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Hueder Paulo Moisés de Oliveira hueder.paulo@ufabc.edu.br 1 LIGAÇÕES QUÍMICAS: TLV 2 Ligações Químicas Revisão O que é uma ligação química? É uma força que mantém átomos unidos que leva à formação de estruturas maiores como por exemplo, moléculas ou estruturas cristalinas. Como identificar a ocorrência de uma ligação química??? -60,60 x 102 kJ/mol -40,02 x 10 4 kJ/mol-39,37 x 104 kJ/mol + → E A E B E A B -39,98 x 104 kJ/mol Ligações Químicas: Teoria de Lewis 3 Gilbert Newton Lewis (1875-1946) No modelo de Lewis das ligações químicas, cada par de elétrons ligantes está localizado entre dois átomos ligados, isto é, trata-se de um modelo com os elétrons localizados. Essa teoria consegue explicar a formação de moléculas bem simples: Revisão 4 Ligações Químicas: Teoria de Lewis Revisão Mas como explicar a formação de ligação em moléculas mais complexas??? Ligações Químicas: Dualidade Onda-Partícula 5 Louis de Broglie (1892-1987) A posição de um elétron em um átomo não pode ser descrita de forma precisa, mas somente em termos da probabilidade de encontrá-lo em algum lugar do espaço definido pelo orbital. O mesmo princípio se aplica aos elétrons nas moléculas, exceto que eles estão distribuídos por mais de um átomo. λ: comprimento de onda; h: constante de Planck (6,626 x 10-34 J.s); m: massa; v: velocidade. 6 Walter Heinrich Heitler (1904-1981) A primeira descrição da ligação covalente em termos de orbitais atômicos foi feita por Walter Heitler, Fritz London, John Slater, e Linus Pauling, no final da década de 1920. Teoria da Ligação de Valência (TLV): Modelo quanto-mecânico da distribuição dos elétrons pelas ligações que ultrapassa a teoria de Lewis e o modelo VSEPR, permitindo o cálculo numérico dos ângulos e dos comprimentos de ligação. Fritz Wolfgang London (1900-1954) John Clarke Slater (1900-1976) Linus Carl Pauling (1901-1994) Nobel (Química): 1954 Nobel (Paz): 1962 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Diagrama de Pauling No estado fundamental de um átomo multieletrônico, os elétrons tendem a ocupar os orbitais de menor energia, porém respeitando o princípio da exclusão de Pauli: “Nenhum orbital atômico pode conter mais do que dois elétron (spin opostos).” 7 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Como representar os orbitais no espaço??? 8 Distribuição eletrônica Teoria da Ligação de Valência (TLV) 9 À distância de ligação, as forças de atração entre os núcleos e os elétrons equilibram exatamente as forças repulsivas (núcleo-núcleo, elétron-elétron). Sobreposição de orbitais aumenta a probabilidade de encontrar elétrons de ligação no espaço entre os dois núcleos. Ligação covalente Teoria da Ligação de Valência (TLV) 10 Trata-se de um modelo de acordo com as propostas de Linus Pauling, onde uma ligação química é formada com o objetivo de emparelhar elétrons. i. A sobreposição (overlap) dos dois orbitais atômicos que irá permitir o emparelhamento dos elétrons e formar a ligação química. Teoria da Ligação de Valência (TLV) 11 ii. Por causa da sobreposição dos orbitais, os elétrons de ligação têm maior probabilidade de ser encontrados dentro de uma região do espaço influenciada por ambos os núcleos. Ambos os elétrons de ligação são atraídos simultaneamente pelos dois núcleos. A força da ligação depende do grau de superposição dos orbitais atômicos. Para que ocorra ligação química os orbitais devem: 1. Possuir mesma simetria; 2. Possuir energias próximas; 3. Estar próximos um do outro. Teoria da Ligação de Valência (TLV) 12 Ligação pi (π): A ligação é anti-simétrica em relação ao eixo internuclear. Teoria da Ligação de Valência (TLV) A TLV estabelece a formação de dois tipos de ligação covalente: Ligação sigma (σ): A ligação é simétrica em relação ao eixo internuclear. 13 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação sigma (σ) a) Superposição de dois orbitais s; b) Superposição de um orbital s e um orbital p (localizado no eixo internuclear); c) Superposição frontal de dois orbitais p. orbitais atômicos a) Superposição de dois orbitais s Exemplo: Gás hidrogênio (H2) ligação 14 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação sigma (σ) eixo internuclear Ligação 15 A densidade eletrônica de uma ligação sigma é maior ao longo do eixo da ligação. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação sigma (σ) b) Superposição de um orbital s e um orbital p Exemplo: Fluoreto de hidrogênio (HF) região de overlap 16 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação sigma (σ) c) Superposição frontal de dois orbitais p Ligação Superposição LATERAL de dois orbitais p. A densidade eletrônica encontra-se “acima” e “abaixo” do plano dos núcleos. Ligação 17 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação pi (π) Ligações múltiplas a) Uma ligação dupla é formada pela combinação de um orbital s com dois orbitais p (px , py ou px , pz ou py , pz), originando uma ligação σ e uma ligação π. 18 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação pi (π) Ligações múltiplas b) Uma ligação tripla é formada pela combinação de um orbital s com três orbitais p (px , py , pz), originando uma ligação σ e duas ligações π. 19 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Ligação pi (π) Contudo, a TLV apresenta algumas falhas... C (Z = 6): 1s² 2s² 2p² H (Z = 1): 1s¹ Com base nessa distribuição eletrônica, qual seria o composto formado por carbono e hidrogênio??? 20 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Molécula de CH2 com os átomos de hidrogênio perpendiculares entre si. Como explicar que o carbono faz QUATRO ligações e não duas??? 21 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Jacobus Henricus van't Hoff (1852-1911) Nobel (Química): 1901 1874: van’t Hoff e Le Bel propuseram que o carbono possuia uma estrutura tetraédrica. 22 Hibridização de orbitais Os orbitais atômicos podem se “misturar” ou se hibridizar para adotarem uma geometria adequada para a ligação; Orbitais híbridos são construídos num átomo de modo a reproduzir o arranjo eletrônico característico da geometria da molécula determinada experimentalmente. Teoria da Ligação de Valência (TLV) 23 Hibridização de orbitais Exemplo: carbono (Z = 6) Teoria da Ligação de Valência (TLV) carbono hibridizado sp³ Atenção: quando misturamos N orbitais atômicos, devemos obter N orbitais híbridos. Representação da amplitude da função de onda para um orbital híbrido sp3. Cada orbital híbrido aponta para os vértices de um tetraedro. Orbitais híbridos sp3 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais 24 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp3 Exemplo: Água (H2O) 25 Metano (CH4) As ligações C–H no metano são formadas pelo emparelhamento de um elétron 1s do H e um elétron sp3 do carbono, formando a estrutura tetraédrica predita pelo modelo Repulsão do Par de Elétrons no Nível de Valência (RPENV). Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp3 Exemplo: Metano (CH4) 26 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp3 Modelo VSEPR 27 Consideram-se todos os pares de elétrons (ligantes ou não- ligantes) do átomo central para prever a geometria da molécula, mas a posição dos átomos é que dá a forma da molécula. Como os pares de elétrons de valência do átomo central se repelem, eles tendem a ficar o mais afastado possível. A repulsão entre os elétrons não-ligantes é maior do que os ligantes. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp3 Modelo VSEPR 28 METANO (CH4): 4 pares de elétrons ligantes; Geometria tetraédrica. AMÔNIA (NH3): 3 pares de elétrons ligantes; 1 par de elétrons não-ligante; Geometria pirâmide trigonal. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp3 Modelo VSEPR 29 ÁGUA (H2O): 2 pares de elétronsligantes; 2 pares de elétrons não- ligantes; Geometria angular. TRIFLUORETO DE BORO (BF3): 3 pares de elétrons ligantes; geometria: trigonal plana Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp3 Exemplo: Etano (CH3CH3) 30 A rotação em torno da ligação C–C requer pouca energia (13-26 kcal/mol). Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp3 Exemplo: Amônia (NH3) 31 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp2 32 Os orbitais híbridos sp2 são formados com um orbital s e dois orbitais p. Conseqüentemente, resta um orbital p não-hibridizado; Os grandes lóbulos dos híbridos sp2 encontram-se em um plano trigonal; Moléculas com arranjos trigonais planos têm orbitais sp2 no átomo central; Superposição máxima dos orbitais p ocorrem quando eles estão paralelo. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp2 33 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp2 34 Orbital p puro para ligação π Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp2 Exemplo: Eteno (CH2CH2) 35 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp2 36 Uma ligação dupla é mais forte do que uma ligação simples; Uma ligação dupla é mais fraca do que a soma de duas ligações simples; Uma ligação dupla influencia na forma da molécula, já que impede a rotação da molécula (isomeria cis-trans). cis trans Rotação de 90: quebra da ligação ; Barreira de energia à rotação: 264 kJ/mol. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp2 37 H HH3C H3C CH3 HH3C H cis-but-2-eno trans-but-2-eno Atenção: A isomeria cis-trans não existe se um carbono da dupla tem dois substituintes iguais. Ligações π deslocalizadas 38 No benzeno (C6H6) os elétrons π são compartilhados por todos os seis átomos de C; Experimentalmente, todas as ligações C–C têm o mesmo comprimento no benzeno; Conseqüentemente, todas as ligações C–C são do mesmo tipo. Teoria da Ligação de Valência (TLV) Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp 39 Os orbitais híbridos sp são formados por um orbital s e um orbital p; Superposição frontal de dois orbitais sp forma a ligação ; Superposição lateral dos 2 orbitais p resulta em 2 ligações . Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp 40 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp 41 Orbitais p puros para ligação π Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Orbitais híbridos sp Exemplo: Etino (CHCH) 42 Comprimentos de ligação Csp 3 : 25 % s e 75 % p Csp2 : 33 % s e 67 % p Csp : 50 % s e 50 % p Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais 43 Csp3Csp2Csp Maior caráter s: menor comprimento de ligação. Acidez Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais 44 Maior caráter s: maior a sobreposição dos orbitais e portanto mais forte a ligação, o que aumenta sua acidez. 1. Desenhe a estrutura de Lewis para a molécula ou íon; 2. Determine o arranjo usando o modelo RPENV; 3. Especifique os orbitais híbridos necessários para acomodar os pares de elétrons com base em seu arranjo geométrico. 45 Teoria da Ligação de Valência (TLV) Hibridização de orbitais Exercício 1: hibridização de orbitais Use a Teoria da Ligação de Valência para descrever as ligações nas seguintes espécies químicas: a) Metanol (CH3OH); b) Íon hidrônio (H3O +); c) Metilamina (CH3NH2); d) Ácido acético (CH3CO2H). Teoria da Ligação de Valência (TLV) 46 47 Exercício 2: hibridização de orbitais Teoria da Ligação de Valência (TLV) 48 O citral é um dos constituintes do óleo de capim limão: a) Com relação à sua estrutura química indique o número total de ligações , ligações e a hibridização dos carbonos; b) Ele pode apresentar isomeria cis-trans? c) Represente pelo menos dois isômeros constitucionais do citral. (citral) C O H 49 Teoria da Ligação de Valência (TLV) 50 Problema... A TLV não permite racionalizar o comportamento magnético dos complexos... Dois tipos de comportamento magnético: 1. Paramagnetismo (com elétrons desemparelhados na molécula): forte atração entre o campo magnético e a molécula; 2. Diamagnetismo (sem elétrons desemparelhados na molécula): fraca repulsão entre o campo magnético e a molécula. Teoria da Ligação de Valência (TLV) 51 Como avaliar experimentalmente o número de elétrons desemparelhados de um complexo??? Balança de Gouy Avalia-se o peso de uma amostra na presença de um campo magnético e compara-se com o comparado de um composto com susceptibilidade magnética conhecida. Louis Georges Gouy (1854-1926) Teoria da Ligação de Valência (TLV) 52 Lembrando que a susceptibilidade magnética é calculado através da seguinte fórmula: Para se calcular o momento magnético considera-se as duas possíveis contribuições de magnetismo: o spin (S) e o momento angular do orbital (L): O O Paramagnetismo do oxigênio Teoria da Ligação de Valência (TLV) Paramagnetismo do oxigênio Teoria da Ligação de Valência (TLV) oxigênio (Z = 8): 1s² 2s² 2px²2py¹ 2pz¹ 54 4 5 σ π Portanto o oxigênio seria diamagnético! Orbital para a ligação π
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