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Livro-Texto Unidade I MATERIAIS D ACABAMENTO

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Sandra Cristina Fernandes Martins
Colaboradores: Profa. Patrícia Scarabelli
 Prof. José Carlos Morilla
Materiais de 
Acabamento e Construção
Professora conteudista: Sandra Cristina Fernandes Martins
Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1992), 
especialização em Segurança do Trabalho pela Unicamp (1994), mestrado em Engenharia Agrícola pela Unicamp (2002) 
e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pelo IAU-EESC-USP (2011) na área de Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia. 
Trabalhou em empresas fabricantes de revestimentos cerâmicos, como Portobello, Portinari Cecrisa e Pastilhas Jatobá, 
na área de especificações de produtos técnicos, como coordenadora de showroom e instrutora de treinamentos do 
mercado externo e interno. Hoje ministra aulas de Materiais da Construção I e II, entre outras, na graduação dos cursos 
de Design de Interiores e Arquitetura da Universidade Anhembi Morumbi, do Centro Universitário Nossa Senhora do 
Patrocínio e da Universidade Paulista (UNIP). Atua também como professora nos cursos de pós-graduação do Instituto 
de Tecnologia da UNIP, nas áreas de Projeto e Tecnologia.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M486p Martins, Sandra Cristina Fernandes.
Materiais de Acabamento e Construção. / Sandra Cristina 
Fernandes Martins. – São Paulo: Editora Sol, 2018.
288 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIV, n. 2-116/18, ISSN 1517-9230.
1. Materiais estruturais. 2. Materiais de revestimento. 3. Materiais 
para fachadas. I. Título.
CDU 624
U503.38 – 19
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Lucas Ricardi
 Ricardo Duarte
 Elaine Pires
Sumário
Materiais de Acabamento e Construção
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 HISTÓRICO DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E DECORAÇÃO ......................................................9
1.1 Noções básicas ...................................................................................................................................... 12
1.2 Propriedades dos materiais ............................................................................................................. 17
2 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA ENTRE OS MATERIAIS ....................................................................... 20
2.1 Normatização para os materiais de construção ...................................................................... 22
Unidade II
3 MATERIAIS ESTRUTURAIS: CONCRETO, AÇO E MADEIRA .............................................................. 29
3.1 Concreto como estrutura .................................................................................................................. 31
3.2 Metal como estrutura ......................................................................................................................... 36
3.3 Madeira como estrutura .................................................................................................................... 41
4 MATERIAIS PARA PAREDES E COBERTURAS ....................................................................................... 47
4.1 Materiais para paredes: vedação vertical, alvenaria e esquadria ..................................... 47
4.1.1 Parede de alvenaria de vedação ...................................................................................................... 49
4.1.2 Parede de alvenaria estrutural ou autoportante ....................................................................... 54
4.1.3 Parede de alvenaria de contraventamento .................................................................................. 56
4.1.4 Parede maciça ......................................................................................................................................... 56
4.1.5 Divisória ...................................................................................................................................................... 57
4.1.6 Painel ........................................................................................................................................................... 60
4.2 Materiais para paredes, divisórias e painéis .............................................................................. 61
4.3 Materiais para esquadrias ................................................................................................................. 70
4.4 Portas ........................................................................................................................................................ 72
4.5 Janelas ...................................................................................................................................................... 81
4.6 Materiais para esquadrias ................................................................................................................. 83
4.7 Materiais componentes da cobertura: estrutura e telha ..................................................... 91
Unidade III
5 MATERIAIS DE REVESTIMENTO ................................................................................................................116
5.1 Material natural ..................................................................................................................................122
5.1.1 Pedra ......................................................................................................................................................... 122
5.1.2 Madeira e bambu ................................................................................................................................. 132
5.1.3 Gesso ......................................................................................................................................................... 146
5.1.4 Couro ........................................................................................................................................................ 150
5.2 Material cerâmico ..............................................................................................................................151
5.2.1 Piso cimentício ...................................................................................................................................... 174
5.2.2 Vidro .......................................................................................................................................................... 179
5.2.3 Espelho ......................................................................................................................................................1915.3 Material metálico ..............................................................................................................................193
5.3.1 Alumínio .................................................................................................................................................. 195
5.3.2 Chapa de aço (aço, aço inox e aço corten) ............................................................................... 197
5.4 Material polimérico ...........................................................................................................................201
5.4.1 Piso vinílico ............................................................................................................................................ 203
5.4.2 Corian, Silestone, Marmoglass, Nanoglass ................................................................................ 204
5.4.3 Tinta ..........................................................................................................................................................207
5.4.4 Textura ....................................................................................................................................................... 211
5.4.5 Carpete ......................................................................................................................................................212
5.4.6 Policarbonato .........................................................................................................................................213
5.4.7 Papel de parede .....................................................................................................................................213
6 MATERIAIS PARA IMPERMEABILIZAÇÃO .............................................................................................214
Unidade IV
7 MATERIAIS PARA FACHADAS ...................................................................................................................228
7.1 Tipos de materiais e propriedades para as fachadas ...........................................................230
7.1.1 Argamassa, pedra natural, cerâmica e chapa metálicas ...................................................... 230
7.1.2 Fachada ventilada ................................................................................................................................ 232
8 NOÇÕES DE ORÇAMENTO E QUANTIFICAÇÃO DE MATERIAIS .....................................................234
8.1 Composição e paginação dos ambientes .................................................................................234
8.2 Memorial descritivo ...........................................................................................................................239
8.3 Quantificação de materiais ............................................................................................................244
8.4 Orçamento ............................................................................................................................................247
7
APRESENTAÇÃO
Seja bem-vindo ao ambiente de estudo desta disciplina.
O campo de atuação em design de interiores é vasto. Você, como profissional, poderá atuar na 
área de planejamento e gerenciamento de projetos de interiores residenciais e comerciais, em órgãos 
públicos, em ONGs e nas indústrias de materiais de construção e mobiliário, assim como em empresas 
de consultoria de construção.
Esta disciplina proporciona ao aluno a oportunidade de conhecer os materiais de construção 
utilizados nas obras de construção civil e em obras como edificações residenciais e comerciais, lojas, 
consultórios, igrejas, templos e indústrias, assim como nas demais obras civis. 
A disciplina tem como objetivo permitir ao aluno: 
• conhecer os materiais usados como revestimento em piso, parede e forro, reconhecendo suas 
propriedades e características para especificação adequada;
• avaliar as condições e características dos locais para a correta indicação dos acabamentos;
• avaliar e determinar critérios para escolha e indicação dos materiais de acabamento;
• conhecer normas e métodos de fabricação e aplicação de materiais para acabamento.
Para desenvolver a criatividade e especificar materiais nos projetos de interiores temos que aumentar 
e estimular o seu repertório visual, ou seja, você deve estar em constante atualização de informações 
sobre os materiais de construção, sobre como utilizá-los adequadamente e principalmente sobre as 
características técnicas e estéticas de cada material. 
No decorrer do curso você estará apto a projetar, especificando materiais para reformar, construir ou 
redecorar e tornando ambientes confortáveis, funcionais, duráveis e com estilo.
INTRODUÇÃO
Pense que as edificações funcionam como um sistema da construção: todos os componentes estão 
conectados, principalmente os materiais de construção que fazem parte desse processo. A qualidade 
de um projeto não aparece somente na perspectiva desenhada pelo designer, mas também na boa 
especificação do material e na escolha da equipe de mão de obra, ou seja, o material humano: quem 
assenta, rejunta, corta, faz o polimento do material etc. Todo designer preza por uma qualidade 
impecável em suas obras, e todo detalhe é muito importante quando se fala na aplicação dos materiais 
de acabamento. 
Vários autores, como Azeredo (1987), Bauer (2000), Brown e Farrelly (2014), Petrucci (1998) e 
Ripper (1995), comentam que da qualidade dos materiais especificados (e aplicados na obra) irá 
8
depender a durabilidade, a solidez, o custo e o acabamento da obra. Temos que pensar em três assuntos 
simultaneamente: o projeto, os materiais e a execução. Se um desses porventura vier a ter falhas, perder 
alguma característica ou tiver algum dano, poderemos comprometer o desempenho da edificação e ela 
vir a desabar. 
Devemos ainda acrescentar mais um item: pensar no material humano, no seu bem-estar e nos 
outros seres vivos (animais de estimação) que habitam o espaço. Precisamos pensar na integridade física 
das pessoas que vivem no ambiente, pois muitos acidentes podem ocorrer devido à má especificação de 
um material. Um caso em que ocorreu um acidente desse tipo foi o da boate Kiss, em janeiro de 2013.
Outro exemplo ocorreu em março de 2018 com uma família de Osasco, que perdeu sua casa com três 
pavimentos, a qual desabou deixando outras duas famílias vizinhas sem casa. Imaginem essas famílias 
envolvidas, que não podem voltar para as suas casas. Diante dessas informações, existe a responsabilidade 
da escolha e da especificação de um material certo para o lugar certo.
Em nossa disciplina você irá desenvolver habilidades como especificar, realizar o controle dos materiais 
para os serviços nas obras, orçar, conhecer a utilização dos materiais e aprender a lidar com algumas 
normas técnicas, familiarizando-se com a linguagem formal desse instrumento de normalização dos 
serviços na construção de obras. 
9
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Unidade I
1 HISTÓRICO DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E DECORAÇÃO 
Para iniciar nossa atividade, vejamos um pouco da história dos materiais de construção. O homem 
primitivo utilizava os materiais da natureza assim como os encontrava; mais tarde, aprendeu a adaptar, 
moldar e trabalhar esses materiais segundo suas necessidades (PETRUCCI, 1999).
Se na região onde se estabelecia havia pedras, suas construções eram de pedra:
 
Figura 1 – Casa de pedra na cidade de Lagos, Portugal
Onde havia madeira em abundância, trabalhava a madeira:
Figura 2 – Casa em estrutura de madeira
10
Unidade I
Na falta de outro material, o mais utilizado em algumas regiões era a própria terra, o barro, como na 
figura a seguir, que mostra uma parede de taipa:
Figura 3 – Parede de taipa de pilão e sua fôrma
 Observação
Taipa é uma técnica construtiva que comprime o barro com fôrmas de 
madeira ou com a mão. É conhecida como taipa de pilão ou taipa de mão 
e encontradaem prédios históricos.
Vale a pena observar o quadro de evolução do uso de materiais pelo homem, de acordo com 
Pascoali (2008):
Quadro 1 – Evolução do uso de materiais pelo homem
Evolução histórica Ano Material
Pré-história Idade da Pedra 25000 a.C. até 6500 a.C.
Madeira
Pedra lascada
Pedra polida
Proto-história Idade dos Metais 6500 a.C. até 1500 a.C.
Cobre
Estanho
Bronze
Ferro
Cerâmica
História
Idade Antiga 
ou Antiguidade
4000 a.C. até 500 d.C. Vidro
Idade Média 500 até 1500 Ligas metálicas
Idade Moderna 1500 até 1800 Concreto 
Idade Contemporânea 1800 até os dias atuais Polímero
Fonte: Pascoali (2008, p. 3).
11
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Com o passar do tempo o homem foi dominando o conhecimento a respeito dos materiais e seus 
processos. Na fabricação/construção de uma edificação os materiais devem apresentar desempenho 
suficiente para a sua aplicação; portanto, conhecer as propriedades, as características e os comportamentos 
é importante. 
Voltando para o ano de 1500 no Brasil. Nossos índios utilizavam em suas ocas e malocas os materiais 
encontrados na natureza, como palha, graveto de madeira e terra. Quando os colonizadores portugueses 
chegaram, apresentaram as técnicas construtivas com terra/barro, como o adobe, o tijolo de terra crua, 
a taipa de pilão e a taipa de mão. Isso mudou a maneira de construir e, consequentemente, a escolha 
dos materiais.
Dados históricos mostram que, com a vinda da família real para o Rio de Janeiro, em 1808, mudanças 
profundas na área da construção civil aconteceram. Os portugueses que acabavam de chegar ao País 
tinham conforto e materiais diferentes em sua terra. O clima quente fez com que as habitações tivessem 
mais aberturas e se utilizasse uma organização espacial, um layout, diferente. Na realidade, o intuito era 
reproduzir os padrões de decoração da corte portuguesa. Nessa época, D. João impulsionou a construção, 
trazendo novos materiais, mobiliário, tapetes e acessórios da Europa. Nesse período, muitos materiais, 
como o vidro, só estavam presentes no Brasil porque eram importados. Seu uso restrigia-se aos casarões 
dos barões do café, às fazendas e aos palacetes das cidades.
 Saiba mais
Leia as obras a seguir:
LEMOS, C. A. C. História da casa brasileira. São Paulo: Contexto, 1989. 
(Coleção Repensando a História). 
VERISSIMO, F. S.; BITTAR, W. S. M. 500 anos da casa no Brasil: as 
transformações da arquitetura e da utilização do espaço de moradia. 
Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.
Brown e Farrelly (2014) relatam que, após a Revolução Industrial, os processos de fabricação 
se tornaram cada vez mais mecanizados. Durante esse período, o padrão de vida aumentou 
e o consumidor de classe média passou a ter renda para investir na sua casa, seguindo as 
tendências da moda e, muitas vezes, imitando o estilo das classes sociais superiores. Deu-se 
início à era do consumismo. 
Independentemente da cultura, da questão do século e do meio em que vivemos, o homem, 
em geral, sempre quis tornar o seu ambiente confortável e aconchegante. Ele organiza e seleciona 
os seus materiais para diferentes contextos, cria atmosferas e imagina significados diversos para 
os ambientes. 
12
Unidade I
Com o processo evolutivo e conhecimentos ampliados, o homem passou a exigir materiais mais 
resistentes, com maior durabilidade e melhor aparência visual e estética, sempre à procura do equilíbrio 
e da beleza.
Sem dúvida, após a Revolução Industrial, o avanço tecnológico mais significativo foi a produção do 
material plástico, o baquelite. Esse era o material do nosso primeiro telefone e dos cabos de panela. As 
guerras impulsionaram o desenvolvimento das indústrias, que evoluíram com pesquisas de materiais 
de tecnologia avançada, como a moldagem dos plásticos e as madeiras prensadas e coladas, o que 
entendemos hoje como MDF e MDP. Isso impulsionou a indústria de móveis na produção de cadeiras e 
outros materiais (BROWN; FARRELLY, 2014). 
 Saiba mais
Por falar em mobiliário, vale a pena destacar o arquiteto e designer 
Sérgio Bernardes, que desenhou várias cadeiras em madeira. 
Acesse o site a seguir e verifique as criações dele:
SÉRGIO Bernardes. Dpot, [s.d.]. Disponível em: <http://dpot.com.br/
sergio-bernardes.html>. Acesso em: 26 jul. 2018.
Já no século XXI, presenciamos projetos inspirados em fontes multiculturais. Estamos na era 
globalizada e num simples apertar de um botão temos acesso a informações antes inexistentes. 
Existe a preocupação em construir com materiais mais sustentáveis e verificar quais os impactos que 
a construção e os materiais envolvidos podem causar no futuro. Tecnologias digitais e programas 
de computação inteligentes são acessados para reduzir e controlar os materiais nas obras. 
 Saiba mais
A leitura do livro a seguir pode propiciar uma ampliação sobre o conceito 
de sustentabilidade:
BOFF, L. Sustentabilidade: o que é – o que não é. Petrópolis: Vozes, 2016.
1.1 Noções básicas
Quando pensamos em materiais de construção, logo nos vêm à cabeça materiais como areia, 
cimento, pregos, esquadrias de janela em madeira, papel de parede e tinta. Tudo isso configura 
material de construção que encontramos nas obras, mas existe a separação entre materiais 
básicos de construção e materiais de acabamento. 
13
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Os materiais básicos estão presentes no início das obras, nas fases de construção da 
fundação, alvenaria e instalações prediais, e os de acabamento aparecem na fase final, quando 
colocamos pisos, forros, esquadrias, louças, metais sanitários, pintura e armários.
Pode-se perceber que a gama de materiais é muito ampla na construção civil na fase de acabamento, 
e uma das questões importantes é a variação de preço/custo que o material de acabamento pode 
sofrer, segundo a sua aparência e as diferentes marcas do mercado. Um mesmo produto para ser 
aplicado no piso, como um porcelanato, vai variar segundo sua estética, seu acabamento, seu preço 
e, principalmente, sua marca. Diante disso, o custo de acordo com a seleção do material irá alterar o 
cronograma financeiro da obra.
Será importante estudar os materiais de acabamento, pois para o design começar uma reforma ou 
decoração nova é necessário levar em consideração a classificação e as propriedades dos materiais 
de construção.
Sendo assim, os materiais serão classificados de acordo com sua natureza, utilização e origem: 
• Natureza: naturais, artificiais, compósitos.
• Utilização: de vedação, de proteção, estruturais.
• Origem: minerais, pétreos, metálicos, cerâmicos etc.
Uma classificação muito comum é a baseada na composição dos materiais, de acordo com 
Bauer (2000) e Petrucci (1998). Esses autores explicam que os materiais podem ser classificados 
como naturais, cerâmicos, metálicos, poliméricos (plásticos) e compósitos. Os últimos resultam da 
mistura de pelo menos dois materiais, de modo a obter um novo material com características e 
propriedades distintas.
Existem ainda classificações segundo a função do material e também o tipo de ligação química. 
As ligações químicas são estudos específicos das ciências de materiais dos cursos de Engenharia, que 
não abordaremos aqui. 
Mas o que são os materiais naturais, cerâmicos, metálicos, poliméricos e compósitos?
Entendemos por materiais naturais as pedras (granitos, mármores, pedra mineira etc.), as madeiras 
(jatobá, cedro, angelim, teca etc.) e as borrachas. Na figura a seguir, observamos o ambiente de um 
banheiro de restaurante em que estão aplicados materiais naturais: a bancada do lavatório em madeira 
e a cuba esculpida em pedra. 
14
Unidade I
Figura 4 – Ambiente com materiais naturais, metálicos e cerâmicos em um restaurante em Cartagena
Já os materiais cerâmicos aparecem como telhas, tijolos, revestimentos, vidro, louças, louças 
sanitárias etc.). Ainda na figura anterior, observamos material cerâmico, como o vidro/espelho, e 
materiais metálicos, como as torneiras. Na figura a seguir, apresentamos a recepção de um hotel,na qual 
observamos material metálico, como a estrutura da escada, o suporte do guarda-corpo e o corrimão em 
aço inox, material compósito, como o piso vinílico, e material cerâmico, como o vidro do guarda-corpo 
e a luminária.
Figura 5 – Materiais compósitos, metálicos e cerâmicos na recepção de um hotel
Os materiais metálicos podem estar dentro do concreto armado como material básico (barras de 
aço) e também como a estrutura que sustenta o edifício (pilares, vigas e lajes em aço). Podem ainda 
aparecer como grelhas metálicas, guarda-corpos, portões, esquadrias (portas e janelas em alumínio e 
ferro), objetos de decoração, entre outros. 
15
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Conforme visto na figura a seguir, aparecem como estrutura de cobertura do Parque Millennium 
– por exemplo, no guarda-corpo e no gradil – e ainda como material de revestimento para fachadas 
de edifícios: 
Figura 6 – Estrutura do Parque Millennium, em Chicago
Já na figura a seguir, aparecem como uma grelha, que apresenta um desenho diferente para 
escoamento da água da chuva em uma calçada:
Figura 7 – Grelha metálica e piso nas calçadas de Lagos, Portugal
Os materiais compósitos são materiais fabricados pela junção de dois ou mais elementos. 
Eles aparecem nas obras como fibras de vidro, banheiras, cubas, cadeiras, objetos de decoração, 
caixas d’água, piscinas e telhas ecológicas (mistura de caixas de leite Tetra Pak com resinas) e 
também em produtos em pedra sintética (pó de pedras com resinas prensadas, em marcas como 
Silestone, Corian e Marmoglass). 
16
Unidade I
Os poliméricos, que são os plásticos, podem aparecer como esquadrias, portas e janelas de 
PVC, tintas e vernizes, pisos vinílicos, papéis de parede, tubulações hidráulicas para água e 
esgoto, instalações elétricas, fios, cabos com isolamento, componentes terminais da instalação 
(caixas, espelhos, tomadas), instalações telefônicas, puxadores, coberturas acrílicas, telhas, 
forros, entre outros.
Na figura a seguir encontramos materiais cerâmicos, como luminárias e vasos decorativos, copos 
e taças de vidro, material natural, como a madeira do tampo da mesa e dos armários presentes no 
salão do restaurante, material metálico, como a estrutura das cadeiras, e materiais poliméricos, como o 
encosto da cadeira.
Figura 8 – Materiais naturais: tampo das mesas, madeiras; materiais metálicos: estrutura das cadeiras; 
e materiais poliméricos: encosto da cadeira, em um restaurante em Cartagena
Exemplo de aplicação
Os materiais naturais, cerâmicos, metálicos e poliméricos podem ser utilizados simultaneamente num 
projeto de interiores. Constata-se que a indústria da construção civil tem gerado impacto ambiental e 
nem sempre se pensa no descarte dos resíduos desses materiais.
Reflita a respeito da origem dos materiais, sua durabilidade e seu descarte.
Reis e Moreira (2008) mostram no quadro a seguir os critérios, as designações e alguns exemplos da 
classificação dos materiais.
17
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Quadro 2 – Critérios de classificação dos materiais
Critério de 
classificação Designação Descrição Exemplos
Relativamente 
à aplicação
Materiais estruturais Materiais que constituem os elementos resistentes de uma construção Concreto, aço, pedra, madeira
Materiais de 
enchimento
Materiais que ocupam o espaço entre 
os elementos estruturais
Tijolo cerâmico, bloco de 
concreto, concreto
Materiais de 
revestimento
Materiais que revestem os materiais 
estruturais e os materiais 
de enchimento
Argamassas, tintas, gesso, painéis de gesso 
e madeira, cerâmicas, pastilhas 
de porcelana
Materiais de 
isolamento térmico
Materiais utilizados para melhorar o 
desempenho térmico dos edifícios. Poliestireno/plásticos, cortiças, madeira
Materiais de 
isolamento acústico
Materiais utilizados para melhorar o 
desempenho acústico dos edifícios Cortiça, painéis de madeira
Materiais 
impermeabilizantes
Materiais utilizados para 
impermeabilizar elementos 
de construção
Betumes, silicones
Relativamente 
à origem
Naturais
De origem vegetal Madeira e borracha
De origem mineral Pedras naturais e areia
Artificiais
Provenientes de compostos químicos Plásticos, tintas, colas
Provenientes de metais Ligas metálicas: aço
Provenientes de produtos naturais Gesso e materiais cerâmicos
Relativamente 
à natureza
Materiais metálicos
Materiais extraídos de minérios e 
depois transformados por complexos 
processos metalúrgicos
Ferrosos: aço e ferro fundido
Não ferrosos de elevada densidade: níquel, 
cobalto e chumbo
Não ferrosos de baixa densidade: alumínio
Materiais cerâmicos 
ou inorgânicos 
não metálicos
Substâncias inorgânicas formadas por 
ligações iônicas e/ou covalentes Tijolo, azulejo 
Materiais poliméricos
Substâncias orgânicas de estrutura 
complexa, parcialmente cristalina e 
parcialmente amorfa, predominando a 
ligação covalente
Plástico, PVC, polipropileno
Fonte: Reis e Moreira (2008, p. 1).
Esse quadro apresenta um panorama geral da classificação e dos tipos de materiais existentes, com 
exemplos. Vamos agora discorrer sobre as propriedades dos materiais. 
1.2 Propriedades dos materiais 
Um determinado material é conhecido e identificado por suas propriedades e por seu comportamento 
perante agentes exteriores. Segundo Brown e Farrelly (2014), o designer precisa identificar se o material 
é durável ou frágil, se é acusticamente absorvente ou ressonante. Ele pode também adotar um método 
de classificação e organização que corresponda às definições científicas dos materiais. Isso quer dizer, 
por exemplo, que o material madeira pode servir a diversas funções – pode ser especificado como 
madeira para estrutura, acabamento de piso, revestimento de parede ou até como a própria estrutura 
da edificação, a cobertura e o forro. 
18
Unidade I
As autoras apresentam as seguintes propriedades: funcionais, relativas, sensoriais, ambientais e 
subjetivas. As propriedades funcionais dizem respeito ao que o designer deve ter em mente ao projetar 
uma exposição temporária ou uma mostra itinerante ou desmontável; os materiais escolhidos serão 
diferentes daqueles aplicados a um contexto permanente. Nesse caso não existirá preocupação com 
a durabilidade, mas com outras características, funcionais e estéticas. Ao projetar um ambiente mais 
permanente, como um hospital e/ou uma clínica, temos que ter em mente durabilidade, higiene, 
facilidade de limpeza, impermeabilidade e resistência ao fogo. 
As autoras ainda comentam que precisamos conhecer as propriedades dos materiais e olhar para 
eles com criatividade, analisando-os de modo crítico, a fim de descobrir novas possibilidades de uso.
Os materiais podem ser classificados e arquivados de acordo com suas 
propriedades mecânicas, que o arquiteto irá avaliar ao considerar a 
função prevista para o material; por exemplo: Resistência: os materiais 
podem ser classificados como resistentes ou frágeis, de acordo com sua 
capacidade de resistir a esforços; Rigidez: os materiais podem ser rígidos 
ou flexíveis, conforme sua deformação elástica provocada por um esforço; 
Plasticidade: se um material é plástico à tração, ele é chamado de dúctil; se 
é plástico à compressão, é chamado de maleável; Fragilidade: um material 
pode ser resistente ou frágil, isso depende de quanta energia ele absorve 
antes de fraturar; Dureza: um material pode ser classificado como duro 
ou macio, conforme sua capacidade de resistir à denteação superficial 
(arranhões e amassos) (BROWN; FARRELLY, 2014, p. 141).
Bauer (2000) comenta que as qualidades exteriores que caracterizam e distinguem as propriedades 
de um corpo podem variar de material para material. Ele elenca as seguintes propriedades: 
• Durabilidade: capacidade que o material tem de permanecer inalterado com o tempo.
• Dureza: consiste em resistir aos impactos e não mostrar isso na superfície. 
• Desgaste: é a perda de qualidades ou de dimensões com o uso contínuo (por exemplo, escadas 
de mármore de igrejas antigas, nas quaisocorre o desgaste da pedra com o uso).
• Tenacidade: capacidade de o material absorver impactos. Exemplos: panela caindo no piso ou 
martelo batendo na parede. 
• Elasticidade: é quando um material sofre deformação e volta ao seu estado normal, à sua 
forma primitiva.
• Plasticidade ou maleabilidade: é a capacidade de o material se afinar, mudar de forma, sem se 
romper e sem voltar a seu estado normal.
• Porosidade: se refere a quanto de água pode ser absorvido pelo material (por exemplo, a pedra 
mineira absorve a água e pode quebrar com facilidade).
19
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Hagemann (2012, p. 17) comenta sobre os esforços mecânicos:
[...] materiais de construção estão constantemente submetidos a 
solicitações de cargas, peso próprio, ação do vento etc., que chamamos 
de esforços. São eles: Compressão: esforço aplicado na mesma direção e 
sentido contrário que leva a um encurtamento do objeto na direção em 
que está aplicado. Tração: esforço aplicado na mesma direção e sentido 
contrário que leva o objeto a sofrer um alongamento na direção em que 
o esforço é aplicado. Flexão: esforço que provoca uma deformação na 
direção perpendicular à qual é aplicado. Torção: esforço aplicado no 
sentido da rotação do material. Cisalhamento: esforço que provoca a 
ruptura por cisalhamento/corte.
Os tipos de esforços aos quais um material está sujeito são apresentados na figura a seguir. 
Como vimos, a tração provoca um alongamento no eixo. Já a compressão provoca uma redução no 
comprimento dele. O cisalhamento é o resultado da ação de forças cortantes. Na torção existe uma 
rotação em torno de seu eixo. Já na flexão o material é apoiado em dois pontos e nele é praticada 
uma força perpendicular ao seu eixo; este não suporta a carga, deixando de ser reto e ficando curvo.
F F F F
FFF
F
Cisalhamento Flexão
Tração
Torção
Compressão
Figura 9 – Tipos de esforços aos quais um material está sujeito
 Saiba mais
Podemos encontrar no site do professor Yopanan Rebello mais estudos 
sobre as características dos materiais e seus comportamentos. Acesse:
<www.ycon.com.br>.
20
Unidade I
2 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA ENTRE OS MATERIAIS 
A escolha de um material pode interferir e influenciar a maneira como os usuários, nossos clientes, 
percebem o ambiente. De acordo Van Lengen (2004), uma casa tem três funções básicas quanto às 
condições de abrigo:
• proteção do sol e da chuva;
• proteção da umidade do solo;
• proteção do vento.
Paredes
Piso
Teto
Em outras palavras necessitamos de:
1
2
3
Figura 10 – Funções básicas do abrigo
Como Lengen (2004) comenta e é observado na figura anterior, necessitamos de um teto, um 
piso e paredes para podermos nos abrigar. Muitos problemas de manutenção podem aparecer, como 
infiltrações de água, insetos, calor e frio excessivo. 
Proteger é uma das características que os materiais possuem. Aí surgem as perguntas: Por que 
especificar materiais de acabamento? Para proteger? Para embelezar? Para garantir durabilidade? 
Podemos responder que sim e muito mais! Para proteger a vedação (tijolo, painel, chapa etc.) e 
auxiliá-la a cumprir funções como estanqueidade ao ar e à água, proteção térmica (frio ou calor) 
e acústica (som, ruído), segurança contra a ação do fogo e de invasores e proteção da estrutura 
(cimento, madeira, aço).
Para proteger as edificações e suas estruturas é necessário revestir as superfícies dos pisos, paredes, 
tetos e fachadas (paredes externas) com materiais específicos.
21
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Essas especificações estão descritas num texto chamado memorial descritivo ou num caderno 
de especificações técnicas. Elas deverão conter todas as informações do material, sem abreviações. 
Temos que usar da maior exatidão possível, pois o simples esquecimento de uma letra ou código pode 
mudar o tipo de produto recebido durante a compra. 
Imagine a dor de cabeça ao receber um produto que não serve para o ambiente e o uso desejado. 
Isso altera o seu cronograma de obra e pode atrasar a entrega para o cliente. Portanto, cite todos os 
dados técnicos do material no texto e nos desenhos que serão encaminhados para a obra e, às vezes, 
para o departamento de compras das empresas envolvidas na construção. Procure não esquecer 
nenhum material! 
Normalmente, o profissional envolvido com o projeto pode esquecer de especificar interruptores 
de luz e energia (tomadas), ferragens (como maçanetas e dobradiças) e rodapé (material que fornece 
acabamento entre o piso e a parede), entre outros materiais de menor custo ou volume de compra. 
Por mais que pareça evidente para você a especificação, não se esqueça: quem vai comprar às vezes não 
conhece o produto e pode agir de má-fé. Lembre-se da questão ética! 
 Observação
O memorial é um documento que descreve todos os materiais envolvidos 
na construção. O designer também insere nele mobiliário, objetos de 
decoração, entre outros equipamentos.
Cuidado: nem sempre a melhor marca disponível na sua região será a melhor especificação técnica. 
Mantenha-se atualizado e visite showrooms de fábricas e feiras de materiais, pois nelas você poderá se 
atualizar sobre os materiais lançados no mercado. Citamos feiras como a Expo Revestir e a Feicon, que 
ocorrem uma vez por ano na cidade de São Paulo, além de feiras de design como a Paralela Gift, a Glass 
South America, a High Design – Home & Office Expo, a Móvel Brasil e a Craft Design, todas em São Paulo. 
Ainda existem as internacionais, como a Feira de Milão, na Itália, o Festival Internacional de Design DMY, 
em Berlim, na Alemanha, a feira Coverings, em Atlanta, a Miami Home Design and Remodeling Show, em 
Miami, e a Feira Internacional do Mobiliário Contemporâneo, em Nova York, nos Estados Unidos.
Que critérios você usaria na especificação de um material?
Muitos autores comentam que alguns critérios norteiam as especificações, tais como:
• Local e condição climática: refere-se ao lugar onde será aplicado. Temos que pensar se é 
ambiente interno ou externo, se é dentro ou fora da edificação, se chove muito na região, a que 
temperatura o material será exposto.
• Disponibilidade do material na região: consiste em verificar se o material está disponível na 
região, pensando na sustentabilidade e na questão de custos. Caso o material esteja fora da 
cidade, verifique sua logística, prazo de entrega e tempo de chegada à obra.
22
Unidade I
• Estética, acabamento e conforto: refere-se ao aspecto do material colocado, sua textura e 
coloração e sua dimensão, se será o material simples ou combinado com outros, gerando equilíbrio 
e beleza na obra.
• Higiene, assepsia: visa à saúde e ao bem-estar do usuário-cliente, assim como à facilidade de 
limpeza, manutenção, restauração e reparo, principalmente na área da Saúde, em consultórios, 
clínicas e hospitais (verifique com a Anvisa e a Vigilância Sanitária da cidade).
• Durabilidade: implica estabilidade e resistência a agentes físicos, químicos e biológicos (luz, calor, 
ruído, umidade, insetos, micro-organismos, fungos do rejunte) e vida útil do produto (quanto 
tempo foi feito para durar). Lembre-se de que o material também tem prazo de validade. 
• Segurança de utilização e conforto: significa pensar no grau necessário de resistência ao fogo 
e na durabilidade. 
• Condições financeiras: definem o padrão da edificação e até o seu valor econômico, além 
da facilidade de aquisição e emprego do material, obtenção e transporte, e manipulação e 
conservação. O cliente deve estar de acordo com os materiais especificados pelo designer e com 
o orçamento previsto.
Um material será mais econômico que outro quando, em igualdade de condições de resistência, 
durabilidade, estabilidade e estética, tiver preço inferior de assentamento na obra, ou quando, 
em igualdade de preço, apresentar maior resistência, durabilidade, estabilidade e beleza. Cabe ao 
profissional da área de design, entre as opções possíveis, escolher as que melhor atendam a essas 
condições (BUENO, 2015).Lembrete
Ao tratar da especificação de materiais, devemos ter em mente critérios 
de durabilidade. Todo sistema tem, de acordo com a NBR 15575 (ABNT, 
2013b), um prazo de vida útil. 
2.1 Normatização para os materiais de construção
Norma, de acordo com o Dicionário Aurélio (HOLLANDA, 2004), quer dizer padrão, regra que fixa um 
tipo de objeto, procedimento, receita a ser seguida, um passo a passo. 
Antigamente, não havia unidades de medida, e o homem precisou buscar referências para a 
padronização das construções. Essas referências de medidas são o quilômetro (km), o metro (m), o 
centímetro (cm) e o milímetro (mm). Para o peso, são a tonelada (ton), o quilo (kg), o grama (gr) etc. 
Essas são unidades muito conhecidas na construção, mas você já deve ter visto e ouvido falar também 
de libras e polegadas, unidades utilizadas em outros países. No passado, os reis utilizavam a medida do 
seu próprio polegar para padronizar as construções dos castelos.
23
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Hoje, com um mundo globalizado, muitos países possuem associações que produzem normas para 
a construção, como a inglesa BS (British Standard), a alemã DIN (Deutsches Institut für Normung, ou 
Instituto Alemão para Normatização), a americana ASTM (American Society for Testing and Materials, 
ou Sociedade Americana de Testes e Materiais) e, aqui no Brasil, a ABNT (Associação Brasileira de Normas 
Técnicas). A ABNT recomenda e acaba seguindo as normas alemãs na ausência de uma norma específica. 
As normas podem regulamentar e fornecer procedimentos para viabilidade, contratação, gestão, 
produção, confecção, controle tecnológico, execução de serviços e manutenção das construções, desde 
os materiais básicos até alguns materiais de acabamento.
Com o progresso do País, o mercado da construção civil cresceu muito rápido, e muitos 
materiais de construção estavam chegando nas obras com problemas. Os clientes passaram a reclamar 
da qualidade e durabilidade dos materiais. Sendo assim, a ABNT passou a ditar regras e controlar os 
materiais para a construção civil, estabelecendo critérios específicos. 
Existe uma infinidade de normas de controle sobre os materiais de construção; muitas definem 
procedimentos através de ensaios técnicos que visam ao aumento da durabilidade e do desempenho, 
garantindo que todos tenham o mesmo produto com o mesmo padrão. Existem normas de materiais 
de vedação (alvenaria, gesso acartonado ou drywall, divisórias) e também normas de paredes e pisos 
(pedras naturais, placas cerâmicas, gesso, tintas, madeira, materiais vinílicos, melamínicos, linóleos, 
pisos elevados, forro, cimento, argamassas, cal, caixilhos, portas, vidro, impermeabilização, entre 
outros materiais). 
Não podemos deixar de comentar sobre a existência da Lei nº 13.369 (BRASIL, 2016), que regulamenta 
a profissão do designer de interiores. Ela foi uma conquista para todos os profissionais, pois estabelece 
as competências necessárias e fixa princípios que deveremos observar para atuar na profissão. Veja uma 
parte da lei: 
Art. 4° Compete ao designer de interiores e ambientes: I - estudar, 
planejar e projetar ambientes internos existentes ou pré-configurados 
conforme os objetivos e as necessidades do cliente ou usuário, 
planejando e projetando o uso e a ocupação dos espaços de modo a 
otimizar o conforto, a estética, a saúde e a segurança de acordo com as 
normas técnicas de acessibilidade, de ergonomia e de conforto luminoso, 
térmico e acústico devidamente homologadas pelos órgãos competentes; 
II - elaborar plantas, cortes, elevações, perspectivas e detalhamento de 
elementos não estruturais de espaços ou ambientes internos e ambientes 
externos contíguos aos interiores, desde que na especificidade do projeto 
de interiores; III - planejar ambientes internos, permanentes ou não, 
inclusive especificando equipamento mobiliário, acessórios e materiais 
e providenciando orçamentos e instruções de instalação, respeitados 
os projetos elaborados e o direito autoral dos responsáveis técnicos 
habilitados; IV - compatibilizar os seus projetos com as exigências legais 
e regulamentares relacionadas a segurança contra incêndio, saúde e meio 
ambiente; V - selecionar e especificar cores, revestimentos e acabamentos; 
24
Unidade I
VI - criar, desenhar e detalhar móveis e outros elementos de decoração e 
ambientação; VII - assessorar nas compras e na contratação de pessoal, 
podendo responsabilizar-se diretamente por tais funções, inclusive no 
gerenciamento das obras afetas ao projeto de interiores e na fiscalização 
de cronogramas e fluxos de caixa, mediante prévio ajuste com o usuário 
dos serviços, assegurado a este o pleno direito à prestação de contas e 
a intervir para garantir a sua vontade; VIII - propor interferências em 
espaços existentes ou pré-configurados, internos e externos contíguos 
aos interiores, desde que na especificidade do projeto de interiores, 
mediante aprovação e execução por profissional habilitado na forma da lei; 
IX - prestar consultoria técnica em design de interiores; X - desempenhar 
cargos e funções em entidades públicas e privadas relacionadas ao design de 
interiores; XI - exercer o ensino e desenvolver pesquisas, experimentações 
e ensaios relativamente ao design de interiores; XII - observar e estudar 
permanentemente o comportamento humano quanto ao uso dos espaços 
internos e preservar os aspectos sociais, culturais, estéticos e artísticos. 
Parágrafo único. Atividades que visem a alterações nos elementos 
estruturais devem ser aprovadas e executadas por profissionais 
capacitados e autorizados na forma da lei.
Contudo, deve-se deixar claro que não poderemos interferir, quebrar ou substituir a parte estrutural 
de uma edificação sem o aval de um engenheiro ou arquiteto.
 Saiba mais
Conheça a Lei nº 13.369. Ela garante o exercício da profissão de designer 
de interiores e está disponível em:
BRASIL. Lei nº 13.369, de 12 de dezembro de 2016. Dispõe sobre a 
garantia do exercício da profissão de designer de interiores e ambientes e 
dá outras providências. Brasília, 2016. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13369.htm>. Acesso em: 27 jul. 2018.
Existem também normas específicas para a reforma, como a NBR 16280 e a NBR 15575. Já a 
norma de desempenho está dividida em seis partes: requisitos gerais da obra, sistema estrutural, pisos, 
cobertura (telhado), vedação (paredes, painéis) e sistema hidrossanitário. Ela é importante porque 
estabelece critérios de segurança (desempenho estrutural, segurança contra incêndio, segurança no uso 
e operação), habitabilidade (estanqueidade, desempenho térmico, acústico e lumínico, saúde e higiene, 
funcionalidade e acessibilidade, conforto tátil e qualidade do ar) e sustentabilidade (durabilidade, 
manutenção e adequação ambiental), proporcionando segurança, conforto e resistência para a edificação 
construída. Descreve também a vida útil de todo o sistema.
25
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
 Saiba mais
As normas NBR 16280 e NBR 15575 são importantes para sua vida 
profissional. Leia:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 16280: 
reforma em edificação, sistema de gestão de reformas: requisitos. Rio de 
Janeiro, 2015c.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575: 
edificações habitacionais: desempenho. Rio de Janeiro, 2013b.
O livro a seguir também pode contribuir para os seus estudos:
CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (CBIC). 
Desempenho de edificaçoes habitacionais: guia orientativo para 
atendimento à Norma ABNT NBR 15575. 2. ed. Fortaleza: Gadioli Cipolla 
Comunicação, 2013. Disponível em: <https://www.cbic.org.br/arquivos/
guia_livro/Guia_CBIC_Norma_Desempenho_2_edicao.pdf>. Acesso em: 
27 jul. 2018.
Os materiais precisam ter qualidade e durabilidade para que numa futura manutenção não se 
transformem em problemas que possam comprometer o imóvel ou até mesmo a edificação inteira, a 
qual pode chegar a ruir e a machucar pessoas.
Asedificações estão sujeitas às ações de chuva, sol, poeira, exigências dos usuários (adultos, 
crianças e animais), produtos de limpeza, veículos, ruídos, calor (como fogão e forno) etc. Para que 
essas ações não comprometam a segurança, a estabilidade e a solidez da construção, é necessária 
a identificação dos riscos previsíveis na época do projeto, devendo o incorporador, o projetista e o 
construtor ser responsáveis pelo prazo de vida útil previsto para a edificação e pelos cuidados na 
operação e na manutenção.
Cabe aos usuários, moradores e nossos clientes utilizar de forma correta a edificação, não realizando 
alterações de uso, substituições e modificações no projeto, além de registrar as manutenções preventivas 
de acordo com o manual de uso, operação e manutenção do imóvel presente nas normas NBR 5674 e 
NBR 14037, versão corrigida de 2014.
O usuário não deve realizar, sem prévia autorização da construtora e/ou do poder público, 
alterações na sua destinação (uso), nas cargas ou nas solicitações previstas nos projetos originais. 
Sempre que precisar pensar em estruturas, criar novas aberturas durante a reforma ou adicionar um 
ambiente a mais na edificação, contate um arquiteto ou um engenheiro para verificar se não haverá 
problemas estruturais. 
26
Unidade I
 Saiba mais
Para aquisição de normas técnicas, acesse o site:
<www.abnt.org.br>.
Você também pode consultar, nas bibliotecas da UNIP, livros sobre 
normas comentadas.
 Resumo
Nesta unidade apontamos os meios de atuação do designer.
Destacamos as características dos materiais de construção, que estão 
divididos em materiais básicos e de acabamento, e explicamos que podemos 
classificá-los de acordo com a sua natureza, origem e, principalmente, sua 
utilização. Apresentamos também algumas propriedades dos materiais 
e os esforços aos quais são submetidos: tração, flexão, cisalhamento, 
torção e compressão. 
Foi explicado que a especificação do material irá depender de vários 
critérios, como local onde será inserido, disponibilidade na região, durabilidade, 
segurança, conforto, estética, higiene e custo/preço. O custo e a escolha do 
material poderão causar impacto no cronograma físico e financeiro da obra, e 
o tempo é outra questão a ser pensada. Muitos materiais de acabamento têm 
a mesma função, porém preços muito diferentes. Por isso, pesquise sempre o 
preço e a sua marca de confiança.
Por fim, vimos que existe uma infinidade de normas sobre os materiais. 
A norma NBR 15575 é importante porque estabelece critérios de segurança, 
entre outros, e expõe a vida útil dos sistemas construtivos, mencionando o 
prazo de validade de cada um deles em seus anexos. É prudente consultar 
a norma NBR 16280 antes de reformar.
Deve-se levar em consideração e enfatizar a responsabilidade do 
designer ao especificar materiais para os espaços, de modo que não 
comprometa a integridade da construção nem o conforto e a saúde 
dos usuários.
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MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
 Exercícios
Questão 1. A figura a seguir apresenta a viga de uma construção submetida a um esforço que muda 
a forma de seu eixo. O eixo, que inicialmente era reto, passou a ficar curvo.
Figura 11 
Com relação ao esforço que atua na viga, é correto afirmar que ele é um esforço de:
A) Tração.
B) Compressão.
C) Cisalhamento.
D) Flexão.
E) Torção.
Resposta correta: alternativa D.
Análise das alternativas 
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: não pode ser tração, pois a tração provoca um alongamento no eixo. 
28
Unidade I
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: não pode ser compressão, pois a compressão provoca uma redução no comprimento 
do eixo.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o cisalhamento é o resultado da ação de forças cortantes.
D) Alternativa correta.
Justificativa: na flexão, quando o material é apoiado em dois pontos e nele é aplicada uma força 
perpendicular ao seu eixo, o eixo deixa de ser reto e fica curvo.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: na torção existe uma rotação da viga em torno de seu eixo.
Questão 2. De acordo com Gurgel (2005), o tijolo à vista proporciona um ambiente mais 
aconchegante, descontraído e informal e acrescenta textura. Quando utilizado em um ambiente 
externo, o tijolo à vista deverá:
A) Ser mantido in natura para não perder a textura.
B) Ser cozido em forno a 100 ºC para vitrificação e com isso adquirir propriedades de resistência à 
transmissão de calor.
C) Ser impermeabilizado ou pintado para evitar umidade e bolor.
D) Ser revestido com pastilha para evitar a penetração de umidade.
E) Ser colado com uma camada de gesso para evitar a transmissão de calor e umidade.
Resolução desta questão na plataforma.

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