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5ºAula Gestão ambiental pública Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • compreender da gestão ambiental pública; • conhecer e diferenciar a agenda 21 global, brasileira e local; • entender a importância da educação ambiental no meio social. A Gestão Ambiental Pública tem por objetivo a organização e a preservação ambiental. No Brasil, o SISNAMA é o órgão público responsável pela Gestão Ambiental, porém a comunidade e as empresas têm fundamental participação para promoção de um ambiente ecologicamente equilibrado. A Agenda 21 possui um papel importante para a contribuição da sociedade e empresas para promoção do desenvolvimento sustentável. Trata-se de uma forma de gerir determinados ambientes, em esfera global, nacional ou local, estabelecendo diretrizes para melhoraria da qualidade de vida da população. Um quesito fundamental para edificação da Gestão Ambiental Pública é a Educação Ambiental, que se entende pela construção em meio coletivo e individual de valores, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente. Vamos ler mais sobre o assunto? Bons estudos! Bons estudos! Planejamento e Gestão Ambiental 32 1 - Gestão ambiental pública 2 - Agenda 21 e gestão ambiental pública 3 - Educação ambiental 1 - Gestão ambiental pública A Gestão Ambiental surgiu da necessidade do ser humano organizar melhor suas diversas formas de se relacionar com o meio ambiente (MORALES, 2006). A tentativa de conciliar o uso produtivo dos recursos naturais com um mínimo de abuso, assegurando-se assim a produtividade em longo prazo, gerou a gestão ambiental. Com a evolução de ideais da humanidade em relação entre homem-natureza, e a união de técnicas, conhecimentos, que deve ser utilizada tanto por parte da sociedade como pela parte empresas, buscou-se de soluções e alternativas para manter o equilíbrio ambiental, reduzindo ou recuperando a degradação do meio natural (ALCANTARA et al., 2012). Assim a Gestão Ambiental Pública nada mais é que o poder público gerindo o meio em que vivemos, através de legislações e ações voltadas para proteção, conservação e manejo ambiental. Em esfera nacional, quem condiciona a Gestão Ambiental Pública é o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), promulgado na Lei nº 6.938/81, abrange os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos Municípios, bem como as Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. Para gerir determinado ambiente faz-se necessário utilizar os instrumentos da Política Nacional de Meio Ambiente: • Estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; • Zoneamento Ambiental; • Avaliação de Impactos Ambientais; • Licenciamento Ambiental; • Incentivos à produção e instalação de equipamentos para a melhoria da qualidade ambiental; No sentido de realização da gestão ambiental pública é primordial a aplicação das políticas e legislações ambientais vigentes, buscando um ambiente preservado e a melhor qualidade de vida da população. A gestão ambiental pública envolve o setor político e a cada troca de governos pode surgir alterações em seus programas e diretrizes. É importante ressaltar que o desenvolvimento sustentável e a gestão ambiental deve ser um ponto crucial para o planejamento de governos. Para aplicação da gestão ambiental em municípios é necessária à união de equipe multidisciplinar, que observe diversos aspectos, nos campos sociais, ambientais e econômicos. A promoção de atividades como a educação ambiental, o saneamento básico, a preservação de áreas verdes e o controle de epidemias auxiliam na aplicação da gestão ambiental, pois são atividades que promovem a qualidade de vida e a Seções de estudo salubridade ambiental. É necessário ter uma gestão ambiental municipal efi caz e efi ciente, que promova alguns pontos essenciais como: 1. Preservação, conservação e manejo de áreas verdes no município e também em limites interestaduais. Um instrumento importante para esse tópico e a lei de Uso e Ocupação do Solo municipal, que dará as diretrizes de áreas que não podem ser ocupadas por determinadas atividades. Dentro do perímetro urbano costuma-se ter poucas áreas verdes, porém elas são de suma importância para qualidade de vida da população, promovendo o lazer, proteção do lençol freático, áreas de permeabilidade de água no solo auxiliando assim a drenagem urbana, equilíbrio do microclima, purifi cação do ar, entre outros. 2. Educação Ambiental. A educação ambiental é um dos principais quesitos no âmbito da gestão ambiental, pois com a educação ambiental sendo empregada nas escolas, bairros, praças e espaços públicos, traz o crescimento da consciência ecológica possibilitando assim a melhoria do ambiente em todos os pontos do município, evitando ocupação de áreas irregulares, descarte de resíduos sólidos de forma incorreta, desperdício de água, poluição de corpos hídricos, epidemias urbanas como a dengue, febre amarela e chikungunya. 3. Aplicação e fortifi cação de fi scalizações de legislações ambientais. O Poder Público e as empresas precisam ter uma boa relação, assim o incentivo a busca de certifi cações verdes seria uma alternativa para garantir a melhora contínua de empreendimentos, como apresentado na Figura 1. A fi scalização pública precisa atuar de forma efi ciente evitando assim a contaminação de recursos ambientais. Figura 1. Melhora contínua na Gestão Ambiental. Disponível em: < https://www.researchgate.net/fi gure/Figura-1-Modelo-de- Sistema-de-Gestao-Ambiental-para-A-Norma-14001_fi g1_317929540>. Acesso em: 1 abr, de 2019. Existem vários outros pontos que precisam ser observados para promoção da gestão ambiental pública, para isso existem ferramentas e políticas de apoio. A tarefa da preservação ambiental vai muito além da ação de 33 governantes, é necessária a participação efetiva da sociedade e dos empreendimentos. 2 - Agenda 21 e gestão ambiental pública Um marco no quesito da gestão ambiental ocorreu na conferência Rio 92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano), que reuniu representantes de governo de 179 países para discutir as questões ambientais do planeta, nela foi elaborado um documento de suma importância, a Agenda 21 Global, que estabelece princípios e ações de gestão ambiental para o século XXI, propondo ainda que cada organização, nação ou município, desenvolva sua Agenda 21. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, a Agenda 21 Global foi assinada por 179 países e organizada em 40 capítulos, divididos em 4 seções, onde são apontadas as bases para ações, os objetivos, as atividades e os meios de implementação de planos, programas e projetos direcionados à melhoria da qualidade de vida e às questões relativas à conservação e gestão de recursos para o desenvolvimento sustentável. As Seções são divididas em: Seção I: Dimensões Sociais e Econômicas; Seção II: Conservação e Gerenciamento dos Recursos para o Desenvolvimento; Seção III: Fortalecimento do Papel dos Grupos Principais; Seção IV: Meios de Implementação. A Agenda 21 Global promove para a implantação do documento em cada nação, determinando as prioridades de acordo com o local estabelecido. Assim a Agenda 21 em meio público é um documento fundamental para promoção de ideias de desenvolvimento sustentável, com a cooperação da comunidade, do governo e das empresas que atuam no local. No Brasil foi desenvolvida a Agenda 21 Brasileira, que é considerado um mecanismo de gestão ambiental nacional, servindo como instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável do país, resultado de uma vasta consulta à população brasileira e possuindo seis eixos temáticos: 1. Gestão dos Recursos Naturais. 2. Agricultura Sustentável. 3. Cidades Sustentáveis. 4. Infraestrutura e IntegraçãoRegional. 5. Redução das Desigualdades Sociais. 6. Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável Devido ao Brasil ter um território extenso e possuir particularidades em relação às necessidades sociais e ambientais, a Agenda 21 Brasileira promove a criação das Agendas 21 Locais, que é estabelecida para determinadas áreas, e esse documento deve incluir uma série de atividades, ferramentas e abordagens que podem ser escolhidas pelas autoridades locais e seus parceiros de acordo com as circunstâncias e prioridades locais. Figura 2. Agenda 21. Disponível em: <http://projetovivercomcivilidade.blogspot.com/2012/05/agenda- 21-aula-explicativa.html>. Acesso em: 1 abr. 2019. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Agenda 21 Local é um dos principais instrumentos para se conduzir processos de mobilização, troca de informações, geração de consensos em torno dos problemas e soluções locais e estabelecimento de prioridades para a gestão de um determinado ambiente. O processo deve ser articulado com outros projetos, programas e atividades do governo e sociedade, sendo consolidado, dentre outros, a partir do envolvimento dos agentes regionais e locais; análise, identifi cação e promoção de instrumentos fi nanceiros; difusão e intercâmbio de experiências; defi nição de indicadores de desempenho. Pode-se aplicar a agenda 21 Local em estados, municípios, bacias hidrográfi cas, unidades de conservação, em bairros, escolas, parques, empresas, em todos os locais quem busquem pela melhoria de seu ambiente. Para realizar uma agenda 21 é necessário observar diversos fatores, como sociedade, educação, saúde, legislações, meio ambiente e preservação ambiental, tudo isso aliado ao desenvolvimento econômico, como apresentado na Figura 3. Figura 3. Agenda 21 e suas vertentes. Fonte: Elaborado pelo autor. Podemos concluir que a agenda 21 é um importante instrumento da gestão ambiental pública, em esfera global, nacional ou local, auxiliando na tomada de decisões e organização da promoção do desenvolvimento sustentável. 3 - Educação ambiental A Constituição Federal (CF), de 1988, determina que o Poder Público deve promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, pois “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Planejamento e Gestão Ambiental 34 LEI No 9.795, DE 27 DE ABRIL DE 1999. Política da Educação Ambiental – Disponível em: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm> Vale a pena ler Vale a pena Em 1999 foi promulgada a Lei No 9.795, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental. No art. 1 desta mesma lei entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. A fundamentação da Educação Ambiental no Brasil veio com a Política Nacional do Meio Ambiente, e se fortifi cou visto a necessidade de difundir o conhecimento básico ambiental para todas as esferas sociais. Para um profi ssional aplicador é importante utilizar metodologias e técnicas de educação ambiental. De acordo com as leis nacionais a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. Podemos defi nir a Educação Ambiental Formal como aquela exercida como atividade escolar, de sala de aula, da pré- escola ao 3º grau, e a não-formal como aquela exercida em diversos espaços da vida social, pelas mais variadas entidades e profi ssionais em contato com outros atores sociais no espaço público ou privado (LEONARDI, 1999). A educação ambiental não-formal é realizada, na maioria das vezes, por grupos de ambientalistas, e ONGs, com uma intenção de transformar pensamentos individuais para assim transformar o ambiente em que vivemos. Quadro1. Objetivos fundamentais da educação ambiental de acordo como Artigo 5o da Lei No 9.795 de 1999. Art. 5o São objetivos fundamentais da educação ambiental: I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científi cos, culturais e éticos; II - a garantia de democratização das informações ambientais; III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade. Disponível em: < https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11750603/artigo-5-da- lei-n-9795-de-27-de-abril-de-1999> Acesso em : 05 de maio de 2019 A educação ambiental pode ser aplicada em qualquer instituição, meio público ou empreendimento, através de palestras, atividades multidisciplinares, inserção em exercícios, atividades e debates. A promoção da educação ambiental deve começar na sociedade, desde a educação básica, assim os valores e a conscientização ecológica vai sendo fortifi cada e consolidada com o passar dos anos. Retomando a aula Ao fi nal desta quinta aula, vamos recordar sobre o que aprendemos até aqui. 1 - Gestão ambiental pública A Gestão Ambiental Pública nada mais é que o poder público gerindo o meio em que vivemos, através de legislações e ações voltadas para proteção, conservação e manejo ambiental. Em esfera nacional, quem condiciona a Gestão Ambiental Pública é o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), promulgado na Lei nº 6.938/81, abrange os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos territórios e dos Municípios, bem como as Fundações instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental. A gestão ambiental pública envolve o setor político e a cada troca de governos pode surgir alterações em seus programas e diretrizes. É importante ressaltar que o desenvolvimento sustentável e a gestão ambiental deve ser um ponto crucial para o planejamento de governos. 2 - Agenda 21 e gestão ambiental pública Criada na Rio 92 (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano), a Agenda 21 é um importante instrumento da gestão ambiental pública, em esfera global, nacional ou local, auxiliando na tomada de decisões e organização da promoção do desenvolvimento sustentável. 3 - Educação ambiental Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. 35 Agenda 21 Global. Disponível em: <http://www. meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/agenda21/ Agenda_21_Global_Integra.pdf>. Agenda 21 Brasileira. Disponível em: < http://www. mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/ agenda-21-brasileira.html>. Agenda 21 brasileira. Disponível em:<https://www. pucsp.br/ecopolitica/projetos_fluxos/doc_principais_ ecopolitica/Agenda21%20Brasil.pdf>. Agenda 21 Local município de SP. Disponível em: <https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/ meio_ambiente/publicacoes_svma/index.php?p=5254> Vale a pena acessar Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental- Disponível em: <http://conferenciainfanto. mec.gov.br/images/conteudo/iv-cnijma/diretrizes.pdf>. Identidades da Educação Ambiental Brasileira. Disponível em: <http://files.zeartur.webnode.com. br/200000044e06b4e1651/Identidades_EA_Brasileira. pdf#page=115>. A educação e a sustentabilidade: o desafio de um paradigma e a década da educação para o desenvolvimento sustentável da Unesco (2005-2014). Disponível em: <https://periodicos.fclar.unesp.br/iberoamericana/ article/view/6484>. Curso educação ambiental / Ambientagro Soluções Ambientais. – Edição revisada e ampliada, 2017. Disponível em: https://www.sema.ce.gov.br/wp-content/uploads/ sites/36/2018/11/M1-Educa%C3%A7%C3%A3o- Ambiental.pdf>. Minhas anotações
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