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1 → INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO PREVIDENCIÁRIO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO: em linhas gerais, salário de contribuição é o que se considera como remuneração do segurado naquele mês. É o salário que a pessoa recebeu em mês X. Corresponde ao salário do trabalhador, desde que respeite os limites máximos e mínimos. LIMITE MÍNIMO: piso salarial, legal ou normativo da categoria. Inexistindo este, o valor do salário-mínimo. Lei 8.213/91 - Art. 135. Os salários-de-contribuição utilizados no cálculo do valor de benefício serão considerados respeitando-se os limites mínimos e máximos vigentes nos meses a que se referirem. Usamos para: 1. Descobrir qual o valor da contribuição mensal para o INSS. 2. Calcular a média (SB) Como saber qual o limite mínimo? 1º PASSO: verificar se existe acordo ou convenção coletiva que fixe um piso salarial. 2º PASSO: verificar se o Estado respectivo possui um piso diferente do nacional (lei complementar 103/2000) 3º PASSO: caso não se aplique nenhuma das opções anteriores, será considerado o salário- mínimo nacional. E o limite máximo? É o teto do INSS. ✓ EXEMPLO Mês X – hipotético Teto do INSS: R$8.000,00 Salário-mínimo nacional: R$1.500,00 1. HENRIQUE: contribuinte individual (remuneração R$2.500,00) o salário de contribuição de Henrique será R$2.500,00 2. MARINA: empregada (salário R$10.760,00) o salário está acima do teto, assim, ela vai pagar sobre os R$8.000,00 pois o que ela recebe está acima do limite máximo. - E o segurado facultativo (que não exerce atividade remunerada): pode escolher o valor que desejar, observados os limites legais. O salário de contribuição é utilizado para descobrir o valor da contribuição de cada mês, ou seja, o valor que o segurado deverá pagar ao INSS naquele mês específico. - Basta multiplicar o salário de contribuição pela alíquota de contribuição, que é dada pela lei. Valor da contribuição mensal = SL x alíquota ✓ EXEMPLO: - HENRIQUE Teto R$8.000,00 Mínimo R$1.500,00 Salário de Henrique R$2.500,00 Valor da contribuição: Plano normal? 20% de 2.500 = R$500,00 Plano simplificado? 11% de 2.500 = R$275,00 (tem direitos reduzidos – por exemplo, não pode aposentar por tempo de contribuição) SALÁRIO DE BENEFÍCIO: serve para calcular a renda mensal inicial (RMI) - Fórmula atual: média aritmética simples de todos os salários de contribuição recebidos pelo segurado a partir de julho de 1994. Cálculos e Planejamento Previdenciário 2 SB = média de todos os SC após julho de 1994 Em regra, somamos os SC e dividimos pelo número de meses para encontrar o salário de benefício. Mas existem pontos a observar nesse cálculo. Ex. após a emenda 103/19 pode excluir alguns salários menores que reduzem a média, mas tem regras para essa exclusão. - TODOS os benefícios usam o SB como base, exceto o salário-família e o salário-maternidade. - Deve respeitar limites mínimos (salário-mínimo) e máximos (limite máximo do salário de contribuição – Teto do INSS) Lei 8.213/91 - § 2º O valor do salário-de-benefício não será inferior ao de um salário-mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário-de- contribuição na data de início do benefício. RENDA MENSAL INICIAL: é o valor do primeiro benefício a ser recebido pelo segurado. Possui uma fórmula básica que é: RMI = SB x coeficiente do benefício. O coeficiente é definido por lei e pode variar de acordo com a situação do segurado. ✓ EXEMPLOS BENEFÍCIO COEFICIENTE Auxílio-acidente 50% Aposentadorias (regra geral) 60% + 2% a cada ano que exceder o mínimo Aposentadoria pela regra do pedágio 100% 100% Aposentadoria pela regra de transição do pedágio de 50% Fator previdenciário Aposentadoria por tempo de contribuição da pessoa com deficiência 100% Pensão por morte (regra geral) 50% + 10% por dependente Auxílio por incapacidade temporária 91% limitado à média dos últimos 12 salários de contribuição CF, art. 102, § 2º - Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário-mínimo. Lei 8213/91 Art. 33 - A renda mensal do benefício de prestação continuada que substituir o salário-de-contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado não terá valor inferior ao do salário-mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário-de- contribuição, ressalvado o disposto no art. 45 desta Lei. 3 BENEFÍCIOS QUE PODEM TER VALOR INFERIOR A UM SALÁRIO-MÍNIMO: 1) Auxílio-acidente e o salário-família (não substituem o rendimento do trabalho) 2) Benefícios por totalização: concedidos com base nos acordos internacionais previdenciários celebrados pelo Brasil. 3) Auxílio por incapacidade temporária: somente na hipótese em que o segurado exercer atividades concomitantes. (se a incapacidade for para apenas uma das atividades, o valor poderá ser inferior ao salário-mínimo, desde que somado às demais remunerações recebidas pelo segurado, totalize um valor superior ao mínimo). 2 BENEFÍCIOS QUE PODEM TER O VALOR SUPERIOR AO TETO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO 1) Acréscimo de 25% sobre a RMI do benefício na aposentadoria por incapacidade permanente: o valor adicional pode superar o teto (art. 45, lei 8.213/91) 2) Salário-maternidade das seguradas empregadas e trabalhadoras avulsas, desde que não ultrapasse o teto do funcionalismo público, que é a remuneração dos Ministros do STF (art. 248, CF). → REGIMES DE PREVIDENCIÁRIA SOCIAL 3 REGIME PREVIDENCIÁRIO é aquele que abarca, mediante normas disciplinadoras da relação jurídica previdenciária, uma coletividade de indivíduos que tem vinculação entre si em virtude da relação de trabalho ou categoria profissional a que está submetida, garantindo a esta coletividade, no mínimo, os benefícios essencialmente observados em todo sistema de seguro social – aposentadoria e pensão por falecimento do segurado. 1. Regime geral de previdência social 2. Regime de previdência de agentes públicos ocupantes de cargos efetivos 3. Regime previdenciário complementar 4. Regime dos militares das forças armadas 1. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL (RGPS): Abrange obrigatoriamente todos os trabalhadores da iniciativa privada, ou seja, os trabalhadores que possuem relação de emprego regida pela CLT, os empregados domésticos, os trabalhadores autônomos, os empresários, pequenos produtores rurais e pescadores artesanais trabalhando em regime de economia familiar, e outras categorias de trabalhadores, como garimpeiros, empregados de organismos internacionais, etc. - É regido pela Lei 8.213/91 – Plano de benefícios da Previdência Social. - É de filiação compulsória e automática para os segurados obrigatórios, permitindo ainda, que pessoas que não estejam enquadradas como obrigatórias e não tenham regime próprio de previdência se inscrevam como segurados facultativos, passando também a ser filiado ao RGPS. - Único sistema brasileiro que permite a adesão de segurados facultativos – Princípio da Universalidade do Atendimento (art. 194, I, CF) 2. REGIMES PRÓPRIOS DE PREVIDÊNCIA SOCIAL Agentes públicos ocupantes de cargos efetivos da União, dos Estados, do DF e os Municípios, bem como das autarquias e fundações públicas. Autonomia político-administrativa de cada um dos Entes da Federação, cada Ente possui um regime próprio. - União – servidores públicos federais. - Estados membros – servidores públicos estaduais ou distritais. - Município – servidores públicos municipais. O servidor ocupante de cargo efetivo que exerce atividade paralela na atividade privada terá filiação em dois regimes de Previdência Social em relação a cada uma das atividades desempenhadas. 3. REGIME PREVIDENCIÁRIOCOMPLEMENTAR Regime Geral da OS e os Regimes próprios de agentes públicos: são regimes públicos e obrigatórios, geridos pelo Poder Público, cobrem a perda da capacidade de gerar meios para a subsistência até um valor-teto. Regime previdenciário complementar é privado e facultativo, gerido por entidades de previdência fiscalizadas pelo Poder público. CF, art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. 4. REGIME DOS MILITARES DAS FORÇAS ARMADAS Os militares não são considerados servidores públicos e possuem tratamento diferenciado em vários aspectos. Em 2019, foi aprovada a Lei 13.954/19, que alterou as regras de previdência para as forças armadas, policiais militares e bombeiros estaduais. Tempo mínimo de serviço para que o militar passe para a inatividade subiu de 30 para 35 anos; Não terão idade mínima para se aposentar (reserva remunerada). → SEGURADOS DO RGPS É segurado da Previdência Social, nos termos do art. 9º e seus parágrafos do Decreto 3.048/99, de forma RGPS RM RPC RPPS RPPS RPPS RPPS RPPS RPPS RPPS 4 compulsória, a pessoa física que exerce atividade remunerada, efetiva ou eventual, de natureza urbana ou rural, lícita, com ou sem vínculo de emprego, a título precário ou não, bem como aquele que a lei define como tal, observadas, quando for o caso, as exceções previstas no texto legal, ou exerceu alguma atividade das mencionadas acima, no período imediatamente anterior ao chamado “período de graça”. - Também é segurado aquele que se filia facultativa e espontaneamente à previdência social, contribuindo para o custeio das prestações sem estar vinculado obrigatoriamente ao RGPS ou a qualquer outro regime previdenciário qualquer. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: devem contribuir COMPULSORIAMENTE para a Seguridade Social, tendo direito aos benefícios pecuniários previstos para sua categoria (aposentadorias, auxílios, pensões, salário- família e salário-maternidade) e aos serviços (reabilitação profissional e serviço social). Empregado Empregado doméstico Contribuinte individual (inclui empresário e autônomo) Trabalhador avulso Segurado especial 1. EMPREGADO Lei 8.212 - Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes pessoas físicas: I - como empregado: a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado; b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas; c) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior; d) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; e) o brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio; f) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional; g) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais; i) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; Também são empregados (art. 9º, inc. I, decreto 3.048/99) - O bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa, em desacordo com a Lei 11.788, de 25 de setembro de 2008; - O escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21 de novembro de 1994, bem como aquele que optou pelo RGPS, em conformidade com a lei 8935/94. - Os que, embora estrangeiros, são contratados para trabalhar no Brasil, exceto se tiverem regime previdenciário próprio. 2. EMPREGADO DOMÉSTICO Lei 8.212 – art. 12, II - como empregado doméstico: aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; 5 3. TRABALHADOR AVULSO Quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no regulamento, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão de obra, nos termos da lei 8630/93 ou do sindicato da categoria. 4. SEGURADO ESPECIAL Pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo, considera-se próximo no mesmo município ou contíguo (p. 20) que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: - Produtor, - Pescador artesanal ou a este assemelhado - Cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de dezesseis anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas “a” e “b” desde inciso, que, comprovadamente, tenham participação ativa nas atividades rurais ou pesqueiras artesanais, respectivamente, do grupo familiar. Entende-se como regime de economia familiar: atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. - Regra geral: não pode ter outra fonte de renda que não seja da atividade rural Exceções (rendas permitidas): benefício (pensão, auxílio-acidente ou reclusão) que não supere o salário-mínimo; exercício de atividade remunerada por 120 dias no ano civil; benefício previdenciário decorrente de previdência complementar. 5. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL Lei 8.212/1991 Art. 12, V, a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; ou QUANDO POR QUALQUER RAZÃO DEIXAR DE SER SEGURADO ESPECIAL Se um é empregador todos os membros do grupo familiar perdem a qualidade de segurado especial. b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; c) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando cobertopor regime próprio de previdência social; VÍNCULO DE EMPREGO. ATIVIDADE RELIGIOSA. O exercício de atividade religiosa diretamente vinculada aos fins da Igreja não dá ensejo ao reconhecimento de vínculo de emprego, nos termos do artigo 3º da CLT. Recurso do reclamante a que se nega provimento. ” (RO 01139-2004-101-04-00-5 – TRT 4a Região – Relator Juiz João Alfredo B. A. De Miranda – Publicado no DORGS em 02/06/2006) VÍNCULO EMPREGATÍCIO – CARACTERIZAÇÃO – PASTOR EVANGÉLICO. Em princípio, a função de pastor evangélico é incompatível com a relação de emprego, pois visa a atividades de natureza espiritual e não profissional. Porém, quando desvirtuada passa a 6 submeter-se à tipificação legal. Provado o trabalho do reclamante de forma pessoa, continua, subordinada e mediante retribuição pecuniária, tem-se por caracterizado o relacionamento empregatício nos moldes do art. 3º da CLT. ” (RO – 27889/2002-002-11- 00 – TRT 11ª Região – Relator Juiz Eduardo Barbosa Penna Ribeiro – Publicado no DJAM em 10/12/2003) e) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; Ex.: diarista urbano ou rural h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; Ex: advogados, médicos, dentistas, psicólogos, enfim os profissionais liberais. p) o Micro Empreendedor Individual - MEI de que tratam os arts. 18-A e 18-C da Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais; SEGURADO FACULTATIVO É aquele que se filiar por vontade própria – característica principal. Junto com a intenção – para se concluir o ingresso na Previdência Social, é necessário efetuar a primeira contribuição. Relação jurídica previdenciária decorre do primeiro pagamento. Assim, é segurado facultativo aquele que não exerce atividade remunerada (profissional ou econômica) que o vincule obrigatoriamente ao RGPS e que quer ingressar na P. S. demonstrando essa vontade mediante uma primeira contribuição (Wladimir Novaes Martinez) - Decreto 3.048/99: Art. 11. É segurado facultativo o maior de dezesseis anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da previdência social. - Leis 8.212 e 8.213 constam 14 anos. Nunca foram atualizadas após a EC 20/1998. - Art. 7. º XXXIII – Proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 e de QUALQUER TRABALHO A MENORES DE 16 ANOS, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos; EXEMPLOS: dona de casa, síndico de condomínio, quando não remunerado, estudante, brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior, aquele que deixou de ser segurado obrigatório, estagiário. → FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO FILIAÇÃO: vínculo entre a previdência e as pessoas que contribuem. Gera direitos (benefícios) e deveres (custeio) A previdência é um sistema contributivo, você precisa contribuir para receber benefícios. • INÍCIO DA FILIAÇÃO - SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: basta o exercício de atividade remunerada para estabelecer a filiação. 7 Por isso, mesmo depois de anos de atividade, o segurado tem o direito de computar o tempo, desde que sejam feitas as contribuições em atraso devidas. Comprovação da data da filiação: procurar na documentação a data do início da primeira atividade laborativa, pode estar na CTPS, nas GPS, no contrato de trabalho, no contrato social da empresa, no próprio CNIS. - SEGURADOS FACULTATIVOS: é necessária a inscrição e o pagamento da primeira contribuição. A filiação só se confirma com o pagamento da primeira contribuição em DIA. Se for recolhida fora do prazo, a filiação será convalidada no mês da efetivação do pagamento, ou seja, não retroage. Comprovação da data da filiação: A data da filiação é a data do efetivo pagamento da 1ª contribuição. Nesse caso, a filiação será posterior à inscrição (cadastro). Por isso pode verificar no CNIS a data do pagamento. IN 128/2022: art. 10 – a partir de 31 de dezembro de 2008, data da publicação do Decreto nº6.722, os dados constantes do CNIS relativos à atividade, vínculos, remunerações e contribuições valem, a qualquer tempo, como prova de filiação à Previdência Social, tempo de contribuição e salários de contribuição. trabalho do menor de 16 anos. CF proíbe o trabalho do menor de 16 anos, exceto a partir dos 14 anos como aprendiz. Mas e se houve trabalho, houve filiação? A filiação pode existir mesmo quando o trabalho infringiu a CF? STJ: SIM, ainda que ilegalmente contratado, vez que – realizado o trabalho – a filiação é automática. No caso do rural, ainda que com idade inferior aos 14 anos de idade. TNU (turma nacional de uniformização): tema 219: é possível o computo do tempo de serviço rural exercido por pessoa com idade inferior a 12 anos na época da prestação do labor campesino. INSCRIÇÃO: ato formal, administrativo; mero registro em que o segurado ou dependente são cadastrados no Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) A pessoa física é identificada no CNIS pelo NIT (número de identificação do Trabalhador): NIT Previdência, NIT PIS/PASEP/SUS ou pelo NIS (número de identificação social), emitido pela CEF. – (se tem uma dessas inscrições, não precisa se inscrever novamente. Existem situações em que a pessoa tem mais de um NIT, por fazer dois cadastros e isso pode ser prejudicial, nesse caso precisa fazer um requerimento de unificação no INSS. Segurados obrigatórios primeiro vem a filiação depois a inscrição. Segurados facultativos primeiro a inscrição depois a filiação. ✓ EXEMPLO DIDÁTICO: SEGURADO OBRIGATÓRIO: filho biológico “FILIAÇÃO” do bebê biológico é automática. Mesmo antes do registro na certidão de nascimento, ele já é filho dos seus pais. “INSCRIÇÃO” vem depois, quando é feito o registro na certidão de nascimento. SEGURADO FACULTATIVO: filho adotivo “FILIAÇÃO” do bebê adotivo para com seus pais adotivos não é automática. É preciso primeiro passar pelo processo de adoção e haver o registro de que ele é filho dos pais adotivos. “INSCRIÇÃO” vem antes e é necessária para que ocorra a filiação. 8 • Quem é responsável pela inscrição do trabalhador: art. 18 do Decreto 3.048/99, redação do Decreto 10.410/2020. DEPENDE da categoria de segurado. -Empregado: empresa. -Trabalhador avulso: órgão gestor da mão de obra ou sindicato. -Empregado doméstico: empregador doméstico. -Contribuinte individual: depende Se trabalha por contra própria: ato próprio Se trabalha para pessoa jurídica: empresa - Segurado especial: ato próprio. - Dependente: ato próprio. - Facultativo: ato próprio. INSCRIÇÃO DO DEPENDENTE: ocorre no momento do requerimento administrativo do benefício previdenciário, quando serão apresentados os documentos devidos. (não pode ser feita previamente desde 2002) INSCRIÇÃO POST MORTEM: a lei é explícita somente sobre a possibilidade de inscrição post mortem do seguradoespecial (se presentes os pressupostos da filiação). ✓ EXEMPLO 1. Gervásio sempre trabalhou na agricultura em regime de economia familiar. Nunca fez sua inscrição no INSS. Mesmo assim, ele é segurado especial do RGPS. Sua filiação ocorreu com o início da atividade laboral. Sua viúva poderá solicitar a inscrição post mortem como segurado especial para que possa receber pensão por morte. 2. Empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso ou contribuinte individual que presta serviço para pessoa jurídica. Responsabilidade pela inscrição é da empresa. Comprovando a filiação automática, pode ser feita a inscrição após o óbito para assegurar a pensão por morte a seus dependentes. Lindomar era empregado de uma empresa. A empresa nunca declarou à União a existência do segurado nem realizou sua inscrição no RGPS para sonegar o pagamento das contribuições. Como foram preenchidos os pressupostos para filiação de Lindomar, é plenamente possível sua inscrição post mortem, devendo ser paga a pensão por morte aos seus dependentes. 3. Contribuinte individual que trabalha por conta própria e segurado facultativo. A responsabilidade pela inscrição é dele mesmo. Filiação condicionada ao pagamento em dia da contribuição previdenciária. SÚMULA 52 DA TNU: para fins de concessão de pensão por morte, é incabível a regularização do recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual posteriormente a seu óbito, exceto quando as contribuições devam ser arrecadadas por empresa tomadora de serviços. Não vai ser feita a inscrição post mortem. INSCRIÇÃO EM MAIS DE UMA CATEGORIA DE SEGURADO É POSSÍVEL. ✓ EXEMPLO 1) Vínculo empregatício durante o dia (empregado) 2) Aulas particulares à noite (contribuinte individual) Hipóteses proibidas de inscrição concomitante: 1. Facultativo e obrigatório; Nessa situação pode pedir a restituição das contribuições indevidas. 2. Contribuinte individual MEI e empregado doméstico; (art. 24, p. único. da lei 8.212/91) 3. Segurado especial (rural) e outra categoria de segurado obrigatório 9 Exceção: casos autorizados pelo art. 11, §9º da lei 8.213/91) OBS: obrigatório pode virar facultativo? SIM, o segurado obrigatório que deixar de exercer atividade remunerada pode se filiar como facultativo a partir da competência seguinte à da cessação da atividade de filiação obrigatória. OBS²: serviço voluntário gera filiação obrigatória? Não. Serviço voluntário NÃO gera filiação obrigatória ao RGPS (art. 20, §3º do decreto 10.410/2020). OBS³: o cliente estava inscrito como obrigatório de forma indevida? O INSS pode converter eventual inscrição indevida na categoria de segurado obrigatório, realizada após a vigência da lei 8.213/91 em filiação como facultativo no RGPS. → CÁLCULO DAS RENDAS MENSAIS INICIAIS • TIPOS DE CÁLCULOS PREVIDENCIÁRIOS 1. Cálculo do tempo de contribuição 2. Cálculo das rendas mensais iniciais 3. Cálculos de reajuste 4. Cálculos judiciais 5. Cálculo das contribuições em atraso CÁLCULO DO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO O cálculo do tempo de contribuição serve para sabermos quanto tempo o segurado tem, quais regras ele já cumpriu os requisitos e, se ainda não tiver cumprido, conseguimos simular quando ele as cumprirá. • QUANDO UTILIZAR? - Verificação do direito às aposentadorias - Planejamento previdenciário - Possibilidades de revisão • OBSERVAÇÕES? - Reflexões na RMI - Formato: AA MM DD (anos, meses e dias) - Diferença entre datas de início e datas de fim ✓ EXEMPLO 1. EMPRESA DE SEGUANÇA S/A Empregado PPP Início: 06/10/2000 Fim: 06/11/2000 Tipo: especial 25 Fator: 1,40 Anos: 0 Meses: 1 Dias: 13 2. EMPRESA SEGURANÇA LTDA Empregado Início: 14/12/200 Fim: 13/01/2001 Tipo: especial 25 Fator: 1,40 Anos: 0 Meses: 1 Dias 12 3. EMPRESA LTDA ADMINISTRAÇÃO, SERVIÇOS E OBRAS ´ Empregado Início: 05/03/2001 Fim: 18/05/2001 Tipo: normal Fator: 1,00 Anos: 0 Meses: 2 Dias: 14 4. SEGURANÇA LTDA Empregado PPP Início: 02/10/2001 Fim: 31/05/2017 Tipo: especial 25 Fator: 1,40 Anos: 21 Meses: 11 Dias: 5 10 CÁLCULO DAS RENDAS MENSAIS INICIAIS Renda mensal inicial (RMI) é o valor inicial do benefício, ou seja, o valor referente à primeira prestação que será paga. É o valor da DIB (data de início do benefício) que geralmente é a mesma que a DER (data de entrada do requerimento) - RMI e DIB andam juntas! REAFIRMAÇÃO DA DER: é interessante pedir a reafirmação, é pedir ao INSS que se a pessoa não tiver o direito à aposentadoria na data do requerimento, mas cumprir ao decorrer do PA, o INSS conceder mesmo assim. OBS: Renda mensal atual (RMA) Qual regra estava vigente na data da aposentadoria? As regras anteriores continuam valendo. • PARA CALCULAR, É NECESSÁRIO VERIFICAR: - Salários de contribuição; - A DIB (data de início do benefício); - A espécie do benefício (auxílio-doença? Pensão por morte? Aposentadoria?) - Tempo de contribuição (se for necessário) • NA PRÁTICA: - Simular as possibilidades de benefício e comparar os valores, caso seja um trabalho prévio; - Analisar benefícios já concedidos, conferir se está tudo ok e verificar possibilidades de revisões. CÁLCULO DE REAJUSTE Os benefícios pagos pelo INSS são reajustados anualmente. Esse reajuste possui regras próprias que envolvem a aplicação de um índice fixado a cada ano pelo legislador. ATENÇÃO: esse índice não está relacionado ao reajuste do salário-mínimo. • Serve para analisar se o valor recebido atualmente pelo segurado está correto, por meio da verificação dos reajustes – REVISÃO NO REAJUSTE. • Nos cálculos judiciais de valores atrasados, ou seja, quando a pessoa ganha uma ação judicial e faz-se o cálculo do valor total, é necessário observar esses reajustes. CÁLCULOS JUDICIAIS Cálculos específicos que são utilizados na via judicial, como, por exemplo, cálculo do valor da causa, valores de liquidação de sentença e atualização de pagamentos judiciais. Dentro dos processos judiciais, também utilizamos os cálculos do tempo de contribuição, renda mensal inicial e reajustes para chegar aos resultados finais. • VALOR DA CAUSA Art. 292, CPC – o valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (...) §1º quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras. §2º o valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 ano, e se por tempo inferior, será igual à soma das prestações. Como calcular: Vencidas + vincendas = valor da causa. Vencidas: 1) Calcular a RMI e definir a DIB 2) Reajustar o valor da RMI para cada ano 3) Verificar a ocorrência de prescrição 11 Lei 8.213/91, art. 103, P.U – prescreve em cinco anos, a contar da data em que deveriam ter sido pagas, toda e qualquer ação para haver prestações vencidas ou quaisquer restituições ou diferenças devidas pela Previdência Social, salvo direito dos menores, incapazes e ausentes, na forma do CC. 4) Corrigir monetariamente cada parcela 5) Somar todas as parcelas Vincendas: 1) Multiplicar o valor atual do benefício que o cliente deveria estar recebendo por 12. • LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Incidência de correção monetária dos valores devidos (IPCA-E, INPC, etc) e juros de mora 0,5%, 1% am). ✓ EXEMPLO Nome do cálculo Liquidação Data do ajuizamento 03/09/2010 Data de início dos jurus (termo inicial) 18/10/2010 Taxa de jurus ao mês 0.5% até 01/2003; 1% até 07/2009; 0,5% após 07/2009 Tem honorários sucumbenciais? Sim Data da decisão para honorários sucumbenciais 26/05/2017 Percentual dos honorários sucumbenciais 10%Como fazer com os benefícios recebidos no cálculo dos honorários sucumbenciais? Sem descontar os valores recebidos por tutela antecipada Data base do cálculo (termo final) 09/08/2019 Índice de correção monetária das parcelas Manual de cálculos (IGPDI até 2006, INPC depois) CÁLCULO DE CONTRIBUIÇÕES EM ATRASO É o cálculo aplicado para verificar o valor das contribuições a serem pagas em atraso, quando o contribuinte individual não efetuou a contribuição no período correto, mas deseja que esse tempo seja contabilizado para fins de benefício. Regras específicas no que se refere à necessidade de comprovação. → ENTENDENDO O CNIS O CNIS é o cadastro nacional de informações é um banco de dados informatizado do INSS com todos os vínculos trabalhistas e previdenciários do trabalhador. Também é chamado de extrato previdenciário. Foi criado em 1989 por meio do Decreto 97.936/89. Contém informações como os vínculos de trabalho, nome do empregador, período trabalhado, remuneração recebida, contribuições realizadas em Guia da Previdência Social (GPS), entre outros. • FUNDAMENTAÇÃO LEGAL 1. Decreto 97.936/89 2. Lei 8.212/91 3. Decreto 3.048/99 4. Lei complementar 128/08 5. Decreto 6.722/08 6. Instrução normativa 77/2015 7. Decreto n. 10.047/19 • DADOS CONSTANTES NO CNIS Nome | NIT |CPF | nome da mãe | data de nascimento | categoria | tipo de filiação | vínculos empregatícios | salários de contribuição | recolhimentos | pedido ou recebimento de benefício | indicadores | pendências a serem corrigidas. • ESPÉCIES DE CNIS 12 1. CNIS somente vínculos: não tem salário de contribuição e remuneração. 2. CNIS com vínculos e remunerações: possui mais informações. Possuem 3 colunas, cuja leitura é feita na horizontal. 3. CNIS com relação de salários de contribuição: contribuições para o contribuinte individual. São apenas 2 colunas também lidas horizontalmente. Lei 8.213/91 Art. 29 – A. O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de cálculo do salário-de-benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribuição e relação de emprego. Decreto 3.048 Art. 19. Os dados constantes do Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS relativos a vínculos, remunerações e contribuições valem como prova de filiação à previdência social, tempo de contribuição e salários-de- contribuição. IN 77/15 Art. 58. A partir de 31 de dezembro de 2008, data da publicação do Decreto n. 6722, de 30 de dezembro de 2008, os dados constantes do CNIS relativos a atividade, vínculos, remunerações e contribuições valem, a qualquer tempo, como prova de filiação à Previdência Social, tempo de contribuição e salários de contribuição. IN 77/15 Art. 58, §1º - não constando do CNIS informações relativas a atividade, vínculos, remunerações e contribuições, ou havendo dúvida sobre a regularidade desses dados, essas informações somente serão incluídas, alteradas, ratificadas ou excluídas mediante a apresentação, pelo filiado, da documentação comprobatória solicitada pelo INSS, conforme o disposto nesta IN. Art. 170 – serão utilizadas, a qualquer tempo, as remunerações ou as contribuições constantes no CNIS para fins de formação do PBC e de apuração do salário de benefício. • CNIS INCOMPLETO É essencial analisar o CNIS para identificar possíveis lacunas e informações incompletas, uma vez que os dados do CNIS serão utilizados para fins de Cálculos. Nos meses em que não constar o salário de contribuição, será considerado um salário-mínimo. IN 77/2015. Art. 170. §1º § 1º Não constando no CNIS as informações sobre contribuições ou remunerações, ao ser formado o PBC, deverá ser observado: I- para o segurado empregado e trabalhador avulso, nos meses correspondentes ao PBC em que existir vínculo e não existir remuneração, será considerado o valor do salário-mínimo, podendo solicitar revisão do valor do benefício com a comprovação do valor das remunerações faltantes, observado o prazo decadencial; III - para os demais segurados, os salários de contribuição referentes aos meses de contribuições efetivamente recolhidas. • CNIS COM INDICADORES Tem o propósito de informar peculiaridades dos períodos de contribuição que normalmente precisam de alguma informação. EX. PRPPS (período de regime próprio) ERROS NO CNIS 13 Art. 681. Os dados constantes do CNIS relativos a vínculos, remunerações e contribuições valem como prova de filiação à Previdência Social, tempo de contribuição e salários de contribuição, salvo comprovação de erro ou fraude. Art. 682. A comprovação dos dados divergentes, extemporâneos ou não constantes no CNIS cabe ao requerente. Ônus da prova - Erro: segurado ou dependente - Fraude: INSS Apresentar documentos para esclarecer e eliminar a divergência. COMO RETIRAR O CNIS Site: meu.inss.gov.br Para fazer o cadastro coloque o e-mail e o celular do escritório. Exemplo de senha: Cliente: João Maria José Senha: Jmj-1965 → ANÁLISE DO CNIS O que ter em mãos • CNIS • Ficha de atendimento (informações básicas, nome, CPF, data de nascimento, nome da mãe) • Todas as CTPS (deve estar válida, sem rasuras, prestar atenção na data de emissão) • Todos os carnês de pagamento • PPP • Extrato analítico do FGTS • Outros documentos • COMO OBTER O EXTRATO DO FGTS Pelo aplicativo “FGTS” Em uma agência da Caixa Econômica Federal - Para a análise, podemos usar o extrato do aplicativo. Porém, no momento do requerimento, é necessário apresentar o extrato ANALÍTICO (obtido na CEF) assinado e carimbado pelo funcionário da caixa. • MICROFICHAS As contribuições anteriores a janeiro de 1985 podem não estar no CNIS. Estão registradas nas microfichas. São relatórios de extratos de recolhimento de contribuições vertidas por contribuintes individuais à época do extinto INPS, documentos estes que passaram a constar, em imagem, da inscrição do segurado no CNIS e são pertinentes a um período global de diversos contribuintes. Será necessário requerer ao INSS, porque o segurado não possui as microfichas. COMO FAZER A ANÁLISE DO CNIS 1) VERIFICAR AS INFORMAÇÕES DE CADASTRO - Data de nascimento - Nome da Mãe - CPF - Número no NIT 2) VERIFICAR OS VÍNCULOS - Nome da Empresa - Data de início - Data de fim 3) CONFERIR TODAS AS CONTRIBUIÇÕES - Meses sem remuneração? - Verificação de 3 em 3 4) VERIFICAR OS INDICADORES CONSTANTES NO CNIS - O significado de cada indicador está no final 14 • DOCUMENTOS COMPROBATÓRIOS Art. 10. Observado o disposto no art. 58, a comprovação do vínculo e das remunerações do empregado urbano ou rural, far-se-á por um dos seguintes documentos: I - da comprovação do vínculo empregatício: a) Carteira Profissional - CP ou Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS; b) original ou cópia autenticada da Ficha de Registro de Empregados ou do Livro de Registro de Empregados, onde conste o referido registro do trabalhador acompanhada de declaração fornecida pela empresa, devidamente assinada e identificada por seu responsável; c)contrato individual de trabalho; d) acordo coletivo de trabalho, desde que caracterize o trabalhador como signatário e comprove seu registro na respectiva Delegacia Regional do Trabalho - DRT; e) termo de rescisão contratual ou comprovante de recebimento do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço - FGTS; f) extrato analítico de conta vinculada do FGTS, carimbado e assinado por empregado da Caixa, desde que constem dados do empregador, data de admissão, data de rescisão, datas dos depósitos e atualizações monetárias do saldo,ou seja, dados que remetam ao período em que se quer comprovar; g) recibos de pagamento contemporâneos ao fato alegado, com a necessária identificação do empregador e do empregado; h) declaração fornecida pela empresa, devidamente assinada e identificada por seu responsável acompanhada de cópia autenticada do cartão, livro ou folha de ponto; ou i) outros documentos contemporâneos que possam vir a comprovar o exercício de atividade junto à empresa; II - da comprovação das remunerações: a) contracheque ou recibo de pagamento contemporâneo ao período que se pretende comprovar, com a identificação do empregador e do empregado; b) ficha financeira; c) anotações contemporâneas acerca das alterações de remuneração constantes da CP ou da CTPS com anuência do filiado;ou d) original ou cópia autenticada da folha do Livro de Registro de Empregados ou da Ficha de Registro de Empregados, onde conste a anotação do nome do respectivo filiado, bem como das anotações de remunerações, com a anuência do filiado e acompanhada de declaração fornecida pela empresa, devidamente assinada e identificada por seu responsável. ACERTO DO CNIS DECRETO 348 – ART. 19, §1º. PORTARIA 123/2020 Art. 3º Os requerimentos dos serviços abaixo foram alterados para possibilitar a solicitação via Central 135 e via APS. I. SOLICITAR CÁLCULO DE PERÍODO DECADENTE; II. SOLICITAR CÁLCULO DE COMPLEMENTAÇÃO; III. SOLICITAR RETROAÇÃO DA DATA DO INÍCIO DA CONTRIBUIÇÃO – DIC IV. SOLICITAR ALTERAÇÃO DE CÓDIGO DE PAGAMENTO V. ATUALIZAR VÍNCULOS E REMUNERAÇÕES E VI. SOLICITAR ALTA A PEDIDO. 1º PASSO: Ligar no 135, falar com o servidor que vai abrir o protocolo, aí aparece no MEU INSS. 2º PASSO: Entrar no MEU INSS do cliente, escrever “AGENDAMENTOS” no campo de busca do meu INSS. 3º PASSO: Encontrar o protocolo criado pelo atendente 4º PASSO: Anexar a documentação devida DOCUMENTAÇÃO Carteira da OAB Termo de representação Procuração Documento pessoal do cliente Comprovante de residência Documentos comprobatórios do pedido Requerimento administrativo FORMULÁRIO RAC O acerto pode ser feito a qualquer tempo. 15 Se não conseguir com a ligação que o servidor abra o protocolo, abra reclamação na ouvidoria. → REFORMA DA PREVIDÊNCIA E O DIREITO ADQUIRIDO NA EX 103/2019 No direito previdenciário rege o “tempus regit actum” aplica-se a lei vigente na DATA DA OCORRÊNCIA do fato ensejador da cobertura pela Seguridade Social. - As leis antigas não morreram. • VIGÊNCIA DA EC 103/2019, DIREITO ADQUIRIDO E EXPECTATIVA DE DIREITO Promulgação: 12/11/2019 Vigência: 13/11/2019 Exceções: incisos I e II do art. 36. Art. 3º A concessão de aposentadoria ao servidor público federal vinculado a regime próprio de previdência social e ao segurado do Regime Geral de Previdência Social e de pensão por morte aos respectivos dependentes será assegurada, a qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos os requisitos para obtenção desses benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, observados os critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos os requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por morte. § 2º Os proventos de aposentadoria devidos ao segurado a que se refere o caput e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão apurados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela estabelecidos para a concessão desses benefícios. As garantias previdenciárias são incorporadas ao patrimônio jurídico da pessoa aos poucos – natureza gradual Cada contribuição, o segurado está mais perto de obter o direito a aposentadoria, por exemplo. Por isso, o segurado não tem direito adquirido às regras atuais logo que se filia ao sistema. Somente conquista direito adquirido quando cumprir todos os requisitos do benefício. DIREITO ADQUIRIDO EXPECTATIVA DE DIREITO É aquele que já foi incorporado ao patrimônio jurídico da pessoa e está protegido pelo art. 5º da CF. XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Ainda não foi consumado. Seu titular está protegido de futuras mudanças legislativas que regulem a matéria em questão, porque tal direito já se encontra incorporado ao patrimônio jurídico. Logo, o segurado que já tiver cumprido os requisitos para se aposentar pelas regras anteriores à EC 13/11/2019 tem direito adquirido aos benefícios pelas regras antigas. Significa que um direito que está próximo de se concretizar, porém ainda não existe porque não foram cumpridos todos os requisitos exigidos pela lei. As chamadas expectativas de direito seriam situações em que não há direito algum, já que pendentes de consumação os requisitos básicos à sua existência. A expectativa, por mais legítima que possa ser, não tem garantia contra a lei nova. ✓ EXEMPLO Antes da EC 103/2019, era garantida a aposentadoria por tempo de contribuição após 35 anos. O Sr. Carlos tinha 56 anos na data da promulgação da reforma, já havia trabalhado 36 anos e ainda não tinha se aposentado. Ele tem direito adquirido? SIM. Antes da EC 103/2019, era garantida a aposentadoria por tempo de contribuição após 35 anos. O Sr. Paulo havia trabalhado apenas 34 anos da data da publicação da EC, que estipulou uma nova regra na qual a 16 concessão da aposentadoria só ocorrerá aos 65 anos de idade e 20 anos de contribuição. Ele tem direito adquirido? NÃO, ele só tinha expectativa de direito e não cumpriu os requisitos. DIREITO ADQUIRIDO X DER A data relevante é a data do cumprimento de todas as condições para o benefício previdenciário, ou do óbito, no caso da pensão por morte. Não importa a DER (data de entrada do requerimento) Não importa a data da comprovação que o direito existe. Data do direito adquirido é diferente da DER que é diferente da DIP. - Se a pessoa requereu o benefício 01/03/2020 (DER) e já tinha cumprido os requisitos em 13/11/2019, receberá a partir de 01/03/2020. É vedado o aproveitamento de regras de um regime combinadas com regras de outros. Nos casos em que a nova regra for mais VANTAJOSA, é possível renunciar o direito adquirido. → HISTÓRIA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL E ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS No Brasil, o Seguro Social hoje é administrado pelo Estado, mas surgiu graças à iniciativa dos trabalhadores. Nas primeiras décadas do século XX, empregados de uma mesma empresa, sem a participação do Poder Público, instituíram fundos de auxílio mútuo. - 1ª ingerência do Estado no Sistema Previdenciário: Decreto 4.682/1923, conhecido como Lei Eloy Chaves. A lei instituiu a Caixa de Aposentadorias e Pensões para empregados de empresas ferroviárias, em 1923. As caixas de aposentadorias e pensões expandiram-se para outras categorias funcionais assalariadas, chegando a serem instaladas cerca de 180 caixas de aposentadorias no Brasil. - Em 1960 foi promulgada a Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS) lei 3.800/1960, instituindo um sistema previdenciário único para todos os trabalhadores do setor privado, por meio da unificação da legislação que regia os IAPs e da eliminação das disparidades quanto ao valor e tipos de benefícios existentes entre eles. Posteriormente, o decreto lei 72/196, consolidou a unificação do sistema previdenciário, com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social – INPS. - Nos anos 70, foram instituídos novos tipos de benefícios previdenciários, como o salário-família e o salário-maternidade criado um benefício de natureza assistencial, e incluída no sistema categorias que antes não tinham nenhuma cobertura, como jogadores de futebol, autônomos e temporários, domésticos e trabalhadores rurais. - Em 1988,tivemos a promulgação da nova CF, que integram a previdência, a saúde e a assistência. - INSS foi criado em 27 de julho de 1990. 17 Regras dos Benefícios Previdenciários APOSENTADORIAS PROGRAMÁVEIS São as aposentadorias voluntárias: a aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição (extinta pela EC 103/2019), aposentadoria especial e a aposentadoria destinada aos segurados com deficiência. - Garantia constitucional: art. 201 da CF. De acordo com o art. 181-B do Decreto 3.048/99, as aposentadorias por idade, tempo de contribuição e especial são irreversíveis e irrenunciáveis. • APOSENTADORIA E TRABALHO A aposentadoria NÃO impede o exercício da atividade. O aposentado continuará recebendo a aposentadoria integralmente. - Exceções: incapacidade permanente - No caso da aposentadoria especial, o segurado é impedido de exercer atividades que o sujeitem aos agentes nocivos, sob pena de cancelamento automático do benefício (art. 57, §8º da Lei 8213/91) - O aposentado pelo RGPS que permanecer em atividade sujeita a este Regime ou a ele retornar, não fará jus a mais nenhuma prestação da Previdência Social em decorrência dessa atividade, com exceção do salário-família, reabilitação profissional, quando empregado, e salário-maternidade (art. 18, §2º, da Lei 8213/91 e art. 103 do Decreto 3048/99). → APOSENTADORIA POR IDADE (CÓDIGO INSS: B-41) CARÊNCIA: 20 anos de contribuição (homens) 15 anos de contribuição (mulheres) Antes da EC 103/2019, eram exigidas 180 contribuições para homens e mulheres, regra que foi mantida para quem já era filiado ao sistema da data da publicação da Emenda. Segurados inscritos antes de 24/07/1991: tabela progressiva do art. 142 da Lei 8.213/91 CARÊNCIA CONGELADA: para efeito de aposentadoria urbana por idade, a tabela progressiva prevista no art. 142 da Lei 8.213/91 deve ser aplicada em função do ano em que o segurado completa a idade mínima para concessão do benefício, ainda que o período de carência só seja preenchido posteriormente. - EXEMPLO: Osvaldo completou 65 anos em 2008. Em dezembro de 2008 tinha 150 meses de carência. Quantos meses deverá cumprir? Exemplo a carência é 168 em 2008. Ainda falta 12, mesmo que passe para o ano de 2009, ele só precisará das 12 mesmo assim. Benefício por incapacidade, desde que intercalado com períodos de contribuição, pode ser utilizado como carência para fins de aposentadoria por idade (Súmula 73 da TNU) O tempo mínimo de contribuição da aposentadoria por idade não faz parte das regras permanentes da constituição e pode ser alterado a qualquer momento por lei ordinária ou até por medida provisória. 18 REQUISITOS: HOMENS ATUALMENTE ANTES DA EC 103/2019 Idade: 65 anos idade: 65 anos Tempo de contribuição: 15 anos para quem era afiliado até a EC 103/2019; 20 anos para novos segurados. Tempo de contribuição: 15 anos de tempo de contribuição. MULHERES ATUALMENTE ANTES DA EC 103/2019 Idade: 62 anos idade: 60 anos Tempo de contribuição: 15 anos de tempo de contribuição. Tempo de contribuição: 15 anos de tempo de contribuição. TRABALHADORES RURAIS Idade: 60 anos (homens) e 55 anos (mulheres) Tempo de contribuição de atividade rural: 15 anos. É exigida também a comprovação do exercício de atividade rural. A comprovação é feita pela apresentação dos documentos previstos no art. 106 da Lei de Benefícios. QUALIDADE DE SEGURADO A perda da qualidade de segurado NÃO SERÁ CONSIDERADA PARA A CONCESSÃO DESSE BENEFÍCIO, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício (art. 3º da Lei 10.666/03). ✓ EXEMPLO: Fátima contribuiu de 1995 a 2010 e depois não contribuiu mais. Em 2020, ela completou 62 anos. Poderá se aposentar pela nova regra? Sim. Tem 15 anos de tempo mínimo de carência e completou a idade. Essa regra só vale para o trabalhador urbano. NÃO se aplica ao segurado especial, pois a aposentadoria rural tem requisito adicional específico: o efetivo exercício da atividade rural em período logo antecedente ao requerimento administrativo (arts. 39, I: 48, §2º; e 143, todos da lei 8213/91) - Exceção: casos de direito adquirido, em que o segurado preencheu de forma concomitante os requisitos de carência e idade, embora não tenha requerido sua aposentadoria por idade rural (Tema 642/STJ) • APOSENTADORIA POR IDADE HÍBRIDA Modalidade em que é somado o tempo rural e urbano para o cumprimento da carência. - REGRA APLICADA: regra geral (idade: 65 homens e 62 mulheres), inclusive quanto à carência (20 anos homens e 15 anos mulheres) Tanto os trabalhadores rurais que queiram utilizar o tempo urbano como os trabalhadores urbanos que queiram usar o tempo rural tem direito à aposentadoria híbrida, já que o requisito etário para ambos será o mesmo nesse caso. (tema 1007/STJ) princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios às populações urbanas e rurais. APOSENTADORIA COMPULSÓRIA Pode ser requerida pela empresa, desde que o segurado tenha cumprido a carência. 70 anos de idade para homens 65 anos de idade para mulheres Será garantida ao empregado a indenização prevista na legislação trabalhista, considerada como data da 19 rescisão do contrato de trabalho a imediatamente anterior à do início da aposentadoria. - Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o cumprimento do tempo mínimo de contribuição ao atingir a idade máxima de 75 anos. E se o segurado não tiver cumprido a carência? Vai ser encerrado o vínculo e vai ficar sem carência. • DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO Para o segurado empregado, inclusive o doméstico: a) A partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até essa data ou até noventa dias depois; b) Da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando requerida após 90 dias. Para os demais segurados: a partir da data de entrada do requerimento. • DURAÇÃO E DESISTÊNCIA A duração é indeterminada. Cessa com a morte do segurado, transformando-se em pensão por morte, caso tenha dependentes. Desistência: depois que receber o primeiro pagamento, ou sacar o PIS e/ou o FGTS (o que ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir do benefício (art. 191-b, Decreto 3048/99) As regras gerais da aposentadoria por idade encontram-se no art. 201 da CF (com redação conferida pela EX 103/2019), nos arts. 48 a 51 da Lei 8213/91 e nos arts. 51 a 55 do Decreto 3048/99 → APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO (CÓDIGO INSS: B- 42) A aposentadoria por tempo de contribuição (sem exigência de idade mínima) foi extinta pela EC 103/2019, mas possui previsão nas regras de transição. Argumento de déficit do sistema, pois a média das aposentadorias estava em 54 anos. REQUISITOS: Até a entrada em vigor da EC 103/2019 HOMEM: 35 anos de contribuição + carência de 180 meses; MULHER: 30 anos de contribuição + carência de 180 meses; PROFESSORES: (na educação infantil e no ensino fundamental e médio): 5 anos a menos no período de contribuição. 30 anos para homens e mulheres 25 anos. • APOSENTADORIA PROPORCIONAL Existia uma regra de transição opcional pela EC 20/1988, a aposentadoria proporcional, que foi revogada pela EC 103/2019. O segurado que em 16/12/1998 não havia completado o tempo mínimo exigido para aposentadoria por tempo de contribuição, tinha direito a aposentadoria proporcional, desdeque cumprida a carência e os seguintes requisitos de forma cumulativa: IDADE: 53 anos para homens e 48 mulheres. TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO: 30 anos para homens e 25 mulheres. TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO ADICIONAL: equivalente a 40% do tempo que, em 16/12/1998, faltava para atingir o limite de contribuição. 20 Quando mais vantajoso, os segurados podiam optar pelas regras permanentes alteradas pela EC 20/1998, quais sejam: HOMEM: 35 anos de tempo de contribuição. MULHER: 30 anos de tempo de contribuição. Ambos sem idade mínima (art. 90 da EC 20/1998) • BENEFICIÁRIOS Todos os segurados do RGPS. - EXCEÇÕES: segurado especial, contribuintes individuais e segurados facultativos com contribuição reduzida, microempreendedor individual (MEI) O segurado especial faria jus se optar por efetuar contribuições mensais, de forma voluntária. O contribuinte individual, o microempreendedor individual e o segurado facultativo (inclusive a dona de casa de baixa renda) que optassem pela contribuição reduzida não faziam jus à aposentadoria por tempo de contribuição, salvo se complementassem as contribuições feitas em alíquota menor que a regra geral. • CARÊNCIA 180 contribuições mensais para os segurados inscritos após 24/07/1991; - Tabela progressiva do art. 142 da Lei n. 8213/91: para os segurados inscritos antes de 24/07/1991. • QUALIDADE DE SEGURADO A perda da qualidade de segurado na data do requerimento não era considerada, desde que já implementados todos os requisitos para a concessão do benefício. • DATA DE INÍCIO DO BENEFÍCIO - Segurado empregado: a) a partir da data do desligamento do emprego, quando requerida até esta data; b) da data do requerimento, quando não houver desligamento do emprego ou quando requerida após 90 dias. - Para os demais segurados: a partir da data da entrada do requerimento. • DESISTÊNCIA É irreversível e irrenunciável. - Depois que receber o primeiro pagamento, ou sacar o PIS e/ou FGTS (o que ocorrer primeiro), o segurado não poderá desistir do benefício (art. 181-B Decreto 3048/99) - O STF, ao julgar a repercussão geral que tratou da desaposentação, fixou a tese de que por ausência de norma legal não é possível a renúncia da aposentadoria para a concessão de outra mais vantajosa, sendo constitucional a regra do art. 18, p. 20 da lei 8213/91. (Tema 503 – RE 661.256/SC) • DURAÇÃO Indeterminada. Cessa com a morte do segurado, quando o benefício é transformado em pensão por morte, caso existam dependentes previdenciários. • REGRA DO MELHOR BENEFÍCIO Se mais vantajoso, fica assegurado o direito à aposentadoria, nas condições legalmente previstas na data do cumprimento de todos os requisitos necessários à obtenção do benefício, ao segurado que, tendo completado trinta e cinco anos de serviço, se homem, ou trinta anos, se mulher, optou por permanecer em atividade (art. 122 da lei 8213/1991) 21 Enunciado nº 5 do CRPS “a Previdência Social deve conceder o melhor benefício a que o segurado fizer jus, cabendo ao servidor orientá-lo nesse sentido”. As regras gerais da aposentadoria por tempo de contribuição encontram-se no art. 201 da CF, na EC 20/1998, nos arts. 52 a 56 da Lei 8213/91 e nos arts. 56 a 63 do Decreto 3048/99 → REGRAS DE TRANSIÇÃO DA EC 103/2019 A EC 103/2019 trouxe 5 regras de transição, são elas: 1. Sistema de pontos; 2. Tempo de contribuição + idade mínima; 3. Pedágio de 50% + fator previdenciário; 4. Idade e tempo de contribuição; 5. Pedágio de 100%. 1. SISTEMA DE PONTOS Prevista no art. 15 da EC 103/2019, essa regra de transição assegura o direito a aposentadoria quando preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: I. 30 (trinta) anos de contribuição se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e II. Somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 86 (oitenta e seis) pontos, se mulher e 96 (noventa e seis) pontos, se homem. A partir de janeiro de 2020, a pontuação que em 2019 era 86/96 passou a ser 87/97 e será acrescida de um ponto a cada ano para homem e para a mulher, até atingir o limite de 100 pontos no caso das mulheres (o que acontecerá em 2033) e de 105 pontos para os homens (o que acontecerá em 2028). 2. TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO + IDADE MÍNIMA Prevista no art. 16 da EC 103/2019, essa regra de transição assegura o direito a aposentadoria quando preenchidos, cumulativamente, os requisitos: I. 30 (trinta) anos de contribuição se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e II. Idade de 56 (cinqüenta e seis) anos, se mulher, e 61 (sessenta e um) anos, se homem. Em janeiro de 2020, a idade foi acrescida de seis meses, e assim será a cada ano, até atingir 62 anos de idade, se mulher (o que ocorrerá em 2031), e 65 anos de idade, se homem (o que ocorrerá em 2027). Ou seja, em 12 anos acabará a transição para as mulheres, e em 8 anos para os homens. 3. PEDÁGIO DE 50% + FATOR PREVIDENCIÁRIO Previsto no art. 17 da EC 103/2019, essa regra de transição assegura o direito a aposentadoria quando preenchidos, cumulativamente, os requisitos: I. 30 (trinta) anos de contribuição se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e II. Cumprimento do período adicional correspondente a 50% (cinquenta por cento) do tempo que, na data de entrada em vigor da EC 103/2019, faltava para atingir 30 (trinta) anos de contribuição, se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem. SÓ PODE SER ENQUADRADO NESTA REGRA, QUEM NA DATA DA PROMULGAÇÃO DA EMENDA FALTAVA 2 ANOS PARA SE APOSENTAR. EX. faltava um ano para uma pessoa aposentar, então ela cumpre esse um ano + 6 meses de pedágio. HOMEM Tempo de contribuição até a reforma Tempo de contribuição faltante Pedágio 50% Tempo total 33 anos 2 anos 1 ano 36 anos 34 anos 1 ano 6 meses 35 anos e 6 meses MULHER Tempo de contribuição até a reforma Tempo de contribuição faltante Pedágio 50% Tempo total 28 anos 2 anos 1 ano 31 anos 29 anos 1 ano 6 meses 30 anos e 6 meses 22 O problema dessa regra de transição é o cálculo, porque ao contrário das demais regras de transição, nessa incidirá o fator previdenciário, o que pode acabar resultando em perda significativa para os segurados que estavam perto de preencher os requisitos da aposentadoria. Isso será tratado no Módulo de Cálculo da Renda Mensal Inicial. 4. IDADE E TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO Prevista no art. 18 da EC 103/2019, essa regra de transição assegura o direito a aposentadoria quando preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: I. 60 (sessenta) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem; e II. 15 (quinze) anos de contribuição, para ambos os sexos. A partir de 1º de janeiro de 2020, a idade de 60 anos da mulher foi acrescida em seis meses, o que acontecerá a cada ano, até atingir 62 anos de idade (o que ocorrerá em 2023). Para os homens, a idade mínima continua a mesma de antes da Reforma, que é de 65 anos. O tempo mínimo de contribuição foi mantido para ambos os sexos em 15 anos. 5. PEDÁGIO DE 100% Prevista no art. 20 da EC 103/2019, essa regra de transição assegura o direito a aposentadoria quando preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: I. 57 (cinquenta e sete) anos de idade, se mulher, e 60(sessenta) anos de idade, se homem; e II. 30 (trinta) anos de contribuição se mulher, e 35 (trinta e cinco) anos de contribuição, se homem; e III. Período adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data de entrada em vigor da EC 103/2019, faltava para atingir o tempo mínimo de contribuição referido no inciso II (pedágio de 100% do tempo faltante). A vantagem dessa regra é a regrade cálculo desse benefício, que será 100% do salário de benefício, o que não ocorre nas demais hipóteses. Nos casos em que puder ser aplicada, principalmente para os segurados que não faltam muito tempo para se aposentar, geralmente acaba sendo mais benéfica. IDADE MÍNIMA TEMPO DE CONTRI PEDÁGIO 100% HOMEM 60 anos 35 anos Ex. 30 anos de TC + 5 anos (faltante) + 5 anos (pedágio) Tempo: 40 anos. MULHER 57 anos 30 anos 27 anos de TC + 3 anos faltante + 3 anos pedágio. Tempo: 33 anos. ✓ EXEMPLO – REGRA 1 (PONTOS) LUCIANA Em 2019: (86 pontos) 56 anos de idade + 29 anos de TC = 85 pontos Em 2020: (87 pontos) 57 anos de idade + 30 anos de TC = 87 pontos - EM 2020 ELA PODE SE ENQUADRAR NA REGRA DE PONTOS. ✓ EXEMPLO – REGRA 2 (IDADE MÍNIMA) LUCIANA Em 2019: (56 anos + 30 TC) 56 anos de idade + 29 anos de TC Em 2020: (56,5 anos + 30 TC) 57 nos de idade + 30 de TC - EM 2020 ELA PODE SE ENQUADRAR NA REGRA DE PONTOS. 23 ✓ EXEMPLO – REGRA 3 (PEDÁGIO DE 50%) LUCIANA Em 2019: (pedágio 50%) idade irrelevante 29 anos de TC Faltava 1 ano na data da EC 103/2019 Terá que cumprir 1 ano + 6 meses (50%) - APOSENTATÁ COM 30 ANOS E 6 MESES DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ✓ EXEMPLO – REGRA 4 (IDADE E TC) LUCIANA Em 2019: (60 ANOS + 15 TC) 56 anos de idade + 29 de TC - NÃO SE ENQUADRA NESSA REGRA, POIS NÃO COMPLETARÁ 62 ANOS ATÉ 2023, EMBORA JÁ TENHA O TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO MÍNIMO. ✓ EXEMPLO – REGRA 5 (PEDÁGIO 100%) LUCIANA Em 2019: (57 anos + 30 TC + pedágio 100%) 56 anos de idade + 29 anos de TC Faltava 1 ano na data da EC 103/2019 - TERÁ QUE CUMPRIR 2 ANOS (100%) Em 2020: (57 anos + 30 TC + pedágio 100%) - FALTA CUMPRIR O PEDÁGIO Em 2021: (57 anos + 30 TC + pedágio 100%) - CUMPRIRÁ O PEDÁGIO E PODERÁ SE APOSENTAR POR ESSA REGRA. → APOSENTADORIA DO PROFESSOR Tem direito à aposentadoria do professor aqueles que comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio. 30 anos ao professor; 25 anos à professora. Professores universitários estão excluídos e seguem a regra geral de 30 e 35 anos de contribuição. FUNÇÕES DE MAGISTÉRIO: “São consideradas funções de magistério as exercidas por professores e especialistas em educação no desempenho de atividades educativas, quando exercidas em estabelecimento de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas, além do exercício da docência, as de direção de unidade escolar e as de coordenação e assessoramento pedagógico”. (Lei 11.301/2006) AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE MANEJADA CONTRA O ART. 1º DA LEI FEDERAL 11.301/2006, QUE ACRESCENTOU O § 2º AO ART. 67 DA LEI 9.394/1996. CARREIRA DE MAGISTÉRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL PARA OS EXERCENTES DE FUNÇÕES DE DIREÇÃO, COORDENAÇÃO E ASSESSORAMENTO PEDAGÓGICO. ALEGADA OFENSA AOS ARTS. 40, § 5º , E 201, § 8º , DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. INOCORRÊNCIA. AÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE, COM INTERPRETAÇÃO CONFORME. I - A função de magistério não se circunscreve apenas ao trabalho em sala de aula, abrangendo também a preparação de aulas, a correção de provas, o atendimento aos pais e alunos, a coordenação e o assessoramento pedagógico e, ainda, a direção de unidade escolar. II - As funções de direção, coordenação e assessoramento pedagógico integram a carreira do magistério, desde que exercidos, em estabelecimentos de ensino básico, por professores de carreira, excluídos os especialistas em educação, fazendo jus aqueles que as desempenham ao regime especial de aposentadoria estabelecido nos arts. 40, § 5º , e 201, § 8º , da Constituição Federal. III - Ação direta julgada parcialmente procedente, com interpretação conforme, nos termos supra. (ADI 3.772-2) 24 Para a concessão da aposentadoria especial de que trata o art. 40, § 5º , da Constituição, conta- se o tempo de efetivo exercício, pelo professor, da docência e das atividades de direção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento pedagógico, desde que em estabelecimentos de educação infantil ou de ensino fundamental e médio. (Tema 965/STF) • REQUISITOS DA EC 103/2019 IDADE: redução de 5 anos da regra geral. 60 anos homem; 57 anos mulher. MAGISTÉRIO: 25 aos na função de magistério, tanto para homens, como para mulheres. Primeira vez que é exigida idade mínima. IDADE MÍNIMA TEMPO DE MAGISTÉRIO HOMEM 60 anos 25 anos MULHER 57 anos 25 anos • CONVERSÃO DO TEMPO ESPECIAL EM COMUM Tema 72/STF Tese fixada: “É vedada a conversão de tempo de serviço especial em tempo comum na função de magistério após a EC 18/1981” (ARE 703.550) Ex. se tiver 20 anos de magistério e 10 normal, não pode aposentar especial, só se tiver os 25 anos. Art. 273, III da IN 77/2015 “Professor: a partir da EC 18/1981,não é permitida a conversão do tempo de exercício de magistério para qualquer espécie de benefício, exceto se o segurado implementou todas as condições até 29/06/1981, considerando que a EC retirou esta categoria profissional do quadro anexo ao Decreto 53.831/1964, para incluí- la em legislação especial e específica, que passou a ser regida por legislação própria” . • REGRAS DE TRANSIÇÃO Só vale para quem começou a exercer o magistério até a EC. A EC 103/2019 trouxe 3 regras de transição para a aposentadoria dos professores, são elas: 1. SISTEMA DE PONTOS; 2. TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO + IDADE MÍNIMA 3. PEDÁGIO DE 100% SISTEMA DE PONTOS Prevista no art. 15 §3º da EC 103/2019, tendo por destinatários os professores em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio na data de entrada em vigor da EC, quando preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: I. 25 (vinte e cinco) anos de contribuição se mulher, e 30 (trinta) anos de contribuição, se homem (em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio); e II. Somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equivalente a 81 (oitenta e um) pontos, se mulher, e 91 (noventa e um) pontos, se homem. A partir de janeiro de 2020, a pontuação que em 2019 era 81/91 passou a ser 82/92 e será acrescida de um ponto a cada ano para o homem e para a mulher, até atingir o limite de 92 pontos no caso das mulheres (o que acontecerá em 2030) e de 100 pontos para os homens (o que acontecerá em 2028). TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO + IDADE MÍNIMA Prevista no art. 16 §2º da EC 103/2019, tendo por destinatários os professores em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio na data de entrada em vigor da EC, quando preenchidos, cumulativamente, os 25 seguintes requisitos: I. 25 (vinte e cinco) anos de contribuição se mulher, e 30 (trinta) anos de contribuição, se homem (em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio); II II. Idade de 51 (cinquenta e um) anos, se mulher, e 56 (cinquenta eseis) anos, se homem. Em janeiro de 2020, a idade foi acrescida de seis meses, e assim será a cada ano, até atingir 57 anos de idade, se mulher (o que ocorrerá em 2031), e 60 anos de idade, se homem (o que ocorrerá em 2027). Ou seja, em 12 anos acabará a transição para as mulheres, e em 8 anos para os homens. PEDÁGIO 100% Prevista no art. 20 §1º da EC 103/2019, tendo por destinatários os professores em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio na data de entrada em vigor da EC, quando preenchidos, cumulativamente, os seguintes requisitos: I. 52 (cinquenta e dois) anos de idade, se mulher, e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, se homem; e II. 25 (vinte e cinco)anos de contribuição se mulher, e 30 (trinta) anos de contribuição, se homem; III. Período adicional de contribuição correspondente ao tempo que, na data de entrada em vigor da EC 103/2019, faltava para atingir o tempo mínimo de contribuição referido no inciso II (pedágio de 100% do tempo de magistério faltante). A vantagem dessa regra é a regra de cálculo desse benefício, que será 100% do salário de benefício, o que não ocorre nas demais hipóteses. Nos casos em que puder ser aplicada, principalmente para os segurados que não faltam muito tempo para se aposentar, geralmente acaba sendo mais benéfica. → APOSENTADORIA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (LEI COMPLEMENTAR 142/2013) Surgiu com a EC 47/2005, que deu nova redação ao art. 201, §1º da CF e estabeleceu a necessidade de lei complementar para regular os critérios de concessão. Com o advento da EC 103/2019, foi mantida a possibilidade de lei complementar definir os critérios de idade e tempo de contribuição diferencia dos para aqueles que são portadores de alguma deficiência, porém a novidade é a necessidade de submissão à avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. Art. 201. § 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; Enquanto a nova lei complementar não for aprovada, a aposentadoria da pessoa com deficiência será concedida na forma da Lei Complementar 142/2013, inclusive quanto aos critérios de cálculo dos benefícios (art. 22 da EC 103/2019. A Lei Complementar 142/2013 definiu como pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que podem impedir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas (art. 2º). No mesmo sentido, a Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência). 26 • REQUISITOS a) APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO DEFICIÊNCIA GRAVE: HOMEM: 25 anos de tempo de contribuição. MULHER: 20 anos de tempo de contribuição. DEFICIÊNCIA MODERADA: HOMEM: 29 anos de tempo de contribuição. MULHER: 24 anos de tempo de contribuição. DEFICIÊNCIA LEVE: HOMEM: 33 anos de tempo de contribuição. MULHER: 28 anos de tempo de contribuição. b) APOSENTADORIA POR IDADE HOMEM: 60 anos de idade MULHER: 55 anos de idade Concedida independentemente do grau de deficiência, desde que cumprido o tempo mínimo de contribuição (15 ANOS) e comprovada a existência de deficiência durante igual período. CARÊNCIA HOM MUL EXISTÊNCIA DA DOENÇA GRAU 15 anos 60 idade 55 idade 15 anos Não tem diferenciação • BENEFICIÁRIOS a) APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO SEGURADO ESPECIAL: só é devida caso contribua mensalmente na alíquota de 20% sobre o salário de contribuição. SEGURADOS COM CONTRIBUIÇÃO REDUZIDA (contribuinte individual, MEI, dona de casa de baixa renda): somente é devida em caso de complementação das contribuições pagas para atingir os 20% sobre o salário de contribuição. b) APOSENTADORIA POR IDADE Todos os segurados do RGPS são beneficiários. • CARÊNCIA 180 contribuições mensais. • QUALIDADE DE SEGURADO A perda da qualidade de segurado não será considerada, desde que, na data do requerimento, tenham sido preenchidos todos os requisitos para a concessão do benefício (art. 3º da Lei nº 10.666/2003) • COMPROVAÇÃO DA DEFICIÊNCIA Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. O grau de deficiência será atestado por perícia médica e funcional, mediante instrumentos desenvolvidos para esse fim. • AFERIÇÃO DA DEFICIÊNCIA Para a TNU, a aferição de deficiência deve ser feita de acordo com os critérios de avaliação médica e funcional da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde. Para identificação do grau de deficiência, o segurado deve se submeter à perícia própria do INSS, desde logo ou no momento do requerimento do benefício. Essa avaliação engloba perícia médica e o serviço social, tendo como objetivo examinar o segurado e fixar a data GRAU HOMEM MULHER LEVE 33 anos 28 anos MODERADA 29 anos 24 anos GRAVE 25 ANOS 20 ANOS 27 provável do início da deficiência e o respectivo grau, assim como identificar a ocorrência de variação no grau de deficiência e indicar os respectivos períodos em cada grau. A avaliação biopsicossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, considerará: os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; a limitação no desempenho de atividades; e a restrição de participação. • DEFICIÊNCIA ANTERIOR A existência de deficiência anterior à data da vigência da LC nº 142/2013 deverá ser certificada, inclusive quanto ao grau, por ocasião da primeira avaliação, sendo obrigatória a fixação da data provável do início da deficiência. A comprovação de tempo de contribuição na condição de segurado com deficiência em período anterior à entrada em vigor da LC nº 142/2013 não será admitida por meio de prova exclusivamente testemunhal. Dessa forma, será perfeitamente possível ao segurado utilizar o tempo de contribuição com deficiência anterior a novembro de 2013 e somar com períodos posteriores a essa data para postular a concessão do benefício pretendido. Por exemplo, Viviane é segurada portadora de deficiência moderada que foi contratada em 10/11/2000 com base na cota para deficientes do art. 93 da Lei 8.213/1991. Ela poderá, portanto, requerer a aposentadoria para portadores de deficiência em 10/11/2024. • DEFICIÊNCIA SUPERVENIENTE E ALTERAÇÃO NO GRAU DA DEFICIÊNCIA Se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa com deficiência, ou tiver seu grau de deficiência alterado, os parâmetros mencionados para concessão da aposentadoria serão proporcionalmente ajustados, considerando-se o número de anos em que o segurado exerceu atividade laboral sem deficiência e com deficiência, observado o grau de deficiência correspondente, nos termos do regulamento. ✓ EXEMPLO João contribuiu 17 anos para o RGPS e foi acometido por uma deficiência moderada. Depois disso, trabalhou por mais 15 anos. Certamente ele não poderá se aposentar com 32 anos de contribuição, pois trabalhou apenas 15 anos com deficiência moderada e a redução de 6 anos é para aquele segurado que laborou 29anos integrais com tal deficiência. Qual a solução? De acordo com o Decreto 8.145/2013, será possível converter o tempo trabalhado de duas formas: 1) Conversão do tempo exercido como deficiente para tempo comum, com o fator de conversão positivo de 1,21 (acréscimo de 3anos). Nesse caso, João passa a ter 17 anos comuns + 15 anos como portador de deficiência + 3 anos (conversão do tempo como deficiente em tempo comum), totalizando 35 anos de tempo comum. 2) Conversão do tempo comum em tempo como portador de deficiência, com fator de conversão negativo de 0,83 (redução de 2,89 anos) Nesse caso, João passa a ter 14,11 anos de tempo como portador de deficiência (tempo convertido) + 15 anos de tempo como portador de deficiência, totalizando 29,11 anos de tempo qualificado.
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