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Apostila_Terceiro_setor_da_internet

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Vamos dar início ao estudo das entidades de colaboração com o Poder 
Público, especialmente as paraestatais, as quais são integrantes 
do Terceiro Setor (3º setor). Isso mesmo, não são entidades 
componentes da Administração Pública (direta ou indireta). É tema 
da “moda” (valor de maior frequência em uma distribuição) em provas 
recentes. Façamos, então, breve “passeio” pela paraestatalidade. 
 
Etimologicamente, paraestatal é aquela que se coloca ao lado do 
Estado, mas não o integra, assim, não são integrantes da estrutura do 
Estado. As paraestatais se localizam no chamado 3º setor (o 1º é o 
Estado – núcleo estratégico e serviços exclusivos; o 2º, o mercado), 
logo, chamado por ser composto por sociedades civis de fins 
públicos não lucrativos (atividades competitivas ou serviços não 
exclusivos, como saúde, cultura, educação etc.). 
 
 
 
No Plano Diretor da Reforma, as entidades paraestatais são designadas 
por “públicas não estatais”: públicas, por que prestamatividades de 
interesse público e não estatais por não comporem a Administração 
Pública direta ou indireta. 
 
Trata-se, na realidade, de verdadeiros parceiros públicos (e não 
delegatários de serviços públicos. De olho nisso em prova!). Desse 
modo, são regidas por normas do direito privado, parcialmente 
derrogadas por normas do direito público em situações específicas (leia-
se: há influências de normas de direito público no âmbito dessas 
Entidades), quando, por exemplo, sujeitam-se ao controle pelo 
Tribunal de Contas, conforme a origem dos recursos. Destaque-se que, 
como requisito para ser uma paraestatal, a entidade em questão não 
pode ter o intuito lucrativo e a atividade dever ser lícita. 
 
De acordo com a doutrina majoritária, as paraestatais são divididas em: 
 
I) Serviços Sociais Autônomos (o sistema “S”); 
 
II) Organizações Sociais – OS; 
 
III) Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP; 
e 
 
IV) Fundações de Apoio. 
 
Doravante, vamos nos debruçar, mais detidamente, no estudo das 
OSs e das Oscips. 
 
As Organizações Sociais - OS são pessoas jurídicas de direito privado, 
sem fins lucrativos, instituídas, em regra, por iniciativa de 
particulares, qualificadas pelo Poder Executivo como OS e 
cujas atividades se destinem taxativamente às seguintes atividades: 
pesquisa científica; desenvolvimento tecnológico; meio ambiente; 
cultura; preservação e conservação do meio ambiente; e saúde. 
 
 
 
 
Para a qualificação como OS, a entidade é declarada de interesse social 
e de utilidade pública, mediante decreto do Chefe do Poder 
Executivo, podendo receber recursos orçamentários, permissão de 
bens públicos, e cessão de servidores, para o cumprimento de 
contratos de gestão que venham a firmar. 
 
O instrumento normativo que dá possibilidade do contrato de 
gestão com a OS é a Lei 9.637/1998 (art. 5º), sendo que a entidade 
poderá perder a qualificação como OS quando descumprir as normas do 
contrato de gestão. Por oportuno, relembro que a assinatura de 
contratos de gestão não é exclusiva da Administração Pública, prova 
(ainda) viva disto são as Organizações Sociais. 
 
Nos termos da Lei de Licitações (Lei 8.666, de 1993), as OSs, 
qualificadas pela União, por esta poderão ser contratadas diretamente, 
sem a prévia modalidade própria de licitação, para a prestação de 
serviços contidos no contrato de gestão. Isso mesmo. A contratação 
direta não é para a qualificação ou para a assinatura de contrato de 
gestão, mas para os serviços integrantes do contrato de gestão. 
 
Fiquem ligadas(os)! 
 
Com especial destaque, ainda, para os seguintes pontos: 
 
- Fundações Públicas podem ser “transformadas” em Organizações 
Sociais. Nesse caso, deixam de ser daAdministração Indireta e passam 
para a paraestatalidade. 
 
 
 
 
Então, uma fundação pública, quando extinta e qualificada como OS, 
deixa de fazer parte da Administração Pública e passa para a 
paraestatalidade, logo, as OS não integram a administração, mas se 
colocam ao lado desta; 
 
- As Organizações Sociais podem receber servidores públicos por 
cessão especial por parte do Poder Executivo. Nesse caso, o ônus (o 
dever de pagar a remuneração do servidor) é para a origem (para 
o Estado! Podem acreditar); 
 
- a qualificação de uma entidade como OS é ato discricionário. Com 
efeito, a Lei 9.637/98 afirma em seu art. 1º: O Poder 
Executivo poderá qualificar como organizações sociais pessoas jurídicas 
de direito privado. 
 
Já as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – Oscip – 
são constituídas por iniciativa de particulares, sob o regime jurídico 
de direito privado e sem o intuito de lucro. As Oscip prestam serviços 
sociais não exclusivos do Estado, com incentivo e fiscalização do Poder 
Público, com vínculo jurídico junto a este por meio de termo de 
parceria. Verifica-se, pois, que as Oscip possuem conceito assemelhado 
ao das OS. E aí mora o perigo para efeito de concurso. Assemelhado, 
veremos, não é igual! 
 
Contudo, essencial diferença é verificada quanto ao vínculo jurídico 
junto ao Poder Público (para a formação da parceria): enquanto para 
as OS, o vínculo ocorre por meio de contrato de gestão, para as Oscip o 
vínculo se dá por meio de termo de parceria. 
 
A doutrina registra, ainda, que as Oscip, quando comparadas com as OS, 
encontram-se melhores estruturadas, inclusive com requisitos de maior 
rigidez para a obtenção da qualificação, conforme comandos emanados 
da Lei 9.790/99, que trata da matéria.Tanto que o ato de qualificação 
das Oscip, diferentemente do da OS, é ato VINCULADO. 
 
Com relação às OSCIP destaquem-se os seguintes pontos: 
 
- A Lei 9.790/1999 veda, expressamente, a qualificação, entre outras 
figuras, de OS e fundações públicas como OSCIP (art. 2º). A vedação 
não atinge as OSCIP, ou seja, podem ser qualificadas como OS. 
Síntese: nenhuma OS pode ser OSCIP; masalguma OSCIP pode ser OS; 
 
- Na norma, não há previsão de cessão de servidores públicos. Porém, 
a doutrina não entende que fica afastada, totalmente, tal 
cessão, apenas não existe previsão... Síntese: ante o princípio da 
legalidade, a cessão de servidores não seria cabível. No entanto, 
conforme a doutrina, embora não haja previsão na Lei, seriam até 
possível futuras cessões. 
 
- a qualificação de uma OSCIP é ato vinculado, como diz a própria Lei 
9.790/99 (§ 2º do art. 1º), sendo feita perante o Ministério da Justiça 
(arts. 5º e 6º da mesma norma). Síntese: o ato de qualificação da OS é 
discricionário, já o ato da OSCIP é vinculado. 
 
- Enquanto a OS firma contrato de gestão com o Ministério Supervisor, 
sendo qualificada por ato do Chefe do Executivo, as OSCIP são 
qualificadas pelo Ministério da Justiça, podendo assinar Termos de 
Parceria com o Ministério Supervisor, por exemplo. Síntese: a parceria 
da OS e da OSCIP assume nomes distintos. Observação importante é 
que não são os contratos de gestão e os termos de parceria 
responsáveis pela qualificação das entidades como OS e Oscip, 
respectivamente (cuidado!). 
 
- Última observação: enquanto a participação do Poder Público no 
Conselho de Administração das OS é obrigatória; nasOscip, se 
existente Conselho de Administração, a participação será facultativa. 
Ressaltamos que as Oscip não estão obrigadas a constituir Conselho de 
Administração, apenas Conselho Fiscal. 
 
Não há um santo concursando (e não santo concursando, rsrs.) que não 
aprecie um quadro-resumo, não é verdade? 
 
A partir de agora, façamos um paralelo entre as OS e as Oscip, levando 
em consideração todas as informações já transmitidas até o momento. 
 
 
Organizações 
Sociais – OS 
Organizações da 
Sociedade Civil de 
Interesse Público – 
OSCIP 
Diploma Legal (1) Lei 9.637, de 15/5/1998 Lei 9.790, de 23/3/1999 
Personalidade Direito Privado Direito Privado 
Acordo Contrato de Gestão (2) Termo deParceria 
Natureza do 
Acordo 
Convênio (3) Convênio 
Finalidade 
Entidade sem fins 
lucrativos 
Entidade sem fins 
lucrativos 
Qualificação Decreto do Executivo(4) Portaria Ministerial(5) 
Prerrogativas 
Cessão de servidores, 
permissão de uso de bens e 
repasses orçamentários 
Não há previsão legal(6) 
Remuneração de 
dirigentes 
Vedada 
(art. 3º, VII) (7) 
Garantida 
(art. 4º, VI) 
Participação do 
Poder Público 
Obrigatória (8) Facultativa (9) 
Área de Atuação 
Ensino, Cultura, Saúde, 
Pesquisa Científica, 
Desenvolvimento 
Tecnológico e Preservação 
do Meio Ambiente (10) 
Promoção: educação, 
saúde, cultura, 
assistência social, 
assistência jurídica 
complementar e 
outras. (11) 
Criação 
Podem provir da extinção 
de órgãos da Administração 
Não são provenientes de 
órgãos da Administração, 
é entidade com 
patrimônio pré-existente 
Controle pelo 
Tribunal 
Processos específicos(12) 
Processos 
específicos (12) 
Responsabilidade Solidária (13) Solidária (13) 
Licitação Regulamento Próprio Regulamento Próprio 
 
 
1. Tais diplomas legais são apenas Federais, ou seja, não obrigam 
aos demais entes políticos, os quais, se entenderem 
conveniente, podem se utilizar das normas federais; 
2. O contrato de gestão NÃO se confunde com o termo de 
parceria. A primeira distinção é que os contratos de 
gestão sãocelebrados com OS e os termos de parceria com 
Oscips. A segunda é que as OS, ao assinarem contrato de 
gestão, não desempenham outro papel a não ser aquele 
previsto do acordo programa; já as Oscips, mesmo ao assinarem 
o termo,não deixam de realizar outras tarefas institucionais, 
participando ao lado do Estado a título de promoção, de 
subsídio, e não absorção integral das atividades; 
3. Os interesses buscados pelas entidades são mútuos, paralelos 
ao do Estado, não sendo o caso, portanto, de os pactos 
denominarem contratos administrativos, pois nesses os 
interesses são opostos. Por isso, a doutrina prefere qualificá-los 
como verdadeiros convênios, com a observação de que a Instrução 
Normativa dos Convênios não se aplica às Oscips; 
4. Enquanto a qualificação das OS é ato discricionário, o da Oscips 
é vinculado. A desqualificação (administrativa ou judicial, 
conforme o caso) dessas entidades é sempre precedida do 
contraditório e da ampla defesa; 
5. O Ministério da Justiça é responsável pela qualificação das 
Oscips, tendo o prazo de trinta dias para deferir ou não o 
pedido. No caso de deferimento, o Ministro emitirá, no prazo de 
quinze dias da decisão, o certificado de qualificação. Indeferido 
o pleito, será dada ciência da decisão mediante publicação no 
Diário Oficial; 
6. Apesar de a Lei silenciar a respeito, há entendimento 
na doutrina de que pode o Estado, dentro de sua conveniência 
administrativa, garantir o repasse de bens e de servidores, 
conforme o caso; 
7. Os conselheiros não devem receber 
remuneração pelos serviços que, nesta condição, prestarem às 
OSs, no entanto,podem fazer jus à ajuda de custo por reunião 
da qual participem; 
8. O Conselho de Administração (CONSAD) reúne-se 
ordinariamente, no mínimo, três vezes, a cada ano, detendo 
formação bastante heterogênea, isso porque mistura membros 
natos do Poder Público (de 20 a 40%); representantes da 
sociedade civil (de 20 a 30%); 10% a 30% escolhidos pelo próprio 
Conselho; até 10% conforme o estatuto; 
9. O único órgão de constituição obrigatória é o Conselho Fiscal; 
10. O rol de atividades das OS é fechado, exaustivo, taxativo, 
ou seja, as entidades sem fins lucrativos só podem ser 
qualificadas para atuarem nessas áreas; 
11. As seguintes entidades não podem ser qualificadas como 
Oscip, entre outras: sociedades comerciais; sindicatos; 
instituições religiosas; organizações partidárias; entidades de 
benefício mútuo (se o círculo de associados for 
restrito);entidades que comercializam planos de saúde; escolas 
privadas de ensino não gratuito; cooperativas; fundações 
públicas; e organizações sociais; e 
12. Quanto à submissão ao Tribunal de Contas, tanto as OS, 
com as Oscip estão sob o crivo do controle externo, de acordo 
com a origem dos recursos geridos. Por exemplo: se o recurso é 
de origem federal, a competência para acompanhar e fiscalizar 
será do TCU; se de origem Estadual, a competência será do TCE. 
 
Informo que existem Tribunais de Contas dos Municípios (Ceará; Pará; 
Goiás e Bahia). Nesse caso, a competência para controlar, caso o 
recurso seja de origem municipal, será dos TCMs. 
 
Ah – e para complicar um pouquinho mais – os municípios de São Paulo e 
do Rio de Janeiro tem um Tribunal de Contas MUNICIPAL, ou seja, só do 
município. Quanto a recursos originários desses dois municípios, então, 
a competência será do TCM. 
 
Um último detalhe, apesar de tanto as OSs como as Oscips prestarem 
contas do contrato de gestão e do termo de parceria, 
respectivamente, junto ao Ministério Supervisor, não são 
encaminhadas, posteriormente, para o julgamento anual pelo TCU. 
Esta Corte de Contas Federal poderá atuar, no entanto, em processos 
específicos, exemplo da tomada de contas especial. 
 
13. Os responsáveis pela fiscalização dos pactos (contrato de 
gestão e termo de parceria), ao tomarem conhecimento de 
qualquer irregularidade na utilização dos dinheiros públicos, 
devem dar imediata ciência ao Tribunal de Contas e ao 
Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária (não 
é subsidiária). 
 
Com essas informações, estamos preparados para “fulminar” qualquer 
item sobre OS e Oscips. 
 
 
QUESTÕES EM SEQUÊNCIA 
 
1) (2001/Esaf – Prefeitura de Natal/RN) Em relação à Organização 
Social, nova categoria de entidade surgida com a reforma do Estado, 
assinale a afirmativa falsa. 
a) A Organização Social tem personalidade jurídica de direito privado. 
b) Sua qualificação resulta de um ato administrativo. 
c) A lei de licitação, expressamente, inclui como hipótese de dispensa a 
celebração do contrato de gestão com Organização Social. 
d) A Organização Social não integra a Administração Pública Indireta, 
classificando-se como entidade de colaboração com o Poder Público. 
e) Pode haver cessão de servidores da pessoa política para a 
Organização Social, bem como de bens e equipamentos. 
 
2) (2004/Esaf – MRE – Oficial de Chancelaria) Não se inclui entre as 
atividades legalmente previstas para serem desenvolvidas pelas 
organizações sociais: 
a) a saúde. 
b) o desenvolvimento tecnológico. 
c) a cultura. 
d) a proteção e a preservação do meio ambiente. 
e) a assistência social. 
 
3) (2005/Esaf – AFRFB) Assinale entre o seguinte rol de entidades de 
cooperação com o Poder Público, não integrantes do rol de entidades 
descentralizadas, aquela que pode resultar de extinção de entidade 
integrante da Administração Pública Indireta. 
a) Organização social. 
b) Fundação previdenciária. 
c) Organização da sociedade civil de interesse público. 
d) Entidade de apoio às universidades federais. 
e) Serviço social autônomo. 
 
4) (2008/ESAF – CGU – Prova 2) Sobre as Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público - OSCIP, julgue as assertivas a seguir: 
I. a outorga da qualificação como OSCIP é ato discricionário. 
 
II. as entidades de beneficio mútuo destinadas a proporcionar bens 
ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios são 
passíveis de qualificação como OSCIP prevista na lei. 
 
III. a promoção da segurança alimentar e nutricional é uma das 
finalidades exigidas para a qualificação como OSCIP, instituída pela 
lei. 
 
IV. as organizações sociais são passíveis de qualificação como 
OSCIP. 
 
V. as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado 
criadas por órgão público ou por fundações públicas não poderão 
ser qualificadas como OSCIP. 
Assinale a opção correta. 
a) I, II e III são verdadeiras e IV e V são falsas. 
b) II e III são falsas e I, IV e V são verdadeiras.c) I e III são verdadeiras e II, IV e V são falsas. 
d) I, III e V são verdadeiras e II e IV são falsas. 
e) I, II e IV são falsas e III e V são verdadeiras. 
5) (2006/Esaf – Fazenda/União - Procurador da Fazenda/2006) Sobre 
as pessoas jurídicas qualificadas como Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público, assinale a opção incorreta. 
a) Não podem ser fundações públicas. 
b) Prestam contas, na sistemática adotada para o controle externo pela 
Constituição Federal, de todos os bens e recursos que tenha recebido de 
terceiros. 
c) Devem possuir conselho fiscal ou órgão equivalente. 
d) O vínculo de cooperação com o Poder Público é estabelecido por 
meio de termo de parceria. 
e) Necessariamente não têm fins lucrativos. 
 
6) (2005/Esaf - Analista de Finanças e Controle – AFC/STN) Tratando-
se da Administração Pública brasileira, assinale a afirmativa falsa. 
a) É possível a constituição de uma empresa pública federal, regida pelo 
direito privado, tendo a União Federal a totalidade de seu capital 
social. 
b) Em virtude da Emenda Constitucional nº 32/2001, introduziu-se a 
figura do decreto autônomo na organização administrativa brasileira. 
c) As organizações sociais, uma vez celebrado o respectivo contrato de 
gestão com o órgão supervisor, passam a integrar a administração 
descentralizada. 
d) As agências reguladoras têm natureza autárquica, sob o regime 
jurídico-administrativo. 
e) As fundações públicas de direito público, de natureza autárquica, não 
se submetem aos órgãos de controle fundacional do Ministério Público. 
 
7) (2002/Esaf – ATE/MS) Em relação à organização administrativa 
brasileira, assinale a afirmativa verdadeira. 
a) A recente figura das organizações sociais reveste-se da personalidade 
jurídica de direito público. 
b) Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público 
criar fundações sob regime de direito privado. 
c) Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, 
exclusivamente, como objeto institucional atividades relativas a 
serviços públicos. 
d) No momento, somente existem no Brasil autarquias classificadas 
como de serviço. 
e) Caracteriza o órgão autônomo a personalidade jurídica própria. 
 
8) (2007/ESAF - PGDF - Procurador) Com pertinência à Estrutura da 
Administração Pública, assinale a proposição incorreta. 
a) Para Celso Antônio Bandeira de Mello, as denominadas Entidades 
Públicas Não-Estatais (pós-reforma do Estado – EC n. 19 e EC n. 20) são 
pessoas privadas que colaboram com o Estado e que, entre os privilégios 
que recebem do Poder Público, está o conceito tributário da 
parafiscalidade. 
b) À luz da teoria da Reforma do Estado, o que caracteriza o Terceiro 
Setor é o desenvolvimento de atividades sem fim lucrativo e voltadas a 
fins públicos. 
c) De acordo com a clássica classificação dos órgãos públicos de Hely 
Lopes Meirelles, os denominados órgãos singulares ou unipessoais são 
aqueles integrados por um único agente administrativo, por existir neles 
um único cargo em sua estrutura. 
d) O Termo de Parceria é definido na Lei n. 9.790/99 como o 
instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, destinado à 
formação do vínculo de cooperação entre as partes para o fomento e a 
execução de atividades de interesse público. 
e) À ideia de descentralização administrativa está estreitamente ligado 
o Princípio da Especialidade, segundo o qual, quando o Estado cria uma 
entidade autárquica, seus administradores não podem afastar-se dos 
objetivos definidos em lei, ainda que sob o argumento de que sua 
atuação (fora dos objetivos legais) se dê com vistas a atender interesse 
público, fim maior da atividade administrativa. 
 
9) (2009/Esaf – ATRFB/Analista) Marque a opção incorreta. 
a) O contrato de gestão, quando celebrado com organizações sociais, 
restringe a sua autonomia. 
b) Quanto à estrutura das autarquias, estas podem ser fundacionais e 
corporativas. 
c) Os serviços sociais autônomos são entes paraestatais que não 
integram a Administração direta nem a indireta. 
d) Organização social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de 
direito privado ou público, sem fins lucrativos, e que recebe delegação 
do Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar 
serviço público de natureza social. 
e) A Administração Pública, ao criar fundação de direito privado, 
submete-a ao direito comum em tudo aquilo que não for expressamente 
derrogado por normas de direito público. 
 
10) (2010/Esaf – MPOG/APO) Acerca da contratualização de 
resultados, pela administração pública, é correto afirmar: 
a) segundo alguns doutrinadores do Direito Administrativo, o Contrato 
de Gestão não seria o termo adequado para a pactuação entre órgãos da 
administração direta. 
b) como área temática, a contratualização de resultados tem por 
objetivo maior a redução das amarras burocráticas impostas à 
administração direta. 
c) o Contrato de Gestão, quando firmado com OSCIPs, prescinde do 
estabelecimento de padrões de desempenho. 
d) a contratualização de resultados nada mais é que um dos processos 
de terceirização preconizados pelo Plano Diretor da Reforma do 
Aparelho do Estado, de 1995. 
e) o Termo de Parceria, quando firmado com Organizações Sociais, 
obriga ao estabelecimento de padrões de desempenho. 
 
11) (2005/ESAF – Receita) Assinale entre o seguinte rol de entidades 
de cooperação com o Poder Público, não-integrantes do rol de 
entidades descentralizadas, aquela que pode resultar de extinção de 
entidade integrante da Administração Pública Indireta. 
a) Organização social. 
b) Fundação previdenciária. 
c) Organização da sociedade civil de interesse público. 
d) Entidade de apoio às universidades federais. 
e) Serviço social autônomo. 
 
12) (2003/ESAF – Receita) Não há previsão legal para a celebração de 
contrato de gestão entre a pessoa jurídica de direito público política 
e a seguinte espécie: 
a) órgão público 
b) organização social 
c) agência executiva 
d) organização da sociedade civil de interesse público 
e) sociedade de economia mista 
 
QUESTÕES COMENTADAS 
 
1) (2001/Esaf – Prefeitura de Natal/RN) Em relação à Organização 
Social, nova categoria de entidade surgida com a reforma do Estado, 
assinale a afirmativa falsa. 
a) A Organização Social tem personalidade jurídica de direito privado. 
b) Sua qualificação resulta de um ato administrativo. 
c) A lei de licitação, expressamente, inclui como hipótese de dispensa a 
celebração do contrato de gestão com Organização Social. 
d) A Organização Social não integra a Administração Pública Indireta, 
classificando-se como entidade de colaboração com o Poder Público. 
e) Pode haver cessão de servidores da pessoa política para a 
Organização Social, bem como de bens e equipamentos. 
 
Comentários: 
 
Nos termos da Lei de Licitações (Lei 8.666, de 1993), as OSs, 
qualificadas pela União, por esta poderão ser contratadas diretamente, 
sem a prévia modalidade própria de licitação, para a prestação de 
serviços contidos no contrato de gestão. Isso mesmo. A contratação 
direta não é para a qualificação ou para a assinatura de contrato de 
gestão, mas para os serviços integrantes do contrato de gestão. Daí 
a incorreção da alternativa “C”. 
 
2) (2004/Esaf – MRE – Oficial de Chancelaria) Não se inclui entre as 
atividades legalmente previstas para serem desenvolvidas pelas 
organizações sociais: 
a) a saúde. 
b) o desenvolvimento tecnológico. 
c) a cultura. 
d) a proteção e a preservação do meio ambiente. 
e) a assistência social. 
 
Comentários: 
 
A doutrina ensina que o rol de atividades das OS é taxativo, ou seja, as 
atividades de atuação são apenas aquelas citadas no art. 1º da Lei 
9.637/1998, são elas: ensino; pesquisa científica; desenvolvimento 
tecnológico; proteção e preservação do meio ambiente; cultura; esaúde. Aqui não tem remédio, o negócio mesmo é chorar e, também, 
decorar. 
 
Ao compararmos os itens apresentados pela banca com o rol listado de 
prováveis atribuições das OSs, identificamos que a única atividade não 
constante é assistência social, daí a correção da alternativa “E”. 
 
Gabarito: alternativa E. 
 
3) (2005/Esaf – AFRFB) Assinale entre o seguinte rol de entidades de 
cooperação com o Poder Público, não integrantes do rol de entidades 
descentralizadas, aquela que pode resultar de extinção de entidade 
integrante da Administração Pública Indireta. 
a) Organização social. 
b) Fundação previdenciária. 
c) Organização da sociedade civil de interesse público. 
d) Entidade de apoio às universidades federais. 
e) Serviço social autônomo. 
 
Comentários: 
 
Questão de fixação. De acordo com o Plano Diretor da Reforma do 
Estado, órgãos e fundações públicas do Estado poderiam serextintas 
e convertidas em Entidades do Terceiro Setor, mais precisamente 
em Organizações Sociais (o chamado processo depublicização), daí a 
correção do item “A”. 
 
Gabarito: alternativa A. 
 
4) (2008/ESAF – CGU – Prova 2) Sobre as Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público - OSCIP, julgue as assertivas a seguir: 
I. a outorga da qualificação como OSCIP é ato discricionário. 
 
II. as entidades de beneficio mútuo destinadas a proporcionar bens 
ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios são 
passíveis de qualificação como OSCIP prevista na lei. 
 
III. a promoção da segurança alimentar e nutricional é uma das 
finalidades exigidas para a qualificação como OSCIP, instituída pela 
lei. 
 
IV. as organizações sociais são passíveis de qualificação como 
OSCIP. 
 
V. as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado 
criadas por órgão público ou por fundações públicas não poderão 
ser qualificadas como OSCIP. 
Assinale a opção correta. 
a) I, II e III são verdadeiras e IV e V são falsas. 
b) II e III são falsas e I, IV e V são verdadeiras. 
c) I e III são verdadeiras e II, IV e V são falsas. 
d) I, III e V são verdadeiras e II e IV são falsas. 
e) I, II e IV são falsas e III e V são verdadeiras. 
 
Comentários: 
 
Item I – FALSO. O ato de qualificação é vinculado, daí a incorreção. 
Vejam que interessante. Com a análise desse único quesito, o candidato 
chegaria à resposta (item “E”), afinal é o único que traz a assertiva “I” 
como falsa. Tem que ter coragem, né? O tal medo controlado... 
 
Item II – FALSO. Se o circulo é restrito, não podem se qualificar como 
Oscip, daí a incorreção do item. 
 
Item III – VERDADEIRO. O item está perfeito. Registro que a Lei 
enumera, de forma exemplificativa, outras áreas de atividades, como 
por exemplo: promoção gratuita da educação e de saúde; promoção do 
voluntariado e de assistência social; assessoria jurídica gratuita de 
interesse suplementar; experimentação, não-lucrativa, de novos 
sistemas alternativos de produção, comércio e emprego. 
 
Item IV – FALSO. OS não podem ser Oscip, daí a incorreção do item. 
 
Item V – VERDADEIRO. O item está perfeito, acrescenta aí ao rol de 
entidades já citadas. 
 
Gabarito: alternativa E. 
 
5) (2006/Esaf – Fazenda/União - Procurador da Fazenda/2006) Sobre 
as pessoas jurídicas qualificadas como Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público, assinale a opção incorreta. 
a) Não podem ser fundações públicas. 
b) Prestam contas, na sistemática adotada para o controle externo pela 
Constituição Federal, de todos os bens e recursos que tenha recebido de 
terceiros. 
c) Devem possuir conselho fiscal ou órgão equivalente. 
d) O vínculo de cooperação com o Poder Público é estabelecido por 
meio de termo de parceria. 
e) Necessariamente não têm fins lucrativos. 
 
Comentários: 
 
As Oscips, certamente, podem ser fiscalizadas pelo Tribunal de Contas 
da União, porém não há a necessidade de encaminhamento de 
prestação de contas anuais, conforme a sistemática adotada para o 
controle externo pela Constituição Federal, daí a incorreção da 
alternativa “B”. 
 
Há, ainda, um segundo erro na alternativa B, contudo mais sutil. A 
OSCIP é entidade privada, e, como tal, ao lado dos dinheiros públicos 
administrados, conta com verbas próprias. Obviamente, o dever 
de prestar contas para o Ministério da área temáticanão recairá sobre 
as verbas privadas. 
 
Gabarito: alternativa B. 
 
6) (2005/Esaf - Analista de Finanças e Controle – AFC/STN) Tratando-
se da Administração Pública brasileira, assinale a afirmativa falsa. 
a) É possível a constituição de uma empresa pública federal, regida pelo 
direito privado, tendo a União Federal a totalidade de seu capital 
social. 
b) Em virtude da Emenda Constitucional nº 32/2001, introduziu-se a 
figura do decreto autônomo na organização administrativa brasileira. 
c) As organizações sociais, uma vez celebrado o respectivo contrato de 
gestão com o órgão supervisor, passam a integrar a administração 
descentralizada. 
d) As agências reguladoras têm natureza autárquica, sob o regime 
jurídico-administrativo. 
e) As fundações públicas de direito público, de natureza autárquica, não 
se submetem aos órgãos de controle fundacional do Ministério Público. 
 
Comentários: 
 
Mais uma questão de fixação. Vamos às análises. 
 
Item A – CORRETO. Os amigos já tiveram contato com a classificação 
em empresa pública unipessoal (presença de um único sócio) e 
em pluripessoal (dois ou mais sócios). 
 
Ao estudamos o Direito Empresarial, deparamo-nos com o conceito de 
empresa, de haver duas ou mais pessoas em torno de um objetivo. No 
entanto, o próprio ordenamento jurídico abre exceções, sendo as 
empresas públicas do Estado uma delas, ou seja, podem contar com um 
único sócio subscritor das ações, daí a correção do item. 
 
Item B – CORRETO. Em, pelo menos, três passagens de nossos 
comentários, registrei a reinserção dos decretos autônomos ou 
independentes no ordenamento jurídico brasileiro. Com a EC 
32/2001, alterou-se a redação do inc. VI do art. 84 da 
CF/1988,garantindo-se, a partir daí, a edição de Decretos pelo Chefe 
do Executivo, daí a correção do quesito. 
 
Item C – INCORRETO. Credo! A banca, por vezes, dá umas “colheres de 
chá”. O fato de as OS assinarem contrato de gestão não as tornam 
integrantes da Administração Indireta, continuam na qualidade de 
entidades paraestatais, daí a incorreção do item. 
 
Item D – CORRETO. Impecável, questão “maré mansa”. As agências 
reguladoras são verdadeiras autarquias. Assim, apesar doregime 
especial, submetem-se, integralmente, ao regime jurídico-
administrativo, entendido, por sua vez, como o conjunto de regras e de 
princípios que orientam o alcance da finalidade pública pelo Estado, 
portanto, perfeito o quesito em análise. 
 
Item E – CORRETO. O entendimento da Esaf foi do ano de 2005. À 
época, a doutrina majoritariamente entendia que as fundações de 
direito público não precisam se sujeitar à veladura do Ministério 
Público. Contudo, no ano de 2007, o STF, ao declarar a 
inconstitucionalidade do art. 66, §1º, do CC/2002 (ADI 2794-DF), 
afirmou categoricamente que o MPF tem a atribuição de veladura das 
fundações federais de direito público, funcionem ou não no Distrito 
Federal. Exatamente aqui é que mora o perigo! Sempre aprendemos 
exatamente o contrário, ou seja, não é atribuição do MP velar 
fundações públicas, não é verdade?!Fiquem de olho nessa alteração. 
 
Gabarito: alternativa C. 
 
7) (2002/Esaf – ATE/MS) Em relação à organização administrativa 
brasileira, assinale a afirmativa verdadeira. 
a) A recente figura das organizações sociais reveste-se da personalidade 
jurídica de direito público. 
b) Após a Emenda Constitucional 19/98, ficou vedado ao Poder Público 
criar fundações sob regime de direito privado. 
c) Empresas públicas e sociedades de economia mista têm, 
exclusivamente, como objeto institucional atividades relativasa 
serviços públicos. 
d) No momento, somente existem no Brasil autarquias classificadas 
como de serviço. 
e) Caracteriza o órgão autônomo a personalidade jurídica própria. 
 
Comentários: 
 
A presente questão serve-nos a título de fixação, vamos, portanto, 
direto às análises. 
 
Item A – INCORRETO. As organizações sociais são entidades integrantes 
do Terceiro Setor, na qualidade de paraestatais, e, como tais, são 
pessoas jurídicas de Direito Privado, daí a incorreção do item. 
 
Item B – INCORRETO. A redação do art. 37, inc. XIX, da CF, de 1988, 
deixa-nos evidente a existência de dois tipos de fundações: as 
de direito público, criadas diretamente por lei, sendo, por isso, 
qualificadas como verdadeiras entidades autárquicas(entendimento do 
STF); e as de direito privado, as quais são simplesmente autorizadas 
por Lei (a exemplo de qualquer pessoa privada, SEM e EP, por 
exemplo), daí a incorreção do quesito. 
 
Item C – INCORRETO. As empresas estatais, também chamadas 
empresas governamentais ou entidades empresariais, são criadas 
comumente com a finalidade de intervenção direta do Estado na 
economia. Contudo, não há impedimento constitucional de, 
igualmente, atuarem na prestação de serviços públicos, como podem 
ser citados os exemplos da Infraero e do Metrô-SP (prestadoras de 
serviços públicos), daí a incorreção do item. 
 
Item D – CORRETO. Os amigos já ouviram falar que a Caixa Econômica 
Federal (CEF) tinha natureza autárquica? É verdade, foi mesmo. 
Todavia, autarquias são entidades de direito público, criadas para o 
desempenho de atividades exclusivas do Estado, eintervenção na 
economia (papel da CEF) não diz respeito à atividade finalística do 
Estado. 
 
Por esse motivo, houve alteração na natureza jurídica da CEF, passando 
de autarquia para empresa pública, tendo sido a última autarquia 
econômica existente na esfera federal. Portanto, está correto o item 
ao afirmar termos, nos dias atuais, apenas autarquias de serviço (leia-
se: na esfera federal). 
 
Item E – INCORRETO. Não precisa falar mal! A repetição é sempre 
necessária: órgãos não têm personalidade jurídica, daí a incorreção 
do item. 
 
Gabarito: alternativa D. 
 
8) (2007/ESAF - PGDF - Procurador) Com pertinência à Estrutura da 
Administração Pública, assinale a proposição incorreta. 
a) Para Celso Antônio Bandeira de Mello, as denominadas Entidades 
Públicas Não-Estatais (pós-reforma do Estado – EC n. 19 e EC n. 20) são 
pessoas privadas que colaboram com o Estado e que, entre os privilégios 
que recebem do Poder Público, está o conceito tributário da 
parafiscalidade. 
b) À luz da teoria da Reforma do Estado, o que caracteriza o Terceiro 
Setor é o desenvolvimento de atividades sem fim lucrativo e voltadas a 
fins públicos. 
c) De acordo com a clássica classificação dos órgãos públicos de Hely 
Lopes Meirelles, os denominados órgãos singulares ou unipessoais são 
aqueles integrados por um único agente administrativo, por existir neles 
um único cargo em sua estrutura. 
d) O Termo de Parceria é definido na Lei n. 9.790/99 como o 
instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, destinado à 
formação do vínculo de cooperação entre as partes para o fomento e a 
execução de atividades de interesse público. 
e) À idéia de descentralização administrativa está estreitamente ligado 
o Princípio da Especialidade, segundo o qual, quando o Estado cria uma 
entidade autárquica, seus administradores não podem afastar-se dos 
objetivos definidos em lei, ainda que sob o argumento de que sua 
atuação (fora dos objetivos legais) se dê com vistas a atender interesse 
público, fim maior da atividade administrativa. 
 
Comentários: 
 
Questão de fixação. A resposta é letra C. Os órgãos singulares ou 
unipessoais são aqueles em que a atuação ou as decisões são 
atribuições de um único agente, como, por exemplo, a Presidência da 
República. No caso, a decisão advém de um único agente, o que não 
significa, sobremaneira, que o órgão é integrado por um único agente 
administrativo. 
 
Gabarito: alternativa C. 
 
9) (2009/Esaf – ATRFB/Analista) Marque a opção incorreta. 
a) O contrato de gestão, quando celebrado com organizações sociais, 
restringe a sua autonomia. 
b) Quanto à estrutura das autarquias, estas podem ser fundacionais e 
corporativas. 
c) Os serviços sociais autônomos são entes paraestatais que não 
integram a Administração direta nem a indireta. 
d) Organização social é a qualificação jurídica dada a pessoa jurídica de 
direito privado ou público, sem fins lucrativos, e que recebe delegação 
do Poder Público, mediante contrato de gestão, para desempenhar 
serviço público de natureza social. 
e) A Administração Pública, ao criar fundação de direito privado, 
submete-a ao direito comum em tudo aquilo que não for expressamente 
derrogado por normas de direito público. 
 
Comentários: 
Vamos direto às análises dos quesitos propostos. 
 
Item A - CORRETO. Uma autarquia, ao celebrar um contrato de 
gestão, qualificando-se como agência executiva, há incremento 
de autonomia. No entanto, as Organizações Sociais (entidades 
privadas), ao assinarem o contrato de gestão, submetem-se, ainda que 
parcialmente, ao rito de direito público, havendo, portanto, restrição 
na anterior autonomia, daí a correção da alternativa. 
 
Item B - CORRETO. As autarquias tanto podem ser corporativas (como 
é o caso dos Conselhos Profissionais) como fundacionais(exemplo da 
Funasa), daí a correção da alternativa. 
 
Item C - CORRETO. As entidades paraestatais não integram a 
Administração Direta e Indireta, daí a correção da alternativa. 
 
Item D - INCORRETO. As organizações sociais são pessoas jurídicas de 
direito privado, sem fins lucrativos, e não de direito público, daí a 
incorreção da alternativa. 
 
Item E - CORRETO. As fundações do Estado tanto podem assumir a 
configuração pública como privada. Neste último caso, o Estado 
submete-se às normas de direito privado, no entanto, não 
integralmente, daí a correção do quesito. 
 
Gabarito: alternativa A. 
 
10) (2010/Esaf – MPOG/APO) Acerca da contratualização de 
resultados, pela administração pública, é correto afirmar: 
a) segundo alguns doutrinadores do Direito Administrativo, o Contrato 
de Gestão não seria o termo adequado para a pactuação entre órgãos da 
administração direta. 
b) como área temática, a contratualização de resultados tem por 
objetivo maior a redução das amarras burocráticas impostas à 
administração direta. 
c) o Contrato de Gestão, quando firmado com OSCIPs, prescinde do 
estabelecimento de padrões de desempenho. 
d) a contratualização de resultados nada mais é que um dos processos 
de terceirização preconizados pelo Plano Diretor da Reforma do 
Aparelho do Estado, de 1995. 
e) o Termo de Parceria, quando firmado com Organizações Sociais, 
obriga ao estabelecimento de padrões de desempenho. 
 
Comentários: 
 
Questão de fixação. Revimos que, para parte da doutrina, o termo 
contrato de gestão é impróprio, afinal os órgãos são unidades 
administrativas despersonalizadas e, portanto, inábeis para a assinatura 
de contratos. Daí a correção da letra “A”. Abaixo os erros. 
 
O erro da alternativa “B” é que o processo de contratualização dirige-
se, especialmente, à redução das amarras da Administração Indireta. 
Com a CF, de 1988, os mestres da Administração Pública informam que 
houve um “verdadeiro retrocesso burocrático”, como, por exemplo, 
extensão das regras da Administração Direta à Indireta. Daí a 
necessidade de, com as Reformas, o Estado reafirmar-se eficiente, 
renovando as estruturas, mormente na Administração Indireta. E a 
formação de novas Parcerias. 
 
O erro da letra “C” é que o contrato de gestão costuma ser firmado com 
as Oss. Agora, o maior erro do quesito é afirmar que “prescinde” de 
padrões de desempenho.Ora, a figura do contrato de gestão é um 
acordo operacional tendente exatamente à fixação de metas de 
desempenho. 
 
O erro da letra “D” é que o processo de contratualização vai além da 
simples terceirização. A terceirização é a contratação pelo Estado de 
particulares para o desempenho de atividades não finalísticas. A 
contratualização, por meio de termos de parcerias e contratos de 
gestão, por exemplo, tem um escopo mais abrangente, alcançando, 
inclusive, atividades inerentes à Administração, como, por exemplo, a 
prestação de serviços de utilidade pública. 
 
O erro da letra “E” é que Oss não assinam termos de parceria! 
 
Gabarito: alternativa A. 
 
11) (2005/ESAF – Receita) Assinale entre o seguinte rol de entidades 
de cooperação com o Poder Público, não-integrantes do rol de 
entidades descentralizadas, aquela que pode resultar de extinção de 
entidade integrante da Administração Pública Indireta. 
a) Organização social. 
b) Fundação previdenciária. 
c) Organização da sociedade civil de interesse público. 
d) Entidade de apoio às universidades federais. 
e) Serviço social autônomo. 
 
Comentários: 
 
De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 
órgãos e fundações públicas do Estado poderiam ser extintos e 
convertidos em Entidades do Terceiro Setor, mais precisamente em 
Organizações Sociais (o chamado processo de publicização),daí a 
correção da alternativa A. 
 
12) (2003/ESAF – Receita) Não há previsão legal para a celebração de 
contrato de gestão entre a pessoa jurídica de direito público política 
e a seguinte espécie: 
a) órgão público 
b) organização social 
c) agência executiva 
d) organização da sociedade civil de interesse público 
e) sociedade de economia mista 
 
Comentários: 
 
A resposta é letra D. 
 
A Organização da Sociedade Civil de Interesse Público firma com o 
Poder Público Termo de Parceria. 
 
Vamos aproveitar a questão para aprofundar o estudo do contrato de 
gestão, também chamado de acordo-programa. 
 
O acordo-programa ou contrato de gestão é um pacto firmado pela 
Administração Pública, uma espécie de convênio administrativo, entre 
órgão supervisor com outro órgão ou entidade da Administração Pública 
ou do Terceiro Setor. Por meio do acordo, estabelecem-se indicadores, 
metas, a serem atingidas, ao passo que se garantem ao órgão/entidade 
beneficiário recursos para o alcance dos resultados pretendidos. O 
acordo-programa, portanto, assume ou pode assumir tripla 
configuração. 
 
A primeira é a formação de uma parceria entre o Poder Público e suas 
entidades, conferindo a estas maior autonomia gerencial, orçamentária 
e financeira, devendo-se, em todo caso, observância às metas de 
desempenho, aos indicadores de eficiência. A formação da parceria, 
nesse caso, encontra-se fundamentada no art. 37, § 8.º, da Constituição 
Federal. Por ilustrativo, podem ser citadas as agências executivas. Nos 
termos da Lei 9.649/1998, é previsto, para a titulação de autarquias ou 
fundações públicas como agências executivas, o atendimento 
cumulativo de apresentação de plano de reestruturação ou de 
desenvolvimento institucional, ainda que em andamento, e a celebração 
de contrato de gestão com o respectivo Ministério da área supervisora. 
 
Já a segunda configuração garante a assinatura de contratos de gestão 
com entidades não integrantes da Administração Pública. Nesse sentido, 
a Lei 9.637/1998, a qual trata das Organizações Sociais (OSs), dá a 
possibilidade de assinatura de contratos de gestão, ficando obrigadas a 
atingir metas relacionadas a serviços e atividades de interesse público, 
atividades relativas às áreas de ensino, cultura e saúde, por exemplo. 
Em contrapartida, recebem auxílio da Administração, mediante, por 
exemplo, transferência de recursos públicos, cessão de bens e 
servidores públicos. 
 
Por fim, a terceira configuração é a celebração entre o Poder Público e 
seus próprios órgãos, unidades administrativas despersonalizadas, 
fundamentada, igualmente, no art. 37, § 8.º, da Constituição Federal. 
Essa última configuração tem sido objeto de críticas por parte da 
doutrina: a primeira apoia-se no fato de que órgãos, por serem 
despersonalizados, não poderiam assinar contratos; a segunda sustenta-
se na ideia de que o contrato não é lei, logo, não é o instrumento hábil 
ao incremento de autonomia financeiro-orçamentária. O que se tem, 
em verdade, é um acordo operacional, espécie de convênio 
administrativo, por meio do qual o Poder Público garante maior 
autonomia administrativa aos órgãos, em troca de maior eficiência, com 
desenho de metas e de indicadores de desempenho.