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RESUMO AV1 MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO

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MATERIAIS E TECNICAS CONSTRUTIVAS 
 
AV1 
 
1. MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: 
 
1.1 Classificação quanto aos recursos ambientais: 
 
• Recurso natural: qualquer insumo necessário para a 
manutenção de ecossistemas. 
 
• Recurso renovável: pode ser consumido 
moderadamente, respeitando-se o ciclo natural de renovação do 
ecossistema. Exemplos: ar, água, madeira etc. 
 
• Recurso não renovável: recurso que, uma vez 
utilizado, não se renova por meio natural. Este tipo pode ser 
classificado em minerais energéticos (petróleo, carvão mineral e 
minerais radioativos utilizados na geração de energia elétrica) e 
não energéticos (calcário, ferro, cobre etc. 
 
 
1.2 Classificação dos Materiais: 
 
Existem diversas maneiras de classificar materiais, mas, 
sem dúvida, a mais conhecida é a que os classifica 
em metais, cerâmicas, polímeros, compósitos, semicondutores e 
biomateriais. A Figura abaixo apresenta o diagrama dessa 
classificação. 
 
 
 
 
 
 
A. METAIS. 
 
• Os metais são compostos de combinações de 
elementos metálicos que possuem grande quantidade de elétrons 
livres, não ligados a qualquer átomo em particular, constituindo a 
“nuvem” eletrônica. Genericamente, apresentam-se em estado 
sólido à temperatura ambiente (com exceção do mercúrio). 
Algumas de suas propriedades são: boa condução de eletricidade 
e calor, brilho característico, opacidade, alta resistência e 
deformabilidade (ductilidade e maleabilidade). 
 
• Qual a diferença entre ductilidade e maleabilidade? 
 
 Ductilidade: permite que o material seja esticado em 
arames finos. (Fio de Cobre) 
 Maleabilidade: possibilita sua redução a lâminas 
delgadas. (Folha de Aluminio) 
 
• Na construção civil, os principais produtos metálicos 
são as barras, as chapas, as cordoalhas, os arames, 
os perfis estruturais e os tubos de aço. O alumínio está presente 
em perfis, placas, esquadrias e luminárias; o cobre é utilizado em 
tubulações de água quente e cabos elétricos; e o bronze, em 
artefatos decorativos. 
 
 
 
• A escolha de materiais como o alumínio, o cobre e o 
bronze podem ser feitos por critérios estéticos, por suas 
respectivas colorações e texturas diferenciadas. Mas a resistência 
que esses materiais possuem contra a corrosão também é um 
quesito importantíssimo. 
 
• A preocupação com a ferrugem de materiais 
metálicos na construção civil é grande. Infelizmente, a maioria dos 
metais tende a oxidar quando exposta ao ar atmosférico, 
especialmente em ambientes úmidos. 
 
 
B. CERÂMICAS: 
 
• A cerâmica (do grego kéramos, que significa “argila 
queimada”) também participou da evolução humana desde a 
Antiguidade, sendo o material artificial mais antigo produzido pelo 
homem. Em escavações de fundações de obras, muitas vezes 
são encontrados sítios arqueológicos em que se podem ver 
utensílios de cerâmica, como pratos, potes, jarras e garrafas. Os 
povos refletiam nas formas e nas cores o ambiente e a cultura em 
que viviam. 
A produção cerâmica dava importância fundamental à estética, e 
os motivos artísticos eram geralmente o dia a dia das 
comunidades: a caça, os animais e a luta, por exemplo. 
Novamente, destaca-se a importância da tecnologia, pois apenas 
uma roda de madeira movida por um pedal (criada em 2.000 a.C.) 
foi o aparelho que permitiu fazer vasos perfeitos, de superfície lisa 
e espessura uniforme. 
 
• A cerâmica é formada por uma grande variedade de 
espécies químicas (metálicas e não metálicas), com 
propriedades características, como RESISTÊNCIA MECÂNICA À 
COMPRESSÃO, que variam de pequenos valores até patamares 
maiores que os dos metais. NA SOLICITAÇÃO DE TRAÇÃO, 
APRESENTA FRAGILIDADE E SOFRE RUPTURA. Outras 
propriedades importantes derivadas de suas ligações químicas 
fortes são a ESTABILIDADE A ALTAS TEMPERATURAS, O 
ISOLAMENTO ELÉTRICO E A RESISTÊNCIA AO ATAQUE 
QUÍMICO. 
 
• A indústria cerâmica, na construção civil, pode ser 
subdividida em setores que possuem características distintas: 
 
 Cerâmica vermelha: apresenta materiais com 
coloração avermelhada, utilizados na confecção de tijolos, blocos, 
telhas, elementos vazados, lajes pré-moldadas, tubos cerâmicos 
e argilas expandidas. 
 Cerâmica branca: materiais constituídos por um 
corpo branco e, em geral, recobertos por uma camada vítrea 
transparente e incolor, utilizados em louça sanitária, isoladores 
elétricos e cerâmica técnica para fins diversos. 
 Revestimentos cerâmicos: placas cerâmicas são 
constituídas de três camadas: o suporte, o engobe (com função 
impermeabilizante) e o esmalte (camada vítrea). A origem do 
nome azulejo vem do árabe azuleicha, que significa pedra polida, 
e a arte do azulejo foi largamente difundida pelos islâmicos. Na 
construção civil, a tecnologia de pisos e azulejos cerâmicos 
evoluiu muito em formatos, tamanhos, níveis de resistência 
mecânica e qualidade. 
 
C. POLÍMEROS: 
 
• Os materiais que conhecemos popularmente como 
“plásticos” são, na verdade, polímeros. Uma das propriedades dos 
polímeros é a plasticidade, daí seu nome popular. Polímeros são 
macromoléculas constituídas por um grande número de 
moléculas pequenas que se repetem na sua estrutura, 
denominadas monômeros. As reações pelas quais essas 
moléculas se combinam são chamadas de polimerizações. 
Polímeros naturais, como a borracha natural, dominaram o 
mercado consumidor até meados de 1900. 
Posteriormente, os polímeros sintéticos foram sendo descobertos 
e ganharam o seu espaço, por exemplo, o policloreto de vinila 
(PVC), em 1936, e o polietileno (PE), em 1942. A importância dos 
polímeros cresceu por sua qualidade como materiais e por suas 
inúmeras aplicações 
em revestimentos, acabamentos e acessórios em várias etapas 
da obra. Os polímeros estão presentes em tintas e colas e são 
adotados em corrimãos, puxadores, fechos, caixilharias e 
acessórios de iluminação e de instalações hidráulicas. No entanto, 
a criatividade de ampliar cada vez mais o uso desses materiais 
deve res-peitar seus limites técnicos. 
 
• Os polímeros possuem as seguintes propriedades: 
 
 facilidade de moldar um formato desejado; 
 
 baixo custo de produção; 
 
 resistência ao desgaste; 
 
 peso reduzido; 
 
 excelente isolamento térmico, elétrico e acústico; 
 
 possibilidade de reciclagem. 
 
 
 
• Classificação dos Polímeros: 
 
 Termoplásticos: quando sujeitos a temperaturas 
superiores ao respectivo ponto de amolecimento, 
podem moldar-se plasticamente, voltando ao estado sólido 
quando resfriados. São teoricamente recuperáveis 
indefinidamente, já que se pode repetir o processo quantas vezes 
forem necessárias; contudo, o envelhecimento do termoplástico 
afeta sua estabilidade, impondo um limite a repetidas 
transformações. 
 
 Termofixos: não são recicláveis e não amolecem 
quando aquecidos. Isso ocorre porque possuem fortes 
ligações covalentes entre as cadeias adjacentes. 
 
 Elastômeros: são materiais plásticos mais 
resistentes, com um comportamento elástico rápido. Retirada 
a carga, o material voltam à forma inicial. 
 
 
• Utilização na Construção Civil: 
 
 Acabamento interior de paredes: os materiais de 
revestimento à base de polímeros possuem qua-lidades 
decorativas, variedade de tonalidades e desenhos, brilho das 
cores e propriedades higiênicas. Esses materiais podem ser 
comprados em rolos, folhas ou placas. Os polímeros utilizados 
são poliestire-no (PS) e policloreto de vinila (PVC). 
 
 Revestimento de pavimentos: são também 
utilizados como pisos, porque resistem bem ao desgaste, são 
suficientemente duros e resistentes, têm baixa condutibilidade 
 
 
térmica, são hidrófugos e não ex-pandem com a umidade. Os 
polímeros mais utilizados para esta aplicação são o policloreto de 
vinila (PVC) e o acetato de vinila (EVA). Esses materiais podem 
ser comprados em rolos (telas), placas ou na forma de materiais 
para a construção de pavimentos sem juntas. 
 
 Artigos Sanitários: fabrica-se grande variedade de 
artigos sanitários com os polímeros (lavatórios, boxespara 
banheiros, grelhas etc.), por conta de suas vantagens: são leves, 
atraentes, sólidos, higiênicos e anticorrosivos e não necessitam 
ser sistematicamente pintados. Geralmente, são feitos à base de 
poliestireno, mas também podem ser de poli metacrilato de metila. 
 
 Tubulações: ultimamente, os tubos em polímero 
têm substituído outros materiais, como o ferro fundido, o latão, o 
chumbo, o cobre e o grés, na montagem de condutores 
industriais, na canalização de águas e esgotos, em condutas de 
petróleo e em sistemas de irrigação. Os polímeros mais utilizados 
são o policloreto de vinila, o polietileno e os poliésteres reforçados 
com fibra de vidro. As vantagens de utilização do polímero, em 
comparação ao ferro fundido e ao cobre, são: elevada resistência 
à corrosão eletroquímica, baixa condutibilidade elétrica, 
flexibilidade, leveza e estabilidade química. Quando a avaliação é 
de custo, o volume de recursos financeiros dispendidos para os 
polímeros é inferior àquele gasto em tubulações metálicas. 
 
 Colas e mastigues: o aparecimento de materiais 
poliméricos no domínio da construção fez com que se 
desenvolvessem processos de ligação de elementos utilizando 
colas. Os polímeros utilizados pertencem ao grupo dos termofixos 
e apresentam-se, geralmente, sob a forma de dois constituintes, 
designados por base e endurecedor, que se misturam na fase da 
aplicação. As colas à base de polímeros empregam-se nas 
ligações dos mais variados materiais de construção. A escolha da 
cola a se utilizar deve levar em conta os tipos de materiais a se 
unirem. Assim, as colas fenólicas são boas para ligar plásticos e 
madeiras; as colas de poliéster são utilizadas na ligação de 
plásticos reforçados; as colas epóxi são utilizadas para unir 
concreto, alumínio e aço; e as colas de poliuretano são usadas 
para colar madeiras. Os mastigues mais utilizados são feitos à 
base de polisobutileno ou silicone. Aplicam-se na vedação de jun-
tas de dilatação, como entre painéis pré-fabricados. Podem ser 
aplicados com pistola ou com ar comprimido. 
 
 
 
D. COMPÓSITOS: 
 
• Materiais compósitos podem ser entendidos como 
uma novidade na construção civil. Sua aplicação vai 
desde o uso em simples artigos utilizados no dia a dia até 
aplicações nas indústrias de ponta. Todavia, antigas civilizações 
já fabricavam um compósito chamado adobe (tijolo de grandes 
dimensões, feito de palha e barro/argila). Um exemplo atual de 
compósito é o concreto armado. O compósito deve possuir pelo 
menos dois componentes, com propriedades distintas, que, 
quando misturados, formam um novo composto com 
propriedades impossíveis de se obter com apenas um deles. Este 
tipo de material sempre esteve associado a aplicações de 
isolamento térmico e acústico, a tubulações e a vedações. A 
inovação do uso de compósitos reside na pesquisa e no 
desenvolvimento de materiais que podem exercer funções 
estruturais em pontes, prédios, torres e estradas. As combinações 
podem ser de metais e polímeros, metais e cerâmicas ou 
polímeros e cerâmicas. 
 
• Os materiais que podem compor um compósito são 
classificados em dois tipos: matriz e reforço. O material matriz é o 
que confere estrutura ao compósito, preenchendo os espaços 
vazios que ficam entre os materiais reforços. As matrizes têm 
como função principal transferir as solicitações mecânicas às 
fibras e protegê-las do ambiente externo. Podem ser resinosas 
(poliéster, epóxi etc.), minerais (carbono) ou metálicas (ligas de 
alumínio). Os materiais reforços são aqueles que realçam as 
propriedades do compósito como um todo. 
 
• O interesse em materiais compostos está ligado a 
dois fatores: econômico e performance. O fator econômico vem 
do fato de o material composto ser muito mais leve (a redução na 
massa total do produto pode chegar a 30% ou mais). O fator 
performance está ligado à procura por um melhor desempenho de 
componentes estruturais, sobretudo no que diz respeito às 
características mecânicas (resistência a rupturas e a ambientes 
agressivos etc.). 
 
• A escolha de um tipo de fibra e uma matriz depende 
fundamentalmente da aplicação que terá o material composto. O 
custo, em muitos casos, pode também ser um fator de escolha a 
favor de um ou outro componente. Os tipos mais comuns de fibras 
são: de vidro, de aramida (kevlar), de carbono e de boro. As fibras 
podem ser definidas como: unidirecionais, quando orientadas a 
uma mesma direção; bidimensionais, quando orientadas a duas 
direções ortogonais (tecidos); ou orientadas aleatoriamente. A 
fibra é o elemento constituinte que confere ao material composto 
suas características mecânicas: rigidez, resistência à ruptura etc. 
Deve ser observada, também, a compatibilidade entre as fibras e 
as matrizes. 
 
• A natureza dos reforços e o modo como se 
distribuem na matriz permitem classificá-los de várias formas. Os 
reforços podem ter forma de partículas ou de fibras curtas ou 
muito curtas. Quando sob a forma de partículas ou de fibras 
curtas, em geral, têm distribuição aleatória no seio da matriz, sem 
obedecer a uma ordem predeterminada. 
 
• As fibras curtas, de alguns centímetros, são 
injetadas no momento da moldagem da peça, enquanto as longas 
são cortadas após a fabricação da peça. No caso de fibras mais 
longas ou contínuas, a distribuição do reforço é feita pelo 
empilhamento sucessivo de camadas ou lâminas, alternando 
camadas da matriz com camadas de reforço. Nessa forma, os 
compósitos são conhecidos por laminados ou estratificados e é 
assim que conhecem as principais aplicações estruturais. 
 
• O compósito é, portanto, um arranjo de fibras, 
contínuas ou não, de um material resistente (reforço) impregnado 
em uma matriz de resistência mecânica inferior à das fibras. 
 
 
 
 
 
E. SEMICONDUTORES: 
 
• Os materiais semicondutores são componentes 
essenciais de dispositivos eletrônicos modernos. Para que um 
material seja considerado semicondutor, ele precisa ter 
 
 
condutividade elétrica em uma substância que fica entre os 
componentes isoladores, os quais conduzem pouca eletricidade, 
além de elementos condutores, os quais permitam que a 
eletricidade flua de forma muito fácil. 
• Nos condutores, um aumento na temperatura 
ocasiona um aumento da resistência oferecida à passagem da 
corrente elétrica. Já nos semicondutores, acontece o contrário: 
um aumento da temperatura ocasiona uma redução da resistência 
oferecida à passagem da corrente elétrica por conta da maior 
repulsão causada em sua união. Os semicondutores elétricos 
servem à geração de energia solar e se adaptam bem aos 
sensores que detectam a luz, porque podem produzir um fluxo de 
corrente elétrica quando devidamente energizados por fótons de 
luz. 
• Os semicondutores são, em muitos pontos, 
semelhantes aos materiais cerâmicos, podendo ser considerados 
uma subclasse da cerâmica. Seu emprego é importante na 
fabricação de componentes eletrônicos e de nano circuitos 
usados em nanotecnologia. A maioria dos materiais 
semicondutores é formada por sólidos inorgânicos cristalinos. 
Alguns incluem o silício, o arseneto de gálio e o nitreto de gálio. 
• O material semicondutor mais usado é o silício, o 
elemento 14 na Tabela Periódica e um dos mais comuns na crosta 
da Terra. O arseneto de gálio resiste melhor ao calor em relação 
ao silício, mas, por ser mais caro, é normalmente usado apenas 
para aplicações em que o silício é inadequado. Outro composto 
de gálio usado para os semicondutores é o nitreto de gálio (GaN), 
aproveitado em diodos emissores de luz (light-emitting diodes - 
LEDs) e diodos de laser de alta frequência. Os LEDs consistem, 
basicamente, em semicondutores que, ligados a uma fonte de 
energia elétrica, emitem luz quando os elétrons da corrente se 
recombinam com lacunas existentes na rede atômica do material, 
liberando energia na forma de fótons. 
• Além dessas matérias-primas, os semicondutores, 
muitas vezes, também contêm pequenas quantidades de outras 
substâncias, conhecidascomo “dopantes”, para alterar suas 
propriedades condutoras de acordo com sua função. A 
combinação de semicondutores com diferentes tipos de dopagens 
faz emergir propriedades elétricas não observáveis quando 
separados, muito úteis sobretudo no controle de correntes 
elétricas. Alguns dopantes comuns colocados no silício incluem 
boro, fósforo e arsênio. 
 
F. BIOMATERIAIS: 
 
• Mais recentemente, os biomateriais passaram a 
contribuir com os campos de biocompósitos (novos materiais de 
base vegetal, por exemplo, bagaço de cana-de-açúcar, casca de 
coco e sisal) e biorrefinarias, um novo conceito em refinarias, 
baseado no uso de matérias-primas verdes e na transformação 
de resíduos agrícolas de milho, beterraba, gramíneas e restos de 
madeira em matérias-primas e combustíveis. Aqui, destacam-se 
a madeira plástica, cuja aplicação será feita na construção civil, 
como substituta da madeira in natura, e o polietileno “verde”, 
derivado da cana-de-açúcar. 
 
 
 
 
1.3 CRITÉRIOS PARA ESCOLHAS DE MATERIAIS: 
 
• Nas diversas etapas de uma obra, utilizam-se vários 
tipos de materiais. A escolha de determinado tipo de 
material está relacionada às características de desempenho 
desejadas para ele. Essa escolha é feita com base em critérios e 
indicadores, em geral de segurança, isto é, de ordem técnica, de 
economia e de estética. É importante lembrar que o primeiro 
critério a ser utilizado deve ser sempre o de segurança. 
 
 Critério de segurança: neste critério, os 
indicadores são a existência de formas padronizadas (dimen-
sões), as propriedades físicas (mecânicas) e as químicas 
(durabilidade). 
 
 Critério de economia: neste critério, os indicadores 
são a existência do material (sua oferta no local de sua utilização), 
o valor de aquisição (preço do produto de acordo com a qualidade 
e com a quanti-dade a ser adquirida), o custo da aplicação (custo 
da mão de obra especializada e dos equipamentos necessários) 
e o custo da logística (mão de obra envolvida para compra, 
transporte e armazenagem, local de armazenamento, tempo de 
validade do produto e meio a ser empregado para o seu 
transporte). 
 
 Critério de estética: neste critério, os indicadores 
são subjetivos. São indicadores que utilizam os ór-gãos dos 
sentidos, como o tato (forma e textura dos materiais) e a visão 
(dimensões, cores e harmonia entre os diversos materiais 
empregados) 
 
 
 
1.4 CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE 
CONSTRUÇÃO CIVIL: 
 
• Classificação quanto à origem ou à obtenção do 
material: 
 Naturais: existem dispostos na natureza, como as 
madeiras, as areias e as pedras. 
 Artificiais: são produzidos em processos 
industriais, como os aços, os tijolos e os plásticos. 
 Combinados: são combinações de materiais 
naturais e artificiais, como concreto armado e alguns materiais 
compósitos. 
 
 
• Classificação quanto à função do material na 
construção civil: 
 Materiais com função estrutural: têm 
características mecânicas elevadas para compor elementos 
estruturais. São exemplos o aço, o alumínio, a madeira e o 
concreto armado, na forma de elementos estruturais. 
 Materiais com função de vedação de ambientes: 
não têm função resistente como os elemen-tos estruturais, mas 
compõem painéis de vedação, como as paredes. São exemplos a 
argila, a ma-deira e o vidro, com baixa resistência estrutural. 
 Materiais com função de proteção para outros 
materiais: são utilizados com a função de pro-teger outros 
materiais de agentes nocivos. São exemplos os 
impermeabilizantes como os betumes, as tintas e os vernizes. 
 
 
• Classificação quanto à composição do material: 
 Simples ou básicos: são utilizados sem 
composição com outros materiais. São exemplos os blocos 
cerâmicos, as telhas e as placas de vidro. 
 Compostos ou produzidos: são utilizados por meio 
da combinação com outros materiais. São exemplos as 
argamassas, o concreto armado e as ligas de metais. 
 
 
• Classificação quanto à estrutura interna do 
material: 
 Material agregado complexo (concreto). 
 Estrutura cristalina (metais). 
 Estrutura fibrosa (amianto). 
 Material fibroso com estrutura complexa (madeira). 
 Estrutura lamelar (argila). 
 Estrutura Vítrea (vidro). 
 
 
• Classificação quanto à composição química do 
material: 
 Materiais orgânicos: 
 Betuminosos: naturais (asfaltos) ou artificiais 
(alcatrões). 
 Lenhosos: primitivos (madeiras) ou derivados 
(papéis). 
 Mistos: constituição química mais complexa 
(pinturas). 
 Têxteis: fibrosos (tecidos) ou plásticos (fórmicas). 
 Materiais minerais: 
 Metálicos: metais (cobre), produtos siderúrgicos 
(aços) ou mistos (ligas não ferrosas). 
 Pétreos: naturais (pedras) ou artificiais (argila 
expandida). 
 
 
Referência bibliográfica: 
 
PINHEIRO, Antonio Carlos da Fonseca B.; CRIVELARO, 
Marcos. MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO. [Digite o Local da Editora]: 
Editora Saraiva, 2020. E-book. ISBN 9788536532769. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536532769/. 
Acesso em: 23 abr. 2023. 
 
 
 
 
2. AGREGADOS, ALGOMERANTES E 
ARGAMASSAS: 
 
2.1 Agregados: 
 
Os agregados são fragmentos de rochas e areias, cujas 
dimensões de interesse para fins da construção civil variam muito 
de dimensão. As aplicações em que o agregado é fundamental 
são diversas, mas podemos destacar muros, estruturas de 
contenção e bases rodoviárias. Para a composição do concreto, 
os agregados representam 3⁄4 em volume, o que exige grande 
atenção para a sua qualidade, ou seja, resistência, durabilidade 
e desempenho. 
Está errado supor que os agregados cumprem apenas a 
função de complementar a mistura do concreto para economizar 
em quantidade de cimento, uma vez que eles não são inertes e 
reagem influenciando o desempenho do concreto tanto no estado 
fresco como endurecido. 
Os agregados naturais trazem consigo uma boa parte das 
características da rocha-mãe, mas algumas são adquiridas 
quando processados, isso traz uma dificuldade para a correlação 
correta entre a qualidade objetivada para o concreto e o tipo de 
agregado. 
Os ensaios nos agregados para avaliar suas 
características e propriedades são fundamentais para a predição 
da qualidade do concreto. Para cada aplicação, é necessário 
conhecer a classificação desses materiais e a determinação de 
sua necessidade, buscando um ponto de equilíbrio na relação 
custo-benefício. 
 
2.2 Granulometria: 
 
A distribuição granulométrica fornece a proporção relativa, 
em porcentagem, das massas dos fragmentos com tamanhos em 
diferentes faixas granulométricas, em relação ao peso total da 
amostra. 
A granulometria requer uso de uma série de peneiras 
especiais com malha quadrada, as quais permitem a aplicação de 
normas técnicas para determinar as percentagens de partículas 
retidas e acumuladas em cada peneira. Essas peneiras são 
compostas por um sistema de séries, composto pela série normal 
e a série intermediária. 
 
 
 
2.3 Tipos de Agregados: 
 
Os agregados são classificados quanto à granulometria, à 
origem e à massa. 
 
• Quanto a granulometria: 
 Agregados miúdos: areia, pó de pedra etc. 
 Agregados Graúdos: brita, seixo rolado etc. 
 
• Quanto a origem: 
 Naturais, provenientes de fontes naturais. 
 Artificiais, provenientes de processos industriais. 
 
• Quanto a massa: 
 Leves, escórias e cinzas volantes. 
 Normais, como por exemplo as britas e os seixos. 
 Pesados, alguns minerais como Barrio, ferro, titânio. 
 
 Deve se conhecer o teor de unidade dos agregados 
para poder dosar corretamente argamassas e concreto. 
 
 Substâncias deletérias (fazem mal ao concreto). 
 Contaminação por sais. 
 Reação Álcali-sílica. 
A reação álcali-agregado é uma reação química que ocorre 
entre os íons alcalinos liberados durante a hidratação do cimento 
e determinados minerais reativos pertencentes ao agregado. 
Causa fissura ou quebra do concreto. 
Possível solução: utilização de cimentos com baixos teores 
de álcalis ou a de cimentos com adiçõesativas mitigadoras da 
reação álcali-agregado. 
 
2.4 Aglomerantes: 
 
Os aglomerantes não são materiais passivos e tem como 
função principal promover a ligação entre o grão do material 
inerte, denominado agregado. 
Sua aplicação está associada na constituição dos 
seguintes componentes aos quais é misturado: 
 
• Pastas: misturado apenas com água. 
• Argamassa: água e agregado miúdo. 
• Concreto: água, agregado miúdo e graúdo. 
 
Os aglomerantes são comumente classificados em ativos 
e inertes. 
 
Os aglomerantes ativos podem ser: 
 
• Aéreos: endurecem pela ação do ar e 
posteriormente tem resistência reduzida na presença de água, por 
exemplo o gesso. 
 
• Hidráulicos: ocorre o fenômeno de hidratação que só 
endurecem em contato com a água, exemplo cimento. 
 
• Já os aglomerantes inertes são aqueles que 
endurecem por meio do processo de secagem, por exemplo, a 
argila. 
 
 Cal Hidratada 
 
• A cal virgem é um aglomerante inorgânico, 
produzido a partir de rochas calcárias, composto principalmente 
de cálcio e magnésio, na forma de um pó fino. 
• A cal hidratada é obtida ao se adicionar água na cal 
virgem, ou seja, é um produto manufaturado que sofreu em usina 
o processo de hidratação. 
• É apresentada como um produto seco, na forma de 
um pó branco de elevada finura. 
• A cal é encontrada no mercado em sacos de 20 Kg. 
• Seu uso acontece, principalmente, na preparação de 
argamassas destinadas ao revestimento de fachadas ou 
assentamento dos elementos de alvenaria. 
• Ela também é usada no preparo de tintas alcalinas, 
conferindo à pintura propriedades fungicidas e bactericidas 
• A cal confere uma maior plasticidade às 
argamassas, permitindo que elas tenham maiores deformações, 
sem fissuração, do que teriam com cimento somente. 
• A argamassa de cimento contendo cal retêm mais 
água e assim permite uma melhor aderência. 
 
 Tipos de Cimento 
 
O cimento aluminoso é produzido a partir do cozimento da bauxita 
e do calcário, sendo a composição básica o aluminato de cálcio, 
são especialmente empregados quando é desejável resistência a 
sulfatos e para finalidades refratárias. 
 
 O cimento branco é fabricado com matéria-prima que 
contenha o mínimo possível de óxido de ferro, pelo emprego de 
argilas a partir de rochas carbonatadas sem ferro. Várias medidas 
são empregadas para evitar a alteração da cor. 
 
Os cimentos coloridos são, em geral, obtidos a partir da adição de 
pigmentos ao cimento branco ou pela ação de clínqueres que 
possuem cores especiais. Você deve estar atento para não 
comprometer negativamente as propriedades como pega, 
resistência e durabilidade do cimento que é manipulado com 
pigmentos. 
 
 O Cimento Portland e suas diversas modificações 
têm larga aplicação nas obras da construção civil, e é uma mistura 
complexa de vários óxidos minerais que apresenta um 
mecanismo mais complicado de hidratação. 
 
O cimento é um pó fino com propriedades aglutinantes, que 
endurece sob ação da água, sendo, portanto, um aglomerante 
hidráulico. Depois de endurecido, mesmo sob ação da água, não 
se decompõe mais. 
 
O cimento é hoje, sem dúvida, o mais importante dos 
aglomerantes, sendo de fundamental importância conhecer bem 
suas propriedades, para poder aproveitá-las da melhor forma 
possível. 
 
É composto de clínquer, com adições de substâncias que 
contribuem para suas propriedades. Na realidade, são as adições 
que definem os diferentes tipos de cimento. O clínquer, tem como 
matérias-primas o calcário e a argila. 
A rocha calcária é primeiramente britada, depois moída e 
em seguida misturada, em proporções adequadas, com argila, 
também moída (farinha crua). 
Essa mistura atravessa um forno (temperatura chega a 
alcançar 1450 °C) atingindo uma fusão incipiente. Esse calor é 
que transforma a mistura, no clínquer, que se apresenta 
primeiramente na forma de pelotas. Na saída do forno, o clínquer 
ainda incandescente é bruscamente resfriado, e finamente moído, 
transformando-se em pó. 
 
Aplicações do Cimento Portland: 
 
• Argamassa para parede. 
 Chapisco 
 Emboço 
 Reboco 
 
• Argamassa para contrapiso. 
• Argamassa de assentamento. 
 
 
Processo de fabricação detalhado de cimento Portland: 
 
O cimento Portland é um cimento produzido pela 
pulverização de clínqueres constituídos especialmente por 
silicatos de cálcio hidráulicos cristalinos e uma pequena 
quantidade de uma ou mais formas de sulfato de cálcio e até 5% 
de calcário como adição na moagem. Os clínqueres são nódulos 
com diâmetros que variam de 5 a 25 mm de material sintetizado, 
que é produzido quando uma mistura de matérias-primas em 
proporções adequadas é aquecida sob elevadas temperaturas. 
Antes de realizar o processo de tratamento térmico da 
farinha que irá se converter em clínquer é necessário fazer uma 
boa homogeneização. Para isso, é fundamental os processos de 
britagem, moagem e mistura. A receita para obter o clínquer 
desejado no processo requer a análise química dos constituintes 
dessa farinha, que deve ser composta por partículas menores de 
75 μm. 
Um dos processos de fabricação do cimento é denominado 
via úmida, e para isso a lama deve conter de 30 a 40% de água. 
Nos modernos processo de fabricação, a opção por via seca 
ocorre por ser energeticamente mais eficiente, em função da 
necessidade de retirada da água por evaporação antes de ocorrer 
a clinterização. 
Por meio do processo de via seca são equipados pré-
aqueceres multifásicos suspensos com maior eficiência de troca 
térmica entre os gases e a fa-rinha, exigindo 800 kcal de energia 
de combustível fóssil para kg de clínquer, ao passo que o 
processo de via úmida requer cerca de 1.400 kcal/kg. 
A etapa principal do processo é a operação da 
cliquerização realizada em um forno rotativo, que consiste em um 
cilindro de aço inclinado revestido com tijolos refratários. A farinha 
pré-aquecida e parcialmente calcinada entra pela extremidade 
superior do forno em rotação contínua e é transportada para a 
parte inferior, a uma velocidade controlada pela inclinação e 
velocidade de rotação do forno. Carvão pulverizado, óleo ou gás 
combustível é injetado pelas extremidades inferior da zona de 
calcinação, em que temperaturas de 1.450 a 1.550oC podem ser 
atingidas, e as reações químicas envolvendo a formação dos 
compostos do cimento Portland são completados. 
O mercado do cimento no Brasil é atualmente composto 
por 22 grupos cimenteiros, nacionais e estrangeiros, com 95 
plantas produzindo (setembro de 2015), espalhadas por todas as 
regiões brasileiras. A capacidade instalada anunciada do país é 
de 82 milhões de toneladas/ano, mas pelos últimos levan-
tamentos, estima-se que a capacidade instalada já tenha 
ultrapassado os 96 milhões de toneladas/ano, devendo chegar 
aos 100 milhões de toneladas até o final de 2016, com a entrada 
das plantas em construção. Somente no ano passado e até o mês 
de agosto de 2015, mesmo com o mercado apontando queda no 
consumo, foram adicionadas mais 5 milhões de toneladas anuais 
à capacidade instalada do parque industrial cimenteiro. 
 
 
 
Fluxograma do processo de fabricação do cimento Portland. 
 
2.5 Argamassas. 
 
A argamassa é um material de construção com propriedade 
de aderência e endurecimento, obtido a partir da mistura 
homogênea de um ou mais aglomerantes, agregado miúdo (areia) 
e água, podendo conter aditivos e adições minerais. 
 
As argamassas são muito utilizadas na construção civil 
para etapas como revestimento para reboco, revestimento de 
única camada para parede ou teto, contrapiso para regulação de 
pisos, assentamento e reajustamento de revestimento de 
cerâmica ou pedra. 
 
As argamassas mais utilizadas na construção civil são as 
de assentamento da alvenaria e de revestimento de paredes. 
Dependendo das proporções entre os constituintes da mistura e 
sua aplicação, elas recebem diferentes nomes. 
 
Argamassas de assentamento de alvenaria são utilizadas 
para a elevação de paredes e muros detijolos ou blocos, muitas 
vezes referidos como unidades de alvearia. 
 
As funções mais importantes da argamassa na 
alvenaria são: 
 
• Unir as unidades de alvenaria para melhorar a sua 
resistência aos esforços laterais; 
• Distribuir as cargas atuantes nas paredes de modo 
uniforme; 
• Impedir a passagem da água da chuva; 
• Absorver as deformações naturais de origem 
térmica e as de retração por secagem. 
 
 
A argamassa de revestimento é utilizada para revestir 
paredes, muros e tetos, os quais recebe pintura, revestimento 
cerâmico, laminados etc. O revestimento de argamassa pode ser 
constituído por várias camadas com características e funções 
específicas. 
Para a melhor compreensão da composição dessas 
camadas, veja as definições a seguir: 
 
• Chapisco: camada de preparo da base, aplicada de 
forma contínua ou não, para uniformizar e melhorar a absorção e 
a aderência do revestimento. 
• Emboço: camada de revestimento para cobrir e 
regularizar a base para receber revestimento decorativo, por 
exemplo. 
• Reboco: camada de revestimento usada para cobrir 
e emboçar antes de receber o revestimento decorativo ou material 
de acabamento final, em geral a pintura. 
• Camada única: revestimento com um único tipo de 
argamassa aplicado na base. Também pode ser empregada para 
receber o acabamento final, como a pintura. 
• Revestimento decorativo (monocamada ou 
monocapa, na linguagem técnica): tem função de regularizar e, ao 
mesmo tempo, decorar. Também pode ser utilizado o RDM 
(revestimento decorativo monocamada), um tipo de argamassa 
específica para essa função. 
 
No uso em paredes, as principais funções da 
argamassa são: 
 
• Proteção contra destempero (quando parede 
externa); 
• Integração ao sistema de vedação dos edifícios, 
como isolamentos (térmico e acústico), permeabilidade à água, 
resistência ao fogo, ao desgaste e aos abalos superficiais; 
• Regularizar a superfície dos elementos de vedação 
e servir como base dos elementos decorativos. 
 
 
 
Classificação das argamassas 
 
A grande maioria dos autores da área da construção civil, 
classifica as argamassas com base nos critérios (veja quais são 
eles a seguir), e na função a qual será destinado o material. Para 
que você entenda melhor as duas formas de classificação, elas 
serão apresentadas em dois grupos: 
 
 
Grupo 1: Critérios 
 
• Natureza do aglomerante 
 Argamassa aérea 
 Argamassa hidráulica 
 
• Tipo de aglomerante 
 Argamassa de cal 
 Argamassa de cimento 
 Argamassa de cimento e cal 
 Argamassa de gesso 
 Argamassa de gesso e cal 
 
• Número de aglomerantes 
 Argamassa simples 
 Argamassa mista 
 
• Consistência da argamassa 
 Argamassa seca 
 Argamassa plástica 
 Argamassa fluídica 
 
• Plasticidade da argamassa 
 Argamassa pobre ou magra 
 Argamassa média ou cheia 
 Argamassa rica ou gorda 
 
• Densidade de massa da argamassa 
 Argamassa leve 
 Argamassa normal 
 Argamassa pesada 
 
• Forma de preparo ou fornecimento 
 Argamassa preparada em obra 
 Mistura semipronta para argamassa 
 Argamassa industrial 
 Argamassa dosada em central 
 
 
Grupo 2: Função 
 
• Construção de alvenaria 
 Argamassa de assentamento (elevação da 
alvenaria) 
 Argamassa de fixação (ou alvenaria de vedação) 
 
• Revestimento de paredes e tetos 
 Argamassa de chapisco 
 Argamassa de emboço 
 Argamassa de reboco 
 Argamassa de camada única 
 Argamassa para revestimento decorativo 
monocamada 
 
• Revestimento de pisos 
 Argamassa de assentamento de peças cerâmicas 
 Argamassa de rejuntamento 
 
• Recuperação de estruturas 
 Argamassa de reparo 
 
 
 
 
Propriedades das argamassas 
 
As propriedades das argamassas estão relacionadas com 
as suas funções e requisitos de desempenho. Sendo assim, é 
necessário definir os métodos para a realização dos ensaios deste 
material. 
As propriedades mais importantes para o melhor 
desempenho das argamassas são: 
 
• Trabalhabilidade 
• Aderência 
• Resistência mecânica 
• Capacidade de absorver deformações 
• Retração 
• Retenção de água 
 
As duas últimas propriedades são de maior interesse para 
as argamassas revestimento, mas não é relevante para as 
argamassas de assentamento de alvenaria 
A trabalhabilidade é a propriedade das argamassas no 
estado fresco que determina a facilidade com que elas podem ser 
misturadas, transportadas, aplicadas, consolidadas e acabadas 
sob condição homogênea. De maneira mais simples, a 
trabalhabilidade diz respeito à facilidade da aplicação, ou seja, o 
aplicador manual realiza o serviço de maneira mais eficaz e 
produtiva uma vez que o produto possui melhor aderência à base 
e oferece o acabamento esperado. 
Retenção de água é uma propriedade que está relacionada 
com a capacidade de a argamassa fresca manter sua 
trabalhabilidade quando ocorrer a perda da água do 
amassamento pela evaporação ou pela absorção do material de 
base. Essa propriedade é ainda mais importante quando o 
substrato (tijolo ou bloco) possui alta probabilidade de absorver 
água ou quando exposto a condições climáticas desfavoráveis, 
como a alta temperatura, baixa umidade relativa e ventos fortes. 
A retração resulta de um complexo mecanismo relacionado 
com a variação de volume da pasta aglomerante e tem papel 
fundamental no desempenho das argamassas aplicadas. A 
retração é bastante influenciada pelo teor dos grãos da areia. 
 
 
O desempenho das argamassas depende: 
 
• Características dos aglomerantes 
• Agregados miúdos 
• Traço 
• Quantidade de água de amassamento 
• Método de mistura dos componentes 
 
Propriedade da argamassa: 
 
• Estado Fresco 
 Aderência 
 Consistência 
 Retenção de água de consistência 
 Retração 
 Teor de ar incorporado 
 
• Estado Endurecido 
 Resistência mecânica (exemplo: movimentação do 
revestimento) 
 
Ensaios 
 
São vários os ensaios aplicados a argamassas, tanto 
durante a produção como durante sua aplicação, destacam-se: 
 
• Ensaios de finura 
• Tempo de pega 
• Expansibilidade 
• Resistência 
 
 
 
 
 
Traços utilizados na Construção Civil: 
 
Tip
o 
C
imento 
A
rreia 
Grossa 
A
rreia 
Fina 
al 
Hidrata
da 
A
ditivos 
U
tilização 
Cha
pisco 
1 3 X X S
obre 
concretos e 
tetos 
Cha
pisco 
1 4 X X S
obre 
alvenaria 
Reb
oco 
1 X 9 X R
eboco 
Externo, 
base para 
pintura 
Reb
oco 
X X 3 X R
eboco 
Externo, 
base para 
pintura 
Reb
oco 
X X 4 X R
eboco 
Interno, 
base para 
pintura 
Reb
oco 
1 X 6 + R
eboco 
Interno de 
parede 
Ass
entamento 
1 8 X X 
Con
trapiso 
1 5 
areia 
media 
X X 
 
 
Referência bibliográfica: 
 
LISBOA, Ederval S.; ALVES, Edir S.; MELO, Gustavo H. A 
G. Materiais de construção: concreto e argamassa. [Digite o Local 
da Editora]: Grupo A, 2017. E-book. ISBN 9788595020139. 
Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978859502013
9/. Acesso em: 24 abr. 2023. 
2.6 Concreto: 
 
• O concreto é um material de construção resultante 
da mistura de um aglomerante, com agregados miúdos e graúdos 
e água; E eventualmente aditivos, destinados a melhorar ou 
conferir propriedades especiais ao concreto. 
• A pasta (cimento e água) atua envolvendo os grãos 
dos agregados, enchendo os vazios entre eles e unindo esses 
grãos, formando uma massa compacta e trabalhável. 
• Os agregados conferem ao conjunto resistência aos 
esforços e ao desgaste. 
• Após a mistura, obtém-se o concreto fresco, material 
de consistência plástica que permite a sua modelagem em 
formas. 
• Ao longo do tempo, o concreto endurece devido às 
reações químicas entre o cimento e a água (hidratação do 
cimento). A resistência aumenta com o tempo. 
• A propriedade marcante do concreto é sua elevada 
resistência aos esforços de compressão aliada a uma baixa 
resistência a tração. 
 
 
Fases do Concreto 
 
 
 
 
• Procedimentos preliminares: 
 
 Conferir formas. Verificar se os eixos das fôrmas 
estão corretos, se estão travadas e escoradas; 
 Conferir as armadurase se foram colocados os 
espaçadores em quantidade suficiente; 
 Verificar se as estruturas concretadas anteriormente 
já se encontram consolidadas e escoradas o suficiente para esse 
novo carregamento; 
 
 
• Preparação: 
 
• Concreto misturado manualmente - exige um grande 
esforço da mão-de-obra e é indicado para pequenas obras e 
serviços. Deve-se estar ciente de que o concreto resultante é de 
qualidade apenas razoável. 
• Concreto misturado em betoneira - O trabalho com 
betoneira simplifica o processo de elaboração do concreto, 
obtendo-se um material de melhor qualidade do que o obtido na 
mistura manual. 
• Concreto usinado - é obtido em centrais dosadoras, 
geralmente chamadas de concreteiras. São instalações 
preparadas para a produção em escala, constituídas de silos 
armazenadores, balanças, correias transportadoras e 
equipamentos de controle. Na maioria dos casos, para as obras 
urbanas, a mistura é feita no próprio caminhão, durante o trajeto 
entre a central de concreto e a obra. 
 
 
• Transporte: 
 
 No caso de concreto usinado, o transporte é feito 
das concreteiras para obras em pelo caminhão betoneira. 
 O concreto deve ser transportado e aplicado na obra 
em, no máximo, duas horas e meia, conforme a normatização 
vigente no país. Caso o tempo do transporte de concreto seja 
elevado, podem ser empregados aditivos especiais que retardam 
o endurecimento do material (tempo de pega). 
 O trajeto a ser percorrido pelo caminhão-betoneira 
deve ser preparado, seja dentro do canteiro ou fora dele, para 
evitar atrasos e perda do concreto. 
 Em caso de mais de um caminhão, deve permitir 
manobras do caminhão seguinte, de forma que a continuidade 
não seja prejudicada. Prever local próximo do canteiro para 
estacionar o caminhão que esperará para descarregar. 
 
 
• Recebimento 
 
 Antes da descarga do caminhão é necessário fazer 
uma avaliação da quantidade de água do concreto, verificando se 
a consistência está de acordo com o que foi especificado na nota 
fiscal (pedido). 
 A falta de água torna o concreto menos trabalhável, 
podendo criar bicheiras e água em excesso reduz a resistência do 
concreto. 
 A consistência é avaliada pelo ensaio teste slump 
(ABNT NBR 5738), que tem como objetivos de determinar da 
trabalhabilidade e controlar a quantidade de água adicionada no 
concreto fresco. 
 A determinação da resistência à compressão do 
concreto é realizada em laboratórios especializados a partir de 
corpos-de-prova obtidos de amostra representativa do material, 
conforme estabelece a NBR 12655. 
 
 
• Lançamento 
 
• É o processo de colocação do concreto nas formas. 
• O principal cuidado é evitar que o material se separe. 
 
• Lançamento convencional - O transporte do 
concreto do local de produção ou descarga na obra até o local de 
lançamento (fôrmas) pode ser feito, convencionalmente, com a 
utilização dos seguintes equipamentos: 
 
 carrinhos e jericas 
 guinchos 
 gruas e caçambas 
 calhas e correias transportadoras 
 
• Bombeamento - O transporte é feito por 
equipamento chamado bomba que empurra o concreto por meio 
de uma tubulação metálica, podendo vencer grandes alturas e/ou 
distâncias horizontais. 
• A grande vantagem da bomba é a capacidade de 
transportar volumes maiores de concreto em comparação com os 
sistemas usuais (maior produtividade) 
 
Adensamento do concreto 
 
• O objetivo do adensamento do concreto lançado é 
torná-lo mais compacto, retirando o ar do material, incorporado 
nas fases de mistura, transporte e lançamento. 
• O processo mais comum e simples é o adensamento 
manual, indicado para pequenos serviços e/ou obras de pequeno 
porte. 
• Nas obras de maior porte, o adensamento é feito por 
meio de equipamentos de vibração. Em geral, são usados 
vibradores de imersão e de superfície para o acabamento (réguas 
vibratórias). 
 
 
Cura do Concreto 
 
• O concreto deve ser protegido durante o processo 
de endurecimento (ganho de resistência) contra secagem rápida, 
mudanças bruscas de temperatura, excesso de água, incidência 
de raios solares, agentes químicos, vibração e choques. 
• Deve-se evitar vibrações próximo de estruturas 
recém concretadas, assim como, evitar o contato com água em 
abundância e qualquer outro material que possa prejudicar o 
processo de endurecimento e de aderência na armadura. 
• Para evitar uma secagem muito rápida do concreto 
e o consequente aparecimento de fissuras e redução da 
resistência em superfícies muito grandes, tais como lajes, é 
necessário iniciar a cura úmida do concreto. 
• A seguir são listados alguns dos métodos mais 
comuns para a cura do concreto, que podem ser usados 
isoladamente ou em concomitantemente: 
 molhar continuamente durante 7 dias (no mínimo 3 
dias) a superfície concretada; 
 manter uma lâmina de água sobre a superfície (lajes 
e pisos); 
 manter as fôrmas sempre molhadas; 
 molhar e cobrir com lona; 
 
Desforma 
 
• A desforma do concreto deve ser planejada de modo 
a evitar o aparecimento de tensões nas peças concretadas 
diferentes das que foram projetadas para suportarem. 
 
 
Tipos de Concreto 
 
- Concreto convencional 
 
• É o tipo de concreto mais utilizado nas obras de 
construções. É feito no local da obra. 
• Menor controle tecnológico dos materiais, dosagem, 
resistência e consistência, ocasionando qualidade inferior. 
• No uso deste concreto é necessário o uso de 
vibrador para que o adensamento seja realizado da forma correta, 
devido à baixa trabalhabilidade e sua consistência seca. 
• Por outro lado, não se deve utilizar bombas para o 
lançamento do concreto convencional. Esta etapa deve ser 
executada com o auxílio de carrinhos de mão, jericas, gruas ou 
outro meio de transporte manual. 
 
- Concreto usinado 
 
• Para fazer o traço do concreto, os insumos são 
pesados eletronicamente e há um rigoroso controle tecnológico. 
• A mistura é feita de acordo com o especificado no 
projeto. 
• O transporte até o canteiro por caminhões 
betoneiras. 
• Economia de materiais, menor perda de areia, brita 
e cimento; 
• Maior controle tecnológico dos materiais, dosagem, 
resistência e consistência, com melhoria da qualidade; 
• Racionalização do número de ajudantes na obra; 
• Melhor produtividade da equipe; 
• Redução no controle de suprimentos e eliminação 
de áreas de estoque no canteiro; 
 
 - Concreto armado 
 
• Concreto armado é um tipo de estrutura que utiliza 
armações feitas com barras de aço. 
• Essas ferragens são utilizadas devido à baixa 
resistência aos esforços de tração do concreto, que tem alta 
resistência à compressão. 
 
• Vantagens do Concreto Armado 
 Alta disponibilidade de mão de obra. 
 Processo construtivo bem difundido no Brasil. 
 Devido à armação, esse material estrutural também 
pode suportar uma boa quantidade de esforços de tração. 
 O custo de manutenção do concreto armado é muito 
baixo. 
 Uma estrutura em concreto armado pode ser 
moldada de diversas maneiras e formatos. 
 Exige mão de obra menos qualificada para sua 
execução, em comparação com estruturas metálicas, por 
exemplo. 
 Boa resistência ao fogo e ao tempo. 
 
• Desvantagens do Concreto Armado 
 O concreto armado utiliza-se de formas de madeira 
ou metálicas, encarecendo o 
 projeto. 
 Geração de resíduos e lixos de construção. 
 Para uma construção de um edifício de vários 
andares, a seção dos pilares para uma estrutura em 
 concreto armado é maior do que a seção dos pilares 
em uma estrutura metálica. 
 Por conta do processo construtivo ser muitas vezes 
manual, os elementos estruturais costumam apresentar 
patologias. 
 
- Concreto protendido 
• É um tipo de estrutura que utiliza armações feitas 
com barras de aço que são protendidas. 
• O processo de protensão do concreto consiste em 
aplicar tensão nos cabos de aço antes da cura do concreto. 
 
• Vantagens do Concreto Protendido 
 Vence vãos maiores que o concreto armado. 
 Menor peso estrutural, pois as lajes são esbeltas,fato que diminui o carregamento da fundação da edificação. 
 Economia de concreto e aço. 
 
• Desvantagens do Concreto protendido 
 Falta de mão de obra especializada. 
 Conforme a geometria da estrutura, esta técnica 
pode ser inviável. 
 É preciso concreto de alta resistência, o que nem 
sempre é possível conseguir devido ao seu custo mais elevado ou 
indisponibilidade no local da obra. 
 
 
- Concreto leve 
• Existem vários tipos, sendo sua principal 
característica a leveza. Seu peso específico fica abaixo de 2.000 
Kg/m³. 
• Isso é possível pela substituição dos agregados 
convencionais, por agregados mais leves, como: argila 
expandida, vermiculita, EPS (isopor) ou EVA, ou ainda pela 
incorporação de bolhas de ar no concreto. 
• O concreto com ar incorporado não e indicado para 
concretagem de elementos estruturais, pois ele não protege a 
armadura de aço. Sendo assim mais indicado para 
preenchimentos e para vedações de paredes, painéis e divisórias. 
 
• Veja algumas aplicações do concreto leve: 
 Regularização de lajes em geral (inclinação para o 
escoamento) 
 Painéis para fechamento (prédios, casa pré-
fabricadas e galpões) 
 Elementos pré-fabricados (bloco vazados, muros, 
elementos decorativos para fachadas) 
 Pavimentos (calçadas, regularização de áreas 
diversas) 
 Móveis (bancos para ambiente externos, bases para 
montagens de sofás, camas etc.)

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