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DIREITO PENAL IV - REVISÃO docx

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REVISÃO DE PENAL IV
1) Em que consiste cada um dos delitos abaixo:
➔ Condescendência criminosa: a conduta do funcionário público que, ao tomar
conhecimento de um crime ou de uma tentativa de crime, ajuda, favorece ou facilita
a impunidade do autor do delito. Trata-se de um tipo de cumplicidade em que
alguém, ao invés de denunciar ou tomar medidas para impedir a prática criminosa,
age de forma a colaborar com o infrator ou a evitar as consequências legais do ato.
art. 320, CP - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que
cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao
conhecimento da autoridade competente.
➔ Desacato: ofensa ou desrespeito a um funcionário público no exercício de suas
funções ou em razão delas. Geralmente, está relacionado a condutas que denigrem,
insultam ou menosprezam a autoridade ou a dignidade do servidor público.
Art. 331, CP - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela.
➔ Fraude em certame de interesse público: ações ilícitas realizadas para manipular
os resultados de um processo seletivo, licitação ou concurso público.
Art. 311-A, CP - Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a
outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
I - concurso público;
II - avaliação ou exame públicos;
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei
Modalidade qualificada - Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública
Causa de aumento de pena: se o fato é cometido por funcionário público.
➔ Violação de sigilo funcional**: refere-se à conduta de um servidor público que
revela ou divulga informações sigilosas que lhe foram confiadas em razão do seu
cargo ou função. Esse crime ocorre quando o servidor público quebra o dever de
sigilo que é inerente às informações sensíveis ou confidenciais obtidas no exercício
de suas atribuições..
Art. 325, CP - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
§ 1° Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I - permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer
outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de
dados da Administração Pública;
II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
➔ Advocacia administrativa: Consiste no ato de patrocinar (no sentido de defender,
zelar pelo interesse), direta ou indiretamente, interesse privado perante a
administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário público.
Art. 321, CP - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
pública, valendo-se da qualidade de funcionário
Modalidade qualificada - Se o interesse é ilegítimo
➔ Falsificação de documento público: Refere-se à falsificação, alteração de
documento público.
Art. 297, CP - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento
público verdadeiro.
Causa de aumento de pena: se o fato é cometido por funcionário público.
obs.: a falsificação for grosseira não caracteriza o delito
➔ Falsificação de documento particular: Consiste na falsificação, alteração de
documento particular.
Art. 298, CP - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro.
 Falsificação de cartão: Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o
cartão de crédito ou débito.
➔ Falsidade ideológica: consiste em inserir declaração falsa em documento público
ou particular, ou omitir declaração que deveria constar, com o objetivo de enganar
ou fraudar alguém. Ou seja, é a prática de falsificar informações contidas em
documentos, fazendo com que eles não correspondam à verdade.
Art. 299, CP - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia
constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,
com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente
relevante - exige um especial fim de agir.
Causa de aumento de pena:
1. se o fato é cometido por funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do
cargo ou
2. se a alteração é de assentamento de registro civil.
Observação: A falsidade ideológica difere da falsificação de documento, pois neste crime o
foco está na inserção ou omissão de declarações falsas, enquanto na falsificação de
documento há a criação, alteração ou uso de documentos falsos.
➔ Uso de documento falso: Trata-se da utilização de um documento falso, sabendo
que o mesmo é inautêntico, apenas o porte, sem uso não caracteriza o crime**.
Art. 304, CP - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem
os arts. 297 a 302.
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
➔ Supressão de documento: refere-se à destruição, ocultação ou eliminação de
documento público ou particular verdadeiro que não poderia dispor.
Art. 305, CP - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em
prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor.
➔ Desobediência: Consiste em não cumprir uma ordem legítima de autoridade
pública, desde que essa ordem não seja manifestamente ilegal.
Art. 305, CP - Desobedecer a ordem legal de funcionário público.
➔ Resistência: Refere-se à oposição física ou verbal à atuação legítima de autoridade
ou de seus agentes no exercício de suas funções.
Art. 329, CP - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.
➔ Tráfico de influência: Consiste em solicitar, receber ou aceitar vantagem indevida
para intermediar ou facilitar a obtenção de favores ou benefícios junto a
funcionários públicos.
Art. 332, CP - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público no exercício da
função.
Causa de aumento de pena: se o agente alega ou insinua que a vantagem é também
destinada ao funcionário.
➔ Prevaricação: Envolve a conduta de retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
ato que tem o dever legal de fazer, visando satisfazer interesse pessoal.
Art. 319, CP - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal
➔ Corrupção ativa: Trata-se de oferecer, prometer ou dar vantagem indevida a
funcionário público, com o objetivo de influenciar em seu ato funcional.
Art. 333, CP - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício.
➔ Corrupção passiva: Consiste em solicitar, receber ou aceitar vantagem indevida
por funcionário público, em troca de ato relacionado a sua função.
Art. 317, CP - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem.
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
➔ Concussão: Refere-se à exigência de vantagem indevida por funcionário público,
direta ou indiretamente, em razão de sua função.
Art. 316, CP - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
Excesso de exação (art. 316 §1°): caracteriza-se por:
1. exigir tributo a mais do que o previsto ou exigir tributo indevido
2. exigir tributo devido de forma vexatória ou gravosa, não autorizado em lei.
Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou
gravoso, que a lei não autoriza
obs.: Em ambos os casos, o valor recolhido é repassado aos cofrespúblicos
Concussão Desvio (art. 316 §2°):
Art. 316 § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos.
obs.: Aqui, o funcionário além de receber os valores indevidamente, ainda embolsa
kkkkkkkk diwo
➔ Peculato: Envolve a apropriação ou desvio, por funcionário público, de bem móvel
ou dinheiro público, em benefício próprio ou de terceiros.
Peculato-apropriação e peculato-desvio
Art. 312, CP - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em
proveito próprio ou alheio:
Peculato-furto
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou
alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
➔ Peculato mediante erro de outrem: Consiste na apropriação de dinheiro ou
qualquer outro bem que o funcionário público tem a posse legítima, mas que lhe foi
entregue por erro de outra pessoa.
Art. 313, CP - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo,
recebeu por erro de outrem
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
2) Caracterize todos os tipos de peculato colocando informações quanto às suas
classificações.
O peculato é um crime que envolve a apropriação indevida de dinheiro ou bens
públicos por parte de um funcionário público. Ele pode ocorrer de diferentes formas, cada
uma delas sendo classificada de acordo com as circunstâncias específicas do delito. Aqui
estão os principais tipos de peculato:
Modalidade Conceito
Peculato-apropriação
art. 312, 1a parte
Consiste na apropriação, por parte do funcionário público, de dinheiro,
valor ou bem móvel público que está sob sua guarda, posse ou
administração em razão do cargo que ocupa.
Peculato-desvio
art. 312, 2a parte
Refere-se à conduta do funcionário público que desvia dinheiro, valor ou
bem público para finalidade diversa daquela para a qual foi destinado
para proveito próprio ou alheio.
Peculato-furto
art. 312, §1°
Ocorre quando o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em
proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a
qualidade de funcionário
Peculato mediante erro
de outrem
art. 313
Configura-se quando o funcionário público se aproveita de erro cometido
por outra pessoa para apropriar-se de dinheiro, valor ou bem público
recebido de maneira errônea. Também chamado de peculato estelionato.
Peculato culposo
art. 312, §2°
Ocorre quando o funcionário público, por negligência ou imprudência,
permite que ocorra a apropriação ou o desvio de dinheiro, valor ou bem
público.
Peculato Eletrônico
art 313-A
O agente público, aproveitando-se de sua posição, desvia recursos
públicos através de transações fraudulentas, manipulações de dados ou
qualquer outra forma de acesso indevido a sistemas eletrônicos. Essas
ações podem ser realizadas com o objetivo de obter vantagens pessoais,
transferir recursos para terceiros ou alterar registros e informações para
encobrir a fraude.
Cada um desses tipos de peculato pode ter suas próprias especificidades e
consequências legais, variando de acordo com a legislação do país em que o crime é
cometido. É importante ressaltar que o peculato é uma conduta criminosa grave que
envolve o uso indevido de recursos públicos, resultando em prejuízo para a sociedade e
violando a confiança depositada no funcionário público.
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
3) Qual a diferença entre o crime de peculato e o de apropriação indébita?
O crime de peculato e o crime de apropriação indébita são ambos delitos
relacionados à apropriação indevida de bens ou valores, mas apresentam algumas
diferenças significativas:
Crime Peculato Apropriação Indébita
Previsão
Legal
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário
público de dinheiro, valor ou qualquer
outro bem móvel, público ou particular, de
que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia
móvel, de que tem a posse ou a
detenção
Sujeito Ativo É cometido por funcionário público no
exercício de suas funções ou em razão
delas
Pode ser cometida por qualquer
pessoa, não se restringindo a
funcionários públicos.
Objeto Requer que o bem ou valor apropriado
seja público, ou seja, pertencente ao
Estado ou a entidades públicas.
Envolve a apropriação indevida de bens
ou valores que foram confiados à
pessoa de forma legítima, ou seja, não
necessariamente são bens ou valores
públicos.
Observações Inclui diversas modalidades, como
peculato-apropriação, peculato-desvio,
peculato-furto, peculato mediante erro de
outrem, entre outras.
O sujeito ativo do crime é alguém que
recebeu o bem ou valor para uma
finalidade específica, mas se apropria
dele em benefício próprio, deixando de
devolvê-lo ou utilizá-lo de acordo com o
combinado
Em resumo, a principal diferença entre peculato e apropriação indébita reside no
fato de que o peculato é um crime específico cometido por funcionário público no
contexto de seu cargo, envolvendo apropriação indevida de bens ou valores públicos. Já a
apropriação indébita é um crime mais amplo, podendo ser cometido por qualquer pessoa
e abrangendo a apropriação indevida de bens ou valores que foram confiados a ela,
mesmo que não sejam bens ou valores públicos.
4) De que outra forma o peculato mediante erro de outrem é conhecido?
É também chamado de peculato-estelionato.
5) Caracterize os delitos abaixo:
a) Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento:
Art. 314. Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão do
cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente
b) Emprego irregular de verbas públicas:
Art. 315, CP - Dar, às verbas ou rendas públicas, aplicação diversa da estabelecida em lei
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
c) Facilitação de contrabando e descaminho: ocorre quando um agente público,
infringindo um dever funcional, auxilia, permite ou colabora ativamente na prática
dessas atividades ilícitas.
É o ato de auxiliar ou facilitar o transporte, a entrada ou a saída ilegal de
mercadorias, bens ou valores, evitando o controle aduaneiro e burlando o
pagamento de impostos ou taxas devidas.
O contrabando refere-se especificamente à entrada ou saída ilegal de mercadorias,
enquanto o descaminho diz respeito à sonegação de impostos sobre mercadorias
legalmente importadas.
d) Usurpação de função pública: Trata-se do ato de exercer indevidamente uma
função pública, ou seja, assumir e desempenhar as atribuições de um cargo ou
posição pública sem ter a devida autoridade, nomeação ou qualificação para isso.
Pode envolver a falsificação de documentos ou a utilização de identificações falsas
para se passar por um funcionário público.
Art. 328, CP - Usurpar o exercício de função pública.
e) Desacato: O desacato ocorre quando alguém ofende, insulta ou desrespeita um
funcionário público no exercício de suas funções ou em razão delas. Geralmente,
envolve palavras ou comportamentos que denigrem a dignidade ou autoridade do
servidor público.
Art. 331, CP - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela.
f) Tráfico de influência: Refere-se ao ato de obter vantagens, favores ou benefícios
indevidos utilizando-se da influência exercida sobre funcionários públicos no
exercício de sua função.
Esse crime pode envolver a negociação de cargos, favores políticos e sexuais,
contratos ou qualquer outra forma de obtenção de benefícios ilícitos por meio da
influência exercida sobre indivíduos com autoridade ou influência.
Art 332, CP - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa
de vantagem, a pretexto de influirem ato praticado por funcionário público no exercício da
função
g) Corrupção ativa: Trata-se do ato de oferecer, prometer ou dar dinheiro, bens ou
qualquer tipo de vantagem indevida a um funcionário público, com o objetivo de
obter algum benefício ou privilégio em troca.
Art. 333, CP - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
6) Sobre a Lei de Drogas, responda:
a) Qual o teor do art. 28?
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III -medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou
colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto
capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza
e à quantidade da
substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às
circunstâncias sociais e pessoais,
bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
b) Qual o teor do art. 33?
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar,
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece,
tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima,
insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação
legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de
drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse
administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
para o tráfico ilícito de drogas.
IV - vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à
preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou
regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios
razoáveis de conduta criminal preexistente.
c) Qual o teor do art. 34?
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer
título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou
transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar
d) Qual o teor dos arts. 35, 36 e 37?
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não,
qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a
prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e
§ 1º , e 34 desta Lei:
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à
prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º , e 34 desta Lei:
e) Admite modalidade culposa? Qual o artigo?
Sim. Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o
paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar
f) Qual o teor dos arts. 41, 46 e 66?
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e
o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na
recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida
de um terço a dois terços
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das
circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.
Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta Lei, até que seja atualizada
a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias
entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria
SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. (foi atualizada em 2021
7) Sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, responda:
a) O que diz o art. 2º?
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.
b) Qual o teor dos arts. 13, 18-A e 18-B?
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou
degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras
providências legais.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso de
castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por
qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los.
Parágrafo único. Para fins desta lei, considera-se:
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva
aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o
adolescente que resulte em:
a) sofrimento físico; ou
b) lesão;
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de
tratamento em relação à criança ou ao adolescente que:
a) humilhe; ou
b) ameace gravemente; ou
c) ridicularize.
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos
executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de
crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico
ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou
qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às
seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado;
V – advertência;
VI - garantia de tratamento de saúde especializado à vítima.
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho Tutelar,
sem prejuízo de outras providências legais.
c) O que dizem os arts. 83, 103 e 104?
DA AUTORIZAÇÃO PARA VIAJAR
Art. 83. Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para
fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem
expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-sede comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor
de 16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma
região metropolitana;
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:
1. de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
2. de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável
DO ATO INFRACIONAL
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas
previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à
data do fato
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
d) Qual o teor dos arts. 112, 121 e 122?
DAS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI
DA INTERNAÇÃO
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica
da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser
reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser
liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial,
ouvido o Ministério Público.
§ 7° A determinação judicial mencionada no § 1 o poderá ser revista a qualquer
tempo pela autoridade judiciária.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a
pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
§ 1° O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior a 3
(três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo legal.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada
e) O que é possível afirmar sobre a atuação do Conselho Tutelar?
O Conselho Tutelar é um órgão previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) e tem como principal objetivo zelar pelos direitos das crianças e dos
adolescentes. Suas atribuições incluem receber denúncias, atender crianças e
adolescentes em situação de vulnerabilidade ou violação de direitos, realizar
encaminhamentos, orientar famílias, acompanhar casos, requisitar serviços e,
quando necessário, aplicar medidas de proteção.
CARLA GABRIELE S. NASCIMENTO - FAHESP/IESVAP
f) O que dizem os artigos 131 e 132?
DO CONSELHO TUTELAR
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado
pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente,
definidos nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal haverá, no
mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública local,
composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida recondução por novos processos de escolha.
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art. 129,
I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto.
8) Sobre os crimes contra a dignidade sexual, responda:
a) Qual o teor do art. 216-B?
Registro não autorizado de intimidade sexual
Art. 216-B. Produzir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, conteúdo com cena de
nudez ou ato sexual ou libidinoso de caráter íntimo e privado sem autorização dos
participantes.
b) Em que consiste o crime de corrupção de menores?
Corrupção de menores
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 (catorze) anos a satisfazer a lascívia de outrem
c) Em que consiste o crime de satisfação de lascívia mediante presença de criança
ou adolescente?
Art. 218-A. Praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a
presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de
outrem
d) Em que consiste o crime de favorecimento da prostituição ou de outra forma de
exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável?
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual
alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem
o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a
abandone
e) Qual a causa de aumento de pena no crime de divulgação de cena de estupro ou
de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia?
Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por
qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo
ou outro registro que contenha cena de estupro.
f) Qual a modalidade qualificada do crime de rufianismo?
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Art. 230 - Tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou
fazendo-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça
§ 2° Se o crime é cometido mediante violência, grave ameaça, fraude ou outro meio que
impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima:
g) Caracterize o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de
exploração sexual.
Art. 228. Induzir ou atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual,
facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone.
§ 1° Se o agente é ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro,
tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma,
obrigação de cuidado, proteção ou vigilância.
§ 2º - Se o crime, é cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
h) Caracterize o crime de casa de prostituição.
Art. 229. Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra
exploração sexual, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou
gerente.
i) Caracterize o crime de promoção de migração ilegal.
Art. 232-A. Promover, por qualquer meio, com o fim de obter vantagem econômica, a entrada
ilegal de estrangeiro em território nacional ou de brasileiro em país estrangeiro
9) Sobre os crimes contra a família, responda:
a) Em que consiste o crime de induzimento a erro essencial e ocultação de
impedimento a casamento?
Art. 236, CP - Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou
ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior
b) Em que consiste o delito de conhecimento prévio de impedimento?
Art. 237, CP - Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a
nulidade absoluta.
c) Como se caracteriza o crime de simulação de casamento?
Art. 238, CP - Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento
d) Quais os crimes contra o estado de filiação e contra a assistência familiar?
Crimes contra oestado de filiação
- Registro de nascimento inexistente
- Parto suposto. Supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil de
recém-nascido
- Sonegação de estado de filiação
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Crimes contra a assistência familiar
- Abandono material
- Entrega de filho menor a pessoa inidônea
- Abandono intelectual
Art. 249, CP - Subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua
guarda em virtude de lei ou de ordem judicial
e) O crime de simulação de casamento admite modalidade qualificada?
f) Qual a classificação dos sujeitos ativo e passivo do crime de subtração de
incapazes?
- Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, inclusive os pais e tutores.
- Sujeito Passivo: O menor de 18 anos, o interdito e os que mantêm a guarda
do menor
g) Quem pode praticar o abandono no crime de sonegação do estado de filiação?
O abandono pode ser praticado pelos pais ou responsáveis legais da criança. Ou
seja, quem detém a obrigação legal de registrar e reconhecer o estado de filiação
da criança, e deixa de fazê-lo intencionalmente, pratica o abandono no contexto
desse crime.
10) Qual a diferença entre resistência e desobediência?
A resistência e a desobediência são dois tipos de condutas ilícitas relacionadas
à atuação de autoridades ou agentes públicos. Embora ambas envolvam a recusa em
cumprir ordens ou comandos, há diferenças fundamentais entre elas:
Resistência Desobediência
Refere-se à oposição física ou verbal à atuação
legítima de autoridade ou de seus agentes no
exercício de suas funções.
Consiste na não observância de uma ordem
legítima de autoridade pública, desde que essa
ordem não seja manifestamente ilegal.
Caracteriza-se pela resistência ativa, ou seja, a
pessoa usa da força física, palavras ou outros
meios para impedir ou dificultar o cumprimento de
uma ordem ou ação de um agente público.
Caracteriza-se pela omissão ou não realização do
ato determinado pela autoridade, sem que haja
uma oposição ativa ou uso de força física.
Exemplos: agredir fisicamente um policial durante
uma abordagem, recusar-se a ser detido ou criar
obstáculos para impedir a execução de uma
diligência policial.
Exemplos: a recusa em apresentar documentos
solicitados por um agente público durante uma
fiscalização, ignorar uma ordem para parar em
uma blitz de trânsito ou não seguir instruções
dadas por um oficial em uma operação policial.
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Em resumo, a resistência envolve uma oposição física ou verbal ativa contra a
atuação de uma autoridade ou agente público, enquanto a desobediência se refere à não
observância ou não realização de uma ordem legítima, sem a necessidade de oposição
física direta. Ambos os comportamentos podem constituir infrações legais, sujeitas a
penalidades de acordo com a legislação de cada país.
11) Qual a diferença entre concussão e corrupção passiva?
A concussão e a corrupção passiva são dois crimes relacionados à atuação de
agentes públicos, envolvendo a obtenção de vantagens indevidas, porém apresentam
algumas diferenças importantes:
Concussão Corrupção Passiva
Art. 316 – Exigir, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes
de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida
Art. 317 – Solicitar ou receber, para si ou para
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal
vantagem
Consiste no ato de exigir, por parte de funcionário
público, vantagem indevida em razão do cargo que
ocupa
Consiste no ato de solicitar ou receber, por parte
de funcionário público, vantagem indevida
relacionada ao exercício de sua função.
Ocorre quando o agente público utiliza de sua
posição de autoridade para obter vantagens
pessoais, constrangendo alguém a dar, fazer ou
deixar de fazer algo, mediante ameaça de praticar
ato contrário ao dever funcional.
Diferentemente da concussão, não é necessário o
uso de ameaça ou violência. A vantagem indevida
pode ser solicitada ou recebida de forma passiva,
sem o emprego de coação física ou moral.
É necessário o uso de grave ameaça ou violência
para a configuração do crime de concussão.
A corrupção passiva pode ser praticada tanto por
funcionários públicos como por agentes políticos.
Em resumo, a concussão é caracterizada pela exigência de vantagem indevida
por meio de grave ameaça ou violência, enquanto a corrupção passiva se refere à
solicitação ou recebimento de vantagem indevida sem o uso de violência, com o intuito de
praticar ou omitir atos relacionados à função pública. Ambos os crimes são considerados
graves, atentando contra a probidade e a moralidade no exercício do serviço público.
12) Como se configura a prevaricação? - Art. 319, CP
A configuração desse crime ocorre quando o agente público, de forma
consciente e deliberada, deixa de praticar ato de sua responsabilidade ou retarda sua
execução, visando satisfazer interesses pessoais ou de terceiros.
Para que a prevaricação seja caracterizada, é necessário observar os seguintes
elementos:
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● Qualificação do agente: O crime de prevaricação só pode ser cometido por agente
público, ou seja, por alguém que exerça uma função pública, seja ela temporária ou
permanente, com ou sem remuneração.
● Inércia ou retardamento do ato: O agente público deve deixar de praticar um ato
que é de sua competência, ou atrasar sua execução, mesmo tendo o dever legal de
fazê-lo. Esse ato pode ser uma decisão, uma determinação, uma autorização, uma
fiscalização, entre outros.
● Intenção dolosa: O agente público precisa agir com intenção deliberada, ou seja,
conscientemente, com o propósito de satisfazer interesses pessoais ou de
terceiros, em detrimento do interesse público.
É importante ressaltar que a prevaricação não se caracteriza apenas pela
negligência, falta de eficiência ou erro no exercício da função pública. Ela envolve uma
conduta consciente de inércia ou atraso no cumprimento de um dever, com a intenção de
obter qualquer tipo de vantagem, inclusive sexual.
13) Como se configura a violência arbitrária?
A violência arbitrária ocorre quando o agente, no exercício de suas funções e
sem justificativa legal ou legítima defesa, utiliza de força física, abusos, violência ou
outros meios de coerção de forma injusta e injustificada contra outra pessoa.
14) Caracteriza os crimes abaixo:
a) contratação direta ilegal:
Art. 337-E. Admitir, possibilitar ou dar causa à contratação direta fora das hipóteses
previstas em lei
b) frustração do caráter competitivo de licitação;
Art. 337-F. Frustrar ou fraudar, com o intuito de obter para si ou para outrem vantagem
decorrente da adjudicação do objeto da licitação, o caráter competitivo do processo
licitatório.
c) modificação ou pagamento irregular de contrato administrativo;
Art. 337-H. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive
prorrogação contratual, em favor do contratado, durante a execução dos contratos
celebrados com a Administração Pública, sem autorização em lei, no edital da licitação ou
nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem
cronológica de sua exigibilidade
d) violação de sigilo em licitação;
Art. 337-J. Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licitatório ou
proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo.
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e) fraude em licitação ou contrato;
Art. 337-L. Fraudar, em prejuízo da Administração Pública, licitação ou contrato dela
decorrente, mediante:
I - entrega de mercadoria ou prestação de serviços com qualidade ou em quantidade
diversas das previstas no edital ou nos instrumentos contratuais;
II - fornecimento, como verdadeira ou perfeita, de mercadoria falsificada, deteriorada,
inservível para consumo ou com prazo de validade vencido;
III - entrega de uma mercadoria por outra;
IV - alteração da substância, qualidade ou quantidade damercadoria ou do serviço fornecido;
V - qualquer meio fraudulento que torne injustamente mais onerosa para a Administração
Pública a proposta ou a execução do contrato:
f) afastamento de licitante;
Art. 337-K. Afastar ou tentar afastar licitante por meio de violência, grave ameaça, fraude ou
oferecimento de vantagem de qualquer tipo.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar em razão de
vantagem oferecida.
g) contratação inidônea.
Art. 337-M. Admitir à licitação empresa ou profissional declarado inidôneo
§ 1º Celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:
§ 2º Incide na mesma pena do caput deste artigo aquele que, declarado inidôneo, venha a
participar de licitação e, na mesma pena do § 1º deste artigo, aquele que, declarado
inidôneo, venha a contratar com a Administração Pública.
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