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Legislação Especial Profa Me. Natália Barroca 2022.1 - Estatuto do Torcedor. Lei 10671/2003 (04.03; 11.03) - Estatuto da criança e do adolescente. ECA, Lei 8069/1990 (18.03; 25.03) - Lei 7716/1989 – Racismo (01.04) - Estatuto do índio. Lei 6001/1973 (08.04) - Feriado Semana Santa: 15.04 - REVISÃO AV1: 22.04 - AV1: 29.04 - Estatuto do Idoso. Lei 10741/2003 (06.05) - Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei 13146/2015 (13.05) - Temáticas jurisprudências e doutrinárias acerca dos direitos de minorias e condutas relativas à defesa LGBTQIA+(20.05; 27.05) - AV2: (03.06) ANÁLISE 01 ENTENDA O CASO: O advogado postou um relato no Facebook. Ele conta que pediu ao motorista Mário José Ferreira que fosse à loja na sexta-feira (20) à noite comprar bolos de rolo que levaria em uma viagem à Europa. "Eram 20 bolos. Na hora de pagar, deu mais de R$ 600, e ele estava apenas com essa quantia. Deixou no caixa e foi buscar no carro. Quando voltou, começou o pesadelo: fecharam a loja, não o deixaram entrar e ele foi abordado pela PMPE", escreveu Gilberto na rede social. O advogado afirma que o procedimento só teria sido feito porque o motorista é negro. ANÁLISE 02 O caso foi denunciado pelo empresário carioca Daniel Cohen nas redes sociais. Ele conta que estava com um grupo de amigos na pizzaria por volta das 6h desse sábado (26/3), quando um dos amigos foi abordado por Alex, um jovem de 14 anos morador da Rocinha, que vendia balas na região. Após supostamente ser informado pela funcionária de que ele não poderia se sentar à mesa e só poderia comer caso o pedido fosse embalado para viagem, Daniel decidiu gravar o ocorrido. ANÁLISE 03 São Paulo – Um menino de 10 anos e sua mãe pretendiam comer um brigadeiro em uma confeitaria localizada em um centro comercial de Perdizes, bairro nobre da zona oeste de São Paulo. De acordo com a mãe, os dois foram impedidos por um ato de racismo. Um segurança retirou o menino, negro, da loja alegando que “não pode ter pedinte no local”. A mãe, a jornalista Suzana Barelli, denunciou o caso em suas redes sociais. “Racismo é crime!!! A interpretação deste segurança e de seus chefes é que criança negra = pedinte que importuna os clientes e deve ser afastada”, escreveu. https://www.metropoles.com/tag/sao-paulo https://www.metropoles.com/tag/racismo Em entrevista à TV Globo, a mãe contou que o menino estava em uma consulta com o terapeuta e, como de costume, ela comprou um brigadeiro para o filho. Ele chegou, sentou-se ao lado dela, mas logo foi abordado pelo segurança. O garoto disse que não entendeu porque o homem tentou tirá-lo do local. “Eu pensei: ‘eu sou tão ruim assim para pessoa me tirar?’. Eu me senti meiomal”, falou. ANÁLISE 04 Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/10/13/apos-xingar-guarda-de-negro-babaca-mulher-e-liberada-ao-pagar- fianca.htm?cmpid=copiaecola Mulher xinga guarda de 'negro babaca' e é liberada ao pagar fiança ANÁLISE 05 Mulher chama rapaz de 'macaco fedorento' em ônibus e é presa em flagrante Veja mais em https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ul timas-noticias/2021/04/12/mulher- chama-rapaz-de-macaco-fedorento-em- onibus-e-e-presa-em- flagrante.htm?cmpid=copiaecola ANÁLISE 06 Supremo decide criminalizar a homofobia como forma de racismo Após seis sessões de julgamento, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (13.06.2019) criminalizar a homofobia como forma de racismo. Ao finalizar o julgamento da questão, a Corte declarou a omissão do Congresso em aprovar a matéria e determinou que casos de agressões contra o público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis) sejam enquadrados como o crime de racismo até que uma norma específica seja aprovada pelo Congresso Nacional. "A extensão do tipo penal para abarcar situações não especificamente tipificadas pela norma penal incriminadora parece-me atentar contra o princípio da reserva legal, que constitui uma fundamental garantia dos cidadãos, que promove a segurança jurídica de todos", disse Lewandowski. Gilmar Mendes também seguiu a maioria e disse que a Constituição obriga a criminalização de condutas discriminatórias. Fonte: https://agenciabrasil.ebc.com.br /geral/noticia/2019- 06/supremo-decide- criminalizar-homofobia-como- forma-de-racismo Base Constitucional CRFB/1988, art. 5º: XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; Injúria (animus injuriandi) Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. (....) § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm Sujeito Ativo: qualquer pessoa, salvo os invioláveis. Autoinjúria não é crime, salvo os casos em que ultrapassem os limites da honra subjetiva própria. Exemplo: dizer que é filho de criminoso (caso em que ofende a honra subjetiva do pai). Sujeito Passivo: qualquer pessoa capaz de entender a ofensa que lhe for direcionada. Se a pessoa não for capaz de entender, não haverá crime Bem Jurídico: honra da pessoa Objeto material: honra subjetiva da vítima, ou seja, autoestima, dignidade, decoro. INJÚRIA QUALIFICADA PELO PRECONCEITO: §3º (é diferente de RACISMO – Lei 7.716/98) Esta injúria qualificada é chamada de injúria racial, e tem elementos muito semelhantes ao crime de racismo previsto na Lei n. 7.716/1989. Entre outros elementos, constam aqueles presentes no art. 1º da Lei do Racismo. Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Nas palavras de Celso Delmanto,“comete o crime do artigo 140, § 3º do CP, e não o delito do artigo 20 da Lei nº 7.716/89, o agente que utiliza palavras depreciativas referentes a raça, cor, religião ou origem, com o intuito de ofender a honra subjetiva da vítima”. Já o crime de racismo seria aquele cometido por quem pratica conduta discriminatória dirigida a um determinado grupo ou coletividade. O crime de racismo é considerado mais grave pelo legislador, e, além de imprescritível e inafiançável, sua persecução se dá por meio de ação penal pública incondicionada, enquanto, no caso da injúria racial, a ação penal é pública condicionada à representação do ofendido. Injúria preconceituosa Racismo Dolo do agente Injuriar pessoa determinada Discriminar grupo Prescrição Imprescritível (segundo atual posicionamento STJ/STF) Imprescritível (art. 5º, XLIII, CR/88) Fiança Inafiançável (STF 28.10.2021) Inafiançável Ação penal Pública, condicionada à repres. Pública incondicionada GENOCÍDIO - LEI Nº 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956 CONDUTAS: Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: (Vide Lei nº 7.960, de 1989) a) matar membros do grupo; b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo; c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial; d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo; e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo; TORTURA - LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 TORTURA-PROBATÓRIA, TORTURA-CRIME E TORTURA-DISCRIMINATÓRIA Art. 1º Constitui crime de tortura: I - Constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando- lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; TORTURA-PROBATÓRIA b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; TORTURA-CRIME c) em razãode discriminação racial ou religiosa; TORTURA-DISCRIMINATÓRIA NÚCLEO DO TIPO + MEIOS DE EXECUÇÃO: CONSTRANGER a vítima valendo-se dos meios de execução • Violência à pessoa - emprego de força física contra a vítima, mediante lesão corporal ou vias de fato. • Grave ameaça – promessa da realização de um mal grave (relevante, de grandes proporções), iminente (em vias de ocorrer) e verossímil (possível de ser concretizado). TORTURA x DISCRIMINAÇÃO RACIAL A discriminação racial se encontra conceituada no art. 1ª, parágrafo único, I, da Lei 12.288/2010: Art. 1°, I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; TERRORISMO – LEI Nº 13.260, DE 16 DE MARÇO DE 2016 Art. 2o O terrorismo consiste na prática por um ou mais indivíduos dos atos previstos neste artigo, por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, quando cometidos com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública. LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010. Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716, de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003. Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se: I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; Art. 1o III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais; IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga; V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais; VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais. Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos princípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da identidade nacional brasileira. Art. 4o A participação da população negra, em condição de igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de: I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econômico e social; II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa; III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas decorrentes do preconceito e da discriminação étnica; IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o combate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as suas manifestações individuais, institucionais e estruturais; V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e institucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas esferas pública e privada; Art. 4o VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportunidades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e prioridade no acesso aos recursos públicos; VII - implementação de programas de ação afirmativa destinados ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à educação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia, meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à terra, à Justiça, e outros. Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e desigualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas pública e privada, durante o processo de formação social do País. TÍTULO III DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL (SINAPIR) CAPÍTULO I DISPOSIÇÃO PRELIMINAR Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços destinados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, prestados pelo poder público federal. § 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão participar do Sinapir mediante adesão. § 2o O poder público federal incentivará a sociedade e a iniciativa privada a participar do Sinapir. CAPÍTULO II DOS OBJETIVOS Art. 48. São objetivos do Sinapir: I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações afirmativas; II - formular políticas destinadas a combater os fatores de marginalização e a promover a integração social da população negra; III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos governos estaduais, distrital e municipais; IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção da igualdade étnica; V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das metas a serem estabelecidas. Lei 7716/1989 – Racismo Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos. Pena: reclusão de dois a cinco anos. Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada. Pena: reclusão de dois a cinco anos. § 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº 12.288,de 2010) I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício profissional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60 § 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art60 Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador. Pena: reclusão de um a três anos. Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau. Pena: reclusão de três a cinco anos. Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço). (correto seria majorada) Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar. Pena: reclusão de três a cinco anos. Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público. Pena: reclusão de um a três anos. Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao público. Pena: reclusão de um a três anos. Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades. Pena: reclusão de um a três anos. Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos: Pena: reclusão de um a três anos. Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido. Pena: reclusão de um a três anos. Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças Armadas. Pena: reclusão de dois a quatro anos. Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social. Pena: reclusão de dois a quatro anos. Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não superior a três meses. (Vetado). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/VEP-LEI-7716-1989.pdf Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1 O caso Simone A. Diniz – a falta de acesso à justiça para as vítimas dos crimes raciais da Lei Caó Em 05.03.97, Simone A. Diniz relatou à polícia da capital paulista que fora vítima de um crime racial. Contou e denunciou à autoridade policial que Aparecida Gisele Mota da Silva publicou, na Folha de São Paulo, em 02.03.97, uma oferta de trabalho de doméstica para a qual só seriam aceitas as candidatas “preferencialmente da raça (cor) branca”. Segundo depoimentos colhidos pela polícia, no curso da investigação dos fatos, ao ligar para o número que constava no anúncio, Simone foi atendida por “alguém” que, por conta própria ou a mando da acusada, perguntou: “Você é branca ou negra?”. Simone respondeu: “Sou negra”. De imediato ouviu que, por essa razão, não seria aceita para o emprego, já que o seu perfil (cor e/ou raça) não combinava com a vaga oferecida. Na verdade, Simone acusou Aparecida Gisele de ter violado o artigo 20 da Lei Caó, de n. 7.716/89, alterada pela Lei 8081/90, em cujo texto consta que é crime “praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou por publicação de qualquer natureza, a discriminação ou preconceito por raça, religião, etnia ou origem. Pena: reclusão de dois e cinco anos”. Fonte: https://sociologiajuridica.net/o-caso- simone-a-diniz-a-falta-de-acesso-a-justica-para- as-vitimas-dos-crimes-raciais-da-lei-cao/ Flávio Florido/Folha Imagem https://sociologiajuridica.net/o-caso-simone-a-diniz-a-falta-de-acesso-a-justica-para-as-vitimas-dos-crimes-raciais-da-lei-cao/ O caso Simone A. Diniz – a falta de acesso à justiça para as vítimas dos crimes raciais da Lei Caó A fim de apurar a denúncia, a autoridade policial colheu o depoimento dos seguintes envolvidos: a) Simone, a vítima; b) Aparecida Gisele; a acusada de ser a gente racializadora; c) Jorge Honório da Silva; o marido e testemunha da acusada; d) os relatos de uma amiga da vítima que, inquirida em sede policial, confirmou o teor da ligação na qual Simone foi informada que, por ser negra, não seria contratada. A acusada e o seu marido confirmaram à autoridade policial o conteúdo do anúncio do jornal e da ligação sobre a qual falamos anteriormente. Disseram, sem meias palavras, que só contratariam mulheres da “raça” (cor) branca porque as negras batem nas crianças confiadas a sua guarda. Justificaram essa preferência pela raça (e cor) por que os seus filhos ficaram traumatizados com as agressões praticadas por uma ex-empregada negra, mas não comprovaram juridicamente tal fato. Fonte: https://sociologiajuridica.net/o-caso- simone-a-diniz-a-falta-de-acesso-a-justica-para- as-vitimas-dos-crimes-raciais-da-lei-cao/ Flávio Florido/Folha Imagem https://sociologiajuridica.net/o-caso-simone-a-diniz-a-falta-de-acesso-a-justica-para-as-vitimas-dos-crimes-raciais-da-lei-cao/ O caso Simone A. Diniz – a falta de acesso à justiça para as vítimas dos crimes raciais da Lei Caó Concluído o inquérito policial, conforme determina a lei processual brasileira, o delegado remeteu os autos ao parquet. Depois de estudá-los, em 02.04.1997, o promotor requisitou ao juiz que os arquivasse por não haver provas que atestassem o dolo da acusada – a verdadeira intenção de discriminar alguém por causa da cor e/ou raça. Esse dolo de discriminar é condição subjetiva do agente que, segundo a doutrina e a jurisprudência dominante, é fundamental para atestar a consumação dos crimes raciais previstos na Lei Caó. O promotor de justiça, influenciado pela ideologia da democracia racial,criada para eufemizar (naturalizar) os efeitos do racismo e dos crimes raciais, considerou que não havia provas do dolo da agente porque ela era casada com um homem negro, com o qual tinha filhos. O nascimento dessa ideologia, cujos mitos transmitem a idéia de que o Brasil é um país livre de verdadeiros racistas, racismos e violentos conflitos raciais, é atribuído a publicação de Casa Grande & Senzala, de Gilberto Freyre (1995). Além disso, para fundamentar a sua decisão, o promotor destacou que a acusada disse à polícia, em seu depoimento sobre os fatos, que não desejava discriminar ninguém por causa da raça. Fonte: https://sociologiajuridica.net/o-caso- simone-a-diniz-a-falta-de-acesso-a-justica-para- as-vitimas-dos-crimes-raciais-da-lei-cao/ Flávio Florido/Folha Imagem https://sociologiajuridica.net/o-caso-simone-a-diniz-a-falta-de-acesso-a-justica-para-as-vitimas-dos-crimes-raciais-da-lei-cao/ O caso Simone A. Diniz – a falta de acesso à justiça para as vítimas dos crimes raciais da Lei Caó Em 11.04.1997, o juiz deferiu o arquivamento do Caso, por concordar com a tese do parquet sobre a não comprovação do dolo (contumaz e contundente) da acusada. Com base nas considerações da CIDH sobre o Caso, asseveramos que essa concordância também não é um ato isolado, mas uma rotina institucional racializadora do poder judiciário e do ministério público – órgãos essenciais para a criação das hermenêuticas e, conseguentes, aplicações dos direitos que dão vida a distribuição e administração da justiça. (....) Em 2006, a CIDH “condenou” o Estado do Brasil porque ele não assegura às vítimas do racismo e dos crimes raciais acesso à justiça (e justiça), garantia prevista na CADH. Essa condenação teve origem numa petição encaminhada à CIDH, formulada por Simone A. Diniz (a vítima) e outros peticionários – ONGs que militam em prol da garantia dos direitos humanos. Fonte: https://sociologiajuridica.net/o-caso- simone-a-diniz-a-falta-de-acesso-a-justica-para- as-vitimas-dos-crimes-raciais-da-lei-cao/ Flávio Florido/Folha Imagem https://sociologiajuridica.net/o-caso-simone-a-diniz-a-falta-de-acesso-a-justica-para-as-vitimas-dos-crimes-raciais-da-lei-cao/ Ano: 2021 Banca: FUNDATEC Órgão: COMUR de Novo Hamburgo - RS Provas: FUNDATEC - 2021 - COMUR de Novo Hamburgo - RS - Agente de Atendimento e Vendas | FUNDATEC - 2021 - COMUR de Novo Hamburgo - RS - Técnico em Segurança do Trabalho Leia a seguinte matéria: “Ao se candidatar a uma vaga de empregada doméstica em São Paulo, Simone foi rejeitada por não atender a um requisito racista: o contratante dava preferência a pessoas de cor branca, conforme anúncio publicado em jornal. O caso foi denunciado à Delegacia de Investigações de Crimes Raciais, onde foi instaurado Inquérito Policial. Apesar das provas irrefutáveis, o Ministério Público do Estado de São Paulo requereu o arquivamento do inquérito sob o argumento que o caso não configurava crime de racismo. Argumentação acolhida pelo Poder Judiciário. O caso continua sem resposta por parte da Justiça brasileira” (Fonte: https://www.opendemocracy.net/, de 27/07/2020). Ano: 2021 Banca: FUNDATEC Órgão: COMUR de Novo Hamburgo - RS Provas: FUNDATEC - 2021 - COMUR de Novo Hamburgo - RS - Agente de Atendimento e Vendas | FUNDATEC - 2021 - COMUR de Novo Hamburgo - RS - Técnico em Segurança do Trabalho O caso Simone André Diniz apresenta um caso de impunidade, pois, conforme o disposto na Constituição da República Federativa do Brasil, a prática do racismo: A) Não constitui crime. B) É motivo para banimento e extradição. C) Constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão. D) É livre de manifestação de qualquer cidadão. E) Constitui uma infração leve, sendo concedido o pagamento de fiança. Ano: 2021 Banca: FUNDATEC Órgão: COMUR de Novo Hamburgo - RS Provas: FUNDATEC - 2021 - COMUR de Novo Hamburgo - RS - Agente de Atendimento e Vendas | FUNDATEC - 2021 - COMUR de Novo Hamburgo - RS - Técnico em Segurança do Trabalho O caso Simone André Diniz apresenta um caso de impunidade, pois, conforme o disposto na Constituição da República Federativa do Brasil, a prática do racismo: A) Não constitui crime. B) É motivo para banimento e extradição. C) Constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão. D) É livre de manifestação de qualquer cidadão. E) Constitui uma infração leve, sendo concedido o pagamento de fiança. 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei nº 12.735, de 2012) III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) § 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12735.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art64 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm#art1 Editor nazista é condenado a quase dois anos de reclusão 10 de setembro de 2004, 11h03 O editor nazista, Siegfried Ellwanger, foi condenado a um ano e nove meses de reclusão. A sentença do juiz Paulo Roberto Lessa Franz, da 8ª Vara Criminal de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, foi publicada esta semana. Cabe recurso ao TJ gaúcho. Na sentença de 47 páginas, o juiz considera que mais do que a pena privativa da liberdade, “essa condenação, por si só, é suficiente”. Ele substituiu o confinamento pela prestação de serviços à comunidade e o pagamento de prestação pecuniária de 20 salários mínimos em favor da Associação Beneficente Fraterno Auxílio Cristão da Sagrada Família. De acordo com a denúncia, os livros vendidos por Siegfried Ellwanger, a partir de 2 de novembro de 1996, na Feira do Livro, “trazem mensagens racistas, discriminatórias e preconceituosas, incitando e induzindo ao ódio e ao desprezo contra povo de origem judaica.” Fonte e íntegra da decisão: https://www.conjur.com.br/2004-set-10/editor_nazista_condenado_dois_anos_reclusao https://www.conjur.com.br/2004-set-10/editor_nazista_condenado_dois_anos_reclusao Editor nazista é condenado a quase dois anos de reclusão 10 de setembro de 2004, 11h03 A defesa do editor sustentou “a inexistência do crime de racismo na conduta do acusado, que apenas se constitui em práticas de cunho ideológico, contra o movimento sionista internacional e não contra os judeus”. O juiz entendeu que está caracterizada “a conduta do acusado de desprezo ao povo judeu, ao se dedicar reiteradamente à edição, publicação e à venda de obras que exprimem manifestações puramente preconceituosas”. Segundo o site Espaço Vital, o detalhe interessante é que -- em função da decisão de 19 de março deste ano, do Supremo Tribunal Federal, negando o Habeas Corpus do editor contra sua condenação anterior -- ele já perdeu a primariedade. De acordo com o site, “esse detalhe, certamente, comportará discussão sob o prisma processual nas novas etapas desta ação criminal”. Fonte e íntegra da decisão: https://www.conjur.com.br/2004-set-10/editor_nazista_condenado_dois_anos_reclusao https://www.conjur.com.br/2004-set-10/editor_nazista_condenado_dois_anos_reclusao Editor nazista é condenado a quase dois anos de reclusão 10 de setembro de 2004, 11h03 Histórico 1. O Mopar - Movimento Popular Anti Racista é formado pelo Movimento Judeu (representado por Luis Milman e Mauro Nadvorny), MovimentoNegro (liderado por Luis Francisco Barbosa, juiz aposentado, hoje advogado ) e Movimento de Justiça e Direitos Humanos (na época dos fatos, Jair Krischke era o presidente). 2. Em 2/11/96, Luis Milman flagrou, na Feira do Livro, o editor Siegfried Ellwanger divulgando e comercializando os mesmos livros já proibidos face à condenação anterior por racismo. Milman foi até a Área Judiciária da Polícia e registrou queixa. Registrada a ocorrência, integrantes do Mopar foram ao juiz de plantão, Ícaro Carvalho de Bem Osório, que ligou para o relator do processo-crime que gerou a primeira condenação de Siegrfeid Ellwanger. Fonte e íntegra da decisão: https://www.conjur.com.br/2004-set-10/editor_nazista_condenado_dois_anos_reclusao https://www.conjur.com.br/2004-set-10/editor_nazista_condenado_dois_anos_reclusao Editor nazista é condenado a quase dois anos de reclusão 10 de setembro de 2004, 11h03 3. O desembargador Fernando Mottola confirmou a informação sobre a precedente condenação de Ellwanger e o juiz plantonista proferiu a decisão que mandou apreender os exemplares do livro "A História Secreta do Brasil", da Editora Revisão. A apreensão foi feita. 4. Em 12/11/96, o advogado Luiz Francisco Barbosa comprou outro exemplar do mesmo livro, na editora de Siegfried Ellwanger e peticionou ao juiz plantonista. 5. Em 2/2/98. o promotor Rui Nazário de Oliveira apresentou denúncia. O Mopar se habilitou como assistente da acusação, tendo como seu representante processual o advogado Carlos Josias Menna de Oliveira. 6. Em 8/8/02, foram apresentadas as alegações finais. 7. A sentença condenatória foi proferida em 26 de agosto. O resumo foi disponibilizado, no site do TJ-RS. Fonte e íntegra da decisão: https://www.conjur.com.br/2004-set-10/editor_nazista_condenado_dois_anos_reclusao https://www.conjur.com.br/2004-set-10/editor_nazista_condenado_dois_anos_reclusao Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990) Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990) Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8081.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8081.htm
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