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Morfofuncional | UC XXIII | SP 4 Doenças tubulares ● Doenças Tubulointersticiais 1) Distúrbios Tubulares Específicos 2) Necrose de Papila 3) Nefrite intersticial aguda 4) Necrose Tubular Aguda Estudaremos o 1 e 2 nessa aula. - Função do túbulo é reabsorver → todas as partes do tubo fazem reabsorção - Temos o córtex e medula renal; na medula é onde temos as pirâmides e nas pontas os cálices menores, que confluem e formem o cálice maior e se confluem e formam a pelve renal que vai para o ureter - Uma parte do néfron está no córtex e outra na medula ● TCP → glicose e HCO3- - Função fisiológica: reabsorção → glicose e HCO3 principalmente, mas ele também reabsorve outras coisas ● Alça de Henle → sódio potássio e 2 cloros e não deixa a água passar - Temos os transportadores de sódio potássio e cloro na alça ascendente de Henle que transporta sódio, potássio e 2 cloros - Passa pelo transportador e é reabsorvido no interstício (quando falamos em reabsorção é a reabsorção do que está dentro do tubo para o interstício, ou seja, para fora do tubo) - É impermeável à água, não passa água; - A partir desse transportador, tenho a garantia da hipertonicidade da medula renal, ou seja, está altamente concentrada; - O ADH atua na parte mais distal do tubo coletor → ele abre os canais de aquaporinas; o líquido/filtrado que está passando dentro do coletor, vai para o local que está mais concentrado, que no caso é a medula; o líquido sai do tubo e vai para o interstício porque a medula está hipertônica; - A medula está hipertônica por causa do receptor; e o ADH “reabsorve” água por conta da hipertonicidade da medula - Se eu impedir esse canal de funcionar, a medula não vai ficar hipertônica, e isso impede o ADH de reabsorver água - Quando dou furosemida, diurético de alça, eu bloqueio esse anal e com isso não deixo a hipertonicidade medular acontecer; a medula fica menos concentrada; o ADH vai no tubo coletor, abre os canais de aquaporina, mas a água não vai para o interstício porque não tem tonicidade suficiente; a água vai sair na urina, por isso que vai causar poliúria; ● TCD → sódio e cálcio ● Tubo coletor → basicamente, sódio e água - Tem a porção no córtex ( nessa porção a aldosterona reabsorve sódio e espolia potássio e H+ alternado) e a porção medular (é onde atua o ADH) ◘ DISTÚRBIOS TUBULARES ESPECÍFICOS → TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL → glicose e HCO3 Se eu tenho um distúrbio no receptor da glicose, não vou mais reabsorver glicose → glicosúria A glicose do sangue vai estar normal!!! Logo, glicemia normal + glicosúria → pensar em distúrbio do tubo Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 1 Morfofuncional | UC XXIII | SP 4 Se tenho um problema no receptor do bicarbonato - Não reabsorve HCO3- → sai HCO3- na urina → bicarbonatúria - Se estou perdendo HCO3-, o pH diminui → faço uma acidose tubular renal tipo 2 → Paciente pode ter os 2 receptores afetados → falha generalizada → síndrome de Fanconi Pacientes commielomamúltiplo costumam fazer síndrome de Fanconi Temos acidose tubular renal tipo 1, 2, 3 e 4; - Toda vez que pensar em acidose tubular renal, devo pensar qual é a causa e o que acontece com o potássio; - No tipo 2 a causa é porque o receptor do TCP não funciona; perde muito bicarbonato, que é uma carga negativa; eletroneutralidade urinária: se eu perco muita carga negativa, eu também preciso perder carga positiva para tentar neutralizar → ele joga fora o potássio; - bicarbonatúria + hipocalemia obs: se eu tentar não absorver o sódio (que é carga positiva) para compensar e jogar ele fora, a aldosterona vai perceber e vai fazer a reabsorção do sódio; se ele atuar no potássio, não vai ter tentativa de compensação → ALÇA DE HENLE → sódio, potássio e 2 cloro Poliúria Hipocalemia Alcalose - Receptor não está funcionando ou foi inibido por uma furosemida, por exemplo. - Medula hipotônica → ADH abre os canais, mas não reabsorve a água→ paciente tem poliúria - Sódio não é reabsorvido, está ficando no tubo; aldosterona percebe muito sódio, e aí ela reabsorve sódio e espolia alternado potássio e H+ → diminui potássio → hipocalemia Causas: - Síndrome de Bartter - é o nome quando temos alteração na alça de Henle - Furosemida (Lasix- que simula uma síndrome de Bartter) obs: quando está tratando hipercalemia, faz gluconato de cálcio hipercalemia → roda ECG → “ninguém senta na onda T da hipercalemia porque ela é muito apiculada” → gluconato de cálcio ( (gluconato de cálcio estabiliza a membrana miocárdica) Se o ECG não estiver alterado não faço gluconato de cálcio, eu controlo o potássio por 2 formas; espoliando ele ou trocando do extra para o intra; como posso colocar ele para dentro? faço solução polarizante com insulina e salbutamol (beta 2 de curta duração), que não tira potássio, só inverte a concentração do que está extra para virar intracelular; para espoliar o potássio pode ser por meio do uso de furosemida ou por evacuações (manitol associado com sorcal) → TÚBULO CONTORCIDO DISTAL → sódio e cálcio Hipocalciúria Hipocalemia Alcalose Problema em que ele não reabsorve sódio; só reabsorve cálcio Hipocalciuria porque tenho pouco cálcio; Sódio está em alta concentração no tubo → estimula aldosterona → reabsorve sódio e espolia potássio e H+ → hipocalemia e alcalose Causas - Síndrome de Gitelman - Tiazídicos - atuam impedindo o sódio Furosemida é mais potente, porque atua na alça (onde a bomba é muito mais forte) e faz perder muito mais volume porque atua alterando a concentração da medula; Tiazídico não é tão eficaz como o de alça; uma outra indicação é usar em pacientes que tem cálculos renais → diminui o cálcio do filtrado e com isso tenho diminuição da chance de fazer cálculo de cálcio no rim Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 2 Morfofuncional | UC XXIII | SP 4 → TÚBULO COLETOR CORTICAL Temos o coletor no córtex e na medula, falaremos do córtex aqui; No córtex pensamos em 2 doenças: Aldosterona atua e absorvemos sódio, espoliamos alternados potássio e H+; uma doença pode fazer a parada da eliminação do H+ → a aldosterona age, eu reabsorvo sódio e elimino potássio apenas → aumenta a concentração de H+ → acidose tubular renal tipo 1 Potássio baixo → hipocalemia Outra doença: Acidose tubular renal tipo 4: tem uma diminuição da ação da aldosterona, quando ela age menos eu espolio menos potássio e H+ → aumenta H+ no sangue e também potássio → acidose tubular tipo 4; Potássio alto → hipercalemia 1: só mexe no H+ 4: afeta tanto H+, quanto K+ → TÚBULO COLETOR MEDULAR Doença: coletor resistente ao ADH ADH: reabsorve água/ concentra urina Quando tenho um problema no ADH → o néfron é resistente à ação do ADH → DM insipidus nefrogênico → ADH chega para atuar mas não consegue abrir os canais de aquaporina, independente da medula ser hipertônica ou não, não vai reabsorver porque não abre os canais Poliúria - porque não reabsorve água Polidipsia Hipostenúria - como se fosse uma urina diluída OBS: Acidose tubular renal tipo 1 → Túbulo coletor cortical (H+) Acidose tubular renal tipo 2 → TCP (HCO3-) Acidose tubular renal tipo 4 → Túbulo coletor cortical (H+/K+) ◘ NECROSE DE PAPILA Na ponta das pirâmides temos as papilas (onde fica gotejando para cair nos cálices) A papila renal é mal vascularizada fisiologicamente; artéria renal já chega ramificada, na base da pirâmide também também se ramifica, conforme vai avançando ela vai se ramificando mais ainda; são finos os ramos que chegam para irrigar a papila renal; Quando temos uma patologia, como pielonefrite, obstrução urinária, diabetes, anemia falciforme, etc; são situações que diminuemmais ainda o oxigênio nesses locais; Necrosa a papila → ela descola e aí ela desce e pode fazer uma obstrução; Quadro Clínico – Dor Lombar ( “cálculo”) – Hematúria – Febre Esse quadro me faz pensar em pielonefrite, cálculo; na investigação eu posso chegar na necrose de papila Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 3 Morfofuncional | UC XXIII | SP 4 • Diagnóstico Diferencial – Nefrolitíase – Pielonefrite Imagem em sombras de anel na urografia excretora• Causas → NECROSE DE PAPILA É PHODA P – Pielonefrite H – Hemoglobinopatias O – Obstrução Urinária D – DM A – Analgésicos (inibem as prostaglandinas; as prostaglandinas nos rins, fazem vasodilatação aumentando a perfusão renal; logo,a perfusão fica comprometida) Caso Clínico 1 Paciente masculino, 62 anos, procurou atendimento médico por conta de fraqueza, emagrecimento, dor óssea e cansaço. O que pensaria em HD? Neoplasia - mieloma múltiplo → pediria funções renais, eletroforese de imunoglobulinas (Espera-se pico de gama), hemograma (anemia normo-normo), RX geral (lesões em saca bocado ?). Após 1 semana, começou a apresentar náuseas e vômitos associados ao quadro PA 13/80; hipocorado, sonolento, sem outras alterações Diurese de 2000mL/24h, glicosúria ++/4, ausência de corpos cetônicos, nitrito (-), hemácias +/4, ausência de bactérias Laboratório: creatinina 3; glicose 94; cálcio 10 (está +/- no limite); albumina 2; globulina 6; potássio 3; na 130; Mg 2.2; Gasometria: pH 7.32, pO2 100; pCO2 32; HCO3 16; SatO2 98% (acidose metabólica) → glicosúria + glicemia normal + hipocalemia + acidose → provavelmente poderia ser uma síndrome de fanconi Caso Clínico 2 Masculino, 65 anos, aposentado, em uso de analgésico crônicos devido a dor muscular, com alívio do quadro. Após algumas semanas, evoluiu com dor lombar direta de forte intensidade, com hematúria e febre com calafrios HD: pielonefrite (de causa obstrutiva e não obstrutiva); rabdomiólise Solicitar exames: hemograma (para ver séries brancas, desvio a esquerda), CPK (se for baixa, exclui rabdo), urina 1, USG rins e vias urinárias (para diferenciar a presença de cálculo ou não) Logo que foi atendido foi visto uma proteinúria e hematúria. Um USG renal não viu cálculos. (Até aqui eu pensaria em pielonefrite de causa não obstrutiva → ATB!) O médico solicitou urografia excretora que foi vista a imagem: sombras em anel HD: necrose de papila Gabriela de Oliveira | T3 | 8º período 4
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