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A chave da cura - Pe Rufus Pereira

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3
Deus se revela
Eu vos tenho dito estas coisas enquanto estou convosco. Mas o Defensor, o Espírito Santo que o
Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito (Jo
14,25-26).
Jesus deixa claro nesta passagem que voltará para o Pai, mas que Ele enviará o Espírito
Santo para ensinar os apóstolos ao longo do tempo. Assim, o Espírito Santo é dom do
Pai, mas também dom de Jesus.
Quando Deus revela o mundo a nós, percebemos de que maneira Ele vem à nossa vida.
Deus Pai tem muitos nomes na Bíblia, mas o nome que eu mais gosto é aquele que São
Paulo usa na Carta aos Romanos: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm
8,31). Logo, aquele nome que eu gosto de dar a Deus é este: Deus Pai é Deus por nós.
Deus Pai manda-nos Jesus e, para Jesus, também são dados muitos nomes na Bíblia.
Qual é o meu nome favorito para Jesus? É o nome que Mateus anuncia no Evangelho, o
nome que o anjo recomendou a Maria e a José. “O seu nome deve ser Emanuel, que
significa Deus conosco” (cf. Jo 1,18-25). E este é o meu nome favorito para Jesus: Deus
conosco. Mais ainda, no mesmo Evangelho de Mateus, lemos as últimas coisas que Jesus
falou aos apóstolos: “Estarei sempre convosco” (cf. Mt 28,20). O meu nome favorito
para Jesus é Deus estará sempre conosco.
Jesus e o Pai enviam-nos o Espírito Santo, e também ao Espírito são dados muitos
nomes na Bíblia. Qual é o meu nome favorito para o Espírito Santo? É o que Jesus
mesmo indica no seu discurso de despedida: “[...] é bom para vós que eu vá! Se eu não
for, o Defensor não virá a vós. Mas, se eu for, eu o enviarei a vós” (Jo 16,7), como quem
diz: “Ele não só estará convosco, Ele estará em vocês”. Logo, o meu nome favorito para
o Espírito Santo é Deus em mim.
Deus Pai revela-se como Deus por nós, Jesus como Deus conosco e o Espírito Santo
enquanto Deus em mim. Essa é a beleza do cristianismo. No entanto, para viver essa
experiência de revelação, é preciso responder a um questionamento fundamental: Quem
é Jesus para mim?
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Quem é Jesus para mim?
Jesus estava orando, a sós, e os discípulos estavam com ele. Então, perguntou-lhes: “Quem dizem
as multidões que eu sou?” Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias;
outros ainda acham que algum dos antigos profetas ressuscitou”. Mas Jesus perguntou: “E vós,
quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Mas ele advertiu-os para que não
contassem isso a ninguém. E explicou: “É necessário o Filho do Homem sofrer muito e ser
rejeitado pelos anciãos, sumos sacerdotes e escribas, ser morto e, no terceiro dia ressuscitar” (Lc
9,18-22).
Essa é uma das passagens-chave da Bíblia, que me faz lembrar a primeira vez que
peregrinei para a Terra Santa. O guia conduziu-nos para o norte, além da Galileia.
Perguntei para ele: “Mas aqui já termina a Terra Santa, para onde está nos conduzindo?”
E ele disse-nos: “Esperem um momento”. Finalmente, levou-nos a um lugar hoje
chamado Balias, mas que, naquele tempo, chamava-se Panion, lugar dedicado ao antigo
deus grego Pan e que, na época da Bíblia, era chamado de Cesareia de Filipe – cidade
dedicada ao imperador de Roma e construída pelo tetrarca da Galileia, chamado Filipe.
Naquele local, o guia leu para nós essa passagem do Evangelho. Jesus levou os seus
apóstolos para aquele lugar, que era muito popular e ficava na montanha, e eles viam
milhares de pessoas adorando aquele deus chamado Pan. Ali estava Jesus com os Doze,
quase todos pescadores vindos das aldeias da Galileia, e lhes faz uma pergunta: “O que
as pessoas dizem de mim, quem eles dizem que eu sou?” E os apóstolos disseram:
“Jesus, as pessoas têm um apreço muito grande por você. Chamam-no de grande profeta,
alguns até dizem que você é o profeta Elias, outros chegam a dizer que você é João
Batista que voltou à vida”. Então, Jesus voltou-se a seus apóstolos e perguntou: “Quem
sou eu para vocês? Vocês têm me ouvido pregar por três anos, têm me visto curar e
expulsar demônios, conhecem-me melhor do que qualquer uma dessas pessoas. Quem
vocês dizem que eu sou? Quem sou eu para vocês?” E então, cheio do Espírito, Pedro
respondeu: “Senhor, para nós, você não é outro profeta, nem alguém desse mundo, mas
alguém do Alto. Você não é outro trabalhador, você é o Salvador, o poderoso Salvador
que veio do Céu – o Filho de Deus”.
Também hoje Jesus nos faz a mesma pergunta: “Quem sou eu para você? Talvez eu
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seja só mais uma pessoa a quem você homenageia, a quem você presta atenção ou,
talvez, eu seja somente mais um dos grandes do mundo de hoje”. É importante
respondermos pessoalmente a esta pergunta: “Quem é Jesus para mim?”
O primeiro Jesus que conheci foi quando eu era criança. Para mim, nesta fase, Ele era
apenas um retrato, uma estatueta, talvez o bebê menino na manjedoura, no tempo de
Natal. Agora sei que aquele não é Jesus. Ele não é uma estatueta ou um retrato que
guardamos.
Certa vez, fui à casa de uma família bem espiritual, carismática, em Bombaim (Índia),
e comecei a conversar com a filha pequena do casal. Apontei para o quadro de Jesus na
parede e disse: “Você sabe que aquele é Jesus?” Ela olhou para mim com os olhos
arregalados e disse: “Aquele não é Jesus, é um quadro. Jesus é o que está no meu
coração”. Quando tinha a idade dela, pensava que aquele quadro era Jesus. É bom
termos retratos e imagens nas nossas casas para lembrarmos de Jesus, mas precisamos
saber que eles estão lá apenas para nos fazer lembrar dele; aquilo não é Jesus.
Na época do colegial, li uma linda história da Bíblia. Na página da esquerda, havia um
lindo desenho de um milagre de Jesus; na página da direita, uma descrição da história
daquele milagre. A partir desse fato, para mim, Jesus tornou-se um grande curador,
aquele que faz grandes coisas. Mas agora eu sei que esse também não é Jesus. Ele não é
simplesmente um curador, alguém que faz coisas maravilhosas hoje. Mesmo no seu
tempo, quando as pessoas o seguiam somente pelas curas e milagres, Jesus fugia delas,
escondia-se. Infelizmente, as pessoas ainda seguem para determinados lugares em
virtude somente das curas. Jesus é muito mais do que simplesmente um curador, um
milagreiro.
Anos mais tarde, ao chegar ao seminário, li um livro escrito por um ateu, que
questionava a existência histórica de Jesus. Meu sangue de jovem seminarista fervia e,
então, comecei a estudar outras obras para provar a real existência de Jesus. Agora, sei
que ali também não é Jesus. Ele não é simplesmente uma pessoa que realmente existiu
há muito tempo, mas sim alguém que é muito mais do que o Jesus histórico.
Logo depois, cheguei à fase da teologia: pude ler a Bíblia e todas as Escrituras e fiquei
fascinado com os lindos ensinamentos de Jesus. Para mim, Ele transformou-se em um
grande professor, no maior professor do mundo. Contudo, pude perceber que aquele
também não era Jesus. Ele não é simplesmente um grande professor, como foi, por
exemplo, Mahatma Gandhi, um grande homem do meu país, a Índia. Jesus é muito mais
do que o maior professor do mundo.
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Em outra ocasião, vivi uma experiência a partir da qual pude perceber que Jesus não
era mais uma pessoa histórica, um professor ou um realizador de milagres. Ele passou a
ser uma pessoa mais viva e real do que qualquer outra que conhecia. Uma pessoa com
quem poderia ter um relacionamento; alguém que certamente me ouviria quando eu
falasse, da mesma forma que eu o ouviria quando Ele me dissesse algo. Esse é Jesus.
Jesus é uma pessoa que deseja ardentemente ter um relacionamento pessoal com cada
um de nós. Percebi isso quando reli o primeiro capítulo do Evangelho de São João. Certo
dia, João Batista conversava com dois de seus discípulos, e Jesus passou ali perto. João
Batista reconheceu aquela pessoa que passava como o Salvador do Mundo e disse aos
seus discípulos: “Eis o Cordeiro de Deus” (Jo 1,36). Ainda hoje, Jesus passa próximo a
nós: talvez não o reconheçamos, porque não estamos atentos para perceber sua passagem
ou estejamos surdos quando alguém nos indica: “Ali está Jesus”.
Aquelesdois discípulos ouviram João Batista e viram Jesus passar. O que eles
fizeram? Imediatamente, deixaram João Batista e começaram a seguir Jesus. Em um
certo momento, Jesus volta-se para eles e pergunta: “O que vocês querem?” O Senhor
faz essa mesma pergunta a cada um de nós: “O que você quer? O que você quer da vida?
O que você quer de Deus, o seu Pai? O que você realmente quer?” Jesus fez àqueles
discípulos uma pergunta, e eles responderam fazendo outra: “Mestre, onde moras?”,
como quem diz: “Não queremos nada de ti, não queremos uma cura ou um milagre, não
precisamos de um ensinamento, nós queremos a ti, como pessoa. Só queremos estar
contigo, visitar o lugar onde moras”. A resposta de Jesus foram somente três palavras –
muitas vezes suas respostas são curtas, mas muito importantes: “Vinde e vede”. “Vinde”
significa que você está sendo convidado – Jesus nunca força ninguém. Todo o
Evangelho começa com este convite de Jesus: “Vinde, vinde e eu vou libertá-lo dos seus
fardos, vinde e eu o farei pescador de homens. Vinde beber das águas vivas da minha
fonte”. Logo no início do Evangelho de São João, Jesus diz “Vinde. Lá, então, vereis”.
Na Bíblia, o verbo ver não significa simplesmente enxergar com os olhos, mas também
experimentar tudo aquilo que você sempre quis e ainda não realizou, ter uma satisfação e
uma felicidade jamais sentidas, apresentar uma paz e força que até então desconhecia.
“Vinde e vede”. E o que aqueles discípulos fizeram? Seguiram a Jesus. O Evangelho
nos conta que passaram o resto do dia com Jesus. Você sabe como foi esse dia com Ele?
Não fizeram nada mais, nada menos que olhá-lo e ouvi-lo. Experimentaram Jesus como
pessoa.
Depois dessa experiência, os dois discípulos foram contar aos seus familiares e amigos
que haviam encontrado Jesus. Um dos discípulos era André, que foi até o seu irmão
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Pedro e disse-lhe: “Encontramos aquele que estávamos procurando, encontramos Jesus,
o Messias”. E também Pedro foi, juntamente com André, até Jesus.
Hoje, Ele faz a mesma pergunta: “Quem sou eu para você?” E quando respondermos
corretamente, Ele dirá a cada um de nós: “Vinde e vede”.
É isso que percebi no grande livro de Jó, aparentemente monótono num primeiro
momento – sempre com discussões entre ele e seus amigos sobre Deus, que permanece
ouvindo pacientemente. Nos últimos capítulos, porém, Deus começa a falar a Jó: “Onde
estavas, quando lancei os fundamentos da terra? Informa-me, se tens o entendimento"
(Jó 38,4). Deus, nos três capítulos e meio seguintes, continua fazendo perguntas e mais
perguntas a Jó, que responde no último capítulo: “Eu te conhecia só por ouvir dizer, mas,
agora, vejo-te com meus próprios olhos. Por isso, acuso-me a mim mesmo e me
arrependo, no pó e na cinza” (Jó 42,5-6).
O que é ser cristão?
Quando fui a Roma, para participar da primeira conferência internacional da
Renovação Carismática Católica (RCC), o cardeal León Joseph Suenens era o responsável
por toda a RCC na época e fez a mim somente uma pergunta: “Quando você encontrou-se
com Jesus?” Sua intenção era saber quando acontecera minha experiência pessoal com
Jesus, capaz de mudar a minha vida.
Desse modo, a definição do cristão é a seguinte: aquele que diz “Jesus é o meu
Senhor”, não Jesus é o Senhor em geral, mas Jesus é o meu Senhor, como fruto de um
encontro pessoal com Ele. É aquele que acredita no seu coração e professa com a sua
boca que Jesus é o seu Senhor.
Na vida de cada pessoa há algo que se torna o centro, deixando todo o restante em
segundo plano. Para algumas, o centro da vida pode ser realmente algo muito ruim,
como o álcool, por exemplo. Para o alcoólatra, nada tem mais valor do que o álcool. Para
o viciado em droga, esta é a única coisa que importa, e assim por diante. Para tais
pessoas, algo terrível, algumas vezes até satânico, é o centro da vida. Mas há um outro
grupo de pessoas cujo o centro da vida é algo bom, mas não o melhor, como um hobby,
a música, seu trabalho, sua família ou até mesmo a sua religião. Há ainda, no entanto,
um terceiro grupo, para quem Jesus e somente Jesus é o centro da vida. Esses sim são
cristãos autênticos, católicos verdadeiros, que dizem: “Jesus e somente Jesus é o meu
Senhor”. Mas tal dito já foi a causa do martírio de muitos cristãos nos primeiros séculos.
Naquele tempo, o Império Romano era muito liberal. Assim, qualquer um poderia
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praticar qualquer religião, contanto que dissesse: “O imperador é o meu senhor”. Os
cristãos, contudo, disseram ao imperador e aos governadores das províncias romanas:
“Nós honramos o imperador, servimos o imperador, mas ele não é o nosso Senhor,
somente Jesus é o nosso Senhor”. Diante disso, o imperador perguntava-se: “Como pode
alguém chamar aquele que foi morto e crucificado como seu Senhor, e não a mim, o
homem mais poderoso na terra?” E as pessoas diziam: “Não se preocupem, coloque um
incenso diante da estátua do imperador e salvem as suas vidas”. Mas os cristãos não o
faziam, e milhares foram os que morreram simplesmente por terem declarado que Jesus,
somente Jesus, era o centro de suas vidas. Ao dizer “Jesus, somente Jesus”, significa
dizer Jesus como homem e Jesus com a sua mensagem.
Portanto, o que faz a diferença é quando claramente sabemos quem é o Senhor da
nossa vida – é alguém mau e ruim ou alguém bom, mas não o melhor, ou, então, é
somente Jesus, o Filho de Deus, o Salvador do mundo, o único que disse: “Eu dou uma
paz que o mundo não pode dar” (cf. Jo 14,27); o único que disse: “Todos aqueles que
vieram antes de mim foram ladrões e assaltantes. [...] O ladrão vem só para roubar, matar
e destruir. Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,8.10).
Maria, mãe e modelo
Maria não é somente uma intercessora. Ela é a mãe a quem nos dirigimos em oração.
É, acima de tudo, modelo para nós; a mulher que traz a palavra de Deus, a mulher do
Espírito Santo, presente na cruz. Ela é presença.
O Evangelho de São João apresenta essa constatação de forma compreensível logo no
início: “[...] a mãe de Jesus estava lá” (Jo 2,1), e no capítulo que, de certa maneira,
conclui o Evangelho, quando Jesus está pendurado na cruz: “Junto à cruz de Jesus,
estavam de pé sua mãe [...]” (Jo 19,25). O Evangelho de São João começa com Maria e
termina com Maria, Mãe de Jesus, que se torna Mãe do Corpo de Jesus, a Igreja. Maria
é, portanto, um sinal do que deve ser cada cristão.
Na verdade, lemos somente quatro vezes acerca de Maria nos Evangelhos, seja sobre
ela, seja quando ela diz algo. A primeira vez é quando Maria diz ao Anjo Gabriel: “Seja
feito segundo a vossa palavra”. Desde o início do Evangelho, Maria é a mulher da
Palavra. “Faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1,38). É assim que deve responder
cada discípulo de Jesus.
A segunda vez é quando Maria entra na casa de Isabel, que já havia dito: “Bendita és
tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre” (Lc 1,42), mas logo ela
acrescenta: “Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será
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cumprido!” (Lc 1,45).
A terceira vez é no Evangelho de São Lucas (cf. Lc 8,19-21), quando a mãe e outros
parentes de Jesus vão procurá-lo e dizem para Ele: “Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e
querem te ver” (Lc 8,20). Jesus diz algo muito dramático. Ele volta-se aos seus
discípulos e fala: “Vocês são tão preciosos para mim quanto o são minha mãe e meus
irmãos, porque assim como minha mãe ouve a Palavra de Deus, vocês estão aqui
ouvindo a Palavra de Deus proferida por minha boca. Quem é minha mãe e meus irmãos
e minhas irmãs? Vocês são, se vocês ouvirem a Palavra de Deus e obedecê-la” (cf. Lc
8,21).
A quarta vez é quando Jesus, depois de ensinar os discípulos a rezar, vê uma mulher
gritando no meio da multidão: “Feliz o ventre que te trouxe e os peitos que te
amamentaram!” (Lc 11,27-28).
Maria é a mulher da Palavra. Ela também é a mulher do Espírito. Sempre que Maria é
mencionada, de alguma forma também é mencionado o Espírito Santo, porque ela é
repleta do Espírito. Quando Maria entra na casa de Isabel, o que diz?
“Benditaés tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu
Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de
alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será
cumprido!” (Lc 1,42-45).
O Evangelho diz-nos que, naquele momento, João Batista ficou repleto do Espírito
Santo. O que aconteceu com Isabel? Ela também ficou cheia do Espírito Santo. O que
aconteceu com Zacarias? Ficou repleto do Espírito Santo. E o que também aconteceu
com Simeão? Igualmente ficou repleto do Espírito Santo. O que aconteceu com Ana?
Ela ficou repleta do Espírito Santo, como se Maria tivesse ocasionado uma “epidemia”
do Espírito Santo. Por onde Maria passou, o Espírito Santo também esteve presente.
Se é necessário espalharmos uma cultura de Pentecostes, quem começou tudo foi
Maria. E, finalmente, Maria é a mãe das dores, a mãe da cruz. Aos pés da cruz estava
Maria, a Mãe de Jesus.
10
Cura, começo de vida nova
Para que tenhamos um começo de vida nova, uma vida autenticamente cristã, é preciso
que nos apresentemos à Palavra de Deus. No início, ela pode perturbar, pois toca na
consciência, mas, em seguida, conforta, fortalece, cura.
O “segredo” da cura total é viver a Palavra. “Buscai em primeiro lugar o Reino de
Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6,33).
Devemos clamar por essa promessa de Deus, pois Ele dá tudo de que realmente
precisamos, com a única condição de que coloquemos no centro da nossa vida a Ele, o
seu Reino e a sua Glória.
O Senhor não quer nos curar apenas fisicamente – normalmente, essa é a parte menos
importante da cura –, tampouco o mais importante é nossa situação financeira, nossa
felicidade no emprego. Em primeiro lugar está o nosso ser, a nossa vida familiar, nossos
relacionamentos.
As três principais curas que merecem nossa concentração são:
1 – Cura espiritual dos nossos relacionamentos quebrados com o Senhor, em virtude
dos nossos próprios pecados, nossas próprias faltas. E como o Senhor nos cura
espiritualmente? Por meio do nosso arrependimento. O nosso arrependimento atrai o
amor cheio de perdão de Deus, o amor do Pai da misericórdia. Esse é o fundamento de
todas as outras curas.
2 – A segunda cura é a emocional, interior de todas as nossas feridas. Muitas pessoas
que encontrei, incrivelmente feridas emocionalmente, precisavam perdoar todas as
pessoas que as machucaram em suas vidas.
3 – A terceira a ser pedida é a libertação, libertação dos poderes do mal que nos
mantêm amarrados.
Todos temos a experiência com o pecado dentro de nós – nossa natureza é pecadora –
e também fora – o poder do mal. Por isso, precisamos de cura interior profunda, bem
como da libertação desse poder do mal, e a segurança de que ele não mais nos atacará.
11
Há muitos anos, realizei uma missão carismática de Quaresma na minha paróquia em
Bombaim (Índia), dedicada a Nossa Senhora do Carmo. Já estávamos no segundo dia
daquela missão. Um paroquiano havia tomado uma injeção de heroína e, quando voltava
para sua casa, passou em frente à igreja de táxi. O automóvel simplesmente parou, pois o
motor não funcionava mais. Alguns chamam isso de coincidência, mas é, na verdade,
Providência. Obrigado a deixar o táxi, enquanto pagava a corrida, ouviu por meio dos
alto-falantes da igreja, sem querer, as palavras do pregador, que era eu. Mais tarde,
contou-me as palavras que escutou: “Não existe problema que Deus não possa curar e
tirar da pessoa se ela simplesmente se abrir e permitir que o Senhor aja”. Aquelas
palavras tiveram tamanho impacto que ele acabou entrando na igreja e ficou em pé, lá
dentro.
Sempre percebia a presença desse rapaz na missa. Geralmente, ele ficava do lado de
fora da igreja e, quando eu começava a pregar, puxava um cigarro e fumava olhando
para mim. Dessa vez, no entanto, ele se encontrava do lado de dentro. Após a missa, ele
foi até à sacristia falar comigo e disse: “Padre, é verdade isso que o senhor falou, que
não existe problema que a pessoa tenha que Deus não possa tirar dela se a gente
simplesmente entregar para Ele?” E eu disse: “Sim, filho. Qual é o seu problema?” Ele
respondeu: “Padre, eu sou viciado em drogas já faz dez anos. Fui hospitalizado três
vezes, já vi três amigos meus morrerem de overdose nos meus braços e sei que esse
também será o meu fim”. Ainda me lembro das palavras clamadas por ele: “Padre, ainda
há esperança para mim?” Olhei para ele e disse: “Meu filho, se você fosse a única pessoa
no mundo com um problema como esse, Jesus teria morrido só por você”. Essas palavras
tocaram-no tanto que, espontaneamente, fez a sua confissão, a mais sincera e perfeita de
toda a sua vida. Não me esqueço das lágrimas de arrependimento que rolaram pelo seu
rosto, misturadas às lágrimas de alegria que brotavam dos seus olhos. Foi o que
aconteceu naquele dia.
Depois disso, ele voltou a encontrar-se comigo para oração, aconselhamento, mas,
infelizmente, tive que sair de Bombaim, e ele era tentado a voltar para as drogas.
Naquele local, havia uma capela com o Santíssimo Sacramento exposto o tempo todo. O
rapaz ia à presença do Santíssimo e clamava: “Jesus, não consigo mais. Por favor, tira
isso de mim”.
Tudo acontece quando nos expomos à Palavra de Deus, que nos leva ao
arrependimento e é sempre um ponto de partida. Isso continua quando nos colocamos à
presença de Jesus no Santíssimo Sacramento, deixando que o tempo passe em oração,
olhando para Ele e clamando, como diz a Bíblia: “Então, estará a salvo todo aquele que
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invocar o nome do Senhor” (Jl 3,5).
Após meia hora diante do Santíssimo, a dor sentida pelo rapaz tinha desaparecido, mas
ele ainda precisava de tratamento, e a família internou-o em uma clínica para
dependentes químicos. Sua família ficou chocada quando soube que ele era um viciado;
roubava até dinheiro dos seus pais para gastar com drogas, tendo, inclusive, a intenção
de matar a própria mãe, caso não conseguisse recursos para sustentar o vício. No
entanto, quando os pais descobriram que era um viciado em drogas, permaneceram ao
seu lado.
Os pais chamaram-me para rezar pelo rapaz na clínica. Rezei por ele, sabendo
principalmente que tanto o pai quanto a mãe, bem como a namorada, estavam ao seu
lado. É incrível como o que precisamos fazer é tão pouco. O Senhor faz tudo. Devemos
nos preocupar somente com duas coisas. Primeiro, ter fé. Quanta fé? Um pouquinho de
fé, tão pequena como um grão de mostarda. Não é preciso ter uma grande fé – uma
pequena fé já é suficiente para tornar possível o impossível. Segundo, amor. Um
pouquinho de amor, que sobrepõe todos os obstáculos. Quando existe uma atmosfera de
fé e amor, as curas e libertações acontecem.
Depois de rezar muito rapidamente, o rapaz levantou-se e disse: “Estou curado”.
Sabendo que, muitas vezes, os viciados em drogas falam sem pensar, eu disse: “Sim, o
Senhor vai curar você no tempo dele”. O rapaz voltou-se para sua mãe e disse: “Mãe,
você sabe, eu estou curado”. Repeti: “Sim, o Senhor vai curar você no tempo dele”. Não
tinha certeza se ele tinha saído totalmente das drogas.
Dois meses depois, ao voltar de retiros que ministrava fora de Bombaim, encontrei
meu grupo de oração – que era o mais famoso da Índia e acontecia na minha paróquia,
no ginásio da escola –, e, para minha surpresa, vi o rapaz na primeira fila, com as mãos
erguidas para o alto. Eu disse: “Senhor, eu não sei o que o Senhor fez com ele, que
estava sempre lá fora e agora está aqui dentro, estava sempre fumando um cigarrinho e
agora está com as mãos erguidas, você realmente fez alguma coisa, Senhor”. Depois do
grupo de oração, o rapaz veio ao meu encontro e pronunciou somente duas palavras:
“Obrigado, padre”. A libertação aconteceu graças a todo um processo de proclamação da
Palavra, de tempo passado diante de Jesus Eucarístico e muita oração.
O rapaz foi encontrar-se comigo outra vez para aconselhamento, confissão e, também,
ficar um pouco em adoração. “Padre, esta oração em frente ao SantíssimoSacramento é
que tem mantido a minha força”, disse. Finalmente, um dia ele partilhou comigo: “Padre,
outras pessoas viciadas em drogas têm me procurado, dizendo que se eu, que era o pior
viciado em drogas da Índia, consegui sair dessa, há esperança para elas. Diga para mim o
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que podemos fazer por eles”. Foi assim que começamos o primeiro centro de reabilitação
católico na Índia, em Bombaim, Goa e Banglor.
Os viciados em drogas começaram a chegar. Fazia visitas a eles, pregava retiros de um
ou dois dias e, quando vinham receber aconselhamento, pediam para rezar – não pediam
para rezar a fim de que o Senhor os tirasse do vício das drogas, mas para aprender a
experimentar Deus nas suas vidas.
A Bíblia mesmo ensina que existem três fontes do mal no mundo. Uma é a nossa
própria fraqueza e pecado, para a qual basta o arrependimento – não podemos nem
mesmo culpar o demônio por isso. A segunda fonte do mal são as pessoas que nos
cercam, mesmo aquelas que estão muito próximas a nós, como os membros da nossa
família e nossos amigos, que, muitas vezes, mesmo sem querer fazer o mal, acabam
levando-nos para o caminho errado ou ferindo-nos a ponto de reagirmos de maneira
errada. Por fim, a terceira fonte do mal não é aquela que está dentro de nós ou nas
pessoas que nos cercam, mas as forças das trevas que nos rodeiam, o poder do mal que a
Bíblia chama de Satanás.
Fui uma criança muito tímida. Minha mãe contava que quando eu saía para comprar
alguma coisa,voltava correndo, sem nem mesmo pegar o troco, de tanta vergonha. Tinha
medo até de atravessar a rua. Quando fui nomeado para ser o orador do grupo na escola
para uma competição de poema, disse para a minha mãe não me mandar à escola naquele
dia, pois tinha medo de recitar um poema de apenas oito linhas. Mais tarde, quando fui
para o seminário, havia um curso de pregação durante todo o ano que era ministrado por
um famoso jesuíta espanhol. No final do curso, ele chamou-me à sua sala e disse-me:
“Rufus, tenho receio de que você nunca possa pregar na sua vida. Estou olhando para um
fracassado”. E, assim, nos anos do meu inicio de sacerdócio, nunca preguei fora da
paróquia. Quando eu pregava, as pessoas vinham comentar: “Que sermão chato você
deu”. No entanto, quando me encontrei com Jesus, tudo mudou. Depois disso, visitei
dezenas de países para pregar o Evangelho.
14
Cura interior: importância
e como alcançá-la
Em resposta àquilo que Jesus e a Igreja fazem por nós, duas ações devem ser
realizadas. Jesus, primeiro, foi a todas as cidades e aldeias da Galileia, e a todos os
lugares para pregar a Boa Nova a todas as pessoas. Jesus também disse para os seus irem
a todos para lhes conceder cura e libertação e, se precisassem, também cura espiritual e
cura física.
A cura interior profunda é muito importante e necessária para que sejam descobertas e
sanadas as fontes mais significativas de todos os males que nos afligem. Muitas vezes, a
pessoa não consegue cura espiritual, sem antes passar por uma cura interior; caso
contrário, permanece naquilo que chamamos de hábitos compulsivos de pecar. Com
frequência, por exemplo, um viciado em drogas não receberá cura a menos que seja
curado interiormente das causas que o levaram ao vício da droga. No caso do rapaz
viciado apresentado no capítulo anterior, o irmão dele era um gênio, muito inteligente,
enquanto ele era visto sempre como o mau aluno, que não fazia nada certo e sempre
tinha notas baixas. Logo, recorreu às drogas para preencher o vazio que sentia.
Satanás condena; Jesus cura. A cura interior é uma espécie de chave para a cura total
da pessoa. Da mesma forma, sem a cura interior, não é possível ser curado de doenças
físicas, tampouco experimentar a libertação. Deus quer que sejamos totalmente curados.
São Paulo diz, na Carta aos Tessalonicenses, que Deus não nos quer curados
parcialmente, mas por completo; não superficialmente, mas em profundidade. Ele nos
quer perfeitos em corpo, mente e alma. “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e
carregados de fardos, e eu vos darei descanso” (Mt 11,28).
No entanto, vale ressaltar que a cura física é a menos importante. Já ouviu falar sobre
Helen Keller? Ela era cega, surda e muda, mas foi uma das grandes filósofas do século
passado. Se dermos muita ênfase à cura física, isso não vem de Deus. Jesus disse: “É
melhor entrares na vida tendo só uma das mãos do que, tendo as duas, ires para o
inferno, para o fogo que nunca se apaga” (Mc 9,43). Você já ouviu isso? Eis o motivo
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pelo qual Jesus não disse: “Vinde a mim você que quer cura física”. Isso não é o mais
importante, mas sim a cura espiritual, a experiência de perdoar todos os pecados, como o
que acontece no Sacramento da Confissão, para que possamos experimentar o “poder
perdoador” de Deus, o abraço do Pai.
A importância da cura interior se deve também às limitações da medicina e da
psiquiatria. Acreditamos que a cura aconteça por meio da medicina e da oração, mas
quando nos deparamos com os limites de ambas, então é Deus que vem e ultrapassa esse
conhecimento. Todos os dias, encontro pessoas que me relatam a incapacidade dos
médicos de fornecer um diagnóstico preciso.
No processo de cura interior, nada pode ser desvalorizado, tudo deve ser levado muito
a sério, pois disso depende uma vida de plena liberdade.
Três passos podem ser elencados para alcançar a cura interior: o primeiro é reconhecer
que necessita de cura interior e descobrir em que área ela precisa atuar – esse é o passo
do diagnóstico, do discernimento. Feito isso, o segundo passo é remover os bloqueios
para a cura interior e, então, somente depois, orar pela cura interior propriamente dita,
que é o terceiro passo.
Muitos querem pular etapas e ir direto para o passo número 3. Argumentam que não
possuem tempo de realizar o passo número 1 e, principalmente, não gostam do número
2, por isso permanecem doentes pela vida inteira.
Assim, o primeiro passo é o do diagnóstico; saber onde há necessidade de cura. Para
descobrimos isso, basta observar a nossa vida, com a ajuda das pessoas e, é claro, com a
inspiração do Espírito Santo. Como encontrar o problema que temos? Devemos fazer
exatamente como os médicos. A primeira atitude é examinar os sintomas – se você
chegar ao médico já pedindo determinado remédio, não será atendido; antes, é preciso
saber quais os sintomas aparentes do problema, detectando os sintomas físicos e
emocionais. Com frequência, pergunto como a pessoa se sente: cansada, triste, com
inveja, e assim por diante, uma vez que esses elementos facilitam a identificação do
problema existente. O comportamento correto está sempre no equilíbrio. Devemos tomar
muito cuidado no diagnóstico, para conhecer todos os sintomas.
Vamos então para o próximo passo. Não podemos ficar parados nos sintomas, é
preciso saber o diagnóstico correto. Na medicina, um diagnóstico errado pode resultar
em paralisia ou até mesmo em morte – por isso, é fundamental chegar ao diagnóstico
correto dos sintomas emocionais. A experiência indica que existem quatro principais
sintomas emocionais:
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O primeiro é o de rejeição em nossos relacionamentos com as outras pessoas, sendo
isso especialmente comum na vida familiar, na vida de casal e entre os amigos. A
rejeição acontece quando sentimos que não somos amados ou respeitados por quem
consideramos que deveríamos ser – não significa que não somos amados, porém, não
sentimos ou percebemos esse amor. Na cura interior, não devemos culpar ninguém, e
sim somente diagnosticar as pessoas. A Bíblia tem respostas para isso. “Acaso uma
mulher esquece o seu neném ou o amor ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma
se esqueça, eu de ti jamais me esquecerei” (Is 49,15), bem como: “Vê que escrevi teu
nome na palma de minha mão” (Is 49,16).
O segundo sintoma emocional diz respeito ao relacionamento com nós mesmos, ou
seja, o sentimento de inferioridade. Este surge geralmente quando são feitas
comparações entre irmãos ou colegas. “Você não é tão bonita como aquela menina; você
não é tão inteligente como aquele rapaz”.É aí que começamos a ter uma imagem
empobrecida de nós mesmos, o que nos leva à autopiedade e ao “odiar a mim mesmo”,
e, por vezes, a uma autodestruição.
E o que a Bíblia diz? Deus não quer que nenhum de nós tenha uma imagem inferior de
si mesmo. Por quê? Porque Ele nos criou à sua “imagem e semelhança” (cf. Gn 1,26).
Quando a criança nasce, possui todos os sentimentos de superioridade, mas, ao longo do
seu desenvolvimento, começa a sentir-se inferior, porque recebe as informações dos pais
ou dos professores, tendo a sensação de que não é mais amada.
O terceiro é o sentimento de culpa. Como a culpa chega em nossa vida? Ela surge
quando sentimos que cometemos muitos erros e que, por isso, nem mesmo Deus nos
perdoará, deixando de nos amar. A culpa pode ser algo terrível. A Bíblia diz: “Se vossos
pecados forem vermelhos como escarlate, ficarão brancos como a neve” (Is 1,18). E em
Jeremias: “Já terei perdoado suas culpas, de seu pecado nunca mais me lembrarei” (Jr
31,34). Portanto, Deus não apenas perdoa, mas esquece.
São Paulo dirá: “[...] já não há condenação para os que estão no Cristo Jesus” (Rm
8,1). No Livro de Apocalipse, lemos que Satanás está nos acusando dia e noite diante de
Deus. Ele é um grande acusador, uma espécie de perseguidor público. E o que diz a
Bíblia sobre Jesus? Na Carta aos Romanos, São Paulo nos diz: “Em Cristo Jesus não há
condenação. Em Cristo Jesus não há condenação” (cf. Rm 8, 1-2).
Por fim, o quarto sintoma emocional é o medo. Não me refiro a medos espontâneos,
que são manifestações normais frente a situações adversas, mas sim a medos que não
têm razão de ser, como, por exemplo, o medo da escuridão, de sofrer de câncer, de HIV,
medo de multidão, de ficar só. Como o medo chega em nossa vida? Geralmente, ele é
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gerado a partir daquilo que as pessoas falam; então, começamos a ter medo sem
nenhuma razão. E o que a Bíblia diz a respeito dessa situação? Que Deus não quer que
nenhum de nós viva com medo. Ele diz isso explicitamente cerca de 365 vezes na Bíblia.
“Não tenhais medo. Nada temais”, diz o Senhor. Deus não quer que nenhum de seus
filhos tenha ou viva com medo. A fé e o medo não podem existir juntos. Se há medo,
isso é sinal de que não há fé verdadeira. Se existe fé verdadeira, não deve existir o medo.
Essas são as quatro principais áreas da nossa vida que precisam de cura interior. Para
remover os bloqueios que impedem a cura emocional, é necessário refletirmos no
passado sob a luz do Espírito Santo, a fim de que Ele ilumine todas as áreas escuras da
nossa vida pregressa e faça-nos conhecer as causas dos problemas que vivemos hoje.
Além disso, é importante também trabalhar com as situações que possivelmente
bloquearão nosso processo de cura, como veremos com mais detalhes no capítulo 6,
“Bloqueios para a cura”.
Intercedendo por nossas famílias
Qual é o objetivo de Deus no casamento e na família? Está escrito bem claro na Bíblia.
Já no primeiro capítulo do primeiro livro da Bíblia, no Livro do Gênesis, lemos, no
versículo 26, que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, mas, no versículo
27, como que para corrigir-se, o escritor sagrado acrescenta algo: “Deus criou o homem
e a mulher à sua imagem e semelhança”.
Em outras palavras, Deus não cria as pessoas para viver uma vida individual. Deus
criou casais, Deus criou o casamento. Não temos somente vida, como Deus tem, mas,
como Ele, podemos também comunicar e transmitir a vida. E, mais do que isso, Deus
criou também a família, não somente o casal. Por isso, Ele ordenou a Adão e Eva que
enchessem o mundo com seus filhos. Assim, a vida familiar é uma criação de Deus para
ser reflexo da vida dele.
Deus não é uma pessoa solitária, nem somente duas pessoas, mas três, na sua unidade
infinita. Ele deseja que a vida humana, do casamento, da família sejam reflexos de sua
vida unitária, a comunidade de Deus. Muitas vezes, não percebemos o valor disso, mas
se trata de uma revelação incrível do Amor de Deus por nós. É algo de que precisamos
ter consciência: não estamos aqui por acidente; um homem e uma mulher não se unem
por acidente nem têm filhos por acidente. Tudo foi planejado por Deus.
Quando estudamos o catecismo, qual é a primeira pergunta que ouvimos e
aprendemos? “Quem nos fez?” E a resposta é: “Não estamos aqui por acidente, por
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mágica, mas sim graças ao Amor de Deus, que nos criou”.
O segundo aprendizado é: “Por que Deus nos fez?”. E a resposta é algo muito simples,
mas que pode mudar a nossa vida: “Deus nos criou para que o conhecêssemos”. Ou seja,
para termos um relacionamento pessoal com Ele, amá-lo, servi-lo, sermos seus amigos e
vivermos felizes com Ele para sempre. Deus nos criou somente para a felicidade. A dor,
o sofrimento, o pecado não vêm de Deus, mas do inimigo.
A família foi feita para ser uma manifestação do Amor de Deus. Obviamente que o
inimigo deseja lutar contra Ele, e a melhor forma que encontrou foi destruir a obra-prima
de Deus, o homem, a vida familiar dentro do casamento. No capítulo 3 do Livro do
Gênesis vemos isso acontecendo. Primeiro, o inimigo queria destruir a vida do
indivíduo, a vida de Adão, o pai de família; depois, o relacionamento de casamento entre
Adão e Eva, plantando a desconfiança de um com o outro, destruindo a vida das
famílias.
Não somente Adão culpou a Eva, causando assim uma divisão, mas também, em
seguida, os seus filhos mataram um ao outro. E por quê? Por causa da inveja. A grande
tentação de Satanás é promover a desconfiança na vida matrimonial e a inveja na vida
familiar. Isso pode acontecer em vários níveis. Antes de tudo, por meio de nossos
ancestrais, de nossa árvore genealógica; em seguida, no tempo em que a criança está
sendo gerada no ventre da sua mãe; depois, quando a pessoa está na fase de
desenvolvimento como criança, jovem, adolescente; e, posteriormente, quando já são
adultos e devem tomar decisões a respeito do seu futuro.
Um dos primeiros casos, em meu ministério, no qual percebi o trabalho de Satanás
aconteceu em 1977. Foi também um dos primeiros em que percebi o grande poder de
Jesus, bem como o quanto o inimigo quer atacar os bebês, as crianças, a juventude.
Estava ministrando um retiro para padres em um estado no sul da Índia. No último dia
do retiro, um senhor veio me ver com seu filho de quinze anos. Qual era o problema
deste homem? Ele disse-me que, quando seu filho mais velho tinha dez anos de idade,
fugiu de casa e voltou exatamente cinco anos depois, pegou um veneno para insetos,
bebeu e morreu. O segundo filho deste homem, quando atingiu a idade de dez anos,
também fugiu de casa e voltou exatamente cinco anos depois. Então, tomou aquele
mesmo veneno e também cometeu suicídio. O terceiro filho, no dia que completou dez
anos, também fugiu de casa e voltou exatamente depois de cinco anos. Como os pais já
tinham a experiência dos dois filhos mais velhos, ficaram mais atentos, com medo de
que esse também pudesse cometer suicídio.
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A família, ao ter conhecimento de que estava ministrando um retiro próximo dali,
trouxe seu filho, que tinha agora quinze anos, era bem magro, muito gentil, com uma
aparência piedosa. O pai disse-me que esse filho também queria cometer suicídio, e
perguntei ao jovem: “Você quer se matar?”, e ele disse: “Não”. “Então por que o seu pai
está me dizendo que você quer se matar?”, questionei. E ele respondeu: “Algo dentro de
mim está dizendo para que eu me suicide”. Foram exatamente essas as palavras que ele
pronunciou. Quando olhei em seus olhos, sabia o que estava ali. Disse ao pai dele que
não se preocupasse, pois iria à sua casa ao final do retiro. Fui levado de carro até a casa
desse homem acompanhado de cinco ou seis homens bem fortes que fizeram o retiro. O
pai, então, me disse que haviam feito alguma maldição sobre os seus pais, sobre a sua
família, para destruí-los e tomar a propriedade.
Chegando à casa deles, fomos todos rezar na capela da região. Depois de algum tempo,
perguntei: “Algum de vocês está sentindo algo?”, e o jovem disse-me: “Estou sentindo
uma dor terrível em todo omeu corpo”. Eu sabia o que era. Pedi a todas as mulheres e
crianças que saíssem e fechassem as janelas e as portas. Somente os homens ficaram ali,
e continuamos a rezar. Por trás, coloquei a minha mão na cabeça do jovem, toquei
somente em seus cabelos, e ele foi jogado ao chão violentamente. Seis homens o
seguravam, para se ter ideia do incrível poder do mal naquele jovem.
Após algum tempo, o jovem disse: “Estou bem”. Os homens largaram-no e ele correu
para um poço. “Corram, peguem-no!”, eu disse. Eles correram e o pegaram antes que se
atirasse no poço. “Não o deixem até que eu avise vocês!”, falei. Num certo momento,
senti que não era somente o trabalho do inimigo querendo destruir a família. Talvez o pai
tivesse sido muito enérgico com os jovens, podendo ter sido esta a razão de terem saído
de casa. Pedi para o pai, que estava ali ajoelhado: “Peça perdão ao seu filho”. O pai, que
era um homem muito humilde, começou a dizer: “Perdoa-me, meu filho; perdoa-me meu
filho”. E o demônio naquele garoto começou a gritar: “Cala a boca! Cala a boca!” Eu
disse ao pai: “É uma luta entre você e Satanás pela vida do seu filho”. O pai sentia tanto
amor, tanto carinho, que entre lágrimas dizia: “Perdoa-me, meu filho; perdoa-me!”
Acredito que foi o perdão do pai, muito mais do que a minha oração, que quebrou o
poder de Satanás.
Então, disse para os homens: “Podem deixar o rapaz”. Hoje, ele está casado e tem os
seus filhos. Penso no que teria acontecido com aquela família se não estivéssemos
dispostos a rezar. Muitas vezes, nossos jovens agem sem entender o porquê, mas
devemos ajudá-los quando ainda são jovens, pequenos, até mesmo quando estão no
ventre de suas mães, um tempo muito precioso, mas também muito difícil, porque tudo o
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que afeta a mãe afeta também o filho.
Por isso, é tão importante que as mães grávidas rezem pelos seus bebês, e os pais
também, colocando a mão sobre o ventre da esposa. Precisamos rezar também pelos
filhos maiores, entre a idade de dois a nove anos.
O Senhor quer curar os casamentos quebrantados, uma vez que eles devem ser o
reflexo do Amor de Deus pelo seu povo, o reflexo do amor de Jesus Cristo por sua
Igreja. O respeito mútuo é o fundamento do casamento. Às vezes, as pessoas pensam que
se amam, mas se não há respeito umas pelas outras, o amor é simplesmente uma
falsidade. Deus respeita cada um de nós; portanto, deveríamos respeitar uns aos outros,
especialmente o marido e a esposa.
Além do respeito, deve existir confiança mútua. Sem confiança, não é possível viver
livremente. O amor sem confiança não é amor verdadeiro.
Finalmente, é necessário haver cuidado mútuo, preocupação mútua, concretizados
frequentemente nas pequenas coisas. Sem isso, não existe amor – Jesus ama-nos porque
respeita, confia, toma conta de nós.
Nada é impossível para Deus e tudo é possível para aquele que crê. O Senhor pode
curar casamentos. Certa vez, num retiro de cura interior para casais que ministrava, havia
um casal, já em processo de separação, trazido pelos amigos. Foram levados sem que
soubessem que se tratava de um retiro para casais. Quando a esposa percebeu a presença
do esposo no mesmo retiro, e vice-versa, ficaram muito bravos com os amigos; ambos
queriam ir embora imediatamente, mas foram convencidos a assistir pelo menos à
primeira palestra daquela noite. Ficaram em quartos separados. No início do retiro, com
o salão cheio, o marido ficava no canto da esquerda e a esposa, no canto da direita.
Depois da primeira palestra, Deus começou a trabalhar. Quando comecei a segunda
palestra, vi que o marido tinha mudado uma cadeira e a esposa tinha feito o mesmo. No
começo da próxima palestra, notei que o marido tinha chegado duas ou três cadeiras
mais perto, e a esposa também. No último dia, os dois se encontravam na primeira fila,
sentados próximos um do outro. Ao final da palestra, eles já estavam de mãos dadas.
Depois do retiro, o que eles fizeram? Não foram cada um para a sua casa, mas sim juntos
para um hotel, para a segunda noite de núpcias. Reencontrei-os um ano depois, com um
bebê nos braços, fruto do amor renovado. É o que Deus pode fazer.
Portanto, rezemos:
Senhor Jesus, o seu primeiro milagre foi feito nas bodas de Caná, como uma
indicação de que o Senhor quer curar não somente a pessoa, mas os casais e a
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vida das famílias.
Rezo para que o Senhor fale ao coração de cada esposo, cada esposa, que o
Senhor fale ao coração de cada pai, de cada mãe, e traga diante deles o exemplo
da sua própria Sagrada Família. Peço, Senhor, que cada pai, que cada esposo
seja como José, o seu pai adotivo, um homem justo, correto, de princípios, um real
e amável pai, um esposo fiel como foi José.
Rezo, Senhor, para que cada mulher, cada esposa seja como a mulher diante da
cruz, seja como a mulher que o apresentou no templo, a serva do Senhor, sempre
em um serviço amoroso em direção ao seu Filho, ao seu esposo. Preenche, Senhor
Jesus, os corações com amor e gentileza, generosidade além dos limites. Que cada
jovem e criança torne-se como você, cheio da alegria da família na qual vivem,
obedientes a Deus e àqueles que o representam, seu pai e sua mãe, porque o
Senhor sempre foi obediente a Deus, seu Pai amado.
Senhor Jesus, trago à sua presença todas as mães grávidas. Dou graças pelo dom
dos filho que carregam. Peço, Senhor, que o seu Espírito Santo traga plena cura e
libertação a esse bebê, especialmente se há alguma inveja sobre essa gravidez, se
alguém fez alguma maldição contra esse bebê, até mesmo para destruir a sua
vida.
Rezo, Senhor, pelas crianças pequenas, especialmente na área da sexualidade,
pois talvez foram usadas e abusadas por pessoas em quem confiavam. Peço que o
Senhor cure-as, para que possam entrar na vida adulta totalmente curadas e
libertas. Rezo também, Senhor, pelas crianças maiores, pois podem estar sofrendo
porque seus pais foram muito rígidos ou talvez negligentes e foram a lugares
errados. Peço que o Senhor liberte cada criança.
Peço, Senhor, pela sua Sagrada Família, para que proteja e cure cada família,
que muitas vezes enfrenta problemas muito sérios, agravados pela influência do
inimigo ou causados até pelos próprios familiares.
Amém!
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Rezando pelos estágios da vida
Com frequência, nossos problemas são causados por algo pequeno, que tem amplos
efeitos. No processo de discernimento, precisamos descobrir quais são as causas-raiz do
nosso problema. Se não fizermos isso, jamais seremos curados. Mas como encontrá-las?
Primeiramente, devemos estar convencidos de que isso é importante.
Muitas vezes, algo acontece pelo que não é visível; então, como encontrar, uma vez
que é invisível? Há duas maneiras: primeiro, rezando pelo Espírito Santo. Jesus chama o
Espírito Santo de Espírito da verdade. O trabalho do Espírito Santo não se restringe
apenas a falar a respeito de Deus, mas também nos falar por meio de nós mesmos, para
descobrir elementos, em nós, que causam problemas. Ficaremos surpresos com o que o
Espírito trará a nossa mente, se simplesmente orarmos por Ele.
Ao mesmo tempo, no entanto, precisamos fazer o nosso dever de casa: uma reflexão
sobre nossa vida pregressa – sem enfocar a culpa, mas antecipando a alegria –, para,
finalmente, o Senhor nos tocar e curar. Como já mencionado, é muito importante
encontrar as causas profundas dos nossos problemas. Desconheço qualquer caso de cura
acontecer sem que tenha sido encontrada a causa-raiz. Quando esta é descoberta, a cura
acontece instantaneamente. Por isso, é preciso muito trabalho.
Onde podem estar as causas-raiz? Nos quatro estágios da nossa vida.
O primeiro estágio é a nossa árvore genealógica. Deus diz que o efeito do nosso
pecado pode seguir até a terceira e quarta geração. Ele nos deu a tremenda graça do
livre- arbítrio; portanto, não irá interrompê-lo. A liberdade é algo bonito, mas
potencialmente perigoso. Podemos fazer boas coisas e nos tornarmos até santos, mas
podemos fazer mais coisas más e nos tornarmos uma espécie de Stalin (líder soviético).
Deus não pegará de volta aquilo que Ele mesmo nos deu,que é a nossa liberdade. Por
isso, precisamos da cura de toda a nossa árvore genealógica, até Adão e Eva. A Igreja diz
tão lindamente durante a missa o que não é dito em nenhuma outra denominação cristã:
Lembrai-vos, Senhor, dos que partiram desta vida, especialmente minha mãe e meu pai, e aqueles
próximos a mim, eu ainda os amo, ainda pertencem a mim, são parte da minha família, aqueles que
morreram bem antes de nós com o sinal da fé, tragam todos e todos os que se foram à luz da sua
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presença.
Quando rezamos, não significa que a nossa oração vai empurrá-los para o Céu, mas
sim que há uma comunhão de coração e de mente entre nós e eles. Para o Senhor não há
tempo, só existe a eternidade.
Precisamos rezar por nossa árvore genealógica, especialmente se houve suicídio entre
nossos ancestrais, o que pode causar um efeito tremendo na nossa família. Temos que
rezar pelos casos de abortos que aconteceram na família, pelos casos de alcoolismo e
vícios de drogas, ou casos de ancestrais que morreram na guerra, como na Europa. Na
maioria das famílias europeias há ancestrais que morreram ou mataram inimigos na
guerra. Também devemos rezar pelos membros ancestrais da nossa família que se
envolveram em práticas ocultas ou pertenceram às falsas religiões. Acima de tudo, rezar
pelos que se envolveram com o culto satânico e, especialmente, pelos casos que
envolveram consagração das crianças a Satanás. Há algumas pessoas que dizem: “Não
precisamos rezar pelos nossos ancestrais, porque a Bíblia diz que somos responsáveis
somente pelos nossos próprios pecados”. Contudo, elas esquecem que a Bíblia também
diz que Deus permite que essa consequência do pecado vá até a quarta geração. Por
outro lado, há aqueles que vão colocar toda a culpa de seus erros na árvore genealógica.
Precisamos estar no equilíbrio, não nos extremos.
O segundo estágio da nossa vida que precisa de oração é aquele que vai do momento
da nossa concepção até o momento do parto. Durante nove meses, em geral, estivemos
no ventre de nossa mãe, e tudo o que acontecer nesse período pode ter nos afetado. Uma
vez, ministrei um retiro para um mosteiro de irmãs em determinada região da Índia. A
superiora levou até mim uma mãe com um bebê de quatro meses de idade para receber
oração. A mãe contou-me que, desde o nascimento, a criança não dormia e chorava dia e
noite. O bebê já havia sido levado a todos os médicos, pediatras e psiquiatras da cidade,
mas ninguém tinha um resultado. Rezamos pelo bebê, o que ocasionou uma melhora: ele
começou a dormir uma hora por dia; mas ainda era muito pouco. Então, a freira
lembrou-me do fato de a mãe, quando grávida, ter levado um grande susto. Eu disse:
“Mas por que você não me contou isso antes?” E ela respondeu: “Esqueci-me”. “Então
chame aquela família, porque aquele bebê não será curado por nenhum médico ou
psiquiatra do mundo, somente com o poder da oração”, pedi.
Já ministrando um retiro em uma outra cidade, também para um grupo de freiras, no
último dia, vi aquele casal com a criança. Solicitei para uma das irmãs segurar o bebê, e
colocamos a mãe no centro, com as irmãs em volta, e disse: “Vamos rezar pelo bebê por
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meio da mãe”. Enquanto rezávamos pela mãe, o bebê imediatamente parou de chorar, até
cair em um sono profundo. Mesmo prosseguindo com o grupo de oração, entre cantos e
palmas, a criança continuou dormindo. Duas semanas depois, eles escreveram para nós
contando que, depois daquele dia, o bebê dorme praticamente o dia inteiro.
A terceira fase da nossa vida pela qual temos de rezar é o período que vai do
nascimento até a nossa juventude. A criança pequena é totalmente aberta a todo o tipo de
influência, boa ou má; por isso, precisa de proteção, mais do que de qualquer outra coisa.
O mundo está cheio de reis Herodes, que incentivam a morte dos bebês enquanto eles
ainda estão no ventre de suas mães.
Nessa fase, as pessoas que são más, muitas vezes, podem tomar vantagem do
desprendimento da criança – o maior crime que acontece nesta fase é o abuso sexual, que
traz um efeito terrível. As consequências disso na vida da criança são, frequentemente, o
desenvolvimento de sentimentos impróprios. A coisa mais importante a se recomendar
para os pais é: eduquem os seus filhos de forma que eles tenham absoluta confiança em
vocês e possam contar absolutamente tudo o que lhes acontecer. Eles devem ter a certeza
de que, olhando para os pais, não verão nenhuma expressão fechada ou sisuda, e fiquem
tranquilos com a presença do pai e da mãe junto deles. Também precisamos de cura
interior na fase da escola. Quantas pessoas me procuram para dizer: “Padre, quando eu
estava na escola, não tinha amigos”, ou então, “eu tinha muito medo”. Você pode achar
que isso não significa nada, mas o efeito na vida da pessoa pode ser grave.
O quarto estágio da nossa vida é a fase da juventude e da vida adulta, especialmente a
primeira, enfocando a área da sexualidade e dos nossos sonhos não realizados, com todas
as frustrações profissionais e afetivas. Diante de tudo isso, o importante é saber que há
uma saída, uma solução, que é o ministério da cura. Por isso, é essencial encontrar as
causas-raiz dos nossos ferimentos emocionais.
A oração pela cura interior é muito simples: convidamos Jesus para que passeie
conosco por toda a nossa vida, perdoando todos aqueles que nos feriram e louvando a
Deus por todos os nossos ferimentos. Depois, entregamos todas essas situações ao
Senhor, para que sejam curadas e libertas. Então, o Senhor, do seu jeito maravilhoso,
traz a cura interior. Lembre-se do que Deus diz na Bíblia: “Eis que faço novas todas as
coisas” (Ap 21,5).
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Bloqueios para a cura
Após a detecção das causas-raiz dos nossos problemas, devemos remover os bloqueios
para promover a cura.
O primeiro bloqueio para qualquer cura é o não perdoar aquele que nos feriu.
Quando Jesus foi interpelado pelos discípulos, que desejavam aprender com Ele a rezar,
perguntaram: “por que quando a gente reza, nada acontece, e quando você reza tudo
acontece?” Jesus explicou: “Vocês rezam, de fato, mas rezam errado”, e então ensinou-
os a rezar corretamente o pai-nosso, que é suficiente. Ali está: “Perdoai as nossas
ofensas, assim como perdoamos aos que nos tem ofendido” (cf. Mt 6,12) – perdoa do
modo que nós perdoamos. No Evangelho de Lucas, Jesus afirma: “Vocês ouvem dizer:
amem os seus amigos e odeiem seus inimigos. Mas eu digo a vocês: perdoem seus
inimigos. Eu digo a vocês: amem-os. Eu digo a vocês: rezem por eles. Eu digo a vocês:
abençoem-os” (cf. Lc 6,27-36). É por isso que precisamos perdoar todas e cada uma das
pessoas que nos ofenderam e feriram durante a vida. Jesus nos mostrou como fazer isso
na Cruz: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” (Lc 23,34).
O segundo bloqueio para a nossa cura interior é não pedir perdão para as pessoas.
Quando perdoamos as pessoas, sentimo-nos bem: “Eu perdoei”. No entanto, é muito
humilhante e doloroso pedir perdão às pessoas que ofendemos. Mesmo assim,
precisamos estender a nossa mão de perdão e a nossa mão de arrependimento. Temos
que nos arrepender não somente em relação a Deus, mas também às pessoas que ferimos.
Se uma pessoa mata outra, ela tem condição de dar a vida de volta? Não. Se uma mãe
aborta um bebê, ela consegue recuperar a vida daquele bebê? Não. Se uma pessoa
difama o bom nome da outra, consegue recuperá-lo? Não. Muitas vezes, não temos como
reparar o prejuízo, então, o que nos resta é pedir perdão e orar pela cura, para que Deus
repare o malfeito.
O terceiro bloqueio da nossa cura interior é lidar com o oculto, com a falta de
renúncia às práticas ocultas que envolveram tanto nós quanto nossos antepassados. Não
basta simplesmente pedir desculpas a Deus, é necessário quebrar todo o laço que nos liga
com aquele mal. É assim que se chama a renúncia que realizamos em todo sábado santo,
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quando o padre proclama: “Você renuncia a Satanás e aos seus trabalhos e seu poder?”,
sendo isso feito também no nosso batismo, quando o padre pergunta aos nossos pais e
padrinhos: “Vocêsrenunciam a Satanás?” Temos que renunciar a qualquer envolvimento
com o oculto, para que todos os bloqueios desapareçam e finalmente seja possível
tranquilizar-se e orar.
Somente depois vem a oração de cura interior, que será uma pequena oração de
louvor. Desse modo, primeiro devemos dar graças a Deus por todas as dores, todos os
sofrimentos e por tudo aquilo que aconteceu na vida inteira. Depois, entregamos ao
Senhor tudo aquilo pelo qual passamos, para que Ele cuide de acordo com a sua vontade.
O que Ele fará é muito melhor do que imaginamos. O que Ele fará? Transformará todo
sofrimento em bênção.
Durante a semana da Páscoa, costumo abençoar as casas da minha paróquia. Fui a uma
casa bem grande, pertencente a um dos mais importantes paroquianos, toquei a
campainha e não obtive resposta. Bati na porta, e nada; então alguém me disse: “Não
entre naquela casa, padre, o homem lá dentro é um alcoólatra”. Respondi: “Eu sei disso,
mas me falaram que ele abandonou a bebida, que ele mudou”, e disseram: “Sim, mas ele
voltou a beber”. Sabemos que, após uma recaída, tornamo-nos piores. Uma vizinha da
casa olhou pela janela e disse: “Padre, não entre nesta casa, o homem lá dentro está
como um porco e sua casa como um chiqueiro”. “Eu não vim para abençoar casas”, eu
disse, “mas para abençoar lares”. Insisti, batendo na porta.
Depois de algum tempo, a porta se abriu e o homem se desculpou, dizendo
desconhecer que era o dia da bênção. Quando passei por dentro daquela casa
abençoando-a, reconheci-o como sendo um dos homens mais inteligentes da paróquia,
um bom escritor, um grande palestrante, um grande ator. Infelizmente, o alcoolismo
destruiu o seu casamento e empobreceu-o. Enquanto benzia sua casa, constatei a verdade
do que a vizinha havia dito, que ele vivia como um porco, com os olhos esbugalhados e
o cabelo todo despenteado. Sua casa parecia mesmo um chiqueiro, com vômito e
excrementos por todos os lados, e não havia um único móvel em toda a casa.
O homem disse-me que vendeu cada móvel da casa e todas as suas roupas, exceto o
short que usava, para comprar bebida. Quando saía da sua casa, fui tomado por uma
tremenda compaixão por ele, compreendendo a humilhação pela qual passava. Voltei-me
e disse: “Espero que você possa mudar”, e ele gritou para mim: “Padre, quero mudar,
diga-me como”. Naquela hora, não conhecia a resposta que eu sei hoje, mas, graças a
Deus, o Senhor está sempre ao meu lado e o Espírito Santo sopra o que fazer.
De repente, meus olhos voltaram-se para a direita e vi uma linda estátua do Sagrado
27
Coração de Jesus, porém sem a coroa. Ele disse-me que também vendeu a coroa em
troca de bebida. Enquanto isso, as pessoas da paróquia diziam umas para as outras:
“Agora que ele vendeu Jesus como Judas, vai para o Inferno”. Levei-o, então, diante
daquela estátua – nunca vou me esquecer dessa cena –, que representava Jesus com o seu
Sagrado Coração queimando de amor, e disse a ele: “Quero agora que você prometa a
Jesus que, a partir deste momento, você nunca mais engolirá uma gota de álcool”. Foi o
Espírito Santo que me fez dizer isso. Conduzi-o a uma oração de arrependimento – a
primeira oração que nós devemos rezar –, a uma oração de perdão (a segunda oração), a
uma de renúncia de todas as práticas ocultas e satânicas (a terceira), a uma oração que
convida Jesus a vir ao seu coração (a quarta) e, enfim, a uma oração que pede que Jesus
o preencha com o Espírito Santo, que é a quinta.
Se alguém me perguntasse: “O senhor acha que aquela oração o ajudou de alguma
forma?”, eu responderia, bem francamente, que não, porque senti compaixão ali na casa,
mas, uma vez que fui embora, era como qualquer outra pessoa, sem muita compaixão e
fé. Mas o Senhor não esquece e está sempre atento às nossas orações.
Um ano depois, cinco padres da paróquia foram convidados para uma festa por um
paroquiano importante. Os convidados ocupavam cada cômodo daquela grande casa. Em
certo momento, o anfitrião levantou-se e falou: “Vocês devem estar se perguntando por
que convidei vocês para esta festa, bem como imaginando por que está sendo servida
apenas bebida não alcoólica. A razão disso é que, há exatamente um ano, um padre veio
a esta casa...”. Então, lembrei-me que ele estava se referindo à minha visita. Era
verdade,: a partir daquela oração que ele fez com fé, diante do Sagrado Coração de
Jesus, instantaneamente se livrou por completo do vício no álcool.
Os médicos haviam dado àquele homem somente dois meses de vida, visto que seu
corpo estava cheio de doenças provenientes do álcool. No entanto, quando o Senhor
livrou-o do alcoolismo, também o curou de todas as outras doenças físicas. Ele, então,
tornou-se disponível a todos os alcoólatras de Bombaim e dava seu testemunho em cada
grupo de alcoólicos anônimos da cidade. Ele terminava o testemunho com duas
declarações. A primeira:
Em primeiro lugar, agradeço a Deus, meu Pai, o Pai das misericórdias, por toda a consolação,
porque eu era um favorito dele quando era coroinha na paróquia. O Deus de misericórdia e
compaixão olha com piedade sobre nós. Agradeço por me permitir ir ao fim da estrada – muitas
vezes fui visto caído nas sarjetas de Bombaim totalmente alcoolizado –, porque, se eu não tivesse
ido ao fundo do poço, não teria nunca percebido e compreendido o quanto Deus, meu Pai, me ama,
para que pudesse me reerguer e trazer de volta à sua casa.
28
A segunda era: “Existe somente uma pessoa a quem eu agradeço, e esta pessoa é o
meu Senhor Jesus Cristo, que me deu a última chance de voltar para Ele”.
Se isso não é um milagre, não sei o que é um. O Senhor quer abençoar os lares e curar
os ferimentos de todos os seus integrantes, para que possa existir uma nova Sagrada
Família em cada lar, repleto de paz, amor e alegria.
Rezemos:
Senhor, peço por todos os homens que possam estar sob as amarras do alcoolismo
e que se tornam violentos.
Agradeço, Senhor, não somente pelo seu poder de cura, mas, acima de tudo, pelo
seu grande amor, que supera todo o entendimento.
O Senhor ensinou a dirigir-me ao Pai como a um Pai de amor e misericórdia.
Portanto, consagro cada família hoje, Senhor, ao seu Sagrado Coração.
Faço esta oração pela intercessão de Maria, a Mãe das misericórdias.
Amém!
29
Ação do demônio: áreas
e fontes de ataque
A cura mais importante é a cura dos ferimentos emocionais. Por isso, o primeiro passo
é encontrar as razões, as causas das nossas pequenas enfermidades emocionais, tendo
sempre em mente que “cura” não significa simplesmente pôr a mão na pessoa e rezar. É
preciso fazer o que Jesus fez.
Dessa forma, após descobrirmos as causas dos ferimentos emocionais, precisamos
remover os bloqueios para a cura. É necessário ajudar a pessoa a se reconciliar com o
próximo, a perdoar e pedir perdão. E, acima de tudo, ajudá-la a renunciar a qualquer
prática oculta, qualquer envolvimento com o oculto. Somente então é possível rezar por
uma verdadeira cura, nunca antes disso.
Neste capítulo, enfocaremos a renúncia às práticas ocultas com as quais nos
envolvemos. O primeiro passo determinante é: ter a certeza de que nosso único inimigo é
aquele que a Bíblia chama de Satanás, o demônio.
Não lutamos com inimigos de carne e osso, mas com inimigos espirituais, os exércitos
dos espíritos decaídos. Por isso que São Paulo disse que estamos em uma batalha
espiritual (cf. Ef 6,12); logo, precisamos de armas espirituais. Não há necessidade de
buscar ajuda em outras fontes, basta a presença de Jesus trabalhando pelo Espírito, uma
palavra de ordem é suficiente; tampouco fazer longas orações: um toque de amor é
suficiente. Aquele que está conosco é o Espírito Santo, o Espírito de Jesus; por esse
motivo, rezamos no pai-nosso: “Livrai-nos do mal”.
A razão principal deste Ministério de Libertação não é exatamente a existência do
demônio, mas a continuidade do trabalho dele. E que trabalho é este? Destruir o homem.
Apenas Jesus é a verdade que salva e ilumina a escuridão em torno de nós. Jesus é o
único que dá a sua vida em meio à morte e à destruição.
No entanto, saberonde o demônio ataca é insuficiente. Também devemos saber qual o
seu plano de ataque para atingir o objetivo, nós. É o que chamamos de meio de
comunicação do demônio. O demônio pode usar todos os meios de comunicação, bem
30
como a comida e a bebida, inclusive presentes e objetos religiosos.
O fundamento da cura do Senhor em nossa vida pessoal é a Palavra de Deus. Na Bíblia
Ele nos diz o que devemos ou não fazer. A menos que saibamos o que Deus quer de nós,
não podemos nos ajudar. Em todas as histórias relatadas por mim, é possível perceber
que a cura tem início quando a pessoa ouve a vontade de Deus. A partir disso, a palavra
de Deus a conduz rumo à cura e à libertação, para então experimentar realmente uma
nova alegria, uma nova força, uma vida nova.
Todavia, existem pessoas que dizem não acreditar na existência do demônio, bem
como há aquelas que veem o demônio em todo o lugar, e culpam-no por todas as
situações. A atitude correta, como sempre, é o equilíbrio.
Além disso, não podemos nunca nos esquecer das palavras na Bíblia, que diz
claramente que o demônio é o inimigo do homem desde o início da história – quando
Satanás tentou nossos primeiros pais e Deus amaldiçoou a serpente – e que ele será
trancado no Inferno. Especialmente no Evangelho de Marcos, é dito que uma importante
parte do ministério de Jesus libertou as pessoas e expulsou os demônios. O ensinamento
da Igreja, em todos esses dois mil anos, também tem sido sempre consistente acerca da
real existência do demônio. Um dos importantes ensinamentos da Bíblia sobre este tema
se encontra na Primeira Carta de São Pedro: “O vosso adversário, o diabo, anda em
derredor como um leão que ruge, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firmes na fé,
certos de que iguais sofrimentos atingem também os vossos irmãos pelo mundo afora”
(1Pd 5,8-9). Esse é o nosso inimigo, e não nossa sogra, nosso vizinho ou o padre da
paróquia. O nosso inimigo é o demônio, por isso Pedro diz: “Resisti-lhe, firmes na fé”.
Outro fato importante é que o demônio não existe simplesmente, mas também atua nas
pessoas e por meio delas. Como se fala: “Satanás nunca dorme”. Como saber se ele está
agindo em nossa vida? Para isso, é preciso compreender como o demônio ataca o
homem e quais são as áreas da personalidade humana que estão sob a sua mira.
O demônio quer atacar, em primeiro lugar, a vontade do homem, pois é ela que nos
faz querer aproximar-nos de Deus e que nos permite dizer “não” até mesmo para Deus.
Ele deu-nos o livre-arbítrio para que fôssemos felizes e fizéssemos o bem, mas, muitas
vezes, fazemos o mal, pecamos e dizemos não a Deus.
O que acontece quando se estabelece o hábito compulsivo ao pecado? O mesmo
quando se tem o hábito compulsivo, por exemplo, de lavar as mãos, de três a quatro
vezes a cada hora. O trabalho principal de Satanás é trazer para a nossa vida hábitos
compulsivos para o mal. Um exemplo é o álcool, o vício das drogas, em seguida, as
31
perversões sexuais, especialmente o homossexualismo, o abuso sexual de menores.
Somente o poder do Espírito Santo pode quebrar esses hábitos compulsivos.
A segunda área da nossa vida, do nosso ser que é atacada pelo demônio é a nossa
mente, nosso entendimento. É o que acontece por meio dos movimentos Nova Era, por
exemplo.
Em terceiro lugar, o demônio também pode atacar as nossas emoções. Às vezes, a
partir de um sentimento de raiva, podemos até tirar a vida de uma pessoa. Por isso,
devemos cuidar da nossa raiva antes de ir dormir e não deixar que ela permaneça dentro
de nós, pois é como um veneno. Não podemos dar oportunidade ao demônio, que pode
atacar-nos através das nossas emoções – o ciúme no casamento, a inveja entre amigos,
sentimentos de culpa, tendências ao suicídio, ódio etc. O demônio pode atacar também o
nosso corpo, quando as causas das doenças físicas não são biológicas, e sim do poder de
Satanás.
O demônio também quer atacar as nossas posses – nosso quarto, nossa casa. Assim, é
importante ter a certeza de que elas estão abençoadas. Hoje, o demônio ataca
principalmente os casamentos e as famílias, em especial, aquelas em posição de
liderança.
Essas são as formas pelas quais o demônio quer atacar as várias áreas da nossa
personalidade. Mas, de onde vêm esses ataques? Qual é a fonte desses ataques? Em
primeiro lugar, a nossa árvore genealógica, ainda mais se houve casos de suicídio,
aborto, envolvimento com falsas religiões, seitas satânicas. É fundamental rezar para que
o Senhor quebre qualquer maldição lançada.
A segunda fonte de ataque são as pessoas com quem convivemos, as invejas com
relação ao seu casamento, seus filhos, sua casa, sua prosperidade.
A terceira fonte de ataque do inimigo pode ser nós mesmos. Não há necessidade de
culpar os ancestrais o tempo todo, a família, os amigos. Se você dirigiu-se a qualquer
outro que não Jesus, seja porque se encontrava muito necessitado ou pressionado por
amigos, colocou-se sob o poder dos inimigos de Deus. Infelizmente, as pessoas não
percebem o mal que fazem ao agirem desse modo.
Quando nos esvaziamos de todo o pecado, de todo o ódio e falta de perdão, quando nos
esvaziamos da influência das práticas ocultas em nossa vida, somos então preenchidos
com Jesus e seu Espírito Santo. Com essa certeza, podemos rezar por todas as nossas
necessidades.
Senhor, peço-lhe que olhe para a minha vida pregressa e cure-me também lá.
32
Apresento todos os meus ancestrais que precisam de cura e libertação. Rezo
especialmente pelos meus ancestrais que morreram de forma violenta ou
repentina, especialmente aqueles que cometeram suicídio ou aqueles que foram
abortados, bem como aqueles que foram vítimas de possessão ou morreram nas
guerras ou praticaram cultos satânicos, que lançaram mau-olhado ou maldição
nos seus descendentes. Rezo, Senhor, por uma poderosa cura e libertação em toda
a minha árvore genealógica.
Também rezo, Senhor, pela cura no momento da minha concepção, de qualquer
prejuízo ou qualquer mal que possa ter acontecido. Faço essa oração por
intermédio da sua concepção no ventre de Maria. Também peço, Maria, por sua
intercessão através da própria concepção no ventre de sua mãe, Ana.
Rezo agora, Senhor, pela cura no momento do meu nascimento, quando deixei a
segurança do ventre materno e fui forçado a entrar neste mundo de barulho,
poluição e ódio. Peço a sua proteção para qualquer ameaça que eu tenha sofrido
no momento do meu nascimento. Que como tu, Senhor, eu possa experimentar o
amor que protege, de Maria e de José. Liberta-me, Senhor, de qualquer tipo de
dedicação ou consagração a Satanás nesse período da minha vida.
Cura-me, Senhor, durante o tempo da escola, quando eu sentia tanta dificuldade
de ir bem nos estudos e meus pais faziam comparações, forçando-me a ser melhor.
Talvez eu tenha sido punido injustamente por algum professor ou ridicularizado
diante de outros na escola. Talvez, Senhor, durante esses anos, eu não tenha tido
amigos e cresci com um grande medo, medo de pessoas, medo de escuridão, medo
de outras coisas. Apresento, Senhor, todos os meus anos de infância e vida escolar
para serem curados.
Rezo agora, Senhor, pela cura do meu presente estado de vida. Cura-me, Senhor,
de qualquer frustração que eu possa ter passado.
Trago também, Senhor, todos os anos da minha vida, louvando por todas as coisas
boas e ruins que aconteceram, sabendo que o Senhor só produz bem para aqueles
que o amam.
Rezo pela libertação do poder do inimigo que afeta a minha vida. Liberta, Senhor,
minha vontade daqueles atos compulsivos de pecado. Peço, Senhor, que liberte
agora todos aqueles que estão amarrados pelo poder de Satanás no jugo do
alcoolismo e no vício das drogas. Liberta-me, Senhor, de todas as amarras, vícios
e daqueles que me levam a práticas ocultas. Liberta-me, Senhor, do poder do
33
inimigo em minhas tendências suicidas e minha inveja. Liberta-me, Senhor, do
poder do mal sobre meu corpo, através de doenças que os médicos não conseguem
resolver. Liberta-me, Senhor, do poder do mal que afeta o matrimônio e a vida
familiar, aminha casa, as minhas posses. Peço, Senhor, a libertação de todas as
fontes dessas influências malignas.
Amém!
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35
Passos para a cura
Pereira, Pe. Rufus
9788576777281
87 páginas
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Consciente da minha pequenez, disse no meu íntimo: Eis-me aqui, Senhor,
como o barro nas mãos do oleiro. Utiliza esse barro, essa franqueza como
queres para que a Tua misericórdia abunde em mim e nesse teu filho doente
que está precisando de Ti, meu Deus e meu Senhor! Sei que em tudo és tu que
operas. Lembrei-me da frase de Pedro: "Mestre, nós trabalhamos a noite inteira
sem nada pegar; mas confiando em Tua palavra, eu vou lançar as redes" ( Lc
5,5) "Em verdade, em verdade, Eu vos digo, aquele que crê em Mim fará
também as obras que eu faço; ele fará até obras maiores, porque vou para o
Pai" "... Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, Eu o farei". ( Jo 14,12)
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30 minutos para mudar o seu dia
Mendes, Márcio
9788576771494
87 páginas
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As orações neste livro são poderosas em Deus, capazes de derrubar as barreiras
que nos afastam Dele. Elas nos ajudarão muito naqueles dias difíceis em que
nem sequer sabemos por onde começar a rezar. Contudo, você verá que pouco
a pouco o Espírito Santo vai conduzir você a personalizar sempre mais cada uma
delas. A oração é simples, mas é poderosa para mudar qualquer vida. Coisas
muito boas nascerão desse momento diário com o Senhor. Tudo pode acontecer
quando Deus é envolvido na causa, e você mesmo constatará isso. O Espírito
Santo quer lhe mostrar que existe uma maneira muito mais cheia de amor e
mais realizadora de se viver. Trata-se de um mergulho no amor de Deus que
nos cura e salva. Quanto mais você se entregar, mais experimentará a graça de
Deus purificar, libertar e curar seu coração. Você receberá fortalecimento e
proteção. Mas, o melhor de tudo é que Deus lhe dará uma efusão do Espírito
Santo tão grande que mudará toda a sua vida. Você sentirá crescer a cada dia
em seu interior uma paz e uma força que nunca havia imaginado ser possível.
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Famílias edificadas no Senhor
Alessio, Padre Alexandre
9788576775188
393 páginas
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Neste livro, Pe. Alexandre nos leva a refletir sobre o significado da família,
especialmente da família cristã, uma instituição tão humana quanto divina,
concebida pelo matrimônio. Ela é o nosso primeiro referencial, de onde são
transmitidos nossos valores, princípios, ideais, e principalmente a nossa fé. Por
outro lado, a família é uma instituição que está sendo cada vez mais
enfraquecida. O inimigo tem investido fortemente na sua dissolução. Por isso
urge que falemos sobre ela e que a defendamos bravamente. Embora a família
realize-se entre seres humanos, excede nossas competências, de tal modo que
devemos nos colocar como receptores deste dom e nos tornarmos seus zelosos
guardiões. A família deve ser edificada no Senhor, pois, assim, romperá as
visões mundanas, percebendo a vida com os óculos da fé e trilhando os seus
caminhos com os passos da fé. O livro Famílias edificadas no Senhor, não
pretende ser um manual de teologia da família. O objetivo é, com uma
linguagem muito simples, falar de família, das coisas de família, a fim de
promovê-la, não deixando que ela nos seja roubada, pois é um grande dom de
Deus a nós, transmitindo, assim, a sua imagem às futuras gerações.
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Jovem, o caminho se faz caminhando
Dunga
9788576775270
178 páginas
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"Caminhante, não há caminho; o caminho se faz caminhando - desde que
caminhemos com nosso Deus.” Ao ler este comentário na introdução do livro
dos Números, na Bíblia, o autor, Dunga, percebeu que a cada passo em nossa
vida, a cada decisão, queda, vitória ou derrota, escrevemos uma história que
testemunhará, ou não, que Jesus Cristo vive. Os fatos e as palavras que em
Deus experimentamos serão setas indicando o caminho a ser seguido. E o
caminho é Jesus. Revisada, atualizada e com um capítulo inédito, esta nova
edição de Jovem, o caminho se faz caminhando nos mostra que a cura para
nossa vida é a alma saciada por Deus. Integre essa nova geração de jovens que
acreditam na infinitude do amor do Pai e que vivem, dia após dia, Seus
ensinamentos e Seus projetos. Pois a sede de Deus faz brotar em nós uma
procura interior, que nos conduz, invariavelmente, a Ele. E, para alcançá-Lo,
basta caminhar, seguindo a rota que Jesus Cristo lhe indicará.
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#minisermão
Almeida, João Carlos
9788588727991
166 páginas
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Uma palavra breve e certeira pode ser a chave para abrir a porta de uma
situação difícil e aparentemente insuperável. Cada #minisermão deste livro foi
longamente refletido, testado na vida, essencializado de longos discursos. É
aquele remédio que esconde, na fragilidade da pílula, um mar de pesquisa e
tecnologia. Na verdade, complicar é muito simples. O complicado é simplificar,
mantendo escondida a complexidade. É como o relógio. Você olha e
simplesmente vê as horas, sem precisar mais do que uma fração de segundo.
Não precisa fazer longos cálculos, utilizando grandes computadores. Simples
assim é uma frase de no máximo 140 caracteres e que esconde um mar de
sabedoria fundamentado na Palavra de Deus. Isto é a Palavra certa... para as
horas incertas.
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Índice
Folha de rosto 2
Créditos 3
Deus se revela 4
Quem é Jesus para mim? 5
Cura, começo de vida nova 11
Cura interior: importância e como alcançá-la 15
Rezando pelos estágios da vida 23
Bloqueios para a cura 26
Ação do demônio: áreas e fontes de ataque 30
45
	Folha de rosto
	Créditos
	Deus se revela
	Quem é Jesus para mim?
	Cura, começo de vida nova
	Cura interior: importância e como alcançá-la
	Rezando pelos estágios da vida
	Bloqueios para a cura
	Ação do demônio: áreas e fontes de ataque

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