Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 O Capitulo 4 tem como finalidade apresentar os conceitos de planejamento-mestre da produção e de plano-mestre de produção (PMP) associadas às atividades de planejamento a longo prazo e no controle de produção. Além de mostrar a elaboração do PMP e como suas informações podem ser usadas para análise e validação da capacidade produtiva. 4.1 INTRODUÇÃO O objetivo do planejamento-mestre de produção é dividir os planos a longo prazo em planos específicos de produção acabados para médio prazo, com a finalidade de facilitar a execução das atividades operacionais da empresa, além da responsabilidade da montagem dos produtos acabados, compra de itens e matérias primas e fabricar partes manufaturadas. A elaboração do planejamento-mestre de produção envolve todas as áreas que possuem contato direto com a manufatura, tendo a função de realizar a ligação do plano de produção com as atividades operacionais, obtendo como resultado o plano-mestre da produção (PMP), que efetua a demanda de produtos acabados para cada período analisado, a partir de um PMP inicial é checado a disponibilidade de materiais para a execução, sendo viável, o plano é autorizado, em negativa, o plano é refeito. Existem duas diferenças entre o PMP e o plano de produção, que é o nível de agregação dos produtos e a unidade de tempo analisada. Quanto ao prazo, o planejamento-mestre tem duas funções, a primeira é analisar e validar a capacidade de médio prazo do sistema produtivo para atender à demanda futura, enquanto a segunda é executar a tática escolhida no período seguinte identificando as quantidades de produtos finalizados de forma a iniciar o processo de programação da produção, ou seja, direcionando a programação para atender os pedidos dos clientes no curto prazo 4.2 PLANO MESTRE DE PRODUÇÃO E PRAZOS Na planejamento-mestre a curto prazo, a programação da produção deve empregar informações em sua maioria de pedidos em carteira, com o intuito de inciar o sistema produtivo; enquanto na análise e validação da capacidade produtiva futura é utilizado informações de previsões de demanda a médio prazo. Os intervalos de tempo estão relacionados com a velocidade de fabricação dos itens, geralmente trabalha-se com semanas para produtos acabados, porém quando os processos de produção possuem lead times longos, pode-se utilizar meses e até trimestres. Já para programação empurrada (MRP) com lotes agregados semanais aplica-se o lead time real. As parcerias com os clientes a longo prazo permitem uma visão da demanda futura para um planejamento da capacidade, além da aplicação de técnicas de chão de fábrica para o sistema 2 produtivo ser mais flexível na produção de pequenos lotes, sendo possível aplicar o planejamento de médio prazo associado à manufatura enxuta, chamado de nivelamento do plano-mestre à demanda; o que torna eficaz a dinâmica da passagem do planejamento de capacidade para o congelamento do período de curto prazo do PMP. A aplicação do nivelamento para o aumento da flexibilidade traz quatro ganhos: entregas JIT para os clientes tanto internos como externos; redução dos níveis de estoque; lotes padrões de produção e potencial de uso do sistema puxado no abastecimento da linha. Além disso, o nivelamento atua na análise e validação da capacidade ajudando a planejar os níveis de estoque no sistema de programação puxada e nos tempos de ciclos que regulam o fluxo nas linhas de montagem. O ciclo virtuoso do nivelamento da PMP à demanda é a seguinte: nivelamento do PMP a demanda de curto prazo, gera-se uma redução dos lotes na programação, implantando supermercados predefinidos numa programação puxada, em consequência tem-se uma redução dos lead times com um atendimento imediato e independente, sendo flexível, fechando o ciclo. 4.3 PLANO-MESTRE DE PRODUÇÃO E PLANO DE VENDAS A transformação das informações de linguagem de mercado do plano de vendas em dados úteis para a produção tem a função de estruturar o sistema produtivo. Alguns pontos podem ser citados para a exigência desta transformação, tais como dinâmica de lotes econômicos de produção, em que a produção não é seguida conforme os pedidos dos clientes. Um ponto que diferencia o PMP do plano de vendas é o fato das ordens já serem emitidas dentro do sistema produtivo e os estoques disponíveis para entrega, o que faz que os valores de venda não sejam os mesmo para produção. 4.4 MONTAGEM DO PLANO-MESTRE DE PRODUÇÃO Na elaboração do PMP com o intuito de facilitar a compreensão, os dados são empregados em tabelas com detalhes das informações, tais como a demanda prevista; recebimento programado; estoques e o plano-mestre de produção para cada período do item a ser planejado. Um sistema produtivo eficaz é aquele que consegue transformar em realidade as previsões de vendas e produção de modo a não apresentar necessidades liquidas no período congelado. No exemplo do jogo LSSP_PCP2, o estoque de segurança deveria ser acima de 30 kg, e no primeiro momento surgiram-se necessidades liquidas, afim de cobrir essas necessidades de cada período faz-se necessário o uso do plano-mestre de produção com lotes econômicos 3 múltiplos de 120 kg. Montado o PMP, o planejamento-mestre irá analisar a capacidade de produção da empresa com intuito de cumprir o plano. 4.5 ANÁLISE E VALIDAÇÃO DA CAPACIDADE A análise e validação da capacidade produtiva do PMP tem o objetivo de analisar os recursos produtivos da parte variável do plano, de modo a assegurar uma passagem para parte fixa e futura programação. No plano estratégico pode-se considerar utilizar variáveis a longo prazo, enquanto nas decisões relativas ao PMP emprega-se variáveis de médio prazo. O módulo de planejamento grosseiro de capacidade (RCCP) encontrado nos sistemas de informação gerenciais (ERP) tem a função de analisar a capacidade é executado rapidamente, e alguns passos devem ser seguidos para a rotina de cálculo para a análise da capacidade produtiva do PMP, são elas: • Identificar os recursos críticos que devem ser incluídos na análise; • Obter padrão de consumo da variável que será analisada, de cada produto acabado incluído no PMP; • Realizar a multiplicação do padrão de consumo de cada produto para cada recurso pela quantidade de produção prevista do produto no PMP para o período em que esse recurso será acionado em função dos lead times de planejamento; • Fixar as necessidades de capacidade para cada recurso em cada período; • Comparar as disponibilidades de recursos com as necessidades de capacidade calculadas para cada período para a tomada de decisão quanto a viabilidade do PMP. Após obter a capacidade total necessária para atender o período futuro do PMP, deve- se comparar com a capacidade instalada, sendo preciso mais capacidade, soluções de médio prazo podem ser planejadas. Táticas para estimular a demanda ou reduzir momentaneamente a capacidade instalada podem ser soluções quando o carregamento dos recursos forem baixo. 4.6 ITENS QUE ENTRAM NO PMP Afim de evitar o planejamento de formação de estoque para cada combinação, é elaborado um PMP para cada opção de componente, uma alternativa de simplificação, transformando a multiplicação de alternativas em uma soma. Porém surge um problema, visto que as previsões de demanda são sobre produtos acabados, e não sobre os componentes, como solução a este problema, mantem junto a estrutura do produto, o percentual de demanda do produto acabado para cada opção de componente, assim pode-se obter as previsões para os 4 componentes do PMP, multiplicando o percentual de cada opção de componente pela previsão de demanda do produto. Em resumo, caso não tenha uma quantidade excessiva de produtos acabados que inviabiliza os cálculos, incluem-se todos os planejamentos, já caso a quantidade seja grande, controla-se através de programa de montagem final.5 EXERCÍCIO Período 1 2 3 4 5 6 Demanda Prevista 2.300 1.900 1.690 2.480 2.310 2.125 Recebimento Programado 2500 0 0 0 0 0 Estoque projetado 300 500 600 910 930 620 495 Necessidade líquida 0 0 0 0 0 0 Plano-mestre da produção 0 2000 2000 2500 2000 2000 Carga usinagem (h) 400 400 500 400 400 - Capacidade necessária 400 400 500 400 400 - Capacidade Instalada 480 480 480 480 480 - % Carregamento 83,33% 83,33% 104,17% 83,33% 83,33% - Cálculos: Capacidade necessária = 20 máquinas *3 turnos * 8 horas = 480 horas Capacidade necessária= 2000* (12min/60min) = 400 horas Solução: É necessária mais capacidade no período 3, e soluções de médio prazo podem ser planejadas para ampliar essa capacidade com tempo suficiente para surtir efeito.
Compartilhar