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Livro-Texto Unidade III - MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO

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116
Unidade III
Unidade III
5 MATERIAIS DE REVESTIMENTO
Neste tópico, vamos estudar os tipos de materiais de revestimento encontrados nas lojas de materiais 
de construção. Muitas dúvidas ainda pairam sobre algumas definições que necessitamos esclarecer, 
como o que são materiais de revestimento e materiais de acabamento.
A IT10 (Instrução Técnica número 10) intitulada Controle de materiais de acabamento e revestimento 
do Corpo de Bombeiro do estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2011) estabelece as condições a serem 
atendidas pelos materiais de acabamento e de revestimento empregados nas edificações para que, 
na ocorrência de incêndio, restrinjam a propagação de fogo e fumaça. 
Exemplo de aplicação
Cada estado da União Federativa do Brasil tem sua instrução técnica; por isso, consulte a do seu 
estado e baixe os arquivos. 
A instrução técnica do estado de São Paulo (2011) apresenta algumas definições sobre os materiais 
de acabamento e revestimento, a saber: 
• Materiais de revestimento: todo material ou conjunto de materiais empregados nas superfícies 
dos elementos construtivos das edificações, tanto nos ambientes internos como nos externos, 
com a finalidade de atribuir características estéticas, de conforto, de durabilidade etc. Incluem‑se 
nos materias de revestimento os pisos, os forros e as proteções térmicas dos elementos estruturais.
• Materiais de acabamento: todo material ou conjunto de materiais utilizados como arremates 
entre elementos construtivos (rodapés, mata‑juntas, golas etc.).
Ching (2006, p. 282) tem outra definição dos materiais de acabamento:
[...] materiais de acabamentos podem ser uma parte integral dos 
elementos arquitetônicos que definem um espaço interno ou podem ser 
acrescentados como uma camada adicional ou uma cobertura a paredes, 
tetos e pisos previamente construídos em um recinto. Em ambos os casos, 
eles devem ser selecionados tendo‑se o contexto arquitetônico em mente. 
Junto com os móveis, os materiais de acabamento desempenham um papel 
significativo na criação da atmosfera desejada de um espaço interno. 
117
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Diante disso, vamos adotar materiais de revestimento como linguagem usual em nosso texto, mas 
você poderá encontrar materiais de acabamento sendo utilizados também no sentido de acabamento 
final de uma obra. 
Brown e Farrelly (2014) relatam que podemos agrupar e descrever os materiais de acabamento de 
acordo com quatro possibilidades. A primeira forma seria agrupar de acordo com os seus nomes (o que 
pode ser inconsistente, pois às vezes se baseia na forma que ele assume, por exemplo, um carpete). 
A segunda consiste em classificar cientificamente seus componentes (como naturais, cerâmicos, metais 
ou poliméricos; pedras, por exemplo, são materiais naturais). A terceira faz a classificação de acordo com 
a sua função, seu uso provável (por exemplo, como um painel acústico ou material de estofamento). 
A quarta e última maneira seria agrupá‑los de acordo com o modo como os percebemos por meio dos 
sentidos (material transparente/translúcido, macio/duro). 
Para fins didáticos, vamos optar por agrupar os materiais de revestimento por sua classificação 
científica e em seguida discorrer sobre suas características e sobre os cuidados que deveremos ter ao 
especificá‑los, utilizando alguns critérios e considerando piso, paredes e forros e suas aplicações.
Para especificar materiais de revestimento devemos levar em consideração alguns critérios. De acordo 
com Ching (2006, p. 53),
[...] ao se definir e analisar um problema de projeto pode‑se também 
desenvolver objetivos e critérios através dos quais a efetividade de uma 
solução pode ser medida. Seja qual for a natureza do problema de projeto 
de interior com o qual se está lidando, há diversos critérios com os quais 
devemos nos preocupar. Função e propósito: primeiramente, a função 
desejada do projeto deve ser atendida e seu propósito deve ser alcançado. 
Utilidade e economia: em segundo lugar, um projeto deve apresentar 
utilidade, honestidade e economia na seleção e no uso dos materiais. 
Forma e estilo: em terceiro lugar, o projeto deve ser esteticamente 
agradável aos olhos e aos nossos demais sentidos. Imagem e significado: 
em quarto lugar, deve projetar uma imagem e promover associações que 
portem significados para as pessoas que o usam e experimentam.
Critérios devem ser estabelecidos e definições devidamente explicadas, como pavimentação. 
De acordo com Ching (2006), pavimentação é uma superfície qualquer, contínua ou descontínua, 
construída com a finalidade de permitir o trânsito pesado ou leve. 
Sendo assim, inúmeras são as opções do mercado de materiais para acabamento de pisos. A escolha 
de um piso monocromático (uma só cor) pode ser mais aproveitada em ambientes pequenos 
(GURGEL, 2005), mas outros critérios devem ser levados em consideração.
Devemos levar em consideração diversos fatores para a escolha do pavimento de um ambiente. 
Esse pavimento escolhido deve ser compatível com o uso, o fluxo de pessoas e o acabamento do 
ambiente, como já dissemos. Para uma boa especificação dos pisos, temos que aliar beleza, segurança, 
118
Unidade III
custos, funcionalidade e praticidade. Cada ambiente possui características distintas e será exposto a 
diferentes agentes. Tanto a cor como a textura podem influenciar na especificação, proporcionando 
uma atmosfera específica.
Destacamos os materiais naturais, os materiais cerâmicos, os poliméricos e os materiais metálicos.
• Naturais: pedras (mármores e granitos), madeiras (assoalhos e tacos), bambu, gesso e couro.
• Cerâmicos: lajotas, placas cerâmicas, porcelanatos, pastilhas de porcelana e de vidro e pisos cimentícios.
• Poliméricos: pisos vinílicos, epóxi, tapetes e carpetes.
• Metálicos: chapas metálicas para pisos, fachadas entre outros.
É possível explorar nos ambientes aspectos psicológicos do usuário, como sensação de frio, com pisos 
claros, e sensação de amplidão, com listas no sentido vertical. As cores quentes fazem o espaço parecer 
menor, e as cores frias o fazem parecer maior. Isso confirma que a percepção humana é comandada pelos 
nossos cinco sentidos: visão, tato, audição, olfato e paladar. Ao especificar materiais num ambiente, 
podemos sensibilizar pessoas. 
De acordo com o desempenho técnico do material e a função e as características necessárias do ambiente 
e dos usuários, especificamos forros, paredes e pisos diferentes em ambientes residenciais, comerciais (lojas, 
bares, restaurantes, clínicas da área de saúde, consultórios, ambientes corporativos/escritórios), industriais 
e institucionais (creche, posto de saúde, escolas, entre outros).
Há vários itens que devem ser considerados ao conceber o projeto de especificação de forro, parede 
e piso. São eles: 
• o local e o tipo do ambiente; 
• a função e o tamanho; 
• a quantidade de pessoas que irão circular e permanecer no ambiente (piso); 
• o tipo de atividade que será realizada no ambiente;
• se a área é seca ou molhada;
• se a área é interna ou externa;
• as condições climáticas do local;
• a limpeza;
119
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
• a segurança do produto;
• o custo;
• a manutenção;
• a estética.
No entanto, será necessário considerar também o desgaste, a questão higiênica, a periodicidade da 
limpeza, a conservação do material (se o produto escolhido permanece inalterável em aspectos como 
cor, textura e dimensão), além do efeito estético, sensorial e decorativo. 
O que especificar nos forros?
O forro, além de ter função estética, é um elemento construtivo que esconde o telhado, as vigas, 
os materiais elétricos e até a caixa d’água quando não se tem laje. Os materiais escolhidos para 
revestir os forros devem promover o isolamento térmico e acústico entre o telhado e o piso, além de 
apresentar uma alta capacidade de reflexão de luz, boa resistência à umidade e ao fogo e proteção 
contra fungos e bactérias. 
São especificados os seguintes materiais para forro: madeira,gesso, estuque (massa de cal, gesso, 
areia, cimento e água), placas de isopor, placas de PVC, tecidos, forros metálicos etc. 
Necessitamos de mais atenção e foco nos produtos especificados para forro quanto à resistência 
a incêndio. Essa característica é muito importante, pois indica se o material pode ou não soltar 
fumaça tóxica. 
Sendo assim, é necessário verificar o laudo técnico do produto e consultar as especificações do 
corpo de bombeiros do seu estado. Em alguns estados do Brasil não se pode usar PVC como forro. 
Se usado, ele deve ter em sua composição produto retardante de chamas.
O que especificar nas paredes?
As paredes são planos verticais de uma edificação que fecham, separam e protegem seus espaços 
internos (CHING, 2006). Devem promover também isolamento térmico e acústico, proteger das intempéries 
(ações de chuva, vento e sol) e fornecer segurança contra invasores. Podem oferecer e promover através da 
textura e da cor do material uma atmosfera definida pelo designer. 
Em paredes internas de áreas secas, podemos especificar tintas e suas diversas texturas, 
materiais naturais, como madeira, bambu, papel de parede, chapa de madeira transformada, 
metal e plástico. Já paredes de áreas molhadas devem estar revestidas de material impermeável 
e de fácil limpeza, como cerâmicos, pastilhas de porcelana e de vidro, ladrilho hidráulico, 
pedras, tintas e vinil. Cada material tem a sua particularidade, por isso, estude a fundo a 
possibilidade de uso.
120
Unidade III
O que especificar nos pisos?
Para os pisos, devemos ter em mente um material impermeável que suporte o desgaste, o peso, 
a superfície lisa ou rugosa e a limpabilidade.
Separamos por áreas os ambientes na tentativa de facilitar o entendimento dos critérios 
para pisos:
• Áreas internas residenciais: cozinhas, banheiros e lavanderias/área de serviço. Nessas áreas 
precisamos de revestimentos que resistam à água; que tenham resistência ao desgaste das pessoas, 
animais e objetos transitando; que tenham dureza, resistência química e facilidade de limpeza; 
e que apresentem um material impermeável e resistente. Quanto à questão de escorregar, isso 
deve ser analisado junto com o cliente (depende do briefing/perfil).
• Áreas social e íntima: nesses ambientes, consideramos a resistência do material, o nível de ruído 
– ou seja, o conforto acústico –, o conforto térmico/sensação térmica e a manutenção, além do 
estilo que o designer quer passar para o projeto. A sensação térmica e acústica dos produtos em 
madeira e derivados de madeira, dos pisos vinílicos e das cerâmicas/porcelanatos são diferentes, e 
o aspecto estético poderá ser decisivo na escolha.
• Áreas externas: esses revestimentos devem resistir às intempéries (ação do sol, chuva, 
neve, granizos, ventos), não podem ser escorregadios e ao serem assentados devem ter 
um caimento adequado para que a água da chuva seja drenada para o ralo/grelha. Para a 
especificação em áreas externas recomenda‑se utilizar um produto antiderrapante. Se esse 
produto for cerâmico, deverá estar de acordo com a norma NBR 13818 (ABNT, 1997b), com 
o coeficiente de atrito maior que 0,4. Esses dados são encontrados na ficha técnica dos 
produtos, sendo necessário procurar essa informação no site, pelo 0800 das empresas e/ou 
pelo departamento técnico. As pedras naturais também são excelentes especificações para 
as áreas externas. Ainda existem no mercado revestimentos que, por sua conformação e 
composição, permitem a drenagem da água da chuva: os pisos drenantes. 
• Piscinas: em geral, dentro das piscinas podemos especificar material cerâmico/pastilhas de 
porcelana/pastilhas de vidro, pedras, fibra de vidro e lona vinílica. Lembre‑se da resistência 
ao ataque químico com o cloro, com outros produtos que fazem a limpeza da água e 
também com a própria água. Dependendo da região, a água pode ter alguma característica 
mineral que reage com o cimento da argamassa e do rejunte, o que altera as superfícies 
dos materiais. Se a estrutura da piscina for de concreto armado e/ou alvenaria, deveremos 
impermeabilizá‑la. Os materiais recomendados são as argamassas aditivadas com resina, 
pintura cimentícia e manta asfáltica, dentre outros. Para a área externa da piscina, 
consideramos que o produto deva ser antiderrapante como primeira característica; sendo 
assim, pedras e placas cimentícias e cerâmicas antiderrapantes são recomendadas. 
• Áreas comerciais: nesses ambientes, consideramos a resistência do material, o desgaste por 
abrasão (grande volume de pessoas e objetos a transitar pelo piso) e também os produtos com 
121
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
grande resistência ao risco e sua dureza. Objetos podem cair sobre o piso e também um mau 
assentamento pode provocar destacamentos das peças. Os materiais polidos irão riscar e perder o 
brilho com o tempo, principalmente se o ambiente comercial não estiver localizado num shopping, 
como é o caso de uma loja de rua. 
• Áreas industriais: nesses ambientes, devemos primeiramente descobrir que materiais as 
indústrias manipulam – por exemplo, a fumaça e/ou o gás que porventura possam liberar durante 
o processo de fabricação podem alterar as características dos produtos especificados, sem contar 
a alta resistência ao impacto e ao desgaste por abrasão e resistência à flexão.
• Indústria de laticínio e açougues: são lugares onde os produtos que caem nos pisos podem 
manchar e atacar quimicamente. Os produtos especificados devem ter boa resistência química ao 
congelamento, ao manchamento e ao impacto, assim como boa limpabilidade. 
• Áreas corporativas/escritórios: deve‑se respeitar o tráfego de pessoas na área para depois 
pensar nas normas de incêndio, fogo e fumaça. Quanto à durabilidade do produto, é necessário 
conhecer o prazo de vida útil (quanto tempo o produto se mantém com boa aparência e sem 
desgaste) e também se ele é sustentável (se na sua composição não tem chumbo e outros metais 
pesados que possam ser prejudiciais à saúde dos colaboradores). A questão do ruído e conforto 
térmico também deverá ser pensada. Para melhorar a concentração dos funcionários, os materiais 
como pisos vinílicos e carpetes em placas modulares serão os mais recomendados, pois facilitam 
a manutenção.
• Escadas e rampas: é preciso especificar produtos que resistam ao desgaste, pois normalmente 
são lugares em que o fluxo de pessoas e veículos é muito alto. Deve‑se ter uma superfície áspera, 
com um produto classificado como antiderrapante, e lembrar que líquidos e outros objetos podem 
cair sobre ele, por isso deve ter boa resistência ao manchamento aliada a uma superfície dura que 
resista ao impacto.
• Posto de gasolina: verifique se o material tem resistência química, devido a produtos como 
xampu para carros, entre outros, além de facilidade de limpeza e resistência a manchas e a 
cargas elevadas.
 Observação
Deve‑se aplicar material antiderrapante no piso do box do banheiro 
de idosos e mais uma faixa para fora dele. Conforme a NBR 9050 (ABNT, 
2015a), o piso brilhante pode se tornar escorregadio quando molhado.
A seguir apresentamos os revestimentos naturais, cerâmicos, poliméricos e metálicos.
122
Unidade III
5.1 Material natural
Petrucci (1998) relata que os materiais naturais são os mais antigos utilizados pelo homem, 
motivado pelo fato de que tanto a madeira como a pedra podem ser empregadas praticamente sem 
alteração do seu estado natural. Então, são considerados materiais naturais os que podem ser utilizados 
sem a necessidade de transformação física de suas características. Entendemos materiais naturais de 
acabamentos como:
• pedras (rochas ornamentais: granitos, mármores, pedra São Tomé, ardósias etc.);
• madeiras e bambu;
• gesso;
• couro.
5.1.1 Pedra
As rochas estão presentes nas construções das civilizações antigas e atestam a sua importância 
como material. Como exemplos, podemos destacar as pirâmides no Egito e o Partenon em Atenas 
(PETRUCCI, 1998). São materiais extremamente duros e que possuemgrande resistência ao risco 
e ao desgaste, e até hoje são muito especificados como material de acabamento. As rochas estão 
localizadas nas pedreiras de extração, de onde, depois de um processo de explosão, chegam às 
marmorarias para serem beneficiadas. Alguns tipos de pedras já foram considerados exclusivos da 
nobreza e eram utilizados em palácios e igrejas. Somente quem tinha alto poder aquisitivo se utilizava 
desse tipo de revestimento. 
As rochas se apresentam como materiais básicos (pedras, britas, areia) e também como materiais 
de revestimentos (bancadas de pias, lavatórios, revestimento de pisos e paredes etc.). As pedras que 
usamos na construção civil, como mármores, granitos, ardósias, pedra mineira etc., são elementos 
minerais resultantes de um processo geológico da natureza. Como materiais naturais e que possuem 
uma composição química definida, são agregados de um ou mais minerais resultantes de um processo 
geológico determinado por condições de temperatura e pressão. 
Em sua norma NBR 15012, a ABNT (2013a) define rocha ornamental como uma substância 
rochosa natural que, submetida a diferentes graus de modelamento ou beneficiamento, pode ser 
utilizada como uma função estética de acabamento de superfícies de pisos, paredes e fachadas em 
obras da construção civil.
De acordo com Chiodi Filho e Rodrigues (2009), rochas ornamentais e para revestimento são aquelas 
capazes de ser extraídas em blocos ou placas recortadas em formas diversas, beneficiadas através 
de esquadrejamento, polimento e lustro, para emprego in natura ou trabalhadas como revestimento de 
edificações (pisos, fachadas, paredes, soleiras e colunas) ou peças decorativas (esculturas, tampos e pés 
de mesas, pias, balcões e até arte funerária).
123
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Frascá ([s.d.]) ainda relata que:
• Rochas ornamentais: são todos os materiais rochosos aproveitados pela sua aparência estética 
para utilização em trabalhos artísticos, como estatuária, como elemento decorativo (tampos, 
balcões e outros) e como materiais para construção. 
• Rochas para revestimento: são uma aplicação específica no revestimento de edificações, seja em 
pisos, paredes ou fachadas (e a principal aplicação das rochas ornamentais na construção civil), 
dos produtos do desmonte de materiais rochosos em blocos, de seu subsequente desdobramento 
em chapas, processamento e corte em placas e ladrilhos. 
• Rochas decorativas: são rochas usualmente utilizadas em revestimentos de interiores, geralmente 
exibindo estruturação muito heterogênea, baixas resistências mecânicas e produção limitada. 
Abrange parte das rochas comercialmente chamadas de exóticas.
No passado, a função das rochas nas edificações era primeiramente estrutural, depois 
decorativa e artística (peças de arte e decoração, estátuas e outros artefatos). Atualmente, a pedra 
perdeu essa função estruturante para outros materiais, como o ferro, o tijolo e o concreto, para as 
argamassas em revestimentos e para outros produtos de substituição devido ao peso das peças, à 
logística e ao custo do transporte do material. No entanto, as pedras aparecem especificadas na 
maioria dos projetos, no mínimo como bancadas de pias de cozinha e banheiro, revestimentos de 
pisos e paredes, entre outros. 
Alencar (2013) comenta que o desempenho da rocha após a sua aplicação será influenciado pela 
porosidade, absorção de água, desgaste e sua resistência mecânica à compressão e flexão, e que é 
influenciado pela existência de minerais, os quais podem comprometer seu uso, durabilidade e custo 
de manutenção. 
Hagemann (2012) afirma que para especificarmos uma rocha deveremos ter em mente critérios 
econômicos e técnicos. Não adianta nada escolhermos uma pedra que não existe na região se a entrega 
da obra deverá ser em uma semana; pense na questão da logística e também no deslocamento do 
material até a obra. Os critérios técnicos referem‑se a características que o material possui que atendem 
às finalidades de uso. 
As rochas devem atender a normas como NBR 12763, NBR 12764, NBR 12766, NBR 12767, NBR 
12769 e NBR 13818. Entre os ensaios descritos na norma, destacam‑se a resistência ao desgaste e à 
abrasão profunda e a resistência ao manchamento e ao ataque químico. Existe a necessidade de laudos 
técnicos, comprovando esses ensaios para exportação de rochas no mercado externo. 
O quadro a seguir apresenta os ensaios e suas respectivas normas. 
124
Unidade III
Quadro 4 – Ensaios de rochas e suas normas
Ensaio Norma ABNT
Análise petrográfica NBR 12768
Índices físicos NBR 12766
Compressão NBR 12767
Congelamento e desgelo NBR 12769
Tração na flexão NBR 12763
Dilatação térmica linear NBR 12765
Desgaste abrasivo NBR 12042
Resistência ao desgaste à abrasão profunda NBR 13818, Anexo E
Impacto de corpo duro NBR 12764
Resistência ao manchamento NBR 13818, Anexo G
Resistência ao ataque químico NBR 13818, Anexo H
Existem normas também para o assentamento de placas de rochas em função da sua localização 
na edificação: a NBR 13707 e a NBR 13708. 
 Saiba mais
Consulte o manual de caracterização, aplicação, uso e manutenção das 
principais rochas comerciais. Nele são explicados os maquinários envolvidos 
para caracterizar os ensaios técnicos das pedras. 
ALENCAR, C. R. A. Manual de caracterização, aplicação, uso e 
manutenção das principais rochas comerciais no Espírito Santo: rochas 
ornamentais. Cachoeiro de Itapemirim: Instituto Euvaldo Lodi, 2013. 
Disponível em: <http://www.sindirochas.com/arquivos/manual‑rochas.
pdf>. Acesso em: 31 jul. 2018. 
Antes de especificar, necessitamos saber quais os tipos de pedras encontradas no mercado e 
quais as mais usuais. Os mármores, granitos, pedra mineira, São Tomé e ardósia são as pedras mais 
conhecidas. Para conhecimento, geologicamente existem três tipos de rochas: as magmáticas ou 
ígneas, as sedimentares e as metamórficas, de acordo com Petrucci (1998). 
As rochas magmáticas ou ígneas são formadas na superfície terrestre e consideradas em maior 
abundância na Terra. Como exemplos, temos os granitos e o basalto. 
O granito é um material que possui dureza alta, bastante resistência ao desgaste por abrasão 
e baixa porosidade. Por isso, normalmente especificamos em pisos externos e internos de áreas 
125
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
comerciais e também em áreas residenciais. Especificamos em bancadas de pias de cozinha e 
banheiro, lavatórios, soleiras, tampos de mesas, divisórias, prateleiras e objetos de decoração. Seu 
aspecto visual é granuloso e mesclado, apresentando pontos pretos. Ele não possui veios na peça e 
tem muito brilho quando polido. 
 Observação
Os nomes dos granitos mudam de região para região. Você pode verificar 
isso na sua cidade. 
Existem grandes jazidas no Espírito Santo e na Bahia, com algumas cores típicas que só existem lá.
São exemplos de granitos: vermelho capão bonito, branco ceará ou branco polar, branco espírito 
santo, cinza mauá, cinza andorinha, preto são gabriel, verde labrador, preto piracaia, ás de paus, azul 
bahia (só existe na região do estado da Bahia), verde ubatuba (só existe na região de Ubatuba, estado de 
São Paulo), café imperial e verde meruoca. Veja as figuras a seguir: 
 
 A B C
Figura 113 – Granitos diversos
Figura 114 – Granito
126
Unidade III
O basalto é muito resistente. De coloração cinza, também é conhecido como pedra ferro. 
São especificado como calçadas e escadas, tanto de ambiente interno como externo, e nas paredes 
conseguem absorver calor durante o dia, liberando‑o durante a noite. Quando cortadas em formatos 
menores, fazem parte do conjunto das pedras portuguesas (pedra utilizada em calçadas).
Por sua vez, as rochas metamórficas são derivadas da transfomação de rochas magmáticas ou 
sedimentares pela ação do calor, da pressão ou da água. São pedras como mármores, quartzitos, ardósias 
e gnaisses (rocha do morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro). 
Mármores são rochas com mais de 50% de mineraiscarbonáticos (calcita e/ou dolomita). Têm veios 
mais evidentes, uma coloração mais homogênea e não possuem pontos de cor preta como pigmentação. 
Sua superfície pode ser ricada com mais facilidade devido a sua resistência ao risco – apresenta dureza 
3 na escala Mohs. São mais moles e mais porosos, suscetíveis a manchas e ao desgaste, sofrem com a 
ação do tempo e possuem sensibilidade à chuva ácida e à poluição.
São especificados, preferencialmente, em ambientes internos residenciais e comerciais. Quando 
polidos, sua aparência confere elegância e sofisticação em obras de alto padrão. Observe, nas figuras a 
seguir, as possibilidades de mosaicos: 
A B C
Figura 115 – Desenhos dos mosaicos do Casino Bellagio
Devido às suas limitações, não se deve especificar em bancadas de pia de cozinha, pois o ácido do 
limão, entre outros produtos, pode desgastá‑lo.
O recomendado é impermeabilizar o contrapiso para que a umidade não venha a manchar as peças. 
Também é recomendado utilizar cimento branco nas peças com tons claros para que sua cor não seja 
alterada pela umidade. 
 Observação
Por ser um produto natural, existem diferenças nos veios e nas cores 
dos produtos quando assentados. Por isso, explique ao seu cliente que não 
temos como modificá‑los.
127
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Exemplos de mármores nacionais: branco, aurora pérola, paraná, espírito santo e travertino. exemplos de 
mármores importados: branco pigues, nero marquina, crema marfil, perlino branco, branco thassos, marrom 
imperial, rosa valência, azul norueguês, branco carrara, branco carrara gioia, rojo coralito, rosso verona, 
travertino romano bruto e verde guatemala.
 Observação
Antes da reforma do aeroporto de Congonhas, o piso era composto de 
peças com 50 x 50 cm de granito preto e mármore branco. Com o tráfego 
intenso de pessoas, as rodinhas das malas e dos carrinhos, ao passar 
pelos mármores, apresentavam‑se desgastadas. Podíamos perceber que 
as diferenças de nível estavam acentuadas entre o mármore branco e o 
granito preto, já que mármores são mais moles e desgatam mais rápido 
que os granitos.
Vale a pena comentar que o mármore também poderá ser utilizado com luz por dentro em balcões 
de área comercial.
Já os quartzitos são pedras que não retêm o calor, por isso são especificadas em áreas externas 
de pisos expostos ao sol, como áreas de lazer, bordas e áreas de piscina, chuveiros externos, varandas, 
pátios, jardins e calçadas. São conhecidas como as pedras são tomé, mineira, madeira, goiás e itacolomi. 
Quando filetadas (cortadas em tiras/filetes, podendo ter acabamento serrado ou natural), podem ser 
chamadas também de canjiquinha. Observe as figuras:
A B C
Figura 116 – Pedra São Tomé
Figura 117 – Filete de pedra natural (bordas irregulares): pedra madeira
128
Unidade III
A ardósia é uma das pedras mais econômicas encontradas no mercado. Algumas possuem um tom 
esverdeado, cinza; outras, um tom mais escuro, como o grafite, e enferrujado. Podem apresentar uma 
superfície antiderrapante e polida. Como material natural, as pedras possuem mescla, uma variação de 
tonalidade quando assentadas, conforme a figura a seguir. Quando polidas, podem ser especificadas não 
apenas como piso e parede, mas também como tampos de mesas, prateleiras, soleiras, bancadas de pias 
e lavatórios, divisórias de banheiros, telhas, entre outras aplicações. 
A B
Figura 118 – Filete de pedra ardósia e ardósia 30 x 30 cm
A pedra miracema, considerada como um granito bruto, é muito especificada em áreas 
externas, como calçadas, varandas, jardins e entradas de veículos, pelo seu aspecto antiderrapante. 
Apresenta cores amarela, rosa e cinza. Veja as figuras: 
A B C
Figura 119 – Miracema
As pedras portuguesas são conhecidas como mosaico português e petit‑pavé. São compostas 
por pedra calcária branca, branco neve, amarela, vermelha e cinza e por basalto preto (rocha 
ígnea); ainda é possível encontrar em algumas regiões a pedra portuguesa na cor azul e 
verde. Possuem uma superfície com aspecto rústico e irregular e podem ser consideradas 
antiderrapantes e com grande durabilidade. Essas rochas possuem grande rigidez e grande 
resistência ao desgate. Tal tradição cultural vem de nossos colonizadores, os portugueses, com 
os seus múltiplos desenhos de composição de moisaico pelas calçadas do Brasil. O mais famoso 
é o desenho da calçada da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro
Podem ser especificadas tanto em ambientes externos como internos, nos pisos e paredes. 
Algumas aplicações em parede não possuem rejunte, o que confere ao ambiente outra linguagem 
visual. Elas necessitam de mão de obra especializada. Observe as figuras a seguir: 
129
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
A B C
Figura 120 – Piso de pedra portuguesa (A), Vila Real de Santo Antônio (B), Portugal (C)
Especificamos rochas também de acordo com o seu acabamento (elas podem ser rochas ao natural, polidas 
e beneficiadas/texturizadas), função e uso no ambiente. Quando especificada de acordo com o acabamento, 
imagine que a rocha nasce com uma textura natural, mas pode ser polida, o que resulta em um 
acabamento liso e com brilho, e pode também ser beneficiada quando, através de maquinários, deixamos sua 
superfície com diferentes acabamentos rugosos. Para especificarmos o piso do box de um idoso, devemos, de 
acordo com a norma NBR 9050 (ABNT, 2015a), especificar um produto antiderrapante com textura.
A pedra natural deve ser usada com moderação. Há um tempo estava na moda utilizar pedra filetada/
canjiquinha em revestimentos de paredes tanto externos como internos. A pedra pode deixar o clima 
mais informal, sendo especificada em ambientes como banheiros, jardins de inverno, salas de estar e 
TV e dormitório. No entanto, fazemos a seguinte ressalva: em dormitório, poderá juntar poeira entre 
os vãos das pedras, dificultando a limpeza, e elas podem também passar a sensação de frio dentro 
do ambiente. Deve‑se evitar pintar as pedras com tintas coloridas, conforme afirma Gurgel (2005). 
Quanto aos acabamentos das superfícies das pedras, podem ser de diversos tipos:
• Bruto ou in natura: material sem acabamento. Sua superfície tem aspecto rugoso. Pode ser 
especificada em áreas externas.
• Polido (brilho): de aparência lisa e brilhante, é indicada para áreas secas, pois na presença de 
água pode se tornar muito escorregadia.
• Flameado ou flamejado: a pedra recebe um jato de fogo em sua superfície que deixa um aspecto 
rugoso e ondulado. Pode ser especificada em áreas externas.
• Apicoado: superfície conseguida através de pequenas marteladas, deixando a pedra com 
aspecto áspero e uniforme. É muito especificada em áreas externas, pode ser considerada uma 
textura antiderrapante.
• Jateado: superfície conseguida através de jatos de areia lançados sobre a pedra, deixando‑a com 
aspecto opaco. Também pode ser indicada para áreas externas.
• Legivado: superfície conseguida através do lixamento bruto das pedras, deixando a pedra com 
um acabamento semipolido. Seu aspecto é rústico e sem brilho. É especificada em áreas internas 
e externas.
130
Unidade III
• Resinado: é aplicada uma camada de resina que irá cobrir os poros da pedra, dando a aparência 
de brilho. É indicada para áreas secas.
Exemplo de aplicação
Procure na internet imagens de paredes revestidas com pedras portuguesas. Selecione duas aplicações 
e aponte as vantagens e as desvantagens desses materiais. 
Assentamento de pedras
Existem dois processos de aplicação das placas de rocha: o sistema aderente (assentamento da pedra 
com argamassa no piso e parede) e o sistema de assentamento por grampos metálicos. Normas definem 
que podemos usar a argamassa de assentamento de pedras em fachadas e em paredes internas com painel 
de até 2 m de altura; acima de 2 m, é necessário utilizar grampos. Em fachada (paredes externas), deve‑se 
usar grampo para painel de até 3 m de altura, grampo e tela para fachadas entre 3 e 15 m de altura. 
Com alturas superiores a 15 m, é precisoutilizar dispositivos metálicos como elementos de fixação. 
Para assentamento de pisos, recomenda‑se que a base substrato do contrapiso esteja curada por 
15 dias antes da aplicação, limpa, livre de desvios e com prumo. 
No quadro a seguir observamos a aplicação de mármores e granitos:
Quadro 5 – Síntese de aplicação de mármore e granito
Aplicação das pedras Mármore Granito
Ambientes residenciais:
pisos e soleiras internas
Sem restrições para aplicação em pisos. 
Mas cuidado: por ser mais poroso, 
possivelmente pode manchar com a 
umidade do solo e outros agentes
Sem restrições para 
aplicação em pisos
Cozinhas: 
piso
Não recomendado devido à 
porosidade e absorção, resultando 
na falta de limpabilidade
Sem restrições
Banheiros Sem restrições para pisos, paredes e bancadas
Sem restrições para pisos, 
paredes e bancadas
Piso externo:
comercial e residencial 
Deve ser usado com 
acabamento antiderrapante
Deve ser usado com 
acabamento antiderrapante
Parede interna Muito especificado pela beleza de seus veios e em função do menor peso
Pela aparência estética muito 
granulosa e por ser mais pesado, 
não é muito especificado
Parede externa
Não recomendado. Lembrando que a 
chuva ácida e a poluição podem alterar 
a sua superfície, além do sal e areia das 
áreas litorâneas
Sem restrições
Ambientes comerciais: 
pisos Sem restrições Sem restrições
Vale destacar que em cidades litorâneas as rochas carbonáticas mármores podem ter restrições 
de especificação nas fachadas e pisos devido ao ataque da névoa salina e pela abrasividade das 
131
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
areias das praias, presentes nas solas dos sapatos. É necessário verificar também as condições dos 
ventos na região, que com o tempo podem desgastar esse material, e consultar uma marmoraria 
de confiança, pois em cada região de praia a salinidade da água é diferente.
Manutenção de pedras
De acordo com Alencar (2013), os manchamentos dispostos irregularmente pela superfície da 
rocha conferem mudança na coloração e provocam uma deterioração estética, e isso normalmente 
não interfere nas propriedades mecânicas. Muitas patologias podem interferir na aparência da 
pedra, mas existe a possibilidade de remoção. 
No quadro a seguir observamos as possibilidades de limpeza:
Quadro 6 – Manchas e remoção
Manchamentos
Tipos de mancha Remoção
Cerveja, whisky, vinho, refrigerante, café, 
madeira, papelão etc.
Utilizar removedor de base neutra. 
Caso não resolva na primeira aplicação, 
reaplicar e deixar agir por mais tempo
Suor de mão, poluição, óleo, gorduras etc.
Podem ser removidas com produtos de 
base neutra. Caso não haja efeito, utilizar 
removedor de base alcalina
Fungos, musgo, ceras, resinas, óleo 
lubrificante da parte giratória da porta, 
mancha de cola aplicada na fixação da 
placa, mancha do material de rejunte
Maior possibilidade de remoção com 
removedor de base alcalina
Amarelamento com respingo de água 
da torneira, ferrugem, eflorescência nas 
áreas externas ou nas escadarias, oxidação 
em estrutura metálica ou parafuso 
galvanizado
Utilizar removedor de base ácida
Oxidação do ferro da própria rocha 
(mármore e granito)
Se for mármore ou limestone, utilizar 
removedor de ferrugem com base neutra; 
se for granito, utilizar removedor de 
ferrugem de base ácida
Fonte: Cetemag (apud ALENCAR, 2013, p. 49).
 Observação
Consulte as embalagens dos produtos de limpeza de pedras para que não 
ocorra nenhum acidente, por exemplo, ao misturar dois ou mais produtos.
Ao manipular materiais de limpeza para pedras, como ácidos, tenha 
cuidado com o odor, principalmente em ambientes fechados, e não deixe 
de usar luvas. Siga as instruções dos fabricantes.
132
Unidade III
5.1.2 Madeira e bambu
Utilizada desde os primórdios como abrigo, a madeira em sua forma natural apresenta sensação 
de aconchego e conforto. Algumas espécies são consideradas mais aptas que outras para o uso nas 
construções devido a suas características de resistência, pois algumas são mais macias e outras são mais 
duras. De forma geral, a madeira é sensível à luz do sol e outros agentes, como insetos (cupins e brocas), 
bactérias e fungos, os quais podem ser ocasionados pela umidade, que pode causar apodrecimento. 
No mercado encontramos madeiras maciças e madeiras transformadas (reflorestamento), conforme as 
figuras a seguir:
A B
Figura 121 – Madeira maciça pínus (A) e madeira transformada OSB (B)
Elas fornecem ao ambiente a sensação de calor e conforto térmico, além de valorizar o imóvel com 
requinte e sofisticação, dependendo da sua superfície brilhante ou mais rústica.
Como um material natural, as madeiras podem ser aplicadas numa obra de forma temporária 
e definitiva. De forma temporária, temos a aplicação em canteiros de obras, nos escoramentos das 
lajes, para confeccionar as fôrmas e para utilização nos andaimes. As madeiras definitivas podem 
aparecer nas estruturas (pilares, vigas e lajes), coberturas, esquadrias, molduras, acabamentos de pisos 
(assoalhos, tábua corrida e tacos) e forros (ZENID, 2009). As madeiras são classificadas em madeira 
maciça e madeira transformada.
São vantagens da madeira maciça o conforto tátil (sensação de piso quente) e sua estética, 
que, aliados, fornecem sofisticação ao ambiente. Portanto, quando especificamos madeira maciça, 
como o assoalho (tábuas em madeira serrada e beneficiada com espessuras, larguras e comprimentos 
variados), podemos contar com uma longa vida útil e durável do material. Se a limpeza e a manutenção 
forem corretas, teremos o material durável por séculos. 
São desvantagens da madeira maciça algumas limitações e restrições de uso devido a sua 
sensibilidade à água, o fato de ser um material combustível e deteriorado por cupins, seu impacto 
ambiental quando extraída de forma ilegal, a variação dimensional das peças por ser um produto 
natural e sua constante manutenção. 
Com a demanda alta por madeira em comprimentos maiores e a dificuldade de encontrar madeira maciça 
(de alto custo), foram desenvolvidas as madeiras transformadas ou painéis. Esses painéis têm peso, em geral, 
menor e conseguem manter as propriedades isolante, térmica e acústica. Os materiais de pintura e vernizes 
133
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
evoluíram e cada vez mais são necessárias madeiras com superfícies planas, sem defeitos. Esses painéis 
conseguem resolver esse problema aliando diversas espessuras e formatos. 
Os painéis de madeira transformada apresentam vantagens, como o aproveitamento integral das 
madeiras de reflorestamento, a possibilidade de melhoria nas características físicas e mecânicas e 
também o fato de serem resistentes, de as chapas terem grandes dimensões e de algumas linhas serem 
à prova d’água.
As madeiras transformadas são compostas pela reaglomeração das partículas de madeira (o que 
chamamos por fibras), que, unidas por pressão, com ou sem adição de resinas ou materiais ligantes, se 
compactam. Essa pressão pode variar, definindo materiais com resistências e preços diferentes. As madeiras 
transformadas são materiais duráveis, usadas na indústria da construção civil e na de móveis, pois permitem 
ser cortadas, furadas, estampadas, curvadas, dobradas e coladas.
Encontramos no mercado madeiras transformadas, como o compensado aglomerado, o MDF, o MDP 
e o OSB. São muito especificadas na indústria de mobiliário, entre outras funções. Existem normas 
específicas para painéis: NBR ISO 1096; NBR ISO 1098; NBR 9490; NBR 9531; NBR 9533; NBR 15316‑2 
e NBR 14880.
Observe nas figuras a seguir os painéis de madeira transformada e algumas aplicações:
A
C
B
D
Figura 122 – Painéis de madeira transformada: OSB (A), compensado (B) e MDF (C e D)
São vantagens da madeira transformada a homogeneidade de composição e o comportamento 
físico e mecânico, além do fato de já possuir tratamento de preservação, de as chapas possuírem grandes 
134
Unidade III
dimensões e uniformidade, de a madeira ser aproveitada integralmente e, porapresentar superfície lisa, 
poder receber por colagem outras chapas e/ou pintura. É especificada na indústria civil e de móveis e 
também em painéis, como já relatamos. Suas desvantagens são a possibilidade de empenar e a restrição 
à água e ao fogo. 
No mercado, encontramos a madeira maciça para materiais de revestimento (em assoalhos, tacos, 
tacões e parquete ou parquet) e as madeiras transformadas para carpetes de madeira ou laminados.
Assoalhos ou tábua corrida 
O Brasil possui uma enorme variedade de espécies de madeira com cores diferentes para 
revestimento em pisos. A instalação de um assoalho de madeira numa obra pode valorizar o 
empreendimento, aumentando até o seu valor imobiliário. Normalmente especificamos assoalhos 
em halls, salas de estar e jantar, corredores e dormitórios. 
Mas, afinal, o que é assoalho?
Assoalho são madeiras em formato retangular como réguas maciças de larguras que podem variar 
de 10 a 30 cm, com comprimento de 1,2 a 5,5 m e espessura de 18 mm a 25 mm (essas medidas podem 
variar de região para região). Essas tábuas possuem encaixe macho‑fêmea e são aparafusadas em ripas 
de madeira embutida na argamassa de cimento de regularização do piso. Para que o assentamento 
aconteça, deve ser previsto em projeto (principalmente de apartamentos) um contrapiso mais baixo.
Segundo Borges, Montefusco e Leite (2004), o encaixe macho‑fêmea, conforme a figura a seguir, 
permite maior solidez ao conjunto.
Encaixe macho‑fêmea
Figura 123 – Encaixe do assoalho macho‑fêmea
O que precisa ficar esclarecido é que a madeira necessita estar seca e com a umidade controlada, 
por isso deixe secar a peça de 15 a 20 dias no ambiente em que será instalada, para que não venha a 
empenar. Borges, Montefusco e Leite (2004) ainda recomendam que na hora da compra deve‑se preferir 
a madeira que foi seca em estufa, pois caso não seja, após a colocação e com o passar do tempo as 
tábuas tenderão a curvar‑se, deixando o piso com um aspecto desagradável. 
Segundo Galvão e Jankowsky (1985), durante a secagem as madeiras podem apresentar defeitos como:
• Empenamento: é a distorção da peça de madeira em relação aos planos de sua superfície. 
• Empenamento torcido: caracteriza‑se pelo fato de a peça apresentar‑se torcida. 
135
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
• Encanoamento: é definido quando as margens da peça permanecem aproximadamente paralelas 
e ela adquire um aspecto encanoado ou de canaleta (possivelmente a secagem foi mais rápida em 
uma das faces). 
• Rachaduras: aparecem como consequência da diferença de retração nas direções radial e 
tangencial da madeira e da diferença de umidade entre regiões contíguas de uma peça durante o 
processo de secagem. 
 Saiba mais
Observe os desenhos dos defeitos na secagem de madeiras e o 
comportamento de 280 espécies de madeiras brasileiras nativas e exóticas 
cultivadas, comercializadas ou potencialmente comercializáveis nos textos 
a seguir:
DEFEITOS na secagem de madeiras. Madeireira São Paulo, 12 jul. 2015. 
Disponível em: <http://www.madsaopaulo.com.br/defeitos‑na‑secagem‑
de‑madeiras/>. Acesso em: 2 ago. 2018.
MENDES, A. de S.; MARQUES, M. H. B.; MARTINS, V. A. Programas de 
secagem para madeiras brasileiras. Brasília: Editora do Ibama, 1998.
As madeiras mais especificadas para assoalho são: Ipê, Grapia, Sucupira, Cumaru, Marfim e Jatobá, 
porém Zenid (2009) recomenda as seguintes madeiras para assoalhos domésticos, de acordo com o 
quadro. Pelo nome científico pode‑se encontrar a madeira em sua cidade.
Quadro 7 – Madeiras recomendadas pelo IPT para assoalho doméstico 
(tábuas corridas, tacos, tacões e parquetes)
Nome Popular Nome científico
Angico‑preto Anadenanthera macrocarpa
Angico‑vermelho Parapiptadenia rigida
Bacuri Platonia insignis
Garapa Apuleia leiocarpa
Goiabão Pouteria pachycarpa
Itaúba Mezilaurus itauba
Macacaúba Platymiscium ulei
Maçaranduba Manilkara spp
Muiracatiara Astronium lecointei
Pau‑amarelo Euxylophora paraensis
136
Unidade III
Pau‑mulato Calycophyllum sprumceanum
Pau‑roxo Peltogyne spp
Tanibuca Terminalia spp
Tatajuba Bagassa guianensis
Timborana Piptadenia suaveolens
Uxi Anadenanthera macrocarpa
Fonte: Zenid (2009, p. 49).
Nas figuras a seguir observa‑se o piso em tábua corrida, o assoalho:
A B
C
Figura 124 – Assoalho em madeira: assentamento na horizontal (A e B) 
e assentamento vertical em ângulo reto (C)
O assoalho pode ser recuperado sendo lixado e encerado, e também passando sinteco ou verniz. 
Ele pode ser assentado em diagonal ou em ângulo reto (horizontal ou vertical), conforme a figura 
a seguir. Verifique com o seu cliente a melhor opção para o ambiente.
Horizontal Vertical Diagonal
Figura 125 – Tipos de assentamento do assoalho
137
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Taco
Tacos são peças maciças de madeira com possibilidade de criar diversos desenhos, são aliadas 
também às opções de cor e espécie de madeira. O taco havia sumido do leque das opções dos designers 
e arquitetos, mas recentemente alguns profissionais estão apostando nesse material natural. Ele voltou 
a ser especificado pela facilidade de assentamento, por seu custo e principalmente pelo efeito estético 
sensorial e decorativo. 
O taco tradicional tem dimensão 7 x 21 cm, conforme a figura a seguir, uma dimensão menor que o 
assoalho e um custo mais acessível, o que gera uma alternativa para o reaproveitamento de eventuais 
sobras na aplicação. Os tacos têm encaixe macho‑fêmea e podem possuir largura de 5, 7 e 10 cm. Os de 
dimensões maiores, 10 x 40 cm e 10 x 50 cm, são conhecidos por tacão; já no tamanho de 2 ou 3 cm de 
largura são conhecidos por taco palito.
Figura 126 – Taco: dimensões
Os tacos podem ser recuperados e até raspados, tendo a cor original alterada e modificada pelos efeitos 
da pátina e dos vernizes. Podem ser fixados com colas PU e poliméricas diretamente sobre o contrapiso; 
sua instalação é tranquila e não faz muita sujeira. Não especifique em áreas molhadas, pois a madeira pode 
deteriorar, reduzindo seu tempo de vida útil. Como desvantagem, podem aparecer fissuras na superfície 
das peças, frestas, deslocamento, inchamento por umidade, fungos e cupim. Veja as figuras:
 
A B
Figura 127 – Taco em madeira: taco assentado vertical (A) e taco assentado diagonal (B)
Existem outras possibilidades de assentamentos dos tacos.
138
Unidade III
Exemplo de aplicação
Encontre na internet figuras de diferentes assentamentos de tacos. Monte um banco de imagens e 
reflita se o assentamento muda as relações de percepção do espaço do ambiente.
Podem ser fixados também à base de resina sintética (polímeros) sobre contrapiso nivelado e 
devidamente protegido de umidade (sugestão: impermeabilize o contrapiso antes de assentar). 
Ao assentar, é necessário respeitar as juntas de 1 cm e lixar após 72 horas; depois da raspagem, deve‑se 
usar um acabamento de verniz brilhante, acetinado ou fosco. Veja o que o projeto pede. 
Parquete ou parquet
Os parquetes são constituídos de peças variadas de tacos e tacos palitos em formatos diversos, 
compondo desenhos geométricos, como mandalas. Veja as figuras:
 
A B
Figura 128 – Parquetes
Decks em madeira 
Decks são réguas de madeiras fixadas por meio de parafusos em barrotes ou vigas que formam o 
contrapiso, com caimento para facilitar o escoamento da água em áreas como piscinas, fontes, ofurôs, 
áreas de descanso etc. 
 
A B
Figura 129 – Decks em madeira
139
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Podem ser encontrados em peças menores, como 30 x 30 cm ou 30 x 60 cm, e por modulação 
desenhamos pisos para sacadas e outros ambientes. São comercializados/vendidos à pronta entrega 
em lojas de material de construção. Existe a facilidade de serem removidos pelo cliente e retirados para 
manutenção periódica de limpeza ou para mudanças de layout.Forros em madeira
Podemos utilizar madeiras maciças e madeiras transformadas para revestir os forros. São chamados 
de lambris, de acordo com a NBR 7203 (ABNT, 1982). Existem forros e revestimentos em madeira 
transformada, aglomerada e revestida com madeira natural, produzida industrialmente e com resistência 
à umidade, ao ruído, ao fogo e térmica. 
 Saiba mais
A Hunter Douglas é uma das marcas que produzem esse material. Entre 
no site da empresa e baixe os catálogos:
<www.hunterdouglas.com.br>.
O IPT recomenda madeiras maciças para o forro, de acordo com o quadro a seguir:
Quadro 8 – Madeiras recomendadas pelo IPT para forros e revestimentos
Nome popular Nome científico
Angelim‑pedra Hymenolobium spp
Bacuri Platonia insignis
Cerejeira Amburana cearensis
Curupixá Micropholis venulosa
Freijó Cordia goeldiana
Grevílea Grevillea robusta
Louro‑canela Ocotea spp ou Nectandra spp
Louro‑vermelho Nectandra rubra
Macacaúba Platymiscium ulei
Marinheiro Guarea spp
Muiracatiara Astronium lecointei
Pau‑amarelo Euxylopho paraensis
Pau‑roxo Peltogyne spp
Rosadinho Micropholis guianensis
Tatajuba Bagassa guianensis
Vinhático Plathymenia spp
Fonte: Zenid (2009, p. 46).
140
Unidade III
Na figura a seguir observamos um forro em madeira maciça cortada irregularmente, criando um 
efeito diferente de assentamento.
 
A B
Figura 130 – Forro em madeira maciça 
Acabamentos da madeira
Os acabamentos da madeira dependerão da finalidade de uso da peça, o que determinará a sua 
durabilidade. Podem ser sinteco, resina, pátina, clareamento e ebanização. Veja:
• Sinteco: produto que forma uma película, uma camada. É um verniz transparente ou com cor 
que pode ser brilhante, fosco ou semifosco, sendo utilizado como proteção. Existe uma marca 
conhecida no mercado como Bona.
• Resina: material de secagem rápida em forma de película, mas suscetível ao risco.
• Pátina: a madeira é lixada, pintada com uma cor e lixada novamente, o que deixa um aspecto 
envenhecido tanto em móveis como em pisos.
• Clareamento: utilizado para rebaixar o tom da madeira.
• Ebanização: escurecimento da madeira com produtos escuros.
 Saiba mais
Existem vários sites com galeria de fotos em que você pode acompanhar 
e selecionar imagens dos ambientes asssentados com assoalhos em 
madeira. Consulte:
141
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
MARCENARIA GARIMPO MINEIRO. Madeira de demolição: conheça 
os três tipos de acabamento. 2017. Disponível em: <http://www.
blogmadeirademolicao.com.br/acabamentos‑madeira‑de‑demolicao/>. 
Acesso em: 27 jul. 2018.
<http://www.parquetnobre.com.br>. 
<http://parquetsp.com.br/>.
Manutenção e limpeza da madeira
No geral, as madeiras irão riscar na presença de areias e outros agentes (até o sapato de salto fino). 
Por isso, use capachos nas entradas das casas e ambientes comerciais e ceras para proteção no seu dia 
a dia, e evite produtos de limpeza inadequados. Não deixe a madeira exposta ao sol, pois com o tempo 
pode manchar. A umidade deve ser controlada. As ceras e produtos como lustra móveis podem manchar 
o seu móvel, por isso, é importante ler atentamente as recomendações dos fabricantes.
Existe um produto impregnante que é passado na madeira para proteger da ação do sol e 
da chuva e que deve ser reaplicado a cada 18 meses (isso irá depender da incidência solar, da 
quantidade de chuvas e do uso do local). O produto, conhecido por Stain, possui várias marcas 
no mercado. Ele é um material impregnante (entra nos poros da madeira) que não forma uma 
película, o que permite que a madeira tenha a sua movimentação natural e não trinque, como 
observamos nos vernizes e tintas convencionais. 
Ainda assim, o uso de vernizes e tintas também é uma maneira de proteger a madeira e, dependendo 
da exposição do material, pode ser uma alternativa muito viável. As tintas coloridas aplicadas nas 
madeiras das esquadrias, por exemplo, podem deixar o ambiente mais agradável.
Existem no mercado várias cores de produtos que protegem a madeira e atendem a cada 
necessidade de uso e exposição, por isso é importante consultar os fabricantes, como Sayerlack, Suvinil, 
Sherwin‑Williams, entre outros.
No entanto, as madeiras transformadas também podem ser utilizadas como materiais de 
revestimento, como os carpetes de madeira e os pisos laminados.
Carpete de madeira: madeira transformada
Esse material é composto de uma folha de madeira maciça de espessura fina, colada e prensada a 
uma base de madeira transformada, como o compensado ou aglomerado, o MDF, o MDP ou similares. 
O material é mais fino que a madeira maciça, portanto é mais suscetível ao impacto e ao risco. 
A aplicação não é colada ou parafusada ao piso, mas apenas encaixada e colocada sobre o piso. 
Suas placas são conhecidas também por pisos flutuantes. Podemos assentá‑las sobre cerâmicas ou 
superfícies regularizadas, o que caracteriza rapidez e praticidade na sua instalação e a vantagem 
142
Unidade III
de permitir que esse material possa ser raspado e restaurado. Consulte sempre o fabricante quanto às 
possibilidades de restauro, assentamento e manutenção do produto.
Preferivelmente, especifique em dormitórios e lugares de menor circulação. Seu preço é bem menor 
que a madeira maciça, e o laminado e seu aspecto visual imitam a madeira. Normalmente é confundido 
com o laminado de madeira.
O carpete de madeira possui algumas desvantagens: 
• O isolamento acústico pode gerar ruído (movimento de pessoas).
• Não resiste à água (o material pode expandir).
• Quando objetos caem sobre o piso, podem marcar (resistência ao risco e ao impacto).
• A resistência à abrasão deve ser checada. 
Caso especifique, use feltro nos pés dos móveis.
O carpete de madeira pode ser aplicado pelo sistema de encaixe macho‑fêmea. Primeiramente, 
é inserida uma manta adequada sobre o contrapiso, aplicada no sentido oposto ao da colocação das 
réguas, para absorver impactos e regularizar as superfícies. Depois, as réguas são inseridas no sentido 
dos veios, e o material é encaixado, deixando espaço para o rodapé.
Para sua manutenção, use pano úmido limpo com detergente neutro para a retirada de sujeiras e 
vassoura de pelos para retirada do pó. Recomenda‑se usar feltros nos pés dos móveis para evitar riscos 
e não deixar o piso exposto ao sol, pois ele pode manchar e desbotar com o tempo. O carpete não é 
resistente à água, por isso, seque o produto sempre que algum líquido cair sobre ele. Verifique junto ao 
fabricante se existe algum produto específico para limpeza.
Piso laminado: madeira transformada
Sua aparência é de madeira, mas consideramos esse material como polimérico. É composto por 
várias camadas: filme de resina transparente (overlay), uma imagem decorativa da madeira, mais 
um substrato de HDF‑H (high density fiberboard ou painel de fibras de alta densidade) e um papel 
laminado com resina especial. A aparência externa é quase idêntica à do carpete, porém o material é 
mais durável e apresenta melhor resistência à abrasão que o carpete e uma gama de cores incríveis. 
Possui uma camada de proteção antibactericida. Existem linhas de alta resistência que podemos aplicar 
em ambientes comerciais e residenciais. 
É comercializado em placas de diversos formatos. Alguns fabricantes são: Eucatex, Duratex, Durafloor, 
Formica, Pertech, Quick‑Step, Flooret, entre outros.
143
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Filme transparente ‑ Overlay
Imagem da madeira decorativa
Placa de HDF‑H
Camada externa (papel + resina)
Figura 131 – Composição do piso laminado
Nessa figura pudemos observar a composição e explicar as funções de cada camada do piso 
laminado. O overlay é uma camada de filme transparente, responsável pela resistência à abrasão. 
No laminado decorativo (papel decorativo), são impressas as cores e tipologias das madeiras. 
O substrato HDF‑H são painéis de fibras de madeira transformada que resiste à umidade e dá 
suporte ao piso. Por último, a camada externaou balanço é a camada inferior, que protege o piso 
contra a deformação. Os laminados são extremamente resistentes e possuem largura variando de 
18 a 25 cm, comprimento de 1,20 a 1,40 m e espessura de 7 a 8 mm.
Apresentam como vantagens menor custo em relação à madeira maciça, facilidade de limpeza e 
instalação, as madeiras utilizadas no processo são reflorestadas de florestas certificadas (portanto, 
ecologicamente sustentáveis) e possuem garantia de 10 anos ou mais, dependendo das linhas, além de 
serem antialérgicas e possuírem conforto térmico‑acústico.
Existem normas expecíficas para os revestimentos laminados, como a NBR 14833, em três partes. 
O assentamento do laminado é igual ao do carpete de madeira. O laminado pode ser 
aplicado pelo sistema de encaixe macho‑fêmea. Insira uma manta adequada sobre o contrapiso 
aplicada no sentido oposto ao da colocação das réguas, para absorver impactos e regularizar 
as superfícies. Verifique o sentido dos veios antes de inserir os laminados e encaixe as peças. 
Coloque o macho voltado para a parede e deixe espaço para o rodapé. Siga as instruções de 
cada fabricante.
Os laminados evoluíram. Podemos especificar desde piso até fachadas (paredes externas). Algumas 
linhas possuem tratamento antipichação, podendo ficar expostos ao sol, chuva e outros agentes 
externos, pois não amarelam. Eles possuem muitas cores e padrões diferenciados de madeira, sendo 
personalizáveis com imagens, logomarcas, cores e desenhos escolhidos pelo designer. 
Para a manutenção do laminado, conforme a figura a seguir, use vassouras de pano e/ou de pelo 
para a retirada do pó e depois aplique um pano úmido limpo com detergente neutro para a retirada 
de sujeira. 
144
Unidade III
Figura 132 – Piso laminado
Recomenda‑se usar feltros nos pés dos móveis para evitar riscos e não deixar o piso exposto ao 
sol, pois ele pode manchar e desbotar com o tempo, igual ao carpete de madeira. O laminado não é 
resistente à água, salvo algumas linhas, por isso, seque o produto sempre que algum líquido cair sobre 
ele. Verifique junto ao fabricante se existe algum produto específico para limpeza. 
Bambu
Material natural de origem asiática, o bambu tem muitas utilidades na construção civil, 
sendo estrutura, material de revestimento e até de utensílio doméstico e de decoração. Com ele, 
podemos fabricar telhas, forros, tubulação/encanamento de água, móveis, vasos e até maçaneta, 
entre outros objetos. 
Janssen (1984 apud MARTINS, 2002) enumera vantagens do uso do bambu como material de 
construção em relação à madeira: 
• é um material de baixo custo e de fácil reposição e transporte;
• permite a associação com outros materiais de construção;
• devido às suas qualidades físicas e mecânicas, é um material indicado para construções expostas 
aos abalos sísmicos;
• apresenta multiplicidade de usos, como utensílios domésticos, artigos de lazer, alimentação, 
medicamentos, ornamentação, fins energéticos, celulose e papel etc.
• é utilizado para recuperar áreas degradadas ou matas ciliares;
• apresenta facilidade de transporte e aproveitamento total do bambu, pois não deixa resíduo.
145
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Entre as desvantagens estão:
• possuir baixa durabilidade natural, causando o apodrecimento ou ataque de insetos, se o colmo 
não for tratado; 
• perder sua resistência ao envelhecer;
• ser altamente combustível;
• ter maior tempo de secagem se comparado com madeiras de mesma massa específica;
• apresentar dificuldade na execução de ligações rígidas e estáveis;
• não apresentar comprimento e diâmetro uniformes, pois sua instabilidade dimensional pode 
trazer problemas para as construções;
• rachar com muita facilidade, principalmente durante a secagem.
Por possuir amido em sua composição, o bambu precisa passar por um período de secagem ao ar 
livre para atingir maior resistência e evitar fissura, ser tratado com produtos químicos preservativos ou 
com sistema de autoclave ou ser queimado em fogo para ser protegido das pragas. 
Sem essa proteção, o material pode apodrecer pelo ataque de insetos e fungos e não resistir. 
Como produto natural, possui variação entre os colmos e já foi usado em alguns projetos 
substituindo as barras de aço do concreto. O uso de pregos no bambu pode causar rachaduras. 
A aplicação de vernizes e seladoras ajuda o material quando em contato com a umidade. 
Infelizmente, o Brasil não tem a cultura de uso do bambu na construção, como os países da Ásia 
e da América Latina (por exemplo, a Colômbia e o Equador). Alguns pesquisadores na área merecem 
destaque, como Oscar Hidalgo López, Simón Vélez, Marcello Villegas, Hector Fabio Silva e os brasileiros 
Antonio L. Beraldo, Khosrow Ghavami, Jaime Almeida, Normando Perazzo Barbosa, Marco Antonio dos 
Reis, Juliana Cortez Barbosa, entre outros. Na figura a seguir, observamos uma toceira de bambu:
Figura 133 – Floresta de bambu
146
Unidade III
Como estrutura, o bambu aparece em pilares, vigas, lajes e escadas. Nas estruturas de pilares não 
deve ser colocado diretamente sobre o solo; use sempre uma camada de concreto. Como material de 
revestimento aparece como brises (elemento arquitetônico formado por placas verticais ou horizontais 
que impedem a incidência direta do sol sobre a fachada), painéis de vedação vertical e nas paredes de 
taipa de mão, forros e pisos laminados.
 Saiba mais
Sobre o tema, acesse o site:
<https://sustentarqui.com.br/>.
Ainda não existe norma brasileira para a utilização do bambu como estrutura, mas pesquisadores 
entraram em reunião em 2017 para a discussão e proposta de uma norma para esse material. A norma 
é baseada e se apoia na NBR 7190. Existem normas colombianas – como a NSR‑10 –, para estruturas 
de madeira e bambu da espécie Guadua e peruanas – como a E.100 Bambu – que podem ser utilizadas 
como direcionamento das estruturas.
As tramas de bambu da figura a seguir podem ser epecificadas como divisórias.
Figura 134 – Trama de bambu
5.1.3 Gesso
O gesso é produzido a partir do mineral gipsita, um pó de cor branca que endurece quando se adiciona 
água a ele. Podemos utilizá‑lo nas construções em acabamentos de rebocos (massa/revestimento para 
ser utilizada no teto e paredes), rebaixamento do teto, golas de gesso (acabamentos entre o teto e a 
parede), forros e divisórias. É um bom isolante térmico e acústico e resistente ao fogo.
147
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Especificamos também o material gesso em divisórias de gesso acartonado no sistema drywall. 
Normalmente especificamos forros de gesso em banheiros e cozinhas para esconder as tubulações de 
água e esgoto do rebaixamento da laje, de acordo com Borges (2004).
Conforme ilustram as figuras a seguir, o gesso pode ser utilizado para o rebaixamento do 
pé‑direito (altura entre o piso e o teto) de salas, embutindo luminárias, e para esconder as vigas, 
deixando o ambiente contínuo. 
A B
Figura 135 – Detalhes da sanca de gesso fechada
Pode ser dividido em alguns tipos, como sancas, tabicas, rebaixos e forro de gesso acartonado/drywall.
As sancas auxiliam na iluminação, proporcionado um acabamento entre a parede e o teto, uma 
moldura, deixando o acabamento mais refinado e suntuoso. Nas figuras anteriores apresentamos 
uma sanca de gesso fechada. Também podemos ter sanca de gesso aberta e sanca de gesso flutuante, 
conforme as figuras a seguir:
A B
Figura 136 – Modelos de sancas de gesso: sanca de gesso aberta (A) e sanca de gesso flutuante (B)
As tabicas dão a impresão que o teto está flutuando. Elas auxiliam na redução das fissuras e criam 
um vão entre a parede e o teto, não havendo a necessidade de utilização de molduras. Veja a figura:
148
Unidade III
Figura 137 – Tabicas
Podemos também esconder as instalações da cortina. Nesse caso, é utilizado um perfil em aço galvanizado.
Figura 138 – Detalhe da cortina embutida
Os rebaixos escondem as vigas e as imperfeições das lajes.
Instalação das placas de gesso
Os forros são constituídos por placas degesso com um sistema de fixação por arames e/ou estruturas 
de alumínio. Outro sistema é a instalação de placas removíveis de gesso e o assentamento de placas 
drywall para forros. Podemos utilizar parafusos ou pregos para a fixação das placas e fita de papel kraft 
junto às emendas para depois receber camadas de gesso para regularização. Finalizando o acabamento, 
isso permite não enxergar as emendas das placas. 
Durante as intalações do forro, deve‑se prever a parte elétrica, deixando espaço para fios e pontos 
das luminárias embutidas ou não. Verifique também se existe instalação de som ambiente, sprinkle 
(sistema de combate a incêndios) e ar‑condicionado, deixando espaço para as grelhas de ventilação 
e/ou sistema de exaustão. 
149
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Sistema de exaustão é um tipo de ventilação forçada que evita mofos, remove a umidade e elimina 
odores de um banheiro ou lavabo que não possui janela. É instalado no teto/forro e acionado por um 
interruptor elétrico na parede; normalmente, quando se acende a luz, o sistema de exaustão é ligado.
Na figura a seguir apresentamos um sistema de instalação de placas de gesso. A instalação do forro 
de gesso pelo sistema de drywall é mais rápida e um pouco mais cara que a instalação das placas de 
gesso artesanal. Consulte na sua região.
Figura 139 – Instalação de placas de gesso: forro 
Reveja o projeto do ambiente e analise a possibilidade de inserir ganchos e pendurar objetos. Tudo isso 
deve ser pensado antes principalmente devido ao peso e à resistência do material. Como opção, consulte 
as placas de drywall.
Outro material muito especificado são as placas de gesso em 3D, que podem ser aplicadas em 
ambientes residenciais, comerciais e corporativos, conforme a figura a seguir. São peças modulares 
em placas de gesso que possuem relevo e desenhos geométricos diversos. Esses materiais compõem e 
deixam o ambiente refinado e elegante. 
 Saiba mais
Leia a matéria a seguir e verifique o painel 3D:
7 TENDÊNCIAS de decoração para 2017 e 2018. Andrea Carla Dinelli 
Arquitetura, [s.d.]. Disponível em: <https://andreacarladinelli.com.br/7‑
tendencias‑de‑decoracao‑para‑2017‑e‑2018/>. Acesso em: 17 ago. 2018. 
150
Unidade III
Figura 140 – Painel em gesso 3D
Exemplo de aplicação 
Monte uma biblioteca de imagens de painéis de gesso em 3D. Consulte, entre outros, o site a seguir:
60 PAINÉIS de gesso 3D – Placas e fotos. Decorfacil, 3 jan. 2018. Disponível em: <https://www.
decorfacil.com/paineis‑de‑gesso‑3d/>. Acesso em: 2 ago. 2018. 
Manutenção do gesso
Não podemos deixar o gesso submerso em água ou lavá‑lo. Use sempre um pano limpo e seco para 
a retirada do pó; depois, um pano úmido com detergente neutro para que saia uma possível sujeira. 
Nos banheiros a umidade pode causar manchas no gesso, por isso, mantenha sempre o ambiente 
ventilado (usando até um ventilador). Uma solução com água sanitária e panos descartáveis pode 
fazer a limpeza. Para a manutenção periódica de pintura, use tinta látex ou acrílica.
5.1.4 Couro
O couro é mais um material natural que podemos especificar como material de revestimento. 
Ele pode recobrir superfícies como pilares e paredes, sendo especificado também na decoração em 
peças, móveis e estofados. No mercado atual, ele pode se apresentar como material natural ou mesmo 
sintético (normalmente fabricado com poliuretano). Dependendo de sua aparência, apresenta o efeito 
de durabilidade e sofisticação, apesar do apelo rústico.
151
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
São especificados em ambientes residenciais e comerciais, como salas, dormitórios, escritórios, 
consultórios, entre outros. Móveis com tons escuros podem diminuir a noção de espaço. Faça simulações 
em 3D para o seu projeto. 
Na figura a seguir, apresentamos um couro em capitonê, que é uma técnica de estofaria. A peça leva 
espuma e é revestida em tecido ou couro, com o afundamento de alguns pontos. Esse pontos possuem 
um arremate de um botão e são calculados formando quadrados, losangos ou triângulos. Podem ou não 
receber os botões nos pontos, ficando marcados pelos franzidos e dobras.
A B
Figura 141 – Couro: capitonê (A) e revestimento em couro para TV (B)
Manutenção do couro
Deve‑se protegê‑lo do sol, alimentos e bebidas. O couro pode riscar e também grudar no verão 
devido ao suor excessivo de seus usuários. Aplique uma camada de vaselina líquida para hidratar o couro. 
No mercado existe uma infinidade de produtos à base de vaselina que também protegem. Verifique o 
briefing do projeto.
 Saiba mais
Veja a cadeira Barcelona do arquiteto Mies Van der Rohe para o Pavilhão 
Alemão da Exposição Internacional de Barcelona de 1929 e o modelo do 
sofá Chesterfield. São peças clássicas:
PROJECTS. Mies Society, [s.d.]. Disponível em: <http://miessociety.org/
mies/projects/> Acesso em: 27 ago. 2018.
5.2 Material cerâmico
A origem da cerâmica é imprecisa, mas sabemos, a partir de relatos dos estudiosos da área da 
Arqueologia, que povos primitivos usavam esse material em seus utensílios domésticos. Temos registros 
de peças cerâmicas feitas pelos árabes, japoneses e chineses, como peças de decoração e materiais para 
construção. Naquela época, palácios e igrejas eram adornados com revestimentos para demostrar o 
poder, o luxo e a riqueza dos povos. 
152
Unidade III
A B
Figura 142 – Material cerâmico em paredes internas e externas: Palácio Real Alcazar, Sevilha, 
Espanha (A) e casa com revestimento de azulejo na fachada, Lagos, Portugal (B) 
 Saiba mais
Sobre a história das cerâmicas, acesse: 
HISTÓRIA da cerâmica. Anfacer, [s.d.]. Disponível em: <http://www.
anfacer.org.br/historia‑ceramica>. Acesso em: 2 ago. 2018. 
O material cerâmico é feito de uma mistura de argila, água e outros componentes que através de 
processos como trituração, moagem, mistura, prensagem ou extrusão é levada por uma esteira para 
fornos de altas temperaturas.
São considerados materiais cerâmicos peças como:
• Cerâmicas vermelhas: telhas, tijolos, blocos cerâmicos, elementos vazados, lajes, tubos cerâmicos, 
argila expandida e lajotas para pisos.
• Tijolos refratários: materiais que suportam grandes temperaturas. Especificamos em fornos e 
churrasqueira, conforme as figuras a seguir: 
A B
Figura 143 – Tijolo refratário aplicado em churrasqueira 
153
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
• Cerâmica branca: louças sanitárias, como lavatórios e bacias, conforme as figuras a seguir, 
e louças de mesa, como pratos, xícaras e bules, além de materiais refratários, como isolantes 
térmicos, fritas e corantes, abrasivos, vidros, cal e cimento, cerâmica de alta tecnologia (naves 
espaciais) e até coletes à prova de bala. 
A B C
Figura 144 – Cerâmica branca: lavatório (A), mictório (B) e conjunto com bacia e lavatório (C)
Entretanto, o material cerâmico mais utilizado como revestimento de pisos, paredes e tetos são as 
placas cerâmicas.
A placa cerâmica é um dos elementos que constituem o sistema de revestimento cerâmico, porém, 
de acordo com a NBR 13817 (ABNT, 1997a), o revestimento cerâmico é o conjunto formado pelas placas 
cerâmicas, pela argamassa de assentamento e pelo rejunte. O Brasil é o quarto maior produtor mundial 
de revestimentos cerâmicos do mundo. Só perde para China, Itália e Espanha (INMETRO, 1998).
Muitas vezes o fabricante de revestimentos cerâmicos favorece ou enaltece algumas das 
características técnicas do produto, como o desgaste da peça à abrasão, sendo que nem sempre essa 
única característica deve ser levada em consideração. 
Para a instalação de revestimentos cerâmicos em pisos, devemos ter em mente outras qualidades, 
como absorção de água e resistência ao gelo, ao risco, ao manchamento e à limpabilidade.
O mercado nacional possui muitas marcas e modelos de revestimentos cerâmicos, com fábricas 
espalhadas de norte a sul do país. Para que o processo de fabricação seja igual em todas as regiões, 
a ABNT, juntamente com a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (Anfacer), determinoualguns padrões e regras a serem seguidos. As normas existentes de placas cerâmicas são: NBR 8214, NBR 
13316, NBR 13817, NBR 13818, NBR 15463 e NBR 15575. 
Diante de tais informações, precisamos aprender a especificar os materiais cerâmicos para revestimento.
Ao especificar produtos cerâmicos, será necessário saber: 
• Onde o produto será aplicado? Piso (interno ou externo), parede (interna) ou fachada (parede externa)?
• Esse produto estará sujeito a intempéries (ação do vento, chuva, calor, gelo) ou grande variação 
climática (sol ao meio dia e depois chuva às 13h)? 
154
Unidade III
• A área em questão é aclive (subida) ou declive (decida)? Escorrega?
• O ambiente é na praia ou no campo?
• A qual carga/peso estará submetido (por exemplo: garagem de veículos leves ou garagem de 
caminhões de carga com muito peso)?
• Qual a intensidade do tráfego (pessoas circulando nesse ambiente)?
• Qual a frequência de limpeza (por exemplo, um restaurante: todo dia, três vezes ao dia)?
• No ambiente existe preocupação com escorregamento? É um quintal, uma cozinha industrial, 
uma área externa pública?
De acordo com Cavani (2010), para a escolha de placas cerâmicas é necessário avaliar três 
fatores simultaneamente:
• Estética: deve agradar ao usuário, ser bonito e combinar com o estilo da edificação.
• Custo: o preço deve ser condizente com o orçamento e a limitação do consumidor.
• Desempenho técnico: características necessárias ao ambiente e às solicitações de uso.
O fornecedor de revestimento cerâmico também deve se preocupar em definir resistência ao 
ataque químico, à abrasão, à absorção de água e ao gelo, assim como o coeficiente de atrito, entre 
outros itens.
A placa cerâmica para revestimento é um material composto de argila, quartzos, feldspato e outras 
matérias‑primas inorgânicas queimadas a altas temperaturas. 
Seu processo se inicia com a matéria‑prima selecionada e pesada sendo levada por esteira 
a um moinho de bolas, em que, na presença de água, forma‑se uma lama chamada barbotina. 
Essa barbotina normalmente fica em reservatório, sendo movimentada por pás. Ela percorre um 
equipamento e vai para uma centrífuga, na qual a lama perde a água, virando pó. Esse pó é inserido 
num molde/fôrma e compactado por uma prensa ou passa por processo de extrusão. Depois disso, a 
placa irá receber um ou mais banhos de esmalte e serigrafias/texturas para serem levadas ao forno 
a uma temperatura de 900 a 1000 °C.
As peças possuem dimensões e formatos dos mais variados: 7,5 x 7,5 cm, 5 x 10 cm, 5 x 15 cm, 30 x 30 cm, 
45 x 45 cm, 80 x 80 cm, 1,00 x 1,20 m, entre outros.
Suas características técnicas podem ser classificadas de acordo com a NBR 13818, a partir do que 
se verá a seguir.
155
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Conformação das peças
As placas cerâmicas podem ser extrudadas (tipo A), prensadas (tipo B) ou ainda de outros processos (tipo C). 
Essa informação estará na tampa da caixa dos produtos cerâmicos. As cerâmicas prensadas são obtidas quando 
o pó, ao sair de uma máquina centrífuga, é compactado num equipamento chamado prensa, que confere ao 
material uma pressão, formando a placa de formatos variados. 
Já a conformação extrudada pode ser comparada a uma máquina de fabricação de tijolos e também 
à máquina de churros doces, que empurra o material através de uma matriz, um orifício no qual ele 
adquire a sua forma. 
 Saiba mais
Sobre o tema, acesse:
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CERÂMICA (ABCERAM). Revistas: cerâmica. 
[s.d.]. Disponível em: <https://abceram.org.br/revista‑ceramica/>. Acesso em: 7 
ago. 2018.
 Observação
Antigamente, na fabricação, os azujelos eram levados para queimar 
duas vezes. Isso conferia ao material uma baixa qualidade mecânica, 
favorecendo a aparição de fissuras e craquelados.
Acabamento de sua superfície
As peças podem ser esmaltadas (glazed ou GL) ou não esmaltadas (unglazed ou UGL), como os porcelanatos. 
Essa informação também estará na tampa da caixa dos produtos cerâmicos, conforme a figura a seguir:
Peça esmaltada
Espessura plana
Peça não esmaltada Espessura plena
Esmalte
Figura 145 – Acabamento superficial da placa cerâmica
156
Unidade III
 Observação
Imagine materiais cerâmicos como bolos. 
Bolo com cobertura = cerâmica com uma camada de esmalte sobre 
a peça.
Bolo sem cobertura = massa única (por exemplo: massa de 
porcelanato natural).
Capacidade de absorção de água
Essa característica está relacionada à porosidade da peça. Essa absorção vem da parte de 
trás da peça, também chamada de tardoz. No geral, quanto mais água essa peça absorve, menos 
resistência mecânica ela irá ter, ou seja, mais frágil será a sua massa. É uma das características 
mais importantes para as especificações e deve‑se dar prioridade a ela:
Tabela 3 – Classificações das placas de acordo com a NBR 13818 
Grupos Absorção de água Nome da massaTipologia do produto Onde usar
Ia 0 a 0,5% Porcelanato Pisos, paredes e fachadas
Ib 0,5 a 3% Grês Pisos, paredes e fachadas
IIa 3 a 6% Semigrês Pisos e paredes 
IIb 6 a 10% Semiporoso Pisos e paredes
III Acima de 10% Poroso Paredes
Adaptado de: ABNT (1997b).
 Observação
Em paredes internas os materiais podem absorver entre 10 e 20% 
de água, porém possuem pouca resistência mecânica, sendo porosos 
ou monoporosos. Azulejos antigos de 15 x 15 cm também entram 
nessa categoria.
Identificamos o material cerâmico pelas informações contidas nas embalagens, conforme a tabela 
a seguir:
157
MATERIAIS DE ACABAMENTO E CONSTRUÇÃO
Tabela 4 – Codificação dos grupos de absorção de água 
em função dos métodos de fabricação
Grupos Absorção de água
Métodos de fabricação
Extrudado (A) Prensado (B) Outros (C)
Ia Entre 0% e 0,5%
AI
Bla
Cl
Ib 0,5 a 3% Blb
IIa 3 a 6% Alla Blla Clla
IIb 6% a 10% Allb Bllb Cllb
III Acima de 10% Alll Blll Clll
Adaptado de: ABNT (1997b).
Resistência à flexão e à ruptura
Indica a capacidade da placa de resistir e suportar esforços exercidos por pessoas, objetos, veículos, 
móveis, equipamentos etc. que possam levar o piso a quebrar. 
Esse item está relacionado intimamente com a absorção de água da placa. Quanto mais água a 
placa absorver, menos resistente ela será. A massa de um azulejo (monoporosa) é frágil para suportar 
cargas/pesos (não podemos andar sobre essa peça assentada). Portanto, quanto menos água a peça 
absorver, mais resistência à ruptura a placa terá. 
Ao assentarmos a placa cerâmica com a aplicação de argamassa sobre o piso, se não 
espalharmos corretamente essa argamassa, houver falhas ou faltar massa, deixando vazios 
na peça, quando nós andarmos sobre esse piso ou um veículo passar por cima dele, o piso 
possivelmente irá quebrar.
Resistencia à abrasão
É o que mais conhecemos no mercado e o que todas as pessoas leigas acreditam ser o mais 
importante, mas cuidado! Resistência à abrasão é o desgaste causado pela quantidade de pessoas, 
veículos etc. trafegando ou andando pela superfície do revestimento de piso. Existem dois métodos 
de avaliação da resistência à abrasão: desgaste superficial e desgaste profundo.
Desgaste superficial é a resistência superficial à abrasão de produtos esmaltados medida pelo índice 
PEI (do Instituto de Porcelana e Esmalte), a partir de um aparelho chamado abrasímetro. Ele possui 
uma escala de 0 a 5 na qual 0 é baixa resistência à abrasão (desgaste) e 5 é alta resistência à abrasão. 
Isso significa que poderemos especificar os produtos com PEI 5 em lugares com muito movimento de 
pessoas, como shoppings, aeroportos, restaurantes etc.
158
Unidade III
A B
Figura 146 – Aparelho abrasímetro (A) e material abrasivo utilizado durante o processo: esferas de aço (B)
Todas as marcas possuem em seu showroom de vendas nas lojas de materiais de construção etiquetas 
mostrando o PEI. Elas são indicativos de onde podemos ou não especificar os produtos. Mas nunca 
especifique somente pelo PEI. Deve‑se agregar um conjunto de informações, como a absorção de água 
e a resistência mecânica ao choque térmico, ao manchamento,

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