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1 
 
Disciplina: Administração Escolar: teoria e prática 
Autores: D.r Marcus Quintanilha da Silva 
Revisão de Conteúdos: Esp. Marlon Richard Alves Pillonetto 
Revisão Ortográfica: Esp. Marlon Richard Alves Pillonetto 
Ano: 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral 
ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe 
da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas 
solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 
 
2 
 
Marcus Quintanilha da Silva 
 
 
 
 
Administração escolar: teoria e 
prática 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2017 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
SILVA, Marcus Quintanilha da. 
Administração Escolar: teoria e prática / Marcus Quintanilha da Silva. – 
Curitiba, 2017. 
44 p. 
Revisão de Conteúdos: Marlon Richard Alves Pillonetto. 
Revisão Ortográfica: Marlon Richard Alves Pillonetto. 
Material didático da disciplina de Administração Escolarl: teoria e prática 
– Faculdade São Braz (FSB), 2017. 
ISBN: 978-85-5475-143-2 
 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da disciplina 
 
Esta disciplina tem por objetivo aprofundar conceitos da Administração 
Escolar. Desse modo, inicialmente, entende-se como um conceito bastante 
amplo e interpretado de diversas formas de acordo com o contexto histórico no 
qual está inserido. Por isso, o mesmo será trabalhado em abordagens distintas: 
histórica, conceitos contemporâneos, organização da escola e gestão 
democrática. Para isso, as quatro aulas buscarão trabalhar essas abordagens 
de forma sequencial e dialógica, sem perder de vista os autores de referência e 
a discussão da experiência profissional de cada um. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Aula 1 - Histórico das teorias de Organização e Administração Escolar 
 
Apresentação da aula 1 
 
A administração escolar é reconhecida como um elemento importante da 
qualidade da educação e organização da escola. Não obstante, esse conceito 
tem um aspecto histórico importante, haja vista que no decorrer do percurso da 
pesquisa educacional no Brasil, ele passou por algumas interpretações. Desse 
modo, nesta aula, objetiva-se explorar alguns autores clássicos, buscando 
apreender essas interpretações e críticas aos mesmos. 
 
 
1.1 Considerações iniciais 
 
O marco histórico legal do direito a educação no Brasil remonta o contexto 
da Constituição Federal de 1934, onde, pela primeira vez na história desse país, 
o Poder Público incorporou em sua Carta Magna a educação como uma política 
pública e de sua responsabilidade. Desde então, apesar de avanços e 
retrocessos em termos legais e políticos, a educação teve um aumento de 
demanda e complexidade em seu contexto. 
A Administração Educacional faz parte desse processo, sendo 
progressivamente reconhecida como elemento de importância na qualidade da 
educação e organização da escola. É nesse sentido que iniciamos nossos 
estudos em Administração Escolar. 
 
1.2 Contexto inicial: estudo sobre administração escolar no Brasil de 1930 
a 1970 
 
No Brasil, existem algumas demarcações históricas acerca dos estudos 
sobre administração escolar. O diálogo desta aula se dá a partir do estado da 
arte de Souza (2007), que elaborou em parte da sua tese de doutorado uma 
revisão e análise de estudos sobre administração escolar em nosso país durante 
o século passado. 
 
7 
 
Ainda que a grande expansão do atendimento da demanda educacional 
brasileira tenha começado algumas décadas aquém, a partir da terceira década 
do século XX começaram a surgir alguns estudos sobre administração escolar. 
E este pano de fundo se remete à ampliação do acesso, a pressão social da 
população de atendimento por parte do Estado, a Constituição Federal de 1934, 
inovadora em termos legais do direito a educação e a crescente complexidade 
do contexto educacional, que começa a preocupar-se com questões que vão 
além da aprendizagem no contexto de sala de aula. 
De acordo com Souza (2007), um dos primeiros autores a trazer a 
administração escolar para o contexto da pesquisa educacional é Antônio 
Carneiro de Leão. Em 1939 ele inicia estudos através de análise comparada com 
outros países e sistemas de ensino, enfatizando a figura do diretor escolar, um 
sujeito que era, sobretudo, um defensor da política educacional e dos interesses 
do Estado. O mesmo defendia o diretor como um professor e tratava este como 
sinônimo da administração educacional, já que a escola era a “cara” do diretor. 
Complementando a descrição dos estudos desse autor, o mesmo enfatizava que 
o diretor era um elemento de execução de funções administrativas e, para ele, 
na visão de Souza (2007), o pedagógico do diretor estava justamente no fato de 
exercer bem a parte administrativa, possibilitando uma educação de qualidade 
para a escola. 
A característica deste, e de outros estudos que comentaremos nessa 
aula, é que eram provenientes de modelos de pesquisa dos Estados Unidos, 
que, além da perspectiva de análise comparada de Leão, tinham um caráter 
prescritivo, ou seja, descrevendo como a escola deveria ser, e não como ela era. 
Outro autor citado na obra de Souza (2007) é José Quirino Ribeiro. Este, 
pela interpretação do nosso autor de base [Souza], pouco dialogava com a 
prática escolar, pois entendia que processos da administração científica, 
basicamente de F. W Taylor e H. Fayol, eram, ao menos teoricamente, aplicáveis 
ao contexto escolar brasileiro. 
Em textos publicados na década de 1950, Ribeiro lidava mais com 
sugestões para a organização da administração escolar do que efetivamente 
com a função do diretor. O cenário de construção teórica desse autor tinha como 
justificativa o crescente aumento da demanda e, consequentemente, da 
complexidade da escola, que implicava na necessidade de maior discussão 
 
8 
 
acerca da temática na qual vinha trabalhando. Sobre Ribeiro, Souza (2007, p. 
19) discorre que: 
 
O autor reconhece que a administração escolar tem a tarefa de 
organizar e coordenar os trabalhos escolares, a partir de informações 
coletadas na própria fonte dos problemas educacionais, uma vez que 
admite que nenhuma regulação estatal acerca dos currículos pode 
cercear a liberdade de condução da ação pedagógica do professor. 
 
Em resumo, o autor comentado reconhecia a necessidade de avanço na 
temática e via no cientificismo da administração uma possibilidade de teorizar 
com maior consistência a discussão. O antes (previsão, planejamento e 
organização), durante (assistência e comando na execução) e depois (espécie 
de mediação) eram tidos como fundamentais e complementares no processoadministrativo da escola. Os três eixos: materiais, humanos e legais, também 
eram considerados nas ações do administrador escolar. Por fim, foi o primeiro 
de uma série de autores a problematizar a face política da escola, sua 
administração e direção. 
Importante 
Para Souza (2007), os meios materiais são a utilização dos 
recursos financeiros, os legais são os que embasam e 
respaldam juridicamente os processos que ocorrem na gestão 
e os meios humanos, considerados o mais importante, são 
referentes às relações cotidianas na escola 
 
 
Fonte: ©Freepik. 
Link da imagem: <https://www.freepik.com/free-vector/infographic-school-
template_710565.htm#term=educacão&page=1&position=44>. 
 
9 
 
 
Ainda em diálogo com a revisão de Souza (2007), em 1963, Manoel 
Bergström Lourenço Filho, ao lançar sua obra sobre administração escolar, 
torna-se referência ao buscar respostas que não estivessem no modelo 
burocrático da escola. 
Segundo o autor, a burocracia se sobressaindo a outros aspectos da 
administração perdiam a razão de sua essência. Há uma ênfase em Lourenço 
Filho, diferentemente de outros autores aqui citados, nas relações interpessoais 
e o diretor escolar como coordenador desse processo. 
O destaque da obra de Lourenço Filho, e inovação para a época, é a 
busca da superação de uma análise burocrática para a proposição de uma 
reflexão da escola através de um sistema social, pois para o mesmo, uma escola 
tem uma boa administração através de “planejamento, estrutura burocrática e 
controle da dinâmica organizacional” (RIBEIRO; MACHADO, 2007, p. 22). 
Os estudos sobre Administração Escolar eram, até a década de 60, 
voltados a resolver os problemas da escola pensando nas ações administrativas 
e burocráticas. Lourenço Filho (1963) representa uma ruptura a essa ideia, ao 
enfatizar na sua obra que enfatiza a busca e a superação de uma análise 
burocrática para a proposição de uma reflexão da escola através de um sistema 
social, com planejamento, estrutura burocrática e controle da dinâmica 
organizacional. 
Sobre as responsabilidades do diretor escolar, Souza elenca, na visão 
de Lourenço Filho, que: 
 
Lourenço Filho enumera uma série de procedimentos necessários ao 
dirigente escolar na busca de eficiência e de influência sobre as 
atividades de ensino que vão desde o processo de sistematização dos 
objetivos, readequação da relação meios e fins, até os cuidados com 
os edifícios escolares, zelo na frequência dos alunos, regularidade com 
a documentação escolar, inspeção do trabalho dos professores, 
avaliação dos resultados de todo o trabalho. (SOUZA, 2007, p. 47) 
 
Portanto, a visão de Lourenço Filho ia além das questões 
administrativas. No decorrer de suas obras, o autor sempre destacou a razão 
pedagógica da administração escolar e do diretor como sendo uma parte 
integrante do trabalho deste. É uma mudança no olhar da administração escolar, 
 
10 
 
que, no Brasil, começa a ser sedimentado por ele e outros pesquisadores 
contemporâneos à sua época. 
 
1.2.1 Anísio Teixeira e a contemporaneidade de seus estudos 
 
Um dos grandes educadores e gestores educacionais da história do 
Brasil é Anísio Teixeira. Jurista, educador, intelectual e escritor, viveu de 1900 a 
1971 e ainda é reconhecido como um homem à frente de seu tempo. Seus 
trabalhos são tidos como referências ainda atuais pela visão de presente e futuro 
que embasam suas obras. Dentre as suas críticas, segue como uma das 
principais o modelo centralizador da ditadura do Estado Novo de 1937 a 1945, 
pela perda de autonomia das escolas e sistemas de ensino. Segundo o autor, a 
autonomia das escolas é fundamental, sendo fiscalizada e normatizada por 
órgãos centrais. 
Para Anísio Teixeira, a administração escolar precisava caminhar com a 
crescente complexidade da escola, objetivando a organização da escola. Este 
considerava a administração como uma forma de poder e, no caso dessa na 
escola, uma ação política e pedagógica, com uma essência baseada na função 
de educar e no trabalho dos professores. 
Os estudos de Anísio Teixeira sobre a administração escolar são, em 
sua grande maioria, prescritivos, elencando como as coisas deveriam ser. O 
autor focaliza em sua obra três principais temáticas: a) a diferença entre a 
administração empresarial e a administração escolar; b) a administração escolar 
como tarefa a ser executada por um educador ou professor; c) a democratização 
da escola. 
 Na primeira temática, o embate entre administração empresarial e 
escolar se dá justamente pelo fim educacional, tendo em vista que na empresa 
o ato de administrar se volta para o planejamento máximo e a execução mínima, 
ou seja, a busca do lucro, enquanto na educação o fim é o professor e as 
condições de trabalho do mesmo. 
Na segunda proposição, a execução da administração escolar a ser 
dada por um professor é necessária pelo fim da gestão educacional, que é o 
ensino. Nesse aspecto, o autor faz uma crítica ao despreparo do professor 
 
11 
 
brasileiro para assumir essa função, reconhecendo que é necessária maior 
formação especializada para tal. 
Por fim, o terceiro tema traz a democratização da escola, criticando o 
perfil autoritário e elencando a gestão democrática e participação dos 
profissionais da escola nos processos decisórios como algo importante na escola 
pública. Complementa esta crítica ao excesso de burocratização dos sistemas e 
da administração escolar, que eventualmente desvia o foco da direção escolar 
para as atividades meio, e não o fim, que é o ensino. 
 
Vocabula rio 
Atividade meio: é aquela atividade que não é inerente ao 
objetivo principal da instituição, isto é, refere-se ao serviço 
necessário, porém que não tem relação direta com a 
atividade principal da instituição. 
 
Atividade fim: é a atividade que identifica a área de uma 
instituição, na qual são desenvolvidos processos de trabalho 
que caracterizam de forma evidente às ações que por 
definição constituem o objetivo para o qual a instituição foi 
criada. 
 
 
Saiba Mais 
Célia Maria Ferreira Cordeiro faz um resgate interessante da 
visão futurista de Anísio Teixeira. Trata-se de um texto 
acadêmico que auxilia no entendimento da obra deste grande 
educador: Anísio Teixeira, uma "visão" do futuro. 
Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S01
03-40142001000200012>. 
 
1.3 Discussão sobre administração e gestão escolar da década de 1970 a 
1990: a diferenciação entre administração e diretor escolar 
A partir de meados da década de 1970, a discussão sobre a temática 
dessa aula ganha contornos de densidade. Na revisão de estudos em 
 
12 
 
administração escolar de Souza (2007), Myrtes Alonso se destaca, em 1976, não 
pelo avanço na temática, mas pela contemporaneidade do seu tempo. 
Em meados da ditadura, a autora reforça aspectos como a hierarquia do 
diretor, o insucesso da administração da escola pelo diretor ser um professor e, 
por esse motivo, não ter conhecimento científico de administração, pouca 
produção acadêmica e, por isso, a legislação ser a reguladora das ações 
administrativas e, consequentemente, insuficiente para dar conta da atividade 
meio. 
Diferentemente de Myrtes Alonso, Benno Sander não considera a 
administração escolar como ramo da administração geral. O autor discute a 
temática como um ato político e pedagógico. 
Apesar do autor enfatizar a participação, pouco aprofunda a questão no 
que diz respeito à face política. Sobre a função do dirigente escolar, Souza 
(2007) elenca critérios relevantes desse sujeito: sua relevância, relacionando 
com a dimensão humana; a efetividade, relacionada à dimensão sociopolítica; a 
eficácia, voltada à dimensão pedagógica; e a eficiência, aspecto característico 
da dimensão econômica. 
É ao final dos anos 1970 e início da década de 1980 que os autores 
passam a escrever críticas a trabalhos anteriores, em particular diferenciandoconceitos como administração escolar e diretor de escola e dos escritos 
demasiadamente técnicos sobre administração. É nesse contexto que Miguel 
Arroyo passou a aprofundar em seus estudos as relações de políticas que 
envolvem a gestão escolar. Para esse autor, a administração escolar não era, 
conforme autores anteriores apontavam, a solução dos problemas educacionais, 
pois havia um pano de fundo mais amplo, que envolvia a organização da 
economia e do Estado, de influência direta no contexto educacional. Sobre a 
discussão de Arroyo, a administração é uma forma de poder. Souza (2007, p. 
68) enfatiza que, para esse autor, “as relações de poder estão no epicentro do 
objeto da administração”. 
A complementação do constructo de Arroyo se dá na sua preocupação 
com o fazer pedagógico e os objetivos da escola, uma vez que para ele quem 
administra a escola precisa conhecê-la. 
Ao longo da década de 1980, autoras como Maria Dativa Gonçalves, 
Maria de Fátima C. Félix, Acácia Z. Kuenzer Zung, entre outras, dão continuidade 
 
13 
 
às discussões contemporâneas sobre administração escolar, questionando a 
mesma como um remédio para a educação. Tais autoras elencam questões 
como a lógica capitalista na administração escolar, a formação continuada do 
diretor seguindo preceitos empresariais e o não reconhecimento da face política 
da administração da escola por parte de autores anteriores. 
 
 
1.3.1 Vitor Henrique Paro e a crítica aos estudos sobre administração 
escolar 
 
É na virada dos anos 1980 e 1990 que Vitor Henrique Paro surge como 
um autor de referência para as pesquisas da época. A crítica do autor sobre 
estudos clássicos de administração escolar no Brasil se baseiam em dois 
aspectos: a) o uso da administração empresarial na escola; b) a crença que vinha 
sendo construída sobre a não necessidade de administração na escola, apesar 
do reconhecimento dos mesmos sobre a especificidade da mesma no contexto 
escolar. 
Em citação de Ângelo Souza sobre a obra de Paro: “Administração é a 
utilização racional de recursos para a realização de fins determinados. Assim 
pensada, ela se configura como uma atividade exclusivamente humana”. 
(PARO, 1988, p. 18 apud SOUZA, 2007, p. 86). Sendo assim, a racionalidade no 
uso dos recursos, visando os fins da escola, é de responsabilidade do diretor, ou 
seja, um aspecto da administração no contexto escolar. Sobre a face política e 
as disputas de poder, o autor considera o diretor como um sujeito no centro 
desse processo e, consequentemente, visto pela escola e a comunidade como 
figura máxima. 
Tal autor ainda problematiza a questão ao discorrer sobre a questão do 
diretor como representante do Estado. Como grande parte dos problemas 
educacionais são solucionados ou normatizados pelos sistemas de ensino, 
acredita-se que uma transformação da administração, contemplando a face 
técnica e política da função, seria importante, pois 
 
Esta interface exige a percepção política e a intervenção técnica da 
administração escolar sobre os currículos, métodos de ensino, 
pessoal, etc., com vistas ao incremento da luta para a transformação 
da sociedade, envolvendo mais a participação da comunidade nas 
 
14 
 
suas decisões e apoiando a ampliação da participação da população 
nas diferentes instâncias da sociedade. (SOUZA, 2007, p. 92) 
 
Apesar dessa abordagem, Paro não tem como destaque a face política 
da administração. Destaca a importância da face técnica, da necessidade do 
conhecimento técnico da função, mas acredita que a técnica só será importante 
se estiver ligada aos objetivos da escola, se estiver a serviço dos fins 
educacionais. Dessa forma, mostra a importância do diretor escolar na 
coordenação dos processos administrativos que visam uma transformação 
social, e não essencialmente na busca e conquista do poder, uma espécie de 
transformação do poder. 
Por fim, importa nesse momento elencar a importância do autor de base 
Ângelo Ricardo de Souza. Trata-se de um renomado professor e pesquisador, o 
qual sua obra é voltada, entre outras temáticas, para a gestão da escola e dos 
sistemas de ensino. Nesse sentido, frisa-se o papel desse importante autor na 
construção, seja dessa aula, ou da gestão escolar como campo de pesquisa da 
política educacional. 
 
 
Resumo da aula 1 
 
Nesta aula discutiu-se duas demarcações em termos de estudos sobre 
administração escolar: de 1930 a 1970 e desta última demarcação até meados 
dos anos 1990. 
Em cada percurso foi discutido, com base na tese de doutorado de Ângelo 
Ricardo de Souza (2007), alguns autores que tiveram estudos de referência 
sobre administração escolar no Brasil. Destacou-se no primeiro intervalo 
temporal Anísio Teixeira, referência pela sua contemporaneidade, e, no segundo 
intervalo, Vitor Henrique Paro, pela forma de lidar com um ponto de equilíbrio 
entre a administração e a especificidade do contexto escolar. 
Ademais, resume-se em diferentes formas de lidar com a temática, em um 
momento privilegiando questões técnicas da administração geral na escola e em 
outros trabalhando a face política e pedagógica em conjunto ou criticando a 
burocratização da escola. 
 
 
15 
 
Atividade de Aprendizagem 
Considerando os conceitos trabalhados até aqui, faça um 
exercício de síntese, elencando aspectos que, na sua 
experiência profissional ou pessoal, você considera como 
ideal em uma administração escolar. 
 
 
Aula 2 – Gestão e Administração Escolar: conceitos contemporâneos 
 
Apresentação da aula 2 
 
Alguns autores consideram gestão e administração educacional como 
conceitos distintos. Desse modo, nesta aula, objetivamos explorar algumas 
dessas nuances e, em um foco maior, trazer conceitos contemporâneos que 
caracterizam a gestão da escola pública, como a democratização e a autonomia, 
considerando que, no caso de instituições educativas privadas, o primeiro 
conceito é menos aplicável, ao menos nos termos legais. 
 
 
2.1 Considerações iniciais 
 
A discussão dessa aula, administração escolar, tem suas diferenças em 
sua concepção ao longo do século passado, assim como vimos na aula anterior. 
Nesse momento, interessa-nos um aprofundamento acerca da 
contemporaneidade da administração escolar, buscando diferenças e 
semelhanças com o conceito de gestão e a discussão de outros aspectos como 
a democratização e a autonomia de gestão. 
 
2.2 Gestão e administração escolar: aproximações conceituais 
 
Para iniciar a discussão, trazemos Anísio Teixeira (1961) e sua 
diferenciação em dois tipos de administração escolar: a) a administração 
mecânica, essencialmente fabril, onde o planejamento é mais importante que a 
execução, tendo na administração a parte mais importante do processo de 
 
16 
 
produção, já que são responsáveis por planejar e ter como resultado uma 
produção em larga escala com o menor esforço possível; b) um tipo de 
administração oposta à primeira, na qual a execução é entendida como mais 
importante do que o planejamento, ainda que não se ignore essa etapa. 
No caso da administração, ou gestão escolar, a questão é bem mais 
complexa. A efetividade do trabalho escolar não depende só de um bom 
planejamento. A relação professor e aluno e o aprendizado deste último são o 
fim específico de uma instituição de ensino, e, nesse sentido, o trabalho do 
professor se torna protagonista nesse processo, confrontando com a primeira 
visão de administração de Anísio Teixeira. 
Na visão de Vitor Paro (1986), a administração implica no uso racional 
de recursos, visando determinados fins, considerando que a gestão é um modo 
que objetiva que os fins aconteçam e, no caso da escola, o diretor é, 
normalmente, o coordenador desse processo. Seu trabalho é em busca de 
maiores condições para que os fins aconteçam. Apesar de estar em uma função 
na qual a atividade fim não é executada por ele, o mesmo a conhece de forma 
que suas decisões e, emum contexto democrático, as decisões coletivas por ele 
mediadas, vão ao encontro da atividade fim, em uma razão pedagógica como 
pano de fundo. 
 
 
Fonte: ©Freepik. 
 
17 
 
Link da imagem: <https://www.freepik.com/free-photo/multi-ethnic-group-of-young-men-
and-women-studying-indoors_1174221.htm>. 
 
A face política do processo e, consequentemente, a face política da 
função do diretor escolar, precisam ser consideradas, pois, no limite, a gestão 
escolar é a execução da política e tem no diretor um condutor desse processo. 
Política é, sobretudo, disputa de poder, e o diretor, coordenador da 
administração escolar, está imerso a essa disputa, pois como tem o poder de 
tomada de decisão controla boa parte das relações. Dessa forma, destaca-se 
que a administração é poder e quem administra domina as relações de poder 
(SOUZA, 2012). 
Vimos na primeira aula como a concepção de administração empresarial 
foi apresentada como parâmetro para a gestão educacional e que sua 
propagação se deu no sentido de que, na interpretação dos autores teóricos, os 
problemas da escola se resumiam a aspectos administrativos. O planejamento 
é o foco e essa adequação aos meios é fundamental para atingir-se os fins, uma 
produção alta com pouco esforço. 
O que estamos discutindo nesses conceitos contemporâneos é a 
administração escolar sob outro ponto de vista, proveniente da natureza das 
funções, dos objetivos e dos valores das escolas, com base na formação 
sociocultural e humana dos sujeitos. O modo de condução de uma escola acaba 
por refletir concepções, singularidades, valores que são diferentes da lógica 
capitalista da administração científica. Portanto, trata-se, sobretudo, de objetivos 
diferentes da administração empresarial da escolar, pois caminham por direções 
distintas. 
Isto posto, em nossa aula não se diferencia administração escolar e 
gestão escolar, mas sim administração escolar de empresarial, justamente pelos 
motivos postos na discussão dessa aula. 
Todavia, a gestão escolar, entendida como mediação entre recursos 
financeiros, materiais, humanos e pedagógicos, implica na busca do objetivo que 
é a formação humana, mais profunda que o ensino. O que diferencia no contexto 
atual é a concepção de gestão democrática, que visa a participação dos 
sujeitos da comunidade escolar, seja na construção dos documentos como a 
proposta pedagógica e o regimento, na elaboração de projetos, tomadas de 
 
18 
 
decisão das mais diversas instâncias, escolhas coletivas como a eleição de 
diretores, entre outras. 
Na visão de Vitor Paro, a especificidade da gestão educacional se dá nos 
meios e nos fins, onde a emancipação cultural, a ação transformadora da escola, 
a formação para a cidadania, são fins que dependem dos executores e dos 
meios, ou seja, planejamento e execução caminhando juntos. Assim, a gestão 
escolar voltada para a transformação social se contrapõe à centralização do 
poder na instituição escolar e nas demais organizações, com a participação dos 
sujeitos da comunidade escolar, profissionais da educação como um todo, 
forçando um repensar das concepções de trabalho, as relações sociais do 
interior da escola, sua organização, a natureza e o caráter específico de uma 
instituição de ensino e as condições de trabalho docente. 
 
2.3 Gestão escolar, democratização e autonomia: aspectos legais 
 
A qualidade da educação é um tema com alguma controvérsia, ainda 
que estudos como de: Dourado, Oliveira e Fernandes (2007), Gouveia, Souza e 
Schneider (2011), Silva (2017), dentre outros, discutam aspectos que tem 
convergência na comunidade escolar a respeito do tema, seja no plano teórico 
ou prático. Tais tópicos dizem respeito às condições de oferta, ou condições de 
qualidade na oferta, em que a lógica avaliativa em cima de resultados de larga, 
utilizada de forma ampla e controversa, é tomada como consequência de boas 
condições de dar-se uma aula de qualidade. 
Nesses estudos, entende-se que a gestão escolar é a articuladora-
mediadora nesse processo, seja a nível ente federativo, através da gestão dos 
sistemas de ensino, ou na escola através da equipe gestora. 
Na gestão dos sistemas de ensino e das escolas não se pode ignorar o 
jogo político que, junto com a burocracia, são fatores que limitam ou 
potencializam as ações de gestão e administração educacional, seja no 
estabelecimento das prioridades pelo poder público, o investimento financeiro do 
ente federativo em regime de colaboração com os demais entes até a concepção 
da gestão política do município, estado ou a própria União. 
Pela sua complexidade, gerir qualquer sistema envolve habilidade 
gerencial, conhecimento em educação e influência política de modo a atingir os 
 
19 
 
objetivos propostos pelo Poder Público e a garantia da efetividade do direito à 
educação para a população. 
Quando a escola é contemplada com investimento, infraestrutura, bons 
profissionais, materiais pedagógicos de qualidade, atendimentos suplementares, 
cabe à gestão da escola articular uma forma que todos esses fatores atuem em 
conjunto. Essa articulação passa pela gestão democrática, que culmina na 
comunidade escolar e profissionais da educação com a sensação de sujeitos 
pertencentes àquela escola. 
 
 
Fonte: ©Freepik 
Link da imagem: <https://www.freepik.com/free-vector/colorful-hands-
silhouettes_805442.htm#term=hand&page=2&position=0>. 
 
2.3.1 Breve histórico da trajetória da gestão democrática 
 
O histórico da gestão democrática coincide com a trajetória da oferta e 
responsabilidade pela educação no país. Isso porque o caráter descentralizador 
do sistema educacional brasileiro desde os tempos dos jesuítas é característica 
marcante até os dias atuais. 
Desde a chegada dos jesuítas e outras companhias religiosas, o ensino 
é descentralizado, ou seja, não existia um poder central que efetivamente 
detinha o controle da formação educacional no país. Essa prática se estendeu 
 
20 
 
por todo o Brasil Império, culminando em ações pontuais de municípios e 
estados no sentido de democratizar a educação no país. 
A evolução desigual em termos econômicos em nosso país contribuiu 
para que tivéssemos um investimento diferenciado nas regiões brasileiras. E a 
responsabilidade do ensino público básico se manteve aos estados e municípios, 
cabendo ao Governo Federal a regulamentação e complementação, além de 
alguns institutos de educação de ensino médio e as Universidades. Com isso, a 
democratização do ensino evoluiu a passos muito lentos, enquanto tínhamos 
localidades com um grande número de alfabetizados, outras eram compostas 
basicamente por analfabetos. 
A luta pela democratização da educação no país começa a tomar corpo 
à medida que a sociedade civil e acadêmica começa a mobilizar-se, em particular 
a partir da década de 1930 com as Conferências de Educação. 
A partir dos anos 1980, com a redemocratização política as associações 
se reinventam e passam a construir ideias coletivas em torno das questões 
educacionais, algumas em pauta na agenda brasileira até hoje. 
 
2..3.2 Princípios básicos da gestão democrática na lei 
 
A partir de 1988 o nosso país foi invadido por uma onda democrática, 
fruto de uma ditadura longínqua e um movimento social de proporções 
gigantescas denominado Diretas Já. A materialização dessa onda foi em forma 
de um documento conhecido popularmente como Constituição Cidadã, a nossa 
atual Constituição Federal (CF). A educação passou a respirar ares 
democráticos, em particular com a democracia nas escolas. 
Na CF a gestão democrática é um princípio elencado no art. 206. Na 
redação do artigo supramencionado, o princípio é descrito como: 
 
Art. 206 [...] 
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei. 
 
Tratando-se de um princípio, a democracia passa a transformar os 
ambientes escolares. Na LDB é descrito com mais detalhes o que vem a ser 
essa novaprática nas instituições de ensino público. 
 
21 
 
Reforçada nos princípios do ensino no país, a gestão tem uma 
modificação interessante, passando a responsabilidade da legislação do tema 
aos sistemas de ensino, através do texto do inciso VII do art.3º. A descrição 
“gestão democrática do ensino público, na forma desta lei e da legislação dos 
sistemas de ensino” do inciso em questão confirma nosso pensamento. 
O art. 14 da legislação é o mais importante em termos de gestão 
democrática. A redação do artigo descreve que: 
 
Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do 
ensino público na educação básica, de acordo com as suas 
peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto 
pedagógico da escola; 
II - participação das comunidades escolar e local em conselhos 
escolares ou equivalentes. (BRASIL, 1996, art. 14) 
 
Esse texto é fundamental, pois estabelece autonomia aos sistemas de 
ensino na definição das formas de gestão, no entanto elenca princípios 
democráticos que nortearão o ensino público. Ainda que o foco da disciplina 
esteja voltado para a educação básica, o art. 56 complementa essa ideia com a 
inclusão das instituições de ensino superior nos princípios elencados, fundando 
e mantendo órgãos colegiados deliberativos. 
Portanto, cada sistema de ensino é responsável pela sua legislação que 
contemple a democracia nas escolas. Chama a atenção a ausência de eleições 
para direção da escola, o que permite aos sistemas indicações ou concursos 
específicos para o cargo, práticas vistas com ressalva pela literatura 
especializada. 
Souza et al. (2005) ressalta que há um mito, o qual precisamos 
desmistificar antes de prosseguir ao item seguinte: a equipe diretiva não é o 
coração da escola. 
A relação entre professores e alunos sempre será o ponto principal e as 
ações da escola (inclusive o modelo de gestão) são voltadas para o 
aprimoramento dessa relação e a melhoria da qualidade de ensino. 
Na seção posterior discutiremos formas de aplicação dos instrumentos 
de gestão democrática na gerência dos sistemas de ensino e das escolas. 
 
22 
 
Importante 
A municipalização do ensino, fenômeno que ganhou força a 
partir de 1988, foi acompanhada da abertura de boa parte das 
escolas para a eleição de sua equipe diretiva. Poucos 
municípios tinham essa prática anteriormente; Curitiba – PR, 
por exemplo, elegeu seus primeiros diretores com o voto da 
comunidade escolar em 1988, tendo uma eleição com votos de 
colegiados anterior a essa. 
 
 
2.3.4 Democratização e autonomia 
A clareza da função social da escola implica a adoção ou não de 
processos de democratização. Mais que isso, essa função também implica em 
refletir sobre algumas perguntas: “A escola tem que serventia?” “Quais suas 
funções?” “Como lidamos com a pluralidade de funções atribuídas a ela?”. 
Na perspectiva dessa aula, a função da escola tem como objetivo a 
criação de projetos educacionais em uma perspectiva inovadora e 
transformadora, nos quais a coletividade se sobreponha à individualidade. 
Portanto, fundamenta-se que todos que lidam no interior da instituição precisam 
ser considerados em seus espaços e, além disso, que esse espaço social é 
muito suscetível às relações políticas, sejam no nível do sistema de ensino ou 
na própria escola. 
Nesse sentido, os processos dinâmicos que são vivenciados no interior 
do Estado e da sociedade civil também são indicadores de maiores ou menores 
possibilidades da gestão escolar. 
Sendo assim, a democratização da escola aparece como uma 
possibilidade de avançar em termos de efetividade do papel social da escola 
pública. As legislações brasileiras indicam, ao menos em alguns pontos 
importantes, como a construção da proposta pedagógica e a existência de 
conselhos escolares ou equivalentes, com efetividade nos processos decisórios 
da escola. 
As autonomias dos entes federativos, assim como na escola, são 
abordadas nas principais legislações que versam sobre a temática. Inicialmente, 
 
23 
 
é interessante observar o perfil de autonomia do ente federado no Brasil. No 
caso brasileiro, União, estados e municípios tem autonomia política, 
administrativa e de gestão dos recursos, contanto que não sejam baseados em 
ações inconstitucionais e exceções que a Constituição indica intervenção 
federal. No caso da educação, a CF/88, com reforço da LDB, vai elencar 
responsabilidades educacionais para os entes, educação infantil para os 
municípios, ensino médio para os estados e ensino fundamental em regime de 
colaboração entre ambos. 
Sobre a autonomia da escola, esta depende inicialmente da regulação dos 
sistemas de ensino. Além disso, há que ressaltar-se que uma escola cada vez 
mais autônoma irá depender cada vez mais de descentralização de recursos. 
Para esse entendimento, é importante o art. 15 da LDB, cujo discorre que: 
 
Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de 
educação básica que os integram progressivos graus de autonomia 
pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as 
normas gerais de direito financeiro público. (BRASIL, 1996, art. 15) 
 
No caso brasileiro, as redes e sistemas de ensino normalmente 
centralizam os recursos de grande monta, como pagamento de remunerações e 
grandes investimentos em infraestrutura e tecnologia. Ademais, os recursos que 
são descentralizados costumam servir de compra de materiais de expediente, 
pedagógicos, pequenos reparos, etc. Portanto, esses progressivos graus de 
autonomia são bastante relativos, na medida que, devido ao modelo de gestão 
de ensino, esse é bastante limitado. 
 
 
Resumo da aula 2 
 
Nesta aula, em um primeiro momento, a discussão permeou algumas 
diferenciações do modo como a administração escolar foi abordada na literatura 
do século passado com as visões mais atuais, entendendo a especificidade da 
educação como um fim diferente da administração empresarial. Logo após, a 
reflexão, principalmente com base em Vitor Henrique Paro, culminou com uma 
breve reflexão sobre democratização e autonomia, fundamentais para entender 
o decorrer de nossas aulas e os novos conceitos de gestão da escola. 
 
24 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
Considerando aspectos de planejamento educacional e 
execução por parte do professor, qual ponto você considera 
mais importante para que essa relação seja efetiva no 
processo de ensino-aprendizagem? Por quê? 
 
 
 
Aula 3 – Gestão democrática: conceitos teóricos e a organização do 
trabalho escolar e pedagógico 
 
Apresentação da aula 3 
 
A discussão sobre gestão democrática é um avanço do perfil de 
abordagem da administração escolar que entendia como solução aos problemas 
da escola a aplicação de conceitos da administração empresarial. Lidar com 
esse conceito contemporâneo é entender que os processos decisórios da escola 
podem ter maior participação da comunidade escolar, integrando a mesma à 
instituição de ensino, tornando a gestão menos autoritária e construindo uma 
coletividade no contexto escolar. Nesse sentido, esta aula abordará uma 
discussão sobre a temática e questões da organização do trabalho pedagógico 
e escolar com esse pano de fundo. 
 
 
3.1 Considerações iniciais 
 
Lidar com gestão democrática da escola é algo impensável em contextos 
políticos ditatoriais e antidemocráticos. É por isso que tal discussão inicia seus 
passos após a CF/88, a qual traz ares democráticos após 21 anos de ditadura 
militar. Não obstante, o próprio percurso histórico da educação brasileira tem 
correlação com contextos políticos democráticos, tidos como momentos de 
maior avanço na discussão e efetividade da educação no país. É nesse contexto 
 
25 
 
que passamos a discutir a gestão democrática e pensar ela na organização da 
administração escolar. 
 
3.2 Gestão democrática: discussão teórica e conceitosO texto de Moacir Gadotti nos oferece um contexto inicial para pensar-se 
a gestão democrática. Sobre o tema, o autor introduz questões de contexto: 
 
O tema da gestão democrática da educação com participação popular 
ganha ainda mais relevância hoje, no momento em que se discute a 
criação do Sistema Nacional de Educação que define a articulação e 
a cooperação entre os entes federados. Essa lógica colaborativa só 
tem sentido se for cimentada pela gestão democrática e tiver por 
finalidade a construção de uma “sociedade livre, justa e solidária”, 
como determina o Inciso I do artigo terceiro da Constituição Federal de 
1988 (GADOTTI, 2014, p. 2). 
 
Há uma série de documentos internacionais e nacionais que vão abordar 
a importância da gestão democrática, seja no âmbito dos sistemas de ensino ou 
nas escolas. A gestão democrática dos sistemas de ensino, por exemplo, é 
interpretada como “uma das dimensões fundamentais que possibilitam o acesso 
à educação de qualidade”, na formação de um cidadão e como “princípio da 
educação nacional” da elaboração de “planos de desenvolvimento educacional” 
e de “projetos político-pedagógicos participativos” (BRASIL, 2011, p. 59-60). 
Dourado (2000) vai entender a temática como um processo de luta política 
e aprendizado, que não se limita na prática educativa, mas tem uma visão nas 
especificidades da escola e de sua autonomia, possiblidades de participação e 
aprendizado da democracia e de como ser um cidadão que atua na sociedade 
de forma democrática, avançando no pensamento na reflexão sobre formas 
autoritárias de exercer-se o poder, arraigadas em grande parte do país, 
independente da gestão de um ente federativo ou de uma escola, por exemplo. 
Podemos resumir, inicialmente, a definição de gestão democrática em 
 
A gestão democrática é aqui compreendida, então, como um processo 
político no qual as pessoas que atuam na/sobre as escolas, identificam 
problemas, discutem, deliberam e planejam, encaminham, 
acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao 
desenvolvimento da própria escola na busca da solução daqueles 
problemas. Esse processo, sustentado no diálogo, na alteridade e no 
reconhecimento às especificidades técnicas das diversas funções 
presentes na escola, tem como base a participação efetiva de todos os 
segmentos da comunidade escolar, o respeito às normas 
coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões 
 
26 
 
e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola 
(SOUZA, 2009, p. 125-126). 
 
A contribuição de Vitor Paro (2007) nessa temática se dá no contexto que 
é no campo da liberdade que a gestão escolar tem correlação com a questão 
democrática, não apenas porque é pela educação que se propicia acesso ao 
saber histórico, arte, ciência e cultura, mas também pelo fato de agregar à 
formação humana valores democráticos que contribuam até para uma cultura de 
paz entre a sociedade. Segundo Silva (2017, p.90), Paro “elenca aspectos que, 
ainda que pese o fato de tais reflexões serem objeto da empiria do ser humano 
na sociedade, são lógicos do ponto de vista de construção da cidadania e de 
uma cultura de paz”. 
A coletividade na tomada de decisões é exposta em Souza et al. (2005, 
p. 7), no qual os autores elencam que, “para planejar, decidir, coordenar, 
executar ações, acompanhar e controlar, avaliar as questões públicas, como a 
educação, é importante envolvermos o maior número possível de pessoas neste 
processo”, dando o sentido de diálogo e democratização no processo de gestão. 
Os princípios que norteiam o ensino no país têm como um de seus incisos 
a gestão democrática do ensino público. Essa constitucionalidade é abordada na 
CF/88, discorrendo que um princípio de ensino no país é a “gestão democrática 
do ensino público, na forma da lei” (BRASIL, 1988), reforçado pelo inciso VII do 
art. 3º da Lei n. 9.394/96, dando autonomia aos sistemas de ensino para que 
legislem a respeito, ainda que o próprio Plano Nacional de Educação atual, 
regulado pela lei n. 13.005/14, já tenha dado prazo para que as leis de gestão 
democrática sejam efetivadas nos sistemas de ensino, e, em um cenário 
nacional, ela ainda é pouco efetivada. 
O art. 14 da LDB lida com maior descrição sobre a gestão democrática. 
Basicamente, ele aborda a importância dos profissionais da educação na 
participação da elaboração da proposta pedagógica da escola e a participação 
da comunidade escolar em conselhos escolares ou equivalentes (BRASIL, 
1996). São questões interessantes, mas não suficientes, visto que na discussão 
da próxima aula poderemos acompanhar uma série de outros instrumentos que 
auxiliam na efetividade da gestão democrática nos sistemas de ensino e nas 
escolas. 
 
27 
 
Em Souza et al. (2005) são elencados alguns elementos que auxiliariam 
na efetividade da gestão democrática nas escolas, que serão brevemente 
comentados na aula 4. Cita-se cinco instrumentos de democratização dos 
sistemas e cinco da escola: Conferência da Educação, Conselho Municipal de 
Educação, Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF (agora 
FUNDEB), Orçamento Participativo (na educação) e eleições de dirigentes 
escolares, no caso do sistema, e Conferência Local da Comunidade Escolar, 
Conselho de Escola, Rotatividade no quadro de dirigentes da escola, Associação 
de Pais e Grêmio Estudantil, no caso das escolas. 
Ainda que não seja o único, as questões elencadas também se sustentam 
nas ações da escola. Silva (2017) discorre, baseado em Souza (2007), que 
questões relacionadas à remuneração do diretor, existência e frequência de 
reunião dos conselhos de escola, construção coletiva de proposta pedagógica e 
participação da comunidade, professores e funcionários, nas decisões são 
aspectos reconhecidos pela literatura como aspectos importantes para maior 
qualidade da educação. É claro que a leitura de tais aspectos no contexto escolar 
tem algumas vertentes, que precisam sempre de aprofundamento, mas tem 
reconhecimento e legitimidade pela literatura acadêmica e o contexto escolar. 
Dourado (2000) elenca algumas premissas sobre a gestão democrática e 
o pensamento de uma administração escolar contemporânea que se encaixam 
na temática de nossa disciplina: 
 
a) Efetivação da democratização do acesso, da permanência e da 
gestão; 
b) As políticas voltadas para o cotidiano escolar que não podem 
negligenciar essas esferas; 
c) Tais esferas se articulam, inexoravelmente, à defesa de um 
parâmetro mínimo de qualidade permeado pelo estabelecimento 
de novas interlocuções com a sociedade civil organizada; 
d) Isso implica lutar pela democratização da sociedade da qual essa 
faz parte e é parte constitutiva e constituinte. 
 
Além disso, o autor estabelece uma série de necessidades de 
reflexão/ação. Dentre elas, destacam-se: 
 
28 
 
 
a) Relativizar o papel da escola, por meio da problematização da 
relação entre sociedade e escola; 
b) Recuperar na escola, enquanto local de trabalho, o trabalho 
docente, por meio da distinção entre este e o “regente”, por duas 
categorias-chave: globalidade e dinamicidade; 
c) Problematizar as formas de provimento ao cargo de dirigente e a 
função do diretor na escola; 
d) Criar e consolidar novos mecanismos de democratização, seja na 
perspectiva da importância política e limitações do conselho 
escola/comunidade e/ou da construção de um projeto político-
pedagógico da escola; 
e) Rediscutir a organização do trabalho no interior da escola para 
além das bandeiras corporativas e funcionais: mecanismos de 
contratação coletiva, hora-atividade, pesquisa, identidade 
profissional, etc.; 
f) Rediscutir a autonomia e o papel dos movimentos no interior da 
escola: sindical e estudantis-grêmios livres, além de funcionários e 
pais, na medida em que entendemos que a efetiva participação não 
se decreta; 
g) Criar mecanismos de avaliação do projeto político-pedagógico,envolvendo avaliação docente, discente e institucional por meio da 
definição do parâmetro de qualidade (para quem e para que) da 
escola cidadã; 
h) Criar e garantir canais de democratização das informações entre 
todos os segmentos envolvidos; 
i) Lutar pela autonomia financeira da escola; 
j) Estabelecer canais de articulação com outras esferas (poder 
público, ONGs, empresas, igrejas, etc.). 
 
No entanto, Souza (2007) alerta que só instrumentos de gestão ou tópicos 
que sejam de alguma forma abordados podem ser mais ou menos democráticos. 
O diálogo é a precondição para isso, pois, quanto maior este se efetiva, mais se 
avança na democracia. Nesse sentido, a regra da maioria, a democracia 
 
29 
 
representativa é insuficiente para pensar na efetividade da gestão democrática. 
Entende-se que o diálogo e a alteridade são questões que de fato avançam no 
que diz respeito à questão. 
Vocabula rio 
Alteridade: natureza ou distinção do que é outro, do que é 
distinto, reconhecimento do próximo. 
 
 
3.3 Organização do trabalho escolar e pedagógico na administração da 
escola: burocratização e descentralização de recursos na gestão 
democrática 
 
A organização do trabalho escolar e pedagógico na administração da 
escola tem como instrumento principal de normatização a proposta pedagógica. 
Trata-se, sobretudo na gestão democrática, de um constructo político e coletivo, 
no qual a participação dos profissionais da educação em sua construção é, além 
de uma normativa da LDB, uma possibilidade de envolver várias pessoas em um 
documento de suma importância no contexto da escola. 
 
 
Fonte: ©Freepik. 
 
30 
 
Link da imagem: <https://www.freepik.com/free-vector/business-team-
avatars_766435.htm>. 
 
Segundo Silva (2017, p. 100), “a proposta pedagógica é um elemento 
fundamental para direcionar as ações da escola e fundamentar as práticas 
educativas”. Os artigos da LDB que vão lidar com essa temática são o 12, o qual 
dá autonomia para as instituições de ensino na sua construção e o 13, que 
elenca a participação dos docentes na sua construção. 
Além disso, o art. 14, inciso I, aborda a construção coletiva da proposta 
pedagógica fundamental no em uma perspectiva de gestão democrática, tendo 
em vista que trata-se de um princípio constitucional de ensino, 
consequentemente, de valor agregado para a qualidade da educação. 
Dourado et al. (2006, p. 72) abordam que “a elaboração do projeto 
político-pedagógico implica um repensar constante no dia a dia da escola, seus 
processos culturais e a forma como ela se encontra estruturada”. 
Aldenice Bezerra (2009) enfatiza a dificuldade da abordagem do tema 
discutido quando elenca que a gestão democrática não é um processo trivial e 
com efetividade a curto prazo, mas, ao mesmo tempo, não é utópica. Ela alia 
esse fato à proposta pedagógica quando aborda que a construção dessa e a 
efetivação dos conselhos de escola são questões fundamentais na consideração 
da administração escolar com cunho democrático. 
Silva (2017) analisa as proposições de Silva (2012) sobre o projeto 
pedagógico em duas vertentes: 
 
A primeira ligada a um documento físico, oficial e legal, com objetivo 
de descrever objetivos e, eventualmente, métodos e procedimentos da 
instituição. A segunda vertente é associada à prática de funcionamento 
da instituição pela avaliação de suas condições peculiares e 
planejamento de ações, além do esforço de agentes da instituição 
quanto à organização intraescolar, seus valores e princípios. O alerta 
do autor é em relação à utilização desse documento, que por vezes é 
inutilizado, tendo seu conteúdo repetido ano após ano, sem nenhuma 
discussão ou criticidade acerca do documento e de sua função dentro 
da instituição de ensino. O fato é que se trata de um documento que 
deveria estar na mesa quando se discute trabalho pedagógico, ao 
invés de ser tratado como um volume de papéis para dar satisfação à 
gestão do sistema/rede de ensino (SILVA, 2017, p.101). 
 
Portanto, o que se percebe aqui é uma importância grande sobre a 
construção desse documento, servindo como base das ações da escola. 
Retomamos Souza et al. (2005) para relembrar que a equipe diretiva não é o 
 
31 
 
coração da escola. O que baseiam as ações são as relações entre professores 
e alunos, pois é através dessa que a aprendizagem se efetiva. Isso não elimina 
as políticas educacionais, tampouco as ações de gestão, pelo contrário, esse 
fato elenca que o norte de tais ações devem voltar-se para essa relação, ou seja, 
a gestão precisa ter uma razão pedagógica nas suas ações. 
Logicamente que, no caso de qualquer instituição pública, os gastos 
precisam de transparência pública. Ainda que a lei n. 12.527, de 2011, trabalhe 
com a transparência dos entes federativos, as escolas, que normalmente são 
regulamentadas por legislações dos sistemas de ensino para esse fim, também 
precisam ser transparentes com os gastos descentralizados. 
Uma das estratégias interessantes, e correlacionadas com a gestão 
democrática, são as reuniões com Associações de Pais, Mestres e Funcionários 
de escola, as decisões de gastos provenientes de reuniões de conselhos de 
escola e a disponibilidade de repasses e gastos de recursos em murais e sites, 
de modo que toda a comunidade escolar fique a par desse movimento financeiro. 
Um dos principais problemas da organização do trabalho pedagógico e 
escolar em uma administração escolar é a falta de efetividade da proposta 
pedagógica. Entende-se que esse documento é fundamental para regulamentar 
as ações da escola em termos pedagógicos e administrativos. Os estatutos de 
conselhos de escola podem ser boas possibilidades de auxiliar na normatização 
dessas ações, que poderiam resolver uma série de questões voltadas à 
transparência e participação nessas ações. 
 
 
Resumo da aula 3 
 
Nesta aula refletiu-se sobre aspectos que abordam a gestão democrática 
como um princípio e como que isso se discute em termos legais e conceituais. 
Posteriormente, como complemento à discussão, enfatizou-se a proposta 
pedagógica como documento principal na organização do trabalho escolar e 
pedagógico e a importância de sua construção de forma coletiva, assim como 
aspectos de transparência e limite das ações da direção em termos de 
descentralização e uso dos recursos. 
 
 
32 
 
Atividade de Aprendizagem 
Você está convencido que a gestão democrática é possível? 
Qual sua ideia em relação à utopia dessa possiblidade? Qual 
é o maior entrave na efetividade da gestão democrática? Os 
profissionais da educação são politizados para conseguirem 
auxiliar nesse processo? Discorra sobre tais questionamento. 
 
 
Aula 4 – Instrumentos da gestão democrática e a particularidade dos 
conselhos escolares e eleições de diretores 
 
Apresentação da aula 4 
 
A discussão sobre gestão democrática na legislação infraconstitucional 
(LDB) se limita a abordar a construção coletiva da proposta pedagógica e a 
participação da comunidade escolar em conselhos escolares ou equivalentes. 
Considera-se na literatura especializada um limite ao pensar as possiblidades de 
ampliação do diálogo e da alteridade em uma administração escolar. Nesse 
sentido, nossa quarta aula vem com o objetivo de agregar outros elementos na 
discussão, possibilitando a ampliação do pensamento a respeito da temática e 
sua efetividade no contexto da escola. 
 
 
4.1 Considerações iniciais 
 
Não há efetividade da gestão democrática se a administração escolar não 
busca uma articulação que privilegie o diálogo e a alteridade. Estes conceitos 
fazem da gestão mais ou menos democrática, conforme vimos anteriormente. 
Todavia, a construção de instrumentos que possibilitem um espaço para estes é 
um aspecto importante da literatura e das ações dos sistemas de ensino e das 
escolas, que, para este momento da nossa aprendizagem, precisam ser 
explorados. Nesse sentido, esta aula busca explorartais instrumentos, 
particularizando, em uma discussão a parte, os conselhos de escola e as 
eleições de diretores. 
 
33 
 
 
4.2 Instrumentos de gestão democrática 
 
Por que o ensino público tem que ser democrático? Para responder tal 
questionamento, retomamos Souza et al. (2005), em que seu argumento sobre 
a escola pública é de que a maior quantidade de pessoas possíveis no processo 
de planejamento, decisão, coordenação, execução de ações, acompanhamento, 
controle e avaliação é o cenário ideal em termos de democratização da gestão. 
Segundo os autores, democracia pode ser entendida como governo do povo ou, 
de maneira sinônima, soberania popular. Incrementando o conceito, a 
participação coletiva de todos nas decisões que influenciam na apropriação de 
bens coletivos são características do termo em questão. 
A gestão democrática ocorre de duas formas: nos sistemas/redes de 
ensino e nas escolas. Para cada forma existem instrumentos específicos que 
trabalham a democracia na gerência, seja do conjunto de escolas ou da 
complexidade interna da instituição. Assim, nossa discussão será dividida em 
duas partes, discorrendo sobre a gestão democrática nos sistemas de ensino e 
posteriormente nas escolas, que é o foco da administração escolar. 
 
4.2.1 Gestão democrática nos sistemas de ensino 
 
Ainda que a administração escolar aqui discutida tenha como foco a 
gestão da escola, discute-se aqui conceitos que não se reduzem só à gestão 
democrática na escola, mas também no sistema. Para isso, retoma-se 
brevemente Saviani (1999) que discute a definição de sistema de ensino como 
uma organização que administra escolas. Assim, ele pode ser denominado como 
federal, estadual ou municipal, de acordo com o ente que o administra. Dada a 
definição como uma retomada, o subcapítulo que segue/busca a fundamentação 
legal dos sistemas de ensino no Brasil. 
4.2.1.1 Sistemas de ensino: breve revisão da legislação 
Legitima-se, em termos legais, os sistemas de ensino na CF/88 através 
do art. 211, reforçada pela redação do parágrafo 4º: 
 
34 
 
Art. 211 […] § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão formas de 
colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino 
obrigatório (BRASIL, 1996, art. 211). 
 
Além da pluralidade de sistemas de ensino no país, normatizada pela 
CF/88 e a LDB, outras nuances fundamentam os referidos sistemas. Uma 
discussão, bastante em voga, pauta-se no art. 214 e no Plano Nacional de 
Educação sobre a possiblidade de um Sistema Nacional de Ensino, como 
articulador de todos os sistemas, buscando maior efetividade do regime de 
colaboração entre os entes federativos. Em relação à LDB, o art. 8º enfatiza a 
liberdade de ensino dos sistemas. Aos estados e municípios cabem manter seus 
sistemas de ensino, assim como baixar suas normas complementares. Aos entes 
federativos cabe manter seus sistemas, facultando aos municípios optarem por 
estarem integrados ao sistema estadual. 
Cabe aos sistemas de ensino normas complementares para educação 
técnica, assegurar o fornecimento da educação de jovens e adultos, assegurar 
atendimento especializado aos educandos com deficiência, transtornos globais 
de desenvolvimento, altas habilidades e superdotação, a valorização dos 
profissionais do magistério, estabelecimento de normas para educação à 
distância, podendo haver cooperação entre os entes para tal. 
 
 
 LEI Nº 9394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 
 
 
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. 
 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
TÍTULO I 
Da Educação 
Art. 1º A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida 
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos 
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. 
§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por 
meio do ensino, em instituições próprias. 
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. 
 
 [...] 
 
 
35 
 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. 
 
 
 
4.2.2 Instrumentos da gestão democrática nos sistemas de ensino 
 
Com base no modelo proposto por Souza et al. (2005), cinco 
instrumentos são considerados fundamentais para a democratização dos 
sistemas: Conferência da Educação, Conselho Municipal de Educação, 
Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEF (agora FUNDEB), 
Orçamento Participativo (na educação) e eleições de dirigentes escolares. 
Nessa seção desenvolveremos a ideia de cada uma dessas ferramentas. 
A Conferência de Educação é organizada por um gestor ou um grupo de 
pessoas de uma rede ou sistema de ensino. Em encontros anuais ou bienais são 
convocados toda a população para debater temas de suma importância para a 
política educacional. Apesar do foco do autor estar no município, atualmente a 
Conferência Nacional da Educação (CONAE) reúne a comunidade acadêmica, 
fóruns e demais setores da sociedade civil para discutir problemas da educação 
brasileira. 
 
 
Fonte: ©Freepik / Adaptada pelo DI (2017). 
 
36 
 
Link da imagem: <https://www.freepik.com/free-vector/ballot-box-with-lock-
hole_683891.htm>. 
 
Já o Conselho Municipal de Educação se diferencia da Conferência em 
alguns aspectos: a primeira diferença se refere aos seus componentes, eleitos e 
representando diversos segmentos da sociedade; a segunda diferença é pela 
sua frequência de reunião, ao mínimo mensal; e a terceira característica é o seu 
afazer, que consiste em deliberar, orientar e fiscalizar os sistemas de ensino, 
sempre de acordo com a autonomia que a lei orgânica do município oferece. 
O Conselho de Acompanhamento e Controle Social do FUNDEB visa 
fiscalizar os gastos com o fundo. Os autores de base sugerem que a ação de 
fiscalização fosse estendida para todos os gastos em manutenção e 
desenvolvimento do ensino. 
O orçamento participativo visa reunir a população uma vez ao ano para 
discutir as prioridades para o investimento público em educação que excede a 
vinculação de receitas prevista em lei. 
A eleição direta para escolha dos dirigentes é fundamental para a 
consolidação da democracia nas escolas. O objetivo é consolidar a eleição direta 
por voto dos integrantes da comunidade escolar para a escolha do profissional 
da educação que representará a escola ao poder constituído e 
consequentemente à sociedade. 
 
4.2.3 Instrumentos de gestão democrática nas escolas 
 
No art. 15 da LDB é descrito em sua redação que “os sistemas de ensino 
assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os 
integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de 
gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público”. 
Assim, é estendido de forma progressiva a ideia de escola autônoma e a 
possibilidade de democratizar a decisão quanto à forma de gasto do dinheiro 
público. 
De acordo com Souza et al. (2005), no âmbito da escola os cinco 
instrumentos são: Conferência Local da Comunidade Escolar, Conselho de 
Escola, Rotatividade no quadro de dirigentes da escola, Associação de Pais e 
Grêmio Estudantil. Perceba que a dimensão democrática na escola pode ser 
 
37 
 
bem maior do que a contemplada na LDB, já que a possibilidade da existência 
de diversas ferramentas de envolvimento social na educação. 
A Conferência Local da Comunidade Escolar é equivalente a 
Conferência de Educação, pois tem a intenção de reunir toda comunidade 
escolar, desde os profissionais que trabalham na escola até o entorno escolar, 
no sentido de debater os problemas da instituição e da localidade a qual a escola 
é situada. 
Amplamente debatido nas pesquisas, o Conselho de Escola é a 
instituiçãoque tem por objetivo a coordenação da gestão escolar, estudando, 
planejando, debatendo, deliberando e acompanhando o dia a dia da escola, seja 
na parte pedagógica, administrativa ou financeira. É composto por uma 
representatividade que reúne professores, funcionários, pais, alunos e equipe 
diretiva. 
A rotatividade do dirigente é descrita pelos autores como salutar para o 
ambiente escolar. Perpetuar-se no poder não renova ideias, estaqueia uma força 
política que por vezes não permite o amplo debate e a circulação de novas ações 
para melhoria da escola. 
A associação de pais e o grêmio estudantil são citadas como relevantes 
no processo de gestão democrática. Seja para auxílio de captação de recursos 
e representatividade dos pais na escola ou para a mobilização dos estudantes 
em torno de uma entidade representativa, as duas associações são vistas como 
fundamentais para a participação de todos nas decisões da escola. 
 
4.3 Particularidade dos conselhos de escola e da forma de provimento dos 
diretores 
 
Retoma-se o art. 14 da LDB, quando discorre que “Os sistemas de 
ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na 
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades [...] (BRASIL, 1996)”. 
No inciso II, elenca-se a “participação das comunidades escolar e local em 
conselhos escolares ou equivalentes”. 
Conforme vimos anteriormente, trata-se de um dos instrumentos de 
gestão democrática trabalhados por Souza et al. (2005) e com ampla discussão 
na literatura sobre sua importância. Dourado et al. ( 2006) definem que: 
 
38 
 
 
O Conselho Escolar configura-se, portanto, como órgão de 
representação da comunidade escolar e, desse modo, visa à 
construção de uma cultura de participação, constituindo-se em espaço 
de aprendizado do jogo político democrático e de formação político-
pedagógica. Por essa razão, a consolidação dos Conselhos Escolares 
implica buscar a articulação efetiva entre os processos pedagógicos, a 
organização da escola e o financiamento da educação e da escola 
propriamente dita (DOURADO et al., 2006, p. 80) 
 
Nesse sentido, os conselhos de escola assumem importância, na 
medida que “a escola necessita desenvolver formas democráticas de 
organização, gestão e funcionamento, dando atenção à melhoria dos processos 
formativos, à utilização transparente dos recursos e à melhoria das relações de 
trabalho” (DOURADO et al., 2006, p. 78). 
De acordo com Alves (2011), ter efetivado nas escolas públicas os 
conselhos de escola possibilitam garantir a participação, seja direta ou não, da 
amplitude de segmentos sociais que circundam a escola, a comunidade escolar, 
permitindo sua integração com a instituição de ensino. Há uma ênfase no autor 
sobre a cidadania, participação comunitária, aprendizado social e político, 
democratização, reivindicação coletiva e o diálogo com a democracia nas 
escolas. 
O Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, 
datado de 2004, promovido pela Secretaria de Educação Básica e o Ministério 
da Educação, é um programa interessante na formação continuada dos 
conselheiros. Entre seus objetivos, podemos destacar: 
Ampliar a participação das comunidades escolar e local na gestão 
administrativa, financeira e pedagógica das escolas públicas; apoiar a 
implantação e o fortalecimento de conselhos escolares; instituir, em 
regime de colaboração com os sistemas de ensino, políticas de 
implantação e fortalecimento de conselhos escolares; promover em 
parceria com os sistemas de ensino a capacitação de conselheiros 
escolares. (GADOTTI, 2014, p. 5) 
Sobre o Programa, Alves (2011) é enfático ao abordar que, juntamente 
com a literatura acadêmica, este apresenta a gestão democrática como condição 
fundamental e indispensável no que diz respeito às condições de qualidade na 
oferta educacional, tendo nos conselhos de escola uma dimensão importante 
para a participação nos processos decisórios da escola. 
A forma de provimento, ou seja, como o diretor assume o cargo, é 
discutida pela literatura como dimensão importante nos princípios de gestão 
 
39 
 
democrática. Há uma crítica contundente na literatura acadêmica acerca da 
indicação como forma de provimento, o que implicou discussões e efetivação por 
parte de vários sistemas de ensino de outras modalidades, como a eleição de 
diretores e o concurso público. 
Bezerra (2009) aborda que a eleição dos diretores é um passo 
importante para reduzir o clientelismo e o autoritarismo, arraigado nas relações 
políticas de grande parte do território brasileiro. Além disso, em uma perspectiva 
de gestão democrática, a comunidade escolar ao eleger seu diretor acaba por 
ter maior diálogo com esse modelo de gestão da escola. E sobre isso, ela 
enfatiza que há outros benefícios, como o aperfeiçoamento das relações na 
instituição e do trabalho, visando a qualidade do ensino. 
Luiz Dourado (2000), autor já trabalhado nessa aula, defende a eleição 
direta para dirigentes escolares em contraponto ao perfil clientelista e autoritário 
em que se inseriam as ações e práticas na escola. Segundo o autor, reforçado 
por Bezerra (2009), a forma de provimento não é, certamente, definidora do perfil 
da gestão, mas reforça a possibilidade de seu curso. Souza (2007, p.189) 
ressalta que, “o diretor eleito não é, por natureza do processo seletivo, mais 
compromissado com a educação pública de qualidade para todos (as)”. Todavia, 
o próprio autor salienta que, “a eleição é o instrumento que, potencialmente, 
permite à comunidade escolar controlar as ações do dirigente escolar no sentido 
de levá-lo a comprometer-se com esse princípio”. 
Bezerra (2009) vai abordar também a ampliação da experiência da forma 
de provimento dos diretores por eleição após a promulgação da CF/88, 
regulamentadas por legislações que são de responsabilidade dos sistemas de 
ensino. Algumas limitações como falta de preparo, clientelismo, populismo, são 
elencadas como limites da eleição de um sujeito para o cargo. No entanto, é 
importante que pensemos na ampliação de horizontes democráticos como algo 
bastante positivo, ainda que se tenham esses entraves. 
Em outras palavras, entende-se que a eleição de dirigentes, ainda que 
se tenham problemas e a necessidade de construção de uma cultura 
democrática na escola e na comunidade escolar, ela dialoga com os princípios 
da gestão democrática. 
Em Silva (2017), verificou-se que a grande maioria das redes municipais 
de ensino indicam seus diretores de escola na totalidade da amostra. Em 
 
40 
 
contrapartida, pouco menos de 10% das escolas analisadas elegem seus 
dirigentes. Sobre os conselhos de escola, a pesquisa quantitativa evidenciou que 
quase 15% das escolas da amostra (quase 20.000 de um total de 91.000 escolas 
municipais que ofertam os anos iniciais do ensino fundamental em 2013) 
desconhecem o conselho de escola. 
 
 
Resumo da aula 4 
 
Nesta aula refletimos sobre a gestão democrática abordando alguns 
aspectos que dialogam com a perspectiva de uma administração escolar voltada 
à gestão democrática. Para isso, lidamos com duas dimensões dos instrumentos 
de gestão: dos sistemas de ensino e das escolas. 
Desse modo, pudemos ver algumas possibilidades de trabalhar espaços 
de discussão, todavia, a reflexão se dá na medida que somente a existência de 
tais contextos é insuficiente. O ideal é aprofundar uma cultura democrática de 
modo que tais instrumentos não sejam somente um discurso bonito e sem 
efetividade. 
 
Atividade de Aprendizagem 
Leia o artigo Gestão democrática com participação popular: no 
planejamento e na organização da educação nacional, de 
Moacir Gadotti, e relacione com os conhecimentos adquiridos 
na disciplina. 
 
Artigo disponível em: 
<http://conae2014.mec.gov.br/images/pdf/artigogadotti_final.p
df>. 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
Resumo da disciplina 
 
Nesta disciplina objetivou-se explorar aspectos da administraçãoescolar. 
Para isso, as quatro aulas tiveram uma divisão que possibilitasse o entendimento 
da aula posterior com base na anterior. 
Inicialmente, tivemos uma discussão sobre as abordagens da 
administração escolar na pesquisa educacional em um intervalo da década de 
1930 a 1990. Vimos diferentes perspectivas e uma evolução em termos de 
pensar somente a gestão escolar como a aplicação de conceitos científicos da 
escola, até o reconhecimento da especificidade da escola e a diferenciação dos 
fins pedagógico e empresarial, que são problematizados na aula 2. 
Com a discussão da contemporaneidade da administração escolar na 
referida aula, pudemos avançar para a aula 3 em uma discussão conceitual 
sobre gestão democrática e as possibilidades da organização do trabalho 
pedagógico e escolar nessa perspectiva. 
Por fim, a administração escolar foi discutida em uma perspectiva de 
pensar a efetividade de instrumentos de gestão democrática, que possibilitem 
maior diálogo, alteridade e democracia nas escolas e sistemas de ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
Referências 
 
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destaques no Ideb. In: XXV Simpósio Brasileiro II Congresso Ibero-
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do Brasil, Brasília, DF, 23 dez. 1996. 
 
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§ 3º ao art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, 
anualmente, a partir do exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das 
Receitas da União incidente sobre os recursos destinados à manutenção e 
desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da Constituição Federal, dá 
nova redação aos incisos I e VII do art. 208, de forma a prever a obrigatoriedade 
do ensino de quatro a dezessete anos e ampliar a abrangência dos programas 
suplementares para todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao 
§ 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e ao caput do art. 214, com a inserção 
neste dispositivo de inciso VI. 2009. Diário Oficial [da] República Federativa 
do Brasil, Brasília, DF, 12 nov. 2009. 
 
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Educação – PNE e dá outras providencias. 2014. Diário Oficial [da] República 
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Acesso em: 15 nov. 2017. 
 
______. Lei nº 12.527 de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso a 
informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e 
no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos 
da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências. 2011. Diário 
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 nov. 2011. 
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
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