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Dentistica na odontopediatria

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Técnicas não invasivas 
para o tratamento da carie: 
São métodos de tratamento que visam, 
interromper ou reverter os processos de 
desenvolvimento da doença sem desgastar ou 
realizar desgaste mínimo da estrutura dentária. 
Selante: 
Fina camada de material resinoso ou ionomérico 
utilizado para recobrir superfícies oclusais dos 
dentes posteriores ou ponto cego de cíngulo de 
dentes anteriores para a prevenção da cárie. 
Indicações: 
• Pacientes com risco de cárie médio ou alto; 
• Dentes erupcionados a menos de um ano; 
• Pacientes com algum problema sistêmico que 
aumente o risco de cárie; 
• Paciente com má higienização. 
Contra- indicação: 
• Pacientes com baixo risco de cáries; 
• Dentes erupcionados a mais de um ano; 
• Impossibilidade de bom isolamento do campo 
operatório; 
• Dentes em que a cárie atingiu a junção 
amelodentinária. 
Materiais: 
• Selante ionomérico 
• Selante resinoso 
-Com carga 
-Sem carga 
Passo a passo: 
❖ Isolamento absoluto 
❖ Profilaxia com clorexidina, pedra pomes e 
água 
❖ Preparo da cavidade com broca esférica 
❖ Condicionamento ácido por 30 seg 
❖ Lavar pelo dobro de tempo do 
condicionamento 
❖ Secar 
❖ Aplicar o selante exclusivamente nas fóssulas 
e fissuras, poupar cúspides 
❖ Fotopolimerizar por 20 seg 
❖ Realizar checagem oclusal 
❖ Ajuste, se necessário 
❖ Aplicação de flúor gel no dente tratado 
 
 
Flúor no tratamento da cárie: 
Mecanismo de ação: 
1- Interfere no processo de desmineralização e 
remineralização; 
2- Atua na mineralização pós- irruptiva; 
3- Inibe o metabolismo bacteriano. 
Interferências: 
1- Concentração de íons flúor no meio; 
2- Ph; 
3- Composição do fluoreto; 
4- Tipo de veículo. 
Fluorterapia: 
Tópico: a ação tópica reflete a interação local do 
fluoreto com o tecido dentinário, no momento da 
aplicação. 
Sistêmico: a ação sistêmica se refere ao fluoreto 
ingerido e metabolizado pelo organismo, 
atingindo o tecido dentinário em 
desenvolvimento, levando à formação de um 
tecido mais resistente. 
Auto- aplicação: soluções para bochecho; 
dentifrícios; gomas de mascar; fio dental. 
Aplicação profissional: gel; pastas profiláticas; 
vernizes; dispositivos de liberação lenta; matérias 
odontológicos. 
Concentração de fluoretos em diferentes 
métodos: 
 
Dentifrícios: alia o efeito do flúor 
-Higiene dentária 
-Flúor constante na cavidade bucal 
-Deve ser utilizado 2 a 3 vezes ao dia 
-Indicado como principal causa da redução de 
cárie nos últimos anos. 
Vernizes fluoretados- aplicação profissional: 
-Maior contato do flúor com o dente 
-Facilidade de uso 
-Menor toxidade 
-Grande aceitação pelas crianças 
-Indicado na primeira infância 
Passo a passo: 
❖ Profilaxia 
❖ Isolamento relativo por quadrante 
❖ Colocação do verniz com pincel 
❖ Aguardar 3 a 4 minutos 
❖ Recomendação não escovar ou ingerir 
alimentos duros por 12 horas 
Mousse ou gel- aplicação profissional: 
-1 min para flúor acidulado 
-4min para flúor neutro 
Passo a passo: 
❖ Profilaxia 
❖ Criança em posição sentada 
❖ Colocação do flúor em moldeiras por arcada 
ou com contonetes e fio dental (por 
quadrante) 
❖ Isolamento relativo + sugador 
❖ Não ingerir alimentos e bebidas por meia hora 
após a aplicação 
Toxidade dos fluoretos: 
Altas doses- intoxicação aguda: 
-Poucas fatalidades causadas por fluoretos 
podem ser relacionadas ao uso de produtos 
odontológicos 
-A dose de 5mg F/ Kg de peso corporal pode 
levar uma criança de baixo peso a morte, sendo 
esta denominada de dose provavelmente toxica. 
Sintomas: 
Gastrointestinais: náusea, vomito, dor difusa no 
abdômen, diarreia. 
Neurológicos: bloqueio do impulso nervoso e sua 
transmissão 
Cardiovascular: fibrilação 
Bioquímica sanguínea: hipocalcemia 
Tratamento emergencial para ingestão 
excessiva de flúor: 
-Esvaziar o estômago, induzindo vomito; 
-Administrar cálcio solúvel (água ou leite); 
-Lavagem gástrica; 
-Manter o paciente em observação em ambiente 
hospitalar (monitoramento cardíaco) 
Baixas doses- intoxicação crônica: 
-Opacidade do esmalte provocada pela ingestão 
prolongada de fluoretos durante a formação 
dentaria; 
-Os aspectos clínicos variam desde linhas 
esbranquiçadas até perdas de esmalte. 
Mecanismos de desenvolvimento da fluorese: 
• A fluorose dental é decorrente da ingestão de 
flúor durante a formação dos dentes. 
• O ameloblasto, primeiro sintetiza uma matriz 
contendo 25%de proteínas. Em seguida, ao 
mesmo tempo em que essa matriz é 
reabsorvida, o esmalte se mineraliza. O 
produto final é uma estrutura contendo 95% 
de minerais, 4% de água e menos de 1% de 
proteínas. 
• Porém, quando o flúor é ingerido, ele circula 
pelo sangue sendo distribuído para todos os 
tecidos. Presente na matriz do esmalte, o 
flúor inibe a reabsorção de proteínas. 
Diagnostico: as opacidades são simétricas, pois 
os dentes formados no mesmo período deverão 
ter a mesma alteração. As opacidades fluoróticas 
e transversais. 
Severidade: os defeitos da formação dependem 
diretamente da dose que o indivíduo é 
submetido. 
Período de risco: durante a formação do dente, 
mesmo nos períodos de mineralização mais 
tardia. 
Tratamentos restauradores 
da odontopediatria: 
Materiais restauradores: 
• O material restaurador será escolhido de 
acordo com a atividade cariosa do indivíduo e 
o período de vida funcional do dente decíduo. 
• Restauração ideal é aquela que não exige 
renovação. 
A longevidade das restaurações depende de 
vários fatores, como: habilidade profissional; 
cuidados do paciente; características do material 
restaurador. 
Uma propriedade importante para aumentar a 
longevidade de uma restauração, seria diminuir a 
possibilidade de lesões recorrentes, pela 
liberação do flúor pelo material restaurador. 
A presença de flúor inibiria o fenômeno de 
desmineralização e ativaria o de remineralização. 
Cimento de Ionômero de vidro: 
• É biocompativel; 
• Adere à dentina; 
• Reduz microinfiltração e cáries secundárias 
pela liberação de flúor nas margens da 
restauração; 
• Controla melhor a contração de polimerização 
da resina composta (técnica sandwich). 
• A liberação do flúor é maior nas 48 horas, 
decline com o passar do tempo; 
• IV convencional- IV hibrido- compômero; 
• Aplicação tópica de fluot, resulta em um 
aumento de liberação de flúor para o IV 
convencional e IV hibrido e não para os 
compômeros. 
Ionômero convencional: 
• Reação química acida-base 
• Componente básico- representado pelo vidro 
de alumínio- silicato de cálcio que contem 
fluoretos 
• Componente ácido- poliétricos (poliácidos) 
• Ex: FUJI II (G.C); Ketac Fill 
Ionômero de vidro híbrido: são modificados por 
resina 
Compômeros: são resinas modificadas por 
poliácidos 
Resistência mecânica: a resina composta é 
superior ao civ convencional, hibrido e 
compômero. 
A força adesiva na dentina do compômero e do 
civ hibrido é superior ao civ convencional e se 
adere melhor se condicionada. 
Indicações do CIV: 
• Classe I (de pequena extensão) 
• Classe II (tipo túnel e slot horizontal) 
• Classe II e IV 
• Selamento de cicatrículas e fissuras 
• Técnica sanduiche 
• Art 
• Cimentação de coras e pinos 
Vantagens do CIV: 
• Preparos conservadores 
• Coeficiente de expansão térmica semelhante 
ao dente 
• Liberação de flúor 
• Diminui a chance de recidiva da cárie 
• Adesividade (menor que dos sistemas 
adesivos- resina composta) 
• Biocompatibilidade com tecido dental 
Desvantagens: 
• Baixa resistência ao desgaste, tração e 
cisalhamento 
• Estética inferior a resina composta 
• Tempo de presa prolongada 
• Quando sujeitos a contaminação dos estágios 
iniciais 
• Textura superficial rugosa 
ART: consiste na remoção parcial da cárie 
através de instrumentos manuais e o 
preenchimento das cavidades com CIV 
(adesividade e liberação de flúor). Serve para 
dentes decíduos e permanentese são muito 
utilizados em comunidades carentes, com alto 
número de lesões cariosas. 
Resina composta: 
• Indicadas para o uso em dentes anteriores e 
posteriores, para todas as classes. 
• Coroas estéticas em dentes decíduos. 
• Em casos onde o isolamento ou cooperação 
do paciente é comprometido, as resinas 
deixam de ser o material de escolha. 
• Em pacientes com risco e múltiplas lesões de 
carie, deficiência e improvável manutenção 
de higiene oral, o uso da resina é 
desconsiderado. 
Protoloco: 
-Isolamento absoluto 
-Remoção do tecido cariado 
-Condicionamento ácido 
-Lavagem abundante 
-Adesivo 
-Acomodação da resina em pequenos 
incrementos 
Sempre usar matriz em classe II 
-Fotopolimerizar a cada incremento 
-Ajuste (usar carbono) 
-Polimento em outra sessão.

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