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GEOMARKETING: O USO DE ANÚNCIOS GEOLOCALIZADOS NO MOBILE Yvson Dyogenys Jerônimo de Lima ¹ RESUMO Com o barateamento dos smartphones e a penetração da conexão de internet nas zonas antes inalcançáveis, houve um verdadeiro boom nas redes sociais. Todo esse rastro de navegação é de valor inestimável para plataformas que fornecem a navegação gratuita, sejam jogos, aplicativos ou redes sociais, também no modelo freemium, com acesso limitado e publicidade como moeda de troca. O ponto em comum é a utilização dessa forma de isca para atrair um grande volume de adeptos e, em seguida, como se beneficiam ao utilizar esse poderoso arsenal de dados garimpados. O objetivo desse artigo é mostrar como se relaciona informações demográficas, aplicações, organização de dados e uso de todas essas informações de forma estratégica, fortalecendo a tomada de decisões e posicionamento de marca no mobile. Como a análise de dados passa pela premissa de acordo com o usuário, também é questionado a aceitação transparente e limites da utilização de sua privacidade. Trazendo cases das novas abordagens tecnológicas, esse estudo também demonstra a transição de modelos de marketing mais básicos antes da chegada das tecnologias geográficas e a trajetória de empresas globais e locais até apostar nesse tipo de mídia, incorporando a tática de geolocalização a anúncios no canal mobile. Palavras-chave: Geomarketing; redes sociais; anúncios; mobile; big data. ________________________ ¹ Pós-Graduando em Marketing Digital e Social Media, ESUDA yvsondyogenys@gmail.com INTRODUÇÃO Muita coisa mudou entre a criação da DARPA (Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa) na década de 1970, até a recente criação do protocolo QUIC (Quick UDP Internet Protocol) para substituir o TCP, e nessas trocas de tecnologias, seja de morte ou ascensão de canais, é extremamente relevante que as marcas estejam em sincronia com os meios. Nas diversas áreas que o marketing atual se prevalece, este artigo vem com o objetivo de compreender a importância da geolocalização dentro das estratégias do marketing digital, e também explana como a abordagem pelo mobile pode agregar valor, além de ser a via de diferenciação no mercado. Mesmo sendo um termo utilizado desde dos anos 2000, de forma didática e mais avançada em estrategistas de mercado, o Geomarketing (CHASCO, 2003) ou Geografia de Mercado como cita MASSANO (2003) é relativamente recente, pouco se fala das suas reais aplicações entre os cursos derivados de administração ou de tecnologias da informação. Comparando a outros termos amplamente difundidos no marketing, como PDV, Promoção, Folhetos, Merchandising, o geomarketing é algo pouco difundido. Ele evoluiu junto com dispositivos, big data, cruzamento de dados e novos modelos de negócios. Muito se fala sobre o uso das diversas ferramentas mobile incorporado a anúncios e adequação a novas tendências. É totalmente relevante pensar nessa premissa de abordagem mobile quando pesquisas apontam que o uso de aparelhos celulares tem crescido, especialmente na geração Z, jovens entre 16-20 anos, que afirmam passar 6,5h diárias com smartphones em mão. Paralelamente esses números se tornam alarmantes quando comparados ao tempo que compartilham com estudos/trabalhos (4,5h), relacionamentos (3,8h), família (4,1h) ou amigos (2,9h) (Motorola Phone-Life Balance Study, 2018), e tornam-se também uma grande oportunidade de entender os hábitos e estilo de vida, para oferecer cada vez mais produtos e serviços alinhados com esse perfil, de formas relevantes. Por tudo isso, este artigo visa esclarecer suas estruturas técnicas, abordando possíveis aplicações, identificando as tecnologias no mobile e seu poder de penetração das plataformas de anúncios, além de dois estudos de caso para legitimar a adoção pelas empresas. METODOLOGIA Segundo Bruyne (1991), a metodologia é a lógica dos procedimentos científicos em sua gênese e em seu desenvolvimento. Esse autor ainda cita que a metodologia deve explicar os produtos da investigação e também seu próprio processo de construção e produção de resultados. Para Strass (1998) o método é o meio que se justifica a captação dos objetivos e a principal ferramenta para a construção dos resultados. Utilizaremos pesquisas qualitativa e quantitativa para detalhar o uso das tecnologias nos anos mais recentes, e também iremos detalhar levantamentos de comportamento de usuário e como o entendimento desse passo a passo se reverbera em resultado, tornando o meio complemento tão relevante quanto a mensagem. O estudo realizado se caracteriza como exploratório de traço descritivo. Por se tratar um tema atual, teve-se acesso a pesquisas recentes, dados de plataformas base para anúncios mobile e com isso pôde-se demonstrar a importância do geomarketing dentro da abordagem do marketing, utilizando o processo de sondagem, relacionando dados e aspectos socioeconômicos, demográficos, psicográficos, e também através de materiais informativos, documentais e contato direto (COBRA, 1999). Esse tipo de metodologia aplicada, quando organizada de forma fácil e hierárquica, criar conexão entre definições dos autores e efetividade dessas tecnologias em prol de resultados do marketing. Utilizamos a coleta de dados de diferentes formas para descrever as características de determinados fenômenos (GIL, 2008). A pesquisa exploratória tem como objetivo principal o aperfeiçoamento de ideias. Ainda sobre a abordagem do artigo, de acordo com Severino (2007, p.123). Segundo Santos (2004, p.24) a pesquisa descritiva tem como objetivo “a descrição das características conhecidas que compõem um fato, um fenômeno, um processo ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. O principal objetivo nessa pesquisa descritiva foi observar, registrar e analisar os fenômenos sem entrar no mérito do seu conteúdo, fato que será abordado nos resultados. Sem objetividade não teríamos bases sólidas para estudar um fenômeno; estaríamos estudando apenas a opinião das pessoas que supostamente estão "descrevendo" o fenômeno. (DANNA, M. F.; MATOS, M. A.p 02, 2006.) Na construção dessa abordagem vamos cruzar dados, como pesquisas de campos internacionais, levantamentos do IBGE e dados de tráfego específicos de anunciantes. Cada tipo exposto, cada exposição das fontes, de forma simples e direta, contribui de forma significativa na construção do todo. EVOLUÇÃO DO MARKETING Segundo Kotler (1996), o marketing tem como objetivo principal, direcionar ações planejadas com o intuito de suprir as necessidades, desejos e valores para promover as satisfações desejadas de forma mais efetiva e eficiente que seus concorrentes. Normalmente, o marketing é visto como a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes, sejam estas pessoas físicas ou jurídicas. Na verdade, os profissionais de marketing envolvem-se no marketing de bens, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações,informações e idéias (KOTLER, 2000, p. 25). Hoje, o marketing é subcategorizado pelas épocas em que seu conceito se prevaleceu. Começou essa separação após a mudança de foco nos períodos que compreende a chegada da tv na década de 1950, até a normalização do uso da internet, após 2010. No Marketing 1.0 (Gráfico 1), o foco era inteiramente na venda do produto. A indústria que recém ganhou força com a explosão maquinaria, conseguia focar na produção em larga escala, enquanto as primeiras propagandas atuavam no viés da novidade massiva e barganha de preço, tentando angariar o máximo de compradores possíveis. Gráfico 1: Cadeia de prioridades do Marketing 1.0. Na evolução tática, chamada de Marketing 2.0 (Gráfico 2), houve a mudança no centralidade da mensagem, e agora o consumidor era visto e entendido de forma emocional a fim de suprir suas necessidades. E como crescimento desse entendimento pelas empresas, criava-se a concorrência e também a ciência do consumo, acompanhando a evolução dos meios. Gráfico 1: Cadeia de prioridades do marketing 2.0. Na próxima geração evolutiva do Marketing, o 3.0, vindo na virada do século XXI, vimos como a atração e extração do consumidor tornou-se algo vital para o posicionamento estratégico. Os desejos e necessidades dos consumidores vem antes do própria necessidade de inovação e diferenciação de mercado. A mudança de perspectiva foi tão grande, que o antigo consumidor, visto apenas como um número, agora é entendido e visto de forma única, recebendo uma análise da sua mente, coração e espírito pelos setores de marketing. A satisfação plena é o grande avanço dessa época. A era atual já não corresponde somente ao que o Marketing 3.0 estava disposto a contemplar. Com a internet remodelando cada centímetro dos relacionamentos das marcas, com o Google estabelecendo novos comportamentos e redes sociais ditando as normalidades, estabeleceu-se o Marketing 4.0 a partir de 2011. COMPOSTO DE MARKETING Quando o assunto é o composto de Marketing, definido por McCarthy no seu livro Basic Marketing (1960), ele justifica que são ferramentas que juntas direcionam em prol do objetivo maior. A tarefa final do marketing é: servir as verdadeiras necessidades do cliente e comunicar a substância da empresa” (MCKENNA, 2005). Com essa afirmação, vê-se a importância da inclusão do composto de marketing como forma de aumento de resultados e melhora na estratégia de marketing. À medida que o mercado se modifica, também se modifica a produtividade dos diferentes instrumentos de marketing (KOTLER, 2006). Boone e Kurtz (2009) dizem que para incentivar a tomada de decisões do cliente, a estratégia de marketing pode ser dividida em quatro grandes áreas: produto, preço, praça e promoção. Para cada grande área, estuda-se proposta e abordagens diferentes. Compondo o composto de Marketing, Kotler (2006) cita que a base de qualquer negócio é um produto ou serviço. Las Casas (2012) complementa que o objetivo principal é de comercialização e é desenvolvido para satisfazer os desejos ou necessidades dos consumidores. Para discriminação do preço, Las Casas (2006) justifica que o preço ajuda a dar valor às coisas e representa uma troca pelo esforço feito pela empresa vendedora através da alocação de recursos, capital e mão-de-obra dos produtos comercializados. A Praça ou PDV, são os canais de venda que supram as necessidades do cliente, locais ou forma de obtenção do produto ou serviço, a fim de promover e divulgar, comunicar ao cliente que este bem ou serviço existe. A Promoção entende-se como a forma de promover os serviços ou produtos, alinhando-se com as estratégias e escolhendo o meio e canal propício à alcançar os resultados. Posteriormente, será levantada a hipótese de como o serviço de geolocalização pode ser pertinente na extensão dos negócios. O Marketing de serviços tem como objetivo acompanhar e se empenhar no planejamento e controle dos serviços prestados, indicando como atingir o mercado e planejar a oferta de serviços com o foco na satisfação dos desejos dos clientes, fazendo assim, a diferença entre os concorrentes. Segundo Las Casas (2009), serviços constituem uma transação realizada por uma empresa ou por um indivíduo, cujo objetivo não está associado à transferência de um bem. Para Lovelock e Wirtz (2006), um serviço é um ato ou desempenho oferecido por uma parte à outra. Embora o processo possa estar vinculado à um produto físico, o desempenho é transitório, frequentemente de natureza intangível e não resulta normalmente em propriedade ou quaisquer dos fatores de produção. Uma empresa de serviços é um sistema que compõe: operações de serviços, entrega de serviços e o marketing de serviços. Empresas que oferecem publicidade baseada em perímetro geográfico, como Facebook, Google, Vivo, ou como ferramenta nata e integrada, por exemplo, Waze e In Loco Media. De acordo com Lovelock e Wirtz (2006) vai mais fundo, quando afirma que o sistema de Marketing de serviços, representa todos os modos pelos quais o cliente pode ter encontros com a empresa em questão ou aprender com ela. Vê-se muito disso sendo tratado de forma direta por marcas de varejo quando se tem decorações de PDV, lançamento de produtos em gôndola ou sampling para gerar empatia com o consumidor. PUBLICIDADE E PROPAGANDA Gonzalez (2009) classifica a publicidade e propaganda como umas das ferramentas mais essenciais no meio da comunicação, essencialmente pelo fato de que a publicidade e propaganda se caracteriza pela persuasão, ou seja, o ato de persuadir, convencer as pessoas sobre qualquer coisa. O mesmo autor, também destaca que apesar de ter o mesmo conceito, publicidade e propaganda não equivalem do mesmo significado. Segundo Rabaça e Barbosa (2002 apud SANTOS, 2005, p. 15) , “as duas palavras podem se referir a atividade de planejar, criar e produzir anúncios”. A publicidade quer dizer popularizar qualquer fato, ou melhor, dar clareza a algum episódio. Já na área técnica, o publicitário é o especialista que se entrega a qualquer atividade relacionada a planejamento, criação, produção e veiculação de anúncios, esses profissionais trabalham em agências de publicidade. Para Lima (2000), a publicidade tem como principal objetivo informar os atributos de algum produto, para então proporcionar a sua venda, omitindo do público em geral as suas contradições. Em suma, sua real intenção é persuadir seu futuro possível consumidor apresentando aquilo que ele deseja adquirir, desde um desejo mais íntimo, até um desejo universal. Se a publicidade não influencia o usuário na medida possível que a marca necessita, é sinal de que precisa ser repensado o seu objetivo. Publicidade: é todo o processo de planejamento, criação, produção veiculação e avaliação de anúncios pagos e assinados por organizações específicas (públicas, privadas ou de terceiro setor). Nessa acepção, as mensagens têm a finalidade de predispor o receptor a praticar umaação específica (por exemplo comprar um produto, abrir conta em um determinado banco, reciclar embalagens etc.). Essa ação tem localização no tempo e no espaço, podendo ser quantificada (SANTOS, 2005, p.17). Contudo, sob a perspectiva do marketing, Ogden (2007, p. 25) afirma que a publicidade, assim como a propaganda também é massificada, no entanto contrariamente à propaganda, a publicidade não é paga, não é repetitiva e seu conteúdo não é controlado. Já existem outros autores no meio acadêmico que defendem outra vertente. Por exemplo, para Públio (2008), o fator de maior valor para que um produto se destaque dos outros é a propaganda. Faz-se necessário o seu uso, pois muitos produtos no mercado são semelhantes e para se diferenciarem da concorrência é preciso o uso da propaganda. Kotler e Keller (2006), definem propaganda como “qualquer forma paga de apresentação não pessoal e promocional de ideias, bens ou serviços por um patrocinador identificado”. Já os anúncios veiculados, são uma forma lucrativa de propagar as mensagens para persuadir os consumidores, seja na escolha da marca, seja na escolha de um determinado produto. Mas, além de modificar comportamentos, a propaganda pode criar, ampliar, consolidar e fortificar imagens, conceitos e reputações, fazendo com que uma empresa ou marca passe de um total desconhecimento por parte do mercado para uma posição viva, forte, presente na cabeça dos consumidores. (PÚBLIO, 2008, p.20) No entanto, quanto mais a propaganda evolui, mais exigentes os consumidores ficam; portanto, é preciso encontrar novas formas para se adaptar a essas exigências. Sampaio (2003, p.23) alega que “todos os integrantes das modernas sociedades de consumo são influenciáveis pela propaganda”; dessa forma, a persuasão sobre um consumidor beneficia o anunciante. Aqui será exibida a relação do planejado com o efetivo, mostrando onde se encaixam as abordagens geolocalizadas, e se isentando do discussão da real necessidade do uso do produto/serviço ou do incentivo ao consumo que isso impõe. Na opinião de Sant’Anna (2011, p.98), “o objetivo global do planejamento é proporcionar soluções práticas baseada nos fatos, para problemas específicos de marketing e propaganda”. Logo, para um ótimo planejamento de campanha é preciso que a empresa e a agência reúnam dados e informações e os interpretem da forma correta. Alguns pontos são necessários para execução do planejamento, como a análise da concorrência e mercadológica, definição dos problemas e oportunidades atuais, definir objetivos de curto, médio e longo prazo, alcançar um posicionamento equivalente ao esperado pelo público-alvo. Além disso, estabelecer e dividir a verba entre os canais utilizados na campanha e ter unidade na co-relação das peças publicitárias. Após isso, métodos de avaliação e cronograma de aplicação do planejamento e anexos (CORRÊA, 2008). No planejamento de campanha, seja em qualquer canal, é necessário encontrar o equilíbrio entre a situação de mercado e a realidade, servindo como referência das ações que serão propostas, mantendo a sua consistência. ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO Nas estratégias de comunicação, definem-se os objetivos, qual mensagem será comunicada, a quem será direcionada, qual o problema a ser resolvido, e de que forma será transmitida a mensagem. É importante que os objetivos sejam efetuados de modo que não deixe brechas para outras interpretações diferentes da mensagem que se deseja passar. Determinar os objetivos de um plano de comunicação não é uma tarefa fácil, porque resulta do diagnóstico feito a respeito de uma dada situação. Lida-se com informações, estabelecendo a relação entres os fatos, matéria intangível e de difícil interpretação em muitos casos (CORRÊA, 2008, p. 159-160). Para Públio (2008, p.151), “as estratégias de comunicação são os caminhos que levarão o anunciante a atingir seu objetivo de comunicação.” O autor alega que os elementos que integram as estratégias de comunicação são conhecidos como mix de comunicação ou CIM (Comunicação Integrada de Marketing). Os elementos que compõem o mix de comunicação são: a propaganda, ou campanhas na mídia, promoção de vendas, relações públicas e venda pessoal, identidade visual e corporativa e estratégias de comunicação. Segundo Kotler e Armstrong (2015), várias empresas preferem o pensamento de comunicação integrada de marketing (CIM). De acordo com esse conceito, a instituição deve combinar os instrumentos promocionais em um composto de promoção, com o intuito de reconhecimento do público-alvo, que bem elaborada e implementada tem a finalidade de transmitir uma mensagem clara e persuasiva sobre a organização, transmitindo uma mensagem positiva. A CIM também reúne todas as mensagens e imagens da empresa. Na opinião de Públio (2008), as consequências almejadas da comunicação se segmentam em quatro fases primordiais: conhecimento, compreensão, convicção e ação. Para alguns autores esse mesmo processo é conhecido como AIDA. Ainda de acordo com Públio (2008, p.147), “não se pode esperar da comunicação nada além que uma reação”, compreende-se que o coletor dessas informações em sua maioria tem uma reação positiva, pois o gerador desse conteúdo formulou e planejou os objetivos específicos da comunicação. Na visão Corrêa (2008), o pensamento estratégico de comunicação, criação e de mídia abrange uma série de detalhes muito significativos para sua explicação, pois todas essas estratégias analisadas poderão influenciar os resultados. Por isso, cada ferramenta deve ser explorada, para assim a mídia definir os rumos que a criação irá tomar e definir os veículos onde a mensagem será propagada. Com objetivos, metas e estratégia traçados, sabe-se que seu resultado final será satisfatório. Dessa forma, entende-se que as estratégias de comunicação são ferramentas de grande importância para que a empresa defina os objetivos que a propaganda deve alcançar, gerando melhores resultados e transmitindo uma mensagem clara e persuasiva sobre o seu público-alvo identificado através do estudo. MARKETING DIGITAL O Marketing Digital, em seu conceito geral, se dá pelas atividades online, que tem como objetivo, promover e criar relacionamento de um produto ou marca, por meio das ferramentas de mídias digitais. O Marketing Digital, surgiu ainda nos anos 90, com o crescimento da primeira versão da internet, a partir das primeiras interações de usuários da internet com as empresas anunciantes na web. Porém, somente nos anos 2000, com a chegada da web 2.0, o marketing digital teve maior notoriedade pela possibilidade de interação entre os usuários e com os conteúdos disponibilizados na web. Ao decorrer dos anos, com o aumento do número desses usuários da internet, o marketing digital seguiu em constante crescente com a chegada da web 3.0, e já evoluiu muito desde o seu surgimento (PEÇANHA, 2014). Para Torres (2009), quando falamos em marketing digital, estamos falando sobre pessoas, suas históriase seus desejos. Trata-se de relacionamentos e necessidades a serem atendidas. O Marketing Digital se tornou um dos maiores aliados usados por empresas, a fim de divulgar seu negócio e se relacionar com seu público-alvo, além de possuir inúmeras vantagens, como facilidade de comunicação, interatividade, alcance global e segmentação, vantagens essas que permitem maior eficiência das campanhas, e chamam mais atenção do consumidor. Se você não investir em marketing digital, você não só estará abrindo mão de falar da sua empresa, como estará deixando abertas as portas para que todos falem sobre sua empresa sem que você tome conhecimento, ou possa participar do processo (TORRES, 2009, p. 61). Ainda para Torres (2009,) o Marketing Digital completo, deve ser composto por sete ações estratégicas, que são: ● Marketing de conteúdo - tem o objetivo de impulsionar o público-alvo, gerando conteúdo útil, relevante e de qualidade suficiente para o consumidor, para que ele se relacione com uma marca, produto ou serviço. ● Marketing nas Mídias Sociais - tem como estratégia gerar aproximação com o consumidor, através do seu relacionamento nas redes sociais digitais, agregado ao marketing digital. Com conteúdo colaborativo, o marketing nas mídias sociais tem a intenção de promover e divulgar, gerando atratividade, e se adequando ao seu público consumidor. Criando laços de relacionamento com seu público, consegue obter resultados mais rápidos que nas mídias tradicionais. ● Marketing Viral - tem como objetivo espalhar sua informação e promover uma divulgação maior da marca rapidamente, através de texto, imagem ou videoclipes. A ideia é criar uma mensagem, chamar a atenção e alcançar o máximo de usuários possíveis, a partir do repasse e o compartilhamento do conteúdo propagado. ● E-mail Marketing - se refere à comunicação que a empresa usa com os seus clientes, ou possíveis consumidores, através da ferramenta de e-mail, de forma mais pessoal. Ainda com um alcance previsível, consegue atingir um público específico independente das redes sociais mais utilizadas. ● Publicidade online - tem o objetivo de investir na divulgação de uma marca, produto ou serviço, se utilizando das ferramentas da internet, seja através de e-mails, redes sociais, ou o próprio site da empresa, atingindo através da estratégia digital, um público maior e mais amplo. ● Pesquisa online - a proposta da pesquisa online é de conhecer ao máximo o comportamento e a opinião do consumidor, através das diversas fontes de informações e conteúdo. Através da pesquisa online, pode-se conhecer desde a opinião e a posição do seu consumidor, até o posicionamento online dos seus concorrentes. ● Monitoramento - permite mensurar tanto o alcance da marca, como a eficácia das estratégias que foram utilizadas. Dessa forma, é possível analisar o comportamento online do consumidor, extraindo novas informações sobre o mercado, e também permitindo corrigir e fazer ajustes em propostas e planejamentos futuros da marca. Sendo assim, com todas essas ações estratégicas, é possível desenvolver uma estratégia de marketing digital eficiente, de forma que possa alcançar os objetivos esperados, obter melhores resultados, atingindo o público alvo com eficácia. INTEGRAÇÃO De acordo com Cobra (2010), existem dois tipos de objetivos práticos: a intenção geral da empresa, que se funde às suas políticas e posicionamento em relação ao mercado, e os objetivos específicos, onde neles é abordada a parte operacional, onde definem-se metas vindas de pesquisas e análises. Ao identificar as oportunidades, inicia-se o desenvolvimento do plano de marketing, de forma integrada, que servirá de base para os planos da empresa, onde requer um esforço de forma conjunta pelo fato de ser um processo contínuo. O geomarketing vem para compor o marketing tradicional, como uma possibilidade da construção de novas abordagens, possibilidade de reconhecer o comportamento offline e englobar esse entendimento para conversões de mais vendas ou interações com a marca. Trazendo o Geomarketing como forma nata de canal, há possibilidade de ganho contra os concorrentes e maior clareza em análises de afetação geográfica (estados, cidades, bairros, ruas e pontos comerciais), deixando mais fluído e embasado decisões para entender, planejar e implementar estratégias relacionadas à prática em território. Em termos práticos, quando se parte para grandes tomadas de decisões, é de total validade que a geolocalização seja desmembrada, como no processo de expansão, ou mapeamento de novas oportunidades locais, definições de centros de distribuição e ações de trade marketing e sampling, além das aplicações em gestão de estoque e comunicação omni-channel. CONCEITO E BASE ESTRUTURAL DO GEOMARKETING Na abordagem do geomarketing, outros conceitos são levado em conta além dos 4 P's, são os chamados 4 G’s (geotargeting, georeferenciamento, geoestatística e geofencing). Ampliando um a um, podemos identificar que se convertem as premissas de um crescimento de mercado nos 4 P’s, e juntam-se com seu background de funcionamento tecnológico e analítico dos 4 G’s. O Geotargeting, de forma ampla, trata-se de exibições relacionadas às informações demográficas do usuário. Imagine que sua pesquisa no Google retorna, em sua maioria, resultados orgânicos na língua do seu país de busca. Imagine também que um site pode ter um único domínio e várias linguagens de exibição, relacionadas ao ip de origem do leitor, por exemplo. No online, em campanhas pagas, a divisão por raio ou local é fundamental na restrição do público, ou, ainda, na abordagem adaptativa para cada região. O Georeferenciamento trata-se de quando um sistema mapeia na forma de imagem ou mapa determinada área (Imagem 1 e Imagem 2), sendo possível a definição do parâmetro geográfico ou tomada de coordenadas. Acontece de forma usual em sites de promoções envolvendo sampling, onde o lead escolhe o local e aparece no mapa onde tem os itens disponíveis, por exemplo. Ou para profissionais que operam campanhas e que definem os limites geográficos do anúncio, na etapa de criação, já definindo os possíveis caminhos e limites da comunicação. Imagem 1: Definição do público por Estado no Facebook Ads. Imagem 2: Definição do público por raio no Google Ads. Na Geoestatística é possível perceber que tão importante quanto esse mapeamento anterior de coordenadas é o estudo dos dados e modelagem das variáveis, com base na localidade. Como pode-se observar no Gráfico 3, tem-se duas amostras de uma região X. Na A, vê-se vários pontos de mapeamento, porém as variáveis são soltas e não demonstram dados pertinente ao estudo. Quando se tem aplicação de conceitos de geoestatística, como na B, cria-se grupos espaciais, agora não isolados, tornando visível os iguais e, neste caso abaixo, mostrando as áreas de calor da pesquisa. Gráfico 3: Modelo de visualização de dados agrupados. Por último, e talvez o mais importante e utilizado nos últimos tempos, oGeofencing. A definição muito bem proposta pela consultoria CIO (2018) é que Geofencing é um serviço que dispara uma ação quando dispositivos estão em um local estabelecido. Quando aplicamos na prática, imagine as push notification que recebemos em supermercados, farmácias, shoppings e comércios que passamos próximos ou frequentamos. Hoje em dia é bem comum essa abordagem, pela facilidade da captura de dados em diferentes situações. As empresas estão usando das mais variáveis formas, como lembretes, alerta de ofertas, incentivos, pesquisa de satisfação e até em monitoramento de visita aos estabelecimentos. Cruzando os 4 P’s e 4 G’s, dá-se a criação de novos produtos, meios e mensagens no universo digital. MERCADO BRASILEIRO E MOBILE Quando analisa-se a nível Brasil, vê-se a consolidação exibida nas pesquisas recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2017, existia uma ausência de aparelhos celulares em 5,1% dos domicílios particulares permanentes do país e, em 2016, o percentual era 5,4%. Essa redução da parcela de domicílios sem telefone, embora não tenha sido expressiva, deveu-se ao aumento de domicílios em que havia o tipo móvel celular ter sido mais intenso que a diminuição de domicílios em que existia o tipo fixo convencional. Uma vez fixadas as regiões de influência de um determinado lugar, podemos associar cada uma delas a um peso proporcional à sua importância. Aqui nós consideramos uma região importante como uma região que é freqüentada por muitos visitantes desde a origem. Partindo das pesquisas amostrais e indo para a temperatura de mercado, em 2017 houve uma verdadeira corrida das plataformas em concluir a adaptação máxima da experiência do usuário mobile, já prevendo as tendências do mobile-first. E a publicidade seguiu o rumo normal, apropriando-se desse hype dos apps e sites otimizados. Com essa base sendo modelada, a publicidade digital, principalmente a mobile, desdobrou novos formatos imersivos para captar a atenção dos users e os investimentos das marcas. Esse movimento colocava em xeque o método que era feito a publicidade até então. Mais que desdobramentos do offline, as plataformas de anúncios fomentaram a criação de novas abordagens somente para o online, e, respeitando as particularidade de cada formato de telas. Dados da consultoria eMarketer levantaram, em 2018, a média de 181 bilhões de dólares gastos somente em ads mobile no mundo. Com isso, o mobile reserva um terço da fatia de investimentos de publicidade e 70% do segmento de anúncios digitais. PLATAFORMAS E POSSIBILIDADES Há trinta anos atrás, quando Mark Weiser propôs o conceito de Computação ubíqua, que é definido como a onipresença da informática no cotidiano das pessoas, ele já se antecipou que isso seria o novo futuro das tecnologias, quando os primeiros smartphones (com sistemas operacionais) e IoT (objetos cotidianos conectados a redes) começaram a ser produzidos, tornou-se possível ver esse conceito materializado. Integrar tecnologias de formas invisíveis e mapear seu uso com extração desses dados é o que as grandes plataformas de mídia mobile fazem. Agora, imagine o uso desse aparato em tecnologias de TV's, chaveiros, porta-retrato, ou qualquer dispositivo físico com algum tipo de conexão externa. Existem plataformas muito bem consolidadas e ferramentas que utilizam os artifícios de pelo menos um dos 4 G’s para integral o hall do geomarketing. O SMS, em inglês: Short Message Service, puramente mobile desde da sua criação em 1992, teve seus anos de glória quando ainda estava longe a internet doméstica do jeito que conhecemos hoje, passando por sua consolidação entre 2007 e 2010, e decrescendo após a chegada de internet de forma popular e mensageiros instantâneos. Hoje em dia, utilizado como forma de lembrete e alerta, o sms ainda é uma ótima ferramenta de abordagem, ainda mais por ser menos invasiva e não depender de internet. Na sua grande maioria, empresas que realizam a venda desse serviço como oportunidade publicitária, utilizam das brechas da lei para compartilhamento de informações entre grupos responsáveis por captações de dados sensíveis. Varejo, serviços bancários e ferramentas de autenticação tem usado bem esse serviço em prol da validação de dados e abordagem curta e direta. Quando aplicamos um pouco mais de tecnologia a esse meio, e não somente importação e disparo de mensagem, conseguimos fazer uma abordagem ainda mais assertiva. Utilizando a triangulação entre torres de sinal próximas, pode ser definido um raio de impacto. Essa forma é boa para campanhas grandes e mais genéricas, e ruim pela falta de precisão do alcance, além de possíveis problemas técnicos das rotas de frequência ou oscilação da banda que o telefone está registrado. O GPS talvez seja a primeira ferramenta quando pensamos em localização. De fato, esse componente integrado em vários aparelhos hoje em dia, foi capaz de fornecer grandes dados e serve de base para análise e cruzamento de informações. Os grandes aplicativos utilizam esse item para otimizar sua capacidade, mesmo quando o foco não é apenas a localização. Existe uma precisão de cerca de 90 metros, podendo ser potencializado com outras ferramentas como bluetooth, internet, acelerômetro. Sobre sua penetração, tem-se cobertura quase cheia dos aparelhos celulares e totalidade em smartphones. Seu ponto negativo é o baixo desempenho em ambientes fechados. Bluetooth, praticamente um meio evolutivo da transferência por infravermelho no final da década de 2000, surge como uma forma diferente e também popular para publicidade. Ele tem algumas particularidades que deixa dividido seu uso por grandes plataformas. A princípio, ele é caracterizado como BLE, um sistema bluetooth de baixa energia, que junto com beacons, fazem a magia toda acontecer. Os beacons por sua vez, tratam-se de hardwares bluetooth instalados em locais determinados, que monitoram e armazenam informações. A exploração desses dados faz com que o conteúdo possa ser contextualizado quase em tempo real, fazendo com que aconteça uma boa exploração do ambiente físico por meio desse acompanhamento. Muito utilizado por grandes lojas varejistas, ele acaba sendo uma boa ferramenta de conhecimento de público. Em contrapartida, para que essa experiência seja completa, os usuários precisam estar com o bluetooth ligado, o aplicativo do local instalado, ou algum outro aplicativo que tenha o leitor dessas informações embargados em terceiros, e o local físico precisa ter uma boa cobertura de beacons para fluir a comunicação. São muitas variáveis, o que torna essa abordagem cara e complexa no ponto de vista do pequeno anunciante. NFC e QRCode, são tecnologias de tags inteligentes. O NFC, uma espécie de bluetooth rápido com possibilidade de ativações múltiplas, ainda tem problemas para tornar-se popular devido os valores dos componentes, e a falta de adesão por parte das montadoras de smartphones. Já o QRCode,utilizado como um encurtador visual para várias ações, têm um custo irrisório se comparado a outras tecnologias de localização, com alto poder de visualização de métricas, pois deduz que o alvo estará no local escolhido para posicionar o QRCode impresso. Ambos possuem uma infinidade de ativações e integrações, porém, além de poucas marcas apostarem no NFC, os aparelhos tem um valor acima do mercado. Os empecilhos no uso do QRCode é no modo comportamental dos usuários, muitas vezes entendendo as instruções de uso como uma barreira para o uso desse serviço. Sobre a tecnologia wi-fi, não deve-se limitar seu uso a conexão de dados, e sim ampliar seu poder de precisão, com identificação do utilizador em até 1 metro. Empresas atuais utilizam o benefício de wi-fi grátis para capturar mailing e enviar comunicações futuras, além da concessão desses dados. O wi-fi como ferramenta é utilizado por muitos aplicativos como forma de estabelecer um perímetro e conhecer melhor os hábitos dos usuários. Olhando para esses principais meios de informações demográficas, vê-se que existem várias possibilidades de ativação assertiva da comunicação, mesmo cada uma com suas particularidades, seus prós e seus contras. Das empresas que identificaram esse potencial no boom da internet, temos o Foursquare. Inicialmente feita para ser uma rede social, o Foursquare foi pioneiro como rede geosocial e microblogging, utilizando os check-ins como base para interação dos seus usuários e acumuando vastos dados de comportamento e tracking das ações dos usuários, o que mais tarde tornou-se seu modelo de negócio. Em 2014, a empresa dividiu seu negócio em aceleração de dados geográficos para outras empresas, permanecendo com o mesmo nome, Foursquare, e criou uma rede totalmente nova para colher novamente esses dados e apostar na gamificação, o Swarm. Nesse boom social, causado pela solidificação do Orkut, além do crescimento do Facebook, via-se cada vez mais a localização como um item diferencial de afirmação entre os usuários, seja a nível de exibição ou a nível de pesquisa. Entendendo isso, o Google lança em 2015 seu serviço próprio de pesquisa e visualização de mapa, o Google Maps, acumulando ainda mais informações e cruzando dados dos seus usuários nas suas diversas plataformas próprias. Esse serviço, aliado aos desdobramentos e crescimento da sua rede de display, fez do Google uma das maiores plataformas para anunciantes e publishers. O Google, prevendo um aumento na atenção aos deslocamento e se antecipando aos concorrentes, incorporou em 2013 o aplicativo de mobilidade urbana Waze ao seu hall. Entendendo que mapas são cada vez mais importantes, a empresa, além de ter o mapeamento de quase todo globo também pode entender em tempo real as rotas dos usuários e impactar com mais propagandas in app altamente segmentadas. No Recife, em 2011, surge uma das primeiras plataformas brasileiras a conseguir entender o comportamento offline dos usuários e proporcionar publicidade online com contexto, a In Loco Media. A plataforma (Fluxograma 1), que veicula publicidade nos mais diversos formatos no mobile, defende que o local pode ser usado para definir o contexto e a intenção da mensagem. Existem alguns parâmetros que precisam ser atendidos para os dados sejam coletados da forma correta, mas é facilmente preenchido devido as possibilidade de integração do SDK com aplicativos parceiros. Com uma base de mais de 25 mil aplicativos parceiros, a empresa consegue entregar os mais variados tipos de publicidade em apps, além de comercializar também soluções B2B em segurança, autenticação digital e análise do comportamento demográfico. Fluxograma 1: Mapa de variáveis e tracking do usuário dentro dos aplicativos parceiros da In Loco Media. CASO 1: GAME LOVERS - SHOPPING GUARARAPES No mês de março de 2019 foi realizado uma campanha de envio de mensagem personalizadas para um shopping local. Em parceria com a empresa QTALK Inteligência de Mercado, foram filtrados na base de dados 7843 contatos, respeitando o budget de R$2.000,00. A QTALK é mais uma empresa que trabalha com estratégias de impacto mobile. Nos principais serviços oferecidos, estão SMS corporativo, SMS interativo, SMS marketing, Whatsapp e direcionamentos para landing page e chatbot. A campanha foi pensada de forma multimídia, pois o objetivo era divulgar um evento de gamers que aconteceria na metade daquele mês. A segmentação utilizada foi restritiva pela afetação do shopping e pelo histórico das campanhas em outras mídias, de forma a atingir o máximo de pessoas num raio de 5km do Shopping Guararapes, (localizado na cidade pernambucana de Jaboatão dos Guararapes) de ambos os sexos, classe B/C, acima de 25 anos. Entre os dias de campanha, houve 49,13% de confirmação de leitura dos usuários impactados, mostrando ser efetiva. Além disso, 43,82% foram impactados, porém sem confirmação de leitura, e também uma taxa de 7,03% de inatividade. Na segunda estratégia, também para o mesmo evento Game Lovers, veiculou-se anúncios na plataforma por geolocalização Waze entre os dias três e dezessete de março, divulgando o Shopping também no formato multimídia, com abordagem Pin, sinalizado no mapa, e Banner com visualização. Durante esse processo, houve 41.787 visualizações no pin fixado no mapa e um total de 1.174 motoristas pesquisando especificamente o shopping. Comparando os tipos de criativo, o pin que é apresentado de forma espontânea dentro do aplicativo Waze teve um melhor desempenho em impressões, porém uma menor taxa de clique, totalizando 579 e angariando 1.39% de CTR. Estes dados reunidos podem ser observados na Tabela 1. Tabela 1: Resultados da campanha do Waze. Foi mais uma abordagem por geolocalização, dessa vez de forma passiva, onde os motoristas interagiam com a publicidade estampada de forma natural, e acabavam sendo informados da ação veiculada. Esse tipo de ação cerca muito bem os usuários, quando feita de forma conjunta com redes sociais, email marketing e sinalização nos corredores mais movimentados do shopping. CASO 2: FORD NORDESTE Para divulgação das ofertas da marca Ford nas praças do NE, tinha-se como principal objetivo a aquisição de leads no site de oferta da concessionária. Essa campanha foi toda focada na entrega de criativos com chamada de ação (CTA), dentro de aplicativos parceiros, segmentados por geolocalização e comportamentos previamente estabelecidos. A tecnologia da In Loco funciona com precisão de no mínimo 2m e o mínimo de dispersão de mídia, pois o público é definido de várias maneiras (proximity, retargeting e in loco). Ao ser impactado pelo anúncio e clicar, o usuário será levado para a landing page das ofertas Ford onde acontecerá a conversão. Exemplo de como a abordagem funciona: Se um usuário está visitando uma concessionária concorrente ou nas proximidades das concessionárias Ford (proximity e in loco), ou já passou por esses locais (retargeting)e estar utilizando algum app no momento, pode ser impactado pelo anúncio. Com a ferramenta é possível saber quantas pessoas visualizaram o anúncio, clicaram e acessaram a landing page, preencheram o formulário e visitaram a Ford ou a concorrência. A estratégia de abordagem foi definida com propósito de estar presente nos mais variados comportamentos possíveis. Com esse foco, utiliza-se o retargeting, fazendo com que os anúncios impactem pessoas que passaram por determinados locais. Opta-se pela segmentação proximity, fazendo com que pessoas que estão na área de influência dos PDV’S pré-definidos sejam impactados, além da abordagem mais agressiva, a inloco, trazendo push notification quando o cliente entra em alguma concessionária concorrente. Dando ênfase nas praça prioritárias (Recife, Fortaleza e Salvador), com investimento 42% acima das praça secundárias (Maceió, Natal, Aracaju e São Luís). A campanha teve um número fixo de cliques contratados e algumas métricas monitoradas, com impacto na concorrência, impressões, cliques, leads e CTR (dados na Tabela 2). Tabela 2: Quantidade de cliques contratados por praça x valor investido. Para ir além do público que se relaciona com os locais mapeados, impactou-se também o público que estava alinhado em clusters, que são audiências pré-definidas e recortadas no macro, neste caso, agrupamento de pessoas que tem perfil de "Frequentadores de serviços financeiros', "Entusiastas de automóveis" e "Viajantes". Esses clusters foram escolhidos visando testar um público além do comportamento offline, a fim de gerar menor custo na aquisição do lead. A campanha foi veiculada do dia 12/02 a 17/03 de 2019, e teve uma quantidade de impressões acima do esperado pelo nicho, de ads em aplicativos mobile. Além de preencher os KPI’s, que são indicadores-chave, métricas essenciais para avaliação, pôde-se analisar Estado a Estado a relação entre as impressões, cliques e visitas influenciadas em cada concessionária. Com exceção de Salvador, que registrou mais visitas entre as segundas e terças feiras, todos os 6 Estados restantes contabilizaram o pico de visita nas sextas-feiras. O formato de criativo NATIVE, foi responsável pelo maior números de conversão nas concessionárias, em todas as praças. Houveram frequências médias elevadas nas campanhas, que são a quantidade de vezes em que o usuário é impactado, e CTRs dentro da média. Essas métricas foram influenciadas por conta da contratação por CPC (custo por clique) fixo. Como o clique é uma conversão que depende da ação do usuário, a In Loco que trabalha por leilão, a fim de entregar todo o contratado, teve de imprimir muito mais que o necessário para honrar o contratado pela Ford. Dessa forma, o target acabou sendo impactado muitas vezes, e ao final da veiculação a conversão de cliques entrou em declínio, pois os usuários que foram impactados e se interessaram em clicar já o haviam feito (Imagem 3). Imagem 3: Resultado final da campanha Ford. Mesmo não sendo a influência de visitas o objetivo da campanha, notou-se que houve uma ótima conversão de visitas físicas em todas as praças. Alcançou-se um CPV médio de R$ 13,98. Isso deixa claro o potencial da plataforma para entregar fluxo de visitas para a Ford mesmo quando não é o KPI prioritário. Para futuras campanhas, a nível de controle das entregas e potencialização das conversões, definir-se-á o objetivo por CPM em campanhas de trocas de modelo, e/ou CPV, para campanhas de saldão e megaofertas. Além disso, no caso de novas campanhas, a abordagem será balancear investiments por relação cobertura x audiência, o foco é que se faça uma melhor distribuição de verba entre as mesmas, de acordo com as praças que mais tiveram retorno nesta analisada. CONCLUSÃO Quando é observada a linha evolutiva do marketing, alinhando-se cada vez mais com a demanda do mercado, seguida pelo novo modelo de negócios dos anunciantes, causou infinitas possibilidades para os contratantes. Soma-se tudo isso à normatização do uso do smartphone em todas as camadas sociais e o melhoramento da cobertura de internet; dessa forma vê-se um grande boom de publicidades cada vez mais específicas. Após a visualização de forma macro do funcionamento desse tipo de publicidade, vê-se o real poder das tecnologias mobile, bem como que as ferramentas tem infinitas possibilidades e desdobramentos quando alinhadas de forma correta com o planejamento da campanha e abordagem. Nos casos explorados, tanto do Shopping Guararapes quanto da Ford nordeste, houve uma grande apuração das informações pré-campanha para sua montagem e estrutura, além de um alto grau de alcance das praças. O uso minucioso dos dados demográficos foram de total validade para a efetivação da campanha. No caso das concessionárias, a ferramenta, junto com toda sua gama de comportamento próprio e o tracking da concorrência, foi o ponto chave para a segmentação acontecer. Esses dois casos de sucesso foram demonstrados como forma de ruptura do marketing tradicional e vertical. O empoderamento dos aplicativos abriu esse novo horizonte para os publishers e anunciantes, que cada vez mais, associados à business intelligence e business analytics, têm transformado informação em conhecimento próprio, deixando aos cuidados dos operadores de mídia entender essa formação de novos comportamentos. Por toda evolução mostrada ao decorrer neste artigo, entende-se que até que se entre em um novo ciclo de marketing realmente inovador, os dados geosociais e demográficos serão um parâmetro válido e aplicável em qualquer anúncio. O estudo foi reduzido ao universo mobile pela sua grande massificação no ano de 2019, trazendo assim um estudo válido ao meio digital, e abrindo um novo olhar sobre a observação do público-alvo, bem como a relação entre a mensagem e o meio, e a análise fundamental dos dados pós-veiculação. Assim como as eras do marketing evoluíram e identificaram que o cliente deve ser o alvo de todas as etapas de concepção de produto e serviços, acredita-se que as plataformas identificaram estas particularidades e cada vez mais têm surgidos novos adicionais às ferramentas, o que aproxima o anunciante do real público. Existem outros desdobramentos válidos para essa pesquisa, assim como sua extensão detalhada por meio de, por exemplo, pesquisar a efetividade de push notification e discussões sobre a Lei Geral de Proteção de Dados. De fato o ambiente mobile traz essas vertentes amplas, e ao mesmo tempo tão intrínseca no dia a dia do usuário. Nesse momento em que as marcas querem se conectar cada vez mais ao seu público, deve-se ampliar os horizontes de abordagens, não descartar canais e testar efetividade por comparação, descartando em segundo momento, assim, por meio de dados sólidos, estratégias divergentes dos KPI’s. A percepção existente, através desse conteúdo apresentado, é que com todo aumento da penetração da internet de qualidade, melhorias tecnológicas e a adequaçãodos modelos de compras tradicionais, os benefícios recaem de forma crescente, causando impacto na comunicação offline das marcas e uma verdadeira corrida pela relevância de fortalecimento da marca em multicanais. É percebida a relevância desse estudo com as demonstrações de casos reais, juntando toda linha cronológica do marketing, passando pelo uso das tecnologias. Após, o direcionamento dos objetivos dos anunciantes e resultados obtidos de forma associada ao entendimento do mundo offline, dos comportamentos, e sobretudo, pelo meio geográfico proposto. ABSTRACT With the cheapening of smartphones, the penetration of the Internet connection in areas previously unreachable, there was a real boom in social networks. This whole navigation trail is invaluable for platforms that provide free navigation, whether games, applications or social networks, also in the freemium model, with limited access and advertising as a bargaining chip. The common point is using this form of bait to attract a large volume of followers and then how they benefit themselves by utilizing this powerful arsenal of panned data. The purpose of this article is to show how demographic information, applications, data organization and use of all this information are strategically related, strengthening decision making and brand positioning on mobile. As data analysis passes through the premise according to the user, it is also questioned the transparent acceptance and limits of the use of your privacy. Bringing cases of new technologies approaches, this study also demonstrates the transition from the most basic marketing model before the arrival of geographic technologies and the trajectory to global and local companies bet on this type of media, incorporating the tactics of geolocation to ads in the mobile channel. Keywords: Geomarketing; social networks; ads; mobile; big data. BIBLIOGRAFIA BRUYNE, Paul de. HERMAN, Jacques. SCHOUTHEETE, Marc de. Dinâmica da Pesquisa em Ciências Sociais. 5ª ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1991. CALMON, Lílian. Próximo Passo para Big Data é Tornar Segmentação Mais Apurada. Mundo do Marketing, 05/12/2013. Disponível em: <https://www.mundodomarketing.com.br/entrevistas/29413/proximo-passo-para-big- data-e-tornar-segmentacao-mais-apurada.html>. Último acesso em: 10/04/2019. CIO. 3 coisas que você precisa saber sobre geofencing. Disponível em: <https://cio.com.br/3-coisas-que-voce-precisa-saber-sobre-geofencing/> Último acesso em: 19/04/2019. 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