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ESTÉTICAE COMUNICAÇÃO

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PROFESSOR
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
Estética e 
Comunicação
ACESSE AQUI O SEU 
LIVRO NA VERSÃO 
DIGITAL!
EXPEDIENTE
Coordenador(a) de Conteúdo 
Fernanda Gabriela de Andrade Cou-
tinho
Projeto Gráfico e Capa
André Morais, Arthur Cantareli e 
Matheus Silva
Editoração
Alexandre Donzelli
Design Educacional
Lucio Carlos Ferrarese
Curadoria
Cleber Rafael Lopes Lisboa
Revisão Textual
Carolina Guimarães Branco
Ilustração
Welington Vainer
Fotos
Shutterstock
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. BRODBECK, Pedro de Souza 
Lima.
Estética e Comunicação. Pedro de Souza Lima Brodbeck. 
Maringá - PR: Unicesumar, 2022. 
162 p.
ISBN 978-85-459-2289-6
“Graduação - EaD”. 
1. Estética 2. Comunicação 3. Arte. 4. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed.302.2
FICHA CATALOGRÁFICA
02511320
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
Eu vivo contando histórias. Eu sempre fui assim, mesmo 
antes de me tornar jornalista e professor, que são duas 
profissões em que você basicamente conta histórias o 
tempo todo. Desde menino, era comum que meus amigos 
estivessem em uma rodinha ouvindo eu contar alguma coi-
sa, algum caso engraçado, alguma história trágica ou algo 
do tipo. Eu acho que foi por isso que eu acabei cursando 
Jornalismo – que nada mais é do que ouvir uma história, 
ou várias histórias, e depois contar para outras pessoas.
Foi contando histórias que eu trabalhei como repórter 
de Agronegócio, de Saúde e de Economia em um grande 
jornal do Paraná e depois, falando disso e também de Po-
lítica, Cidades, Policial e muitas outras coisas que trabalhei 
no maior portal de notícias do Brasil por mais alguns anos. 
Além disso, trabalhei com comunicação corporativa e 
assessoria de imprensa de empresas e de órgãos públi-
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/12457
cos, contando para sociedade e para colegas jornalistas 
o que esses lugares tinham de interessante e relevante.
Com o tempo, vi que uma forma legal de me desen-
volver era aliar novos estudos à prática da docência, que 
é uma forma de repassar todo o conhecimento prático 
e teórico acumulado em alguns anos de estrada e ainda 
absorver o que os alunos têm a ensinar. 
Particularmente, gosto muito da atividade da pes-
quisa acadêmica: que é uma forma de aprender coisas 
novas o tempo inteiro e ainda usar isso para gerar novos 
conhecimentos. Nesse caminho, fiz especializações de 
Comunicação Política e de Marketing Digital. Mais a fun-
do, fiz mestrado em Comunicação e, atualmente, estou 
fazendo Doutorado na área, produzindo pesquisas sobre 
comunicação e participação política, mobilização política, 
ativismo digital, comunicação digital e internet.
http://lattes.cnpq.br/9368429936138856
Quando trabalhamos com comunicação, seja na criação publicitária, em uma redação 
jornalística ou no setor de marketing de uma grande empresa, sempre pensamos 
muito em conteúdo; afinal, seja lá qual destas atividades estivermos desempenhando, 
há sempre uma mensagem que precisa ser passada: é uma notícia, é o conceito de um 
produto ou um recado para os funcionários de uma empresa, entre outros. No entanto, 
é muito importante também pensarmos na forma como estas mensagens devem ser 
trabalhadas. Como elas devem ser apresentadas para que o resultado final seja o me-
lhor possível? É disso que a estética vai tratar quando tensionada com a comunicação.
Quando falamos de estética, estamos falando não exatamente sobre a beleza de 
algo, mas, em geral, como o formato das coisas nos impacta por meio da nossa sensi-
bilidade. Para entender isso, um bom caminho é olhar atentamente para a história da 
arte. A arte é uma atividade que nos remete muito diretamente à sensibilidade. Olha-
mos um quadro, ouvimos uma música e sentimos coisas – alegria, tristeza, animação, 
contemplação etc. E estes sentimentos variam de pessoa para pessoa. O seu quadro 
preferido, por exemplo, deve ser diferente da obra de arte preferida dos seus amigos 
e familiares. Você pode gostar de um estilo musical e seus colegas gostarem de outros. 
E isso acontece porque cada uma destas coisas age de uma maneira diferente nos nos-
sos sentimentos e na forma como as percebemos. Se olharmos também para a forma 
como os estilos artísticos evoluíram com o tempo, também notamos que os padrões 
estéticos variaram ao longo da história, a depender do contexto que cada sociedade 
vivia, suas variadas necessidades e seus diferentes valores.
Arte e comunicação têm muito em comum – e por isso é interessante olhar para a 
história de uma para entender a outra. Conforme as tecnologias foram evoluindo, a 
arte e a comunicação passaram por mudanças estruturais parecidas que impactaram 
na estética de ambas. Com a imprensa, a comunicação se tornou mais poderosa e che-
gou a mais lugares. A arte, por sua vez, deixou de ser única e passou a ser reproduzida 
milhares de vezes. A fotografia mudou a forma como as pessoas viam os quadros e 
também como contavam histórias. Os computadores e a internet criaram novas formas 
de arte e, definitivamente, revolucionaram a comunicação interpessoal, o jornalismo e 
ESTÉTICA E COMUNICAÇÃO
a publicidade. Em resumo, com o passar do tempo, novas formas de linguagem e novas 
maneiras de apresentação impactaram profundamente a forma como nos comunica-
mos e como as comunicações se apresentam para nós cotidianamente.
Até que, hoje, vivemos em um ambiente em que estamos conectados o tempo 
inteiro, recebendo centenas de informações o dia todo. E é a estética que vai fazer 
com que a nossa atenção se guie para determinadas coisas em detrimento de outra.
Para exemplificar todo este trajeto, as relações entre todos estes conceitos e a im-
portância da estética da comunicação, vamos comparar a mesma situação hipotética 
em tempos e contextos diferentes: como as pessoas se informavam séculos atrás, na 
Idade Média, por exemplo, e como elas se informam hoje?
É possível, que séculos atrás, as notícias referentes aos principais acontecimentos 
de uma região fossem repassadas boca a boca ou por cartas. Possivelmente só o que 
era muito relevante para uma comunidade deveria chegar ao conhecimento de to-
dos. E, em geral, as pessoas tinham acesso a poucas informações sobre novidades. O 
conhecimento, via de regra, era passado de geração para geração, de acordo com as 
atividades cotidianas que cada pessoa tinha.
Hoje o cenário é completamente diferente. Em poucos segundos, podemos ter aces-
so a quase qualquer informação do planeta. Estamos o dia inteiro sendo impactados 
por notícias, propagandas, anúncios, mensagens etc. Como escolhemos para quais 
informações vamos dar atenção? Como algumas informações chamam mais a nossa 
atenção do que outras? Em geral, aquelas coisas que estão mais alinhadas aos nossos 
gostos, que mexem mais conosco é que serão percebidas antes das demais.
Apenas com algumas perguntas, já vemos como as situações são distintas. Ao mes-
mo tempo, notamos como a estética ganha uma importância quanto mais dinâmica se 
tornam os nossos modelos e formatos de comunicação. 
Nesta disciplina, você verá o que é estética, como ela evoluiu ao longo do tempo, 
como a arte impactou nisso e como ela se relaciona com os processos comunicacionais. 
Na Unidade 1, você verá como evoluiu o conceito de estética ao longo da história da 
arte, desde as primeiras pinturas rupestres até a arte contemporânea. Na Unidade 2, 
como a arte está relacionada à comunicação e de que forma as inovações tecnológicas 
impactaram estas duas atividades. Na Unidade 3, vamos falar sobre as estéticas da 
comunicação e como elas impactam nas formas que os produtos comunicacionais se 
apresentam. Depois, na Unidade 4, vamos abordar as linguagens tradicionais e digitaisda comunicação que foram impactadas pelos avanços tecnológicos e suas dimensões 
estéticas. E, por fim, na Unidade 5, você verá como a hiperconexão impacta na estética 
da comunicação na atualidade.
Como você vai conferir ao longo deste livro, estudar as relações entre estética e 
comunicação ajudam, no dia a dia do profissional de comunicação, a pensar em como 
a nossa atividade pode impactar as vidas das pessoas – afinal, a experiência estética 
mexe com os sentimentos, em como as coisas são percebidas pela audiência. 
Está pronto para expandir seus conhecimentos e entender como podemos impactar 
positivamente, por meio da comunicação, a vida das pessoas? Vamos lá!
IMERSÃO
RECURSOS DE
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento.
PENSANDO JUNTOS
NOVAS DESCOBERTAS
Enquanto estuda, você pode aces-
sar conteúdos online que amplia-
ram a discussão sobre os assuntos 
de maneira interativa usando a tec-
nologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, 
esteja conectado à internet e inicie 
o aplicativo Unicesumar Experien-
ce. Aproxime seu dispositivo móvel 
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex-
plore as ferramentas do App para 
saber das possibilidades de intera-
ção de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento 
é sempre bem-vinda. Posicionando 
seu leitor de QRCode sobre o códi-
go, você terá acesso aos vídeos que 
complementam o assunto discutido.
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
OLHAR CONCEITUAL
Neste elemento, você encontrará di-
versas informações que serão apre-
sentadas na forma de infográficos, 
esquemas e fluxogramas os quais te 
ajudarão no entendimento do con-
teúdo de forma rápida e clara
Professores especialistas e convi-
dados, ampliando as discussões 
sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a 
oportunidade de explorar termos 
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do 
aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
3 4
5
NOÇÕES DE 
ESTÉTICA E 
HISTÓRIA DA 
ARTE
11
ARTE E 
COMUNICAÇÃO
49
77
ESTÉTICAS DA 
COMUNICAÇÃO
99
LINGUAGENS 
TRADICIONAIS E 
DIGITAIS
121
A COMUNICAÇÃO 
NA ATUALIDADE
1Noções de Estética e História 
da Arte
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
A estética é o campo da filosofia que estuda o belo e as sensações que 
temos diante de algum objeto ou imagem. Ela é parte fundamental 
da forma como nos comunicamos e produzimos qualquer forma de 
expressão. Esses conceitos, no entanto, variaram muito ao longo do 
tempo. Com isso, a percepção sobre o que é arte também mudou. 
Nesta unidade, vamos estudar como o conceito de estética evoluiu 
ao longo do tempo, e relacionar com os movimentos artísticos que 
tivemos no decorrer da história, desde as obras de arte mais antigas 
até as atuais expressões artísticas. 
UNIDADE 1
12
Caro(a) estudante, mesmo que você nunca tenha visitado um museu ou uma 
galeria, certamente, já se deparou com algum tipo de obra de arte. Pode ter sido 
em um filme ou na televisão, no seu celular ou até mesmo em seu tablet. Pode 
ser ouvindo uma música, uma fotografia ou até mesmo ao observar um grafite 
estampado em uma avenida da sua cidade. 
A arte está presente em nosso cotidiano. Por mais que muitas vezes a 
gente não se dê conta disso, e não pare para contemplá-la, como fazemos 
quando nos deparamos com um quadro imponente, existem manifestações 
artísticas em praticamente todos os lugares. Contudo, o que faz com que um 
objeto, uma escultura, uma pintura e até mesmo uma colagem postada nas 
redes sociais sejam consideradas obras artísticas, mesmo sendo tão diferentes 
entre si? Você já parou para pensar no que define a arte?
Homens e mulheres produzem arte desde os primeiros registros históricos 
de que se tem notícia. Hoje, quando vemos os resquícios da pintura de um bisão 
na parede de uma caverna (Figura 1), feita há mais de 10 mil anos, entendemos 
que ali há uma representação artística. 
13
Figura 1 – Pintura de bisão na caverna de Altamira, na Espanha
Descrição da Imagem: a fotografia apresenta uma parede amarelada de uma caverna, com um bisão 
avermelhado, com detalhes em preto, voltado para a direita, desenhado no centro da imagem.
Além de terem valor estético e de despertarem algum tipo de sentimento naquela 
pessoa que as observa, as obras de arte carregam sempre um contexto ou algum 
significado. A maior parte delas, antes de serem consideradas Arte, eram expres-
sões ou manifestações que serviam a outros propósitos. As pirâmides do Egito, 
por exemplo, mais do que um monumento artístico, funcionavam como um meio 
de ajudar os faraós a ascenderem aos deuses após a morte, – segundo os egípcios 
da Antiguidade –, enquanto os corpos deles eram preservados na Terra. Refletir 
sobre estes significados associados à arte é uma forma de compreender melhor 
a nossa história e o mundo em que vivemos. Para deixar mais claro como esses 
fatores determinam a natureza de uma obra de arte, vamos fazer um exercício 
de análise. Escolha uma expressão artística qualquer – pode ser um quadro que 
você goste, uma escultura de uma praça ou até mesmo um mural da sua cidade. 
Tente identificar o que chama a sua atenção naquela manifestação artística, e 
quais elementos fazem com que ela seja uma obra interessante para você. 
Depois de refletir sobre isso, busque informações sobre a época em que a obra 
foi produzida, o que ela representa ou retrata, e o contexto em que ela foi feita. 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
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Pesquise também informações sobre o autor dela. Busque se ele fez outras obras 
e tente identificar semelhanças e diferenças da obra que você escolheu. 
Você consegue elencar quais fatores lhe fazem atribuir um valor artístico à 
obra que escolheu? Quais elementos estéticos que chamaram a sua atenção para 
fazer esta escolha? Você parou para pensar o que faz gostar desta manifestação 
artística e que tipo de sentimentos ela desperta em você?
Levante as suas impressões, opiniões e informações sobre a obra de arte 
escolhida e as anote no seu Diário de Bordo.
DIÁRIO DE BORDO
É muito comum que o nosso conceito sobre o que é arte esteja relacionado ao valor 
estético de uma determinada peça. Uma das associações mais básicas que fazemos 
sobre o que pode ser considerado arte, a princípio, é apontar a beleza única de uma 
determinada obra. Historicamente, esta relação entre estética e arte é bastante comum, 
ainda que não explique sempre o valor artístico de uma obra. Entretanto, o que faz 
uma determinada coisa ser considerada mais bonita do que a outra? 
Na filosofia, a Estética é a área do conhecimento que estuda o belo. Ainda que 
ela tenha surgido na literatura com esse nome apenas no século XVIII, na obra 
de Alexander Baumgarten, reflexões sobre a estética das coisas existem desde a 
Grécia Antiga. Nos primeiros registros históricos das civilizações, segundo Um-
15
berto Eco, que escreveu A História da Beleza, o belo estava geralmente associado 
a outras qualidades virtuosas, e não existia propriamente uma consciência do 
que era a beleza. Era belo aquilo que era admirado pelas pessoas ou o que elas 
queriam ter. “Podia ser classificado como belo que era justo, o que era adequado 
ou conveniente, por exemplo” (ECO, 2004, p. 37). 
Somente por volta de 400 a.C. que se criou uma noção mais bem definida da 
beleza estética. Foi nessa época em que o homem passou a ser a figura central nas 
obras de arte, nas quais encontramos representações artísticas de esculturas com 
corpos considerados à época saudáveis e atléticos (Figura 2), pois “o entendimen-
to geral passou a ser de que um corpo ideal estava ligado a uma mente brilhante” 
(SOUZA; BATISTA, 2019, p. 57).
Figura 2 – Grupo de Laocoonte,século I a.C., Museu do Vaticano
Descrição da Imagem: a fotografia mostra a escultura Grupo de Laocoonte, no Museu do Vaticano. A 
escultura em mármore branco mostra Laocoonte, um homem de barbas e cabelos com comprimento 
médio, ao centro. Ele está sentado e nu, com o corpo contorcido, tentando se libertar de duas serpentes 
que estão enroladas em seus braços e pernas. Os músculos do corpo dele são definidos e mostram o 
esforço de Laocoonte de tentar se livrar dos animais. De cada um dos lados de Laocoonte, há um jovem, 
também nu. Eles também estão enrolados e lutando com serpentes.
As primeiras definições mais articuladas do que ficou conhecido por muitos anos 
como Teoria da Beleza surgiram com Sócrates e Platão. O primeiro dividia a 
prática artística em três partes: a beleza ideal, que representa o que há de belo na 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
16
natureza e na composição de suas partes; a beleza espiritual, expressada pelo olhar; 
e a beleza útil, em que um objeto é belo na medida em que ele tem uma utilidade. 
Já “Platão afirma que existe uma dualidade entre dois universos. Aquilo que 
é real, que é representado pela ‘verdadeira realidade’, e o mundo sensível, que é 
a forma como entendemos as coisas pelos nossos sentidos” (DIAS, 2020, p. 5). 
De acordo com ele, o primeiro sentido representa uma beleza autônoma, que 
independe do suporte físico que a exprime, e o segundo é a forma como isso se 
manifesta pelos sentidos das pessoas. Segundo Umberto Eco (2004, p. 50), “para 
Platão a arte atua neste segundo sentido, sempre como uma falsa cópia da beleza”.
Em certa medida, isso se alinha ao fato de que os padrões estéticos não 
são os mesmos para todas as pessoas. Segundo Platão, existe uma beleza 
intrínseca e outra beleza atribuída às coisas. Por isso, alguém pode gostar de 
uma tela porque ela tem cores agradáveis, porque lembra alguma memória 
saudosa ou porque causa algum tipo de provocação interessante – cada qual 
com um valor estético atribuído pelos nossos sentidos. 
Outro aspecto a ser ponderado é que a beleza de um quadro, por exemplo, 
não está relacionada à beleza da situação que ele retrata. Uma obra que mostra 
alguma situação miserável ou que denuncia algum tipo de injustiça também pode 
ser considerada bela, mesmo que a situação exposta seja deplorável. Mais de dois 
mil anos mais tarde, no século XIX, esta dicotomia entre uma beleza harmônica e 
visível e uma outra beleza conturbadora, que se exprime além das aparências, foi 
abordada por Friedrich Nietzsche. Segundo o filósofo alemão, a tensão causada 
por esta dualidade é o que baseia as artes dramáticas, inclusive.
Além disso, ainda existem consensos estéticos que se alteram com o passar do 
tempo. Em algumas épocas ou em determinadas culturas, uma arte era conside-
rada mais bela quanto mais fiel ela fosse ao retrato da natureza. Em outras eras, 
uma obra pode ser considerada mais bonita principalmente pela forma como é 
produzida ou pelas mensagens implícitas que ela passa. 
Para tratar das mudanças do que foi considerado arte ao longo do tempo, é 
interessante retomar o conceito de Aristóteles, aluno de Platão, sobre o assunto. 
Diferente do que o seu professor acreditava, para Aristóteles a reprodução da arte 
por meio da imitação era uma virtude. Além da cópia, segundo ele, ser uma forma 
de retratar a vida e os dramas reais com maior verossimilhança, esta propriedade 
garantia uma maior utilidade à arte. Mais do que um valor estético, arte seriam 
aqueles objetos que eram utilitários.
17
Aqui conseguimos relacionar o conceito de utilidade de algumas das ma-
nifestações artísticas mais antigas que temos notícia. Segundo o historiador da 
arte Ernst Gombrich (2019, p. 42-43), “o bisão pintado na parede das cavernas 
de Altamira, na Espanha, em 10.000 a.C., muito possivelmente não foi feito com 
o objetivo de ser um registro artístico, mas, sim, a partir da crença de que repro-
duzir as imagens das presas daqueles povos poderia ajudá-los, de alguma forma, 
a dominar, caçar ou controlar estes animais”. 
É claro que nós não temos como saber ao certo o objetivo que aquelas civiliza-
ções primitivas tinham com essas pinturas feitas à base de pigmentos de plantas, 
pedaços de carvão e sangue de animais, mas o que arqueólogos especulam é que 
aquelas pessoas acreditavam no poder das imagens dos animais de uma forma má-
gica para fins de proteção ou subsistência. O que também se aplica a registros ainda 
mais antigos, como pedras sulcadas de 250 mil anos atrás, encontradas em Israel, ou 
bastões entalhados encontrados na África do Sul, que datam de aproximadamente 
70.000 anos a.C., e outras pinturas em cavernas da Austrália, de aproximadamente 
40 mil anos atrás (Figura 3). Estes registros são chamados de “arte rupestre”, que 
é o termo usado para descrever a época da 
arte em que as obras eram feitas em rochas.
Descrição da Imagem: a fotografia mostra uma pa-
rede rochosa alaranjada, com uma figura desenha-
da em vermelho. A figura parece ser um humano 
caçador, com o corpo, braços e pernas extrema-
mente finos, voltado para a esquerda. Ele possui 
cabeça pequena, cabelos finos, e está com os bra-
ços e pernas flexionados. Esse caçador carrega o 
que parecem ser lanças nas suas mãos.
Figura 3 – Arte rupestre, aprox. 40 mil anos a.C., 
Ubirr, Austrália
UNICESUMAR
UNIDADE 1
18
Além dos aspectos mágico e utilitário da arte rupestre, existem outras teorias que 
buscam explicar a produção da arte pré-histórica. “Uma delas está ligada a uma 
necessidade inata das pessoas pela beleza, em que o ser humano sempre busca 
por formas e objetos harmoniosos” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 36). 
Seja qual fosse o objetivo dessas artes, as formas das pinturas e objetos foram se 
modificando conforme o ser humano passou a produzir melhores ferramentas. Ob-
jetos de 200 mil anos atrás não apresentavam o mesmo nível de detalhamento que, 
por exemplo, estatuetas de 25 mil anos atrás, como a Vênus de Willendorf (Figura 4).
Descrição da Imagem: a fotografia mostra uma 
estatueta de calcário, de aproximadamente 12 cen-
tímetros, que mostra a representação estilizada de 
uma mulher nua. Esta mulher tem uma cabeça re-
donda, sem rosto, seios proeminentes, uma grande 
barriga e cintura larga. Ela está em pé, em pernas 
grossas, e está descansando pequenos braços por 
cima dos seios.
Figura 4 – Vênus de Willendorf, aprox. 25 mil 
anos a.C.
Com a evolução das ferramentas, do domínio dos materiais e da técnica, novas 
formas de arte surgiram. Por volta de 4.000 a.C., “povos da Mesopotâmia e do 
Egito desenvolvem a técnica da cera perdida, em que é possível criar moldes para 
produzir peças em bronze” (FARTHING, 2011, p. 20). Ainda nessa época, boa par-
te da produção que mais tarde foi reconhecida como arte estava ligada a alguma 
utilidade daqueles objetos. Desde os cilindros em pedra feitos pelos sumérios, 
que eram usados como lacres no comércio da época, até as pirâmides egípcias, 
que eram antes de tudo túmulos gigantes dos faraós, que eles acreditavam que, 
por serem construídas naqueles formatos e tamanhos, ajudavam a preservar os 
corpos dos monarcas e a conduzi-los aos céus após a morte. Segundo o historia-
19
dor da arte Ernst Gombrich (2019, p. 55), por mais que os faraós fossem ricos e 
poderosos a ponto de forçar milhares de pessoas ao trabalho brutal de construir 
pirâmides no deserto, “nenhum monarca e nenhum povo teria suportado seme-
lhante gasto e passado por tantas dificuldades se se tratasse da criação de um 
mero monumento”.
Uma característica da arte egípcia é a representação das pessoas e da nature-
za por meio do ponto de vista da observação. As pinturas e esculturas de pessoas, 
por exemplo, mostravam os rostos de perfil e o tronco de frente. De acordo com 
Gombrich (2019), as representações eram feitas desta forma porque é assim que 
estas partes do corpo são mais bem observadas, ainda que, anatomicamente, esta 
composição não seja a que faz mais sentido.
A arte egípcia influenciou fortemente a arteda Grécia Antiga, seja na ar-
quitetura dos templos – erguidos com precisão simétrica em homenagem aos 
deuses gregos –, seja na produção de estátuas com figuras humanas – que com 
o passar do tempo, passaram a buscar a representação de corpos perfeitos. Estes, 
inclusive, são os maiores legados da arte grega.
A arquitetura imponente foi influenciada pela constituição política e social 
das cidades gregas da época. Dividida em vários principados independentes, 
chamados de polis, as cidades tinham uma divisão muito peculiar, divididas em 
três partes: as áreas particulares, com casas; as áreas sagradas, onde ficavam os 
templos; e as áreas públicas, onde ficavam os comércios e as áreas onde aconte-
ciam as reuniões políticas. “Nessa configuração urbana, os protagonistas da polis 
são os templos” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 66). 
OLHAR CONCEITUAL
A construção dos templos gregos, com as colunas espaçadas com a mesma distância 
entre elas, com o frontão triangular e com a estilóbata, por exemplo, seguia uma simetria 
nos seus elementos a partir de critérios matemáticos, o que permitia a reprodução da 
mesma estrutura e do mesmo modelo em diversas cidades do território grego.
UNICESUMAR
UNIDADE 1
20
Entablamento
Cornija
Peristilo
Estilóbata
Friso
Arquitrave
Frontão
A construção dos templos gregos, com as colunas espaçadas com a 
mesma distância entre elas, com o frontão triangular e com a 
estilóbata, por exemplo, seguia uma simetria nos seus elementos a 
partir de critérios matemáticos, o que permitia a reprodução da mesma 
estrutura e do mesmo modelo em diversas cidades do território grego.
Elementos usados nos templos gregos de 2,5 mil anos atrás influenciaram toda a 
história da arquitetura. “O tratamento estilizado desenvolvido pelos gregos para 
as bases, os capitéis e os elementos apoiados (o entablamento) constituiu-se em 
um sistema que deu nome às ordens arquitetônicas que conhecemos hoje” (SOU-
ZA; BATISTA, 2019, p. 69-70).
As esculturas também marcaram a arte grega. As representações eram de 
corpos ideais, com um padrão de beleza que fugia, inclusive, do que era real na-
quela época. Com isso, os gregos colocaram homens e mulheres como o centro 
das artes – no Egito, por exemplo, este papel era ocupado pela religião.
Algumas características começaram a mudar com a alteração da organização 
política da Grécia sob o poder de Alexandre, o Grande. Ele transformou a região em 
um grande império, alterando a cultura e a arte local ao longo do chamado período 
helenístico. A arquitetura começou a sofrer mudanças, adaptada a um modo de vida 
menos sociável e mais individualista, o que mudou, principalmente, a arquitetura 
21
das construções (SANTOS; SOUZA, 2018, p. 45). Não eram mais erguidos grandes 
templos e as construções residenciais passaram a ser mais funcionais.
Nesta época, a Grécia foi incorporada ao território do Império Romano. Por 
volta de 200 a.C., “a grande demanda por estátuas gregas em Roma provoca uma 
inundação de cópias em mármore e bronze feitas a partir de moldes de gesso” 
(FARTHING, 2011, p. 62). Desta forma, a cultura grega influenciou boa parte da 
arte romana, no início do período em que o Império avançou por boa parte dos 
territórios europeus do Ocidente, até cerca de 500 d.C.
Quando o Império foi estabelecido, “a arte foi elevada ao status de símbolo 
do poder, como demonstração de grandeza imperial” (SOUZA; BATISTA, 2019, 
p. 78). Com isso, dezenas de templos foram erguidos nos territórios conquista-
dos pelos romanos, e a produção artística de pinturas, estátuas e artesanatos se 
intensificou. No seu processo de expansão territorial, a Roma Antiga impôs seus 
princípios culturais e artísticos aos povos dominados, o que colaborou para que 
a arte romana se espalhasse e deixasse diversas marcas para a posteridade. A ar-
quitetura romana, que absorveu características gregas e etruscas, mas com uma 
engenharia mais refinada, foi um dos principais legados do Império. Isso aconte-
ceu pela preocupação principal de que a produção arquitetônica fosse funcional.
Uma característica fácil de notar nesta mudança foi “a substituição das colunas, 
que caíram em desuso, por arcos e abóbodas, que aumentavam o espaço interno 
das construções” (BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 51). Os anfiteatros, onde acon-
teciam grandes apresentações e combates de guerreiros, se tornaram construções 
marcantes dos romanos. O mais famoso deles é o Coliseu. Quem visita hoje um dos 
principais pontos turísticos da Itália consegue notar estas características: por fora, 
ele contém os arcos que marcaram a arquitetura do período. Por dentro, é possível 
ver as galerias entre as ruínas, que representam o avanço da engenharia (Figura 5).
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UNIDADE 1
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Figura 5 – Coliseu, Roma
Descrição da Imagem: a imagem se trata de uma foto aérea da cidade de Roma, que mostra o Coliseu 
visto de cima. O Coliseu está à direita da imagem, entre ruas, avenidas e gramados. Ele tem uma coloração 
bege claro por fora e bege escuro por dentro. Ele tem um formato oval. De frente para a foto, do lado 
de fora, há dois andares, com dezenas de janelas nos dois pavimentos. Metade da construção ainda tem 
um paredão mais alto, acima do segundo andar. Dentro do Coliseu, apesar da imagem estar distante, é 
possível ver dezenas de galerias em ruínas ao centro dele. Ao fundo, a imagem mostra um parque arbo-
rizado à direita e várias construções à esquerda.
Na pintura, os afrescos foram o grande legado da arte romana. “O afresco é uma 
técnica de pintura feita sobre uma base de gesso ainda úmida, em que o artista 
aplica pigmentos diluídos em água, o que faz com que as cores penetrem no re-
vestimento” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 82). A técnica passou a ser amplamente 
usada em paredes, muros e tetos pelos séculos seguintes. Esta técnica permitiu 
que os romanos passassem a imitar texturas, como mármore. 
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Gladiador
Ano: 2000
Sinopse: o filme conta a história da disputa pela sucessão do impe-
rador Marco Aurélio, no século II. O filho do monarca, Cômodo, fica 
revoltado com a predileção do pai de escolher Maximus, o líder do exército 
romano para o posto de imperador. 
Comentário: o imperador Marco Aurélio e seu filho, Cômodo, realmente exis-
tiram. Maximus, o comandante do exército, é um personagem fictício, assim 
como a história da sucessão do trono do rei. Mesmo assim, o filme mostra como 
se davam os duelos no Coliseu e como eram as cidades no Império Romano.
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Outra coisa que essa técnica permitiu foi imitar algumas saliências. Então o que 
muitas vezes eles faziam era pintar janelas nas paredes, para dar uma sensação 
de maior amplitude aos ambientes.
Já a escultura romana, a partir da influência grega, ficou marcada pela repre-
sentação humana. A principal diferença da arte grega é que os romanos tentavam 
retratar as pessoas da maneira mais fiel à realidade possível, enquanto os gregos 
faziam representações de corpos tão perfeitos que se distanciavam da realidade. 
Era muito comum que os escultores fizessem bustos de imperadores (Figura 6). 
Nestas esculturas era possível notar algumas imperfeições naturais nos rostos, 
com rugas e cabeças calvas, por exemplo.
Figura 6 – Busto em mármore do imperador romano Tibério
Descrição da Imagem: a fotografia mostra um busto em mármore branco, qual seja, a estátua de uma 
cabeça. Se trata da cabeça de um homem, de olhos abertos sem detalhes, de cabelos curtos e encaraco-
lados, nariz longo e fino, orelhas pequenas, testa proeminente, bochechas levemente sulcadas, queixo 
pequeno e arredondado, e boca pequena fechada, sem esboço de sorriso ou contração. O rosto traz uma 
expressão séria, porém calma, e está virado para a direita.
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Uma mudança considerável na dinâmica da produção artística que aconteceu du-
rante o período do Império Romano foi o surgimento da figura do mecenas. Eram 
membros da elite, do governo ou da aristocracia, que contratavam os artistas para 
realizarem suas obras.Desta forma, a produção de arte passa a funcionar de uma 
nova maneira. Antes, a arte era trabalho de pessoas que prestavam um serviço aos reis 
ou que faziam algum tipo de trabalho funcional que tinha valor artístico. Na Roma 
Antiga, artistas passaram a ser remunerados para fazer produções reconhecidas como 
arte sob encomenda e, dessa forma, ganharam uma nova projeção na sociedade.
Mesmo com a queda do Império Romano, algumas características da arte 
daquele povo persistiram por séculos, durante a Idade Média. De relevante, “a 
arte bizantina acrescentou um forte componente religioso às suas obras, que, 
inicialmente, seguiram as tradições das técnicas romanas” (FARTHING, 2011, p. 
72, grifo nosso). Neste longo período, a arte passou a ser considerada um instru-
mento divino, e as representações têm como foco a natureza, como uma forma de 
continuar a obra de Deus. Com o avanço do poder da Igreja Católica, a temática 
religiosa domina a produção de pinturas da época. Na arquitetura ocidental, a 
principal marca fica por conta das catedrais góticas nos principais centros urba-
nos que se formavam. Um dos principais legados que a Idade Média deixou para 
a produção artística foi “a criação de universidades e ambientes de aprendizado, 
geralmente ligados à Igreja, que nos séculos seguintes estimularam a difusão do 
conhecimento e da produção das artes” (BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 71). 
Isso foi muito importante para o período seguinte, do Renascimento, a partir 
do século XIV, que recolocou os seres humanos no centro da produção artística e 
científica, resgatando alguns valores e conceitos da Antiguidade. Isso aconteceu 
devido a uma série de fatores, como a queda de Constantinopla e a vinda de 
bizantinos a Roma. Ao retornar ao local onde o poder estava centralizado mil 
anos antes, alguns valores estéticos clássicos foram retomados. A ascensão de uma 
burguesia, que dividia poder com a Igreja, também colaborou para que a religião 
deixasse de ser central na arte renascentista.
Essa postura de oposição do movimento artístico se comparado com o perío-
do anterior passa a ser comum dali em diante. Esta dinâmica de alternância dos 
padrões estéticos passa a ditar a evolução da arte. “Cada geração está, em algum 
ponto, em revolta contra os padrões de seus pais” (GOMBRICH, 2019, p. 9).
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Esta foi uma época em que o racionalismo ascendeu. Isso quer dizer que hou-
ve uma grande atenção para o desenvolvimento da matemática e da geometria, 
o que teve um impacto profundo na arte. Os artistas passaram a prestar mais 
atenção às proporções nas obras. Estes conhecimentos foram usados também 
para adotar técnicas de perspectiva e profundidade nas pinturas. “Renascentis-
tas incluíam a paisagem como plano de fundo para a representação das figuras 
humanas, este, porém, era um grande desafio a ser vencido: a nova arte da pers-
pectiva deveria integrar a figura e o fundo” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 133). 
Estas características podem ser notadas perfeitamente na obra O Nascimento 
de Vênus, de Sandro Botticelli, pintada em 1485. A imagem mostra figuras huma-
nas em primeiro plano, em contraste com um fundo mais escuro, em perspectiva, 
o que configura uma sensação de relevo dos personagens da pintura (Figura 7).
Figura 7 – O Nascimento de Vênus (1485), Sandro Botticelli. Galeria Uffizzi, Florença
Fonte: Souza e Batista (2019, p. 134)
Descrição da Imagem: o quadro mostra Vênus, uma mulher jovem, branca, de longos cabelos ruivos 
esvoaçantes, nua, de pé, segurando seu peito com a mão direita aberta, e segurando seus cabelos com 
a mão esquerda frente à virilha, saindo de uma grande concha de dentro do mar esverdeado. Ela possui 
uma expressão serena em seu rosto. À esquerda e acima dela, contra o céu azul, está um homem branco 
com cabelos castanhos, com asas, vestido com lenços esvoaçantes azuis. Este está voando, inclinado à 
direita, abraçado a uma mulher branca, nua, com cabelos ruivos, cujo corpo está por trás do homem. 
Ambos estão cercados de flores rosas esvoaçantes, a mulher com uma expressão surpresa, enquanto 
o homem alado assopra em direção a Vênus com as bochechas inchadas. À direita e abaixo de Vênus, 
contra a terra verde e florestas ao fundo, temos uma outra mulher, branca, ruiva, de pé, inclinada para 
a esquerda, vestida de branco com detalhes florais azuis, movimentando um pano rosado com detalhes 
negros, em direção a Vênus, com o aparente intuito de vesti-la. Ela traz um semblante sereno.
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UNIDADE 1
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Outro artista muito reconhecido deste período foi Leonardo Da Vinci, que 
além de pintor, era matemático e engenheiro, dentre outras profissões – uma 
multiplicidade de conhecimentos típica da Renascença. É dele a obra de arte mais 
famosa do mundo, a Monalisa. O quadro ficou muito famoso por vários mitos 
que surgiram relacionados à sua história – pouco se sabe sobre a identidade da 
mulher retratada, por exemplo. Porém, são principalmente dois elementos que 
fazem esta obra ser especial: o olhar e o sorriso de Monalisa. 
Segundo Farthing (2011, p. 177), “os relatos de historiadores da época contam 
que Leonardo da Vinci usou músicos e palhaços para divertir a modelo enquanto 
pintava o quadro, o que resultou em um sorriso tão contido quanto enigmático”. 
Muitas pessoas que visitam a obra no museu do Louvre, em Paris, dizem que têm 
a sensação de que o olhar de Monalisa parece persegui-las.
NOVAS DESCOBERTAS
Título: O Código da Vinci
Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro
Sinopse: um assassinato dentro do Museu do Louvre, em Paris, traz 
à tona uma sinistra conspiração para revelar um segredo que foi protegido 
por uma sociedade secreta por séculos. Uma criptógrafa e um simbologista 
passam a buscar mensagens escondidas em obras de arte para solucionar 
o crime.
Comentário: o livro é uma história de ficção que cria mensagens dentro do 
universo da arte, mostrando como as obras podem ter múltiplos significados. 
Além da perfeição e delicadeza na representação das pessoas, “as obras de Da 
Vinci conseguiam simular movimentos e ações dos retratados, por meio do do-
mínio do uso de sombras e luzes” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 137). Outra ca-
racterística importante das obras é a composição em formato de pirâmide dos 
principais elementos retratados nos quadros, como é possível notar na pintura A 
Virgem dos Rochedos (Figura 8). A técnica ajuda a conduzir o nosso olhar quando 
observamos a obra de arte.
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Também é do período renascentista o pintor e escultor Michelangelo, autor de 
algumas de outra obra que é uma das mais famosas da história da arte: a pintura 
do teto da Capela Sistina (FIGURA 9). Contratado pelo Papa Júlio II della Ro-
vere, Michelangelo demorou quatro anos para produzir o afresco que retrata a 
criação do mundo e passagens bíblicas. Michelangelo realizou um trabalho físico 
descomunal deitado em andaimes para pintar os mais de 500 metros quadrados 
do local. “Entretanto, a proeza física de um homem para cobrir esse vasto espaço 
sem ajuda nenhuma pouco representa em comparação com a façanha intelectual 
e artística” (GOMBRICH, p. 308, 2019, p. 308). Ao todo, a pintura tem mais de 
300 personagens retratados.
Descrição da Imagem: a imagem se 
trata de uma pintura. A Virgem Maria 
está ao centro da imagem, com uma 
roupa verde azulada escura. A mão 
esquerda dela está aberta, virada 
para baixo, sobre a cabeça do meni-
no Jesus ainda bebê. Ele está sentado 
ao lado de um anjo, Uriel, de cabelos 
longos claros, roupa azul e uma capa 
vermelha. O anjo olha para o menino 
Jesus. Ao mesmo tempo, Jesus e o 
anjo apontam para outro bebê, que 
está do outro lado da imagem, tam-
bém ao lado de Maria. O outro bebê é 
João Batista, que está ajoelhado com 
as mãos juntas, à frente do peito. 
Maria está com a mão direita sobre o 
ombro de João. Eles todos estão em 
um ambiente rochoso e aparente-
mente úmido. Ao fundo, várias rochas 
e ruínas compõem o cenário.
Figura 8 – A Virgem dos Rochedos, de 
Leonardo da Vinci, 1486
Fonte: Souza e Batista (2019,p. 133)
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UNIDADE 1
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Figura 9 – Capela Sistina, no Vaticano
Descrição da Imagem: o quadro mostra Vênus, uma mulher jovem, branca, de longos cabelos ruivos 
esvoaçantes, nua, de pé, segurando seu peito com a mão direita aberta, e segurando seus cabelos com 
a mão esquerda frente à virilha, saindo de uma grande concha de dentro do mar esverdeado. Ela possui 
uma expressão serena em seu rosto. À esquerda e acima dela, contra o céu azul, está um homem branco 
com cabelos castanhos, com asas, vestido com lenços esvoaçantes azuis. Este está voando, inclinado à 
direita, abraçado a uma mulher branca, nua, com cabelos ruivos, cujo corpo está por trás do homem. 
Ambos estão cercados de flores rosas esvoaçantes, a mulher com uma expressão surpresa, enquanto 
o homem alado assopra em direção a Vênus com as bochechas inchadas. À direita e abaixo de Vênus, 
contra a terra verde e florestas ao fundo, temos uma outra mulher, branca, ruiva, de pé, inclinada para 
a esquerda, vestida de branco com detalhes florais azuis, movimentando um pano rosado com detalhes 
negros, em direção a Vênus, com o aparente intuito de vesti-la. Ela traz um semblante sereno.
Em geral, as obras do Renascimento tinham como característica seguir um rigor 
estético que tinha sido desenvolvido nos períodos clássicos da Grécia e Roma 
Antiga, com uma representação fiel da figura humana, lastreada no conhecimento 
científico, na racionalidade e nas proporções.
Como pudemos ver, os artistas dessa época eram intelectuais de várias áreas, 
e as técnicas aplicadas por eles eram muito refinadas. Isso fez com que os artistas 
fossem reconhecidos e disputados pelos mecenas do período. É por isso que, se 
você parar para pensar quais são os artistas mais antigos que você lembra pelo 
nome, uma boa parte deles são do período renascentista. 
Com o passar do tempo, a burguesia vinha enriquecendo e ganhando poder. 
Com isso, aconteceu o movimento da Reforma Protestante, no século XVI, o que 
gerou uma reação da Igreja Católica que ficou conhecida como contrarreforma. 
Foi nessa época que a Igreja promoveu ações, como o Tribunal da Inquisição, e 
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passou a colocar como prioridade a catequese dos povos dos territórios que os 
europeus passaram a dominar, principalmente na América. Isso deu um novo 
poder à religião e o que, na arte, marca o início do período Barroco. 
A “arte barroca surge como uma ideia de mediação entre a humanidade e Deus” 
(BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 88, grifo nosso). As representações de pinturas e 
esculturas deste movimento tendem a exaltar a religião e a mensagem que elas pas-
sam geralmente é de sobreposição da emoção diante da razão. Segundo Farthing (p. 
213, 2011), o movimento Barroco é caracterizado “pela decoração pesada, o design 
complexo, porém sistemático e a aplicação abundante de luzes e sombras”. Além da 
representação das passagens bíblicas, muito comuns neste período, a vida cotidiana 
também passa a ser retratada nos quadros. Caravaggio, o principal pintor do Barroco, 
“procurava os seus modelos entre os vendedores, os músicos ambulantes, os ciganos, 
ou seja, entre as pessoas do povo” (BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 92). 
Na Europa, nesta mesma época, surgia o estilo Rococó, um movimento de 
ruptura do Barroco, e que tinha “uma estética refinada e ornamental, sem ne-
nhuma preocupação com a religiosidade, pois seu foco principal era a diversão 
e a felicidade de seus patrocinadores, a monarquia” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 
214). A produção da arte Rococó também tinha como característica servir para 
decoração e ostentação. Por isso, uma influência muito grande desse período 
pode ser notada nas arquiteturas de interiores de palácios ou na produção de 
tapeçarias e porcelanas. Famoso pelas suas extravagâncias, o Palácio de Versalhes, 
na França, é um símbolo do período.
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Maria Antonieta
Ano: 2006
Sinopse: a jovem austríaca Maria Antonieta torna-se rainha da Fran-
ça aos 14 anos de idade, após sua família arranjar um casamento 
precoce com o rei Louis XVI. Ela chega despreparada para enfrentar as res-
ponsabilidades do posto e a pressão política crescente, que culminou na Re-
volução Francesa, quando ela foi decapitada.
Comentário: o filme, ambientado no Palácio de Versalhes, mostra de forma 
descontraída todo o luxo da família real francesa. As regalias vividas pelos 
monarcas enquanto boa parte do restante do povo da França vivia na misé-
ria foi um dos fatores que inflamou os movimentos revolucionários.
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UNIDADE 1
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São destes dois movimentos, Barroco e Rococó, as primeiras obras de arte re-
conhecidas no Brasil após a colonização portuguesa. Muitas igrejas construídas 
nesta época no país, no séc. XVIII, têm as características da arquitetura barroca, 
com fachadas grandes, traços ondulados e assimétricos, que contrastavam com o 
rigor geométrico da arte renascentista. A arte Rococó também está presente nos 
tons pastéis e nas decorações dos prédios imperiais. O principal artista brasileiro 
deste período foi Antônio Francisco de Lisboa, conhecido popularmente como 
Aleijadinho. O arquiteto e escultor era de Ouro Preto, em Minas Gerais, cidade 
que, naquela época, era muito rica pela extração mineral e onde até hoje muitas 
de suas obras estão espalhadas pela região, como o Santuário de Bom Jesus do 
Congonhas e as estátuas dos Doze Profetas (Figura 10).
Figura 10 – Santuário de Bom Jesus do Congonhas e as estátuas dos Doze Profetas
Descrição da Imagem: a foto mostra a fachada da igreja, que tem as paredes brancas com detalhes, nos 
contornos das colunas laterais e janelas, em dourado. No topo destas colunas, há dois sinos dourados. 
No primeiro plano, na entrada da igreja, há duas escadarias laterais cercadas de muros brancos. Estes 
muros têm as pontas curvas. Sobre eles, há seis estátuas de cada lado, que representam profetas bíblicos. 
Ao centro, no meio destes muros, há um portão azul entreaberto. À frente da entrada da igreja, há uma 
calçada de pedras amareladas. Ao fundo, a imagem mostra um céu azul com nuvens brancas.
Como já vimos anteriormente, os movimentos artísticos seguem, via de regra, 
uma tendência de alternância das características, geralmente fazendo um contra-
ponto com o movimento anterior. Isso acontece novamente com o surgimento 
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do Neoclassicismo. Influenciado pelos ideais Iluministas, o movimento surge no 
final do século XVIII como uma nova tendência estética que expressa os valores 
da nova burguesia europeia e da Revolução Francesa. Uma curiosidade, segundo 
Farthing (2011, p. 260), é que o Neoclassicismo foi liderado, no início, não por 
artistas da época, mas por pensadores como Voltaire, que “lutaram contra a frou-
xidão moral do estilo Rococó e, por consequência, do regime que o gerara. No 
lugar, exigiram uma arte que fosse racional, moral e intelectualizada”. A retomada 
dos padrões de beleza do período clássico combinava com estes ideais:
 “ Segundo a tendência neoclássica, a obra de arte só seria perfei-tamente bela se resgatasse os princípios e as criações dos artistas clássicos gregos e renascentistas italianos. Para isso, seria necessá-
rio um cuidadoso aprendizado das técnicas e convenções da arte 
clássica. Assim, nesse período, prevaleceram o convencionalismo 
e o tecnicismo nas academias de belas-artes (SANTOS; SOUZA, 
2018, p. 103).
Uma novidade do período é que a arte neoclássica com alguma frequência re-
tratava acontecimentos políticos da época. Isso aconteceu justamente por ser 
fortemente influenciada por pensadores iluministas e por estar ligada aos ideais 
da Revolução Francesa, que foi um dos grandes marcos civilizacionais da história 
moderna. Um exemplo marcante desta característica é a obra A morte de Marat, 
de Jacques-Louis David, que retrata Jean-Paul Marat, que tinha participado da 
Revolução, morto em uma banheira.
Outra mudança em relação aos movimentos artísticos anteriores é que as repre-
sentações são carregadas de emoção e drama. Nos movimentos anteriores, o Barrocoe 
o Rococó, o mais comum era a retratação de cenas cotidianas, banais e descontraídas. 
A Morte de Sócrates (Figura 11), também de Jacques-Louis David, é repre-
sentativa sobre o aspecto dramático das obras daquele tempo. O quadro mostra 
o filósofo grego na prisão sendo visitado pelos seus discípulos, pouco antes de 
tomar o veneno que o mataria. Na mesma cena, vários alunos parecem inconfor-
mados com o que acontecia. Alguns deles aparecem chorando, enquanto outros 
gesticulam revoltados.
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UNIDADE 1
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Figura 11 – A morte de Sócrates, 1787
Descrição da Imagem: a pintura retrata Sócrates, ao centro da imagem, sentado em uma cama grande, 
com cabelos brancos curtos e barba, sem camisa, e com uma roupa branca cobrindo sua cintura e seu 
ombro esquerdo. Ele gesticula, com o braço esquerdo, apontando o dedo para cima. Com a outra mão, 
ele pega um cálice que é entregue a ele por um de seus alunos, que é retratado de costas. Este aluno está 
com uma roupa vermelha e com a mão esquerda tapa o rosto, lamentando que Sócrates esteja aceitando 
o cálice. No lado direito da imagem, a pintura mostra outros seis alunos dele, todos homens adultos, no 
mesmo ambiente, todos de cabelos curtos, e alguns com barba e outros sem. Um deles, de barba e cabelo 
escuros com tons de grisalho, está sentado ao lado do professor, vestido com uma roupa vermelha, com 
a mão na coxa de Sócrates. Ele e Sócrates estão se olhando. Outros alunos estão com as mãos no rosto 
ou na cabeça, lamentando a morte iminente do professor. Do lado esquerdo do quadro, ao pé da cama, 
um aluno de cabelos brancos curtos e roupa cinza clara está sentado de costas para Sócrates, de cabeça 
baixa. Ao fundo, um outro rapaz vestido de azul aparece apoiado na parede, como se estivesse chorando. 
O chão e a parede são de pedras cinza-escuras. 
Como reação ao racionalismo do Iluminismo, que tinha como símbolo o neo-
classicismo, surge o Romantismo, no final do século XVIII. Mais uma vez, é um 
movimento que tende a ir na contramão de algumas características do período an-
terior. De acordo com Farthing (2011, p. 267), o movimento emerge do sentimento 
que o Iluminismo tinha falhado ao buscar uma ordem racional que substituiria 
superstições e religiões. A sensação para os artistas românticos é que este mundo 
melhor não tinha sido entregue conforme prometido. Pelo contrário, o mundo via 
33
guerras motivadas pelas revoluções e a crise social causada pela industrialização. 
Esse contexto ajudou a fomentar o Romantismo, que se baseava em uma arte mais 
sentimental, individualista, de exaltação à natureza. No Brasil, esse movimento 
resultou em uma arte que exaltava o nacionalismo e o ultrarromantismo.
Alguns anos mais tarde, mais uma vez um novo movimento rompe com as 
tradições anteriores. Desta vez, a principal mudança foi impulsionada por uma 
revolução na técnica da arte. O Impressionismo surge na França no final do sé-
culo XIX, com uma forma totalmente diferente de pintar. Por causa das primeiras 
experiências fotográficas, os artistas deste período passam a retratar as imagens 
de outras formas, o que inaugurou a Arte Moderna. No caso do Impressionismo, 
os cenários eram pintados como eles eram percebidos, enfatizando as sensações 
criadas a partir daquelas experiências. 
Conceito moderno de estética: o conceito filosófico de estética que conhecemos hoje foi 
desenvolvido pelo alemão iluminista Alexander Baumgarten, no século XVIII. Ele definiu o 
conceito em 1750, quando publicou o livro A Estética. Para o pensador, estética é o campo 
da filosofia que reflete sobre as emoções produzidas nos seres humanos pelos objetos e 
imagens. A partir da obra dele que a estética passa a ter um caráter subjetivo, em que se 
constrói a partir da relação entre o objeto e o observador. Este pensamento veio a influen-
ciar a forma como entendemos a beleza das coisas a partir de então.
Fonte: Martino (2016, p. 14-29)
EXPLORANDO IDEIAS
Para entender melhor esse movimento, pense que você está na praia, olhando 
para o mar no começo da manhã, quando o Sol nasce. É provável que o céu esteja 
dourado e que a luz do Sol ofusque algumas nuances do mar. Se você olhar para 
o mesmo cenário algum tempo depois, já no meio da manhã, é provável que o 
céu esteja bem azulado, que você consiga ver melhor os detalhes das ondas e o 
movimento do mar. Na pintura impressionista, a arte retrata como as luzes e os 
movimentos impactam na nossa forma de perceber aquela imagem. O termo 
impressionismo surgiu após a primeira obra do pintor francês Claude Monet, 
que retratava justamente um cenário ao nascer do Sol. “A preocupação central 
passou a ser os próprios aspectos da arte, ou seja, o registro das alterações que a 
luz causa sobre os objetos” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 238). 
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UNIDADE 1
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Para captar as impressões que as luzes e os ambientes proporcionavam, os 
artistas deixaram os ateliês e passaram a fazer suas pinturas ao ar livre. Segundo 
Gombrich (2019, p. 518), foi “o próprio Monet quem teve a ideia de que as pin-
turas tinham que terminar in loco (do latim, que significa presencialmente no 
local)”. Como as coisas mudam o tempo todo, minuto a minuto, uma característi-
ca desse movimento foi a adoção de pinceladas rápidas, porém pesadas, nas telas. 
“O impressionismo é uma arte visual, na qual o que se vê na pintura é o tema das 
obras em movimento” (BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 158).
Para os críticos da época, neste estilo parecia que as obras estavam inacabadas. 
O termo “impressionista” inclusive foi uma forma pejorativa que a crítica na época 
usou para criticar o movimento. Para os artistas, por outro lado, era esse visual que 
garantia a real representação dos movimentos e das luzes sob uma determinada cena. 
A obra Baile no Moulin de la Galette (Figura 12), de Pierre Auguste Renoir, mos-
tra bem este efeito. Muitos 
rostos não apresentam 
todos os detalhes, confe-
rindo movimento a um 
momento em que pessoas 
dançavam em uma festa. 
O contraste, incomum até 
então, de cortes no cenário 
realçam os locais onde ba-
tia a luz do Sol na cena. 
Figura 12 – Baile no Moulin de 
la Galette, 1876
Fonte: Gombrich (2019, p. 521)
Descrição da Imagem: o quadro mostra dezenas de pessoas em um baile ao ar livre, em plena luz do 
dia. Em primeiro plano, meia dúzia de pessoas estão sentadas ao redor de uma mesa. Duas mulheres, 
no centro da imagem, aparecem de frente. Uma delas, de cabelos claros, está sentada e veste um vestido 
listrado claro. Atrás dela, uma outra mulher está apoiada sobre o ombro direito da moça sentada. Esta 
mulher está com uma roupa preta e uma fita preta e branca prendendo os cabelos loiros. Há um homem 
de preto sentado à frente delas, virado de costas para a imagem. No canto direito, também sentados 
ao redor da mesma mesa, dois homens de chapéu olham para as duas mulheres. Todos eles estão com 
roupas escuras de gala. Alguns homens usam chapéus e cartolas. Ao fundo, dezenas de casais dançam. 
As pinceladas dão movimento à cena e reforçam a sensação de que há uma multidão indefinida naquele 
ambiente. No meio das pessoas, há árvores e postes com luminárias brancas.
35
Diferente de outros movimentos, como o Renascentismo, a criação impressionis-
ta não seguia uma teoria formulada ou algum conhecimento prévio acadêmico. 
Ela foi desenvolvida por meio da experiência prática dos seus autores. 
Os impactos causados pelo movimento impressionista levaram certo tempo para se-
rem compreendidos pelo público, de acordo com Souza e Batista (2019, p. 241), mas este 
reconhecimento chegou para os artistas ainda em vida, mesmo após o início conturbado.
O movimento representou uma virada na avaliação estética da arte. Antes, a 
classificação de beleza de uma obra tinha valores mais rígidos, relacionados à uma 
forma mais tradicional de pintar. Após o Impressionismo, outros artistas se utili-
zaram destes novos conceitos e técnicas para desenvolver suas expressões artísti-
cas, o que mudou a forma de fazer arte dali emdiante. Este legado ficou evidente 
no período seguinte, chamado de Pós-Impressionismo. Ele contém artistas que 
beberam da fonte da revolução estética impressionista, mas que reforçaram o uso 
de novas técnicas, como pinturas bidimensionais e o uso de cores ainda mais for-
tes. O nome mais famoso deste período foi o artista holandês Vincent Van Gogh. 
Com traços fortes que, à primeira vista, até pareciam grosseiros, Van Gogh tinha 
como característica uma pintura carregada de emoção, capaz de distorcer a rea-
lidade de uma cena, mas, 
ao mesmo tempo, trans-
mitir a sensação que ele 
tinha diante daquilo que 
retratava. É o que aconte-
ce em A Noite Estrelada 
(Figura 13).
Figura 13 – A Noite Estrelada, 
1889.
Fonte: Wikimedia Commons. 
Disponível em https://bit.
ly/3OiieZX. Acesso em: 12 jul. 
2022.
Descrição da Imagem: a tela apresenta uma paisagem noturna. A maior parte do quadro mostra um céu 
azulado. Há várias linhas e ondas com diferentes tons de azul. Há dez estrelas amareladas, que brilham 
em tamanho desproporcional. A lua crescente está no canto direito superior do céu, amarelada. Ao fundo, 
no horizonte, há uma cadeia de montanhas também azuladas. Na parte de baixo da imagem, há uma 
cidade vista de cima. Os telhados têm tons de verde e azul na sua maioria. À esquerda, em primeiro plano, 
há uma planta grande e esverdeada. Ela quase corta todo o quadro. As pinceladas são grossas e curvas, 
dando a impressão de movimento à imagem.
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Neste quadro, note que o tamanho das estrelas não é proporcional ao que vemos 
quando olhamos para o céu. As ondas no firmamento também não são fiéis à 
realidade. O quadro foi pintado a partir da vista que o artista tinha da janela 
do hospital psiquiátrico onde estava internado, em Saint-Rémy-de-Provence. 
A forma dos traços e o movimento das pinceladas passam perfeitamente uma 
sensação de perturbação que Van Gogh vivia naquela época. “É evidente que Van 
Gogh não estava principalmente interessado na representação correta. Usou cores 
e formas para transmitir o que sentia em relação às coisas que pintava e o que 
desejava que os outros sentissem” (GOMBRICH, 2019, p. 548).
Esse período marcou a transição para uma arte com mais elementos abstratos, 
que viria a seguir em diversos movimentos pelo mundo. Estas mudanças acontecem 
a partir de uma consciência maior das técnicas artísticas, e de que o conceito de “se 
pintar o que se vê” pode ser contraditório. A Noite Estrelada de Van Gogh mostra 
como o artista via aquela cena, ainda que ela claramente não seja uma representação 
literal do que acontecia naquela cidade naquele momento. Este tipo de expressão 
não chega a ser uma novidade, já que, ao longo da história da arte, isso sempre 
aconteceu – como os egípcios, que faziam corpos distorcidos, com o tronco da 
pessoa virado para um lado e o rosto virado para o outro, em uma representação 
impossível de ser natural – mas é na virada do século XIX para o século XX que os 
artistas passam a trabalhar esses aspectos de maneira central nas obras, dando luz, 
principalmente, à impressão sensorial que uma obra pode causar.
Isso teve como consequência que artistas das primeiras décadas dos anos 
1900 “tiveram que se tornar inventores. Para garantir a atenção eles tiveram que 
empenhar-se mais pela originalidade do que pela maestria que eram admiradas 
nos artistas do passado” (GOMBRICH, 2019, p. 562).
Com esta intenção surge o movimento Expressionista. Gombrich (2019, 
p. 564) compara o movimento ao método de produção de um caricaturista, que 
distorce uma determinada situação “para expressar justamente o que pensa a 
respeito dela”. Estes artistas, que se reuniram principalmente em grupos na Ale-
manha, que estava arrasada após a destruição causada pela I Guerra Mundial, 
tinham como premissa uma arte que expressasse a subjetividade humana, prin-
cipalmente por meio desta distorção, simplificação dos detalhes e do uso de cores 
37
intensas, não naturais e até incômodas. “As cores não deveriam convergir com o 
natural, e as formas eram alongadas e exageradas para criar cenas grotescas que 
refletissem o pessimismo e a maldade humana” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 255).
Apesar de não ser alemão, o pintor norueguês Edvard Munch é um dos mais 
famosos desse movimen-
to artístico. Sua obra mais 
conhecida é O Grito (Fi-
gura 14), uma série de 
cinco obras, duas em ver-
são pastel, duas em óleo, e 
uma litogravura, em que 
uma pessoa aparece sobre 
uma ponte gritando. As 
cores quentes do céu, as 
linhas do fundo e o rosto 
do personagem passam 
uma sensação de angústia 
e desespero.
Figura 14 – O Grito, de Edvard 
Munch, 1893
Fonte: Nasjonalmuseet for 
kunst, arkitektur og design, 
The Fine Art Collections. Dispo-
nível em: https://bit.ly/3uJjwGh. 
Acesso em: 12 jul. 2022.
Descrição da Imagem: o quadro mostra, ao centro, uma pessoa com um olhar aterrorizante. Esta pessoa 
tem um rosto oval, sem cabelo. Está com os olhos redondos e arregalados. A boca dela está aberta. O tom 
de pele é esverdeado. As mãos estão encostadas nas laterais do rosto, em uma pose que transmite uma 
sensação de tormenta. A roupa é preta. Ela está sobre uma ponte, que atravessa o quadro na diagonal, 
da esquerda para a parte de baixo do quatro. Ao fundo, na ponte, duas pessoas com roupas escuras 
caminham. Um rio passa por baixo da ponte. No fundo, o céu tem tons de vermelho, amarelo e laranja, 
que completam o clima sombrio da obra. Todo o quadro é composto por elementos ondulados e por 
pinceladas grossas e contínuas.
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Até hoje, segundo Gombrich (2019), esse tipo de arte deixa parte do público 
perplexo. Segundo o autor, “as pessoas parecem aceitar melhor que uma realidade 
seja distorcida em um quadro para deixá-la mais bela, segundo os padrões, do 
que para deixá-la mais feia e incômoda” (GOMBRICH, 2019, p. 564). 
O Expressionismo teve uma vertente no cinema alemão também. Neste caso, 
o desconforto e a angústia eram retratados em maquiagens que distorciam os 
rostos dos atores, que atuavam em cenários pequenos e incômodos.
Foi nessa época, também, que surgiram as obras de arte que hoje nós nos acos-
tumamos a chamar de “abstratas”. São obras que, com a intenção de retratar sen-
timentos e sensações acima de qualquer outra coisa, renunciam a representações 
e formatos tradicionais. 
Um dos primeiros ar-
tistas a ganhar projeção 
com este tipo de arte foi 
o pintor Wassily Kan-
dinsky, que vivia em 
Munique. Seus quadros 
(Figura 15) destacavam 
“os efeitos psicológicos 
da cor pura” (GOMBRI-
CH, 2019, p. 570). 
Figura 15 – Cossacos, de Wassily Kandisky, 1910
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: https://bit.ly/2oEOE6N. Acesso em: 12 jul. 2022.
Descrição da Imagem: o quadro mostra uma imagem abstrata que, segundo o autor, representa sol-
dados Cossacos, da Rússia. Três pequenos quadrados vermelhos à direita representam os chapéus dos 
guardas. Duas listras pretas inclinadas cruzam o quadro também à direita, que representam as armas 
destes guardas. O fundo do quadro é amarelado. Ainda à direita há linhas onduladas azuis escuras. Nas 
partes de cima e central da imagem, linhas e riscos pretos dão forma ao que parece uma construção. No 
centro há uma espécie de arco-íris vermelho, amarelo e verde. No topo da imagem, há manchas amarelas, 
alaranjadas e verdes.
São vários os movimentos que surgiram de conceitos estéticos mais abstratos. O 
que os marcam, basicamente, é a discussão do papel da arte, além da experimen-
tação e a inovação no modo de fazê-la.
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Descrição da Imagem: a pintura mostra, com linhas geométricas e com formas fora de proporção, cinco 
mulheres nuas. Os detalhes dos corpos não têm uma definição muito precisa. Duas mulheres ao centro 
do quadro estão com os braços dobrados atrás da cabeça. Elas estão de pé e olham para frente. Elas têm 
narizes grandes e cabelos pretos. Ao lado direito, duas mulheres parecem usar máscaras tribais, também 
em formatosgeométricos. Uma delas está sentada no chão, com as pernas abertas, olhando fixamente 
para frente, com os olhos desalinhados. A outra está de pé, olhando para a esquerda da imagem, de ca-
belos ondulados pretos e longos. À esquerda da imagem, outra mulher está de pé, de lado, olhando para 
o lado direito da imagem. O rosto dela tem um tom mais escuro que o restante do corpo. Ela está com 
o braço direito repousado ao lado do corpo e o braço esquerdo levantado, como se estivesse apoiada a 
uma parede. O fundo do quadro é marrom no lado esquerdo e azul e branco no restante da imagem. No 
chão, há uma espécie de cesta de frutas em formatos geométricos.
Uma destas correntes foi o Cubismo, que rompeu drasticamente com a arte clás-
sica ao desconstruir as figuras nas suas representações. Os artistas desse movimento 
não usavam regras de perspectiva e nem mesmo se importavam com a realidade. “Os 
pintores cubistas representavam as figuras de vários lados e ângulos em um único 
plano frontal” (SANTOS; SOUZA, 2018, p. 149). O maior nome deste movimento foi 
o espanhol Pablo Picasso, que usou a arte para retratar os horrores da Guerra Civil 
Espanhola, na década de 1930. As obras do artista retratavam a natureza e as pessoas 
por meio de esferas, cones e cilindros, como é possível ver na obra Les Demoiseilles 
d’Avignon (Figura 16). Segundo Farthing (2011, p. 388), “demoraram mais de 30 anos 
para que as primeiras obras cubistas passassem a ser apreciadas”. 
Figura 16 – Les Demoiselles d’Avignon, de Pablo Picasso, 1907
Fonte: Farthing (2011, p. 392)
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Outro movimento da época foi o Surrealismo, que rejeitava qualquer represen-
tação da ‘razão’ na arte. A ideia era tentar replicar a sensação que as pessoas têm 
nos sonhos. Por isso, muitas pinturas dessa época mostram objetos se fundindo 
com pessoas, animais com personalidades humanas, objetos em formatos dife-
rentes dos que estamos acostumados, dentre outras coisas. 
Esses e outros movimentos modernos vieram, acima de tudo, rejeitar os pa-
drões artísticos de vários séculos anteriores, fazendo uma provocação, inclusive, 
sobre o que de fato era a arte. O Dadaísmo, outro movimento do início do século 
XX, que, por meio da espontaneidade, da irreverência e do protesto estabelece 
que, mais do que beleza, a arte precisa provocar algo naquele que a consome. O 
principal símbolo desta crítica é a obra A Fonte (Figura 17), do francês Marcel 
Duchamp. Trata-se de um mictório 
que é retirado do seu lugar e de sua 
origem funcional e que passa a ser 
considerado arte porque o artista o 
batiza como tal.
Figura 17 – A Fonte, de Marcel Duchamp, 1917
Fonte: Barroso e Nogueira (2018, p. 150)
Descrição da Imagem: a foto, em preto e 
branco, mostra um mictório de base oval 
e formato triangular. Ao invés de estar 
fixado a uma parede, ele está deitado so-
bre sua base. Ele tem seis furos ao fundo, 
também no formato de um triângulo. No 
lado esquerdo, ele tem uma inscrição “R. 
Mutt 1917”.
Note que esse tipo de expressão artística subverte totalmente o que séculos atrás era 
considerado belo. Lembra como, na Antiguidade, os egípcios e os gregos consideravam 
belo aquilo que tinha alguma utilidade, seja por motivos religiosos ou pela funcionali-
dade daquelas obras de arte? Pois no início do século XX, alguns objetos passam a ser 
considerados arte quando perdem a sua funcionalidade e, por isso, se tornam belos. 
No Brasil, esses movimentos foram inaugurados na Semana de Arte Mo-
derna, de 1922. Como nos outros países, foi uma arte rejeitada pelo grande 
público logo de início, que estranhou os novos padrões estéticos que estavam 
41
sendo propostos. Além de toda a ruptura com os movimentos anteriores, no 
Brasil a Arte Moderna “resultou no importante movimento antropofágico, que 
ganhou força no Brasil buscando uma arte mais conectada às características e 
raízes culturais nacionais” (SANTOS; SOUSA, 2018, p. 148). Uma obra muito 
famosa e representativa desse período é O Abaporu, de Tarsila do Amaral, um 
quadro que até hoje é símbolo da arte brasileira.
Você percebeu como, por muitos anos, especialmente 
antes do século XX, as mulheres estiveram muito repre-
sentadas nas artes como personagens de quadros e escul-
turas, mas poucas artistas foram reconhecidas? Acesse o 
QRCode ao lado para dar o Play e ouvir um Podcast sobre a 
presença da mulher na arte ao longo do tempo.
Após a II Guerra Mundial e a explosão da indústria de consumo, um novo con-
ceito que também mudaria a forma como entendemos a arte surgiu na Inglaterra, 
nos anos 1950. Com referências à comunicação de massa, a Pop Art transformou 
as expressões artísticas em um mercado acessível a todos. “Até então, a arte con-
sistia apenas nos produtos resultantes do esforço criativo do artista, na forma de 
pintura ou escultura. Contudo, a partir desse período, esse conceito se amplia e 
passa a abarcar uma diversidade de atividades e formas de expressão” (SANTOS; 
SOUZA, 2018, p. 197). Os artistas passaram a usar colagens e a explorar a alta 
capacidade de reprodutibilidade de suas criações para falar sobre arte e consumo. 
A arte passou a ressignificar objetos e símbolos, “transformando o que era vulgar 
em refinado e, assim, aproximando a arte das massas populares” (BARROSO; 
NOGUEIRA, 2018, p. 182). Dessa forma, a ideia era que a arte não era mais res-
trita a uma elite cultural, mas, sim, um produto de massa.
O maior nome deste movimento foi o americano Andy Warhol. Ele usava a seri-
grafia (técnica de impressão em que a tinta é aplicada através de uma tela) para mostrar 
que a produção desta arte tinha como característica a impessoalidade e a produção 
em série. “Entretanto, mesmo produzindo as suas obras em larga escala, Warhol fazia 
questão de definir onde colocar cada cor e de deixar erros no processo de impressão, 
para conferir à imagem certa singularidade” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 285).
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Estas características ficam claras na obra Vinte Marilyns (Figura 18), de 1962. 
Warhol pintou duas dezenas de fotos em preto e branco da atriz Marilyn Monroe. 
Ainda que a repetição cause um “efeito de linha de produção”, como diz Farthing 
(2011, p. 489), as pequenas diferenças entre cada uma das imagens trazem uma 
reflexão sobre a singularidade de cada uma delas. 
Figura 18 – Vinte Marilyns, de Andy Warhol, 1962
Fonte: Farthing (2011, p. 488)
Descrição da Imagem: a imagem mostra vinte fotogra-
fias colorizadas de Marilyn Monroe. Ela tem o rosto de 
pele cor-de-rosa, lábios escuros e grossos, com a boca 
entreaberta mostrando os dentes. Ela tem olhos peque-
nos e sobrancelhas finas, mas bem-marcadas. Ela veste 
uma roupa de gola verde esmeralda. O cabelo dela é 
curto, ondulado, e está pintado de amarelo. O fundo da 
imagem é alaranjado. A obra mostra cinco linhas com 
quatro fotos cada. As fotos têm pequenas diferenças 
entre elas, algumas com linhas mais definidas, outras 
com sombras mais marcadas.
Todos esses movimentos estabeleceram um novo conceito sobre o que pode ser 
considerado arte desde então. A beleza óbvia, de acordo com os antigos padrões, 
se torna menos importante do que a inovação ao fazê-la, do que os sentimentos 
que ela desperta, o impacto que ela causa ou a mensagem que ela passa. 
Na segunda metade do século XX, temos o que podemos chamar de Arte Con-
temporânea. Neste caso, “é difícil estabelecer uma linearidade entre os movimentos”, 
segundo Souza e Batista (2019, p. 295). Uma característica que tende a ser comum é 
a busca de conexão com o público. Isso pode acontecer a partir de uma provocação 
ou pelo sentimento de estranhamento, pode ser por se utilizar de referências que as 
pessoas consigam reconhecer e refletir a respeito ou de inúmeras outras formas.
A ideia de Arte Conceitual, por exemplo, surgiu nos anos 1960, em resposta à Pop 
Arte e ao conceito de que a arte poderia ser uma mercadoria. Para desafiar a produção 
em massa e o consumismo, artistas passarama preparar performances ou instalações 
para questionar o que era arte. “Essas criações zombavam da ideia de que a arte era 
comerciável e colecionável e a abraçavam a arte pela arte” (FARTHING, 2011, p. 504).
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A transformação dos materiais usados em uma obra de arte é outro aspecto que 
ganha ainda mais importância. Fica ainda mais claro que a produção da arte já 
é, de alguma forma, a arte em si.
Consolida-se a ideia de que arte não é algo que é feito para apenas se admirar, 
mas para experimentar e se expressar. Tomam as ruas, os metrôs, túneis e via-
dutos, inclusive, com a arte urbana. Os conceitos sobre o que é arte mudaram a 
ponto de uma representação artística como grafitti, que, por muito tempo e por 
muitas pessoas, foi considerado uma forma de vandalismo e de “sujeira urbana”, 
ter se tornado uma das expressões artísticas mais atuais e vibrantes.
Em resumo, a arte extrapola o papel da utilidade ou da contemplação e se fixa 
como uma experiência, tanto para o artista como para o público.
Fazendo essa retomada histórica pelos principais movimentos artísticos que 
tivemos, você notou como os padrões estéticos mudaram ao longo do tempo? E 
percebe como o conceito do que é beleza também se alterou? E, com isso, como 
a percepção do que tem valor artístico mudou uma série de vezes? 
Um exemplo muito interessante é a forma como a representação ideal de 
beleza, com padrões estéticos clássicos, alternou momentos em que esteve em 
alta e em baixa ao longo dos séculos. Durante o período da Grécia Antiga, no 
Renascimento e no Neoclassicismo, por exemplo, esses padrões eram enaltecidos, 
mesmo separados por dois milênios. Em compensação, esses modelos estéticos 
Arte performática: surgiu em eventos teatrais como uma tentativa de destruir as barrei-
ras entre a arte e o público. São obras em que os artistas usam seus próprios corpos como 
meio de se expressar ou até de realizar um protesto.
Instalações artísticas: são obras que modificam ou criam um ambiente imersivo para 
que as pessoas tenham uma experiência sensorial. Inicialmente, estes ambientes eram 
criados dentro de museus e galerias, mas com o passar dos anos, as instalações tomaram 
ruas, terrenos abandonados e prédios públicos.
Land art: tendência que surgiu nos anos 1960, quando artistas buscavam novos materiais 
para fazerem suas obras. Neste tipo de arte, o artista usa a natureza na composição da 
sua intervenção, como grandes esculturas em meio a uma paisagem ou algum objeto que, 
colocado na natureza, acaba sendo modificado pela ação do tempo.
Fonte: Farthing (2011, p. 504-505; 512-513; 532-533)
EXPLORANDO IDEIAS
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UNIDADE 1
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foram rejeitados durante a Idade Média, no período Barroco e na arte moderna. 
Hoje, são quase irrelevantes para se definir o que é arte e o que não é.
O papel da natureza e dos homens e das mulheres nas representações ar-
tísticas também mudou. Antes, na Pré-História, a arte era uma forma dos seres 
humanos lidarem com a natureza. Depois, a natureza era central nas representa-
ções, por ser a materialização da presença divina na Terra, com a representação 
humana sendo colocada em segundo plano. Mais tarde, a figura humana assume 
a centralidade das obras. E, por fim, a natureza e representações humanas se 
fundem no que é surreal e no que é abstrato.
Os contextos políticos e sociais também interferem nos padrões estéticos e 
artísticos de cada tempo. Por muitos séculos, a arte era uma forma de servir aos 
reis, monarcas e poderosos. Em outros momentos, era usada como uma forma de 
dominação religiosa. Depois, como uma maneira de vangloriar as elites econômi-
cas. Hoje, ela serve, inclusive, para contestar o poder e a dominação econômica. 
Além dessas mudanças que acontecem com o tempo e o contexto de cada 
obra ou movimento artístico, atualmente, temos, de maneira clara, que a arte 
reverbera de diferentes formas nas pessoas. É a aplicação do conceito de que 
estética é a forma como a nossa sensibilidade reage a uma determinada coisa. “A 
ideia de Beleza não é relativa apenas a diversas épocas históricas. Mesmo numa 
mesma época, e até no mesmo país, podem coexistir diversos ideais estéticos”, 
(ECO, p. 361, 2004).
Como disse o historiador da arte, Ernst Gombrich (2019, p. 23-34), “existem 
pessoas que preferem expressões de mais fácil entendimento. Outras gostam de 
representações mais fiéis à realidade”. Há aqueles ainda que gostam quando uma 
obra deixa algo apenas implícito, mas com margem para reflexões e conjecturas. 
 “ Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sem-pre que encontramos falhas na exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência daquilo que 
viu [.] A outra é que nunca devemos condenar uma obra por estar 
incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a mais profunda 
convicção de que nós estávamos certos e o pintor, errado. Temos o 
curioso hábito de pensar que a natureza deve parecer-se sempre 
com as imagens a que nos acostumamos (GOMBRICH, 2019, p. 27). 
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O que fica claro, após se revisitar tantas formas e entendimentos de expressões 
artísticas, é que não existe uma forma errada de arte. O que existem são pre-
ferências artísticas e formas diferentes de se entender o que é arte.
Você pode ver como diferentes fatores influenciam em como nós enxergamos 
a arte: a beleza de um objeto, a forma como ele foi feito, a sensação que ele provoca 
nas pessoas e a mensagem que ele passa. Tudo isso confere algum valor àquela 
expressão e influencia o valor artístico que ela tem. Isso, inclusive, determina se 
a estética daquele objetivo ou expressão nos agrada ou não.
Ao observar uma obra de arte da época do Renascimento, por exemplo, pode-
mos entender que a beleza daquele quadro está na forma como ele resgata elementos 
clássicos e aplica novos conceitos de perspectiva e geometria. Olhando as pirâmides 
egípcias, vemos que o valor artístico está na imponência das construções aliada ao 
misticismo que motivou que elas fossem erguidas. Nas artes contemporâneas, perce-
bemos, portanto, que a beleza delas está na forma como se aproximam das pessoas e 
expressam mensagens sobre o nosso mundo. É o caso de um viaduto pintado por um 
muralista, que dá cor ao cenário urbano que vemos todos os dias, ou de uma colagem 
postada nas redes sociais, que dá novos significados a símbolos e imagens.
Você lembra que, no começo desta unidade, você escolheu uma obra de arte 
para fazer uma análise? Se você escolheu, por exemplo, um quadro como a Guer-
nica, de Pablo Picasso, é possível dizer que a soma de vários elementos geomé-
tricos, que inicialmente parecem confusos, conseguem expressar um sentimento 
caótico. Ao pesquisar o contexto daquela obra de arte, é possível entender que a 
Espanha passava por uma guerra civil e o sentimento de horror que o país vivia 
está representado naquele mural. Pesquisando a vida do autor, é possível entender 
que Picasso foi um dos principais representantes do Cubismo, o que explica a 
forma como as pessoas, animais e objetos são retratados no quadro. 
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Agora é hora de mostrar que você compreendeu como se deu a evolução do conceito 
de arte e como o valor estético mudou ao longo dos séculos:
1. “Quando o jovem Mozart chegou a Paris, deu-se conta – conforme escreveu ao 
pai – de que todas as sinfonias em grande voga, ali, terminavam com um rápido 
finale; assim, decidiu surpreender sua plateia com uma lenta introdução no último 
movimento. Este é um exemplo trivial, mas revela o sentido em que uma apreciação 
histórica de arte deve caminhar”
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019. p. 9-10.
Com base na evolução dos movimentos artísticos ao longo da história, analise as 
afirmações a seguir:
I - A história da arte acontece de modo linear, de modo que cada movimento ar-
tístico é uma evolução em relação ao período anterior.
II - As gerações de artistas frequentemente rejeitam os padrões artísticos anteriores.
III - Independentemente

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