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<p>UNIDADE DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>INOVAÇÃO</p><p>EMPREENDEDORISMO</p><p>E INOVAÇÃO 1</p><p>Sumário</p><p>• Breve contextualização</p><p>• Apresentação do Ebook</p><p>• Objetivos da Disciplina</p><p>• 1. Unidade 1</p><p>• 2. Unidade 2</p><p>• 3. Unidade 3</p><p>• 4. Unidade 4</p><p>• 5. Unidade 5</p><p>• 6. Unidade 6</p><p>• Encerramento do E-book</p><p>............. 03</p><p>............. 03</p><p>............. 03</p><p>............. 05</p><p>............. 12</p><p>............. 21</p><p>............. 31</p><p>............. 44</p><p>............. 53</p><p>............. 61</p><p>3</p><p>Breve contextualização:</p><p>Na unidade 1 da nossa disciplina vamos estudar o</p><p>significado do conceito de inovação no contexto das empresas</p><p>e dos negócios. Compreenderemos os tipos de inovação</p><p>existentes, as áreas onde ela pode ser empregada e seus</p><p>benefícios econômicos e sociais.</p><p>Apresentação do E-book:</p><p>ONa disciplina Empreendedorismo e Inovação</p><p>Tecnológica vamos aprender o significado do</p><p>empreendedorismo, e sua importância para as organizações</p><p>contemporâneas, para o mercado consumidor e para a</p><p>sociedade. Compreenderemos o que é uma empresa,</p><p>como um negócio é desenvolvido, e as diferenças entre</p><p>empreender e administrar. Juntamente com as atividades do</p><p>empreendedor e as caraterísticas do seu perfil profissional,</p><p>vamos comparar as vantagens e as desvantagens de se</p><p>empreender. Na disciplina Empreendedorismo e Inovação</p><p>Tecnológica também vamos compreender os conceitos de</p><p>inovação, de tecnologia e de inovação tecnológica. Vamos</p><p>aprender a classificar as inovações e as tecnologias, e entender</p><p>a importância da ciência e da pesquisa nesse contexto.</p><p>Aprenderemos como o empreendedorismo e a inovação</p><p>cumprem papel fundamental para o sucesso – e até mesmo</p><p>sobrevivência – das empresas em um mundo cada vez mais</p><p>competitivo.</p><p>Objetivos da Disciplina:</p><p>• Compreender o que é inovação.</p><p>• Compreender o que é inovação tecnológica.</p><p>• Compreender o que é empreendedorismo.</p><p>• Compreender o papel e a importância da inovação</p><p>tecnológica no empreendedorismo.</p><p>• Conhecer os elementos, tipologias, etapas e processos</p><p>da inovação.</p><p>• Aprender como se empreende com base na inovação</p><p>tecnológica.</p><p>4</p><p>Objetivo de Aprendizagem</p><p>do Capítulo:</p><p>• Compreender o significado do termo inovação no</p><p>contexto dos negócios.</p><p>• Compreender as diferenças e convergências entre</p><p>inovação, criatividade e invenção.</p><p>• Conhecer as formas de classificar as inovações.</p><p>Para início de conversa:</p><p>Na unidade 1 estudaremos o significado do termo</p><p>inovação no âmbito dos negócios. Vamos aprender</p><p>que inovação não precisa ser algo inédito, totalmente</p><p>revolucionário, podendo se restringir ao aperfeiçoamento</p><p>de um produto já existente. E que inovação não é sinônimo</p><p>de invenção, mas a aplicação prática de uma invenção,</p><p>viável mercadologicamente. Entenderemos que, além de</p><p>ser empregada aos produtos (bens ou serviços), a inovação</p><p>pode ser incorporada a processos, técnicas e métodos</p><p>organizacionais. Também vamos conhecer as formas de</p><p>classificar as inovações: de acordo com a área do negócio</p><p>onde a inovação é realizada (inovação de produto, inovação</p><p>de processo, inovação de marketing, inovação organizacional),</p><p>de acordo com seu grau de impacto (inovação incremental,</p><p>inovação disruptiva) e de acordo com o controle possui sobre</p><p>ela (inovação aberta, inovação fechada).</p><p>5</p><p>1. OQUE É INOVAÇÃO?</p><p>É bastante comum as pessoas confundirem os termos</p><p>inovação, criatividade e invenção. Portanto, nada melhor que</p><p>iniciar os nossos estudos da disciplina Empreendedorismo e</p><p>Inovação Tecnológica fazendo a distinção entre esses conceitos.</p><p>Comecemos com a definição do termo inovação. Será que</p><p>ser inovador nos negócios é o mesmo que ser extremamente</p><p>criativo? É o mesmo que ser inspirado, capaz de imaginar algo</p><p>fantasioso, totalmente fora da realidade?</p><p>Nick Balding explica que inovação é a exploração de</p><p>novas ideias com viabilidade e sucesso. Enquanto a criatividade</p><p>se limita à construção de novas leituras ou de novas</p><p>perspectivas em torno de um dado tema ou objeto de estudo,</p><p>a inovação culmina com uma sinergia desta perspectiva</p><p>ao conceito de viabilidade. No âmbito dos negócios, essa</p><p>viabilidade deve ser técnica, econômica, mercadológica etc. Ou</p><p>seja: de que adianta uma empresa projetar o lançamento de</p><p>um novo produto se não há processo capaz de fabricá-lo ou se</p><p>não existem consumidores dispostos a comprá-lo?</p><p>Paulo Bastos Tigre discorre sobre a diferença entre</p><p>invenção e inovação: enquanto a invenção se refere à criação</p><p>de um processo, técnica ou produto inédito, a inovação</p><p>ocorre com a efetiva aplicação prática de uma invenção. É</p><p>aí que se revela a importância dos empreendedores e dos</p><p>profissionais que viabilizam uma invenção para o mercado</p><p>consumidor. Segundo a Harvard Business School, no campo</p><p>do Empreendedorismo, inovar consiste em identificar novas</p><p>oportunidades de negócios, independente dos recursos que</p><p>se apresentam, e capazes de gerar novas soluções para velhos</p><p>problemas.</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Nem toda inovação precisa ser revolucionada, fora do comum.</p><p>6</p><p>Outra crença equivocada é a de que as inovações só</p><p>podem ser realizadas em produtos. Retomando o Manual</p><p>de Oslo, uma inovação pode ser um produto novo (ou</p><p>significativamente melhorado), ou um novo processo, um</p><p>novo método de marketing, um novo método organizacional</p><p>nas práticas de negócios. Assim, o Manual de Oslo classifica as</p><p>inovações em quatro tipos:</p><p>• Inovação de produto.</p><p>• Inovação de processo.</p><p>• Inovação de marketing.</p><p>• Inovação organizacional.</p><p>Curiosidade: Um assistente de Thomas Edison inventou</p><p>em 1889 o cinetoscópio, aparelho precursor do cinematógrafo.</p><p>Por estar atarefado com outros projetos, e não ver sucesso</p><p>comercial no cinetoscópio, Edison não registrou sua patente,</p><p>o que fez com que a invenção fosse fabricada e aprimorada</p><p>por outros cientistas da época (como os irmãos Lumière, que</p><p>entraram para a história como inventores do cinema).</p><p>Outro ponto importante é a crença de que a inovação</p><p>só existe em produtos totalmente inéditos, algo que ninguém</p><p>jamais pensou. Documentos de referência internacional,</p><p>como o Manual de Oslo, definem que a inovação também</p><p>se realiza em um produto já existente, desde que ele seja</p><p>significativamente melhorado. Peter Drucker, considerado o</p><p>pai da administração moderna, confirma essa definição ao</p><p>afirmar que “a inovação é a provisão de produtos melhores e</p><p>mais econômicos”.</p><p>Concluímos assim que uma inovação não precisa ser</p><p>obrigatoriamente 100% inédita para todo mundo. Ela pode ser</p><p>nova ou disruptiva apenas para um mercado consumidor ou</p><p>contexto específico.</p><p>Importante: “Uma inovação é a implementação de um</p><p>produto novo ou significativamente melhorado.” (Manual de</p><p>Oslo).</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>A bicicleta foi inventada na primeira metado do século XIX, mas hoje é</p><p>considerada como recurso "inovador" para enfrentar os problemas de</p><p>trânsito em muitas cidades do mundo.</p><p>7</p><p>Importante: Uma empresa ou negócio pode inovar em</p><p>diferentes dimensões. A Apple, por exemplo, investe tanto na</p><p>fabricação dos seus produtos, altamente tecnológicos, como no</p><p>marketing</p><p>As inovações em processo representam mudanças</p><p>significativas nos métodos de produção e de distribuição</p><p>de um produto. “As inovações organizacionais referem-se à</p><p>implementação de novos métodos organizacionais, tais como</p><p>mudanças em práticas de negócios, na organização do local</p><p>de trabalho ou nas relações externas da empresa. As inovações</p><p>de marketing envolvem a implementação de novos métodos</p><p>de marketing, incluindo mudanças no design do produto e na</p><p>embalagem, na promoção do produto e sua colocação, e em</p><p>métodos de estabelecimento de preços de bens e de serviços”</p><p>(Manual de Oslo).</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>As inovações não são realizadas apenas em produtos. Elas podem ser</p><p>feitas nos processos produtivos e no marketing por exemplo.</p><p>8</p><p>3. CLASSIFICAÇÃO DAS</p><p>INOVAÇÕES</p><p>As inovações podem ser classificadas de diferentes</p><p>formas. Larry Keeley e seus coautores do livro Dez tipos de</p><p>inovação,</p><p>análise dos riscos)</p><p>• Definição do público-alvo</p><p>• Definição dos objetivos</p><p>• Definição das estratégias (de produto, de comunicação,</p><p>de preço)</p><p>• Plano de marketing e vendas</p><p>• Plano de recursos humanos</p><p>• Plano financeiro</p><p>Citando Ades (2013), Silvia Henriques (2018) contextualiza</p><p>o processo de inovação, a estratégia organizacional e a</p><p>capacidade de inovar na seguinte representação visual:</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Um plano de negócio é um documento que descreve detalhadamente os</p><p>objetivos, estratégias e projeções de um empreendimento.</p><p>57</p><p>3. QUADRO DO MODELO</p><p>DE NEGÓCIO</p><p>Carstens e Fonseca (2019) discorrem sobre o papel das</p><p>pessoas, ou dos funcionários e colaboradores da organização,</p><p>em um processo de inovação.</p><p>Equipe: reunião de indivíduos em torno de objetivos</p><p>comuns, comprometidos e envolvidos. Soma de inteligências</p><p>bem lideradas, em que há sinergia e eficiência.</p><p>Grupo: não é o mesmo que equipe. Pode ser apenas uma</p><p>reunião de trabalhadores em torno de um fim comum, mas</p><p>envolta em subjetividades e situações que influenciam seus</p><p>desempenhos, aquém do esperado: uma gestão ou liderança</p><p>ineficaz pode contribuir para isso.</p><p>Atividade de gestão ou liderança: deve-se extrair das</p><p>equipes o que elas tiverem de melhor a oferecer para o</p><p>desenvolvimento de inovações.</p><p>Pessoas-chave: lideranças de equipes com papéis</p><p>específicos, seja por terem conhecimentos diferenciados, seja</p><p>para efetuarem mediação entre a alta gestão e as equipes</p><p>das quais estão à frente. Uma gestão ou liderança eficiente é</p><p>determinante para isso.</p><p>FONTE: LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE</p><p>ADES (2013) ADAPTADO POR SILVIA HENRIQUES (2018)</p><p>58</p><p>“Compreender como é possível incorporar a inovação em</p><p>sua organização – e criar uma capacidade de inovação interna</p><p>robusta – é um imperativo para qualquer empresa que opera</p><p>no mundo dinâmico atual”, afirma Larry Keeley. Para isso, é</p><p>necessário que o empreendedor tenha noções sobre cultura</p><p>organizacional para inovação e aprendizado organizacional.</p><p>Conforme Tidd e Bessant (2017), citados por Carstens e</p><p>Fonseca (2019), a cultura organizacional para inovação possui as</p><p>seguintes características:</p><p>• Trabalho em equipes interdisciplinares.</p><p>• Intercâmbio de conhecimento entre departamentos.</p><p>• Estímulo à autonomia, à liberdade e à criatividade.</p><p>• Capacidade de adaptação a mudanças.</p><p>• Ciência de que é necessário lidar com incertezas.</p><p>• Flexibilidade e adaptabilidade.</p><p>• Definição de regras de socialização e respeito ao</p><p>próximo no ambiente de trabalho.</p><p>• Cultura organizacional ética, na qual a postura dos</p><p>líderes sirva de exemplo e de incentivo.</p><p>• Estabelecimento de sistemas de reconhecimento e</p><p>recompensas.</p><p>Importante: “A inovação é um esporte de equipe. Na</p><p>verdade, uma organização que depende apenas de inovadores</p><p>individuais está fadada ao fracasso.”</p><p>(Larry Keeley et al., 2015)</p><p>Importante: Um grupo de profissionais não</p><p>forma necessariamente uma equipe. Em sinergia, um</p><p>complementando a atividade do outro, os membros de uma</p><p>equipe trabalham cooperativamente, em busca dos mesmos</p><p>objetivos ou propósitos.</p><p>A partir de Vasconcellos et al. (2017), Silvia Henriques</p><p>(2018) identifica o papel do meio inovador interno, das pessoas,</p><p>dos processos de inovação e dos resultados, de forma interativa,</p><p>na roda da inovação. Na posição central estão localizadas a</p><p>liderança e a estratégia.</p><p>FONTE: LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE</p><p>VASCONCELLOS ET AL. (2017) ADAPTADO POR SILVIA HENRIQUES (2018)</p><p>59</p><p>Considerações Finais:</p><p>O monitoramento das pesquisas e o gerenciamento de</p><p>informações permitem que o empreendedor acompanhe as</p><p>mudanças e tendências do mercado, domine as tecnologias</p><p>emergentes e identifique oportunidades de inovação.</p><p>Para desenvolver produtos ou processos diferenciados,</p><p>também é necessário saber planejar e gerenciar recursos</p><p>materiais e financeiros, assim como liderar pessoas em um</p><p>ambiente de trabalho motivador, de aprendizado e cultura</p><p>organizacional para inovação. Possuindo essas competências,</p><p>o empreendedor aumenta significativamente as chances de</p><p>sucesso do seu negócio.</p><p>Segundo os mesmos autores, o aprendizado</p><p>organizacional é decorrente de:</p><p>• Tentativas, erros e acertos em projetos de pesquisa.</p><p>• Opinião de clientes, por meio de estudos que apontem</p><p>necessidades, incluindo-os nas pesquisas.</p><p>• Assimilação de ideias de outras empresas. Imitação e</p><p>aperfeiçoamento de outros produtos.</p><p>• Cultivo incansável de novas ideias.</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Também é papel do empreendedor motivar e conduzir equipes de</p><p>colaboradores, canalizando seu potencial individual e coletivo para a</p><p>inovação.</p><p>60</p><p>RAZZOLINI FILHO, Edelvino. Planos de negócios para o</p><p>século XXI. Curitiba: InterSaberes, 2012. Disponível em https://</p><p>plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/6008/pdf/0</p><p>WILDAUER, Egon Walter. Plano de negócios: elementos</p><p>constitutivos e processo de elaboração. Curitiba: InterSaberes,</p><p>2012. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/6098/pdf/0</p><p>ZAVADIL, Paulo Ricardo. Plano de negócios: uma</p><p>ferramenta de gestão. Curitiba: InterSaberes, 2013. Disponível em:</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/9941/pdf/0</p><p>Referências:</p><p>CARSTENS, Danielle; FONSECA, Edson. Gestão da</p><p>Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível</p><p>em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/</p><p>pdf/0</p><p>FERNANDES, Ciro Francisco Burgos; RIBEIRO, Edelclayton.</p><p>O empreendedor: plano de negócios do empreendedor. São</p><p>Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. Disponível em: https://</p><p>plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/3318/pdf/0</p><p>HENRIQUES, Silvia Helena (org.). Gestão da Inovação e</p><p>Competitividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.</p><p>2. ed. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/183207/pdf/0</p><p>KEELEY, Larry et al. Dez tipos de inovação: a disciplina de</p><p>criação de avanços de ruptura. Trad. Beth Honorato. São Paulo:</p><p>DVS Editora, 2015.</p><p>PIXABAY – site internacional de compartilhamento de fotos,</p><p>ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em:</p><p>https://pixabay.com/pt</p><p>61</p><p>Encerramento do E-book:</p><p>Estudamos na nossa disciplina que o empreendedorismo</p><p>e a inovação tecnológica são fundamentais para a prosperidade</p><p>econômica, para o avanço social e para o progresso humano.</p><p>Nas mais diversas áreas – da agricultura ao esporte, da saúde à</p><p>educação, das engenharias ao entretenimento –, a associação</p><p>do empreendedorismo com a inovação tecnológica pode levar</p><p>à superação de problemas complexos, gerar o desenvolvimento</p><p>ambiental sustentável e melhorar significativamente a qualidade</p><p>de vida das pessoas. Para isso, o empreendedor deve possuir</p><p>competências, habilidades e atitudes bastante específicas. Deve</p><p>ser criativo, proativo, resiliente e possuir visão estratégica. O</p><p>empreendedor também deve conhecer as fontes, os ambientes</p><p>promotores e os ecossistemas de inovação, saber analisar</p><p>modelos e estruturar planos de negócios, e ser capaz de aplicar</p><p>a pesquisa e o conhecimento científico no aprimoramento de</p><p>produtos.</p><p>por exemplo, elaboraram uma “taxonomia” da</p><p>inovação estruturada em três categorias:</p><p>• Inovação de configuração.</p><p>• Inovação de oferta.</p><p>• Inovação de experiência.</p><p>São exemplos de inovação de configuração a inovação no</p><p>modelo de lucro (venda de pacotes, preço flexível, assinatura,</p><p>2. INOVAÇÃO E</p><p>VIABILIDADE</p><p>Conforme vimos anteriormente, enquanto a criatividade</p><p>se limita apenas à construção de novas leituras ou de novas</p><p>perspectivas em torno de um dado tema ou objeto de estudo,</p><p>a inovação culmina com uma sinergia desta perspectiva ao</p><p>conceito de viabilidade. “Inovação é a criação de uma oferta</p><p>nova e viável”, destaca Larry Keeley.</p><p>Mas onde identificamos a viabilidade de uma</p><p>inovação? Essa viabilidade deve ser produtiva (fabricação,</p><p>armazenamento, transporte, distribuição), econômica, legal,</p><p>ambiental, cultural. Imagine como seria o lançamento de um</p><p>novo produto que fosse dificílimo de fabricar. Ou contra o qual</p><p>diversas leis vigentes impedem a comercialização. Ou que</p><p>culturalmente seja inadequado.</p><p>No âmbito empresarial, uma inovação precisa ser</p><p>autossustentável e retornar seu custo ponderado de capital</p><p>investido no seu desenvolvimento. Ela deve retornar valor para</p><p>seus patrocinadores e retroalimentar o empreendimento.</p><p>Importante: Segundo Peter Drucker, a inovação é uma</p><p>função básica das empresas.</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>No âmbito dos negócios, uma inovação precisa ser viável.</p><p>9</p><p>Outra forma de classificar a inovação é conforme o seu</p><p>grau de impacto, que pode ser incremental e disruptivo. Sutil</p><p>e de menor efeito, a inovação incremental se configura em</p><p>um aperfeiçoamento decorrente de pequenas ou gradativas</p><p>transformações em um produto ou processo. Exemplos: as</p><p>diferenças do motor 1.6 ao motor 2.0, o lançamento de uma</p><p>linha de uma roupa com novas estampas, ou a fabricação</p><p>mais rápida de um mesmo produto. Por outro lado, a inovação</p><p>disruptiva é uma transformação radical em um produto ou</p><p>processo já existente, ou a criação de um produto ou processo</p><p>totalmente novo. São exemplos de inovação disruptiva</p><p>a evolução do motor comum ao motor flex, do telefone</p><p>convencional ao smartphone, do filme em DVD ao streaming.</p><p>licença etc.), em rede (alianças, fusões, cooperação), na</p><p>estrutura (gestão descentralizada, design organizacional,</p><p>terceirização) e no processo (produção enxuta, automação</p><p>de processos, padronização). São exemplos de inovação de</p><p>oferta a inovação no desempenho de produto (funcionalidade,</p><p>design, segurança, impacto ambiental, customização) e no</p><p>sistema de produto (módulos, complementos, extensões, plug-</p><p>ins). E são exemplos de inovação de experiência a inovação</p><p>em serviços (degustação, test drive, programa de fidelidade,</p><p>atendimento pós-venda), de canal (venda direta, omnichannel),</p><p>de marca (cobranding, licensing) e no envolvimento do cliente</p><p>(personalização, sensorialidade, comunidades).</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>FONTE: ENVATO</p><p>Inventada em 1879, a lâmpada elétrica foi uma inovação disruptiva, que</p><p>revolucionou os sistemas de iluminação residencial e urbana.</p><p>10</p><p>Considerações Finais:</p><p>Apesar de em um primeiro momento parecer trivial, o</p><p>conceito de inovação apresenta camadas de complexidade.</p><p>Não pode ser interpretado simplesmente como criatividade</p><p>ou invenção, mas considerar que o produto ou processo</p><p>inovador precisa ser viabilizado, comercializado, implementado.</p><p>Ou seja, a inovação depende das atividades e talentos do</p><p>empreendedor, que deve buscar estar constantemente</p><p>informado sobre as necessidades e tendências do seu</p><p>tempo, e dominar os recursos empresariais. Conhecer</p><p>aprofundadamente produtos (bens e serviços) e processos é</p><p>imprescindível, tanto para promover inovações incrementais</p><p>como inovações disruptivas. É indispensável dominar também</p><p>as tecnologias da atualidade e futuras, conforme estudaremos</p><p>na próxima unidade.</p><p>A inovação também pode ser classificada segundo</p><p>o controle que a empresa detém sobre o seu processo.</p><p>Trata-se da inovação fechada (close innovation) e da</p><p>inovação aberta (open innovation). No primeiro caso, a</p><p>pesquisa, desenvolvimento e comercialização da inovação</p><p>são realizados nos limites da empresa, com seus próprios</p><p>recursos (informacionais, humanos, financeiros etc.). Na</p><p>inovação fechada, a propriedade intelectual, investimentos</p><p>e lucros são exclusivos da empresa. Já na inovação aberta à</p><p>pesquisa, desenvolvimento e comercialização da inovação</p><p>extrapolam os limites da empresa, com seus próprios recursos</p><p>(informacionais, humanos, financeiros etc.). Mas a propriedade</p><p>intelectual, investimentos e lucros são compartilhados com</p><p>parceiros.</p><p>Curiosidade: Reflita sobre a inovação proporcionada</p><p>pela plataforma Uber no período do seu lançamento nos</p><p>mercados mundiais. Tratou-se de uma inovação incremental</p><p>ou disruptiva? Foi uma inovação em produto, processo ou</p><p>marketing? Foi uma inovação de configuração, de oferta ou de</p><p>experiência?</p><p>11</p><p>2ª edição. Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/183207/pdf/0</p><p>NOGUEIRA, Tânia. Cadê a garrafa de vinho? Vidro perde</p><p>espaço para lata, caixa e litrão. Portal UOL. Publicado em</p><p>09/08/2022. Disponível em https://www.uol.com.br/nossa/noticias/</p><p>redacao/2022/08/09/cade-a-garrafa-de-vinho-vidro-perde-espaco-</p><p>paralata-bag-in-box-e-litrao.htm</p><p>PIXABAY – site internacional de compartilhamento de fotos,</p><p>ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em</p><p>https://pixabay.com/pt</p><p>TIGRE, Paulo Bastos. Gestão da Inovação – a economia da</p><p>tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.</p><p>VICENTE, Afonso Ricardo Paloma. Gestão Estratégica da</p><p>Inovação. Curitiba: Contentus, 2020.</p><p>Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/184651/pdf/0</p><p>Referências:</p><p>CARSTENS, Danielle e FONSECA, Edson. Gestão da</p><p>Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível</p><p>em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/</p><p>pdf/0</p><p>Coca-cola Brasil. Garrafas retornáveis da Coca-cola.</p><p>Disponível em https://www.coca-cola.com.br/retornaveis</p><p>Criatividade e Inovação. Academia Pearson / Pearson</p><p>Education do Brasil. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.</p><p>Disponível em https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/1996/pdf/0</p><p>KEELEY, Larry et al. Dez tipos de inovação: a disciplina de</p><p>criação de avanços de ruptura. Trad. Beth Honorato. São Paulo:</p><p>DVS Editora, 2015.</p><p>Manual de Oslo. Diretrizes para coleta e interpretação de</p><p>dados sobre inovação. 3ª edição. Trad. Flávia Gouveia. OCDE /</p><p>FINEP, 1997.</p><p>HENRIQUES, Silvia Helena (org.). Gestão da Inovação e</p><p>Competitividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.</p><p>12</p><p>UNIDADE DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>INOVAÇÃO TECNOLÓGICA</p><p>EMPREENDEDORISMO</p><p>E INOVAÇÃO 2</p><p>13</p><p>Para início de conversa:</p><p>Na unidade 1 estudaremos o significado do termo</p><p>inovação no âmbito dos negócios. Vamos aprender</p><p>que inovação não precisa ser algo inédito, totalmente</p><p>revolucionário, podendo se restringir ao aperfeiçoamento</p><p>de um produto já existente. E que inovação não é sinônimo</p><p>de invenção, mas a aplicação prática de uma invenção,</p><p>viável mercadologicamente. Entenderemos que, além de</p><p>ser empregada aos produtos (bens ou serviços), a inovação</p><p>pode ser incorporada a processos, técnicas e métodos</p><p>organizacionais. Também vamos conhecer as formas de</p><p>classificar as inovações: de acordo com a área do negócio</p><p>onde a inovação é realizada (inovação de produto, inovação</p><p>de processo, inovação de marketing, inovação organizacional),</p><p>de acordo com seu grau de impacto (inovação incremental,</p><p>inovação disruptiva) e de acordo com o controle possui sobre</p><p>ela (inovação aberta, inovação fechada).</p><p>Objetivo de Aprendizagem</p><p>do Capítulo:</p><p>• Compreender o significado do termo inovação no</p><p>contexto dos negócios.</p><p>• Compreender as diferenças e convergências entre</p><p>inovação, criatividade e invenção.</p><p>• Conhecer as formas de classificar as inovações.</p><p>14</p><p>desses conhecimentos em produtos, processos</p><p>e métodos</p><p>organizacionais. Para Jakki Mohr et al., “tecnologia é o acervo</p><p>de conhecimento relevante que permite a derivação de novas</p><p>técnicas e inclui o know-how tanto de produtos quanto de</p><p>processos”.</p><p>Considerando as tecnologias de acordo com o tipo de</p><p>artefato produzido, junto com a classe de informação científica</p><p>utilizada, elas podem ser categorizadas em tecnologias físicas,</p><p>químicas, biológicas, psíquicas, da informação e sociais.</p><p>• Tecnologias físicas: dos diversos ramos da engenharia</p><p>(civil, mecânica, elétrica, nuclear e climática),</p><p>arquitetura e urbanismo.</p><p>• Tecnologias químicas: química industrial, engenharia</p><p>química.</p><p>• Tecnologias biológicas: agronomia, veterinária,</p><p>medicina, farmacologia, odontologia, engenharia</p><p>genética.</p><p>• Tecnologias psíquicas: psicologia clínica ou industrial,</p><p>psiquiatria, pedagogia etc.</p><p>• Tecnologias da informação: informática ou engenharia</p><p>do conhecimento, em particular a “inteligência</p><p>artificial”.</p><p>• Tecnologias sociais: podem ser específicas</p><p>(administração, jurisprudência) ou gerais (a</p><p>“engenharia social”, base de políticas sociais).</p><p>1. OQUE É TECNOLOGIA?</p><p>O dicionário Houaiss apresenta o significado do termo</p><p>tecnologia como “teoria geral e/ou estudo sistemático sobre</p><p>técnicas, processos, métodos, meios e instrumentos de um ou</p><p>mais ofícios ou domínios da atividade humana (p. ex., indústria,</p><p>ciência etc.)”. O dicionário também define tecnologia como</p><p>“técnica ou conjunto de técnicas de um domínio particular”</p><p>e “qualquer técnica moderna e complexa”. A relação entre</p><p>tecnologia e técnica é explicada por Paulo Bastos Tigre que</p><p>escreve que, enquanto a tecnologia pode ser definida como</p><p>conhecimento sobre técnicas, as técnicas envolvem aplicações</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Os semicondutores fazem parte de inúmeros produtos tecnológicos</p><p>do nosso cotidiano, como notebooks, smartphones, automóveis,</p><p>eletroeletrônicos e eletrodomésticos.</p><p>15</p><p>Importante: Considerando a quantidade de</p><p>conhecimento científico de ponta utilizada, certos ramos</p><p>como o das engenharias química e nuclear ou da tecnologia</p><p>informática representam – por oposição ao resto – o que se</p><p>denomina “alta tecnologia” (high tech).</p><p>Indústrias de alta tecnologia são aquelas envolvidas no</p><p>projeto, desenvolvimento e na introdução de novos produtos e/</p><p>ou processos inovadores de fabricação por meio da aplicação</p><p>sistemática de conhecimento técnico e científico.</p><p>As tecnologias também podem ser classificadas em</p><p>tecnologias de produto e tecnologias de processo. A tecnologia</p><p>de produto (bem e/ou serviço) abrange as ideias incorporadas</p><p>aos produtos e aos componentes que o constituem. A</p><p>tecnologia de processos abrange as ideias, materiais,</p><p>equipamentos e métodos relacionados à fabricação de um</p><p>produto.</p><p>Importante: Um produto pode ser um bem, um serviço</p><p>ou uma combinação de bem com serviço. Um bem é um item</p><p>comercializado por uma empresa que, mediante remuneração,</p><p>transfere para o cliente a sua propriedade. Já um serviço,</p><p>diferentemente de um bem, é consumido durante a sua</p><p>produção, e não pode ser estocado.</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Os drones estão cada vez mais presentes no dia-a-dia. Na</p><p>agricultura eles são utilizados para a aplicação de insumos e</p><p>monitoramento de lavouras, por exemplo.</p><p>A inovação tecnológica proporciona inúmeros benefícios</p><p>para a sociedade.</p><p>16</p><p>que envolve a introdução de tecnologia de produção nova ou</p><p>significativamente aperfeiçoada. Os novos métodos usados</p><p>no processo podem envolver mudanças nas máquinas</p><p>e equipamentos e/ou na organização produtiva (desde</p><p>que acompanhada de mudanças no processo técnico de</p><p>transformação do produto).</p><p>Curiosidade: Transgênicos: a tecnologia da transgenia</p><p>possibilita a produção de alimentos com menor consumo de</p><p>água, menor uso de defensivos agrícolas e menor impacto</p><p>ambiental. O primeiro Organismo Geneticamente Modificado</p><p>(OGM) foi um tomate cultivado na Califórnia, em 2014.</p><p>Mas quais seriam os benefícios de se investir em inovação</p><p>tecnológica? Carstens e Fonseca apontam a obtenção de</p><p>vantagem competitiva, destacando que “para uma empresa</p><p>ou marca se manter sólida e sustentável, é necessário inovar</p><p>constantemente, avançar tecnologicamente”.</p><p>As inovações tecnológicas têm enorme impacto</p><p>social, pois podem facilitar a comunicação entre as pessoas,</p><p>aperfeiçoar a produção de alimentos e medicamentos,</p><p>facilitar a locomoção, colaborar com a preservação do meio</p><p>ambiente, melhorar a qualidade de vida etc. Além de estimular</p><p>a economia e gerar emprego e aumento de renda para os</p><p>colaboradores.</p><p>2. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA</p><p>O relatório da Pesquisa Industrial de Inovação</p><p>Tecnológica (PINTEC/IBGE) apresenta a inovação tecnológica</p><p>como a implementação de produtos (bens ou serviços) ou</p><p>processos tecnologicamente novos ou substancialmente</p><p>aprimorados. O documento discorre sobre a diferença entre</p><p>os produtos e os processos: produto tecnologicamente novo</p><p>é aquele cujas características fundamentais (especificações</p><p>técnicas, usos pretendidos, software ou outro componente</p><p>imaterial incorporado) diferem significativamente de todos</p><p>os produtos previamente produzidos pela empresa. Já</p><p>a inovação tecnológica de processo refere-se a processo</p><p>tecnologicamente novo ou substancialmente aprimorado,</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Sua dificuldade para se adaptar às inovações das câmeras fotográficas</p><p>digitais tornou a Kodak um “case de fracasso”.</p><p>17</p><p>Conhecimento codificado: livros, manuais, revistas</p><p>técnicas, sites, feiras e exposições, software, cursos, programas</p><p>educacionais.</p><p>Conhecimento tácito: consultoria, contratação de RH</p><p>experiente, informações de clientes, estágios e treinamento</p><p>prático.</p><p>Aprendizado cumulativo: processo de aprender fazendo,</p><p>usando, interagindo etc. devidamente documentado e</p><p>difundido na empresa.</p><p>Paulo Tigre apresenta como fontes internas de inovação</p><p>tecnológica:</p><p>• Atividades de desenvolvimento de produtos e</p><p>processos</p><p>• Programas de qualidade</p><p>• Desenvolvimento dos recursos humanos</p><p>• Aprendizado organizacional</p><p>• E como fontes externas de inovação tecnológica:</p><p>• Consultorias especializadas</p><p>• Livros, manuais, vídeos, relatórios setoriais, softwares.</p><p>• Obtenção de licenças de fabricação de produtos</p><p>• Tecnologias embutidas em máquinas e equipamentos</p><p>Curiosidade: Atualmente o Brasil investe cerca de 1% do</p><p>Produto Interno Bruto (PIB) em ciência e tecnologia. Países como</p><p>os Estados Unidos, Alemanha, Japão e Israel investem mais de 3%.</p><p>3. FONTES DE TECNOLOGIA</p><p>PARA EMPRESAS</p><p>INOVADORAS</p><p>Paulo Bastos Tigre descreve as fontes de tecnologia que</p><p>estão disponíveis para as empresas inovadoras:</p><p>Desenvolvimento tecnológico próprio: P&D, engenharia</p><p>reversa, experimentação.</p><p>Contratos de transferência de tecnologia: Licenças e</p><p>patentes, contratos com universidades e centros de pesquisa.</p><p>Tecnologia incorporada: máquinas, equipamentos e</p><p>software embutido.</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>As empresas mais inovadoras investem fortemente em tecnologia.</p><p>18</p><p>atividades complexas e dispendiosas. A transformação de uma</p><p>ideia ou protótipo em produto comercial requer atividades</p><p>complexas e dispendiosas como: adequação da ideia às</p><p>necessidades do mercado, busca e seleção de fornecedores,</p><p>definição de processos de fabricação, obtenção de licenças</p><p>junto a órgãos governamentais, registro de marcas e patentes</p><p>etc. (Tigre, 2006).</p><p>Para compreender a inovação tecnológica, é</p><p>imprescindível entender o conceito de Pesquisa e</p><p>Desenvolvimento (P&D). A P&D compreende a pesquisa ou</p><p>investigação básica, a pesquisa aplicada e o desenvolvimento</p><p>experimental. O Manual de Frascati (2002) indica que seu</p><p>processo começa na pesquisa básica (inicialmente “pura” e</p><p>depois “orientada”), passa pela pesquisa aplicada e finalmente</p><p>termina no desenvolvimento experimental. Enquanto o foco da</p><p>pesquisa básica é o avanço científico, com resultado no longo</p><p>prazo, a pesquisa aplicada visa a solução de problemas práticos.</p><p>Já o</p><p>desenvolvimento experimental é voltado para a geração</p><p>de produtos, serviços e processos.</p><p>Pesquisa básica: seu foco é o avanço científico. É</p><p>geralmente de longo prazo. Uma vez que seus resultados</p><p>são incertos, a pesquisa básica é evitada pela maioria das</p><p>empresas. Seus resultados, entretanto, podem proporcionar</p><p>saltos tecnológicos importantes para a sociedade e por isso são</p><p>geralmente assumidas por instituições de pesquisa sem fins</p><p>lucrativos financiadas pelo Estado (Tigre, 2006).</p><p>Pesquisa aplicada: as empresas geralmente investem</p><p>mais em pesquisa aplicada, ou seja, nas etapas finais do</p><p>processo de inovação. Isso porque a transformação de</p><p>uma ideia ou protótipo em processos e produtos, ou a</p><p>transformação de um projeto em produto comercial, requer</p><p>FONTE: FREEPIK</p><p>19</p><p>Referências:</p><p>CARSTENS, Danielle e FONSECA, Edson. Gestão da</p><p>Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível em</p><p>https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/pdf/0</p><p>CUPANI, Alberto. Filosofia da tecnologia: um convite. 3ª</p><p>edição. Florianópolis: Editora da UFSC, 2016.</p><p>EMBRAPA. Transgenia: quebrando barreiras em prol da</p><p>agropecuária brasileira. Disponível em https://www.embrapa.br/</p><p>tema-transgenicos/sobre-o-tema</p><p>HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO,</p><p>Francisco Manoel de Mello. Dicionário Houaiss da língua</p><p>portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.</p><p>MANUAL DE FRASCATI. Proposta de Práticas Exemplares</p><p>para Inquéritos sobre Investigação e Desenvolvimento</p><p>Experimental. OCDE: Coimbra, Portugal, 2002.</p><p>MOHR, Jakki; SENGUPTA, Sanjit; SLATER, Stanley; LUCHT,</p><p>Richard. Marketing para mercados de alta tecnologia e de</p><p>inovações. Trad. Heloísa Coimbra e Juliana Geve. São Paulo:</p><p>Pearson Education do Brasil, 2011.</p><p>Considerações Finais:</p><p>Aprendemos na unidade 2 que a inovação tecnológica</p><p>está presente em inúmeros produtos presentes no nosso</p><p>cotidiano, e também em toda a sua cadeia produtiva. Seja</p><p>no produto ou nos processos de fabricação, divulgação e</p><p>comercialização, a tecnologia cumpre papel fundamental</p><p>na competitividade empresarial. Existem tecnologias físicas,</p><p>químicas, biológicas, psíquicas, da informação e sociais.</p><p>Tecnologias que são estudadas e desenvolvidas em centros</p><p>de pesquisa, instituições de ensino e laboratórios mantidos</p><p>pelas empresas, como pesquisa básica ou pesquisa aplicada.</p><p>Conforme Paulo Bastos Tigre, a pesquisa empresarial visa</p><p>principalmente ao desenvolvimento de novos produtos,</p><p>ao aperfeiçoamento de produtos existentes, à melhoria</p><p>dos processos produtivos e à introdução de inovações</p><p>organizacionais.</p><p>20</p><p>PINTEC: Pesquisa Industrial – Inovação tecnológica. Instituto</p><p>Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): Rio de Janeiro, 2020.</p><p>PIXABAY – site internacional de compartilhamento de fotos,</p><p>ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em</p><p>https://pixabay.com/pt</p><p>TIGRE, Paulo Bastos. Gestão da Inovação – a economia da</p><p>tecnologia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.</p><p>VICENTE, Afonso Ricardo Paloma. Gestão Estratégica</p><p>da Inovação. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em https://</p><p>plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/184651/pdf/0</p><p>21</p><p>UNIDADE DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>EMPREENDEDORISMO</p><p>EMPREENDEDORISMO</p><p>E INOVAÇÃO 3</p><p>22</p><p>Para início de conversa:</p><p>Antonio Maximiano aponta as diferenças entre ser</p><p>empresário, ou ter uma empresa, e ser empreendedor. “O</p><p>empresário representa o lado formal do negócio. É a pessoa</p><p>que estabelece um negócio e o conduz no dia a dia. O</p><p>empreendedor representa o lado criativo e, ao mesmo tempo,</p><p>prático, essencial para o nascimento, crescimento e para a</p><p>sobrevivência de um negócio.” Essa explicação aproxima a</p><p>Unidade 3 das unidades anteriormente estudadas, na quais</p><p>aprendemos que a criatividade e a inovação são essenciais</p><p>para a vantagem competitiva e o sucesso comercial das</p><p>empresas. Vamos entender agora de forma mais aprofundada</p><p>o que é uma empresa, quais são os elementos e etapas do</p><p>desenvolvimento de um negócio e quais são as vantagens e</p><p>desvantagens do empreendedorismo.</p><p>Objetivo de Aprendizagem</p><p>do Capítulo:</p><p>• Entender o que é uma empresa.</p><p>• Conhecer os elementos e etapas do desenvolvimento</p><p>de um negócio.</p><p>• Compreender o que é empreendedorismo.</p><p>• Conhecer as vantagens e desvantagens de se</p><p>empreender.</p><p>23</p><p>O sistema de operações é o conjunto de processos que faz</p><p>a transformação e agrega valor. Processos são sequências de</p><p>atividades realizadas por pessoas, máquinas e equipamentos.</p><p>Qualquer produto tem mais valor do que seus componentes</p><p>isolados (ex.: o pneu vale mais no automóvel do que no estoque</p><p>da fábrica). A transformação de um componente ou matéria-</p><p>prima agrega valor para o cliente.</p><p>Uma das principais tarefas do empreendedor é estruturar</p><p>o sistema de operações, que transforma os recursos em</p><p>produtos. Isso significa organizar, entre outros fatores de</p><p>produção, o local físico da empresa, a sequência dos processos</p><p>de transformação, as máquinas, os equipamentos e as pessoas,</p><p>o armazenamento, a distribuição e o suprimento de matérias-</p><p>primas e componentes.</p><p>A visão sistêmica da empresa revela como resultados</p><p>não apenas os produtos, mas também o incremento das</p><p>competências da mão de obra, o pagamento de impostos, a</p><p>imagem da empresa etc. Assim, os resultados destinam-se não</p><p>apenas ao consumidor, mas às diversas partes interessadas (ou</p><p>stakeholders) (MAXIMIANO, 2011).</p><p>1. EMPRESA</p><p>Uma empresa é uma iniciativa que tem o objetivo</p><p>de fornecer produtos (bens e/ou serviços) para atender</p><p>necessidades de pessoas, ou de mercados, e obter lucro com</p><p>isso. Para que uma empresa obtenha lucro e prosperidade, o</p><p>empreendedor precisa aplicar recursos e estruturar um sistema</p><p>de operações, em compromisso com a satisfação do cliente.</p><p>Basicamente, uma empresa é constituída de recursos,</p><p>sistema de operações e resultados, conforme ilustra o</p><p>diagrama abaixo, do livro Administração para Empreendedores:</p><p>fundamentos da criação e da gestão de novos negócios, de</p><p>Antonio Cesar Amaru Maximiano.</p><p>Em essência, as empresas são formadas por grupos de</p><p>pessoas que usam recursos materiais (como capital, espaço,</p><p>instalações, máquinas, móveis e equipamentos) e recursos</p><p>intangíveis (como tempo, informação e conhecimento). As</p><p>pessoas são o principal recurso das empresas e de todos os</p><p>tipos de organizações.</p><p>FONTE: ANTONIO CESAR AMARU MAXIMIANO</p><p>24</p><p>Importante: Os stakeholders são todos os indivíduos,</p><p>grupos ou organizações que são parte interessada no negócio,</p><p>ou que podem ser afetados direta ou indiretamente (positiva</p><p>ou negativamente) pelas atividades da empresa.</p><p>2. DESENVOLVIMENTO DE</p><p>UM NEGÓCIO</p><p>Ronald Degen aponta os principais motivos para se</p><p>desenvolver um negócio próprio:</p><p>• Desejo de ganhar muito dinheiro.</p><p>• Desejo de sair da rotina.</p><p>• Vontade de ser seu próprio patrão.</p><p>• Intenção de desenvolver algo que traga benefícios não</p><p>só para si, mas para a sociedade.</p><p>• Necessidade de provar para si e aos outros que é capaz</p><p>de realizar um empreendimento.</p><p>“De acordo com David McClelland, as pessoas podem</p><p>ser divididas psicologicamente em dois grandes grupos: uma</p><p>minoria que, quando desafiada por uma oportunidade, está</p><p>disposta a trabalhar arduamente para conseguir algo, e uma</p><p>maioria que, na realidade, não se importa tanto assim. As</p><p>pessoas que têm necessidade de realizar se destacam porque,</p><p>independente de suas atividades, fazem com que as coisas</p><p>aconteçam” (Ronald Degen).</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Uma empresa processa recursos em um sistema de operações,</p><p>visando resultados positivos para os seus stakeholders.</p><p>25</p><p>Importante: O empreendedor tem, acima de tudo,</p><p>a necessidade de realizar coisas novas, pôr em prática</p><p>ideias próprias. Essa característica de personalidade e</p><p>comportamento não é fácil de se encontrar.</p><p>Degen apresenta as etapas para criação ou</p><p>desenvolvimento de um negócio:</p><p>1. Identificar oportunidades.</p><p>2. Coletar informações.</p><p>3. Desenvolver</p><p>conceitos.</p><p>4. Identificar riscos.</p><p>5. Procurar experiências similares.</p><p>6. Reduzir riscos.</p><p>7. Avaliar potencial de lucro e crescimento.</p><p>8. Definir a estratégia competitiva.</p><p>9. Elaborar o plano de negócio.</p><p>10. Operacionalizar o negócio.</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Além de criatividade e iniciativa, desenvolver um novo negócio requer</p><p>planejamento e conhecimento sobre administração.</p><p>26</p><p>Um empreendedor geralmente possui perfil com as</p><p>seguintes características: criatividade, otimismo, perseverança,</p><p>capacidade de implementar, disposição para assumir riscos,</p><p>senso de autonomia e independência.</p><p>Curiosidade: Bill Gates, Jeff Bezos, Mark Zuckerberg e</p><p>Elon Musk são grandes empreendedores, bastante presentes</p><p>na mídia contemporânea. Reflita se eles possuem as</p><p>características de empreendedor que estudamos.</p><p>3. EMPREENDEDORISMO</p><p>A palavra empreendedor vem do latim imprendere,</p><p>que significa “colocar em execução”, “decidir realizar</p><p>tarefa difícil e laboriosa”. Tem o mesmo sentido da palavra</p><p>inglesa entrepreneurship, ao designar comportamento do</p><p>empreendedor ou espírito empreendedor.</p><p>Importante: “A ideia de um espírito empreendedor está</p><p>associada a pessoas realizadoras, que mobilizam recursos e</p><p>correm riscos para iniciar organizações de negócios” (Antonio</p><p>Maximiano).</p><p>Antonio Maximiano explica as diferenças entre ser</p><p>empresário ou ter uma empresa e ser empreendedor.</p><p>Enquanto o empresário representa o lado formal do negócio,</p><p>sendo quem estabelece um negócio e o conduz no dia a dia,</p><p>o empreendedor representa o lado criativo e prático, essencial</p><p>para o nascimento, crescimento e para a sobrevivência de</p><p>um negócio. “O empresário tem orientação administrativa; o</p><p>empreendedor tem orientação estratégica. Todo empresário</p><p>deve ser continuamente empreendedor”. No diagrama a</p><p>seguir, Maximiano apresenta os papéis do empreendedor:</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>27</p><p>• Sacrifício pessoal: principalmente nos seus estágios</p><p>iniciais de desenvolvimento, um negócio geralmente</p><p>toma bastante tempo do empreendedor.</p><p>• Sobrecarga de responsabilidades: o empreendedor</p><p>acaba acumulando mais tarefas que um funcionário</p><p>assalariado regular.</p><p>• Pequena margem de erros: empresas novas são mais</p><p>vulneráveis às consequências de decisões erradas, que</p><p>podem até mesmo comprometer sua sobrevivência.</p><p>Antonio Maximiano descreve as vantagens de se</p><p>empreender:</p><p>• Autonomia: independência e liberdade para tomar</p><p>decisões. Ser chefe de si mesmo.</p><p>• Desafio: para o empreendedor, o desafio de iniciar</p><p>um negócio é fonte de entusiasmo. A oportunidade de</p><p>transformar uma ideia em negócio é recompensadora.</p><p>• Controle financeiro: controle sobre o negócio e sobre</p><p>seus rendimentos.</p><p>Entretanto, Maximiano alerta que empreender também</p><p>apresenta desvantagens:</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Além de criatividade, o empreendedor precisa ser otimista,</p><p>perseverante e capaz de implementar suas ideias.</p><p>Além dos pontos positivos, empreender tem pontos negativos, como o</p><p>tempo exigido do empreendedor, a sobrecarga de responsabilidades</p><p>e a vulnerabilidade a riscos.</p><p>28</p><p>Importante: “O empreendedor é o agente do processo de</p><p>destruição criativa.”</p><p>(Joseph Schumpeter).</p><p>Um dos maiores teóricos do empreendedorismo, Joseph</p><p>Schumpeter elaborou no seu livro Capitalismo, Socialismo e</p><p>Democracia, de 1942, o conceito de “destruição criativa”. Para</p><p>Schumpeter, o que interessa não é a forma como o capitalismo</p><p>administra as estruturas existentes, mas como as cria e destrói.</p><p>O processo de renovação ou superação de um ciclo</p><p>econômico ou paradigma tecnológico geralmente “destrói”</p><p>algo já estabelecido (como a caneta esferográfica tornou</p><p>obsoleta a caneta tinteiro, ou o transístor tornou obsoleta a</p><p>válvula eletrônica).</p><p>Processo que muitas vezes leva à falência empresas e</p><p>setores até então consolidados.</p><p>Para Schumpeter, a destruição criativa é o impulso</p><p>fundamental que aciona e mantém em marcha o motor</p><p>capitalista, criando constantemente novos produtos, novos</p><p>métodos de produção, novos mercados e, implacavelmente,</p><p>sobrepondo-se aos antigos métodos menos eficientes e mais</p><p>caros. Ronald Degen complementa: “Com o processo de</p><p>destruição criativa estamos desenvolvendo a capacidade do</p><p>país em produzir, em quantidade suficiente e a preços cada vez</p><p>mais acessíveis, os bens e serviços necessários ao bem-estar da</p><p>nossa população.”</p><p>FONTE: ENVATO</p><p>29</p><p>Referências:</p><p>CARSTENS, Danielle e FONSECA, Edson. Gestão da</p><p>Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível</p><p>em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/</p><p>pdf/0</p><p>DEGEN, Ronald Jean. O empreendedor: fundamentos da</p><p>iniciativa empresarial. Colaborador: Álvaro Augusto Araújo Melo.</p><p>São Paulo: Makron Books, 1989. Disponível em https://plataforma.</p><p>bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/1098/pdf/0</p><p>HENRIQUES, Silvia Helena (org.). Gestão da Inovação e</p><p>Competitividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.</p><p>2. ed. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/183207/pdf/0</p><p>MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração para</p><p>Empreendedores: fundamentos da criação e da gestão</p><p>de novos negócios. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,</p><p>2011. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/1994/pdf/0</p><p>Considerações Finais:</p><p>Os meios de comunicação frequentemente exaltam o</p><p>empreendedorismo como uma das soluções para os problemas</p><p>econômicos e sociais do país. Nesta unidade, estudamos</p><p>o significado do termo, juntamente das características</p><p>pessoais e profissionais e principais desafios enfrentados</p><p>pelo empreendedor. Compreender os recursos e processos</p><p>das empresas, sob um enfoque sistêmico, é imprescindível,</p><p>assim como saber atuar nas dez etapas de desenvolvimento</p><p>de um negócio – da identificação das oportunidades à</p><p>operacionalização. Concluímos assim que o conhecimento</p><p>tecnológico e científico – fomentado nos institutos de pesquisa,</p><p>instituições de ensino e universidades – são poderosos aliados</p><p>dos atributos de criatividade, otimismo e perseverança que</p><p>compõem o perfil do empreendedor.</p><p>30</p><p>PIXABAY. Site internacional de compartilhamento de fotos,</p><p>ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em:</p><p>https://pixabay.com/pt</p><p>VICENTE, Afonso Ricardo Paloma. Gestão Estratégica</p><p>da Inovação. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em: https://</p><p>plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/184651/pdf/0</p><p>31</p><p>UNIDADE DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>AGENTES E CONTEXTOS DA INOVAÇÃO</p><p>EMPREENDEDORISMO</p><p>E INOVAÇÃO 4</p><p>32</p><p>Para início de conversa:</p><p>Estudamos na Unidade 2 a importância da pesquisa</p><p>básica (científica, “pura” e “orientada”), da pesquisa aplicada</p><p>e do desenvolvimento experimental para a inovação</p><p>em produtos e processos. Sem esse conhecimento fica</p><p>praticamente impossível uma empresa inovar. Para</p><p>ter constante acesso às informações sobre os avanços</p><p>tecnológicos, as empresas inovadoras procuram se inserir</p><p>e interagir em ecossistemas formados por organizações</p><p>públicas e privadas voltadas para esse fim. Universidade,</p><p>indústria e governo unem forças para resolver problemas</p><p>e buscar melhorias no campo da saúde, transporte, meio</p><p>ambiente, qualidade de vida, economia etc. Compreender as</p><p>interações entre os integrantes dos ecossistemas de inovação</p><p>é fundamental para quem quer dominar o empreendedorismo</p><p>atual.</p><p>Objetivo de Aprendizagem</p><p>do Capítulo:</p><p>• Compreender o que são startups.</p><p>• Entender o que são ambientes promotores de</p><p>inovação.</p><p>• Conhecer os modelos de hélice tríplice, quádrupla e</p><p>quíntupla de inovação.</p><p>• Entender o que são ecossistemas de inovação.</p><p>33</p><p>O modelo interativo deixa claro não apenas o papel</p><p>fundamental da pesquisa e da gestão do conhecimento para</p><p>empresas e órgãos de inovação, como também a necessidade</p><p>de flexibilidade para avançar e retroceder pelas etapas.</p><p>Curiosidade: Henry Ford, um dos maiores</p><p>empreendedores do século XX, responsável pela fabricação</p><p>e comercialização</p><p>em massa do automóvel, enfatizou a</p><p>importância de antecipar as necessidades dos consumidores</p><p>com a famosa frase: “Se eu tivesse perguntado às pessoas o</p><p>que elas queriam, certamente teriam respondido: cavalos mais</p><p>velozes.”</p><p>No contexto dos negócios inovadores, um termo</p><p>bastante popularizado nos últimos anos é o de startup. O</p><p>termo é caracterizado por uma aura de inovação, remetendo</p><p>a empreendimentos lançados por jovens criativos e livres, que</p><p>desejam ser independentes do jugo de patrões. No livro Gestão</p><p>1. EMPRESAS INOVADORAS</p><p>Estudamos anteriormente o importante papel que a</p><p>pesquisa básica (científica, “pura” e “orientada”), a pesquisa</p><p>aplicada e o desenvolvimento experimental cumprem para a</p><p>inovação em produtos e processos. O livro Gestão da Inovação</p><p>e Competitividade (2018), organizado por Silvia Helena</p><p>Henriques, apresenta o modelo linear de inovação formado</p><p>sequencialmente pela pesquisa básica, pesquisa aplicada,</p><p>desenvolvimento, produção e distribuição e comercialização,</p><p>conforme a ilustração a seguir.</p><p>O livro Gestão da Inovação e Competitividade também</p><p>traz o modelo interativo de inovação, no qual a pesquisa e o</p><p>conhecimento são acionados permanentemente nas etapas</p><p>de análise do mercado potencial ou prospecção tecnológica,</p><p>concepção de projeto básico, desenvolvimento, teste, produção,</p><p>distribuição e comercialização. Etapas que não seguem</p><p>necessariamente o fluxo unidirecional – como no caso do</p><p>modelo linear –, mas que podem ser retomadas sempre que</p><p>necessário.</p><p>FONTE: LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE</p><p>FONTE: LIVRO GESTÃO DA INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE</p><p>(SILVA HELENA HENRIQUES, 2018)</p><p>(SILVA HELENA HENRIQUES, 2018)</p><p>34</p><p>de Startups (2020), Elaine Cristina Hobmeir explica que uma</p><p>startup é um modelo criado com base em ideias geradas por</p><p>empreendedores, que se mostra repetível e escalável. Apesar</p><p>desse modelo ser criado para novas empresas, sua abordagem</p><p>também pode ser adotada em empresas já existentes e em</p><p>fase de reengenharia de procedimentos que não lhes deram a</p><p>desejada liderança no mercado. Segundo Hobmeir, “o modelo</p><p>criado para as startups é, geralmente, uma solução que nunca</p><p>foi desenvolvida ou criada para concorrer em mercados</p><p>altamente competitivos, para oferta de produtos que sejam</p><p>melhores que os da concorrência.”</p><p>As startups tecnológicas avaliadas em mais de 1.000</p><p>milhões de dólares (sem ter presença na bolsa) são chamadas</p><p>de unicórnios. “Estas empresas são avaliadas com base</p><p>nas suas oportunidades de mercado e no seu potencial</p><p>de mercado, a longo prazo” (SEBRAE, 2022). Entretanto, é</p><p>importante saber que as startups são empresas criadas em</p><p>contextos de elevada incerteza e que podem apresentar</p><p>grande risco de perda do capital investido, o que dificulta a sua</p><p>proliferação desordenada. “Há exemplos notórios, tais como</p><p>a Netflix, o Uber e tantas outras empresas que foram criadas</p><p>em meio à desconfiança geral e que acabaram se tornando</p><p>fenômenos em suas áreas de atuação, sofrendo muito combate</p><p>e, em muitos casos, boicotes severos, devido a deslocarem</p><p>muitas pessoas de suas zonas de conforto e ao enfrentamento</p><p>que faziam às grandes empresas, que acabaram por substituir”</p><p>(HOBMEIR, 2020).</p><p>Apesar dessas empresas de grande sucesso serem as</p><p>primeiras que vêm à nossa mente quando ouvimos falar em</p><p>negócios inovadores, na verdade a maioria das startups criadas</p><p>não tem vida longa.</p><p>FONTE: ENVATO</p><p>FONTE: FREEPIK</p><p>35</p><p>Diante de um mercado tão dinâmico e desafiador,</p><p>as startups contam com o suporte das aceleradoras. As</p><p>aceleradoras são pessoas jurídicas – com ou sem fins lucrativos</p><p>– que se dedicam ao apoio de negócios inovadores iniciais,</p><p>ou startups. Em troca, algumas aceleradoras almejam a</p><p>participação societária futura nos negócios acelerados.</p><p>O apoio das aceleradoras é realizado por meio de um</p><p>processo organizado onde são cumpridas várias etapas</p><p>(seleção, capacitação, mentorias, oportunidades de acesso</p><p>a mercados, infraestrutura e serviços de apoio), além do</p><p>aporte de capital financeiro inicial próprio ou de sua rede de</p><p>investidores (ANPROTEC apud BUSATO, 2020).</p><p>Importante: “Há um indicativo negativo e que pode</p><p>afastar muitos criadores de boas ideias: a grande maioria das</p><p>startups criadas tem seu fechamento decretado antes que</p><p>completem um ano de atuação no mercado.”</p><p>(Elaine Cristina Hobmeir, 2020)</p><p>Na unidade 3 estudamos que o empreendedor precisa</p><p>ser criativo, perseverante e otimista. Hobmeir (2020) vai além e</p><p>se aprofunda no detalhamento dos conhecimentos que quem</p><p>empreende em novos negócios, ou startups, deve possuir:</p><p>• Estratégia</p><p>• Tecnologia</p><p>• Marketing Vendas</p><p>• Pessoas</p><p>• Finanças</p><p>• Criatividade</p><p>• Inovação</p><p>• Networking</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>As startups geralmente são lembradas como negócios inovadores,</p><p>gerenciados com criatividade e espontaneidade. Mas por estarem</p><p>inseridas em contextos de elevada incerteza, muitas acabam fechando</p><p>antes de completar um ano de atuação no mercado.</p><p>36</p><p>2. AMBIENTES</p><p>PROMOTORES DE</p><p>INOVAÇÃO</p><p>Ambientes de inovação são espaços propícios à inovação</p><p>e ao empreendedorismo. São ambientes característicos da</p><p>economia baseada no conhecimento, que articulam-se com</p><p>empresas, Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação</p><p>(ICTs), governos, agências de fomento e organizações da</p><p>sociedade civil. São exemplos de ambientes de inovação as</p><p>instituições de apoio à ciência, tecnologia e Inovação (CT&I),</p><p>instituições científicas, tecnológicas e de inovação (ICT),</p><p>parques tecnológicos, incubadoras de empresas, aceleradoras,</p><p>hubs, espaços coworking, open labs etc.</p><p>São exemplos de instituições de apoio a ciência,</p><p>tecnologia e inovação (CT&I) as universidades, o Ministério da</p><p>Ciência, Tecnologia e Inovação e os Institutos Nacionais de</p><p>Ciência e Tecnologia. Uma instituição científica, tecnológica</p><p>e de inovação (ICT) é uma entidade pública ou privada que</p><p>realiza pesquisa básica ou aplicada de caráter científico ou</p><p>tecnológico, ou o desenvolvimento de novos produtos ou</p><p>processos.</p><p>Importante: As aceleradoras são agentes fortemente</p><p>orientados ao mercado e com capacidade de investimento</p><p>financeiro, que cumprem a função de direcionar e potencializar</p><p>o desenvolvimento das startups.</p><p>Os empreendedores de startups também podem contar</p><p>com outro importante agente do contexto da inovação: o</p><p>investidor-anjo. De acordo com o SEBRAE (2022), “o investidor-</p><p>anjo é um profissional com uma certa bagagem de mercado,</p><p>normalmente empresário, executivo ou profissional liberal, que</p><p>entra na empresa para agregar valor, compartilhando seus</p><p>conhecimentos, experiência e rede de relacionamentos além</p><p>de recursos financeiros.”</p><p>FONTE: ENVATO</p><p>37</p><p>No Brasil, 93 iniciativas de parques tecnológicos foram</p><p>cadastradas em 2021, sendo 58 parques tecnológicos em</p><p>estágio de operação, 13 em estágio de implantação e 22 em</p><p>estágio de planejamento; 1.993 empresas e organizações</p><p>estavam vinculadas aos parques tecnológicos brasileiros em</p><p>2021 (FARIA, 2021).</p><p>• Os maiores parques tecnológicos do Brasil são:</p><p>• Fundação Unicamp (Campinas)</p><p>• Parque Guamá (Belém)</p><p>• Parque Tecnológico de Samambaia (Goiânia)</p><p>• Parque Tecnológico de São José dos Campos</p><p>• Parque Tecnológico do Rio (Rio de Janeiro)</p><p>• Parque Tecnológico Sapiens (Florianópolis)</p><p>• Parque Tecnológico TecnoPuc (Porto Alegre)</p><p>• Porto Digital (Recife)</p><p>• San Pedro Valley (Belo Horizonte)</p><p>• Vale da Eletrônica – Inatel (Santa Rita do Sapucaí)</p><p>Curiosidade: Estima-se que no mundo existam mais de</p><p>1.000 parques tecnológicos.</p><p>(Adriana Faria, 2021)</p><p>As incubadoras de empresas são instituições que</p><p>oferecem infraestrutura e suporte gerencial a empreendedores</p><p>nas ações de desenvolvimento das suas ideias rumo ao sucesso</p><p>Adriana Faria (2021) explica que um parque tecnológico</p><p>é uma organização intermediária entre universidade, indústria</p><p>e governo, equilibrando as aspirações dos stakeholders e da</p><p>sociedade para o desenvolvimento</p><p>sustentável.</p><p>Um parque tecnológico é um complexo produtivo</p><p>industrial e de serviços de base científico-tecnológica que</p><p>promove a cultura da inovação, da competitividade e da</p><p>capacitação empresarial, incrementando a produção de</p><p>riqueza de uma região. Luciano Busato (2020) comenta que</p><p>os parques tecnológicos beneficiam os empreendimentos</p><p>neles localizados por gerarem um ambiente de cooperação</p><p>entre empresas inovadoras e instituições de C&T. Eles estão</p><p>difundidos em todo mundo como instrumentos de política</p><p>pública de tecnologia e inovação para o desenvolvimento</p><p>regional.</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Universidades, parques tecnológicos, incubadoras de empresas e espaços</p><p>coworking são exemplos de ambientes promotores de inovação.</p><p>38</p><p>3. HÉLICES DA INOVAÇÃO</p><p>No livro Para Compreender os Ecossistemas de Inovação</p><p>(2022), Cleyson Mello, José Almeida Neto e Regina Petrillo</p><p>discorrem sobre o conceito da hélice tríplice da inovação, um</p><p>paradigma de produção de inovação que deixa de ser centrado</p><p>apenas na indústria e passa a se apoiar em três elementos</p><p>inter-relacionados: as empresas, as universidades e o governo.</p><p>“As intenções universidade-indústria-governo formam uma</p><p>“hélice tríplice” de inovação e constituem a chave para o</p><p>crescimento econômico e o desenvolvimento social baseados</p><p>no conhecimento”.</p><p>Mello, Almeida Neto e Petrillo (2022) também apresentam</p><p>no seu livro os conceitos da quarta e quinta hélice da inovação. A</p><p>hélice quádrupla caminha no sentido de reconhecer o importante</p><p>papel da sociedade para a obtenção das metas e objetivos das</p><p>comercial. Para usufruir desse suporte, é necessário passar por</p><p>um processo seletivo com critérios que variam de acordo com</p><p>cada incubadora (BUSATO, 2020).</p><p>De acordo com a Associação Nacional de Entidades</p><p>Promotoras de Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC),</p><p>a incubação de uma empresa leva o tempo médio de 3 anos.</p><p>Geralmente é no final desse período que o empreendimento</p><p>está pronto para o mercado.</p><p>As incubadoras podem ser:</p><p>• De base tecnológica: incubadoras que abrigam</p><p>empreendimentos que realizam uso de tecnologias.</p><p>• Tradicionais: incubadoras que fornecem suporte às</p><p>empresas de setores tradicionais da economia.</p><p>• Mistas: incubadoras que aceitam tanto</p><p>empreendimentos de base tecnológica como de</p><p>setores tradicionais.</p><p>• Sociais: incubadoras que têm como público-alvo</p><p>cooperativas e associações populares</p><p>(BUSATO, 2020).</p><p>A incubação pode ser desenvolvida em duas</p><p>modalidades: residente e não residente.</p><p>No primeiro modelo, a empresa incubada ocupa um</p><p>espaço dentro das instalações físicas da própria incubadora.</p><p>Já no modelo não residente, a empresa recebe o suporte da</p><p>incubadora em sua sede própria.</p><p>FONTE: RODRIGO FERNANDES PISSETTI</p><p>39</p><p>4. ECOSSISTEMAS DE</p><p>INOVAÇÃO</p><p>O Novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação</p><p>(2018) define que os ecossistemas de inovação são “espaços</p><p>que agregam infraestrutura e arranjos institucionais e culturais,</p><p>que atraem empreendedores e recursos financeiros.” O</p><p>documento complementa: “Ecossistemas de inovação são</p><p>lugares que potencializam o desenvolvimento da sociedade</p><p>do conhecimento e compreendem, entre outros, parques</p><p>científicos e tecnológicos, cidades inteligentes, distritos de</p><p>inovação e polos tecnológicos.”</p><p>“Um ecossistema de inovação é um ambiente de</p><p>aprendizado favorável ao desenvolvimento da inovação.</p><p>É normalmente formado por atores como universidades,</p><p>entidades do terceiro setor e entidades governamentais que se</p><p>unem na busca por inovações”, afirmam Mello, Almeida Neto e</p><p>Petrillo (2022).</p><p>Os autores apontam os seguintes elementos como</p><p>formadores do ecossistema de inovação:</p><p>políticas e estratégias de conhecimento e inovação. A sociedade</p><p>é, pois, construída e comunicada pela mídia e influenciada pela</p><p>cultura e valores. Assim, a hélice quádrupla associa a mídia às</p><p>indústrias criativas, cultura, arte, valores e estilos de vida.</p><p>Já a quinta hélice da inovação diz respeito à preocupação</p><p>com os aspectos ecológicos, ou seja, um caminho direcionado à</p><p>proteção socioambiental que deve analisar o desenvolvimento</p><p>sustentável e a ecologia social. A hélice quíntupla combina</p><p>conhecimento, know-how e o sistema natural-ambiental.</p><p>FONTE: ENVATO</p><p>40</p><p>Ou seja, o ecossistema de inovação é um termo usado</p><p>para se referir aos sistemas interorganizacionais, políticos,</p><p>econômicos, ambientais e tecnológicos da inovação em que o</p><p>crescimento do negócio é catalisado, sustentado e apoiado.</p><p>O diagrama a seguir, também extraído do livro Para</p><p>Compreender os Ecossistemas de Inovação (2022), representa</p><p>muito bem a interdependência das organizações que</p><p>compõem um ecossistema de inovação, e as atividades</p><p>correspondentes a cada uma.</p><p>FONTE: LIVRO PARA COMPREENDER OS ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO</p><p>(MELLO, ALMEIDA NETO E PETRILLHO, 2022)</p><p>41</p><p>FONTE: LIVRO PARA COMPREENDER OS ECOSSISTEMAS DE INOVAÇÃO</p><p>(MELLO, ALMEIDA NETO E PETRILLHO, 2022)</p><p>42</p><p>Considerações Finais:</p><p>No dinâmico mundo contemporâneo, para competir</p><p>em um mercado cada vez mais complexo, as empresas que</p><p>ofertam produtos e processos inovadores precisam aliar-</p><p>se às melhores organizações de pesquisa em busca do</p><p>aprimoramento da gestão estratégica do conhecimento. É</p><p>necessário conhecer os ambientes promotores de inovação</p><p>– física ou virtualmente. Lembrando que esses ecossistemas</p><p>são sistemas interorganizacionais, políticos, econômicos,</p><p>ambientais e tecnológicos, onde os investimentos e o</p><p>compartilhamento de informações e experiências devem</p><p>ser pautados mais no espírito de cooperação do que de</p><p>competição.</p><p>Referências:</p><p>Associação Nacional de Entidades Promotoras de</p><p>Empreendimentos Inovadores (ANPROTEC). Disponível em:</p><p>https://anprotec.org.br</p><p>CARSTENS, Danielle; FONSECA, Edson. Gestão da</p><p>Tecnologia e Inovação. Curitiba: InterSaberes, 2019. Disponível</p><p>em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/173306/</p><p>pdf/0</p><p>BUSATO, Luciano Henrique. Atores, políticas e fomento</p><p>à inovação-SNI, lei da inovação, incentivos, venture, capital,</p><p>anjos, incubadoras, aceleradoras, startups. Curitiba: Contentus,</p><p>2020. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/187883/pdf/0</p><p>FARIA, Adriana Ferreira de. Parques Tecnológicos do Brasil.</p><p>Adriana Ferreira de Faria, Andressa Caroline de Battisti, Jaqueline</p><p>Akemi Suzuki Sediyama, Jeruza Haber Alves, José Antônio Silvério.</p><p>Viçosa, MG : NTG/UFV, 2021.</p><p>43</p><p>HENRIQUES, Silvia Helena (org.). Gestão da Inovação e</p><p>Competitividade. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018.</p><p>2. ed. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/183207/pdf/0</p><p>HOBMEIR, Elaine Cristina. Gestão de startups. Curitiba:</p><p>Contentus, 2020. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.</p><p>br/Leitor/Publicacao/184691/pdf/0</p><p>MELLO, Cleyson de Moraes; ALMEIDA NETO, José Rogério</p><p>Moura; PETRILLO, Regina Pentagna. Para compreender os</p><p>ecossistemas de inovação. Rio de Janeiro: Processo, 2022.</p><p>Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/203136/pdf/0</p><p>MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO.</p><p>Disponível em: https://www.gov.br/mcti/pt-br</p><p>NOVO MARCO LEGAL DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E</p><p>INOVAÇÃO. Disponível em: https://antigo.mctic.gov.br/mctic/</p><p>export/sites/institucional/arquivos/marco_legal_de_cti.pdf</p><p>PIXABAY – site internacional de compartilhamento de fotos,</p><p>ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em:</p><p>https://pixabay.com/pt</p><p>SEBRAE. Investidor-anjo: entenda e veja como atrai-</p><p>los ao seu negócio. Disponível em https://sebrae.com.br/sites/</p><p>PortalSebrae/ufs/ma/noticias/investidor-anjo-entenda-e-veja-</p><p>como-atrai-los-ao-seu-negocio,9d36776485c4c710VgnVCM10000</p><p>0d701210aRCRD</p><p>SEBRAE. A cultura dos unicórnios. Publicado em</p><p>08/12/2022. Disponível em https://sebrae.com.br/sites/</p><p>PortalSebrae/artigos/a-cultura-dos-unicornios,5c0caebc123f4810V</p><p>gnVCM100000d701210aRCRD</p><p>44</p><p>UNIDADE DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>MODELOS DE NEGÓCIOS</p><p>EMPREENDEDORISMO</p><p>E INOVAÇÃO 5</p><p>45</p><p>Para início de conversa:</p><p>Agora que já dominamos os conceitos básicos de</p><p>inovação, tecnologia e empreendedorismo, podemos</p><p>avançar nas teorias, princípios e ferramentas mais usadas no</p><p>planejamento e estruturação de novos negócios. Inicialmente,</p><p>vamos aprender a avaliar novas ideias de negócios, em termos</p><p>de concorrência, viabilidade de produção e de mercado,</p><p>investimento e controle governamental. Em seguida, vamos</p><p>estudar os modelos de negócios já amplamente difundidos:</p><p>inovação de produto, excelência operacional, relacionamento</p><p>com o cliente, cauda longa, plataforma multilateral, grátis,</p><p>freemium e isca e anzol. Para concluir a unidade 5, vamos</p><p>conhecer o quadro do modelo de negócio, criado por</p><p>Alexander Osterwalder e Yves Pigneur, que pode ser de grande</p><p>utilidade para quem deseja empreender.</p><p>Objetivo de Aprendizagem</p><p>do Capítulo:</p><p>• Aprender a avaliar ideias de negócios.</p><p>• Conhecer os principais modelos de negócios</p><p>existentes.</p><p>• Compreender o quadro do modelo de negócio, criado</p><p>por Alexander Osterwalder e Yves Pigneur.</p><p>46</p><p>Viabilidade de produção</p><p>• Existem componentes e matérias-primas para fazer o</p><p>produto ou prestar o serviço?</p><p>• Existem máquinas, equipamentos e instalações?</p><p>• Existe a mão de obra?</p><p>• Qual a necessidade de desenvolvimento e de</p><p>experimentação?</p><p>• Qual é o investimento necessário?</p><p>Controle governamental</p><p>• Há controles governamentais sobre o produto ou tipo</p><p>de negócio?</p><p>• Há necessidade de licenciamento ou aprovação?</p><p>• Qual o investimento necessário para atender à</p><p>legislação?</p><p>1. AVALIAÇÃO DE IDEIAS</p><p>DE NEGÓCIOS</p><p>Ao avaliar uma ideia de negócio, é necessário considerar</p><p>sua concorrência, viabilidade de mercado, viabilidade de</p><p>produção, controle governamental, investimento inicial e</p><p>retorno.</p><p>Concorrência:</p><p>• Quem são os concorrentes?</p><p>• Quantos são? Onde estão?</p><p>• Quais são suas vantagens competitivas?</p><p>• Qual é o alcance e a eficácia de seus canais de</p><p>distribuição?</p><p>• Há barreiras para novos ingressantes?</p><p>• Quais são os fornecedores concorrentes?</p><p>Viabilidade de mercado:</p><p>• O produto tem compradores potenciais?</p><p>• Com que frequência o produto seria comprado?</p><p>• Quem compraria?</p><p>• Quantos comprariam?</p><p>• Onde estão os compradores?</p><p>• Qual preço aceitariam?</p><p>FONTE: FREEPIK</p><p>47</p><p>Investimento inicial e retorno</p><p>• Qual é o investimento necessário?</p><p>• Qual é o período de retorno desse investimento?</p><p>2. MODELOS DE NEGÓCIO</p><p>Na etapa de planejamento de um novo empreendimento,</p><p>é preciso ter em mente que os teóricos da área da gestão já</p><p>identificaram padrões que se repetem em muitas empresas</p><p>do mundo. Os principais modelos de negócio existentes são:</p><p>inovação de produto, excelência operacional, relacionamento</p><p>com o cliente, cauda longa, plataforma multilateral, grátis,</p><p>freemium e isca e anzol.</p><p>Inovação de produto: modelo de negócio no qual o</p><p>produto é caracterizado pela alta qualidade, tecnologia e</p><p>inovação. Sua entrada antecipada no mercado em relação à</p><p>concorrência permite cobrar preços altos e o domínio sobre</p><p>grande fatia do mercado.</p><p>Curiosidade: Com o seu IPhone, a Apple oferece um</p><p>bom exemplo de inovação de produto. Cada nova linha do</p><p>smartphone apresenta inovações tecnológicas surpreendentes,</p><p>inéditas nos equipamentos concorrentes.</p><p>Excelência operacional: modelo de negócio em que a</p><p>produção em grandes volumes possibilita o baixo custo do</p><p>produto que chega ao consumidor, em economia de escala. O</p><p>foco está na padronização, na previsibilidade e na eficiência das</p><p>operações.</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Antes de iniciar um negócio, é necessário avaliar adequadamente</p><p>sua concorrência, viabilidade de mercado, viabilidade de produção,</p><p>controle governamental, investimento inicial e retorno.</p><p>48</p><p>compras de produtos relacionados. A intenção é obter maior</p><p>lucro nas negociações futuras.</p><p>Curiosidade: Um bom exemplo de modelo de negócio</p><p>“isca e anzol” está no segmento das impressoras domésticas</p><p>e seus cartuchos de tinta. Enquanto as impressoras são</p><p>comercializadas com preços bem acessíveis, a venda dos</p><p>cartuchos proporciona lucros bem maiores.</p><p>Freemium: modelo de negócio que combina serviços</p><p>básicos gratuitos com serviços pagos. Exemplo: sites onde</p><p>parte do conteúdo é liberado para o público em geral, parte é</p><p>exclusiva para assinantes.</p><p>Grátis: modelo de negócio em que um grupo não</p><p>pagante (consumidor) é financiado por outro segmento ou</p><p>outros segmentos de clientes.</p><p>Relacionamento com o cliente: modelo de negócio com</p><p>forte orientação para o serviço. A mentalidade é: “o cliente em</p><p>primeiro lugar.” Exige alto custo para atração e retenção dos</p><p>clientes.</p><p>Plataforma multilateral: modelo de negócio que</p><p>aproxima grupos distintos, cria valor ao facilitar a interação</p><p>entre eles. Fundamenta-se no “efeito de rede”: sua relevância</p><p>cresce com o aumento do número de usuários.</p><p>Cauda longa: modelo de negócio que procura “vender</p><p>menos de mais”. A intenção é ofertar um grande número de</p><p>produtos de nicho, de vendas infrequentes.</p><p>Isca e anzol: modelo de negócio onde uma oferta inicial</p><p>atraente, barata ou gratuita compromete o cliente em futuras</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Negócios como o Airbnb são exemplos de plataforma multilateral.</p><p>Alguns jornais, financiados pelos anunciantes, são distribuídos</p><p>gratuitamente para os leitores. Trata-se do modelo de negócio “grátis”.</p><p>49</p><p>Proposta de valor: pode ser novidade, desempenho,</p><p>adaptação ao cliente, (customização), design, marca/</p><p>status social, preço, redução de custos, redução do risco,</p><p>acessibilidade ou conveniência/facilidade de uso.</p><p>Segmentos de clientes: Mercado de Massas. Nicho de</p><p>Mercado. Segmentado. Diversificado. Plataformas multilaterais.</p><p>Relações com os clientes: Assistência pessoal. Assistência</p><p>pessoal dedicada. Autosserviço. Comunidades. Cocriação.</p><p>As relações com os clientes geralmente são motivadas para</p><p>aquisição de clientes, retenção de clientes e/ou aumento das</p><p>vendas. Que tipo de relação os nossos segmentos de clientes</p><p>esperam que a empresa mantenha com eles? Quais são as</p><p>relações já estabelecidas? Essas relações são muito onerosas?</p><p>Como é que se integram com o restante do modelo de negócio?</p><p>3. QUADRO DO MODELO</p><p>DE NEGÓCIO</p><p>Alexander Osterwalder e Yves Pigneur (2011) elaboraram</p><p>uma representação gráfica extremamente útil para se</p><p>compreender um negócio, estruturada em nove blocos</p><p>constitutivos básicos:</p><p>• Proposta de valor</p><p>• Segmentos de clientes</p><p>• Relações com os clientes</p><p>• Canais</p><p>• Fluxos de rendimento</p><p>• Atividades-chave</p><p>• Recursos-chave</p><p>• Parceiros-chave</p><p>• Estrutura de custos</p><p>Segundo os autores, o quadro de modelo de negócio já</p><p>foi usado com sucesso por grandes empresas mundiais como</p><p>a IBM, a Ericsson e a Deloitte. “Essa representação ilustrada e</p><p>sintética é um instrumento de grande utilidade para descrever,</p><p>visualizar, avaliar e modificar modelos de negócio. Descreve</p><p>a lógica de como uma organização cria, proporciona e obtém</p><p>valor.”</p><p>FONTE: RODRIGO FERNANDES PISSETTI, ADAPTADO DE ALEXANDER</p><p>OSTERWALDER E YVES PIGNEUS (2011)</p><p>50</p><p>Estrutura de custos: Custos fixos. Custos variáveis.</p><p>Economias de escala. Economias de âmbito.</p><p>Produção: atividades que dizem respeito à concepção,</p><p>design, fabricação e entrega de um produto em quantidades</p><p>substanciais e/ou de qualidade superior. A atividade de</p><p>produção domina os modelos de negócio das empresas</p><p>transformadoras.</p><p>Resolução de problemas: procuram encontrar soluções</p><p>novas para os problemas individuais dos clientes (exemplo:</p><p>consultorias, hospitais, organizações de serviços etc.) Os seus</p><p>modelos de negócio pedem atividades como a gestão do</p><p>conhecimento e a formação contínua.</p><p>Plataforma/rede: redes, plataformas de encontro,</p><p>software e até marcas podem funcionar como plataformas</p><p>(exemplo: Mercado Livre, sites de Marketplace). As atividades-</p><p>chave desta categoria dizem respeito à gestão da plataforma,</p><p>ao fornecimento de serviços e à promoção da plataforma.</p><p>O modelo de negócio</p><p>da Visa exige atividades de relações</p><p>e transações entre comerciantes, clientes e bancos. O</p><p>da Microsoft exige a gestão da interface entre os outros</p><p>vendedores de software e a sua plataforma de sistema</p><p>operativo, o Windows.</p><p>Recursos-chave: abrangem os recursos materiais,</p><p>humanos, financeiros e informacionais.</p><p>Canais: os canais são as vias pelas quais uma empresa se</p><p>comunica, influencia e entrega os produtos comercializados</p><p>aos seus clientes. Eles viabilizam os fluxos informacional,</p><p>material e financeiro. Os canais podem ser diretos (mantidos</p><p>pela própria empresa – como sua força de vendas ou site na</p><p>internet) ou indiretos. Os canais indiretos podem ser próprios</p><p>(como no caso das lojas de varejo de propriedade da empresa)</p><p>ou de parceiros (como distribuição atacado, varejo ou sites de</p><p>terceiros).</p><p>Fluxos de rendimento: Venda de ativos. Taxa de</p><p>utilização. Assinaturas. Empréstimo/arrendamento/leasing.</p><p>Licenciamento. Comissões de intermediação. Publicidade.</p><p>Importante: Quando, considerando os nove blocos do</p><p>quadro de Osterwalder e Pigneur, a ênfase está mais nos</p><p>segmentos de clientes, nas relações com os clientes, nos</p><p>canais e nos fluxos de rendimento, a orientação do modelo de</p><p>negócios está direcionada ao valor.</p><p>Atividades-chave: podem ser de produção, resolução de</p><p>problemas e plataforma/rede.</p><p>Parceiros-chave: Alianças estratégicas.</p><p>Empreendimentos conjuntos para desenvolver novos negócios.</p><p>Relações comprador-fornecedor para garantir fornecimentos.</p><p>Cooperação (parcerias estratégicas entre concorrentes).</p><p>51</p><p>Considerações Finais:</p><p>Os modelos de negócios que conhecemos nesta unidade</p><p>– inovação de produto, excelência operacional, relacionamento</p><p>com o cliente, cauda longa, plataforma multilateral, grátis,</p><p>freemium e isca e anzol – podem ser combinados e adaptados,</p><p>de acordo com as características e demandas do mercado</p><p>consumidor. Cabe ao empreendedor, sustentando suas</p><p>decisões em sólidas informações obtidas em pesquisas,</p><p>estruturar sua empresa de forma inovadora e competitiva.</p><p>Para o planejamento e gerenciamento, o quadro do modelo</p><p>de negócios de Osterwalder e Pigneur é uma excelente</p><p>ferramenta.</p><p>Importante: Quando, considerando os nove blocos do</p><p>quadro de Osterwalder e Pigneur, a ênfase está mais nas</p><p>atividades-chave, nos recursos-chave, nos parceiros-chave e na</p><p>estrutura de custos, a orientação do modelo de negócios está</p><p>direcionada à eficiência.</p><p>Quando, considerando os 9 blocos do quadro de Osterwalder e</p><p>Pigneur, a ênfase está mais nas atividades-chave, recursos-chave,</p><p>parceiros-chave e estrutura de custos, a orientação do modelo de</p><p>negócios está direcionada à eficiência. Quando a ênfase está mais</p><p>nos segmentos de clientes, relações com os clientes, canais e fluxos de</p><p>rendimento, a orientação do modelo de negócios direcionada ao valor.</p><p>FONTE: RODRIGO FERNANDES PISSETTI, ADAPTADO DE ALEXANDER</p><p>OSTERWALDER E YVES PIGNEUS (2011)</p><p>52</p><p>Referências:</p><p>DEGEN, Ronald Jean. O empreendedor: fundamentos da</p><p>iniciativa empresarial. Colaborador: Álvaro Augusto Araújo Melo.</p><p>São Paulo: Makron Books, 1989. Disponível em: https://plataforma.</p><p>bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/1098/pdf/0</p><p>MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Administração para</p><p>Empreendedores: fundamentos da criação e da gestão</p><p>de novos negócios. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,</p><p>2011. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/</p><p>Publicacao/1994/pdf/0</p><p>OSTERWALDER, Alexander; PIGNEUR, Yves. Business Model</p><p>Generation – inovação em modelos de negócios. Rio de Janeiro:</p><p>Alta Books, 2011.</p><p>PIXABAY. Site internacional de compartilhamento de fotos,</p><p>ilustrações, imagens vetoriais e cenas de vídeo. Disponível em:</p><p>https://pixabay.com/pt</p><p>VICENTE, Afonso Ricardo Paloma. Gestão Estratégica</p><p>da Inovação. Curitiba: Contentus, 2020. Disponível em: https://</p><p>plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/184651/pdf/0</p><p>53</p><p>UNIDADE DE</p><p>APRENDIZAGEM</p><p>PLANEJAMENTO E GESTÃO</p><p>DA INOVAÇÃO</p><p>EMPREENDEDORISMO</p><p>E INOVAÇÃO 6</p><p>54</p><p>Para início de conversa:</p><p>O empreendedor dedicado a um negócio inovador</p><p>precisa dominar conhecimentos e desenvolver competências</p><p>para gerir recursos materiais, financeiros e humanos. Tem</p><p>que ser capaz de identificar oportunidades e ameaças</p><p>ao seu empreendimento, e de estruturar um plano de</p><p>negócios realista e eficaz. O bom empreendedor também</p><p>possui os atributos de um líder que sabe fomentar a cultura</p><p>organizacional e conduzir as pessoas no processo de inovação.</p><p>“Compreender como é possível incorporar a inovação em sua</p><p>organização – e criar uma capacidade de inovação interna</p><p>robusta – é um imperativo para qualquer empresa que opera</p><p>no mundo dinâmico atual”, afirma Larry Keeley.</p><p>Objetivo de Aprendizagem</p><p>do Capítulo:</p><p>• Compreender o papel do planejamento e da gestão na</p><p>inovação.</p><p>• Conhecer os principais modelos de negócios</p><p>existentes.</p><p>• Entender o papel do gerenciamento de equipes na</p><p>inovação.</p><p>• Conhecer os conceitos de aprendizado organizacional</p><p>e cultura organizacional para a inovação.</p><p>55</p><p>As forças e fraquezas correspondem ao microambiente</p><p>organizacional, enquanto as oportunidades e ameaças dizem</p><p>respeito ao macroambiente.</p><p>Importante: Além da análise SWOT, o diagnóstico do</p><p>micro e macroambiente organizacional pode ser feito com</p><p>ferramentas como a matriz BCG, a matriz de Ansoff e a análise</p><p>competitiva (“cinco forças”) de Michael Porter.</p><p>Além do mapeamento ou diagnóstico do micro e do</p><p>macroambiente empresarial, são características centrais</p><p>da gestão da inovação a otimização, a criatividade, a</p><p>produtividade, a competitividade e a lucratividade.</p><p>1. PLANEJAMENTO E</p><p>GESTÃO</p><p>Edelvino Razzolini Filho (2012) orienta quem está</p><p>interessado em empreender a:</p><p>• Escolher um ramo de negócio compatível com seus</p><p>conhecimentos e sua satisfação pessoal.</p><p>• Estabelecer expectativas realistas.</p><p>• Elaborar um planejamento estratégico competitivo.</p><p>• Gerenciar o negócio de olho nas transições do mundo</p><p>empresarial.</p><p>É possível observar que o planejamento e o</p><p>gerenciamento são tarefas centrais do empreendedorismo. Um</p><p>bom planejamento começa com a identificação ou diagnóstico</p><p>dos pontos fortes e fracos que a empresa possui em seu</p><p>microambiente, em termos de recursos materiais, humanos,</p><p>financeiros e informacionais, paralelamente a uma análise do</p><p>seu macroambiente, constituído pelas dimensões tecnológica,</p><p>econômica, legal, política, social, ambiental e cultural.</p><p>Uma ferramenta bastante utilizada para as análises de</p><p>micro e macroambiente é a matriz SWOT, uma abreviação de</p><p>Strengths (forças), Weaknesses (fraquezas),</p><p>Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças).</p><p>FONTE: PIXABAY</p><p>Na análise SWOT, as forças (strengths) e fraquezas (weaknesses)</p><p>correspondem ao microambiente da empresa, enquanto</p><p>oportunidades (opportunities) e ameaças (ameaças)</p><p>correspondem ao seu macroambiente.</p><p>56</p><p>2. PLANO DE NEGÓCIO</p><p>Um plano de negócio é um documento que descreve</p><p>detalhadamente os aspectos de um novo empreendimento, ou</p><p>de uma estrutura empresarial já existente. Ele é extremamente</p><p>útil para definir os objetivos do negócio, analisar seu mercado-</p><p>alvo e estabelecer estratégias de marketing, finanças e gestão</p><p>de pessoas.</p><p>Um plano de negócio serve como um guia estratégico</p><p>para empreendedores, investidores e instituições financeiras,</p><p>ajudando a avaliar a viabilidade do negócio, a tomar decisões</p><p>informadas e a comunicar a visão e as estratégias da empresa.</p><p>Ele também pode ser usado internamente para orientar as</p><p>operações e monitorar o desempenho do negócio ao longo do</p><p>tempo.</p><p>A partir dos textos de Paulo Zavadil (2013), Edelvino</p><p>Razzolini Filho (2012), Egon Wildauer (2012), é possível concluir</p><p>que basicamente um plano de negócios deve respeitar a</p><p>seguinte estrutura:</p><p>• Sumário executivo (síntese dos principais pontos do</p><p>plano)</p><p>• Descrição da empresa (estrutura, localização, diretrizes</p><p>da empresa)</p><p>• Análise do mercado (análise do macroambiente,</p>