retorno venoso e aumenta a quantidade de sangue nas câmeras direitas, e as câmeras a esquerda diminui a intensidade. AUMENTA DE INTENSIDADE COM INSPIRAÇÃO PROFUNDA (MANOBRA DE RIVERO- CARVALLO). CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC INSUFICIÊNCIA MITRAL POR PVM (PROLAPSO DA VALVA MITRAL) • PVM: Paciente que tem os folhetos valvares da valva mitral são mais soltos, moles, e não conseguem se colapsar e se fechar de maneira satisfatória, então há falha de coaptação. • Na hora que ocorre a sístole com a valva mitral fechando de maneira satisfatória, gera pressão muito forte no VE, essa pressão aumentada no VE faz com que a valva se abre devido os folhetos valvares estar mais soltos e moles, acontecendo o refluxo. • ACONTECE NO MEIO E NO FINAL DA SÍSTOLE • SOPRO MESO-TELESSISTÓLICO COM BORRAMENTO DE B2 • PRECEDIDO DE CLICK MESOSSISTÓLICO QUANDO VALVA NÃO ESTÁ DEGENERADA – CLICK DE ABERTURA E SOPRO REGURGITATIVO. • DIFERENÇA BÁSICA DO SOPRO DO PVM É QUE ACONTECE SOMENTE AO FINAL DA SÍSTOLE SOPRO DE AUSTIN FLINT: • Tende de ACONTECER EM PACIENTES COM INSUFICIENTE AÓRTICA GRAVE, ONDE HÁ REFLUXO NO MOMENTO DIASTÓLICO NO INTERIOR DO VE. SOPRO DIASTÓLICO DA VALVA MITRAL DEVIDO IAO SEVERA. • Regurgitação aórtica impede a abertura adequada do folheto anterior da valva mitral • SOPRO DE INSUFICIÊNCIA AÓRTICA GRAVE: SOPRO DIASTÓLICO DECRESCENTE NO FOCO AÓRTICO. • Quando o refluxo for muito intenso, acaba batendo no folheto anterior da valva mitral. • A valva mitral é composta por 2 folhetos (anterior e posterior): o anterior tem relação próxima a valva aórtica, então essa insuficiência aórtica quando é muito intensa pode impedir a abertura do folheto anterior da valva mitral, então gera abertura inadequada, então o paciente além de gerar sopro por insuficiência aórtica primária ele vai apresentar também estenose mitral dinâmica (não por ser doença na valva mitral, mas dificuldade de abertura devido refluxo de sangue). CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC • E a partir daí o sopro é gerado, para saber diferenciar de estenose mitral: - NÃO TEM O CLICK (ESTALIDO DE ABERTURA). - SOPRO DA INSUFICIÊNCIA AÓRTICA MENOS INTENSO NO FINAL. - NÃO HÁ REFORÇO SISTÓLICO NESSE TIPO DE SOPRO • NÃO HÁ DEFEITO PRIMÁRIO NA MITRAL, O PROBLEMA É POR CONTA DO REFLUXO AÓRTICO QUE ESTÁ ACONTECENDO. RESUMO DOS SOPROS: Sístólicos: • Estenoses valvas semilunares • Insuficiências valvas átrio-ventriculares Diastólicos: • Insuficiência valvas semilunares • Estenoses das valvas átrio-ventriculares Tipos de Sopros sistólicos: Mesossistólico: • Obstrução aórtica (estenose supra, sub ou valvar aórtica, coarctação da aorta, miocardiopatia hipertrófica e estenose) • Aumento do fluxo sanguíneo na valva pulmonar (estados hipercinéticos, regurgitação aórtica) • Dilatação da aorta ascendente (ateroma, aortite e aneurisma de aorta) • Obstrução pulmonar (estenose supra, sub ou valvar pulmonar) • Aumento do fluxo sanguíneo na valva pulmonar (estados hipercinéticos, shunt da esquerda para a direita devido à CIA ou CIV • Dilatação da artéria pulmonar Mesotelessistólico: • Prolapso de valva mitral • Disfunção do músculo papilar Holossistólico: • Regurgitação mitral • Regurgitação tricúspide • Defeito do septo ventricular Tipos de Sopros diastólicos: Protodiastólicos: • Regurgitação aórtica - Anormalidade valvar congênita ou adquirida (p. ex., degeneração mixomatosa ou calcificação, febre reumática e endocardite), dilatação do anel valvar (p. ex., dissecção da aorta, ectasia anuloaórtica, necrose cística medial, hipertensão), alargamento das comissuras (p. ex., sífilis) - Valva aórtica bicúspide congênita com ou sem defeito do septo ventricular • Regurgitação pulmonar: - Anormalidade valvar adquirida ou congênita - Dilatação do anel da valva (p. ex., hipertensão pulmonar, síndrome de Marfan) - Tetralogia de Fallot - Defeito do septo ventricular Mesodiastólicos: • Estenose mitral (p. ex., febre reumática, estenose congênita e cor triatriatum) • Aumento do fluxo sanguíneo na valva mitral sem estenose (p. ex., regurgitação mitral, defeito septal ventricular, persistência do canal arterial, estados com elevação do débito cardíaco e bloqueio arteriovenoso completo) • Estenose tricúspide • Aumento do fluxo sanguíneo na valva tricúspide sem estenose (p. ex., CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC regurgitação tricúspide, defeito septal atrial e drenagem anômala de veias pulmonares) • Tumores atriais esquerdos ou direitos • Trombos nas valvas esféricas atriais Sopro de Carey-Coombs-Grant: • Sopro diastólico da febre reumática aguda • Ocorre pelo edema da inflamação aguda • Melhora com o tratamento Sopro Graham Steel: • Sopro diastólico em foco pulmonar (insuficiência pulmonar), secundário a hipertensão pulmonar • Sopro protodiastólico suave • Sempre acompanhado de outros achados dehipertensão pulmonar, como dilatação do ventrículo direito Sopros contínuos: • Persistência do ducto arterioso • Coarctação da artéria pulmonar • Fístula arteriovenosa coronariana ou intercostal • Aneurisma roto do seio de Valsalva • Defeito do septo aórtico • Zumbido venoso cervical • Artéria coronária esquerda anômala • Estenose da artéria coronária proximal • Sopro mamário (zumbido venoso de vasos ingurgitados nos seios durante a gravidez) • Estenose do ramo da artéria pulmonar • Circulação colateral brônquica • Comunicação interatrial pequena (restritiva) com estenose mitral • Fístula coronário-cameral • Fístula atrial ou aórtica-ventricular direita Manobras para auscultar sopros: ➢ Sopros aórticos: • Melhores audíveis nos focos da base • Podem ficar mais nítidos posicionando o paciente sentado com o tórax fletido para frente • Irradiam para fúrcula e carótida ➢ Sopros mitrais: • Mais audíveis no foco mitral • Acentuado com a posição de decúbito lateral esquerdo • Irradiam para região axilar e dorso (sopro circular de Miguel Couto) ➢ Valsalva: • Expiração forçada contra resistência (soprar contra a mão – pede-se que ele coloque o dorso da mão na boca, tampando- a, e, então, sopre) • Gera aumento da pressão intratorácica, levando, então, à redução do retorno venoso • Reduz a intensidade de sopros em estenose aórtica, estenose pulmonar e estenose tricúspide • Aumenta a intensidade do sopro de prolapso da valva mitral. ➢ Manobra de Rivero-Carvallo: • É utilizada principalmente para diferenciar a insuficiência tricúspide da insuficiência mitral • Paciente em decúbito dorsal, ausculta inicialmente, e depois pede-se que o paciente inspire profundamente, e, durante a inspiração, o avaliador consegue notar a alteração • A inspiração profunda leva ao aumento do retorno venoso, pois reduz a pressão intratorácica • Aumenta os sons do lado direito do coração • Reduz os sopros do lado esquerdo do coração ➢ Posição em Cócoras: CARDIOLOGIA LETÍCIA MANTOVANI FEREGUETTI- MEDICINA UNESC • Compressão dos vasos dos membros inferiores e abdominais > Aumento do retorno venoso • Intensifica o sopro presente em insuficiência mitral ➢ Manobra de Handgrip • Paciente fecha as mãos e as pressiona • Exercício isométrico > Aumento da resistência vascular periférica • Aumento da ausculta de sopros ocasionados por insuficiência aórtica ou insuficiência mitral Cliques e Estalidos: ➢ Cliques – sons no momento sistólicos: • Clique de abertura da valva aórtica – estenose aórtica • Clique protossistólico da valva mitral por prolapso de valva mitral ➢ Estalidos – sons no momento diastólicos: • Abertura da valva mitral – estenose mitral • Relação prognóstica com a estenose mitral: Mais precoce na diástole (mais próximo de B2): Pior prognóstico Atrito Pericárdico: • Atritos são sons estridentes e ásperos, geralmente com 2 ou 3 componentes separados. • Durante a taquicardia, o som pode ser quase contínuo, mas não é contínuo. • Provocado pelo movimento das adesões inflamatórias entre as camadas pericárdicas visceral e parietal. • É um som rangente ou de alta tonalidade, semelhante ao rangido de pedaços de couro friccionados uns contra os outros. • Melhor auscultado com o paciente inclinado para frente ou em posição com quatro apoios, mantendo-se em expiração. • Normalmente mais escutado no maior local de inflamação.
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