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Medida da Pressão Arterial - um guia prático_v.final

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Medida da 
Pressão Arterial: 
um guia prático 
Prof. Dr. Guilherme Borges 
Pereira 
 
 
 
Medida da Pressão Arterial: um guia prático 
 
Unidade I - Definição e conceitos gerais 
A Pressão Arterial (PA) é um dos sinais vitais mais importantes na saúde de uma 
pessoa. Valores dentro da normalidade de pressão arterial, asseguram a perfusão tecidual 
adequada sem lesionar o endotélio vascular. Nesse sentido, a medida da pressão arterial 
deve ser incorporada na rotina dos exames de saúde. Qualquer variação nos valores de 
pressão arterial, aumento ou redução dos valores de normalidade, mesmo que pequenas 
variações, pode ser um indicativo de deficiência de saúde. 
A pressão arterial é composta pelos valores de Pressão Arterial Sistólica (PAS) e de 
Pressão Arterial Diastólica (PAD). Em um adulto jovem saudável em repouso, a pressão 
arterial atinge cerca de 120 milímetros de mercúrio (mmHg) durante contração ventricular 
(sístole; PAS) e reduz para cerca de 80 mmHg durante o relaxamento ventricular (diástole; 
PAD). A PAS é a maior pressão alcançada nas artérias durante a sístole e a PAD é a pressão 
arterial mais baixa durante a diástole cardíaca. 
Os valores de pressão arterial obtidos durante uma medida devem ser expressos e 
registrados da seguinte forma: 
 
PA = [valor da PAS] / [valor da PAD] unidade de medida 
PA = 120/80 mmHg 
 
Para realizar a medição da pressão arterial do seu paciente, ou seja, determinar os 
valores da PAS e da PAD será necessário ouvir com atenção os sons gerados durante a 
medida. Estes sons são gerados pela passagem do fluxo sanguíneo turbilhonar na artéria 
 
braquial. Por exemplo, a primeira aparição de ruídos rítmicos, de forma clara e repetitiva, 
corresponde ao valor da PAS e o valor de ocorrência do último som audível corresponderá a 
PAD. 
Grave esta informação, ela é muito importante! 
 
Unidade II – Os instrumentos: estetoscópio e esfigmomanômetro 
O padrão ouro de medida da pressão arterial é o método invasivo, que consiste na 
introdução de um cateter na artéria acoplado a um transdutor. Entretanto, os métodos 
indiretos não são invasivos, são mais cômodos, de baixo custo e de técnica simples de 
aplicação. 
A medição indireta da pressão arterial pode ser realizada por meio de 
esfigmomanômetros manuais, semi-automáticos ou automáticos. Apesar de o método 
direto medir a pressão propriamente dita, os métodos indiretos fornecem um indicativo do 
fluxo sanguíneo com valores muito próximos ao método direto. 
A 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial de 20161 descreve os procedimentos 
técnicos para a medida indireta da pressão arterial. 
Atenção: A pressão arterial deve ser medida em todas as avaliações e atendimentos 
realizados por profissionais da saúde devidamente capacitados. 
 
 
 
____________________________ 
1 Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf, acessado 
em 03 de fevereiro de 2020. 
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.pdf
 
É muito importante que você conheça e saiba utilizar adequadamente o estetoscópio 
e o esfigmomanômetro, os instrumentos necessários para uma medida confiável da pressão 
arterial (figura 1). 
 
Figura 1: Instrumentos necessários para a medida indireta da pressão arterial por meio do 
método auscultatório. Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
Basicamente, o estetoscópio é um equipamento projetado para captar e amplificar 
os sons. Os sons são obtidos por meio do contato do diafragma com a região de interesse. 
Esses sons são transmitidos através da câmara de som, tubo transmissor, tubo de policloreto 
de vinil (PVC) e auriculares até o ouvido do operador. O fone biauricular permite escutar 
simultaneamente o som com os dois ouvidos. Normalmente, os estetoscópios são 
compostos de: um par de olivas auriculares, dois auscultadores, sendo uma membrana 
(diafragma) e uma campânula, um corpo, tubo rotatório e tubo de condução longo de PVC 
(figura 2). 
 
 
Figura 2. Partes de um estetoscópio padrão. Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
Atualmente, no mercado há disponível diferentes tipos de auscultadores, com 
diferentes finalidades (ausculta cardíaca e pulmonar) e populações (adulto e infantil), sendo 
o mais comum o do tipo fechado com uma membrana de plástico rígido, também conhecido 
como diafragma. 
Normalmente, o estetoscópio tem 2 partes que podem ser usadas para auscultar: o 
diafragma e a campânula. A campânula é a parte menor, em forma de cone, que a maioria 
das pessoas termina não usando na prática. 
Mas, existem sons que são melhor audíveis com esta parte do estetoscópio? Sim. 
São os sons mais graves ou de baixa frequência. São exemplos: Ruflar diastólico 
presente na estenose mitral ou, mais raramente, na estenose tricúspide Terceira bulha (B3) 
Quarta bulha (B4). 
Para a medida da pressão arterial recomendamos o auscultador grande (diafragma), 
pois ele é eficiente em detectar os sons do fluxo sanguíneo e os batimentos cardíacos que 
são sons agudos. 
 
Uma dúvida frequente: posso utilizar a campânula na hora de aferir a pressão do 
meu paciente? A resposta é: Sim. A diretriz americana de Hipertensão Arterial Sistêmica diz 
que ambas as partes do estetoscópio podem ser usados para aferir a pressão arterial. 
Para utilizar o estetoscópio e obter o máximo desempenho, siga as recomendações: 
1. Escolha o tamanho certo das olivas, ou seja, a que se encaixe melhor nos seus 
ouvidos. Com isso, você está assegurando um ótimo desempenho acústico. A 
maioria dos estetoscópios possuem disponíveis os tamanhos pequeno, médio e 
grande para as olivas; 
2. Antes de colocar as olivas nos ouvidos (canal auditivo), se certifique de que as olivas 
se apontam para frente, distantes de você (figura 3A). Com isso, você assegura que 
os tubos auriculares irão se alinhar com os canais auditivos para a máxima 
transmissão de som e conforto. 
 
 
Figura 3. A: inserção adequada; B: posicionamento correto. Otimização do desempenho. 
Littmann. Fonte: <www.littmann.com.br/3M/pt_BR/estetoscopios-littmann-br/meu-
estetoscopio/como-usar-seu-estetoscopio/dicas-de-uso/>. 
 
3. Segurando os fones biauriculares com as mãos, coloque as olivas nos ouvidos de 
maneira a isolar todos os sons externos (figura 3B). Se o encaixe não for confortável, 
reajuste o posicionamento. 
https://www.littmann.com.br/3M/pt_BR/estetoscopios-littmann-br/meu-estetoscopio/como-usar-seu-estetoscopio/dicas-de-uso/
https://www.littmann.com.br/3M/pt_BR/estetoscopios-littmann-br/meu-estetoscopio/como-usar-seu-estetoscopio/dicas-de-uso/
 
4. Esfregue cuidadosamente e levemente o diafragma para saber se as olivas estão 
posicionadas corretamente nos ouvidos e qual diafragma está na posição de uso. 
Caso não esteja selecionado o diafragma, gire o auscultador em 180° (figura 4). 
 
Figura 4. Gire o auscultador para determinar a posição de uso. Otimização do desempenho. 
Littmann. Fonte: <www.littmann.com.br/3M/pt_BR/estetoscopios-littmann-br/meu-
estetoscopio/como-usar-seu-estetoscopio/dicas-de-uso/>. 
 
5. Encoste o diafragma na área a ser analisada (sobre a artéria braquial) durante a 
medida indireta da pressão arterial. 
Atenção: consulte o manual de instruções do seu equipamento para complementar as 
recomendações descritas anteriormente. 
Já o instrumento esfigmomanômetro mecânico aneroide consiste em uma bolsa de 
borracha inflável de formato laminar, a qual é envolvida por uma capa de tecido não-elástico 
e conectada por um tubo de borracha a um manômetro aneroide. Além da capa que envolve 
a bolsa, há uma braçadeira ou manguito, também de tecido, e em suas extremidades, há 
velcros para a fixação do manguito no braço do avaliado (figura 5). 
 
https://www.littmann.com.br/3M/pt_BR/estetoscopios-littmann-br/meu-estetoscopio/como-usar-seu-estetoscopio/dicas-de-uso/
https://www.littmann.com.br/3M/pt_BR/estetoscopios-littmann-br/meu-estetoscopio/como-usar-seu-estetoscopio/dicas-de-uso/Figura 5. Descrição das partes do esfigmomanômetro mecânico aneroide. Fonte: Elaborada 
pelo autor. 
 
O esfigmomanômetro apresenta um segundo tubo, conectado em sua extremidade a 
uma pêra (bulbo) de borracha que tem a finalidade de insuflar progressivamente a bolsa de 
borracha que armazena o ar sob pressão e pressiona o vaso condutor do manômetro para a 
medição da pressão arterial. Para que este mecanismo funcione, são necessárias duas 
válvulas, uma válvula de alívio para esvaziar o manguito e uma válvula que permita a 
passagem do ar em um único sentido para encher a pêra. A válvula de alívio possui um 
parafuso, no qual, ao girar no sentido horário você irá fechá-lo, não permitindo a saída de ar 
do manguito. Em contrapartida, ao girar no sentido anti-horário, você abrirá 
progressivamente a válvula e permitirá a saída do ar de dentro da bolsa de borracha. 
 
Portanto, para encher a bolsa de borracha, você deve certificar que o parafuso da 
válvula de alívio está na posição fechada e pressione intermitentemente a pêra, ou seja, 
pressione e solte continuadamente. 
Adicionalmente é importante observar que na braçadeira há diversas indicações e 
textos, são elas: 
 Texto indicativo (Índice) de posicionamento da braçadeira. 
 Seta indicativa de posicionamento sobre a artéria braquial. 
 Texto indicativo do tamanho da braçadeira. 
 Número de registro, origem de fabricação e autorização do INMETRO. 
 Texto indicativo do alcance da braçadeira (normalmente na parte interna da 
braçadeira). 
 O manômetro aneroide é o instrumento utilizado para medir a pressão de fluidos 
contidos em recipientes fechados, neste caso, o ar contido na bolsa de borracha (figura 6). 
 
Figura 6. Descrição das partes do Manômetro. Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
 A maioria dos manômetros utilizados para a medida dos valores de pressão arterial, a 
resolução da escala de leitura de 0,27 kPa, o qual equivale a 2 milímetros de mercúrio 
(mmHg), com faixa de leitura de 0 (zero) a 300 mmHg (figura 6). Ainda na escala de leitura, 
há a marca de tolerância do zero, a qual varia de modelo para modelo e costuma ser de ± 3 
mmHg (figura 6). Na parte traseira do manômetro há um prendedor para fixá-lo à braçadeira 
e, na parte inferior há o anel de ajuste externo do zero. 
 
Atenção: antes de uma medida indireta da pressão arterial, é muito importante que você 
verifique se o ponteiro se encontra dentro da marca de tolerância do zero. Caso não esteja, 
gire no sentido horário ou anti-horário o anel de ajuste externo com manômetro 
despressurizado, até que o ponteiro fique dentro dos limites da marca de tolerância do zero. 
 
Inspeções frequentes e calibrações conforme as recomendações do fabricante são 
importantes para assegurar que o esfigmomanômetro está apropriado para as medições. 
Normalmente, a calibração é recomendada a cada 6 meses. 
Atenção: Dentre os erros relativos ao equipamento destaca-se a falta de calibração do 
Esfigmomanômetro. 
 
Unidade III – Medição da pressão arterial pelo método auscultatório 
Agora que você conhece os instrumentos necessários para a medida da pressão 
arterial, podemos prosseguir para os procedimentos para uma adequada medida da pressão 
arterial. 
 
 
Preparação do ambiente de avaliação 
O ambiente adequado à medida da pressão arterial deve ser tranquilo, silencioso e 
com temperatura agradável. Preferencialmente, e quando o objetivo é determinar os 
valores de pressão arterial em repouso, recomenda-se não medir se o paciente acabou de 
praticar exercício físico, utilizou tabaco, ingeriu cafeína ou álcool ou se alimentou 30 minutos 
antes da medida. 
 
Preparo do Paciente 
Em seguida, você deve explicar o procedimento ao paciente e esclarecer possíveis 
dúvidas. Lembre-se de instruir o paciente a não conversar durante a medida. O correto 
posicionamento do paciente é essencial para a acurácia da medida. 
O paciente deve estar em posição confortável e permanecer em repouso por 3 a 5 
minutos antes do início do procedimento. 
Ao realizar a medição na posição sentada, o tronco deve estar encostado, as pernas 
descruzadas, pés apoiados no chão e os braços relaxados. O braço do avaliado deve ser 
apoiado no nível do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4º espaço intercostal) livre 
de roupas até o ombro (caso dobre a manga da camiseta, não aperte!), com a palma da mão 
voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido de modo que não interfira na circulação 
sanguínea. 
 
Tamanho e posicionamento da braçadeira 
Um erro comum na medida indireta da pressão arterial é o posicionamento e 
tamanho inadequado da braçadeira (bolsa de borracha). Por exemplo, a escolha de uma 
bolsa de borracha pequena para o tamanho da circunferência do braço irá superestimar os 
valores de pressão arterial. Portanto, você deve determinar a circunferência do ponto médio 
 
do braço do paciente. O ponto médio é a distância média entre o acrômio e o olecrano 
(figura 7). 
 
Figura 7. A: avaliação do ponto médio entre o acrômio e olécrano. B: posicionamento 
adequado da braçadeira. Fonte: Retirada e adaptada do artigo de Williams, J.S. et al. New 
England Journal of Medicine, 2009. 
A largura e o comprimento da braçadeira devem corresponder a medida observada 
na circunferência do braço do paciente, conforme o quadro 1. 
 
Quadro 1. Dimensões do manguito para diferentes circunferências de braço em crianças e 
adultos. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-
83. 
 Bolsa de borracha (cm) 
Circunferência do braço 
(cm) 
Denominação do manguito Largura (cm) Comprimento (cm) 
≤ 6 Recém-nascido 3 6 
6 – 15 Criança 3 15 
16 – 21 Infantil 8 21 
22 – 26 Adulto Pequeno 10 24 
 
27 – 34 Adulto 13 30 
35 – 44 Adulto grande 16 38 
45 – 52 Coxa 20 42 
 
 
Em seguida, a braçadeira deve ser posicionada sobre o braço sem folga (sem 
apertar!), 2 a 3 cm acima da fossa cubital (articulação do cotovelo) e com a seta de indicação 
da braçadeira sobre a artéria braquial (figura 8). O manômetro aneroide deve estar 
claramente visível e no nível do seu olho. 
 
Figura 8. Posicionamento adequado da braçadeira para a medida indireta da pressão arterial 
pelo método auscultatório. Fonte: Elaborada pelo autor. 
 
As braçadeiras geralmente possuem linhas indicadoras com o intuito de facilitar o 
ajuste e o posicionamento adequados. Fique atento e respeite as orientações do fabricante. 
Uma vez ajustado a braçadeira ao redor do braço, as linhas devem permanecer dentro do 
limite, e o ponto médio da braçadeira na mesma direção da artéria braquial. 
 
 
Determinação da pressão de obliteração do pulso 
Antes de realizar a medida propriamente dita da pressão arterial, você deverá 
determinar a pressão de obliteração e conhecer os sons auscultados. 
Obliterar – verbo transitivo. 
1. Fazer desaparecer uma coisa, pouco a pouco, até que dela não fique nenhum vestígio. 
2. Obstruir. 
Quando o manguito é inflado sem nenhum parâmetro, há o risco de uma excessiva 
insuflação deste, o que pode causar desconforto e dor ao paciente além de subestimar os 
valores de pressão arterial. 
Em contrapartida, em pacientes hipertensos estágio 3 é comum subestimar o valor 
de insuflação, uma vez que o valor necessário para uma adequada medida é muito fora do 
habitual. Assim, haverá a necessidade de repetidas medidas, gerando estresse e desconforto 
ao paciente. 
Com a estimativa da pressão de obliteração esses erros podem ser minimizados. 
Nesse sentido, é muito importante ficar atento aos procedimentos para determinar a 
pressão de obliteração do pulso. 
Os procedimentos para obter a pressão de obliteração do pulso, são: 
1. Localize o pulso na artéria radial, conforme a figura 9. Utilize as polpas digitais 
dos dedos indicador e médio sobre a artéria radial. 
Atenção especial para: 
 Não comprimir excessivamente o pulso, o contato superficial e leve favorecea 
localização do pulso radial. 
 Não utilizar o polegar para localizar o pulso radial. 
 
Artéria radial tem origem com a mesma direção que a artéria braquial, dando a 
impressão de que é continuidade do mesmo vaso em direção à mão. Após surgir da 
bifurcação da artéria braquial, ela passa pelo lado radial do antebraço até o punho. 
Aproveite para avaliar a frequência, o ritmo, amplitude ou magnitude do pulso do seu 
paciente. 
 
Figura 9. Posicionamento adequado para a localização do pulso na artéria radial. Otimização 
do desempenho. Radial Pulse. Fonte: 
<https://medlineplus.gov/ency/imagepages/19395.htm>. 
 
2. Após a localização do pulso da artéria radial infle o manguito rapidamente até 
aproximadamente 80 mmHg. 
 Verifique se o parafuso da válvula de alívio está fechado e se os tubos de conexão do 
esfigmomanômetro não estão enrolados entre si. 
https://medlineplus.gov/ency/imagepages/19395.htm
 
3. A partir disso, infle de maneira mais lenta, a uma taxa de 10 mmHg a cada 2-3 
segundos com muita atenção, até o pulso da artéria radial desaparecer. 
4. Após o desaparecimento do pulso, faça a lenta deflação do manguito a uma taxa 
de 2 mmHg por segundo, quando o pulso reaparecer você tem o valor de 
pressão no qual ocorre a obliteração do pulso. 
5. Grave e/ou anote o valor. 
Para que o procedimento de medida indireta da pressão arterial seja correto e 
fidedigno, fique atento às recomendações abaixo: 
 O diafragma do estetoscópio deve estar sobre a artéria braquial. 
 A pressão usada no estetoscópio deve ser o suficiente para promover a transmissão 
de sons de boa qualidade, sem a compressão da artéria braquial. 
 Evite ruídos e assegure-se que o diafragma do estetoscópio não esteja em contato 
com a roupa do paciente, ou até sobre ou abaixo do manguito. 
 O tempo médio de medida da pressão arterial é de 45 segundos. 
 
Ruídos de Korotkoff 
Os sons ouvidos durante o procedimento de medida indireta da pressão arterial são 
denominados Ruídos de Korotkoff. Estes sons são gerados pela passagem do fluxo 
turbilhonar sanguíneo na artéria braquial, sendo classificados em cinco fases. Ou seja, 
quando você realizar a medida indireta da pressão arterial pelo método auscultatório você 
deverá ser capaz de distinguir as fases, as suas características e significados. Para isso, veja o 
quadro 2. 
Quadro 2. Fases, características e significados dos sons de Korotkoff. Adaptado de Polito e 
Farinatti, 2003. 
 
Ruídos de Korotkoff 
Fases dos sons Características e significado 
Fase 1 Primeira aparição de ruídos rítmicos, de forma clara e repetitiva, 
coincidindo aproximadamente com a identificação do pulso 
palpável. Corresponde ao valor da Pressão Arterial Sistólica (PAS). 
Fase 2 Os ruídos são mais leves e longos, com a qualidade de um 
murmúrio intermitente. 
Fase 3 Os ruídos tornam-se novamente firmes e altos. 
Fase 4 Ruídos abafados, pouco distintos e leves. 
Fase 5 O som desaparece completamente. Corresponde ao valor da 
Pressão Arterial Diastólica (PAD). 
 
Se você nunca ouviu os sons de Korotkoff e/ou deseja treinar o seu ouvido, coloque 
os fones de ouvido e acesse o link: https://youtu.be/5gn8cbY9rkc 
Agora que você ouviu os sons gerados durante a medida indireta da pressão arterial, 
é hora de visualizar como o manômetro irá se comportar. Veja o vídeo e acompanhe as 
oscilações do ponteiro e as variações de pressão arterial no decorrer da medida. 
 
 
Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=VdpsyZnFLNU 
 
Em sua opinião, qual o valor da pressão arterial neste vídeo? 
Resposta: aproximadamente 154 x 86 mmHg. 
Atenção: você precisa ficar bastante atento durante a medida para olhar no manômetro e 
determinar os valores em que ocorreram a PAS e PAD, ou seja, quando ocorrer o primeiro 
som e o momento de início de desaparecimento “último” do som durante a medida. 
Sabendo disso, você está apto para realizar a medida da PA. Vamos lá! 
https://youtu.be/5gn8cbY9rkc
https://www.youtube.com/watch?v=VdpsyZnFLNU
 
Medida indireta da pressão arterial pelo método auscultatório 
1. Localize e palpe a artéria braquial na fossa cubital. 
2. Coloque a campânula ou o diafragma do estetoscópio sem compressão excessiva. 
3. Verifique se o parafuso da válvula de alívio está fechado e se os tubos de conexão do 
esfigmomanômetro não estão enrolados entre si. 
4. Uma vez que a pressão de obliteração foi determinada, o manguito deve ser inflado 
rapidamente até 20 a 30 mmHg acima da pressão de obliteração. 
5. Gire o parafuso da válvula de deflação lentamente, a uma velocidade de 2 mmHg por 
segundo. 
6. Determine a PAS pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após, aumente 
um pouco a velocidade de deflação. 
7. Determine a PAD com o desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff). 
8. Para assegurar que a PAD foi determinada, continue a deflação do manguito por mais 10 
mmHg abaixo do quinto som de Korotkoff. 
9. Em seguida, remova cuidadosamente o estetoscópio e o manguito (braçadeira). 
10. Agradeça e informe os valores ao paciente. 
11. Registre os valores exatos sem “arredondamentos” e o braço em que a pressão arterial 
foi medida na ficha de avaliação. 
 
É muito comum os profissionais da saúde arredondarem os valores de pressão 
arterial. Por exemplo, durante a medida foi auscultado 136/87 mmHg, e registrado na ficha 
de avaliação 140/90 mmHg. No entanto, não devemos fazer isto! Você sabe por quê? 
 
 O arredondamento pode mudar a faixa de classificação da pressão arterial do 
paciente, tornando-o um paciente inicialmente em pré-hipertenso em hipertenso 
estágio 1. Com esta inadequada classificação todo a conduta terapêutica também 
será alterada. 
 Reduções de poucos milímetros de mercúrio (aproximadamente 2 a 3 mmHg de 
redução), reduz em muitos porcentos (5-10%) o risco de mortalidade por doenças 
cardiovasculares e por todas as outras causas. Portanto, medir adequadamente a 
pressão arterial e acompanhar o progresso da doença ou das intervenções é de 
fundamental importância que a medida da pressão seja adequada e sem 
arredondamentos. 
Faça a medida da pressão arterial em ambos os braços na primeira consulta e utilize 
o maior valor obtido como referência. O método auscultatório é de caráter intermitente, ou 
seja, a verificação de uma nova medida requer que todo o procedimento seja refeito. Nesse 
sentido, para garantir os valores de medida da pressão arterial, é recomendado que seja 
realizado pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições 
adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras forem muito diferentes. Caso julgue 
adequado, considere a média das medidas. 
Para minimizar as possíveis dúvidas, assista o nosso vídeo sobre os procedimentos 
para uma adequada medida indireta da pressão arterial pelo método auscultatório. 
 
Acesse o link: https://youtu.be/VWHvu6oUFhs 
 
Com os valores de PAS e PAD em mãos, agora é hora de classificá-los em: normal ou 
alta. 
https://youtu.be/VWHvu6oUFhs
 
Classificação dos valores de pressão arterial 
Para um adulto saudável, a PAS normal apresenta valores menores que 120 mmHg e 
a PAD valores menores que 80 mmHg. Valores pressóricos acima destas faixas de referência 
são fortes indicativos de pré-hipertensão e hipertensão. 
Veja o quadro com a classificação da pressão arterial em acordo com a medição 
casual ou no consultório a partir de 18 anos de idade. 
Quadro 3 - Classificação da pressão arterial em acordo com a medição casual ou no 
consultório a partir de 18 anos de idade. 
Classificação Pressão Arterial Sistólica 
(PAS) (mmHg) 
Pressão Arterial Diastólica 
(PAD) (mmHg) 
Normal ≤ 120 ≤ 80 
Pré-hipertensão 121 – 139 81 – 89 
Hipertensão estágio 1 140 – 159 90 – 99 
Hipertensão estágio 2 160 – 179 100 – 109 
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 
Quando a PAS e a PAD situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para 
classificaçãoda pressão arterial. 
 Portanto, considera-se que um paciente é normotenso quando as suas medidas 
indiretas de pressão arterial são ≤ 120/80 mmHg e as medidas mais contínuas e duradouras, 
como por exemplo, o Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA), confirmam os 
valores considerados normais. 
 Caracteriza a hipertensão sistólica isolada se PAS ≥ 140 mmHg e PAD < 90 mmHg, 
devendo a mesma ser classificada em estágios 1, 2 e 3. 
 Define-se hipertensão arterial controlada quando, sob tratamento anti-hipertensivo, 
o paciente permanece com a pressão arterial controlada tanto durante as medidas clínicas 
(consultório) como fora dele. 
 
Siga-nos nas redes sociais: 
 
fisioex.ufscar 
 
Fisiologia do Exercício UFSCar 
(https://www.youtube.com/channel/UCMJWXNc4u6IFt1WHawNZrxw) 
 
E-mail do Prof. Dr. Guilherme Borges Pereira 
(gbp.ufscar@gmail.com) 
 
Referências 
1. ABBASI, J. Medical Students Fall Short on Blood Pressure Check Challenge. JAMA, 
2017. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1001/jama.2017.11255> 
2. MALACHIAS, M. et al. 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension: Chapter 1 - 
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3. MALACHIAS, M. V. B. et al. 7th Brazilian Guideline of Arterial Hypertension: Chapter 2 
- Diagnosis and Classification. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 107, n. 3 Suppl 
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O material Medida da pressão arterial: um guia prático de Guilherme Borges Pereira está 
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A pressão arterial, popularmente conhecida 
como pressão do sangue ou pressão sanguínea, é um 
dos sinais vitais mais importante na saúde de uma 
pessoa. Qualquer variação na pressão arterial acima ou 
abaixo do normal, mesmo que pequenas variações, 
pode ser um indicativo de sérios problemas de saúde. 
Você sabia que estudos científicos demonstraram que 
muitos enfermeiros, fisioterapeutas, médicos e outros 
profissionais da saúde falham em aferir adequadamente 
a pressão arterial? Portanto, medir corretamente a 
pressão arterial deve fazer parte do seu dia a dia 
profissional. No entanto, uma medida adequada da 
pressão arterial é muito além da parte técnica. Medir a 
pressão arterial envolve competências cognitivas 
(conhecimento), procedimentais (realização da técnica) 
e comportamentais (abordagem do paciente). Ao 
realizar este curso você irá adquirir conhecimento 
teórico e prático para uma adequada medida, 
reconhecerá os principais erros e fatores que 
influenciam resultados e conseguirá interpretar os 
valores de pressão arterial obtidos em suas avaliações. 
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