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DIARREIAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS EM BOVINOS Aluna(s): Larissa Pinheiro Sampaio Maria Gabriela Marques Silva Docente: Rafael Paranhos A diarreia em bovinos é uma síndrome de distribuição mundial. Existem vários fatores que desencadeiam diarreias em bovinos, tais como bactérias, vírus e protozoários, dando destaque ao último mencionado. Há três tipos de protozoários ocasionadores de diarreia em bovinos, sendo eles: • Protozoário Cryptosporidium spp, agente causador da cryptosporidiose; • Protozoário Eimeria spp, agente causador da coccídiose; • Protozoário Giardia spp, agente causador da giardiase. Cryptosporidiose Desde 1971, que foi o primeiro relato mundial, o gênero Cryptosporidium é responsável pela infecção de bovinos de diferentes faixas etárias, podendo causar grandes perdas econômicas - devido ao manejo inadequado à ineficácia de tratamento são alguns dos fatores ligados à essa perca. As espécies de Cryptosporidium existentes que acometem em bovinos são: Cryptosporidium andersoni, Cryptosporidium ryanae, Cryptosporidium bovis e o Cryptosporidium parvum. O grande causador de diarreia bovina é do gênero Cryptosporidium parvum. C. parvum Agente etiológico: é um protozoário coccídeo, parasita intracelular intestinal que infecta diversas espécies animais, como: aves, cães, gatos, roedores, répteis, ovinos, bovinos, entre outros; porém somente o Cryptosporidium parvum é conhecido por infectar seres humanos. O parasita possui uma camada protetora que o permite sobreviver fora do hospedeiro por muito tempo, além de proteger contra a desinfecção. Sua forma infectante é o oocisto, contendo esporocistos altamente resistentes. C. parvum, no microscópio em vermelho. C. parvum ➢ Esse tipo de parasito é uma zoonose; ➢ Doença intestinal, caracterizada por um quadro severo de diarreia liquida; ➢ Cólicas abdominais; ➢ Anorexia; ➢ Vômito; ➢ Desidratação; ➢ Náusea; ➢ Febre. C. parvum Ciclo biológico: os oocistos esporulados contendo 4 esporozoítos são eliminados nas fezes frescas ou por outras vias, como nas secreções respiratórias. Após isso, os esporozoítos são liberados e parasitam as células epiteliais do trato gastrointestinal. Dentro das células elas sofrem reprodução assexuada e depois sexuada. Após fertilização dos macrogametócitos (célula feminina) pelos microgametócitos (célula masculina), é formado o zigoto, que sofre esporulação dentro do hospedeiro para formar o oocisto, que é liberado. Como a esporulação ocorre dentro do hospedeiro, a autoinfecção pode ocorrer. Os oocistos são infectantes já no momento da excreção, permitindo direta e indiretamente, a transmissão fecal-oral. C. parvum • Reservatório – os seres humanos, o gado bovino e outros animais domésticos são o reservatório comum da doença. • Período de incubação – depois de um período de incubação de 2 a 10 dias, com uma média em torno de 7 dias, aparecem os primeiros sintomas, persistindo por 1 a 2 semanas. Sintomas podem aparecer e voltar uma ou mais vezes. • Modo de transmissão – o modo de transmissão é fecal-oral, importante mecanismo de transmissão de uma pessoa a outra, de um animal a uma pessoa e de contaminação através da água. A ingestão acidental do parasita, também, pode causar a infecção. O C. parvum, é encontrado no solo, alimentos, água e superfícies que foram contaminadas com fezes de seres humanos e/ou animais infectados. O C. parvum não é transmitido através do sangue. Pode ser transmitido também através de objetos contaminados levados à boca; pela ingestão de água contaminada por Cryptosporidium e através da ingestão de alimentos mal cozidos contaminado por Cryptosporidium. C. parvum • Tratamento: Não existe tratamento com drogas eficientes disponíveis para o tratamento da criptosporidiose, porém existem medidas de controle. • Medidas preventivas: eliminação sanitária de fezes e cuidado na manipulação de animais; lavagem cuidadosa das mãos de pessoas que entraram em contato com animais que apresentam diarreia; filtrar ou ferver a água potável e lembrar que os desinfetantes químicos não são eficazes contra os oocistos. Eimeria A eimeriose que ataca os pequenos ruminantes é conhecida como coccidiose. Agente etiológico: ela é causada por protozoários coccídeos do filo Apicomplexa, família Eimeridae, gênero Eimeria. Para os bovinos existem várias espécies, porém duas são mais importantes: Eimeria bovis e Eimeria zuernii. Esta doença afeta, principalmente, animais jovens, com idade compreendida entre quatro semanas e um ano, ocasionando perdas econômicas em todo o mundo. Coccidiose • Transmissão: Ela entra em contato com o organismo em forma de oocisto esporulado. Isso ocorre quando o bovino ingere alimento contaminado, quando os utensílios (ex. mamadeiras) são lavados com água contaminada ou quando o animal bebe água de uma fonte contaminada, sendo essa última, a forma mais comum. Após a entrada da Eimeria no organismo do animal, ela inicia o seu ciclo parasitário. Oocisto de Eimeria na forma infectante. Outra forma de infeccção. Coccidiose • Ciclo biológico: quando o parasito chega ao intestino do bovino, ele inicia um processo de reprodução assexuada (mitoses) e posteriormente a reprodução sexuada (formação dos novos oocistos). Esses processos reprodutivos acontecem dentro dos enterócitos (células intestinais). Como há uma multiplicação rápida do parasita dentro das células, as mesmas não aguentam e terminam se rompendo, liberando os parasitos que estavam ali para fazer o mesmo processo em outras células ou, no caso da reprodução sexuada, liberam o oocisto na luz do intestino. • O ciclo parasitário está estreitamente ligado com a patogenia da doença. Ao romper as células no processo de multiplicação parasitária, são ocasionadas diversas lesões no intestino do animal.Ciclo biológico da Coccidiose. Coccidiose • Sintomas: • Diarreia de coloração escura: isso acontece porque as lesões ocasionadas no intestino do animal leva a má absorção de nutrientes, ocorrendo o acúmulo de água e conteúdo intestinal. O excesso de água dentro do intestino ocasiona a diarreia no animal, o sangue se mistura ao conteúdo intestinal deixando as fezes escurecidas. Por isso outro nome popular da coccidiose é a diarreia negra. • Perda de peso; • Retardo do crescimento; • Falta de apetite e desidratação. Coccidiose • Tratamento: Os animais sintomáticos devem ser tratados individualmente. Por meio de medicamentos como sulfa e toltrazuril. • Controle: Além do tratamento, é de suma importância que as propriedades façam o controle da doença. • Fornecimento de água adequada para consumo, tendo manutenção nos bebedouros; • Limpeza dos ambientes alimentícios dos animais e dos cochos. Giardíase A Giardíase é uma doença caracterizada por diarreia aguda ou crônica, derivada do gênero Giardia spp e da espécie G. duodenalis (conhecida também como G. lamblia e G. intestinalis), que acomete mamíferos, incluindo humanos (zoonose) - sendo mais comum nestes (humanos) e em cães. Além da espécie de G. duodenalis, o gênero da Giardia spp é dividido em G. muri, G. agilis, G. psittaci e G. ardeae. Porém, a que será abordada é a primeira por ser causadora de diarreia. O estudo sobre o gênero da Giardia originou-se em 1681, por van Leeuwenhoek, e com o passar do tempo, foi-se descobrindo e também, as derivações da espécies e assemblages. Giardia A Giardia é um parasito flagelado, encontrado na mucosa intestinal. Divide-se em duas formas: Cisto e trofozoítos. • Cisto: É oval, possui de dois à quatro núcleos, mede de 8- 12 µm de comprimento e 7-10 µm de largura e tem um envoltório de glicoproteína. • Trofozoíto: Possui dois núcleos, flagelos, axotilos e discos suctórios, como ventosas, para aderir na mucosa. É piriforme, bilateral, simétrico e mede de 10-12 µm de comprimento por 5-7 µm de largura e divide-se por fissão binária.Cisto Trofozoíto G. duodenalis Giardia duodenalisé um protozoário eurixeno, de ciclo biológico monoxeno, apresentando as duas formas evolutivas anteriormente citadas, sendo o cisto a infectante e o trofozoíto a vegetativa. Ciclo biológico: O cisto é ingerido e encaminhado até o intestino, onde multiplica-se por divisão binária. Os trofozoítos penetram a mucosa intestinal e são eliminados na fezes em forma de cistos (alto potencial de sobrevivência fora do hospedeiro – e trofozoítos podem ser eliminados também, mas não sobrevivem). Transmissão:Ocorre via fecal – oral, tendo a ingestão indireta de cistos através de água e alimentos contaminados. E direta como animal – animal, pessoa – animal, pessoa – pessoa (podendo ser sexualmente transmitida em humanos).Ciclo biológico em bovinos G. duodenalis Patogenia: • O cisto ingerido passa pelo estômago e encista no duodeno; • Libera dois trofozoítos e se colonizam no intestino; • Lesão do enterócito, atrofia do vilo, diminuição da absorção de nutrientes; • Inflamação intestinal (barreira do trofozoítos); • Menos absorção e mais motilidade intestinal = diarreia. Sintomas: Ocasionam cólicas e diarreias pela erosão da mucosa intestinal. Trofozoítos na mucosa intestinal G. duodenalis Diagnóstico: É realizado pela coleta de fezes (e constatado cistos/trofozoítos por microscopia) e observação dos sintomas em bovinos. Tratamento: Em bovinos, o febendazol e o albendazol foram eficazes na supressão da excreção de cistos de Giardia por bezerros infectado, e em humanos, secnidazole; além da suplementação de vitaminas e minerais. Controle: Verificar áreas próximas aos rios, lagos e mais lugares que sejam fonte de água, manejo, controle de fômites e administração correta do tratamento.Método de coleta de fezes (foto por Bruna Meireles Palmeira). Referências Martins, Isabella Vilhena Freire. Parasitologia veterinária - Dados eletrônicos. - 2. ed. - Vitória: EDUFES, 2019. 320 p. https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas- de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e- alimentos/doc/parasitas/ifnet_cryptos.pdf https://www.ourofinosaudeanimal.com/ourofinoemcampo/categoria/artigos/coccidios e-bovina-doenca-silenciosa-que-atrasa-o-d/ https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000049/00004974.pdf https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/6657/2012%20- %20BRUNA%20MEIRELES%20PALMEIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/parasitas/ifnet_cryptos.pdf https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/parasitas/ifnet_cryptos.pdf https://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-transmitidas-por-agua-e-alimentos/doc/parasitas/ifnet_cryptos.pdf https://www.ourofinosaudeanimal.com/ourofinoemcampo/categoria/artigos/coccidiose-bovina-doenca-silenciosa-que-atrasa-o-d/ https://www.ourofinosaudeanimal.com/ourofinoemcampo/categoria/artigos/coccidiose-bovina-doenca-silenciosa-que-atrasa-o-d/ https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000049/00004974.pdf https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/6657/2012%20-%20BRUNA%20MEIRELES%20PALMEIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y https://app.uff.br/riuff/bitstream/handle/1/6657/2012%20-%20BRUNA%20MEIRELES%20PALMEIRA.pdf?sequence=1&isAllowed=y Slide 1: DIARREIAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS Slide 2: A diarreia em bovinos é uma síndrome de distribuição mundial. Slide 3: Cryptosporidiose Slide 4: C. parvum Slide 5: C. parvum Slide 6: C. parvum Slide 7: C. parvum Slide 8: C. parvum Slide 9: Eimeria Slide 10: Coccidiose Slide 11 Slide 12: Coccidiose Slide 13: Coccidiose Slide 14: Coccidiose Slide 15: Giardíase Slide 16: Giardia Slide 17: G. duodenalis Slide 18: G. duodenalis Slide 19: G. duodenalis Slide 20: Referências
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