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Prévia do material em texto

PROFESSOR
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
Estética e 
Comunicação
ACESSE AQUI O SEU 
LIVRO NA VERSÃO 
DIGITAL!
EXPEDIENTE
Coordenador(a) de Conteúdo 
Fernanda Gabriela de Andrade Cou-
tinho
Projeto Gráfico e Capa
André Morais, Arthur Cantareli e 
Matheus Silva
Editoração
Alexandre Donzelli
Design Educacional
Lucio Carlos Ferrarese
Curadoria
Cleber Rafael Lopes Lisboa
Revisão Textual
Carolina Guimarães Branco
Ilustração
Welington Vainer
Fotos
Shutterstock
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná
www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 
Impresso por: 
Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. 
Núcleo de Educação a Distância. BRODBECK, Pedro de Souza 
Lima.
Estética e Comunicação. Pedro de Souza Lima Brodbeck. 
Maringá - PR: Unicesumar, 2022. 
162 p.
ISBN 978-85-459-2289-6
“Graduação - EaD”. 
1. Estética 2. Comunicação 3. Arte. 4. EaD. I. Título. 
CDD - 22 ed.302.2
FICHA CATALOGRÁFICA
02511320
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
Eu vivo contando histórias. Eu sempre fui assim, mesmo 
antes de me tornar jornalista e professor, que são duas 
profissões em que você basicamente conta histórias o 
tempo todo. Desde menino, era comum que meus amigos 
estivessem em uma rodinha ouvindo eu contar alguma coi-
sa, algum caso engraçado, alguma história trágica ou algo 
do tipo. Eu acho que foi por isso que eu acabei cursando 
Jornalismo – que nada mais é do que ouvir uma história, 
ou várias histórias, e depois contar para outras pessoas.
Foi contando histórias que eu trabalhei como repórter 
de Agronegócio, de Saúde e de Economia em um grande 
jornal do Paraná e depois, falando disso e também de Po-
lítica, Cidades, Policial e muitas outras coisas que trabalhei 
no maior portal de notícias do Brasil por mais alguns anos. 
Além disso, trabalhei com comunicação corporativa e 
assessoria de imprensa de empresas e de órgãos públi-
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/12457
cos, contando para sociedade e para colegas jornalistas 
o que esses lugares tinham de interessante e relevante.
Com o tempo, vi que uma forma legal de me desen-
volver era aliar novos estudos à prática da docência, que 
é uma forma de repassar todo o conhecimento prático 
e teórico acumulado em alguns anos de estrada e ainda 
absorver o que os alunos têm a ensinar. 
Particularmente, gosto muito da atividade da pes-
quisa acadêmica: que é uma forma de aprender coisas 
novas o tempo inteiro e ainda usar isso para gerar novos 
conhecimentos. Nesse caminho, fiz especializações de 
Comunicação Política e de Marketing Digital. Mais a fun-
do, fiz mestrado em Comunicação e, atualmente, estou 
fazendo Doutorado na área, produzindo pesquisas sobre 
comunicação e participação política, mobilização política, 
ativismo digital, comunicação digital e internet.
http://lattes.cnpq.br/9368429936138856
Quando trabalhamos com comunicação, seja na criação publicitária, em uma redação 
jornalística ou no setor de marketing de uma grande empresa, sempre pensamos 
muito em conteúdo; afinal, seja lá qual destas atividades estivermos desempenhando, 
há sempre uma mensagem que precisa ser passada: é uma notícia, é o conceito de um 
produto ou um recado para os funcionários de uma empresa, entre outros. No entanto, 
é muito importante também pensarmos na forma como estas mensagens devem ser 
trabalhadas. Como elas devem ser apresentadas para que o resultado final seja o me-
lhor possível? É disso que a estética vai tratar quando tensionada com a comunicação.
Quando falamos de estética, estamos falando não exatamente sobre a beleza de 
algo, mas, em geral, como o formato das coisas nos impacta por meio da nossa sensi-
bilidade. Para entender isso, um bom caminho é olhar atentamente para a história da 
arte. A arte é uma atividade que nos remete muito diretamente à sensibilidade. Olha-
mos um quadro, ouvimos uma música e sentimos coisas – alegria, tristeza, animação, 
contemplação etc. E estes sentimentos variam de pessoa para pessoa. O seu quadro 
preferido, por exemplo, deve ser diferente da obra de arte preferida dos seus amigos 
e familiares. Você pode gostar de um estilo musical e seus colegas gostarem de outros. 
E isso acontece porque cada uma destas coisas age de uma maneira diferente nos nos-
sos sentimentos e na forma como as percebemos. Se olharmos também para a forma 
como os estilos artísticos evoluíram com o tempo, também notamos que os padrões 
estéticos variaram ao longo da história, a depender do contexto que cada sociedade 
vivia, suas variadas necessidades e seus diferentes valores.
Arte e comunicação têm muito em comum – e por isso é interessante olhar para a 
história de uma para entender a outra. Conforme as tecnologias foram evoluindo, a 
arte e a comunicação passaram por mudanças estruturais parecidas que impactaram 
na estética de ambas. Com a imprensa, a comunicação se tornou mais poderosa e che-
gou a mais lugares. A arte, por sua vez, deixou de ser única e passou a ser reproduzida 
milhares de vezes. A fotografia mudou a forma como as pessoas viam os quadros e 
também como contavam histórias. Os computadores e a internet criaram novas formas 
de arte e, definitivamente, revolucionaram a comunicação interpessoal, o jornalismo e 
ESTÉTICA E COMUNICAÇÃO
a publicidade. Em resumo, com o passar do tempo, novas formas de linguagem e novas 
maneiras de apresentação impactaram profundamente a forma como nos comunica-
mos e como as comunicações se apresentam para nós cotidianamente.
Até que, hoje, vivemos em um ambiente em que estamos conectados o tempo 
inteiro, recebendo centenas de informações o dia todo. E é a estética que vai fazer 
com que a nossa atenção se guie para determinadas coisas em detrimento de outra.
Para exemplificar todo este trajeto, as relações entre todos estes conceitos e a im-
portância da estética da comunicação, vamos comparar a mesma situação hipotética 
em tempos e contextos diferentes: como as pessoas se informavam séculos atrás, na 
Idade Média, por exemplo, e como elas se informam hoje?
É possível, que séculos atrás, as notícias referentes aos principais acontecimentos 
de uma região fossem repassadas boca a boca ou por cartas. Possivelmente só o que 
era muito relevante para uma comunidade deveria chegar ao conhecimento de to-
dos. E, em geral, as pessoas tinham acesso a poucas informações sobre novidades. O 
conhecimento, via de regra, era passado de geração para geração, de acordo com as 
atividades cotidianas que cada pessoa tinha.
Hoje o cenário é completamente diferente. Em poucos segundos, podemos ter aces-
so a quase qualquer informação do planeta. Estamos o dia inteiro sendo impactados 
por notícias, propagandas, anúncios, mensagens etc. Como escolhemos para quais 
informações vamos dar atenção? Como algumas informações chamam mais a nossa 
atenção do que outras? Em geral, aquelas coisas que estão mais alinhadas aos nossos 
gostos, que mexem mais conosco é que serão percebidas antes das demais.
Apenas com algumas perguntas, já vemos como as situações são distintas. Ao mes-
mo tempo, notamos como a estética ganha uma importância quanto mais dinâmica se 
tornam os nossos modelos e formatos de comunicação. 
Nesta disciplina, você verá o que é estética, como ela evoluiu ao longo do tempo, 
como a arte impactou nisso e como ela se relaciona com os processos comunicacionais. 
Na Unidade 1, você verá como evoluiu o conceito de estética ao longo da história da 
arte, desde as primeiras pinturas rupestres até a arte contemporânea. Na Unidade 2, 
como a arte está relacionada à comunicação e de que forma as inovações tecnológicas 
impactaram estas duas atividades. Na Unidade 3, vamos falar sobre as estéticas da 
comunicação e como elas impactam nas formas que os produtos comunicacionais se 
apresentam. Depois, na Unidade 4, vamos abordar as linguagens tradicionais e digitaisda comunicação que foram impactadas pelos avanços tecnológicos e suas dimensões 
estéticas. E, por fim, na Unidade 5, você verá como a hiperconexão impacta na estética 
da comunicação na atualidade.
Como você vai conferir ao longo deste livro, estudar as relações entre estética e 
comunicação ajudam, no dia a dia do profissional de comunicação, a pensar em como 
a nossa atividade pode impactar as vidas das pessoas – afinal, a experiência estética 
mexe com os sentimentos, em como as coisas são percebidas pela audiência. 
Está pronto para expandir seus conhecimentos e entender como podemos impactar 
positivamente, por meio da comunicação, a vida das pessoas? Vamos lá!
IMERSÃO
RECURSOS DE
Ao longo do livro, você será convida-
do(a) a refletir, questionar e trans-
formar. Aproveite este momento.
PENSANDO JUNTOS
NOVAS DESCOBERTAS
Enquanto estuda, você pode aces-
sar conteúdos online que amplia-
ram a discussão sobre os assuntos 
de maneira interativa usando a tec-
nologia a seu favor.
Sempre que encontrar esse ícone, 
esteja conectado à internet e inicie 
o aplicativo Unicesumar Experien-
ce. Aproxime seu dispositivo móvel 
da página indicada e veja os recur-
sos em Realidade Aumentada. Ex-
plore as ferramentas do App para 
saber das possibilidades de intera-
ção de cada objeto.
REALIDADE AUMENTADA
Uma dose extra de conhecimento 
é sempre bem-vinda. Posicionando 
seu leitor de QRCode sobre o códi-
go, você terá acesso aos vídeos que 
complementam o assunto discutido.
PÍLULA DE APRENDIZAGEM
OLHAR CONCEITUAL
Neste elemento, você encontrará di-
versas informações que serão apre-
sentadas na forma de infográficos, 
esquemas e fluxogramas os quais te 
ajudarão no entendimento do con-
teúdo de forma rápida e clara
Professores especialistas e convi-
dados, ampliando as discussões 
sobre os temas.
RODA DE CONVERSA
EXPLORANDO IDEIAS
Com este elemento, você terá a 
oportunidade de explorar termos 
e palavras-chave do assunto discu-
tido, de forma mais objetiva.
Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar 
Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do 
aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881
APRENDIZAGEM
CAMINHOS DE
1 2
3 4
5
NOÇÕES DE 
ESTÉTICA E 
HISTÓRIA DA 
ARTE
11
ARTE E 
COMUNICAÇÃO
49
77
ESTÉTICAS DA 
COMUNICAÇÃO
99
LINGUAGENS 
TRADICIONAIS E 
DIGITAIS
121
A COMUNICAÇÃO 
NA ATUALIDADE
1Noções de Estética e História 
da Arte
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
A estética é o campo da filosofia que estuda o belo e as sensações que 
temos diante de algum objeto ou imagem. Ela é parte fundamental 
da forma como nos comunicamos e produzimos qualquer forma de 
expressão. Esses conceitos, no entanto, variaram muito ao longo do 
tempo. Com isso, a percepção sobre o que é arte também mudou. 
Nesta unidade, vamos estudar como o conceito de estética evoluiu 
ao longo do tempo, e relacionar com os movimentos artísticos que 
tivemos no decorrer da história, desde as obras de arte mais antigas 
até as atuais expressões artísticas. 
UNIDADE 1
12
Caro(a) estudante, mesmo que você nunca tenha visitado um museu ou uma 
galeria, certamente, já se deparou com algum tipo de obra de arte. Pode ter sido 
em um filme ou na televisão, no seu celular ou até mesmo em seu tablet. Pode 
ser ouvindo uma música, uma fotografia ou até mesmo ao observar um grafite 
estampado em uma avenida da sua cidade. 
A arte está presente em nosso cotidiano. Por mais que muitas vezes a 
gente não se dê conta disso, e não pare para contemplá-la, como fazemos 
quando nos deparamos com um quadro imponente, existem manifestações 
artísticas em praticamente todos os lugares. Contudo, o que faz com que um 
objeto, uma escultura, uma pintura e até mesmo uma colagem postada nas 
redes sociais sejam consideradas obras artísticas, mesmo sendo tão diferentes 
entre si? Você já parou para pensar no que define a arte?
Homens e mulheres produzem arte desde os primeiros registros históricos 
de que se tem notícia. Hoje, quando vemos os resquícios da pintura de um bisão 
na parede de uma caverna (Figura 1), feita há mais de 10 mil anos, entendemos 
que ali há uma representação artística. 
13
Figura 1 – Pintura de bisão na caverna de Altamira, na Espanha
Descrição da Imagem: a fotografia apresenta uma parede amarelada de uma caverna, com um bisão 
avermelhado, com detalhes em preto, voltado para a direita, desenhado no centro da imagem.
Além de terem valor estético e de despertarem algum tipo de sentimento naquela 
pessoa que as observa, as obras de arte carregam sempre um contexto ou algum 
significado. A maior parte delas, antes de serem consideradas Arte, eram expres-
sões ou manifestações que serviam a outros propósitos. As pirâmides do Egito, 
por exemplo, mais do que um monumento artístico, funcionavam como um meio 
de ajudar os faraós a ascenderem aos deuses após a morte, – segundo os egípcios 
da Antiguidade –, enquanto os corpos deles eram preservados na Terra. Refletir 
sobre estes significados associados à arte é uma forma de compreender melhor 
a nossa história e o mundo em que vivemos. Para deixar mais claro como esses 
fatores determinam a natureza de uma obra de arte, vamos fazer um exercício 
de análise. Escolha uma expressão artística qualquer – pode ser um quadro que 
você goste, uma escultura de uma praça ou até mesmo um mural da sua cidade. 
Tente identificar o que chama a sua atenção naquela manifestação artística, e 
quais elementos fazem com que ela seja uma obra interessante para você. 
Depois de refletir sobre isso, busque informações sobre a época em que a obra 
foi produzida, o que ela representa ou retrata, e o contexto em que ela foi feita. 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
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Pesquise também informações sobre o autor dela. Busque se ele fez outras obras 
e tente identificar semelhanças e diferenças da obra que você escolheu. 
Você consegue elencar quais fatores lhe fazem atribuir um valor artístico à 
obra que escolheu? Quais elementos estéticos que chamaram a sua atenção para 
fazer esta escolha? Você parou para pensar o que faz gostar desta manifestação 
artística e que tipo de sentimentos ela desperta em você?
Levante as suas impressões, opiniões e informações sobre a obra de arte 
escolhida e as anote no seu Diário de Bordo.
DIÁRIO DE BORDO
É muito comum que o nosso conceito sobre o que é arte esteja relacionado ao valor 
estético de uma determinada peça. Uma das associações mais básicas que fazemos 
sobre o que pode ser considerado arte, a princípio, é apontar a beleza única de uma 
determinada obra. Historicamente, esta relação entre estética e arte é bastante comum, 
ainda que não explique sempre o valor artístico de uma obra. Entretanto, o que faz 
uma determinada coisa ser considerada mais bonita do que a outra? 
Na filosofia, a Estética é a área do conhecimento que estuda o belo. Ainda que 
ela tenha surgido na literatura com esse nome apenas no século XVIII, na obra 
de Alexander Baumgarten, reflexões sobre a estética das coisas existem desde a 
Grécia Antiga. Nos primeiros registros históricos das civilizações, segundo Um-
15
berto Eco, que escreveu A História da Beleza, o belo estava geralmente associado 
a outras qualidades virtuosas, e não existia propriamente uma consciência do 
que era a beleza. Era belo aquilo que era admirado pelas pessoas ou o que elas 
queriam ter. “Podia ser classificado como belo que era justo, o que era adequado 
ou conveniente, por exemplo” (ECO, 2004, p. 37). 
Somente por volta de 400 a.C. que se criou uma noção mais bem definida da 
beleza estética. Foi nessa época em que o homem passou a ser a figura central nas 
obras de arte, nas quais encontramos representações artísticas de esculturas com 
corpos considerados à época saudáveis e atléticos (Figura 2), pois “o entendimen-
to geral passou a ser de que um corpo ideal estava ligado a uma mente brilhante” 
(SOUZA; BATISTA, 2019, p. 57).
Figura 2 – Grupo de Laocoonte,século I a.C., Museu do Vaticano
Descrição da Imagem: a fotografia mostra a escultura Grupo de Laocoonte, no Museu do Vaticano. A 
escultura em mármore branco mostra Laocoonte, um homem de barbas e cabelos com comprimento 
médio, ao centro. Ele está sentado e nu, com o corpo contorcido, tentando se libertar de duas serpentes 
que estão enroladas em seus braços e pernas. Os músculos do corpo dele são definidos e mostram o 
esforço de Laocoonte de tentar se livrar dos animais. De cada um dos lados de Laocoonte, há um jovem, 
também nu. Eles também estão enrolados e lutando com serpentes.
As primeiras definições mais articuladas do que ficou conhecido por muitos anos 
como Teoria da Beleza surgiram com Sócrates e Platão. O primeiro dividia a 
prática artística em três partes: a beleza ideal, que representa o que há de belo na 
UNICESUMAR
UNIDADE 1
16
natureza e na composição de suas partes; a beleza espiritual, expressada pelo olhar; 
e a beleza útil, em que um objeto é belo na medida em que ele tem uma utilidade. 
Já “Platão afirma que existe uma dualidade entre dois universos. Aquilo que 
é real, que é representado pela ‘verdadeira realidade’, e o mundo sensível, que é 
a forma como entendemos as coisas pelos nossos sentidos” (DIAS, 2020, p. 5). 
De acordo com ele, o primeiro sentido representa uma beleza autônoma, que 
independe do suporte físico que a exprime, e o segundo é a forma como isso se 
manifesta pelos sentidos das pessoas. Segundo Umberto Eco (2004, p. 50), “para 
Platão a arte atua neste segundo sentido, sempre como uma falsa cópia da beleza”.
Em certa medida, isso se alinha ao fato de que os padrões estéticos não 
são os mesmos para todas as pessoas. Segundo Platão, existe uma beleza 
intrínseca e outra beleza atribuída às coisas. Por isso, alguém pode gostar de 
uma tela porque ela tem cores agradáveis, porque lembra alguma memória 
saudosa ou porque causa algum tipo de provocação interessante – cada qual 
com um valor estético atribuído pelos nossos sentidos. 
Outro aspecto a ser ponderado é que a beleza de um quadro, por exemplo, 
não está relacionada à beleza da situação que ele retrata. Uma obra que mostra 
alguma situação miserável ou que denuncia algum tipo de injustiça também pode 
ser considerada bela, mesmo que a situação exposta seja deplorável. Mais de dois 
mil anos mais tarde, no século XIX, esta dicotomia entre uma beleza harmônica e 
visível e uma outra beleza conturbadora, que se exprime além das aparências, foi 
abordada por Friedrich Nietzsche. Segundo o filósofo alemão, a tensão causada 
por esta dualidade é o que baseia as artes dramáticas, inclusive.
Além disso, ainda existem consensos estéticos que se alteram com o passar do 
tempo. Em algumas épocas ou em determinadas culturas, uma arte era conside-
rada mais bela quanto mais fiel ela fosse ao retrato da natureza. Em outras eras, 
uma obra pode ser considerada mais bonita principalmente pela forma como é 
produzida ou pelas mensagens implícitas que ela passa. 
Para tratar das mudanças do que foi considerado arte ao longo do tempo, é 
interessante retomar o conceito de Aristóteles, aluno de Platão, sobre o assunto. 
Diferente do que o seu professor acreditava, para Aristóteles a reprodução da arte 
por meio da imitação era uma virtude. Além da cópia, segundo ele, ser uma forma 
de retratar a vida e os dramas reais com maior verossimilhança, esta propriedade 
garantia uma maior utilidade à arte. Mais do que um valor estético, arte seriam 
aqueles objetos que eram utilitários.
17
Aqui conseguimos relacionar o conceito de utilidade de algumas das ma-
nifestações artísticas mais antigas que temos notícia. Segundo o historiador da 
arte Ernst Gombrich (2019, p. 42-43), “o bisão pintado na parede das cavernas 
de Altamira, na Espanha, em 10.000 a.C., muito possivelmente não foi feito com 
o objetivo de ser um registro artístico, mas, sim, a partir da crença de que repro-
duzir as imagens das presas daqueles povos poderia ajudá-los, de alguma forma, 
a dominar, caçar ou controlar estes animais”. 
É claro que nós não temos como saber ao certo o objetivo que aquelas civiliza-
ções primitivas tinham com essas pinturas feitas à base de pigmentos de plantas, 
pedaços de carvão e sangue de animais, mas o que arqueólogos especulam é que 
aquelas pessoas acreditavam no poder das imagens dos animais de uma forma má-
gica para fins de proteção ou subsistência. O que também se aplica a registros ainda 
mais antigos, como pedras sulcadas de 250 mil anos atrás, encontradas em Israel, ou 
bastões entalhados encontrados na África do Sul, que datam de aproximadamente 
70.000 anos a.C., e outras pinturas em cavernas da Austrália, de aproximadamente 
40 mil anos atrás (Figura 3). Estes registros são chamados de “arte rupestre”, que 
é o termo usado para descrever a época da 
arte em que as obras eram feitas em rochas.
Descrição da Imagem: a fotografia mostra uma pa-
rede rochosa alaranjada, com uma figura desenha-
da em vermelho. A figura parece ser um humano 
caçador, com o corpo, braços e pernas extrema-
mente finos, voltado para a esquerda. Ele possui 
cabeça pequena, cabelos finos, e está com os bra-
ços e pernas flexionados. Esse caçador carrega o 
que parecem ser lanças nas suas mãos.
Figura 3 – Arte rupestre, aprox. 40 mil anos a.C., 
Ubirr, Austrália
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UNIDADE 1
18
Além dos aspectos mágico e utilitário da arte rupestre, existem outras teorias que 
buscam explicar a produção da arte pré-histórica. “Uma delas está ligada a uma 
necessidade inata das pessoas pela beleza, em que o ser humano sempre busca 
por formas e objetos harmoniosos” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 36). 
Seja qual fosse o objetivo dessas artes, as formas das pinturas e objetos foram se 
modificando conforme o ser humano passou a produzir melhores ferramentas. Ob-
jetos de 200 mil anos atrás não apresentavam o mesmo nível de detalhamento que, 
por exemplo, estatuetas de 25 mil anos atrás, como a Vênus de Willendorf (Figura 4).
Descrição da Imagem: a fotografia mostra uma 
estatueta de calcário, de aproximadamente 12 cen-
tímetros, que mostra a representação estilizada de 
uma mulher nua. Esta mulher tem uma cabeça re-
donda, sem rosto, seios proeminentes, uma grande 
barriga e cintura larga. Ela está em pé, em pernas 
grossas, e está descansando pequenos braços por 
cima dos seios.
Figura 4 – Vênus de Willendorf, aprox. 25 mil 
anos a.C.
Com a evolução das ferramentas, do domínio dos materiais e da técnica, novas 
formas de arte surgiram. Por volta de 4.000 a.C., “povos da Mesopotâmia e do 
Egito desenvolvem a técnica da cera perdida, em que é possível criar moldes para 
produzir peças em bronze” (FARTHING, 2011, p. 20). Ainda nessa época, boa par-
te da produção que mais tarde foi reconhecida como arte estava ligada a alguma 
utilidade daqueles objetos. Desde os cilindros em pedra feitos pelos sumérios, 
que eram usados como lacres no comércio da época, até as pirâmides egípcias, 
que eram antes de tudo túmulos gigantes dos faraós, que eles acreditavam que, 
por serem construídas naqueles formatos e tamanhos, ajudavam a preservar os 
corpos dos monarcas e a conduzi-los aos céus após a morte. Segundo o historia-
19
dor da arte Ernst Gombrich (2019, p. 55), por mais que os faraós fossem ricos e 
poderosos a ponto de forçar milhares de pessoas ao trabalho brutal de construir 
pirâmides no deserto, “nenhum monarca e nenhum povo teria suportado seme-
lhante gasto e passado por tantas dificuldades se se tratasse da criação de um 
mero monumento”.
Uma característica da arte egípcia é a representação das pessoas e da nature-
za por meio do ponto de vista da observação. As pinturas e esculturas de pessoas, 
por exemplo, mostravam os rostos de perfil e o tronco de frente. De acordo com 
Gombrich (2019), as representações eram feitas desta forma porque é assim que 
estas partes do corpo são mais bem observadas, ainda que, anatomicamente, esta 
composição não seja a que faz mais sentido.
A arte egípcia influenciou fortemente a arteda Grécia Antiga, seja na ar-
quitetura dos templos – erguidos com precisão simétrica em homenagem aos 
deuses gregos –, seja na produção de estátuas com figuras humanas – que com 
o passar do tempo, passaram a buscar a representação de corpos perfeitos. Estes, 
inclusive, são os maiores legados da arte grega.
A arquitetura imponente foi influenciada pela constituição política e social 
das cidades gregas da época. Dividida em vários principados independentes, 
chamados de polis, as cidades tinham uma divisão muito peculiar, divididas em 
três partes: as áreas particulares, com casas; as áreas sagradas, onde ficavam os 
templos; e as áreas públicas, onde ficavam os comércios e as áreas onde aconte-
ciam as reuniões políticas. “Nessa configuração urbana, os protagonistas da polis 
são os templos” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 66). 
OLHAR CONCEITUAL
A construção dos templos gregos, com as colunas espaçadas com a mesma distância 
entre elas, com o frontão triangular e com a estilóbata, por exemplo, seguia uma simetria 
nos seus elementos a partir de critérios matemáticos, o que permitia a reprodução da 
mesma estrutura e do mesmo modelo em diversas cidades do território grego.
UNICESUMAR
UNIDADE 1
20
Entablamento
Cornija
Peristilo
Estilóbata
Friso
Arquitrave
Frontão
A construção dos templos gregos, com as colunas espaçadas com a 
mesma distância entre elas, com o frontão triangular e com a 
estilóbata, por exemplo, seguia uma simetria nos seus elementos a 
partir de critérios matemáticos, o que permitia a reprodução da mesma 
estrutura e do mesmo modelo em diversas cidades do território grego.
Elementos usados nos templos gregos de 2,5 mil anos atrás influenciaram toda a 
história da arquitetura. “O tratamento estilizado desenvolvido pelos gregos para 
as bases, os capitéis e os elementos apoiados (o entablamento) constituiu-se em 
um sistema que deu nome às ordens arquitetônicas que conhecemos hoje” (SOU-
ZA; BATISTA, 2019, p. 69-70).
As esculturas também marcaram a arte grega. As representações eram de 
corpos ideais, com um padrão de beleza que fugia, inclusive, do que era real na-
quela época. Com isso, os gregos colocaram homens e mulheres como o centro 
das artes – no Egito, por exemplo, este papel era ocupado pela religião.
Algumas características começaram a mudar com a alteração da organização 
política da Grécia sob o poder de Alexandre, o Grande. Ele transformou a região em 
um grande império, alterando a cultura e a arte local ao longo do chamado período 
helenístico. A arquitetura começou a sofrer mudanças, adaptada a um modo de vida 
menos sociável e mais individualista, o que mudou, principalmente, a arquitetura 
21
das construções (SANTOS; SOUZA, 2018, p. 45). Não eram mais erguidos grandes 
templos e as construções residenciais passaram a ser mais funcionais.
Nesta época, a Grécia foi incorporada ao território do Império Romano. Por 
volta de 200 a.C., “a grande demanda por estátuas gregas em Roma provoca uma 
inundação de cópias em mármore e bronze feitas a partir de moldes de gesso” 
(FARTHING, 2011, p. 62). Desta forma, a cultura grega influenciou boa parte da 
arte romana, no início do período em que o Império avançou por boa parte dos 
territórios europeus do Ocidente, até cerca de 500 d.C.
Quando o Império foi estabelecido, “a arte foi elevada ao status de símbolo 
do poder, como demonstração de grandeza imperial” (SOUZA; BATISTA, 2019, 
p. 78). Com isso, dezenas de templos foram erguidos nos territórios conquista-
dos pelos romanos, e a produção artística de pinturas, estátuas e artesanatos se 
intensificou. No seu processo de expansão territorial, a Roma Antiga impôs seus 
princípios culturais e artísticos aos povos dominados, o que colaborou para que 
a arte romana se espalhasse e deixasse diversas marcas para a posteridade. A ar-
quitetura romana, que absorveu características gregas e etruscas, mas com uma 
engenharia mais refinada, foi um dos principais legados do Império. Isso aconte-
ceu pela preocupação principal de que a produção arquitetônica fosse funcional.
Uma característica fácil de notar nesta mudança foi “a substituição das colunas, 
que caíram em desuso, por arcos e abóbodas, que aumentavam o espaço interno 
das construções” (BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 51). Os anfiteatros, onde acon-
teciam grandes apresentações e combates de guerreiros, se tornaram construções 
marcantes dos romanos. O mais famoso deles é o Coliseu. Quem visita hoje um dos 
principais pontos turísticos da Itália consegue notar estas características: por fora, 
ele contém os arcos que marcaram a arquitetura do período. Por dentro, é possível 
ver as galerias entre as ruínas, que representam o avanço da engenharia (Figura 5).
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UNIDADE 1
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Figura 5 – Coliseu, Roma
Descrição da Imagem: a imagem se trata de uma foto aérea da cidade de Roma, que mostra o Coliseu 
visto de cima. O Coliseu está à direita da imagem, entre ruas, avenidas e gramados. Ele tem uma coloração 
bege claro por fora e bege escuro por dentro. Ele tem um formato oval. De frente para a foto, do lado 
de fora, há dois andares, com dezenas de janelas nos dois pavimentos. Metade da construção ainda tem 
um paredão mais alto, acima do segundo andar. Dentro do Coliseu, apesar da imagem estar distante, é 
possível ver dezenas de galerias em ruínas ao centro dele. Ao fundo, a imagem mostra um parque arbo-
rizado à direita e várias construções à esquerda.
Na pintura, os afrescos foram o grande legado da arte romana. “O afresco é uma 
técnica de pintura feita sobre uma base de gesso ainda úmida, em que o artista 
aplica pigmentos diluídos em água, o que faz com que as cores penetrem no re-
vestimento” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 82). A técnica passou a ser amplamente 
usada em paredes, muros e tetos pelos séculos seguintes. Esta técnica permitiu 
que os romanos passassem a imitar texturas, como mármore. 
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Gladiador
Ano: 2000
Sinopse: o filme conta a história da disputa pela sucessão do impe-
rador Marco Aurélio, no século II. O filho do monarca, Cômodo, fica 
revoltado com a predileção do pai de escolher Maximus, o líder do exército 
romano para o posto de imperador. 
Comentário: o imperador Marco Aurélio e seu filho, Cômodo, realmente exis-
tiram. Maximus, o comandante do exército, é um personagem fictício, assim 
como a história da sucessão do trono do rei. Mesmo assim, o filme mostra como 
se davam os duelos no Coliseu e como eram as cidades no Império Romano.
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Outra coisa que essa técnica permitiu foi imitar algumas saliências. Então o que 
muitas vezes eles faziam era pintar janelas nas paredes, para dar uma sensação 
de maior amplitude aos ambientes.
Já a escultura romana, a partir da influência grega, ficou marcada pela repre-
sentação humana. A principal diferença da arte grega é que os romanos tentavam 
retratar as pessoas da maneira mais fiel à realidade possível, enquanto os gregos 
faziam representações de corpos tão perfeitos que se distanciavam da realidade. 
Era muito comum que os escultores fizessem bustos de imperadores (Figura 6). 
Nestas esculturas era possível notar algumas imperfeições naturais nos rostos, 
com rugas e cabeças calvas, por exemplo.
Figura 6 – Busto em mármore do imperador romano Tibério
Descrição da Imagem: a fotografia mostra um busto em mármore branco, qual seja, a estátua de uma 
cabeça. Se trata da cabeça de um homem, de olhos abertos sem detalhes, de cabelos curtos e encaraco-
lados, nariz longo e fino, orelhas pequenas, testa proeminente, bochechas levemente sulcadas, queixo 
pequeno e arredondado, e boca pequena fechada, sem esboço de sorriso ou contração. O rosto traz uma 
expressão séria, porém calma, e está virado para a direita.
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UNIDADE 1
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Uma mudança considerável na dinâmica da produção artística que aconteceu du-
rante o período do Império Romano foi o surgimento da figura do mecenas. Eram 
membros da elite, do governo ou da aristocracia, que contratavam os artistas para 
realizarem suas obras.Desta forma, a produção de arte passa a funcionar de uma 
nova maneira. Antes, a arte era trabalho de pessoas que prestavam um serviço aos reis 
ou que faziam algum tipo de trabalho funcional que tinha valor artístico. Na Roma 
Antiga, artistas passaram a ser remunerados para fazer produções reconhecidas como 
arte sob encomenda e, dessa forma, ganharam uma nova projeção na sociedade.
Mesmo com a queda do Império Romano, algumas características da arte 
daquele povo persistiram por séculos, durante a Idade Média. De relevante, “a 
arte bizantina acrescentou um forte componente religioso às suas obras, que, 
inicialmente, seguiram as tradições das técnicas romanas” (FARTHING, 2011, p. 
72, grifo nosso). Neste longo período, a arte passou a ser considerada um instru-
mento divino, e as representações têm como foco a natureza, como uma forma de 
continuar a obra de Deus. Com o avanço do poder da Igreja Católica, a temática 
religiosa domina a produção de pinturas da época. Na arquitetura ocidental, a 
principal marca fica por conta das catedrais góticas nos principais centros urba-
nos que se formavam. Um dos principais legados que a Idade Média deixou para 
a produção artística foi “a criação de universidades e ambientes de aprendizado, 
geralmente ligados à Igreja, que nos séculos seguintes estimularam a difusão do 
conhecimento e da produção das artes” (BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 71). 
Isso foi muito importante para o período seguinte, do Renascimento, a partir 
do século XIV, que recolocou os seres humanos no centro da produção artística e 
científica, resgatando alguns valores e conceitos da Antiguidade. Isso aconteceu 
devido a uma série de fatores, como a queda de Constantinopla e a vinda de 
bizantinos a Roma. Ao retornar ao local onde o poder estava centralizado mil 
anos antes, alguns valores estéticos clássicos foram retomados. A ascensão de uma 
burguesia, que dividia poder com a Igreja, também colaborou para que a religião 
deixasse de ser central na arte renascentista.
Essa postura de oposição do movimento artístico se comparado com o perío-
do anterior passa a ser comum dali em diante. Esta dinâmica de alternância dos 
padrões estéticos passa a ditar a evolução da arte. “Cada geração está, em algum 
ponto, em revolta contra os padrões de seus pais” (GOMBRICH, 2019, p. 9).
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Esta foi uma época em que o racionalismo ascendeu. Isso quer dizer que hou-
ve uma grande atenção para o desenvolvimento da matemática e da geometria, 
o que teve um impacto profundo na arte. Os artistas passaram a prestar mais 
atenção às proporções nas obras. Estes conhecimentos foram usados também 
para adotar técnicas de perspectiva e profundidade nas pinturas. “Renascentis-
tas incluíam a paisagem como plano de fundo para a representação das figuras 
humanas, este, porém, era um grande desafio a ser vencido: a nova arte da pers-
pectiva deveria integrar a figura e o fundo” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 133). 
Estas características podem ser notadas perfeitamente na obra O Nascimento 
de Vênus, de Sandro Botticelli, pintada em 1485. A imagem mostra figuras huma-
nas em primeiro plano, em contraste com um fundo mais escuro, em perspectiva, 
o que configura uma sensação de relevo dos personagens da pintura (Figura 7).
Figura 7 – O Nascimento de Vênus (1485), Sandro Botticelli. Galeria Uffizzi, Florença
Fonte: Souza e Batista (2019, p. 134)
Descrição da Imagem: o quadro mostra Vênus, uma mulher jovem, branca, de longos cabelos ruivos 
esvoaçantes, nua, de pé, segurando seu peito com a mão direita aberta, e segurando seus cabelos com 
a mão esquerda frente à virilha, saindo de uma grande concha de dentro do mar esverdeado. Ela possui 
uma expressão serena em seu rosto. À esquerda e acima dela, contra o céu azul, está um homem branco 
com cabelos castanhos, com asas, vestido com lenços esvoaçantes azuis. Este está voando, inclinado à 
direita, abraçado a uma mulher branca, nua, com cabelos ruivos, cujo corpo está por trás do homem. 
Ambos estão cercados de flores rosas esvoaçantes, a mulher com uma expressão surpresa, enquanto 
o homem alado assopra em direção a Vênus com as bochechas inchadas. À direita e abaixo de Vênus, 
contra a terra verde e florestas ao fundo, temos uma outra mulher, branca, ruiva, de pé, inclinada para 
a esquerda, vestida de branco com detalhes florais azuis, movimentando um pano rosado com detalhes 
negros, em direção a Vênus, com o aparente intuito de vesti-la. Ela traz um semblante sereno.
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UNIDADE 1
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Outro artista muito reconhecido deste período foi Leonardo Da Vinci, que 
além de pintor, era matemático e engenheiro, dentre outras profissões – uma 
multiplicidade de conhecimentos típica da Renascença. É dele a obra de arte mais 
famosa do mundo, a Monalisa. O quadro ficou muito famoso por vários mitos 
que surgiram relacionados à sua história – pouco se sabe sobre a identidade da 
mulher retratada, por exemplo. Porém, são principalmente dois elementos que 
fazem esta obra ser especial: o olhar e o sorriso de Monalisa. 
Segundo Farthing (2011, p. 177), “os relatos de historiadores da época contam 
que Leonardo da Vinci usou músicos e palhaços para divertir a modelo enquanto 
pintava o quadro, o que resultou em um sorriso tão contido quanto enigmático”. 
Muitas pessoas que visitam a obra no museu do Louvre, em Paris, dizem que têm 
a sensação de que o olhar de Monalisa parece persegui-las.
NOVAS DESCOBERTAS
Título: O Código da Vinci
Autor: Dan Brown
Editora: Arqueiro
Sinopse: um assassinato dentro do Museu do Louvre, em Paris, traz 
à tona uma sinistra conspiração para revelar um segredo que foi protegido 
por uma sociedade secreta por séculos. Uma criptógrafa e um simbologista 
passam a buscar mensagens escondidas em obras de arte para solucionar 
o crime.
Comentário: o livro é uma história de ficção que cria mensagens dentro do 
universo da arte, mostrando como as obras podem ter múltiplos significados. 
Além da perfeição e delicadeza na representação das pessoas, “as obras de Da 
Vinci conseguiam simular movimentos e ações dos retratados, por meio do do-
mínio do uso de sombras e luzes” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 137). Outra ca-
racterística importante das obras é a composição em formato de pirâmide dos 
principais elementos retratados nos quadros, como é possível notar na pintura A 
Virgem dos Rochedos (Figura 8). A técnica ajuda a conduzir o nosso olhar quando 
observamos a obra de arte.
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Também é do período renascentista o pintor e escultor Michelangelo, autor de 
algumas de outra obra que é uma das mais famosas da história da arte: a pintura 
do teto da Capela Sistina (FIGURA 9). Contratado pelo Papa Júlio II della Ro-
vere, Michelangelo demorou quatro anos para produzir o afresco que retrata a 
criação do mundo e passagens bíblicas. Michelangelo realizou um trabalho físico 
descomunal deitado em andaimes para pintar os mais de 500 metros quadrados 
do local. “Entretanto, a proeza física de um homem para cobrir esse vasto espaço 
sem ajuda nenhuma pouco representa em comparação com a façanha intelectual 
e artística” (GOMBRICH, p. 308, 2019, p. 308). Ao todo, a pintura tem mais de 
300 personagens retratados.
Descrição da Imagem: a imagem se 
trata de uma pintura. A Virgem Maria 
está ao centro da imagem, com uma 
roupa verde azulada escura. A mão 
esquerda dela está aberta, virada 
para baixo, sobre a cabeça do meni-
no Jesus ainda bebê. Ele está sentado 
ao lado de um anjo, Uriel, de cabelos 
longos claros, roupa azul e uma capa 
vermelha. O anjo olha para o menino 
Jesus. Ao mesmo tempo, Jesus e o 
anjo apontam para outro bebê, que 
está do outro lado da imagem, tam-
bém ao lado de Maria. O outro bebê é 
João Batista, que está ajoelhado com 
as mãos juntas, à frente do peito. 
Maria está com a mão direita sobre o 
ombro de João. Eles todos estão em 
um ambiente rochoso e aparente-
mente úmido. Ao fundo, várias rochas 
e ruínas compõem o cenário.
Figura 8 – A Virgem dos Rochedos, de 
Leonardo da Vinci, 1486
Fonte: Souza e Batista (2019,p. 133)
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UNIDADE 1
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Figura 9 – Capela Sistina, no Vaticano
Descrição da Imagem: o quadro mostra Vênus, uma mulher jovem, branca, de longos cabelos ruivos 
esvoaçantes, nua, de pé, segurando seu peito com a mão direita aberta, e segurando seus cabelos com 
a mão esquerda frente à virilha, saindo de uma grande concha de dentro do mar esverdeado. Ela possui 
uma expressão serena em seu rosto. À esquerda e acima dela, contra o céu azul, está um homem branco 
com cabelos castanhos, com asas, vestido com lenços esvoaçantes azuis. Este está voando, inclinado à 
direita, abraçado a uma mulher branca, nua, com cabelos ruivos, cujo corpo está por trás do homem. 
Ambos estão cercados de flores rosas esvoaçantes, a mulher com uma expressão surpresa, enquanto 
o homem alado assopra em direção a Vênus com as bochechas inchadas. À direita e abaixo de Vênus, 
contra a terra verde e florestas ao fundo, temos uma outra mulher, branca, ruiva, de pé, inclinada para 
a esquerda, vestida de branco com detalhes florais azuis, movimentando um pano rosado com detalhes 
negros, em direção a Vênus, com o aparente intuito de vesti-la. Ela traz um semblante sereno.
Em geral, as obras do Renascimento tinham como característica seguir um rigor 
estético que tinha sido desenvolvido nos períodos clássicos da Grécia e Roma 
Antiga, com uma representação fiel da figura humana, lastreada no conhecimento 
científico, na racionalidade e nas proporções.
Como pudemos ver, os artistas dessa época eram intelectuais de várias áreas, 
e as técnicas aplicadas por eles eram muito refinadas. Isso fez com que os artistas 
fossem reconhecidos e disputados pelos mecenas do período. É por isso que, se 
você parar para pensar quais são os artistas mais antigos que você lembra pelo 
nome, uma boa parte deles são do período renascentista. 
Com o passar do tempo, a burguesia vinha enriquecendo e ganhando poder. 
Com isso, aconteceu o movimento da Reforma Protestante, no século XVI, o que 
gerou uma reação da Igreja Católica que ficou conhecida como contrarreforma. 
Foi nessa época que a Igreja promoveu ações, como o Tribunal da Inquisição, e 
29
passou a colocar como prioridade a catequese dos povos dos territórios que os 
europeus passaram a dominar, principalmente na América. Isso deu um novo 
poder à religião e o que, na arte, marca o início do período Barroco. 
A “arte barroca surge como uma ideia de mediação entre a humanidade e Deus” 
(BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 88, grifo nosso). As representações de pinturas e 
esculturas deste movimento tendem a exaltar a religião e a mensagem que elas pas-
sam geralmente é de sobreposição da emoção diante da razão. Segundo Farthing (p. 
213, 2011), o movimento Barroco é caracterizado “pela decoração pesada, o design 
complexo, porém sistemático e a aplicação abundante de luzes e sombras”. Além da 
representação das passagens bíblicas, muito comuns neste período, a vida cotidiana 
também passa a ser retratada nos quadros. Caravaggio, o principal pintor do Barroco, 
“procurava os seus modelos entre os vendedores, os músicos ambulantes, os ciganos, 
ou seja, entre as pessoas do povo” (BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 92). 
Na Europa, nesta mesma época, surgia o estilo Rococó, um movimento de 
ruptura do Barroco, e que tinha “uma estética refinada e ornamental, sem ne-
nhuma preocupação com a religiosidade, pois seu foco principal era a diversão 
e a felicidade de seus patrocinadores, a monarquia” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 
214). A produção da arte Rococó também tinha como característica servir para 
decoração e ostentação. Por isso, uma influência muito grande desse período 
pode ser notada nas arquiteturas de interiores de palácios ou na produção de 
tapeçarias e porcelanas. Famoso pelas suas extravagâncias, o Palácio de Versalhes, 
na França, é um símbolo do período.
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Maria Antonieta
Ano: 2006
Sinopse: a jovem austríaca Maria Antonieta torna-se rainha da Fran-
ça aos 14 anos de idade, após sua família arranjar um casamento 
precoce com o rei Louis XVI. Ela chega despreparada para enfrentar as res-
ponsabilidades do posto e a pressão política crescente, que culminou na Re-
volução Francesa, quando ela foi decapitada.
Comentário: o filme, ambientado no Palácio de Versalhes, mostra de forma 
descontraída todo o luxo da família real francesa. As regalias vividas pelos 
monarcas enquanto boa parte do restante do povo da França vivia na misé-
ria foi um dos fatores que inflamou os movimentos revolucionários.
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UNIDADE 1
30
São destes dois movimentos, Barroco e Rococó, as primeiras obras de arte re-
conhecidas no Brasil após a colonização portuguesa. Muitas igrejas construídas 
nesta época no país, no séc. XVIII, têm as características da arquitetura barroca, 
com fachadas grandes, traços ondulados e assimétricos, que contrastavam com o 
rigor geométrico da arte renascentista. A arte Rococó também está presente nos 
tons pastéis e nas decorações dos prédios imperiais. O principal artista brasileiro 
deste período foi Antônio Francisco de Lisboa, conhecido popularmente como 
Aleijadinho. O arquiteto e escultor era de Ouro Preto, em Minas Gerais, cidade 
que, naquela época, era muito rica pela extração mineral e onde até hoje muitas 
de suas obras estão espalhadas pela região, como o Santuário de Bom Jesus do 
Congonhas e as estátuas dos Doze Profetas (Figura 10).
Figura 10 – Santuário de Bom Jesus do Congonhas e as estátuas dos Doze Profetas
Descrição da Imagem: a foto mostra a fachada da igreja, que tem as paredes brancas com detalhes, nos 
contornos das colunas laterais e janelas, em dourado. No topo destas colunas, há dois sinos dourados. 
No primeiro plano, na entrada da igreja, há duas escadarias laterais cercadas de muros brancos. Estes 
muros têm as pontas curvas. Sobre eles, há seis estátuas de cada lado, que representam profetas bíblicos. 
Ao centro, no meio destes muros, há um portão azul entreaberto. À frente da entrada da igreja, há uma 
calçada de pedras amareladas. Ao fundo, a imagem mostra um céu azul com nuvens brancas.
Como já vimos anteriormente, os movimentos artísticos seguem, via de regra, 
uma tendência de alternância das características, geralmente fazendo um contra-
ponto com o movimento anterior. Isso acontece novamente com o surgimento 
31
do Neoclassicismo. Influenciado pelos ideais Iluministas, o movimento surge no 
final do século XVIII como uma nova tendência estética que expressa os valores 
da nova burguesia europeia e da Revolução Francesa. Uma curiosidade, segundo 
Farthing (2011, p. 260), é que o Neoclassicismo foi liderado, no início, não por 
artistas da época, mas por pensadores como Voltaire, que “lutaram contra a frou-
xidão moral do estilo Rococó e, por consequência, do regime que o gerara. No 
lugar, exigiram uma arte que fosse racional, moral e intelectualizada”. A retomada 
dos padrões de beleza do período clássico combinava com estes ideais:
 “ Segundo a tendência neoclássica, a obra de arte só seria perfei-tamente bela se resgatasse os princípios e as criações dos artistas clássicos gregos e renascentistas italianos. Para isso, seria necessá-
rio um cuidadoso aprendizado das técnicas e convenções da arte 
clássica. Assim, nesse período, prevaleceram o convencionalismo 
e o tecnicismo nas academias de belas-artes (SANTOS; SOUZA, 
2018, p. 103).
Uma novidade do período é que a arte neoclássica com alguma frequência re-
tratava acontecimentos políticos da época. Isso aconteceu justamente por ser 
fortemente influenciada por pensadores iluministas e por estar ligada aos ideais 
da Revolução Francesa, que foi um dos grandes marcos civilizacionais da história 
moderna. Um exemplo marcante desta característica é a obra A morte de Marat, 
de Jacques-Louis David, que retrata Jean-Paul Marat, que tinha participado da 
Revolução, morto em uma banheira.
Outra mudança em relação aos movimentos artísticos anteriores é que as repre-
sentações são carregadas de emoção e drama. Nos movimentos anteriores, o Barrocoe 
o Rococó, o mais comum era a retratação de cenas cotidianas, banais e descontraídas. 
A Morte de Sócrates (Figura 11), também de Jacques-Louis David, é repre-
sentativa sobre o aspecto dramático das obras daquele tempo. O quadro mostra 
o filósofo grego na prisão sendo visitado pelos seus discípulos, pouco antes de 
tomar o veneno que o mataria. Na mesma cena, vários alunos parecem inconfor-
mados com o que acontecia. Alguns deles aparecem chorando, enquanto outros 
gesticulam revoltados.
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UNIDADE 1
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Figura 11 – A morte de Sócrates, 1787
Descrição da Imagem: a pintura retrata Sócrates, ao centro da imagem, sentado em uma cama grande, 
com cabelos brancos curtos e barba, sem camisa, e com uma roupa branca cobrindo sua cintura e seu 
ombro esquerdo. Ele gesticula, com o braço esquerdo, apontando o dedo para cima. Com a outra mão, 
ele pega um cálice que é entregue a ele por um de seus alunos, que é retratado de costas. Este aluno está 
com uma roupa vermelha e com a mão esquerda tapa o rosto, lamentando que Sócrates esteja aceitando 
o cálice. No lado direito da imagem, a pintura mostra outros seis alunos dele, todos homens adultos, no 
mesmo ambiente, todos de cabelos curtos, e alguns com barba e outros sem. Um deles, de barba e cabelo 
escuros com tons de grisalho, está sentado ao lado do professor, vestido com uma roupa vermelha, com 
a mão na coxa de Sócrates. Ele e Sócrates estão se olhando. Outros alunos estão com as mãos no rosto 
ou na cabeça, lamentando a morte iminente do professor. Do lado esquerdo do quadro, ao pé da cama, 
um aluno de cabelos brancos curtos e roupa cinza clara está sentado de costas para Sócrates, de cabeça 
baixa. Ao fundo, um outro rapaz vestido de azul aparece apoiado na parede, como se estivesse chorando. 
O chão e a parede são de pedras cinza-escuras. 
Como reação ao racionalismo do Iluminismo, que tinha como símbolo o neo-
classicismo, surge o Romantismo, no final do século XVIII. Mais uma vez, é um 
movimento que tende a ir na contramão de algumas características do período an-
terior. De acordo com Farthing (2011, p. 267), o movimento emerge do sentimento 
que o Iluminismo tinha falhado ao buscar uma ordem racional que substituiria 
superstições e religiões. A sensação para os artistas românticos é que este mundo 
melhor não tinha sido entregue conforme prometido. Pelo contrário, o mundo via 
33
guerras motivadas pelas revoluções e a crise social causada pela industrialização. 
Esse contexto ajudou a fomentar o Romantismo, que se baseava em uma arte mais 
sentimental, individualista, de exaltação à natureza. No Brasil, esse movimento 
resultou em uma arte que exaltava o nacionalismo e o ultrarromantismo.
Alguns anos mais tarde, mais uma vez um novo movimento rompe com as 
tradições anteriores. Desta vez, a principal mudança foi impulsionada por uma 
revolução na técnica da arte. O Impressionismo surge na França no final do sé-
culo XIX, com uma forma totalmente diferente de pintar. Por causa das primeiras 
experiências fotográficas, os artistas deste período passam a retratar as imagens 
de outras formas, o que inaugurou a Arte Moderna. No caso do Impressionismo, 
os cenários eram pintados como eles eram percebidos, enfatizando as sensações 
criadas a partir daquelas experiências. 
Conceito moderno de estética: o conceito filosófico de estética que conhecemos hoje foi 
desenvolvido pelo alemão iluminista Alexander Baumgarten, no século XVIII. Ele definiu o 
conceito em 1750, quando publicou o livro A Estética. Para o pensador, estética é o campo 
da filosofia que reflete sobre as emoções produzidas nos seres humanos pelos objetos e 
imagens. A partir da obra dele que a estética passa a ter um caráter subjetivo, em que se 
constrói a partir da relação entre o objeto e o observador. Este pensamento veio a influen-
ciar a forma como entendemos a beleza das coisas a partir de então.
Fonte: Martino (2016, p. 14-29)
EXPLORANDO IDEIAS
Para entender melhor esse movimento, pense que você está na praia, olhando 
para o mar no começo da manhã, quando o Sol nasce. É provável que o céu esteja 
dourado e que a luz do Sol ofusque algumas nuances do mar. Se você olhar para 
o mesmo cenário algum tempo depois, já no meio da manhã, é provável que o 
céu esteja bem azulado, que você consiga ver melhor os detalhes das ondas e o 
movimento do mar. Na pintura impressionista, a arte retrata como as luzes e os 
movimentos impactam na nossa forma de perceber aquela imagem. O termo 
impressionismo surgiu após a primeira obra do pintor francês Claude Monet, 
que retratava justamente um cenário ao nascer do Sol. “A preocupação central 
passou a ser os próprios aspectos da arte, ou seja, o registro das alterações que a 
luz causa sobre os objetos” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 238). 
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UNIDADE 1
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Para captar as impressões que as luzes e os ambientes proporcionavam, os 
artistas deixaram os ateliês e passaram a fazer suas pinturas ao ar livre. Segundo 
Gombrich (2019, p. 518), foi “o próprio Monet quem teve a ideia de que as pin-
turas tinham que terminar in loco (do latim, que significa presencialmente no 
local)”. Como as coisas mudam o tempo todo, minuto a minuto, uma característi-
ca desse movimento foi a adoção de pinceladas rápidas, porém pesadas, nas telas. 
“O impressionismo é uma arte visual, na qual o que se vê na pintura é o tema das 
obras em movimento” (BARROSO; NOGUEIRA, 2018, p. 158).
Para os críticos da época, neste estilo parecia que as obras estavam inacabadas. 
O termo “impressionista” inclusive foi uma forma pejorativa que a crítica na época 
usou para criticar o movimento. Para os artistas, por outro lado, era esse visual que 
garantia a real representação dos movimentos e das luzes sob uma determinada cena. 
A obra Baile no Moulin de la Galette (Figura 12), de Pierre Auguste Renoir, mos-
tra bem este efeito. Muitos 
rostos não apresentam 
todos os detalhes, confe-
rindo movimento a um 
momento em que pessoas 
dançavam em uma festa. 
O contraste, incomum até 
então, de cortes no cenário 
realçam os locais onde ba-
tia a luz do Sol na cena. 
Figura 12 – Baile no Moulin de 
la Galette, 1876
Fonte: Gombrich (2019, p. 521)
Descrição da Imagem: o quadro mostra dezenas de pessoas em um baile ao ar livre, em plena luz do 
dia. Em primeiro plano, meia dúzia de pessoas estão sentadas ao redor de uma mesa. Duas mulheres, 
no centro da imagem, aparecem de frente. Uma delas, de cabelos claros, está sentada e veste um vestido 
listrado claro. Atrás dela, uma outra mulher está apoiada sobre o ombro direito da moça sentada. Esta 
mulher está com uma roupa preta e uma fita preta e branca prendendo os cabelos loiros. Há um homem 
de preto sentado à frente delas, virado de costas para a imagem. No canto direito, também sentados 
ao redor da mesma mesa, dois homens de chapéu olham para as duas mulheres. Todos eles estão com 
roupas escuras de gala. Alguns homens usam chapéus e cartolas. Ao fundo, dezenas de casais dançam. 
As pinceladas dão movimento à cena e reforçam a sensação de que há uma multidão indefinida naquele 
ambiente. No meio das pessoas, há árvores e postes com luminárias brancas.
35
Diferente de outros movimentos, como o Renascentismo, a criação impressionis-
ta não seguia uma teoria formulada ou algum conhecimento prévio acadêmico. 
Ela foi desenvolvida por meio da experiência prática dos seus autores. 
Os impactos causados pelo movimento impressionista levaram certo tempo para se-
rem compreendidos pelo público, de acordo com Souza e Batista (2019, p. 241), mas este 
reconhecimento chegou para os artistas ainda em vida, mesmo após o início conturbado.
O movimento representou uma virada na avaliação estética da arte. Antes, a 
classificação de beleza de uma obra tinha valores mais rígidos, relacionados à uma 
forma mais tradicional de pintar. Após o Impressionismo, outros artistas se utili-
zaram destes novos conceitos e técnicas para desenvolver suas expressões artísti-
cas, o que mudou a forma de fazer arte dali emdiante. Este legado ficou evidente 
no período seguinte, chamado de Pós-Impressionismo. Ele contém artistas que 
beberam da fonte da revolução estética impressionista, mas que reforçaram o uso 
de novas técnicas, como pinturas bidimensionais e o uso de cores ainda mais for-
tes. O nome mais famoso deste período foi o artista holandês Vincent Van Gogh. 
Com traços fortes que, à primeira vista, até pareciam grosseiros, Van Gogh tinha 
como característica uma pintura carregada de emoção, capaz de distorcer a rea-
lidade de uma cena, mas, 
ao mesmo tempo, trans-
mitir a sensação que ele 
tinha diante daquilo que 
retratava. É o que aconte-
ce em A Noite Estrelada 
(Figura 13).
Figura 13 – A Noite Estrelada, 
1889.
Fonte: Wikimedia Commons. 
Disponível em https://bit.
ly/3OiieZX. Acesso em: 12 jul. 
2022.
Descrição da Imagem: a tela apresenta uma paisagem noturna. A maior parte do quadro mostra um céu 
azulado. Há várias linhas e ondas com diferentes tons de azul. Há dez estrelas amareladas, que brilham 
em tamanho desproporcional. A lua crescente está no canto direito superior do céu, amarelada. Ao fundo, 
no horizonte, há uma cadeia de montanhas também azuladas. Na parte de baixo da imagem, há uma 
cidade vista de cima. Os telhados têm tons de verde e azul na sua maioria. À esquerda, em primeiro plano, 
há uma planta grande e esverdeada. Ela quase corta todo o quadro. As pinceladas são grossas e curvas, 
dando a impressão de movimento à imagem.
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UNIDADE 1
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Neste quadro, note que o tamanho das estrelas não é proporcional ao que vemos 
quando olhamos para o céu. As ondas no firmamento também não são fiéis à 
realidade. O quadro foi pintado a partir da vista que o artista tinha da janela 
do hospital psiquiátrico onde estava internado, em Saint-Rémy-de-Provence. 
A forma dos traços e o movimento das pinceladas passam perfeitamente uma 
sensação de perturbação que Van Gogh vivia naquela época. “É evidente que Van 
Gogh não estava principalmente interessado na representação correta. Usou cores 
e formas para transmitir o que sentia em relação às coisas que pintava e o que 
desejava que os outros sentissem” (GOMBRICH, 2019, p. 548).
Esse período marcou a transição para uma arte com mais elementos abstratos, 
que viria a seguir em diversos movimentos pelo mundo. Estas mudanças acontecem 
a partir de uma consciência maior das técnicas artísticas, e de que o conceito de “se 
pintar o que se vê” pode ser contraditório. A Noite Estrelada de Van Gogh mostra 
como o artista via aquela cena, ainda que ela claramente não seja uma representação 
literal do que acontecia naquela cidade naquele momento. Este tipo de expressão 
não chega a ser uma novidade, já que, ao longo da história da arte, isso sempre 
aconteceu – como os egípcios, que faziam corpos distorcidos, com o tronco da 
pessoa virado para um lado e o rosto virado para o outro, em uma representação 
impossível de ser natural – mas é na virada do século XIX para o século XX que os 
artistas passam a trabalhar esses aspectos de maneira central nas obras, dando luz, 
principalmente, à impressão sensorial que uma obra pode causar.
Isso teve como consequência que artistas das primeiras décadas dos anos 
1900 “tiveram que se tornar inventores. Para garantir a atenção eles tiveram que 
empenhar-se mais pela originalidade do que pela maestria que eram admiradas 
nos artistas do passado” (GOMBRICH, 2019, p. 562).
Com esta intenção surge o movimento Expressionista. Gombrich (2019, 
p. 564) compara o movimento ao método de produção de um caricaturista, que 
distorce uma determinada situação “para expressar justamente o que pensa a 
respeito dela”. Estes artistas, que se reuniram principalmente em grupos na Ale-
manha, que estava arrasada após a destruição causada pela I Guerra Mundial, 
tinham como premissa uma arte que expressasse a subjetividade humana, prin-
cipalmente por meio desta distorção, simplificação dos detalhes e do uso de cores 
37
intensas, não naturais e até incômodas. “As cores não deveriam convergir com o 
natural, e as formas eram alongadas e exageradas para criar cenas grotescas que 
refletissem o pessimismo e a maldade humana” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 255).
Apesar de não ser alemão, o pintor norueguês Edvard Munch é um dos mais 
famosos desse movimen-
to artístico. Sua obra mais 
conhecida é O Grito (Fi-
gura 14), uma série de 
cinco obras, duas em ver-
são pastel, duas em óleo, e 
uma litogravura, em que 
uma pessoa aparece sobre 
uma ponte gritando. As 
cores quentes do céu, as 
linhas do fundo e o rosto 
do personagem passam 
uma sensação de angústia 
e desespero.
Figura 14 – O Grito, de Edvard 
Munch, 1893
Fonte: Nasjonalmuseet for 
kunst, arkitektur og design, 
The Fine Art Collections. Dispo-
nível em: https://bit.ly/3uJjwGh. 
Acesso em: 12 jul. 2022.
Descrição da Imagem: o quadro mostra, ao centro, uma pessoa com um olhar aterrorizante. Esta pessoa 
tem um rosto oval, sem cabelo. Está com os olhos redondos e arregalados. A boca dela está aberta. O tom 
de pele é esverdeado. As mãos estão encostadas nas laterais do rosto, em uma pose que transmite uma 
sensação de tormenta. A roupa é preta. Ela está sobre uma ponte, que atravessa o quadro na diagonal, 
da esquerda para a parte de baixo do quatro. Ao fundo, na ponte, duas pessoas com roupas escuras 
caminham. Um rio passa por baixo da ponte. No fundo, o céu tem tons de vermelho, amarelo e laranja, 
que completam o clima sombrio da obra. Todo o quadro é composto por elementos ondulados e por 
pinceladas grossas e contínuas.
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https://bit.ly/3uJjwGh
UNIDADE 1
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Até hoje, segundo Gombrich (2019), esse tipo de arte deixa parte do público 
perplexo. Segundo o autor, “as pessoas parecem aceitar melhor que uma realidade 
seja distorcida em um quadro para deixá-la mais bela, segundo os padrões, do 
que para deixá-la mais feia e incômoda” (GOMBRICH, 2019, p. 564). 
O Expressionismo teve uma vertente no cinema alemão também. Neste caso, 
o desconforto e a angústia eram retratados em maquiagens que distorciam os 
rostos dos atores, que atuavam em cenários pequenos e incômodos.
Foi nessa época, também, que surgiram as obras de arte que hoje nós nos acos-
tumamos a chamar de “abstratas”. São obras que, com a intenção de retratar sen-
timentos e sensações acima de qualquer outra coisa, renunciam a representações 
e formatos tradicionais. 
Um dos primeiros ar-
tistas a ganhar projeção 
com este tipo de arte foi 
o pintor Wassily Kan-
dinsky, que vivia em 
Munique. Seus quadros 
(Figura 15) destacavam 
“os efeitos psicológicos 
da cor pura” (GOMBRI-
CH, 2019, p. 570). 
Figura 15 – Cossacos, de Wassily Kandisky, 1910
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: https://bit.ly/2oEOE6N. Acesso em: 12 jul. 2022.
Descrição da Imagem: o quadro mostra uma imagem abstrata que, segundo o autor, representa sol-
dados Cossacos, da Rússia. Três pequenos quadrados vermelhos à direita representam os chapéus dos 
guardas. Duas listras pretas inclinadas cruzam o quadro também à direita, que representam as armas 
destes guardas. O fundo do quadro é amarelado. Ainda à direita há linhas onduladas azuis escuras. Nas 
partes de cima e central da imagem, linhas e riscos pretos dão forma ao que parece uma construção. No 
centro há uma espécie de arco-íris vermelho, amarelo e verde. No topo da imagem, há manchas amarelas, 
alaranjadas e verdes.
São vários os movimentos que surgiram de conceitos estéticos mais abstratos. O 
que os marcam, basicamente, é a discussão do papel da arte, além da experimen-
tação e a inovação no modo de fazê-la.
https://bit.ly/2oEOE6N
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Descrição da Imagem: a pintura mostra, com linhas geométricas e com formas fora de proporção, cinco 
mulheres nuas. Os detalhes dos corpos não têm uma definição muito precisa. Duas mulheres ao centro 
do quadro estão com os braços dobrados atrás da cabeça. Elas estão de pé e olham para frente. Elas têm 
narizes grandes e cabelos pretos. Ao lado direito, duas mulheres parecem usar máscaras tribais, também 
em formatosgeométricos. Uma delas está sentada no chão, com as pernas abertas, olhando fixamente 
para frente, com os olhos desalinhados. A outra está de pé, olhando para a esquerda da imagem, de ca-
belos ondulados pretos e longos. À esquerda da imagem, outra mulher está de pé, de lado, olhando para 
o lado direito da imagem. O rosto dela tem um tom mais escuro que o restante do corpo. Ela está com 
o braço direito repousado ao lado do corpo e o braço esquerdo levantado, como se estivesse apoiada a 
uma parede. O fundo do quadro é marrom no lado esquerdo e azul e branco no restante da imagem. No 
chão, há uma espécie de cesta de frutas em formatos geométricos.
Uma destas correntes foi o Cubismo, que rompeu drasticamente com a arte clás-
sica ao desconstruir as figuras nas suas representações. Os artistas desse movimento 
não usavam regras de perspectiva e nem mesmo se importavam com a realidade. “Os 
pintores cubistas representavam as figuras de vários lados e ângulos em um único 
plano frontal” (SANTOS; SOUZA, 2018, p. 149). O maior nome deste movimento foi 
o espanhol Pablo Picasso, que usou a arte para retratar os horrores da Guerra Civil 
Espanhola, na década de 1930. As obras do artista retratavam a natureza e as pessoas 
por meio de esferas, cones e cilindros, como é possível ver na obra Les Demoiseilles 
d’Avignon (Figura 16). Segundo Farthing (2011, p. 388), “demoraram mais de 30 anos 
para que as primeiras obras cubistas passassem a ser apreciadas”. 
Figura 16 – Les Demoiselles d’Avignon, de Pablo Picasso, 1907
Fonte: Farthing (2011, p. 392)
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Outro movimento da época foi o Surrealismo, que rejeitava qualquer represen-
tação da ‘razão’ na arte. A ideia era tentar replicar a sensação que as pessoas têm 
nos sonhos. Por isso, muitas pinturas dessa época mostram objetos se fundindo 
com pessoas, animais com personalidades humanas, objetos em formatos dife-
rentes dos que estamos acostumados, dentre outras coisas. 
Esses e outros movimentos modernos vieram, acima de tudo, rejeitar os pa-
drões artísticos de vários séculos anteriores, fazendo uma provocação, inclusive, 
sobre o que de fato era a arte. O Dadaísmo, outro movimento do início do século 
XX, que, por meio da espontaneidade, da irreverência e do protesto estabelece 
que, mais do que beleza, a arte precisa provocar algo naquele que a consome. O 
principal símbolo desta crítica é a obra A Fonte (Figura 17), do francês Marcel 
Duchamp. Trata-se de um mictório 
que é retirado do seu lugar e de sua 
origem funcional e que passa a ser 
considerado arte porque o artista o 
batiza como tal.
Figura 17 – A Fonte, de Marcel Duchamp, 1917
Fonte: Barroso e Nogueira (2018, p. 150)
Descrição da Imagem: a foto, em preto e 
branco, mostra um mictório de base oval 
e formato triangular. Ao invés de estar 
fixado a uma parede, ele está deitado so-
bre sua base. Ele tem seis furos ao fundo, 
também no formato de um triângulo. No 
lado esquerdo, ele tem uma inscrição “R. 
Mutt 1917”.
Note que esse tipo de expressão artística subverte totalmente o que séculos atrás era 
considerado belo. Lembra como, na Antiguidade, os egípcios e os gregos consideravam 
belo aquilo que tinha alguma utilidade, seja por motivos religiosos ou pela funcionali-
dade daquelas obras de arte? Pois no início do século XX, alguns objetos passam a ser 
considerados arte quando perdem a sua funcionalidade e, por isso, se tornam belos. 
No Brasil, esses movimentos foram inaugurados na Semana de Arte Mo-
derna, de 1922. Como nos outros países, foi uma arte rejeitada pelo grande 
público logo de início, que estranhou os novos padrões estéticos que estavam 
41
sendo propostos. Além de toda a ruptura com os movimentos anteriores, no 
Brasil a Arte Moderna “resultou no importante movimento antropofágico, que 
ganhou força no Brasil buscando uma arte mais conectada às características e 
raízes culturais nacionais” (SANTOS; SOUSA, 2018, p. 148). Uma obra muito 
famosa e representativa desse período é O Abaporu, de Tarsila do Amaral, um 
quadro que até hoje é símbolo da arte brasileira.
Você percebeu como, por muitos anos, especialmente 
antes do século XX, as mulheres estiveram muito repre-
sentadas nas artes como personagens de quadros e escul-
turas, mas poucas artistas foram reconhecidas? Acesse o 
QRCode ao lado para dar o Play e ouvir um Podcast sobre a 
presença da mulher na arte ao longo do tempo.
Após a II Guerra Mundial e a explosão da indústria de consumo, um novo con-
ceito que também mudaria a forma como entendemos a arte surgiu na Inglaterra, 
nos anos 1950. Com referências à comunicação de massa, a Pop Art transformou 
as expressões artísticas em um mercado acessível a todos. “Até então, a arte con-
sistia apenas nos produtos resultantes do esforço criativo do artista, na forma de 
pintura ou escultura. Contudo, a partir desse período, esse conceito se amplia e 
passa a abarcar uma diversidade de atividades e formas de expressão” (SANTOS; 
SOUZA, 2018, p. 197). Os artistas passaram a usar colagens e a explorar a alta 
capacidade de reprodutibilidade de suas criações para falar sobre arte e consumo. 
A arte passou a ressignificar objetos e símbolos, “transformando o que era vulgar 
em refinado e, assim, aproximando a arte das massas populares” (BARROSO; 
NOGUEIRA, 2018, p. 182). Dessa forma, a ideia era que a arte não era mais res-
trita a uma elite cultural, mas, sim, um produto de massa.
O maior nome deste movimento foi o americano Andy Warhol. Ele usava a seri-
grafia (técnica de impressão em que a tinta é aplicada através de uma tela) para mostrar 
que a produção desta arte tinha como característica a impessoalidade e a produção 
em série. “Entretanto, mesmo produzindo as suas obras em larga escala, Warhol fazia 
questão de definir onde colocar cada cor e de deixar erros no processo de impressão, 
para conferir à imagem certa singularidade” (SOUZA; BATISTA, 2019, p. 285).
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Estas características ficam claras na obra Vinte Marilyns (Figura 18), de 1962. 
Warhol pintou duas dezenas de fotos em preto e branco da atriz Marilyn Monroe. 
Ainda que a repetição cause um “efeito de linha de produção”, como diz Farthing 
(2011, p. 489), as pequenas diferenças entre cada uma das imagens trazem uma 
reflexão sobre a singularidade de cada uma delas. 
Figura 18 – Vinte Marilyns, de Andy Warhol, 1962
Fonte: Farthing (2011, p. 488)
Descrição da Imagem: a imagem mostra vinte fotogra-
fias colorizadas de Marilyn Monroe. Ela tem o rosto de 
pele cor-de-rosa, lábios escuros e grossos, com a boca 
entreaberta mostrando os dentes. Ela tem olhos peque-
nos e sobrancelhas finas, mas bem-marcadas. Ela veste 
uma roupa de gola verde esmeralda. O cabelo dela é 
curto, ondulado, e está pintado de amarelo. O fundo da 
imagem é alaranjado. A obra mostra cinco linhas com 
quatro fotos cada. As fotos têm pequenas diferenças 
entre elas, algumas com linhas mais definidas, outras 
com sombras mais marcadas.
Todos esses movimentos estabeleceram um novo conceito sobre o que pode ser 
considerado arte desde então. A beleza óbvia, de acordo com os antigos padrões, 
se torna menos importante do que a inovação ao fazê-la, do que os sentimentos 
que ela desperta, o impacto que ela causa ou a mensagem que ela passa. 
Na segunda metade do século XX, temos o que podemos chamar de Arte Con-
temporânea. Neste caso, “é difícil estabelecer uma linearidade entre os movimentos”, 
segundo Souza e Batista (2019, p. 295). Uma característica que tende a ser comum é 
a busca de conexão com o público. Isso pode acontecer a partir de uma provocação 
ou pelo sentimento de estranhamento, pode ser por se utilizar de referências que as 
pessoas consigam reconhecer e refletir a respeito ou de inúmeras outras formas.
A ideia de Arte Conceitual, por exemplo, surgiu nos anos 1960, em resposta à Pop 
Arte e ao conceito de que a arte poderia ser uma mercadoria. Para desafiar a produção 
em massa e o consumismo, artistas passarama preparar performances ou instalações 
para questionar o que era arte. “Essas criações zombavam da ideia de que a arte era 
comerciável e colecionável e a abraçavam a arte pela arte” (FARTHING, 2011, p. 504).
43
A transformação dos materiais usados em uma obra de arte é outro aspecto que 
ganha ainda mais importância. Fica ainda mais claro que a produção da arte já 
é, de alguma forma, a arte em si.
Consolida-se a ideia de que arte não é algo que é feito para apenas se admirar, 
mas para experimentar e se expressar. Tomam as ruas, os metrôs, túneis e via-
dutos, inclusive, com a arte urbana. Os conceitos sobre o que é arte mudaram a 
ponto de uma representação artística como grafitti, que, por muito tempo e por 
muitas pessoas, foi considerado uma forma de vandalismo e de “sujeira urbana”, 
ter se tornado uma das expressões artísticas mais atuais e vibrantes.
Em resumo, a arte extrapola o papel da utilidade ou da contemplação e se fixa 
como uma experiência, tanto para o artista como para o público.
Fazendo essa retomada histórica pelos principais movimentos artísticos que 
tivemos, você notou como os padrões estéticos mudaram ao longo do tempo? E 
percebe como o conceito do que é beleza também se alterou? E, com isso, como 
a percepção do que tem valor artístico mudou uma série de vezes? 
Um exemplo muito interessante é a forma como a representação ideal de 
beleza, com padrões estéticos clássicos, alternou momentos em que esteve em 
alta e em baixa ao longo dos séculos. Durante o período da Grécia Antiga, no 
Renascimento e no Neoclassicismo, por exemplo, esses padrões eram enaltecidos, 
mesmo separados por dois milênios. Em compensação, esses modelos estéticos 
Arte performática: surgiu em eventos teatrais como uma tentativa de destruir as barrei-
ras entre a arte e o público. São obras em que os artistas usam seus próprios corpos como 
meio de se expressar ou até de realizar um protesto.
Instalações artísticas: são obras que modificam ou criam um ambiente imersivo para 
que as pessoas tenham uma experiência sensorial. Inicialmente, estes ambientes eram 
criados dentro de museus e galerias, mas com o passar dos anos, as instalações tomaram 
ruas, terrenos abandonados e prédios públicos.
Land art: tendência que surgiu nos anos 1960, quando artistas buscavam novos materiais 
para fazerem suas obras. Neste tipo de arte, o artista usa a natureza na composição da 
sua intervenção, como grandes esculturas em meio a uma paisagem ou algum objeto que, 
colocado na natureza, acaba sendo modificado pela ação do tempo.
Fonte: Farthing (2011, p. 504-505; 512-513; 532-533)
EXPLORANDO IDEIAS
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UNIDADE 1
44
foram rejeitados durante a Idade Média, no período Barroco e na arte moderna. 
Hoje, são quase irrelevantes para se definir o que é arte e o que não é.
O papel da natureza e dos homens e das mulheres nas representações ar-
tísticas também mudou. Antes, na Pré-História, a arte era uma forma dos seres 
humanos lidarem com a natureza. Depois, a natureza era central nas representa-
ções, por ser a materialização da presença divina na Terra, com a representação 
humana sendo colocada em segundo plano. Mais tarde, a figura humana assume 
a centralidade das obras. E, por fim, a natureza e representações humanas se 
fundem no que é surreal e no que é abstrato.
Os contextos políticos e sociais também interferem nos padrões estéticos e 
artísticos de cada tempo. Por muitos séculos, a arte era uma forma de servir aos 
reis, monarcas e poderosos. Em outros momentos, era usada como uma forma de 
dominação religiosa. Depois, como uma maneira de vangloriar as elites econômi-
cas. Hoje, ela serve, inclusive, para contestar o poder e a dominação econômica. 
Além dessas mudanças que acontecem com o tempo e o contexto de cada 
obra ou movimento artístico, atualmente, temos, de maneira clara, que a arte 
reverbera de diferentes formas nas pessoas. É a aplicação do conceito de que 
estética é a forma como a nossa sensibilidade reage a uma determinada coisa. “A 
ideia de Beleza não é relativa apenas a diversas épocas históricas. Mesmo numa 
mesma época, e até no mesmo país, podem coexistir diversos ideais estéticos”, 
(ECO, p. 361, 2004).
Como disse o historiador da arte, Ernst Gombrich (2019, p. 23-34), “existem 
pessoas que preferem expressões de mais fácil entendimento. Outras gostam de 
representações mais fiéis à realidade”. Há aqueles ainda que gostam quando uma 
obra deixa algo apenas implícito, mas com margem para reflexões e conjecturas. 
 “ Existem duas coisas, portanto, que nos devemos perguntar sem-pre que encontramos falhas na exatidão de um quadro. Uma é se o artista não teria suas razões para mudar a aparência daquilo que 
viu [.] A outra é que nunca devemos condenar uma obra por estar 
incorretamente desenhada, a menos que tenhamos a mais profunda 
convicção de que nós estávamos certos e o pintor, errado. Temos o 
curioso hábito de pensar que a natureza deve parecer-se sempre 
com as imagens a que nos acostumamos (GOMBRICH, 2019, p. 27). 
45
O que fica claro, após se revisitar tantas formas e entendimentos de expressões 
artísticas, é que não existe uma forma errada de arte. O que existem são pre-
ferências artísticas e formas diferentes de se entender o que é arte.
Você pode ver como diferentes fatores influenciam em como nós enxergamos 
a arte: a beleza de um objeto, a forma como ele foi feito, a sensação que ele provoca 
nas pessoas e a mensagem que ele passa. Tudo isso confere algum valor àquela 
expressão e influencia o valor artístico que ela tem. Isso, inclusive, determina se 
a estética daquele objetivo ou expressão nos agrada ou não.
Ao observar uma obra de arte da época do Renascimento, por exemplo, pode-
mos entender que a beleza daquele quadro está na forma como ele resgata elementos 
clássicos e aplica novos conceitos de perspectiva e geometria. Olhando as pirâmides 
egípcias, vemos que o valor artístico está na imponência das construções aliada ao 
misticismo que motivou que elas fossem erguidas. Nas artes contemporâneas, perce-
bemos, portanto, que a beleza delas está na forma como se aproximam das pessoas e 
expressam mensagens sobre o nosso mundo. É o caso de um viaduto pintado por um 
muralista, que dá cor ao cenário urbano que vemos todos os dias, ou de uma colagem 
postada nas redes sociais, que dá novos significados a símbolos e imagens.
Você lembra que, no começo desta unidade, você escolheu uma obra de arte 
para fazer uma análise? Se você escolheu, por exemplo, um quadro como a Guer-
nica, de Pablo Picasso, é possível dizer que a soma de vários elementos geomé-
tricos, que inicialmente parecem confusos, conseguem expressar um sentimento 
caótico. Ao pesquisar o contexto daquela obra de arte, é possível entender que a 
Espanha passava por uma guerra civil e o sentimento de horror que o país vivia 
está representado naquele mural. Pesquisando a vida do autor, é possível entender 
que Picasso foi um dos principais representantes do Cubismo, o que explica a 
forma como as pessoas, animais e objetos são retratados no quadro. 
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Agora é hora de mostrar que você compreendeu como se deu a evolução do conceito 
de arte e como o valor estético mudou ao longo dos séculos:
1. “Quando o jovem Mozart chegou a Paris, deu-se conta – conforme escreveu ao 
pai – de que todas as sinfonias em grande voga, ali, terminavam com um rápido 
finale; assim, decidiu surpreender sua plateia com uma lenta introdução no último 
movimento. Este é um exemplo trivial, mas revela o sentido em que uma apreciação 
histórica de arte deve caminhar”
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2019. p. 9-10.
Com base na evolução dos movimentos artísticos ao longo da história, analise as 
afirmações a seguir:
I - A história da arte acontece de modo linear, de modo que cada movimento ar-
tístico é uma evolução em relação ao período anterior.
II - As gerações de artistas frequentemente rejeitam os padrões artísticos anteriores.
III - Independentementedo período histórico, beleza é um conceito objetivo que 
persistiu, sendo o mesmo com o passar dos anos.
IV - Alguns movimentos artísticos, como o Renascimento e o Neoclassicismo, re-
tomaram conceitos de séculos anteriores no desenvolvimento de suas peças 
artísticas.
V - Movimentos artísticos como Impressionismo, Expressionismo e Cubismo foram 
recebidos com estranhamento pela crítica das suas épocas, e demoraram alguns 
anos para serem reconhecidos como arte.
É correto o que se afirma em:
a) I, III e V;
b) II e III;
c) I, IV e V;
d) II, IV e V;
e) I, III e IV.
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2. “Marina Abramovic nasceu em 1946, na Iugoslávia, e é uma artista que iniciou sua carreira 
nos anos de 1970. Ela se considera a ‘avó da arte da performance’. Pioneira na arte per-
formativa de longa duração, Marina usa o próprio corpo como sujeito e objeto, tema e 
meio de expressão para explorar artisticamente os limites físicos e os potenciais mentais 
do ser humano. A performer é conhecida por se colocar em condições performáticas 
extremas, penosas e exaustivas, nas quais se expõe ao perigo, à dor e à agonia”.
BARROSO, P. F.; NOGUEIRA, H. de S. História da arte. Porto Alegre: SAGAH, 2018. 
p. 200.
A respeito da Arte Contemporânea, analise as afirmações a seguir:
I - A beleza de uma expressão artística passou a ser menos importante do que o 
sentimento que ela desperta.
II - Assim como a arte performática, a criação de instalações e a arte urbana também 
são formas contemporâneas de arte.
III - A arte deixou de ser uma experiência meramente contemplativa para se tornar 
uma experiência sensorial.
IV - Instalações artísticas só são consideradas obras de arte quando são realizadas 
dentro de museus e galerias, porque em outros espaços não há garantia de que 
as obras ficarão intactas.
As alternativas corretas são:
a) I, II e II;
b) I, II e IV;
c) II e IV;
d) I, III e IV;
e) I, II, III e IV.
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3. “Alguns artistas pop criavam obras passíveis de serem interpretadas como críticas 
à moderna sociedade de consumo. A Primeira Escova de Dente (1962) do pintor 
britânico Boshier, parte de uma série de trabalhos inspirados por um comercial de 
TV para uma pasta de dentes listrada, parecia criticar a propaganda e a sociedade 
de consumo. Ao trocar latas de sopa e ídolos da cultura pop, como Elvis Presley e 
Marylin Monroe, pela cadeira elétrica e uma batida de carros, Andy Warhol estava, 
evidentemente, chamando a atenção para o lado obscuro da moderna experiência 
americana. Tais gestos eram, no entanto, exceção no mundo da Pop Art. Para a maio-
ria dos artistas não se tratava de uma revolta contra a sociedade de consumo, mas 
contra a distinção artificial dos críticos entre a cultura ‘de elite’ e cultura ‘de massas’ 
e a sofisticação do ‘bom gosto’ tradicional”.
FARTHING, S. Tudo sobre arte: os movimentos e as obras mais importantes 
de todos os tempos. Rio de Janeiro: Sextante, 2011, p. 485-486.
Sobre o fenômeno da Pop Art, analise as afirmações a seguir:
I - Os artistas não estavam preocupados sobre as mensagens sobre a indústria 
do consumo que as obras de arte passavam. Eles só se interessavam pelo valor 
estético das figuras.
II - A Pop Art abordava, dentre outras coisas, os conceitos de reprodutibilidade e 
de singularidade das obras de arte.
III - As figuras com marcas famosas usadas nestas épocas eram consideradas pu-
blicidade e não arte.
IV - Os artistas deste período distorciam imagens de conhecimento público para que 
não fossem reconhecidas pela maioria das pessoas, mantendo a arte gráfica 
como uma expressão artística de elite.
São corretas as seguintes alternativas:
a) I, II e IV;
b) II, III e IV;
c) II, apenas;
d) II e IV;
e) I e III.
2Arte e Comunicação
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
A arte está intimamente relacionada à comunicação. As produções 
artísticas foram fundamentais para a transmissão de conhecimento 
entre as civilizações. Elas também sempre foram usadas para que 
artistas comunicassem sentimentos e sensações. Com a evolução 
tecnológica das formas de comunicação, as mensagens contidas nas 
artes ganharam capilaridade e importância. A forma como a arte era 
produzida e percebida também mudou. Nesta unidade, vamos estudar 
como se dá a relação entre comunicação e arte, como dois campos 
se misturam conforme as tecnologias evoluem, e quais os impactos 
desta mudança.
UNIDADE 2
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Caro(a) estudante! As obras de arte sempre carregaram com elas mensagens de 
seus tempos. Contudo, ao longo da história, as formas de produção e dissemi-
nação da arte mudaram muito. Com isso, a forma e o alcance destas mensagens 
também mudaram. As técnicas usadas para fazer uma obra de arte e os contextos 
sociais de cada período histórico são determinantes para definir o resultado final 
de uma obra de arte e quem tem acesso a ela. A tecnologia, as mídias e as formas 
de comunicação também têm um impacto muito grande nisso.
Você já refletiu sobre o impacto da comunicação na arte? Já parou para pensar 
que a arte feita séculos atrás tinha um impacto na sociedade da época e que as produ-
ções artísticas e culturais de hoje têm outro impacto muito diferente? O número de 
pessoas que têm acesso a estas obras é apenas um dos vários aspectos influenciados pe-
los meios de comunicação e pela evolução tecnológica. Já parou para pensar que até as 
mensagens contidas em uma obra de arte podem mudar por causa destas mudanças?
A invenção da imprensa, com a possibilidade de vários livros serem reprodu-
zidos mecanicamente em série, mudou a literatura. A fotografia, além de alterar 
completamente a forma de produção e a estética das pinturas, tornou as obras 
mais acessíveis a toda a população. A tecnologia de gravação e reprodução de 
sons também impactou e popularizou a música. O cinema, o rádio, a televisão, a 
internet e os celulares, cada um em seu tempo, também mudaram drasticamente 
a forma como a sociedade se relaciona com a cultura e as artes. 
Em um tempo de constante evolução nas formas como nos comunicamos e 
na velocidade em que as mensagens circulam pelo planeta, é fundamental enten-
der como as mudanças na comunicação afetaram a produção e a difusão da arte, 
já que ela é um meio de propagação cultural muito importante.
Para que possamos pensar melhor como a tecnologia e a comunicação impactam 
nas artes, vamos fazer um exercício de reflexão sobre esta relação e pensar um pouco 
melhor sobre como as produções artísticas são feitas hoje e como elas se disseminam. 
Procure em algum portal especializado ou em algum aplicativo tocador de 
música a lista das dez músicas mais tocadas no mundo. Pode ser um ranking das 
mais tocadas na semana, do mês, deste ano ou do ano passado. Anote esta lista e 
veja quais destas músicas você conhece, se alguma delas é de um estilo que você 
gosta, e se tem alguma que você não conhece. Procure informações sobre estas 
músicas, como: qual a nacionalidade dos músicos ou bandas que interpretam 
estas músicas, qual a língua destas canções, e quando elas foram produzidas. 
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Estas músicas são atuais? Qual é a música mais antiga desta lista? Existem 
músicas que você gosta nesta lista? Quais os perfis dos artistas que estão com as 
músicas mais tocadas? Existem cantores com outras músicas de sucesso? Exis-
tem artistas que entraram nesta carreira há pouco tempo? De que modo você 
acredita que a tecnologia e os modos de se fazer música atualmente influenciam 
neste cenário? Em outros tempos, você acredita que esta lista teria características 
diferentes? Quais seriam? Reflita sobre o tempo que demorou para que estas 
músicas fossem lançadas e, depois, em quanto tempo elas se tornaram algumas 
das mais tocadas no planeta. Pense nos motivos que levam você a gostar ou a não 
gostar dessas músicas. Analise se há diferentes línguas, nacionalidades e estilos 
e reflita o que permite que esta lista tenha estas músicas. Anote seus achados e 
suas reflexões no Diário de Bordo.
DIÁRIO DE BORDO
A produção artística muitas vezes se prestou a algum objetivo. Apintura de um 
bisão na parede de uma caverna, por exemplo, não era uma obra de arte pela 
simples vontade de uma pessoa fazer aquele desenho. Ela tinha uma utilidade – 
naquele caso, acredita-se que as pessoas da época imaginavam que as pinturas 
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tinham um poder místico de atrair os animais e dar coragem necessária a homens 
e mulheres para enfrentá-los para conseguir alimento.
As obras de arte também sempre serviram, de alguma forma, entre suas várias 
funções, para comunicar algo. Como resumem Souza e Batista (2019, p. 7), “a arte 
envolve múltiplos aspectos, como técnica, estética, percepção, contexto histórico, 
subjetividade do artista, experiência sensorial, comunicação e expressão”. Isso po-
dia acontecer de forma consciente, quando um artista tinha a intenção de passar 
uma mensagem que ele queria eternizar naquela obra de arte, ou inconsciente-
mente, quando o artista apenas se expressava de maneira despretensiosa, mas, 
de uma forma ou de outra, aquela manifestação artística carregava informações 
sobre uma época, um contexto ou uma situação. 
Figuras pré-históricas carregaram mensagens que nos ajudam hoje a entender 
como funcionavam aqueles povos, mesmo antes da escrita. No Egito antigo, as 
pinturas e esculturas eram acompanhadas de hieróglifos, que eram caracteres 
baseados em imagens (FIGURA 1). A Ilíada, um conjunto gigantesco de poemas 
épicos, também é a base de boa parte da história da Grécia antiga. No Renasci-
mento, as obras reforçaram a filosofia humanista dos séculos XV e XVI, em que 
a ciência passou a confrontar alguns dogmas da Igreja, colocando os seres hu-
manos como tema central de várias obras. O Expressionismo, no início do século 
XX, já transmitia uma mensagem caótica, trágica e pessimista, influenciada pelo 
terror da Primeira Guerra Mundial. E assim por diante, todas as obras artísticas 
carregam um valor comunicacional que nos ajuda a compreender melhor um 
determinado tempo, contexto ou movimento cultural. 
A comunicação escrita e a comunicação por meio de imagens é algo 
que, por muitos anos, esteve em um mesmo patamar. Segundo Lévy (1998, p. 18), 
“a distinção entre escrita e desenho (ou artes plásticas em geral) é algo bastante 
recente”. Isso aconteceu porque por muitos séculos a leitura era uma habilidade 
restrita a alguns estratos sociais, o que reforça o valor das artes visuais e da co-
municação contida nestas imagens.
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Figura 1 – Parede com hieróglifos egípcios.
Descrição da Imagem: a fotografia mostra uma parede de pedra, cor de areia, com imagens e símbolos 
talhados. Esta parede está dividida em quatro blocos, um sobre o outro. Há cinco imagens humanas. 
Elas estão em pé, com os corpos virados de frente para quem observa a parede, e os rostos de perfil. 
As duas primeiras pessoas estão viradas para a direita. A pessoa ao meio da imagem está virada para a 
esquerda. A terceira pessoa está virada para a direita e a última, para a esquerda. Eles estão descalços e 
sem camisas, com vestes apenas na cintura e ornamentos na cabeça. Entre as imagens destas pessoas, 
há colunas talhadas com hieróglifos.
A aproximação entre artes e comunicação acontece porque as produções artísti-
cas – visuais ou escritas – são compostas por signos. E, segundo Santaella e Nöth 
(2004, p. 77), ainda que o estudo dos signos esteja ligado à Semiótica, “não pode 
haver comunicação sem ação de signos e vice-versa”. Isso acontece em diferentes 
camadas do processo comunicacional.
Um quadro que mostra uma paisagem, por exemplo, pode ter dezenas de 
mensagens associadas: um dia de sol pode passar uma mensagem positiva, um dia 
chuvoso com o céu fechado pode passar uma mensagem melancólica, a imagem 
de uma natureza preservada pode denunciar a degradação ambiental de um lugar 
etc. Os diferentes elementos de uma obra de arte podem despertar significados 
diferentes para aquela expressão artística.
A arte é, também, um meio de transmissão de conhecimento. De acordo com 
Puppi (2012, p. 58), especialmente no início do processo civilizacional, ao lado 
da tradição oral, a arte foi o que permitiu que histórias, técnicas e outras formas 
de conhecimento passassem entre gerações. 
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É interessante notar a eficiência da arte neste processo, reforçando seu valor 
comunicacional. Uma pintura ou uma gravura era capaz de transmitir a pessoas 
dos anos seguintes informações sobre o mundo e a natureza, independentemente 
do conhecimento linguístico de uma comunidade – uma vez que a interpretação 
de imagens, desenhos, pinturas e esculturas não dependem de conhecimento 
prévio de uma língua. 
Segundo Santos e Souza (2018, p. 19), por este motivo, “a arte é muitas vezes 
mais eficiente e profunda que o discurso verbal, por facilitar a aproximação de 
pessoas de diferentes culturas”. “Isso contribuiu para o desenvolvimento da pró-
pria humanidade desde os seus mais hesitantes e vagarosos primeiros momentos 
de afirmação” (PUPPI, 2012, p. 58). 
Isso reafirma que a arte não é apenas a atividade que produz o útil ou o belo. 
 “ É mais que isso. A arte pode contribuir para a compreensão do mun-do real e expressão da verdade. O artista, através de sua obra de arte autêntica, pode protestar contra as barbáries do mundo, transfor-
mando a submissão em ato de luta, buscando resgatar a dignidade 
humana, o ser humano pleno, rumo a uma sociedade melhor, mais 
justa e mais democrática, onde todos possam ter acesso aos bens 
culturais de consumo e ao lazer (FERREIRA, 2011, p. 67).
Até pensando no significado da palavra “comunicação”, de tornar algo comum 
a mais pessoas, a arte mostra sua importância neste processo. Segundo Santos e 
Souza (2018, p. 19), “a forma como um artista se expressa quando faz uma obra 
de arte e a forma como aquela obra impacta a sociedade, é essencialmente um 
processo comunicativo de tornar algo particular em uma experiência universal”. 
Isto é, os impactos de uma obra de arte têm um caráter pessoal, tanto de quem 
admira aquela obra como de quem produz, mas a arte também tem reflexos em 
uma comunidade ou sociedade. Uma expressão, mesmo que surgindo de um 
sentimento particular de um artista, se torna algo comum a quem se identifica 
com aquilo ou mesmo quem atribui outros significados àquela expressão artística. 
Quando um artista compõe uma música que narra uma aflição pessoal e esta 
obra é ouvida por outras pessoas, estabelece-se um processo comunicativo, por 
exemplo. Quando um pintor denuncia uma situação em uma pintura, a história 
contada ali, e repassada pelos próximos anos por meio das suas pinceladas, ele 
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também se comunica com seus espectadores. Isso faz com que uma obra seja 
um produto cultural de uma determinada época de uma criação da imaginação 
humana. “Dessa maneira, a criação artística pode se distinguir das demais moda-
lidades de conhecimento por promover a comunicação entre os seres humanos, 
com a utilização particular das suas formas de linguagem” (SANTOS; SOUZA, 
2018, p. 20).
Por esta proximidade, a evolução da comunicação impactou muito a maneira 
como arte se disseminou e foi percebida pelas sociedades através do tempo. Se-
gundo Santaella (2005, p. 7) “essa mistura se fortaleceu principalmente nos anos 
mais recentes, com algumas inovações tecnológicas”.
 “ A separação entre o belo e o útil, a arte e a técnica, modificaram-se desde o final do século XIX e durante o século XX. A concepção de arte deixou de ser vista meramente como criação genial e passou a 
ser concebida como ‘expressão criadora’ e como ‘trabalho da expres-
são’ (FERREIRA, 2011, p. 65).
Para entender esta aproximação, portanto, é interessante visualizar a trajetória 
e evolução da comunicação neste período. Santaella (2005) divide a história da 
comunicação em seis eras – que impactam também nas artes. São elas: 
• Era da comunicação oral.
• Era da comunicação escrita.
• Era da comunicação impressa.
• Era dos meios de comunicação de massa.
• Era da comunicação midiática.
• Era da comunicaçãodigital.
Via de regra, estas eras são marcadas por mudanças instrumentais na maneira 
de se comunicar. Seja no início, quando não havia forma de instrumentalização 
da comunicação alguma, e ela acontecia apenas de maneira oral, ou seja, atual-
mente, quando a tecnologia permite que as pessoas se comuniquem das formas 
mais evoluídas possíveis.
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Segundo Santaella (2005, p. 9), “embora elas façam parte de períodos sequen-
ciais, o surgimento de uma nova era não faz com que uma tradição anterior desa-
pareça”. Na verdade, elas se sobrepõem. Com isso, a comunicação vai se tornando 
mais completa. 
No caso das artes, elas vão acumulando mais elementos de convergência 
com a comunicação. Isso acontece com laços mais fortes e marcantes a partir da 
era da comunicação impressa, a partir da invenção da imprensa, por Johannes 
Gutemberg no século XV.
Na arte, essa inovação da comunicação permitiu a reprodução de livros e escritos 
em uma escala maior do que a existente até aquele momento. A Bíblia, por exem-
plo, se popularizou e ganhou traduções do latim a partir da invenção da imprensa. 
Antes, nas eras de comunicação oral ou escrita, ela só era lida e interpretada por 
membros da Igreja que entendiam latim e tinham acesso aos manuscritos.
Depois, a tecnologia da imprensa evoluiu associada às técnicas da litografia, 
xilografia e serigrafia, que ajudaram a replicar imagens e desenhos, ainda que 
de forma bastante rudimentar nos seus primeiros anos. 
A partir disso, artes gráficas e imagens começaram a ser reproduzidas com 
maior frequência, revolucionando tanto as artes como a comunicação. Isso 
permitia que imagens clássicas pudessem chegar a pessoas que nunca teriam 
a oportunidade de conhecer uma pintura original, por exemplo. No campo das 
comunicações, o uso destas técnicas permitiu, por exemplo, o registro ilustrado 
do cotidiano das pessoas, com a produção de jornais, folhetos e outros materiais. 
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Xilografia: usada desde o século XVI, funciona como uma espécie de carimbo, em que 
uma placa de madeira é usada como matriz. Esta placa é entalhada para formar uma ima-
gem. Passa-se uma tinta nesta placa-matriz e pressiona-se esta placa contra uma outra 
superfície. 
Litografia: é a técnica do século XVII em que a matriz é uma pedra calcária em que as 
marcas e formas são desenhadas usando algum composto gorduroso, como um lápis. 
Ao se pressionar a matriz na superfície, o desenho é aplicado. Ao contrário das outras 
técnicas da gravura, o desenho é feito através do acúmulo de gordura sobre a superfície 
da matriz.
Serigrafia: técnica que se popularizou no século XX. Ela é a impressão da imagem em 
uma superfície vazada, pela pressão de um rodo, através de uma tela. Ela tem a facilidade 
de poder ser aplicada em diferentes tipos de superfícies.
Fonte: UFRGS. Glossário de técnicas artísticas. Disponível em: https://bit.ly/3IyaZeW. Aces-
so em: 22 fev. 2022.
EXPLORANDO IDEIAS
Segundo Santaella (2005, p. 10), foi no momento da Revolução Industrial que “a 
comunicação de massa se iniciou e, com ela, que as comunicações e artes passa-
ram a se entrecruzar de um modo ainda mais indissociável”. Com a evolução das 
máquinas, com a eletrônica e outras evoluções tecnológicas, surgiram a fotografia, 
o rádio, a televisão e o cinema. 
Por muitos e muitos anos, a obra de arte teve um alcance limitado, que tor-
nava o impacto daquela produção artística muito diferente do que aconteceu a 
partir do século XX. Por muitos séculos, as estátuas e pinturas mais famosas da 
História da Arte só puderam ser apreciadas por um círculo restrito de pessoas 
que tinham condições de vê-las presencialmente. Gerações que viviam em outras 
partes do mundo nunca tiveram sequer conhecimento da existência da Monalisa 
de Leonardo da Vinci e do teto da Capela Sistina de Michelangelo.
Antes da técnica da imprensa, os livros precisavam ser reproduzidos por ma-
nuscritos, com cópias a mão. Antes dos primeiros fonógrafos – equipamentos que 
gravavam e reproduziam sons –, as obras musicais só podiam ser apreciadas pelas 
elites que tinham condições de irem a concertos e óperas e por pessoas que ti-
nham a possibilidade geográfica de se deslocar até esses locais. Então, assim como 
a possibilidade de apreciação dessas obras de arte tinham um alcance limitado, 
as mensagens contidas nessas obras também eram restritas.
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Segundo Santaella (2005, p. 10), “a cultura limitava-se a uma divisão entre 
dois campos muito distantes”. De um lado havia a cultura erudita, com as belas 
artes, acessível às classes mais abastadas e que circulavam pelas galerias, museus 
e óperas de uma determinada cidade ou região. De outro lado, a cultura popular, 
que era perpetuada por uma preservação dos rituais e das memórias culturais 
de um povo. Com a produção e reprodução em massa, estes universos se apro-
ximaram, e a produção cultural que estava reservada a um público passou a ser 
um pouco mais acessível ao outro.
Uma das reflexões mais importantes sobre a relação das técnicas de reprodução, 
tecnologia, arte e comunicação é o ensaio A Obra de Arte na Época da sua Repro-
dutibilidade Técnica, escrito pelo sociólogo alemão Walter Benjamin, em 1936. 
Benjamin fazia parte do movimento que ficou conhecido como Escola de Frank-
furt. Este movimento era composto por pensadores ligados ao Instituto de Pesquisa 
Social fundado em Frankfurt na década de 1920 e que desenvolveram uma série de 
reflexões sobre a sociedade da época a partir das experiências e das consequências da 
Revolução Industrial e do capitalismo. Estes pensamentos, que tratavam de diversas 
áreas do conhecimento, ficaram conhecidos como Teoria Crítica.
No caso de Benjamin, ele teve escritos ligados à comunicação e à cultura. Ele 
inaugurou a reflexão sobre como as técnicas de reprodução da arte impactam 
tanto na forma como os artistas produziam suas obras, como na experiência que 
o público tinha ao se deparar com uma produção artística. 
Segundo ele, a obra de arte sempre foi reprodutível, mesmo nos primórdios. 
O que mudou foi a forma como isso aconteceu, o impacto e a escala. Na 
Pré-História e na Antiguidade, essa reprodução acontecia por meio da cópia ar-
tesanal: um artista produzia uma escultura e outros artistas, às vezes, alunos dele 
ou admiradores do trabalho, a reproduziam. Os gregos, por exemplo, conheciam 
duas técnicas de reprodução de arte: a cunhagem e a fundição, o que permitia 
apenas a reprodução em massa de moedas e outros materiais de bronze. “Todas as 
outras eram únicas e não podiam ser reproduzidas tecnicamente. Por isso, eram 
feitas para a eternidade” (BENJAMIN, 2012, p. 49). No entanto, as reproduções 
técnicas, que dependem menos do esforço humano e permitem mais escala à 
reprodução, foram evoluindo conforme a tecnologia também avançava.
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De acordo com Benjamin (2012), as mudanças promovidas pelas técnicas 
de imprensa, com a fotografia e outras tecnologias rompeu com algumas 
características que as artes tinham até então. “Mesmo à mais perfeita re-
produção falta um elemento: o aqui e agora da obra de arte - sua exis-
tência única no local onde se encontra” (BENJAMIN, 2012, p. 17). Antes, 
quem tinha a oportunidade única de ver a escultura de Moisés feita por 
Michelangelo (FIGURA 2) tinha uma experiência única, intransmissível e 
que, possivelmente, só seria reproduzida na memória daquelas poucas 
pessoas que moravam na região de Roma, na Itália, e tinham condições 
sociais de conhecer a obra de perto. Só era possível rever aquela obra 
de arte se a pessoa tivesse condições de revisitar a estátua ou buscando 
aquela imagem na memória. O mesmo para quem podia ir a um concerto. 
Aquela experiência talvez fosse a única na vida daquela pessoa em que ela 
poderia ouvir uma música tocada por uma orquestra. 
A possibilidade de reproduzir a arte mudou a forma como as pessoas podem apreciá-la. 
Você já parou para pensar nas vantagens e desvantagens de poder conhecer uma obra 
famosa pessoalmente oude poder analisá-la a distância pela tela de um computador?
PENSANDO JUNTOS
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Figura 2 – Estátua de Moisés, feita por Michelangelo.
Descrição da Imagem: a fotografia mostra três estátuas e duas colunas de mármore. A imagem de 
Moisés está ao centro. Ele é forte e tem cabelos e barbas longas. Ele está com um lenço sobre parte do 
peito e sobre a cintura. Moisés está sentado, com o rosto virado para a sua esquerda. O braço esquerdo 
dele está dobrado, repousado sobre a barriga. O braço direito também está dobrado, mas com a mão 
mais próxima ao peito. Ela carrega uma placa com escrituras. Ele está entre duas colunas decoradas com 
vários detalhes. Ao lado das colunas, há outras duas imagens humanas. Do lado direito de Moisés, há a 
escultura de uma mulher. Ela está de pé, com lenços cobrindo todo o corpo. As mãos estão juntas em 
frente ao peito, fazendo um gesto como se rezasse. O rosto dela está virado para cima. Do outro lado, 
há uma outra figura de uma mulher. Ela também está de pé, usando um vestido. A imagem está olhando 
para baixo. O braço direito dela está dobrado, com a mão na direção do ombro.
Para Benjamin, isso reservava às obras de arte uma aura, que se perdeu com a 
possibilidade de reprodutibilidade da arte. O autor alemão define esta aura como 
“um tecido fino de espaço e tempo” (BENJAMIN, 2012, p. 27) caracterizado pela 
unicidade daquela obra de arte. Segundo o autor, esta unicidade da obra de arte 
original carrega alguns elementos que são impossíveis às reproduções e é o que faz 
dela diferente das demais. As mudanças que uma escultura ou uma pintura têm ao 
longo do tempo, por exemplo, se integram à obra de arte original e fazem parte desta 
aura (FIGURA 3). Outra característica que compõe esta aura são “as cambiantes 
relações de propriedade em que ingressou” (BENJAMIN, 2012, p. 17). Ou seja, a 
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história desta obra, a quem ela pertenceu, onde ela esteve ao longo do tempo etc., 
só pertencem a uma obra de arte quando ela é única. Estes elementos simplesmente 
não existem na obra de arte reproduzida. Quando danificada, uma cópia pode ser 
trocada. E a posse de uma reprodução não significa a posse da obra de arte em si, 
mas sim de uma cópia, que várias pessoas podem ter. Com a reprodução técnica 
das obras, esta aura não existe mais, de acordo com ele. A aura de uma obra de arte 
está ligada, portanto, à autenticidade de uma produção artística.
Descrição da Imagem: a foto mostra uma pintura em uma parede. São imagens de dois homens. Eles 
são representados do peito para cima. Eles têm rostos finos e usam roupas azuis e vermelhas. O homem 
da esquerda carrega uma espada na sua mão direita. O homem da direita, segura uma haste. O fundo 
da imagem está pintado em azul escuro. A obra de arte tem várias partes danificadas, com manchas em 
branco, como se a tinta tivesse descascado da parede
Figura 3 – Afresco danificado pelo tempo no Monastério Ravanica, na Sérvia.
Mas é claro que a possibilidade de reprodução da arte também tem muitas vanta-
gens. A reprodução de uma obra pode ir até locais e situações impossíveis para a 
obra original. Por meio destas reproduções, as obras de arte podem ser vistas ou 
apreciadas por diversos públicos, em tempos diferentes ou ao mesmo tempo. Isso 
permite que as artes estejam em todos os lugares e façam parte das nossas rotinas. 
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Ouvir uma música não é mais um momento único na vida de uma pessoa. Ao serem 
tocadas em todos os lugares, elas viraram praticamente um pano de fundo para as 
nossas atividades diárias, a ponto de muitas vezes nem nos darmos conta que elas 
estão tocando. Já imagens clássicas, pinturas e esculturas estão mescladas em peças 
publicitárias, em sites e jornais de tal modo que acabamos conhecendo uma obra 
de arte melhor a distância do que pessoalmente. É o caso de várias obras de museu. 
É muito mais fácil analisá-las nos mínimos detalhes pela tela do computador ou 
em uma impressão de boa qualidade do que diante delas, em uma galeria, onde a 
pintura estará cercada por uma grade, atrás de um vidro de proteção.
Portanto, para Benjamin, ainda que a reprodutibilidade da obra de arte “des-
valorize, de todo caso, o aqui e agora” (BENJAMIN, 2012, p. 21), ela pode tornar 
possível a arte ir até seu receptor. Com isso, a arte substitui uma existência única 
por uma existência massiva. Segundo Ferreira (2011, p. 66), “o valor cultural 
de uma obra, que era o aspecto de maior peso numa produção artística, perde 
relevância em detrimento do valor de exposição desta obra de arte”. 
Com essa distribuição massiva, que foi reforçada com o desenvolvimento 
do cinema, do rádio e da televisão, a arte e a comunicação se misturaram de uma 
maneira em que é quase impossível diferenciá-las. “A comunicação massiva deu 
início a um processo que estava destinado a se tornar cada vez mais absorvente: 
a hibridização das formas de comunicação e de cultura” (SANTAELLA, 2005, 
p. 11). Produtos artísticos se tornam peças de comunicação, e vice-versa. 
O uso destas tecnologias expandiu os limites da arte para os campos do 
desenho industrial, da publicidade, moda, histórias em quadrinhos, vídeos etc. 
A divulgação da arte também passou a depender destes meios e materiais para 
que a obra chegue ao seu público. 
 “ Característica marcante da cultura de mídias está na intensificação das misturas entre as mídias por ela provocada: filmes são mostra-dos na televisão e disponibilizados em vídeo; a publicidade faz uso 
da fotografia, do vídeo e aparece em uma variedade de mídias; ca-
nais de TV a cabo especializam-se em filmes ou em concertos, ópe-
ras e programas de arte. Com isso, as misturas entre comunicações 
e artes também se adensam, tornando suas fronteiras permeáveis 
(SANTAELLA, 2005, p. 14).
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A capacidade de reprodutibilidade das obras de arte também influenciou na 
maneira como estas expressões culturais são produzidas e quais são as mensa-
gens que os artistas passam com elas. Foi a partir da evolução tecnológica e do 
surgimento destes novos meios que a cultura pode ser instrumentalizada politi-
camente. Se uma música denuncia uma situação social, ao poder ser reproduzida 
ela tem capacidade de mobilizar uma multidão de pessoas. Se um filme reforça 
algum tipo de valor moral, ele tem o poder de reforçar aquela atitude em milhares 
de pessoas que o assistem. Peças artísticas não tinham este poder antes da repro-
dutibilidade técnica delas, mas com a evolução das tecnologias, as mensagens 
contidas nestas produções culturais tomam novas proporções.
Quando escreveu seu ensaio falando do impacto da reprodução das artes, 
Walter Benjamin pensou nisso. Ele escreveu sua obra em meados dos anos 1930, 
ao mesmo tempo em que o regime nazista se fortalecia na Alemanha. O autor, 
que era judeu e morreu tentando fugir da polícia de Adolf Hitler, em 1940, no-
tou naquela época que algumas produções cinematográficas do país passaram a 
servir como propaganda de ideais que estavam ligados ao regime político. 
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Bastardos Inglórios
Ano: 2009
Sinopse: O filme conta duas histórias paralelas: um pelotão de solda-
dos americanos que ataca linhas inimigas de alemães e uma jovem 
judia que teve a família morta pelos nazistas. As histórias se encontram en-
quanto a jovem tenta se vingar do crime cometido contra a sua família.
Comentário: Após ter a família morta, a jovem vira operadora de um cine-
ma em Paris, onde é exibido um filme de propaganda nazista chamado “O 
Orgulho da Nação”, exemplificando bem como as artes foram usadas como 
forma de propaganda política. 
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Benjamin percebeu que o cinema alemão daquele período não usava apenas as 
mensagens e os símbolos que ajudavam a divulgar o regime, mas também criava 
técnicas que implicitamente reforçavam as mensagens do regime nazista. O uso 
das tomadas aéreas nos filmes é um exemplo. Ao mostrar multidões com tomadas 
mais amplas do que se a filmagem fosse feita no chão, elas eramúteis para passar 
a mensagem de devoção de uma população por um líder. No ensaio, Benjamin 
alerta para o perigo do potencial político da cultura nestes casos. Segundo ele, era 
um processo cultural de estetização da política e “todos os esforços da estetização 
da política culminam em um ponto: a guerra” (BENJAMIN, 2012, p. 117).
O uso da arte para disseminar valores e ideais políticos não se restringiu aos ale-
mães das décadas de 1920, 1930 e 1940. Na verdade, eles apenas inauguraram algumas 
técnicas de instrumentalização destas mensagens, que dali em diante passaram a ser 
usadas em vários momentos da história, por diferentes países, em diferentes contextos. 
O período da Guerra Fria, por exemplo, em que o conflito político-ideológico 
dividiu o mundo entre Estados Unidos e União Soviética dos anos 1940 à década 
de 1980, tanto americanos quanto soviéticos usaram as artes e a produção cultural 
para replicar seus ideais e demonizar os rivais. Os exemplos são vários: desde a série 
de James Bond, o 007, que mostrava um agente secreto galã perseguindo soviéticos 
imorais, até os filmes 
de Rocky (Figura 4), 
que em determinado 
momento da saga o 
boxeador americano 
enfrenta um russo 
para vingar a morte de 
um compatriota.
Figura 4 – Encartes da série 
americana de filmes Rocky
Descrição da Imagem: uma foto mostra cinco encartes dos filmes da série Rocky. Os encartes estão sobre-
postos de maneira não alinhada. No topo da foto, por baixo dos demais panfletos, está o encarte do primeiro 
filme, escrito Rocky em branco com um fundo preto. Acima dele, mais à direita, há outro panfleto, com o nome 
do filme escrito em preto, com o fundo branco. Ao centro, à esquerda, está uma imagem de Sylvester Stallone, 
que interpreta o boxeador, sem camisa, de luvas de boxe vermelhas, vestindo um cinturão dourado de campeão 
e um calção preto. Ao lado direito, inclinado, há um encarte preto escrito Rocky IV, com uma imagem de Stallone 
sendo carregado enrolado em uma bandeira dos Estados Unidos. Na parte de baixo da foto, mas sobreposto 
a todos os outros folhetos, há uma folha em que está escrito Rocky V com as cores da bandeira americana.
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Entretanto, os impactos da reprodutibilidade da arte não se restringem a isso. 
Segundo Santaella (2005, p. 37), “a evolução tecnológica e a renúncia da unicidade 
da arte também criaram a indústria da cultura”. Principalmente com a televisão, 
a arte foi inserida no contexto de mercado e se tornou, consequentemente, uma 
mercadoria popular. Isso parece óbvio nos dias de hoje, mas antes da possibilida-
de de reprodução de bens culturais, a comercialização de uma obra estava restrita 
à compra de uma obra original ou a uma entrada em um concerto musical. Não 
existia um mercado massificado envolvendo a arte.
O conceito de Indústria Cultural foi criado por outro pensador ligado à 
Escola de Frankfurt, Theodor Adorno. De um modo crítico, ele afirma que “a 
reprodutibilidade técnica não democratiza o acesso à arte, mas funda um merca-
do massivo de consumo dos produtos culturais, se adaptando às leis do mercado 
inserindo-se na lógica capitalista” (GONZAGA; TELLES, 2012, p. 2). 
Segundo Adorno, este esquema torna a obra de arte algo repetitivo e modifica 
a forma como as pessoas percebem a arte, tornando esta experiência banal e 
consumista. Independentemente do caráter pessimista e crítico de Adorno, é fato 
que os produtos culturais, com a comunicação de massa ao longo do século XX 
e com a comunicação pela internet na virada para o século XXI, passaram a se 
submeter às lógicas de mercado. “O mundo inteiro é forçado a passar pelo filtro 
da indústria cultural” (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p. 104).
De acordo com o pensador alemão, a Indústria Cultural é um fenômeno de 
massa – aqui entende-se como uma prática cultural imposta “de cima para baixo” 
para as massas, e não um movimento que surge espontaneamente das massas e se 
populariza. Essa “imposição” acontece porque as produções artísticas e culturais 
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feitas para o consumo são apropriadas pelos meios de comunicação de massa - e 
quase não são mais percebidas como cultura.
 “ A violência da sociedade industrial instalou-se nos homens de uma vez por todas. Os produtos da indústria cultural, podem ter certeza, de que até mesmo os mais distraídos vão consumi-los alertamente. 
Cada qual é um modelo da gigantesca maquinaria econômica que, 
desde o início, não dá folga a ninguém, tanto no trabalho quanto no 
descanso (ADORNO; HORKHEIMER, 1985, p. 105).
Uma característica dessa cultura de massa é uma intensa mistura das mídias, 
que tornam as fronteiras entre as artes e a comunicação “permeáveis”. “Filmes são 
mostrados na televisão; a publicidade faz uso da fotografia e do vídeo; canais de 
TV especializam-se em filmes ou programas de arte” (SANTAELLA, 2005, p. 14). 
Apesar do nome deste fenômeno ser “Indústria Cultural”, ele não está relacio-
nado, necessariamente, a um processo de produção industrial de artes. A Indústria 
Cultural utiliza, inclusive, do individualismo artístico para explorar comercialmente 
suas estrelas e seus produtos. Segundo Nobre (2018), o que a expressão quer dizer 
com “indústria” é que existiria um processo racional de produção pensado para a 
comercialização e padronização dos produtos artísticos. Na prática, para Adorno, 
isso tiraria do artista a autonomia da sua produção artística porque “implica, na 
transferência da responsabilidade pela elaboração da obra do artista para admi-
nistradores, técnicos e diretores que a julgam não pela sua qualidade artística, mas 
pela probabilidade de lucro e sucesso de mercado” (NOBRE, 2018, p. 107).
É também uma característica deste fenômeno que as produções artísticas se-
jam feitas pensando em outros produtos artísticos que vão sucedê-lo, como forma 
de aumentar o valor de exposição daquela arte. “Em todos os setores da indústria 
cultural, diz Adorno, fabricavam-se, de modo mais ou menos planejado, produtos 
talhados para o consumo das massas, sendo que esse consumo já era determinado 
em grande medida por esses mesmos produtos” (NOBRE, 2018, p. 106). É como 
uma série de livros e de filmes que você precisa consumir todas as suas edições, por 
exemplo. As produções cinematográficas da Marvel (Figura 5) mostram bem esta 
dinâmica: cada nova produção faz referência a outros filmes que já foram lançados 
e servem como base para outros vários filmes que são lançados na sequência.
67
Descrição da Imagem: uma foto mostra várias pessoas reunidas para a estreia de um filme da Marvel, em 
um shopping de Londres. A imagem mostra o chão do shopping decorado com as cores azul e vermelha, que 
são as cores do Capitão-América. No centro da foto, dezenas de pessoas estão atrás de uma grade de contenção 
que também está decorada com o cartaz do filme. Algumas destas pessoas carregam escudos do super-herói 
e cartazes vermelhos. Muitas pessoas estão mexendo no celular, enquanto outras conversam entre si. A grade 
não é alta e chega até, em média, o peito das pessoas que estão no local. Do outro lado da grade estão dois 
seguranças, vestidos de preto, um no lado direito da imagem e outro do lado esquerdo. Há uma escada rolante 
vermelha no meio destas pessoas, que dá acesso a um segundo pavimento do shopping. A foto mostra uma 
parte deste segundo andar, onde também há várias pessoas segurando cartazes.
Figura 5 – Fãs se reúnem para a estreia do filme Capitão América: Guerra Civil, em 2016.
A arte de massa, inclusive, se torna dominante, relegando a arte ‘tradicional’ a 
um circuito mais restrito às elites. A crítica à indústria cultural virou, inclusive, 
tema de obras de arte do circuito cultural das artes plásticas. Foi o caso do mo-
vimento de Pop Art (do inglês, arte popular), quando ícones da cultura popu-
lar, celebridades e marcas eram usadas para representar obras de arte gráficas, 
colagens e pinturas. Segundo Farthing (2011, p. 484-485), “o movimento usava 
elementos populares para ressaltar as característicasda arte naquele momento, 
classificadas, segundo ele, como: popular, efêmera, descartável, barata, produzida 
em massa, espirituosa, dirigida ao público jovem e comercial”.
Ironicamente, apesar de estarem falando de cultura de massa, os artistas do 
movimento da Pop Art acabaram por ter suas obras consumidas pela elite cultural 
ao invés de conseguirem penetração com os grandes públicos. 
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 “ Apesar da ambição de romper a barreira entre cultura de elite e cultura de massas, os artistas pop acabaram, quase que invariavelmente, criando obras para as galerias de arte e colecionadores, com preços elevados 
conforme sua singularidade e autenticidade (FARTHING, 2011, p. 486).
As poucas obras de artes plásticas de Pop Art que romperam essa barreira e real-
mente se tornaram peças de consumo de massa foram, de acordo com Farthing 
(2011, p. 486, grifos nossos), “as capas de disco da época feitas por artistas gráficos, 
como a colagem da capa do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band (Figura 
6), dos Beatles, e a fotografia do álbum Sticky Fingers, dos Rolling Stones”. 
Descrição da Imagem: a fotografia mostra a capa do disco dos Beatles com sua parte direita coberta pelo 
vinil. A capa do álbum mostra um cenário caótico, com várias imagens de pessoas e celebridades. A colagem 
tem mais de cinquenta personalidades, entre elas o físico Albert Einstein, o psicanalista Carl Jung, a atriz Marilyn 
Monroe, o ator Marlon Brando e o poeta Edgard Allan Poe. Na primeira fileira da multidão de celebridades, ao 
centro, estão os quatro integrantes dos Beatles vestidos com roupas clássicas militares coloridas. John Lennon 
está de amarelo, Ringo Starr de rosa, Paul McCartney de azul e George Harrison de vermelho. É possível ver, 
também na primeira fileira da imagem, uma colagem com os quatro músicos quando ainda mais jovens, vesti-
dos com ternos e gravatas pretas e camisas brancas. As demais celebridades estão atrás deles e só é possível 
ver os rostos delas em colagens coloridas e em preto e branco. Na frente dos músicos, há um instrumento 
de percussão com o nome do álbum escrito. Na parte de baixo da capa do disco, há um jardim, com o nome 
“Beatles” escrito com flores vermelhas e um instrumento musical formado por flores amarelas. O vinil, que está 
à direita da imagem, é preto com o centro colorido nas mesmas cores das roupas dos integrantes da banda.
Figura 6 – Capa do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, de 1967.
69
Exceto pelas artes plásticas, a dinâmica de Indústria Cultural, especialmente no 
cinema e na música, se tornou dominante no processo de criação artística e de 
distribuição de cultura. Este fenômeno se fortaleceu com a evolução da comu-
nicação, especialmente com a popularização da televisão e, depois, com os com-
putadores e a internet.
Mais otimista do que Adorno, que destacava sobretudo os potenciais de domi-
nação da evolução tecnológica na comunicação e na cultura, o teórico canadense 
Marshall McLuhan dizia que as novas tecnologias eram “extensões dos seres 
humanos”, com impactos irreversíveis nas comunicações e nas artes. 
Segundo ele, os equipamentos eletrônicos inauguraram uma nova forma de 
percepção estética da comunicação e das artes. Ele categorizou os meios de co-
municação como meios quentes e frios, o que, na arte, impacta na intensidade 
e na experiência que uma obra proporciona. 
Meios quentes, segundo McLuhan (2008, p. 35), “são aqueles meios como o 
cinema, fotografia e livros, em que muitas informações e dados sobre uma men-
sagem são entregues à pessoa e exige pouca participação do destinatário daquela 
informação”. Meios frios, como a televisão, o telefone e a expressão oral, forne-
cem menos informações ao destinatário, mas permitem uma maior interação ou 
participação dele. Segundo Arantes (2005, p. 176), “estas classificações ajudam a 
entender, no contexto da evolução tecnológica, as diferentes estéticas das artes 
no contexto das redes midiáticas – como participação, interação e possibilidade 
de aprofundamento das mensagens”.
Na era da comunicação midiática, a partir dos anos 1980, as artes não só esta-
vam mais acessíveis, como também passaram a acompanhar as pessoas ao longo 
do dia. O barateamento de equipamentos eletrônicos permitiu que as pessoas 
usassem aparelhos de som portáteis com fones de ouvido, e a música passou a 
ser ouvida na hora que a pessoa quer, onde ela quiser. 
A popularização dos eletrônicos também permitiu que mais pessoas pro-
duzissem artes e se comunicassem por meio delas. A câmera fotográfica se tornou 
mais acessível e as fotos se tornaram uma forma de expressão que não estava 
mais restrita aos profissionais. Já com uma câmera de vídeo portátil, por exemplo, 
uma pessoa podia registrar acontecimentos como um documentarista. Isso, de 
certa forma, democratizou a produção artística e comunicacional. “Embora não 
pudesse competir com a sofisticação dos equipamentos utilizados pelas televisões 
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70
comerciais, trouxe aos artistas a possibilidade de explorar um novo meio para 
criação, paralelo ao meio televisivo” (SANTAELLA, 2005, p. 51). 
Na era da comunicação digital, isso fica ainda mais intenso. Um músico pode 
gravar uma música de dentro do seu quarto e disponibilizar a obra final para as 
pessoas baixarem de graça, sem precisar, necessariamente, de uma gravadora 
para produzir o material ou distribuí-lo. Nas redes sociais, fotografias amadoras 
e profissionais se misturam em um mesmo feed, despertando o mesmo nível de 
atenção dos usuários. Um artista plástico pode filmar e disponibilizar em tem-
po real, por alguma plataforma de vídeo, o processo de produção daquela obra 
de arte. “O momento da 
obra de arte na atualida-
de já não diz mais res-
peito somente à era da 
reprodutibilidade téc-
nica, mas à era digital, a 
esse momento histórico 
permeado pela revolu-
ção da informática e por 
sua confluência com os 
meios de comunicação” 
(ARANTES, 2005, p. 8).
O contexto digital se torna fundamental não apenas para a disseminação 
das artes, como também para a produção das obras e organização prática dos 
artistas. Um artista pode consultar uma tendência de outros artistas do outro 
lado do planeta, por exemplo. Ou então pode acessar qualquer corrente artística 
da história em poucos segundos – uma situação inimaginável para quem viveu 
nos anos 1980 e 1990, quando este tipo de referência estava restrito a livros ou 
programas de televisão, que disseminavam uma determinada informação, mas 
que não estavam acessíveis a qualquer momento para qualquer pessoa.
Músicos conseguem compor e produzir uma música sem nunca estarem 
juntos no mesmo estúdio, criando melodias, inclusive, a partir de sons e trechos 
de outras canções de outras épocas. A forma de comunicação e produção evolui 
para um tempo em que a tecnologia vira parte intrínseca da arte.
71
Como afirma Arantes (2005, p. 96), 
 “ A comunicação à distância, a ação e presença em espaços físicos remo-tos, a troca simultânea de informações, a possibilidade de realizar traba-lhos em parceria, de visualizar e agir em espaços remotos, de coexistir 
em espaços virtuais e de realizar ações compartilhadas são algumas das 
características que podemos encontrar nos trabalhos em rede. 
Assim como a produção de arte se revoluciona, a maneira como as pessoas têm 
contato com as artes também muda com as tecnologias virtuais. De acordo com 
Arantes (2005, p. 116), “o olhar sempre esteve em um patamar diferente dos 
demais sentidos quando se fala no processo de contemplação ou consumo de 
uma arte”. Exceto no caso da música, em que naturalmente o protagonismo é 
da audição, a maior parte das artes tradicionais dependeram, por muito tempo, 
da experiência visual. A virtualização da arte rompe com essa hegemonia da 
mesma forma como que se torna independente da realidade – e das amarras que 
ela impõe à arte e as experiências artísticas. 
 “ Diferentemente do mundo físico, o virtual é um mundo artificial, um mundode dados constituído por informações numéricas e bi-nárias. Assim, o virtual é um mundo totalmente diverso daquele 
das tecnologias óptico-eletrônicas, como a fotografia, o cinema e 
o vídeo, já que não apresenta nenhuma adesão à realidade física 
(ARANTES, 2005, p. 110).
Sabe quando uma música que você gosta tem um trecho 
de uma outra canção? Este é um exemplo de sample, 
quando um artista usa um áudio para criar algo novo. 
Acesse o QRCode ao lado para dar o Play e ouvir um 
Podcast sobre como esta técnica tem tudo a ver com o 
impacto das evoluções tecnológicas na arte.
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https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/12459
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Uma mudança que já vinha acontecendo com a arte contemporânea do século XX 
era a de privilegiar sensações e experiências, ao invés da simples contemplação, que 
era mais comum antigamente. Essa mudança se consolida com os sistemas de rea-
lidade virtual. Eles são capazes de transmitir sons, imagens, cheiros e sensações de 
maneira que uma pessoa consegue experimentar uma arte em um ambiente total-
mente simulado por meio de equipamentos eletrônicos e de sinais digitais. “Nas obras 
que envolvem realidade virtual, portanto, não se trata somente de ver uma realidade 
gerada computacionalmente, em uma tela – como nos ambientes em VRML –, mas 
de estar realmente dentro desse ambiente: imersão total” (ARANTES, 2005, p. 110).
Ao longo deste percurso histórico da evolução da comunicação, fica claro que 
a arte é um processo comunicacional que é diretamente impactada por todas es-
sas inúmeras mudanças. Fica claro, também, que a evolução tecnológica também 
alterou a maneira como os artistas produzem suas obras, como elas chegam até 
o público e como as pessoas as percebem. De uma experiência única, capaz de 
transmitir informações sobre um povo distante, a arte se tornou uma indústria 
presente em quase todos os momentos das nossas vidas. 
Caro(a) aluno(a)! Você lembra que no começo desta unidade foi pedido para 
que você pesquisasse sobre uma lista de músicas mais tocadas no mundo nesta 
semana, mês ou ano e analisasse as características desta lista, como eram as mú-
sicas, quem eram os artistas, quais os estilos musicais, se eram músicas atuais e se 
listas como estas seriam diferentes em outros tempos, mais antigos?
73
Se pegarmos a lis-
ta das músicas e artis-
tas mais tocados em 
2021 no Spotify, uma 
das maiores platafor-
mas de streaming do 
mundo, nós vamos 
notar que a música 
mais tocada é da can-
tora americana Olivia 
Rodrigo. A canção 
mais tocada dela foi 
reproduzida 1,1 bi-
lhão de vezes no aplicativo. Além dela, estão na lista também o cantor australiano 
de 18 anos The Kid LAROI, em uma música gravada em parceria com o astro 
Justin Bieber, e o grupo sul-coreano BTS. É possível notar que são na sua maioria 
artistas jovens, com uma carreira musical meteórica, e de várias partes do mundo. 
Por mais banal que isso possa parecer nos dias de hoje, era muito difícil uma 
artista ter uma música reproduzida mais de 1 bilhão de vezes antes dos serviços de 
streaming. É simplesmente impossível chegar perto disso quando a reprodução 
de uma música dependia, exclusivamente, da performance ao vivo dela. Também 
não era provável que tantos artistas de lugares tão distantes pudessem alcançar os 
topos das paradas mundiais com carreiras tão curtas. Assim como era impossível 
que um cantor adolescente da Austrália pudesse fazer uma parceria, ainda tão 
jovem, com um dos principais cantores de uma geração.
Estes são fenômenos que só são possíveis por causa da evolução tecnológica, 
por causa das características mercadológicas da indústria da cultura e pela dinâ-
mica comunicacional em que estamos inseridos atualmente.
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Agora é hora de mostrar que você compreendeu como se dá a relação entre comu-
nicação e arte, e como isso mudou de acordo com a evolução tecnológica:
1. “Foi no momento histórico em que a comunicação massiva começou a se instaurar, 
a partir da Revolução Industrial, que os dois campos, comunicações e artes, também 
começaram a se entrecruzar”.
SANTAELLA, L. Por que as comunicações e as artes estão convergindo? São 
Paulo: Editora Paulus, 2005.
Levando em conta a evolução da comunicação e a relação com as artes, é correto 
afirmar que:
I - A arte visual tem um valor comunicacional tão importante quanto o da escrita, 
uma vez que não dependia da leitura para transmitir mensagens.
II - Uma mensagem contida em um livro é mais confiável do que quando está em 
uma pintura, porque ela é mais objetiva e não abre margem para interpretações.
III - A arte é uma forma de transmissão de conhecimento. Um exemplo é que, hoje, 
conhecemos algumas civilizações que não dominavam a escrita por meio das 
suas produções artísticas.
IV - A evolução tecnológica permitiu que até a produção artística aconteça de modo 
virtual.
V - As mudanças na forma como a arte é entendida pelo público diminuem o caráter 
contemplativo da arte na medida em que foram privilegiadas obras que promo-
vem uma experiência imersiva.
As alternativas corretas são:
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I, II e IV.
d) II, III e V.
e) I, III, IV e V.
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2. “Para uma investigação que trata da obra de arte na era de sua reprodutibilidade 
técnica é indispensável levar em conta alguns contextos. Pois eles preparam o conhe-
cimento que é aqui decisivo: a reprodutibilidade técnica da obra de arte emancipa-a 
pela primeira vez na história mundial de sua existência parasitária em relação ao 
ritual. A obra de arte reproduzida torna-se, progressivamente, a reprodução de uma 
obra de arte destinada à reprodutibilidade”.
BENJAMIN, W. A obra de arte na época da reprodutibilidade técnica. Porto 
Alegre: Editora Zouk, 2012. p. 35.
Levando em conta o impacto da reprodutibilidade técnica na arte, é correto afirmar:
I - As obras de arte antes da invenção da imprensa não tinham como ser repro-
duzidas.
II - O valor cultural de uma obra de arte que não era reproduzida era mais impor-
tante do que o valor de exposição de uma obra que é reproduzida e, por isso, a 
arte perdeu espaço na sociedade com a evolução tecnológica.
III - Com a reprodução de produções culturais, algumas obras de arte passaram a ser 
concebidas para que fossem reproduzidas em larga escala, mudando a dinâmica 
como muitos artistas trabalham.
IV - As mensagens contidas nas obras de arte passaram a ter muito mais capilaridade 
com a possibilidade de reprodução da arte. Por outro lado, estas mensagens 
eram mais fracas porque tinham baixo valor cultural.
V - Os alemães do início do século XX usaram a arte para replicar e reforçar mensa-
gens políticas, conforme Benjamin alertou. Esta prática, no entanto, não se popu-
larizou em outros países nos anos seguintes por não ser atrativa para o público.
São corretas as seguintes alternativas:
a) I e III.
b) I, II e III.
c) III, apenas.
d) I, II, III e IV.
e) IV e V.
76
3. “O novo não é o caráter mercantil da obra de arte, mas o fato de que, hoje, ela se 
declara deliberadamente como tal, e é o fato de que a arte renega sua própria auto-
nomia, incluindo-se orgulhosamente entre os bens de consumo”.
ADORNO, T.; HORKHEIMER, M. A dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 
1985.
Sobre o conceito de Indústria Cultural e a mercantilização da arte, é correto afirmar 
que:
I - Adorno acreditava, principalmente, nas vantagens da massificação da arte.
II - O conceito de Indústria Cultural sugere que o potencial comercial de uma obra 
de arte se sobrepõe ao potencial artístico dela.
III - Por ser um fenômeno de massa, o conceito de Indústria Cultural se aplica tanto 
para fenômenos culturais impostos pela indústria artística, quanto para movi-
mentos espontâneos de massa.
IV - O fenômeno foi batizado de Indústria Cultural porque os produtos são pensados 
a partir de uma racionalidade em detrimento do processo criativo livre.
V - Uma obra de arte de massa é sempre pior que uma obra de arte que não seja 
de massa.
As alternativas corretas são:a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) II, III e V.
d) II e IV.
e) IV e V.
3Estéticas da Comunicação
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
comunicar tem um caráter estético, assim como a estética tem um viés 
comunicativo. Nesta unidade, vamos trabalhar os diferentes conceitos 
de Estéticas da Comunicação. Um deles trata da mudança estética nas 
artes a partir da evolução e do uso dos meios e novas ferramentas de 
comunicação. Além de levar a produção artística para novos caminhos, 
este movimento mudou a forma como vemos as expressões artísticas. 
O outro conceito trata das experiências sensíveis do processo comu-
nicacional. Também vamos estudar o modo como a estética se molda 
ao senso comum e ao cotidiano e o impacto disso nos meios e nas 
atividades de comunicação.
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Caro(a) estudante! A maneira como uma mensagem comunicativa impacta as 
pessoas depende, também, da forma como ela é construída. A Estética da Comu-
nicação estuda de que forma estas interações se moldam por meio das experiên-
cias sensíveis que temos. Por mais que a gente viva e trabalhe em ambientes com 
regras sociais, com tradições e culturas determinadas, as nossas relações com os 
objetos comunicacionais ajudam a despertar sensações nos interlocutores. Este 
campo do conhecimento também analisa como as nossas impressões sobre as 
coisas se alteram conforme o meio ou a forma usada para se expressar.
Você já refletiu sobre a comunicação como um processo de interação que 
necessariamente causa um impacto nas outras pessoas? E já parou para pensar 
que a forma como usamos as palavras, como nos portamos ou nos apresentamos 
alteram o resultado desta comunicação? Além disso, já pensou que as mensagens 
propagadas nos meios de comunicação constroem sensações, às vezes, muito 
diferentes e às vezes, parecidas, em milhares de pessoas?
A estética é a maneira como a comunicação atinge as pessoas. Seja o modo 
como uma mensagem é percebida por uma pessoa com quem conversamos, seja 
o sentimento que uma notícia, arte ou peça publicitária impacta uma pessoa. A 
estética não trata apenas da beleza das coisas, mas, de um modo subjetivo, é a 
forma como a nossa sensibilidade é despertada. 
Em um processo comunicativo esse é um aspecto central, que pode deter-
minar se uma mensagem foi transmitida de maneira eficiente ou não. A eficácia 
deste processo de comunicação depende, além das interações individuais de um 
sujeito com aquela mensagem, com um contexto em que está inserido, com o 
meio de comunicação usado e com as referências culturais e sociais que a comu-
nidade em que estamos inseridos tem.
Para que isso fique mais claro e prático, pense em uma propaganda que te-
nha marcado a sua infância. Tente relembrar o que chamava a atenção naquela 
campanha e quais eram as sensações que aquela propaganda despertava em você. 
Faça uma busca na internet e tente encontrar o vídeo ou a imagem desta pro-
paganda para rever a campanha. Também busque informações sobre o produto 
que era objeto desta propaganda e tente pensar no contexto social daquela época. 
Olhando hoje novamente para esta campanha, pense nos elementos que fizeram 
esta peça de comunicação ser tão marcante para você.
79
Qual era a sua idade na época que esta propaganda foi veiculada? Qual era o 
contexto socioeconômico do país naquela época? O produto do qual a propagan-
da falava era acessível? Era popular? Ao rever a campanha nos dias atuais, você 
sentiu as mesmas sensações que teve naquela época quando viu a campanha pela 
primeira vez? As peças de comunicação eram exatamente como você lembrava? 
Pense sobre estas semelhanças ou diferenças, reflita sobre quais elementos da 
campanha que chamaram a sua atenção hoje e naquela época e anote suas im-
pressões no seu Diário de Bordo.
DIÁRIO DE BORDO
Quando falamos da Estética da Comunicação, nós podemos pensar em algumas 
maneiras diferentes de relacionar os conceitos de estética e de comunicação. Uma 
delas, que surgiu antes, nos anos 1980, é pensar em como a evolução da comu-
nicação, de seus meios e tecnologias mudaram a maneira como percebemos a 
estética e a arte ao longo do tempo. Outra forma, que se desenvolveu a partir dos 
anos 1990 e que é mais ligada aos estudos em comunicação, é pensar neste tema 
refletindo sobre as diferentes estéticas do processo comunicativo. 
UNICESUMAR
UNIDADE 3
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Para tratar destas diferentes formas da Estética da Comunicação é preciso 
primeiro aprofundar o conceito de estética, para que depois possamos relacioná-
-la com o processo comunicativo e com os meios de comunicação. A estética vai 
além da beleza de um objeto. É, em maior medida, a forma como objetos, imagens, 
representações ou fenômenos são sentidos pelas pessoas, a partir de um caráter 
subjetivo. Este conceito independe se estamos falando da abordagem da estética 
relacionada à arte ou à comunicação.
Segundo Priscila Arantes (2005, p. 169), a estética é: “uma espécie de experiên-
cia que não é adquirida por meio do conhecimento intelectual e racional, mas 
pela sensibilidade. A palavra estética, aliás, que deriva do grego aisthesis, significa 
‘aquilo que é sensível e deriva dos sentidos’”. 
A relação entre estética e comunicação é antiga – para muitos autores, que 
veremos mais adiante, é intrínseca. Mas como um campo de estudo, inicialmente, 
a Estética da Comunicação surgiu apenas na década de 1980, cerca de dez anos 
antes de começar a ser pensada por teóricos da comunicação. Neste primeiro 
momento, ela tratava apenas de objetos artísticos que se utilizavam das “possi-
bilidades telemáticas e interativas as então novas tecnologias informacionais” 
(LIESEN, 2010, p. 22). Isso quer dizer que o primeiro conceito de Estética da Co-
municação relacionava a produção artística que se utilizasse de alguma tecnologia 
da comunicação para as suas criações. Nesta época, ela também era reconhecida 
com o nome de ‘arte tecnológica’. 
Era uma mudança muito grande nos paradigmas da arte. Como o próprio nome 
diz, a produção artística antes era muito relacionada a algo artesanal. Com o uso das 
novas tecnologias que surgiam, esta dinâmica de produção e distribuição mudou.
 “ As barreiras entre as artes e as mídias perderam seus contornos, tornaram-se permeáveis, com artistas fazendo uso de tecnologias audiovisuais para a produção, de meios industriais para a gravação e 
de sistemas de distribuição comerciais para a disseminação de suas 
obras (SANTAELLA, 2005, p. 49).
Ainda que estes conceitos só tenham sido batizados no final do século XX, uma 
nova estética ligada a revoluções tecnológicas surgiu muitos anos antes. De acor-
do com Arantes (2005, p. 43), “estudos das artes apontam que os primeiros sinais 
81
do que os pensadores das artes chamavam de estética da comunicação datam de 
meados do século XIX, após a Revolução Industrial e o surgimento das primeiras 
tecnologias de telecomunicação”. 
Um dos marcos deste processo aconteceu em 1844, quando, pela primeira vez 
na história, uma partida de xadrez foi disputada em tempo real por duas pessoas 
em cidades diferentes. Usando um telégrafo de uma linha recém-inaugurada 
entre Baltimore e Washington D.C., nos Estados Unidos, os dois jogadores comu-
nicavam suas jogadas. Foram disputadas sete partidas com os jogadores a cerca 
de 60 km de distância. O experimento foi uma forma de testar o funcionamento 
da linha telegráfica que tinha sido instalada naquele momento.
Como funcionava o telégrafo: o telégrafo foi um sistema de comunicação desenvolvido 
antes do telefone, com os primeiros experimentos ainda no século XVIII, com o objetivo de 
transmitir mensagens de forma confiável e segura de um ponto a outro através de gran-
des distâncias. Foi muito utilizado pelos governos e corporações 
militares para transmitir mensagens por meio de uso de códigos, 
como o Código Morse. O sistema não permitia que outra mensa-
gem pudesse ser transmitida pelo mesmo fio antes que a primeira 
mensagem tivesse chegado ao seu destino final. 
Fonte: HÁ 168 ANOS,era inaugurada a primeira linha de telégrafo 
do Brasil. Biblioteca Nacional, Brasília, DF, 12 maio 2020. Disponí-
vel em: https://bit.ly/3ciVVpG. Acesso em: 21 mar. 2022.
EXPLORANDO IDEIAS
Este caso, ainda que usando uma técnica muito rudimentar, inaugurou um pro-
cesso que se tornaria comum a partir do século XX, que é dos meios de comu-
nicação serem usados para uma alteração da percepção da realidade que nos 
cerca. E isso foi rapidamente absorvido pela arte. Nos anos 1920 e 1930, algumas 
manifestações artísticas que usavam os meios de comunicação ficaram famosas e 
inauguraram esta Estética da Comunicação na arte. Existem dois casos famosos, 
quando artistas como Orson Welles e László Moholy-Nagy usaram do telefone 
e do rádio para obras culturais e artísticas. 
UNICESUMAR
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/14699
UNIDADE 3
82
Descrição da Imagem: uma fotografia em preto e branco mostra quatro pessoas em primeiro plano 
que estão sentadas. São uma mulher e outros três homens. A mulher, que está no canto esquerdo da 
imagem, usa um chapéu preto, que esconde a maior parte do rosto dela, uma vez que ela está com a 
cabeça levemente abaixada. Ela está olhando para um bloco de notas, que está apoiado no colo para que 
ela consiga fazer anotações. Ela usa uma camisa branca, uma saia escura e um casaco que cobre um dos 
ombros. Ao lado dela há outro jornalista, homem, que também usa chapéu. Ele está de paletó escuro e 
camisa clara. Ele também segura um bloco de notas apoiado sobre as pernas. Este homem está com o 
rosto levemente virado em direção a Orson Welles, que está sentado no centro da imagem. Welles usa um 
terno claro, está de cabelo penteado e olha em direção à jornalista mulher. Ao lado dele, no canto direito 
da imagem, há outro jornalista homem, sem chapéu, com terno escuro e com um cachimbo na boca. Ele 
também segura um bloco de papel para fazer anotações. Ao fundo, há outros cinco homens, todos de 
terno. Três deles estão inclinados para frente, tentando ouvir o que Welles diz.
Wells (FIGURA 1) usou um programa de rádio para fazer uma transmissão simulando 
uma invasão de marcianos na Terra, enquanto Moholy-Nagy usou o telefone para fazer 
pinturas, “ligando para uma empresa de confecção de cartazes, solicitando a um funcio-
nário que pintasse três quadros, conforme suas especificações” (ARANTES, 2005, p. 44).
Estas manifestações são revolucionárias e ditaram uma nova estética porque produ-
ziram sensações a partir de ferramentas comunicacionais. Antes do telefone ou do 
rádio, seria impossível, por exemplo, fazer uma intervenção que desafiasse o espaço e o 
tempo destas formas.
Figura 1 – Orson Welles 
fala com jornalistas após 
transmissão da Guerra dos 
Mundos
Fonte: Wikimedia Com-
mons. Disponível em 
https://commons.wiki-
media.org/wiki/File:Or-
son_Welles_War_of_the_
Worlds_1938.jpg. Acesso 
em: 21 mar. 2022.
Em 1938, Orson Welles transmitiu uma peça de rádio-teatro 
inspirada no livro Guerra dos Mundos. O cineasta noticiou 
uma invasão alienígena em New Jersey, que causou pânico 
em milhares de pessoas que ouviram a transmissão e 
acreditaram que era uma notícia real. Acesse o QRCode ao 
lado para dar o Play e ouvir um Podcast sobre uma das 
mais famosas intervenções artísticas do rádio.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/12460
83
Na mesma linha, nos anos 1970, a dupla de artistas Kit Galloway e Sherrie Ra-
binowitz apresentaram, em parceria com a agência espacial norte-americana 
NASA, um projeto chamado Satellite Arts Projects: a Space with no Geographical 
Boundaries (em inglês, Projetos de Artes em Satélites: um Espaço sem Frontei-
ras Geográficas). Foi uma captação via satélite de imagens de dançarinos que 
estavam em cidades diferentes dos Estados Unidos. As imagens foram mixadas 
e transmitidas como se todos estivessem no mesmo ambiente fazendo a mesma 
performance – algo quase impossível de se imaginar naquela época.
Conforme estas manifestações com padrões que desafiavam a lógica de espa-
ço e tempo da época foram se popularizando, este tipo de atividade passou a ser 
analisada por teóricos. Foi assim que em 1983, após os veículos de comunicação 
de massa e as tecnologias da computação levarem este tipo de manifestação a 
um outro patamar, o filósofo italiano Mario Costa fez um manifesto batizando 
a ‘Estética da Comunicação’ nas artes. Este manifesto defendia “elaborar uma 
teoria estética e psicossociológica ligada às novas tecnologias da comunicação 
e estabelecer um vínculo entre os artistas e os pesquisadores de todos os países 
interessados no projeto” (ARANTES, 2005, p. 49). 
Os artistas passaram a perceber que as tecnologias de comunicação faziam 
parte de uma realidade irreversível, e que estas ferramentas mudariam de uma 
vez por todas o modo de produzir cultura e arte. O que os artistas tomavam cons-
ciência naquele momento é que os meios de comunicação impactavam na arte de 
duas formas: de um lado, o modo de fazer as obras tinha novas ferramentas que 
permitiam atividades que antes eram impossíveis; do outro, o avanço tecnológico 
proporcionava estéticas novas. Ou seja, ao reafirmar que a história da arte estava 
necessariamente ligada à evolução dos meios de comunicação, Costa acreditava 
que os artistas deveriam se apropriar dos sons, texturas, imagens e formas que 
estas novas tecnologias proporcionavam. Era a substituição, em parte, do artista 
e da obra de arte pela máquina (SANTAELLA, 2005, p. 20). 
Costa acreditava que estas evoluções nos colocavam em um estado chamado 
de sublime tecnológico que se manifesta estética e artisticamente em três vias, 
segundo Patrícia Arantes (2005, p. 180-181):
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• As criações artísticas podiam ser coletivas e compartilhadas. Segundo Cos-
ta, isso transcendia um criador individual, formando uma mente coletiva.
• As tecnologias eram capazes de domesticar “o absolutamente grande 
da natureza”. Radares e satélites levavam o conhecimento humano 
a um lugar que antes eram inacessíveis. Agora era possível, com a 
tecnologia, fazer fotografias do espaço sideral e ver a Terra de outro 
ângulo, por exemplo.
• Uso de um ambiente virtual para se desprender da localidade física 
e material. 
Ainda que hoje tudo isso pareça natural e acessível, nos anos 1970, 1980 e 1990 es-
tas mudanças representaram uma revolução brutal. Todas as formas de produção 
artística e intelectual estavam sendo reinventadas. Segundo Arantes (2005, p. 50):
 “ Pode-se dizer que os trabalhos de arte-comunicação baseados na transmissão de textos, sons e imagens por meio de telefone, fax, slo-w-scan tv, satélite e televisão são como uma espécie de antevisores e 
genitores da arte na internet, uma vez que potencializam o aspecto 
dialógico, em escala global, e em rede, entre pessoas localizadas em 
pontos diversos do planeta.
O que a Estética da Comunicação nas artes mostra, segundo Liesen (2010, p. 25), 
é que sempre que há o surgimento de um novo meio de comunicação ou alguma 
evolução tecnológica, criam-se novas formas de sentir e pensar o mundo. Hoje 
entendemos com bastante clareza que vivemos em uma constante evolução tec-
nológica, que promovem uma reinvenção permanente.
85
Além disso, é também interessante refletir como o surgimento de novas tecno-
logias criaram novos conceitos estéticos. Com o surgimento da fotografia, por 
exemplo, a pintura perdeu a hegemonia como forma visual de se retratar alguma 
coisa. Com a popularização do cinema, do rádio e da televisão, a literatura deixou 
de ser a única forma artística de se contar uma história. Mas isso não tirou o valor 
destas expressões artísticas. Com o surgimento destes novos meios, algumas for-
mas de expressão caminharam para novos campos que culminaram, por exemplo, 
na arte abstrata e na literatura de realismo fantástico, entre vários outros gêneros 
e formas de representação artística.
As novas tecnologias também deixaram ainda mais claro o poder dos pontos de 
vista e da subjetividade na produção artística. Quando afotografia se popularizou, por 
exemplo, imaginava-se que ela era a representação da neutralidade nas reproduções 
imagéticas, delegando a interpretação dos cenários às pinturas. Com o tempo foi 
possível perceber que não existe neutralidade quando se fala em ponto de vista. Por 
mais fiel que uma fotografia seja de uma imagem, a escolha do momento em que o 
registro é feito, a posição do objeto fotografado, dentre outros fatores podem produzir 
resultados muitos diferentes. E isso vai moldar a forma como determinados objetos 
ou cenas são retratados. Como exemplifica Santaella (2005, p. 22):
 “ (A fotografia) acabou por revelar que o nosso próprio olhar é tam-bém fruto de uma construção com potenciais e limites definidos, uma construção dependente de pontos de vista física e cultural-
mente instituídos, dependente da proximidade ou distância físicas 
e ideológicas que estabelecemos com os objetos percebidos. Em 
suma, foi a fotografia que acabou com o mito de que nosso olhar é 
algo natural e inocente. 
A partir disso, é possível compreender que as mensagens são recriadas a partir das 
mídias, e que os indivíduos se apropriam destas mensagens, as transformam e se 
definem com elas, como afirma o professor Luís Mauro Sá Martino (2007, p. 9). 
Isso nos leva à outra forma de abordagem da Estética da Comunicação, que 
trata a estética como uma experiência sensível no processo comunicacional. 
Este enfoque passou a ser pensado pelos teóricos da comunicação a partir dos 
anos 1990. Foi quando, segundo Liesen (2010, p. 32), “a experiência estética passou 
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de algo vinculado apenas ao campo das artes para algo mais abrangente, próximo 
da comunicação e do cotidiano”.
Para entender esta corrente é preciso voltar a pensar no conceito de estética. 
De acordo com Martino, o significado original da palavra ‘estética’ vem do 
grego aisthesis e quer dizer ‘sensibilidade’. Portanto, para segundo ele, a Estéti-
ca da Comunicação trata das “relações entre os meios de massa e o indivíduo 
como um exercício de sensibilidade e produção” (MARTINO, 2007, p. 11). 
Partindo deste princípio, toda atividade comunicacional que envolve algu-
ma forma de percepção tem algum caráter estético, porque envolve alguma 
comunicação de afeto, sentimento, sensação ou, em resumo, sensibilidade. 
De início, este processo parece bastante abstrato, mas ele tem implicações práticas 
que veremos mais adiante. No entanto, é preciso entender como este fluxo acon-
tece, como ele impacta o mundo, como o mundo impacta ele e como os meios 
de comunicação estão inseridos nesta dinâmica.
Você já parou para pensar que quando formulamos uma frase, quando fazemos um pe-
dido, quando tornamos pública uma ideia, as palavras que escolhemos, a forma como 
dizemos e o tom que usamos impactam na maneira como esta mensagem é recebida 
pelas pessoas?
PENSANDO JUNTOS
Todo ato de comunicação se inicia quando um indivíduo tenta tornar comum algum 
pensamento. Quando uma pessoa tenta transmitir alguma produção da consciência 
para o mundo exterior. “O próprio exercício do pensamento é uma relação comuni-
cativa na qual o Ser discorre a respeito de si mesmo” (MARTINO, 2007, p. 25). 
Neste processo, no entanto, pensamos de um jeito e manifestamos externamen-
te essa mensagem, normalmente, de alguma outra forma. Aliás, nem nos damos 
conta exatamente como as mensagens se formam na nossa consciência. Ao mesmo 
tempo, às vezes, temos dificuldade de expressar ou externar uma ideia exatamente 
como a pensamos. Isso acontece porque a comunicação é como uma forma de 
‘tradução’ do que estamos pensando para que a outra pessoa entenda. A estética, 
87
portanto, é um ponto de partida de como alguma mensagem é externada para além 
de si mesmo com o objetivo de causar uma sensação similar em outro indivíduo.
É necessário notar que essas manifestações vão muito além do simples uso 
das palavras na forma da descrição linguística. Ela envolve qualquer tipo de troca 
de signos entre as pessoas. Podem ser gestos, podem ser símbolos ou cores que 
usamos em uma roupa ou qualquer forma de expressão que comunique algo. 
NOVAS DESCOBERTAS
Título: O Discurso do Rei
Ano: 2010
Sinopse: desde criança, George, herdeiro do trono do Reino Unido, 
tem problemas para se expressar por ser gago. Com a morte de seu 
irmão, ele passa a fazer um tratamento para tentar superar este problema 
para conseguir assumir o posto real e liderar a nação com seus discursos.
Comentário: George foi rei da Inglaterra durante um período turbulento, 
sendo coroado alguns anos antes da Segunda Guerra Mundial. O filme mos-
tra como foi importante que o monarca conseguisse superar problemas na 
forma como se comunicava para conseguir ganhar o respeito da população.
Segundo o comunicólogo francês Jean Caune (1997, p. 3), a comunicação acon-
tece a partir de interações e a experiência estética “se concretiza em um objeto 
endereçado aos sentidos: à visão, à audição, ao toque. Essa noção de sensibilidade 
dá ao objeto sua dimensão estética”.
 “ São signos de toda natureza, não apenas os utilizados para descrever ou nomear, mas também para se referir ao próprio pensamento. É nesse sentido que a objetivação da linguagem, embora seja uma pro-
dução subjetiva, se manifesta projetivamente sobre outro indivíduo 
no qual se espera conseguir um efeito de sensação e compreensão 
- um efeito estético, em suma. (MARTINO, 2007, p. 33)
De acordo com o sociólogo e jornalista Muniz Sodré (2006, p. 109), o ‘signo 
estético’ da comunicação é “o principal operador das relações entre a lógica do 
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discurso e as modelações da sensibilidade na esfera do audiovisual”. De acordo 
com Liesen (2010, p. 30), Sodré, a partir disso, concebe o processo de comuni-
cação como um vínculo, “cujo lado afetivo se torna cada vez mais importante 
contemporaneamente, seja para sua exploração na retórica midiática, seja na 
formação de comunidades estéticas”. 
Aqui quando falamos de ‘afeto’, não devemos pensar nos clichês, na demago-
gia, no discurso apelativo ou coisas deste gênero. Mas imaginar que o ato de se 
comunicar, de qualquer forma que seja, é uma maneira de se conectar aos inter-
locutores por meio de signos e sensações que o farão entender uma mensagem. 
Sempre que nos comunicamos, mesmo que sem nos darmos conta, estamos ten-
tando interferir na estrutura de significados de outras pessoas. Da mesma forma, 
sempre que recebemos uma mensagem, estamos sendo modificados por ela. 
Um exemplo dado por Sodré (2006, p. 9) é o seguinte: quando uma pessoa vai 
tentar explicar alguma coisa relacionada à Física para outras pessoas, ele vai usar 
alguns elementos próprios daquele assunto – exemplos matemáticos, conceitos 
científicos daquela área e usar termos e expressões próprias. Se esta mesma pessoa 
falar sobre Filosofia, ela pode usar outros elementos para se fazer entender, usar 
expressões e termos que estão mais familiarizados a este campo do conhecimento. 
Ao mesmo tempo, dependendo do conhecimento que ela tem sobre as duas áreas, 
dependendo do conhecimento que o interlocutor dela também tem sobre estas 
áreas e a depender do assunto, do ambiente e de vários outros fatores, pode ser 
que os signos usados sejam os mesmos.
De acordo com Liesen (2010, p. 30), as escolhas destes elementos formam 
um “laço social de base estética” entre os sujeitos que se comunicam. Segundo o 
sociólogo francês Michel Maffesoli (2005, p. 33), a estética da atividade comuni-
cacional tem como função ressaltar a eficácia das formas de simpatia e seu papel 
de ‘laço’ social. “Pode-se pensar que este seja o caso da estética que garante, desde 
então, a sinergia social, a convergência das ações, das vontades, que permite um 
equilíbrio, mesmo conflitual, dos mais sólidos” (MAFFESOLI, 2005, p. 32).
Por isso, é preciso ter em mente que, apesar de se formar na consciência 
do sujeito e das sensações serem efeitos pessoais, a experiência estética não é 
exclusivamente subjetiva. Ela é determinadatambém pelo contexto que a cerca. 
Segundo Liesen (2010, p. 33), “ela tem um efeito prático que muda conforme entra 
em contato com o mundo e se contrapõe com experiências externas e cotidianas. 
E são vários os fatores que influenciam nisso”.
89
Neste ponto, muitos estudiosos da Estética da Comunicação relacionam este 
processo com o conceito de senso comum. De acordo com Martino (2007, p. 
118), “a realidade social das pessoas se constrói na relação recíproca entre os se-
res humanos através de uma gigantesca troca de sentidos e as relações sociais se 
formam a partir de uma constante e recíproca troca de significados”. O que isso 
quer dizer é que os nossos conceitos, impressões e opiniões se formam a partir 
de uma troca permanente de mensagens nossas com o mundo exterior e com 
outras pessoas. São conversas que temos durante anos, são filmes a que assistimos, 
informações que acumulamos, anúncios que lemos, histórias que lembramos, 
dentre outras milhares de coisas. “Assim, o cotidiano é uma enorme trama de 
sentidos e significações constantemente em circulação produzidos e trocados a 
partir de cada indivíduo” (MARTINO, 2007, p. 118).
O senso comum é a reunião desta realidade social e destes significados em 
uma rede imensa, que foge ao nosso controle. Segundo o filósofo belga Herman 
Parret, o senso comum é o elo entre a sensibilidade das pessoas e o senso de 
comunidade. “É a categoria estética do senso comum que nos serve de valoração 
legitimadora de toda prática intersubjetiva da vida cotidiana” (PARRET, 1997, p. 
187). Isto é: a forma como sentimos as mensagens que recebemos estão inseridas 
pelo ‘filtro’ do senso comum. Da mesma forma, as mensagens que externamos 
são recebidas pelas outras pessoas também por meio disso.
Este senso comum seria a fronteira entre a intersubjetividade das pessoas 
que, ao compartilharem significados por meio da comunicação, estabelecem 
princípios da realidade de maneira imediata. Segundo Martino (2007, p. 119), 
“na prática, isso se reflete da seguinte forma: o modo que alguém se veste, que 
fala, que anda, que se porta, entre várias coisas, servem como informações que 
são imediatamente reconhecidas e compreendidas pelas pessoas num processo 
de comunicação”. Apenas o reconhecimento destas formas no outro já transmite 
uma série de mensagens que, baseadas em conceitos previamente concebidos, em 
contextos e culturas, já podem denotar várias informações sobre aquela pessoa.
Estas informações se transformam em um conhecimento de maneira muito 
rápida, quase automática, segundo Martino (2007), sem que seja necessário um 
raciocínio formal ou uma análise aprofundada. A capacidade de reconhecer esses 
padrões e estas informações associadas a isso, mesmo que elas não transmitam 
a mensagem correta, é a dimensão estética do senso comum. “Essa capacidade é 
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apreendida no decorrer do tempo, durante a vida social, na qual aprende-se a re-
conhecer informações, classificá-las, contextualizá-las e transformá-las em com-
portamentos decorrentes das informações que temos” (MARTINO, 2007, p. 119).
Este reconhecimento está cada vez mais ligado ao uso dos meios de comuni-
cação de massa. São eles que permitem a reprodução de padrões em uma escala 
global, em altíssima velocidade. São eles que ditam tendências e que têm o poder 
de incutir o que parece ser certo, errado, bonito ou feio. 
“Em pouco tempo, a mídia passa a influenciar as fronteiras entre o legítimo 
e o ilegítimo no terreno do pensamento” (MARTINO, 2007, p. 131). Antes uma 
construção, para o bem ou para o mal, que dependia muito mais de um contexto 
cultural e histórico, pode ter reflexos muito mais impactantes baseada exclusiva-
mente no potencial dos meios de comunicação. 
Além disso, a possibilidade das transmissões em massa de bens simbólicos cultu-
rais levou à formação de um senso comum mundial “como reflexo de uma comuni-
cação sem limites de espaço ou tempo” (MARTINO, 2007, p. 132). Isso, na prática, é 
o que permite que uma mesma campanha publicitária seja veiculada em Nova York, 
São Paulo e Pequim 
(FIGURA 2). O que 
um profissional pensa 
que pode ativar a sen-
sibilidade do público 
consumidor pode se 
aplicar, em boa medida, 
a comunidades com 
histórias completamen-
te diferentes, a milhares 
de quilômetros umas 
das outras.
Figura 2 – Anúncio de tênis da Nike em Pequim, capital da China
Descrição da Imagem: foto mostra um cartaz centralizado, bem grande, com um anúncio de um tênis 
Air, da Nike. A imagem do anúncio está dividida em três partes praticamente do mesmo tamanho. À 
esquerda, há a imagem de um rapaz de casaco preto e camiseta branca. Ele está andando em direção à 
câmera e usa um capuz na cabeça. Ao centro do anúncio uma frase, em vermelho, diz “Kiss My Airs”, que 
do inglês quer dizer “beije meus Airs”. À direita do anúncio, há uma mão segurando um tênis branco na 
vertical. Este anúncio está em um gramado em uma calçada, em frente a dois prédios modernos com 
janelas espelhadas. À frente do anúncio, uma pessoa de blusa alaranjada e calça preta anda de bicicleta.
91
Isso está diretamente ligado ao conceito de Indústria Cultural, elaborado pelo 
filósofo alemão Theodor Adorno. Os meios de comunicação são indústrias de 
massa de bens simbólicos que se popularizam como mercadorias e são consumi-
dos pelo público em larga escala. A produção das mensagens parte de uma racio-
nalidade da construção comunicativa, que visa ao maior alcance e repercussão.
Outro importante pensador alemão, Jürgen Habermas, desenvolveu a partir 
disso a ideia de Teoria da Ação Comunicativa que, dentre outras coisas, trata 
da racionalização da comunicação.
 “ A ação comunicativa é um tipo de interação social em que o meio de coordenar os diversos objetivos das pessoas envolvidas é dado na for-ma de um acordo racional, do entendimento recíproco entre as partes, 
alcançado através da linguagem. Ou seja, comunicação se refere a um 
determinado uso da linguagem, o uso da linguagem orientado para 
a obtenção de um acordo, de um consenso (NOBRE, 2018, p. 234).
O caráter estético da comunicação é uma forma de racionalização daquilo que 
queremos que sensibilize o outro. Quando formamos uma mensagem na nossa 
consciência, precisamos de alguma forma racionalizar esta informação para, ao 
externá-la, torná-la significativa e atraente para o outro.
Na Teoria da Ação Comunicativa, Habermas aponta que a comunicação acontece 
por meio de atos da fala, que são atos que buscam do ouvinte o reconhecimento da va-
lidade do que é dito. “Quando afirmamos, explicamos, descrevemos algo, está associada 
à nossa fala uma pretensão de que o que é dito é verdadeiro” (NOBRE, 2018, p. 236).
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O que Habermas faz é explicar uma realidade social a partir de uma teoria comunica-
cional. Então, por mais que esta validação seja algo que parta, na origem, de um indi-
víduo, esta dinâmica tem implicações que regem as relações sociais e o senso comum.
Segundo Martino (2007, p. 134-135), “os meios de comunicação de massa 
são mediadores da realidade social formada a partir dessa interação, por terem 
como matéria prima a linguagem. De acordo com ele, as notícias, por exemplo, 
são o retrato do senso comum”. Segundo o estudioso da comunicação na televisão 
James M. Carlson (1993, p. 243), “exemplo disso é que análises revelam que os 
telespectadores mais assíduos reconhecem mais como real aquilo que é veiculado 
na TV do que o que acontece no ‘mundo real’, ainda que assistir televisão gere 
representações imprecisas da realidade social”.
Uma vez que estas formas de ação comunicativa são racionais, esta racio-
nalidade se baseia na ideia, segundo Nobre (2018, p. 234) da “eficácia dos meios 
utilizados para a obtenção do fim, ou seja, uma ação é tanto mais racional quanto 
mais eficiente é o meio adotado para se obter”. Isso faz sentido se pensarmos os 
meios de comunicação como indústrias que produzem símbolos e mensagens.
Deixando de pensar apenas nos meios decomunicação e analisando, agora, 
o profissional de comunicação neste contexto: quando um jornalista faz uma 
matéria ou um publicitário cria uma peça de propaganda, eles têm como ob-
jetivo impactar o maior número de pessoas, certo? A relação dele com o obje-
to comunicacional, as escolhas dele, a inspiração e referências fazem diferença 
na forma como aquela reportagem ou propaganda será percebida pelo público. 
Consequentemente, o uso desta racionalidade vai definir, em alguma medida, a 
abrangência daquela mensagem, também.
No entanto, apesar deste processo tratar da relação do indivíduo com a pró-
pria mensagem, existem os impactos do senso comum nesta produção. No caso 
dos profissionais e no modo de fazer da comunicação, existem estruturas de re-
gras de estilo que se entende que são mais eficientes para que se chegue a este ob-
jetivo. No caso do jornalismo impresso e online, por exemplo, existe a técnica da 
“pirâmide invertida” que, a partir do senso comum, é um modelo que formata 
o texto com uma apresentação e uma ordem das informações visando à melhor 
eficácia para transmitir uma notícia. Isso, de certa forma, é uma fronteira para o 
processo de produção estética da comunicação. 
93
OLHAR CONCEITUAL
 A técnica da Pirâmide Invertida formata o texto hierarquizando as informações. Aquilo 
que é mais importante para o entendimento de uma notícia é apresentado nos parágra-
fos iniciais, o contexto é desenvolvido nos parágrafos intermediários e as informações 
menos relevantes são apresentadas no final do texto.
Informações mais importantes 
(O que, quem, quando, onde)
Contexto
(Aspas, informações 
secundárias)
Informações 
menos 
importantes 
(dados gerais, 
serviço)
Descrição da Imagem: a imagem mostra uma pirâmide invertida, com a parte mais larga no topo e a mais 
fina na base. Ela está dividida horizontalmente em três partes. De cima para baixo, na primeira parte, em 
laranja, está escrito “Informações mais importantes (O que, quem, quando, onde)”. Na segunda parte, 
em amarelo, está escrito “Contexto (Aspas, informações secundárias)”. Na terceira parte, em verde, está 
escrito “Informações menos importantes (dados gerais, serviço)”.
A redação publicitária é um outro exemplo. Existem manuais sobre as cons-
truções de frase que são permitidas ou não, quais verbos devem ser evitados 
etc. Eles são formatados a partir de um limite imposto pelo senso comum às 
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escolhas individuais. Isso não invalida a inspiração, intuição ou autonomia de 
um profissional, mas impõe eventuais tensões entre as escolhas dele e o que se 
convencionou como mais eficiente.
De acordo com Martino (2007, p. 136), o uso dos meios de comunicação para 
que estas histórias sejam veiculadas – sejam os portais, telejornais ou rádios que 
publicam uma matéria ou a rede social ou cartaz que estampa uma campanha 
– “representa a combinação de instâncias sociais e de construção de universos 
simbólicos que pautariam a ótica que terá o leitor-receptor da realidade”. Em ou-
tras palavras, os meios de comunicação de massa, por estarem inseridos em uma 
estrutura industrial e global, estão muito sujeitos a esta rede de relações sociais 
que impactam como as mensagens são sentidas pelo público.
Levando isso em conta, a racionalização da comunicação no contexto dos 
meios de comunicação de massa também pode servir como limites para a pro-
dução de um discurso que pareça mais potencialmente sensível por parte de um 
profissional. Este processo, então, não é construído apenas pelo profissional. Ele 
será moldado pelo senso comum, pelos padrões estilísticos e pelas dinâmicas de 
trabalho. Até o pouco tempo que os profissionais têm nas redações, agências e em-
presas para transformar uma informação bruta em um material distribuível para 
o público acaba limitando a dimensão estética da comunicação nestes casos. Este 
contexto é que determina, via de regra, como se dará a forma daquela mensagem. 
 “ O processo, portanto, não é inteiramente consciente. Do repórter que presencia determinado acontecimento até a recepção do pro-duto midiático pelo leitor, a realidade passa por processos vários de 
reconstrução, seleção, adaptação e edição, que distanciam o produto 
final da realidade objetiva, criando um efeito de distanciamento 
entre instâncias arbitrárias de decisão e sua objetivação no poder 
simbólico exercido (MARTINO, 2007, p. 137). 
Ainda que existam definições distintas de Estética da Comunicação levando em 
conta o campo da arte e o campo da comunicação, alguns conceitos aproximam 
as duas abordagens. Nos dois casos há a necessidade de se ativar a sensibilidade, 
seja do interlocutor do processo comunicativo, seja no espectador de uma obra de 
arte. Ao pensar no impacto do senso comum na criação estética, os dois campos, 
95
da comunicação e da arte, também se aproximam, pois nos indica que é preciso 
levar em conta os contextos sociais e temporais para que os dois processos te-
nham êxito e possam ser compreendidos.
Em resumo, as duas formas a Estética da Comunicação tratam das experiên-
cias sensíveis dos indivíduos com o mundo.
Você lembra que no começo desta unidade você foi questionado sobre uma 
campanha publicitária que tenha marcado a sua infância? Você conseguiu lem-
brar as sensações que esta propaganda despertava em você? Além disso, conse-
guiu relacionar quais elementos estéticos a fizeram marcante?
Vamos pegar, por exemplo, uma das propagandas de maior sucesso no Brasil 
nos anos 1990, que era uma campanha do Guaraná Antarctica, que falava sobre 
como era gostoso tomar a bebida enquanto se comia pipoca. Um dos elementos 
mais marcantes da propaganda era um jingle envolvente e fácil de cantar. O filme 
também mostrava várias garrafas de refrigerante sendo abertas, o que passava 
uma sensação de refrescância. Ao mesmo tempo, apareciam vários baldes de 
pipoca em cortes rápidos e dinâmicos. 
A propaganda chamava a atenção pela música, principalmente, que era ‘pegajosa’ e 
fácil de cantar. Ela também trabalhava com uma sensação de diversão, remetendo ao 
hábito das pessoas assistirem à televisão comendo pipoca e tomando o refrigerante, 
geralmente em um momento feliz. Portanto, é possível atrelar os elementos escolhidos 
para o comercial com os sentimentos de alegria e descontração, por exemplo. 
Esta propaganda foi veiculada no início dos anos 1990. Esta era uma época 
em que a televisão estava no seu auge como meio de entretenimento, alguns anos 
antes do surgimento da internet comercial no Brasil. Isso casava bem com a ideia 
de que assistir à televisão era um passatempo descontraído e interessante para 
ser consumido com os produtos descritos no comercial. 
A campanha fez tanto sucesso que ela foi relançada outras três vezes, em 2008, 2011 
e 2020. No entanto, nestas vezes, ela não teve o mesmo sucesso da veiculação original. 
É possível que isso tenha acontecido porque os recursos estéticos não tivessem mais 
tanta aderência no público ou na mensagem como tinham no começo dos anos 1990.
UNICESUMAR
96
Chegou o momento de você mostrar que entendeu os diferentes conceitos de Es-
tética da Comunicação:
1. Leia o texto a seguir:
Em um primeiro momento, questões de Estética normalmente são relacionadas à 
Teorias da Arte, Teorias Literárias ou ainda, ao estudo filosófico do Belo. No entanto, 
desde os meados dos anos 1990 – quiçá até antes, conforme a força da acepção 
que se queira dar ao termo – nota-se um aumento progressivo na atenção depo-
sitada ao tema dentro dos estudos de Comunicação. Dentro desta apropriação, é 
possível perceber um alargamento acerca da noção de “Estética” que, para além de 
sua vinculação específica à Arte, também passa a adquirir espaço e forma como um 
fenômeno estético – na forma de se pensar a comunicação humana, em seu jogo de 
sentidos, afetos, sensibilidades e inteligibilidades. 
MARTINO, L. M. S. Aproximações entre estética e comunicação: aberturas possíveis 
e diálogos entre os conceitos. Intexto, Porto Alegre, UFRGS,n. 36, p. 14, maio/ago. 
2016.
Com base nos diferentes entendimentos e abordagens sobre Estética da Comuni-
cação, é possível afirmar:
I - Antes de ser abordado como um fenômeno da comunicação, a Estética da Co-
municação foi um conceito relacionado à produção artística. 
II - As abordagens da Estética da Comunicação nas artes não têm qualquer relação 
com o conceito comunicacional porque quando está relacionada à produção 
artística, a estética é sinônimo de beleza, diferente do conceito quando se trata 
do processo de comunicação.
III - Tanto na abordagem comunicacional quanto artística, é possível entender Esté-
tica como um conceito relacionado à sensibilidade.
IV - Depois que foi apropriado pela comunicação, o conceito de Estética da Comuni-
cação foi abandonado e rejeitado pelos pensadores da produção artística.
V - Apesar de ter sido batizada apenas nas últimas décadas do século XX, a relação 
entre estética e comunicação é anterior a isso.
As afirmações verdadeiras são:
97
a) I e II.
b) I, III e V.
c) II e IV.
d) I, IV e V.
e) IV.
2. Leia o texto a seguir:
A interface das artes com as comunicações já é antiga. No “Manifesto radiofônico”, 
publicado na Gazzeta Del Popolo, em setembro de 1933, Marinetti e Pino Masnata 
propõem que o rádio seja utilizado in liberta (livremente), a fim de expandir os recur-
sos sonoros e expressivos das programações radiofônicas usuais: ruídos, verbos em 
sua forma infinitiva e barulhos de máquina foram algumas das exigências propostas 
no manifesto.
ARANTES, P. @rte e mídia: perspectivas da estética digital. São Paulo: Senac, 
2005. p. 44.
Levando em conta o texto acima e o conceito de Estética da Comunicação nas artes, 
veja as afirmações a seguir:
I - A evolução tecnológica dos meios de comunicação, após a Revolução Industrial, 
passou a fornecer novos materiais, produtos, meios e temas para a produção 
artística.
II - A Estética da Comunicação na arte estuda como as tecnologias passaram a de-
safiar os parâmetros de espaço e tempo que se conheciam até então.
III - O uso da internet e dos meios digitais encerrou a Era da Estética da Comuni-
cação, porque o uso da tecnologia deixou de ser uma exceção e virou regra na 
produção artística.
IV - Pinturas, esculturas e livros perderam sentido como elementos artísticos porque 
foram substituídos pelas obras de arte que se utilizam de tecnologia.
V - O conceito de sublime tecnológico, pensado pelo filósofo italiano Mario Costa, 
trata de três aspectos da Estética da Comunicação: coletividade das criações artís-
ticas; ambientes virtuais que se desprendem de uma localidade física e material; 
e capacidade de dominar o ‘absolutamente grande da natureza’.
Estão corretas as alternativas:
98
a) I, II e III.
b) II e IV.
c) I, II e V.
d) I, II, III e IV.
e) III e IV.
3. Leia o texto a seguir:
O publicitário que desenha um cartaz mantém com ele uma relação pessoal – assim 
como o jornalista ao escrever um texto ou o radialista produzindo um programa. Por 
mais mecanizado e rotineiro que seja o trabalho, o criador precisa pensar, imaginar, 
criar e, para isso, comporta-se em uma relação pessoal com o objeto, mesmo em 
um nível mínimo decorrente da repetição da mesma atividade.
MARTINO, L. M. S. Estética da comunicação: da consciência comunicativa ao 
“eu” digital. Petrópolis: Vozes, 2007.
Sobre a estética nos processos comunicativos, é correto afirmar que:
I - A Estética da Comunicação pode ser entendida como o estudo das relações in-
dividuais de uma pessoa com o objeto da comunicação que têm como objetivo 
uma experiência sensível.
II - A estética de uma mensagem está sujeita apenas à emissão de uma mensagem 
e à interpretação do interlocutor.
III - A estética de uma linguagem está necessariamente atrelada às expressões ver-
bais.
IV - Segundo o filósofo belga Herman Parret, o senso comum é o elo entre a sensi-
bilidade das pessoas e o senso de comunidade.
V - Como a Estética da Comunicação remonta à comunicação interpessoal, os meios 
de comunicação de massa não estão inseridos neste tipo de abordagem.
As alternativas corretas são:
a) I, III e IV.
b) II, III e IV.
c) II e V.
d) I, II, IV e V.
e) I e IV.
4Linguagens Tradicionais e 
Digitais
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
A digitalização, a internet e a conectividade móvel mudaram comple-
tamente vários aspectos da sociedade. O mais impactado deles foi a 
comunicação, que viu uma revolução que não se via desde a criação 
do alfabeto, milênios atrás. Nesta unidade veremos como produtos 
comunicacionais tiveram que se apropriar das novas possibilidades que 
estas tecnologias proporcionaram, como as ferramentas interativas, hi-
pertextuais e multimídias. Também vamos estudar como um novo leitor 
também surgiu a partir disso, que passou a exigir novos formatos de 
conteúdos. Tudo isso impacta na estética e nas experiências sensoriais 
que os meios de comunicação promovem nas suas audiências.
UNIDADE 4
100
Caro(a) estudante! Você, possivelmente, tem seus portais, programas de televisão 
ou aplicativos de redes sociais favoritos, certo? Em alguns casos, estes produtos 
comunicacionais agradam mais do que outros pelo conteúdo que oferecem. Em 
outros casos, você os acessa porque já está mais acostumado com aquele layout, com 
aquele tipo de navegação e com a forma como estes conteúdos são apresentados. 
Você já parou para pensar que, independentemente do motivo, o conteúdo ou a 
apresentação destes produtos se moldou com o tempo para satisfazer o seu gosto e o 
gosto de outros clientes, usuários ou espectadores? E que os elementos que agradam 
nestes produtos também mudaram com o tempo, conforme você conheceu novas 
ferramentas e aplicações? E que, quanto mais intuitiva for a forma que você pode 
acessar um produto de comunicação, mais agradável ela vai ser?
A forma como os conteúdos são apresentados nos meios de comunicação 
seguem alguns critérios que mudaram ao longo do tempo, com o objetivo de 
envolver e satisfazer melhor as audiências. Antigamente, nos séculos passados, a 
comunicação formal acontecia essencialmente pela escrita e seu grande atrativo 
era a informação que constava nos livros. Depois, com os meios de comunicação 
de massa, a informação começou a se espalhar com mais velocidade e variedade, 
e o caráter estético destes meios se tornou mais importante. Os sentimentos que 
um filme desperta quando é exibido fazem com que um espectador preste mais 
atenção ou não naquela mensagem, um programa de televisão agradável de se 
assistir tende a ter mais audiência, e assim por diante. 
Com o surgimento da internet, dos meios digitais e da comunicação móvel, 
as fontes de informação se multiplicaram muito e a competição pela atenção 
das audiências ficou ainda maior. O nível de informação que os produtores de 
conteúdo têm sobre suas audiências – e o comportamento delas – também au-
mentou, o que fez crescer exponencialmente a importância de se produzir infor-
mação mais acessível, ágil e interativa, atendendo aos anseios do público. Com 
isso, as linguagens e as formas dos conteúdos ganharam importância e os meios 
de comunicação tradicionais se viram obrigados a absorver, com maior rapidez, 
elementos e ferramentas digitais para corresponder a estes anseios.
Caro(a) aluno(a)! Vamos pensar sobre isso na prática. Pense em um veículo 
de comunicação de que você goste. Pode ser um programa de televisão ou um 
portal de notícias ou um site qualquer. Algo que você assiste ou acessa há algum 
tempo com o objetivo de se informar. Escolha um veículo de comunicação para 
101
analisar e liste quais são os elementos que fazem você gostar deste produto de 
comunicação, quais são os concorrentes dele, e quais as diferenças que fazem 
preferir um produto a outro. 
O que mais agrada você neste produto? Se é o conteúdo, o que ele tem que 
os concorrentes não têm? Se é o formato ou o visual, no que estes elementos di-
ferem dos demais veículos? São as duas coisas? E pensando, você se lembra das 
mudanças que este produtode comunicação teve com o passar do tempo? Que 
novos elementos foram absorvidos que o tornaram melhor? Analise esses fatores, 
pense a respeito de como estes elementos são percebidos por você e por que eles 
agradam ou não. Anote seus achados e suas reflexões no Diário de Bordo. 
DIÁRIO DE BORDO
A digitalização, o acesso à internet e a proliferação de dispositivos móveis 
promoveram mudanças muito profundas na sociedade. Quem eventualmente 
nasceu em uma época em que ter computadores e celulares é algo corriqueiro 
pode não conseguir dimensionar isso, mas a possibilidade de acessar informa-
ções variadas do mundo inteiro com alguns poucos cliques e de estar conectado 
UNIDADE 4
UNIDADE 4
102
o tempo inteiro pelo celular mudou a forma como praticamente tudo que existe 
no mundo funciona. Isso aconteceu devido ao impacto que a digitalização e a 
conectividade têm no modo como as pessoas se relacionam e como as informa-
ções são distribuídas. As tecnologias digitais também permitiram que um novo 
mundo virtual se abrisse ao nosso redor, modificando completamente o ambiente 
em que vivemos, já que, segundo Luís Sá Martino (2007, p. 155), “a dimensão 
mais externa do sujeito é sua relação com o espaço circundante” – e no mundo 
globalizado e conectado, o espaço que nos rodeia foi totalmente redimensionado.
Todas as áreas do conhecimento e todos os aspectos da vida humana muda-
ram em alguma medida com isso, mas, segundo o sociólogo espanhol Manuel 
Castells (2019, p. 18), um dos maiores estudiosos sobre a vida em rede, “a mudança 
social mais aparente e profunda se deu na comunicação, em função da populari-
zação da internet comercial, para uso doméstico e particular, e pela tecnologia dos 
aparelhos sem fio, que permitiram que a conexão à internet se tornasse constante 
às pessoas”. Para ele, esta transformação tecnológica tem uma dimensão histórica 
tão revolucionária e importante que é comparável à invenção do alfabeto, que 
aconteceu muitos séculos atrás (Figura 1). 
Figura 1 – Bloco de rocha com inscrições do alfabeto fenício, no Líbano
Descrição da Imagem: a fotografia mostra, ao centro, uma rocha bege com várias inscrições feitas com 
letras do alfabeto fenício na superfície. São sete linhas de inscrições, com cerca de vinte sinais em cada 
uma delas. A superfície da rocha está levemente danificada. O formato do pedaço de pedra é retangular, 
com as bordas arredondadas e danificadas pelo tempo. A rocha está exposta em um balcão preto. Ao 
fundo, à direita, há uma parede de pedra, e no canto superior esquerdo da foto, ao lado do balcão onde 
a rocha está, há um painel preto com uma folha branca pendurada, com textos informativos.
103
Segundo Castells, a invenção do alfabeto séculos atrás marcou significativa-
mente a sociedade, estabelecendo um marco histórico que causou mudanças 
profundas em todos os aspectos das ações humanas. Assim como aconteceu com 
a popularização da internet, a criação do alfabeto alterou as maneiras como nos 
comunicamos e impactou na importância que nós damos a cada uma das dife-
rentes formas de comunicação.
Para entender o raciocínio de Castells, é preciso fazer uma retomada das 
mudanças promovidas milênios atrás. De acordo com o sociólogo, “foi o alfabeto 
que proporcionou a infraestrutura mental para a comunicação cumulativa, ba-
seada em conhecimento” (CASTELLS, 2019, p. 413). Isto quer dizer que foi este 
acúmulo de conhecimento, por meio de um discurso conceitual e racional que 
a linguagem escrita promove, que permitiu o desenvolvimento da filosofia e da 
ciência, por exemplo. Por outro lado, segundo ele, o alfabeto também separou de 
vez a comunicação escrita do sistema audiovisual de símbolos e percepções, que 
eram baseados na fala e nos gestos.
 “ Ao estabelecer, implícita e explicitamente, uma hierarquia social entre a cultura alfabetizada e a expressão audiovisual, o preço pago pela adoção da prática humana do discurso escrito foi relegar o 
mundo dos sons e imagens aos bastidores das artes, que lidam com 
o domínio privado das emoções e com o mundo público da liturgia 
(CASTELLS, 2019, p. 413).
Então, apesar de proporcionar o acúmulo de conhecimento por meio de um 
discurso racional escrito, por outro lado, a criação do alfabeto deixou a tradição 
de comunicação por meio da fala e dos gestos em uma posição de inferioridade e 
informalidade perante a escrita. Isso teve suas vantagens, como a possibilidade de 
registrarmos conhecimento e a história, mas colocou em desvantagem a imensa 
maioria das pessoas que, ao longo de séculos, não dominava a escrita, criando 
uma hierarquia entre as formas de comunicação.
UNIDADE 4
Hipertexto: o conceito é de uma teia de textos (escritos, verbais, visuais) interligados em 
um ou vários ambientes que promovem uma leitura que não precisa ser linear entre eles. 
Na prática, é como uma página na internet que apresenta vídeos, fotografias, links para 
outras páginas, caixas de textos explicativos, dentre outros recursos que complementam 
e aprofundam as informações.
Interatividade: quando se permite que exista um sistema de trocas de informação en-
tre emissores e receptores. Antes, com os meios de comunicação de massa, a interação 
com os conteúdos era muito limitada – resumindo-se à escolha de um canal de TV, por 
exemplo. Já com a internet e as mídias digitais, é possível comentar matérias, participar de 
enquetes, alterar conteúdos e criar produtos.
Fonte: Silva (2000).
EXPLORANDO IDEIAS
UNIDADE 4
104
Essa dinâmica de superioridade da escrita perante as outras formas de comunicação 
durou muitos séculos, quando, no século XX, começou a mudar com a invenção 
de aparelhos como a televisão, o cinema e o rádio, que permitiam a gravação de 
formas de comunicação orais e visuais e reprodução em massa – algo que, desde a 
imprensa, só era possível com a comunicação escrita. Foi neste momento em que, 
de acordo com Castell (2019), “começou a revanche audiovisual”, que se tornaria 
completa com a popularização das tecnologias digitais de rede interativa. Para ele, 
os dois momentos são comparáveis por que, agora, uma nova revolução de propor-
ções parecidas acontece, já que “pela primeira vez na história se integrou, no mes-
mo sistema, as modalidades escrita, oral e audiovisual da comunicação humana” 
(CASTELLS, 2019, p. 414), no uso de hipertextos e de interatividade.
Essa integração, feita a partir de pontos variados ao redor do planeta, em uma 
dinâmica que pode acontecer em tempo real ou no tempo que a pessoa quiser, 
de maneira assíncrona, muda completamente todas as formas de comunicação e 
a maneira como os meios e os produtos de comunicação se apresentam estetica-
mente. Se lembrarmos que Estética da Comunicação é o caráter sensível deste 
processo, ou seja, a maneira como a comunicação é sentida pelas pessoas que 
interagem, fica bem claro que estas mudanças tecnológicas alteraram a forma 
como estes produtos comunicacionais são apresentados.
105
Em geral, a comunicação e os seus meios se adaptam às mudanças tecnológicas 
que acontecem. Estas mudanças são impostas pela conveniência que cada meio 
assume na vida das pessoas. Isso aconteceu inúmeras vezes ao longo da história dos 
modelos de comunicação, mesmo antes da internet. Por exemplo: com a populari-
zação da televisão, o rádio perdeu a hegemonia que tinha como meio de comunica-
ção que prestava as informações básicas para as pessoas, mas ganhou importância 
em “penetrabilidade e flexibilidade, adaptando modalidades e temas ao ritmo da 
vida cotidiana das pessoas” (CASTELLS, 2019, p. 415). Os jornais impressos deixa-
ram de ter caráter nacional, mas conseguiram ter edições locais simultâneas a partir 
da possibilidade de escrita, edição e impressão a distância. Os filmes passaram a ser 
pensados para exibição em telas pequenas dos televisores domésticos ao invés das 
grandes telas de cinema – e hoje precisam ser pensados para quem assiste a eles pela 
tela do celular. E, assim por diante, algumas adaptações semelhantes aconteceramcom absolutamente todos os meios de comunicação ao longo da história.
Com a digitalização, o que aconteceu de mais marcante relacionado à adaptação 
das outras mídias foi uma apropriação das linguagens já existentes pelos meios 
digitais e adequação delas para novos formatos. Segundo Castells (2019, p. 19), 
este processo promoveu uma “perda de nitidez” das fronteiras entre os meios de 
comunicação de massa e os meios digitais. Isso fica claro, por exemplo, em materiais 
audiovisuais feitos para televisão, mas que são integrados em plataformas digitais, 
como uma matéria de um telejornal que é publicada como conteúdo extra em uma 
reportagem em um portal de notícias. Ou, por outro lado, quando um vídeo posta-
do em uma rede social acaba sendo usado como material para algo que é exibido 
na televisão. A partir do momento em que não existem mais fronteiras claras entre 
os meios, há uma adaptação estética nos modelos de comunicação.
Um exemplo interessante de se notar, neste caso, é a forma como as pessoas 
fazem o enquadramento das fotos e dos vídeos. Antes dos telefones celulares com 
câmeras, o modo tradicional de registrar imagens era na horizontal, que era como 
as máquinas fotográficas e câmeras faziam suas gravações de maneira mais natural 
e como as imagens eram exibidas na tela do cinema ou da televisão. Com a popu-
larização dos smartphones (do inglês, telefones inteligentes), as fotos e vídeos na 
vertical se tornaram muito mais populares – a ponto de se transformar no modelo 
de exibição padrão em vários aplicativos, como no Instagram e no TikTok.
UNIDADE 4
UNIDADE 4
106
A internet e a comunicação digital também moldaram um novo leitor, com novos 
hábitos, o que impactou em uma nova forma de apresentação dos conteúdos. 
Segundo Lúcia Santaella (2004, p. 32-34), a possibilidade de navegação interati-
va que a internet e a informática proporcionaram envolveram “transformações 
perceptivo-cognitivas por parte do leitor”, que se transformou em um leitor 
imersivo. Segundo a autora, antes do ambiente virtual, existiam dois tipos de 
leitores – entendendo “leitores” como pessoas que consomem qualquer tipo de 
comunicação: o leitor contemplativo e o leitor movente. 
O leitor contemplativo era aquele leitor que existia antes dos meios de comu-
nicação de massa, que basicamente tinha acesso a livros, jornais e a comunicações 
orais. A relação dele com estes produtos, e até mesmo com produções culturais e 
artísticas, era de contemplação. “O máximo de interação que existia era, por exem-
plo, poder voltar algumas páginas de livro para reler alguma passagem, reimaginar 
alguma cena, de maneira solitária e concentrada” (SANTAELLA, 2004, p. 24).
Outra forma de leitor surgiu depois, com os meios de comunicação de massa. É 
o leitor movente, já impactado pelos cinemas, a televisão, rádio, em meio ao cres-
cimento das grandes cidades, do trabalho industrial e do consumo. O leitor destas 
mídias e obras culturais passa a ser alvo da publicidade, as regras de mercado passam a 
influenciar os produtos de comunicação e a interação com os meios de comunicação 
passa a ser mais ágil e transitório entre linguagens escritas, sonoras e visuais.
NOVAS DESCOBERTAS
Título: The Stunt Double (O Dublê, em inglês)
Ano: 2020
Sinopse: o curta-metragem de nove minutos produzido a pedido da 
Apple conta uma breve história do cinema, desde os filmes mudos 
até os dias de hoje, sendo todo filmado com um aparelho celular, 
com o enquadramento na vertical.
Comentário: como o enquadramento de todas as cenas é feito de um modo 
diferente, é curioso notar como os elementos são apresentados na tela. 
107
 “ Esse segundo tipo de leitor, no entanto, intermediário entre o leitor do livro e o leitor imersivo do ciberespaço, esteve preparando a sen-sibilidade perceptiva humana para o surgimento do leitor imersivo, 
que navega entre nós e conexões alineares pelas arquiteturas líqui-
das dos espaços virtuais (SANTAELLA, 2004, p. 29).
É um leitor que, por meio da hipertextualidade, pode mergulhar em um ambiente 
infinito de conteúdos “num roteiro multilinear, multissequencial e labiríntico que 
ele próprio ajudou a construir ao interagir com os nós entre palavras, imagens, 
documentação, músicas, vídeos etc.” (SANTAELLA, 2004, p. 33). Isso promove 
uma experiência estética que não existia antes. De acordo com a autora, a passa-
gem de um tipo de leitor para o outro envolve grandes transformações sensórias, 
perceptivas, cognitivas e, consequentemente, transformações de sensibilidade.
Não é comum você ler uma notícia e, depois de alguns minutos, ao clicar em alguns links, 
navegar em um site completamente diferente do assunto inicial que estava acessando? 
Já pensou que isso só é possível por causa deste roteiro sem linearidade dos hipertextos 
da internet?
PENSANDO JUNTOS
O leitor imersivo está tão envolvido nesta rede de informações e interações que 
ele acaba sendo um agente gerador de conteúdo, que eventualmente é aprovei-
tado pelas mídias tradicionais. A avalanche de informações é tão grande, que as 
empresas de comunicação, por exemplo, não conseguem dar conta sozinhas da 
produção, curadoria e divulgação de informações. É preciso aproveitar estas fer-
ramentas de interatividade para dar vazão a esta oferta tão grande de conteúdos. 
“Não há como produzir conhecimentos na intensidade, profundidade e velo-
cidade exigidas pela era digital, senão por meio da ação coletiva” (CASTILHO; 
FIALHO, 2009, p. 123). Ou seja, o leitor ou o espectador se torna um agente ativo 
neste processo de criação e compartilhamento, em uma dinâmica em que não fica 
mais claro quem é o emissor e quem é o receptor de uma mensagem. 
Além da interatividade entre o público e os conteúdos, o ambiente virtual tam-
bém permite que os usuários interajam entre si. Isso passa por uma grande revo-
lução nas telecomunicações, que permitiu que pessoas se conectassem de maneira 
UNIDADE 4
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108
muito rápida entre si dos pontos mais extremos do planeta, mas também permitiu 
que várias teias de relações baseadas em laços comuns e identidades virtuais se conso-
lidassem. É o que define e populariza as redes sociais. São ambientes onde as pessoas 
podem criar perfis e formar comunidades para troca de informações e afinidades. É 
possível, inclusive, assumir uma personalidade virtual muito diferente daquela que as 
pessoas vivem nas suas vidas cotidianas no mundo desconectado. É também possível 
criar conteúdos, postar e ter um alcance, dependendo do caso, até maior do que veícu-
los de comunicação tradicionais alcançam – que é o conceito de Conteúdo Gerado 
por Usuários, que caracteriza uma segunda geração das redes sociais.
NOVAS DESCOBERTAS
Título: A Rede Social
Ano: 2010
Sinopse: o filme conta a história da criação do Facebook. O enredo 
mostra Mark Zuckerberg em 2003, quando ainda era um estudante 
em Harvard, desenvolvendo a rede social e, depois, com a popularização do 
site, lidando com o sucesso e as complicações decorrentes do negócio.
Comentário: é interessante notar, neste caso, o que fez com que o Face-
book tenha se popularizado tão rápido entre os estudantes e, depois, em 
todo o planeta. O conceito de as pessoas poderem ter um perfil público em 
um ambiente virtual e terem a oportunidade de interagir com outras pes-
soas foi inovador e revolucionou o conceito de redes sociais.
Como podemos ver, estas ferramentas impactaram diretamente diversos produtos 
de comunicação. A duração das reportagens na televisão, o tamanho dos textos nos 
portais de notícia, as linguagens dos anúncios publicitários e diversas outras formas 
de comunicação assimilaram elementos da internet e das mídias sociais. Os espaços 
dedicados a comentários de leitores em portais de notícias são um exemplo bem 
claro de como alguns elementos visuais e interacionais foram imitados das redes 
sociais pelas mídias tradicionais. Antes, os leitores ou espectadores podiam, no 
máximo, mandar uma mensagem para o veículo de comunicação que decidia se pu-
blicavaaquele comentário ou não. Depois das redes sociais, foram abertas caixas de 
mensagens onde os leitores podem fazer os comentários públicos para que outros 
usuários leiam; podem responder a comentários de outros leitores; podem ‘curtir’ ou 
109
‘descurtir’ interações de terceiros, 
dentre outras coisas. Ações pare-
cidas com as que as ferramentas 
de mídias sociais oferecem só que 
dentro de um portal de notícias. 
Tudo isso para tentar usar elemen-
tos que deram certo nas redes so-
ciais e promover maior interação 
dos usuários com o portal.
Adaptação das linguagens e formatos em função do que é dito nas redes também 
é muito comum na publicidade. Você lembra de uma história que ficou famosa 
de uma criança que escreveu um bilhete se passando por uma professora, que 
dizia que os alunos estavam dispensados da aula e que ao final dizia “É verdade 
este bilhete”? A história viralizou e, segundo o Google Trends, este foi o terceiro 
meme de internet mais comentado no Brasil em 2018. Segundo Pereira (2019, p. 
135), “a ressignificação do conteúdo deste caso para diversos contextos é o que fez 
dele muito atrativo e compartilhado por artistas, marcas e imprensa”.
Descrição da Imagem: a foto mostra um pedaço de folha de caderno rasgada no formato retangular com 
a seguinte mensagem escrita, em letra de forma: “Senhores paes (sic). Amanhã não vai ter aula poorque 
(sic) pode ser feriado. Assinado: Tia Paulinha. É verdade esse bilete (sic)”. Abaixo da palavra “vai”, há uma 
palavra ilegível rabiscada. O texto está escrito em tinta de caneta preta. O pedaço de papel está sobre 
uma superfície que tem as cores e alguns elementos da bandeira do Brasil.
Figura 2 – Bilhete de garoto que tentou se passar por professora e viralizou nas redes sociais
Fonte: Pereira (2019, p. 116).
UNIDADE 4
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Aproveitando a ideia, Netflix e Casas Bahia, dentre outras empresas, fizeram cam-
panhas usando a mesma estética e linguagem do garoto, com bilhetes anunciando 
promoções ou promovendo produtos. Casos como este acontecem com bastante 
frequência como estratégia das agências de publicidade e marcas. É uma forma 
de um produto tentar entrar nas discussões orgânicas que acontecem nas redes 
digitais e se aproximar do público.
NOVAS DESCOBERTAS
A Netflix aproveitou o assunto para fazer uma campanha no Insta-
gram na mesma semana em que o caso do menino que escreveu o 
bilhete para tentar não ir para a aula. Na postagem, a empresa utiliza 
uma estética parecida com a foto original do bilhete: um recado ano-
tado em uma folha de papel. 
O texto, em tinta preta, em letra de forma, está escrito: “Senhoras 
e senhores responsáveis, amanhã é dia de maratonar e não haverá 
aula. Pode maratonar em paz. Ass: Tia Netflix. É verdade esse bilete 
(sic)”. No lado direito da imagem, o texto da postagem diz: “Gente, pas-
sando aqui para esclarecer que este bilhete não é real #FakeNews.” 
Acesse o QR Code a seguir e veja a postagem.
Fonte: INSTAGRAM. Perfil da Netflix. 27/08/2018. Disponível em https://
www.instagram.com/p/Bm_m57lH123/. Acessado em: 14 abr. 2022.
Essa apropriação não se restringe aos sites de notícias ou às agências de publicida-
de. No mundo corporativo há um exemplo interessante quanto estas ferramentas 
interacionais podem ser aplicadas em vários lugares. Empresas começaram a usar 
ferramentas que criam ‘timelines’ (do inglês, linha do tempo) semelhantes às de 
plataformas como o Facebook e oferecem ambientes de ‘chats’ (do inglês, conver-
sas) em grupo para que os funcionários possam interagir entre si e melhorar a 
comunicação das equipes, setores ou departamentos de uma mesma companhia. 
Esse tipo de ambiente virtual ganhou ainda mais espaço com a popularização do 
trabalho remoto ou em grandes companhias que têm várias sedes pelo mundo. 
Desta forma, as empresas conseguem promover os pilares corporativos e tentam 
melhorar o clima organizacional a distância, em um espaço totalmente virtual. 
Enfim, em geral, todos os meios e formas de comunicação se apropriaram da es-
https://www.instagram.com/p/Bm_m57lH123/
https://www.instagram.com/p/Bm_m57lH123/
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/15231
111
tética, da apresentação e da linguagem das redes sociais para conseguir ter maior 
capilaridade e promover interatividade.
Os meios de comunicação também ‘importaram’ vários destes recursos por 
uma questão de sobrevivência, segundo o pesquisador sobre estudos de mídia 
Mark Deuze. Com a internet, a mídia tradicional ganhou uma porção quase infi-
nita de concorrentes. De acordo com o relatório da agência global de tendências 
de comportamento We Are Social, em 2020, em média, em todo o mundo, as 
pessoas passavam 6 horas do dia na internet, o que representa quase o dobro do 
tempo médio gasto assistindo televisão (3 horas e 24 minutos) e o triplo do tempo 
lendo mídias impressas e livros (2 horas e 2 minutos). O Brasil tem uma taxa de 
pessoas conectadas que ainda é baixa, se relacionada aos países desenvolvidos, 
com 75% da população conectada à internet, mas, de acordo com o mesmo 
relatório, as pessoas que têm acesso à internet passam, em média 10 horas e 
8 minutos conectadas, o que representa a segunda maior média do mundo, 
enquanto o tempo assistindo televisão caiu, entre 2012 e 2021, de 2 horas e 15 
minutos diários para 1 hora e 56 minutos, em média. Esse movimento acontece, 
em geral, porque as mídias digitais e a internet estão cada vez mais imbricadas 
nas nossas vidas e, também, porque apresentam informações e interações mais 
interessantes para uma boa parte da audiência do que as mídias tradicionais.
Mais interativas e seg-
mentadas, estas mídias 
digitais passaram a ofe-
recer recursos para os 
usuários que escapavam 
das grandes mídias. Isso 
também mudou alguns 
conceitos estéticos de 
décadas que a mídia 
tratava quase como leis. 
É possível notar isso na 
apresentação dos con-
teúdos visuais de uma maneira mais despojada e menos produzida. 
A apresentação de um programa de televisão é um exemplo. Antigamente, o 
apresentador quase sempre falava o que já tinha sido escrito anteriormente em 
UNIDADE 4
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112
uma lauda, o texto era reproduzido no teleprompter e os vídeos tinham que ter 
um critério mínimo de qualidade técnica para serem exibidos. Os repórteres de 
televisão eram as testemunhas oculares dos fatos e eram praticamente detento-
res do monopólio da informação. Isso tudo mudou de maneira radical com a 
internet e a digitalização da comunicação. Primeiro, as pessoas passaram a ter 
acesso a equipamentos para captação de imagens digitais, depois elas passaram a 
compartilhar isso organicamente nas redes sociais e, além disso, passaram a gerar 
conteúdo para outros usuários da rede. Tudo isso, da câmera digital aos canais 
de YouTube, forçaram as mídias tradicionais a adotarem novos visuais: o texto 
pode ser mais despojado, uma apresentação dos programas tem a possibilidade 
de ser mais despojada e as imagens mais interessantes são aquelas que captam a 
notícia mais inusitada possível, mesmo que seja uma câmera de segurança que 
flagra um acidente de carro ou uma câmera de celular sem uma resolução boa 
que filma a hora exata de um desastre. 
Lauda jornalística: é um arquivo, impresso ou digital, em que o texto da televisão ou 
do rádio é escrito antes de ir ao ar. A lauda tem marcações técnicas para, no caso da 
televisão, apontar o que vai ser exibido enquanto o texto é lido e também mostra qual a 
duração de tempo que aquele texto vai ter quando for apresentado. Pode acontecer de os 
jornalistas levarem as laudas impressas para as bancadas dos telejornais para organizar 
a ordem dos textos que serão apresentados.
Teleprompter: é um equipamento que fica acoplado às câmeras onde o texto da lauda 
é mostrado ao jornalista. Com ele, o jornalista consegue ler o que precisa dizer no ar ao 
mesmo tempo em que olha para a lente da câmera. O texto corre pela tela do equipamen-
to conforme for o ritmo de locução do apresentador ou da apresentadora.Fonte: Silva e Penteado (2014).
EXPLORANDO IDEIAS
Para se aproximar do público e tentar estancar a fuga da audiência, os meios de 
comunicação apostam cada vez mais na interação com a audiência, na publicação 
de conteúdos enviados pelos telespectadores e leitores em uma dinâmica quase 
que colaborativa de produção. O texto escrito também mudou. As grandes repor-
tagens de jornais perderam espaço para textos mais breves, diretos e objetivos, 
com linguagem mais acessível e chamativa. 
113
Figura 3 – Teleprompter em programa de televisão
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: ht-
tps://bit.ly/3Pk17re. Acessado em 13 abr. 2021.
Descrição da Imagem: a fotografia mostra 
um aparelho teleprompter, usado para que o 
texto de televisão seja lido pelo apresentador. 
A imagem está na vertical. Há um monitor 
preto virado com a tela para cima e ele é re-
fletido em um espelho, que reproduz o texto 
que está parcialmente coberto. É possível ler 
parcialmente, em azul na tela preta, a frase 
“Boa noite… O Roda Viva… Chegando ao… E 
queremos agradecer a…”. Ao fundo, há uma 
parede branca.
De acordo com Mark Deuze (2019, p. 
130), em geral, a criatividade no trabalho 
jornalístico, por causa de uma tradição 
que buscava a objetividade da infor-
mação acima de tudo, tendia a ser vista 
como limitada “pela natureza rotinizada, 
formulada e altamente estruturada da 
indústria de notícias”, mas estes padrões 
acabaram tendo que ser frequentemente 
revistos para tornar a mídia tradicional 
mais atraente e acessível, como são as mídias sociais e alternativas. 
Na publicidade isso também acontece. Antes, uma campanha para ter muito 
impacto tinha que ser veiculada muitas vezes na televisão ou ter artistas muito 
famosos como garotos-propaganda, tinha que falar com muitos públicos ao mes-
mo tempo e, consequentemente, acabava sendo muito cara. A internet e as redes 
sociais permitem hoje campanhas muito mais focadas nos públicos-alvo de uma 
marca, que fale exatamente a mesma língua daqueles consumidores. É possível 
também trabalhar com influenciadores nichados, que atingem os públicos com 
mais eficiência, mexendo com os sentimentos dos consumidores.
Estas mudanças têm dois aspectos. Por um lado, tudo isso é muito positivo, 
pois proporciona uma comunicação mais acessível, mais plural, mais rápida e 
mais barata. As fontes de informação estão mais distribuídas. A apresentação 
delas também é mais atraente e interativa. Há espaço para conteúdos mais es-
UNIDADE 4
UNIDADE 4
114
pecializados, e os públicos são melhor segmentados e entendidos pelos meios de 
comunicação. Por outro lado, essa dinâmica incentiva uma comunicação guiada 
por cliques, que pode ser sensacionalista, apelativa e que não tem incentivos para 
ser mais profunda. É mais difícil também identificar o que é confiável e o que não é. 
As fontes, mesmo com informação de qualidade, têm a credibilidade questionada.
 “ Ao mesmo tempo em que a cultura digital permite uma comuni-cação mais flexível do que a produzida pelas mídias tradicionais (impresso, rádio e TV), ela não privilegia o processo reflexivo, tendo 
em vista que muitas vezes a inovação é incorporada de maneira 
imediatista e de forma acrítica. Em síntese, o sistema digital rom-
peu com o modelo de produção e distribuição da informação de 
um-para-todos, pois no ciberespaço a relação acontece no contex-
to todos-todos, modificando comportamentos sedimentados pelas 
mídias tradicionais (MATTOS, 2013, p. 8).
De acordo com Santaella (2004, p. 173), “estas mudanças também impactam na 
maneira como os leitores se relacionam com os conteúdos”. As mudanças estéticas 
promovidas pela digitalização moldaram um novo comportamento de consumo 
que, por meio da instantaneidade e da navegação intuitiva, tende a tornar o 
leitor menos resiliente diante de conteúdos que não sejam tão fáceis de consumir.
 “ A aprendizagem em um mundo de navegação, de zapping, de ins-tantaneidade e de realidade virtual não apresenta o perigo de criar seres incapazes de ler textos na sua integridade - de modo definitivo, 
de ler – indivíduos demasiadamente voltados para a ação, em detri-
mento da reflexão e do esforço duradouro? Ou então sonhadores, 
mitômanos e zumbis, sem discernir a diferença entre o universo da 
fantasia e do mundo real? (NORA, 1997, p. 324-325).
Por causa de todas estas mudanças mencionadas até agora, causadas pela internet 
e pelas redes digitais, o componente estético da mídia tem ganhado importância 
e atenção. Isso acontece porque “a estética da mídia é esta mistura complexa de 
impressões sensoriais que organizam a materialidade do ambiente digital – tanto 
para o usuário quanto para o produtor do conteúdo” (ZAGIDULLINA, 2019, p. 
115
75). Desta forma, é a estética que vai, diante de uma enormidade de conteúdos que 
existem à disposição e que disputam a atenção e o tempo das pessoas, ordenar como 
os elementos são apresentados de modo que satisfaçam melhor o leitor. É ela que 
vai tornar um conteúdo mais afável e satisfatório para quem o lê ou assiste a ele.
A estética ganha importância nesse momento porque as interações en-
tre os usuários e os meios tem uma “tecnicidade”. Isso quer dizer que a 
arquitetura dos aplicativos e sites, as linguagens dos textos, as escolhas 
de cores e formatos dos produtos comunicacionais são guiadas por cri-
térios técnicos. Segundo a pesquisadora de mídia Martina Zagidullina 
(2019), todos estes elementos são bem-sucedidos esteticamente se eles 
correspondem às expectativas dos usuários, leitores e espectadores. Na 
A experiência que um usuário ou cliente tem quando acessa 
um site ou um aplicativo é muito estudada pelo design e 
pelo marketing. É o conceito de User Experience (em inglês, 
experiência do usuário). Quer entender mais como isso 
funciona e como é aplicado na prática? Acesse o QRCode ao 
lado para dar o Play e ouvir um Podcast sobre o assunto.
UNIDADE 4
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/12461
UNIDADE 4
116
era da internet e das mídias digitais, é possível aferir detalhadamente 
quais recursos funcionam ou não, baseado nos dados de navegação e nos 
softwares sobre comportamento de audiência – algo que não existia antes.
A estética também passa a ser mais abrangente com os sentidos do corpo 
humano. Pelo caráter multimídia que os meios têm atualmente, mais 
sentidos são ativados no espectador: desde o que ele vê e ouve, até o que 
ele toca, mesmo que virtualmente, baseado na quantidade de cliques 
que ele precisa dar para acessar determinado conteúdo. De acordo com 
Zagidullina (2019, p. 75), “estética, neste caso, é baseada em elementos 
técnicos (como a interface dos softwares, aplicativos e produtos), bio-
lógicos (os sentidos das pessoas e como elas percebem estes recursos) e 
semânticos (as referências estéticas, os códigos visuais, sonoros e textuais 
usados)”. Mais uma vez, antes da internet, a estética das mídias estava 
muito centrada nos aspectos audiovisuais dos produtos comunicacionais.
Portanto, levando em conta todo este histórico e o atual cenário da comunicação, 
percebe-se que os meios e os produtos de comunicação sempre se adaptaram às 
mudanças tecnológicas. No caso da internet, dos meios digitais e das redes sociais, 
essa adaptação aconteceu de forma muito significativa, uma vez que as mudanças 
promovidas por estas tecnologias foram muito profundas. Estas mudanças têm 
uma implicação estética, uma vez que a estética é a forma como os elementos são 
percebidos pela pessoa que interage com aquele produto comunicacional. Entre as 
principais mudanças estéticas promovidas por este fenômeno estão a linguagem 
multimídia, a interatividade, a agilidade, a objetividade e a informalidade. Com base 
nestes conceitos, os meios de comunicação tradicionais conseguem se conectar 
melhor com seus públicos e se aproximar com aquilo que as audiências exigem.
117
Caro(a) aluno(a)! No começo desta unidade, você foi questionado sobre os elementos 
que chamam a atenção em algum produto comunicacional que vocêconsuma com 
frequência há algum tempo, certo? Você conseguiu apontar quais são os fatores que 
fazem gostar daquele veículo, quais os conteúdos que agradam, se o formato é algo 
que chama a atenção e o que aquele veículo apresenta de diferente dos concorrentes?
Digamos que você tenha escolhido um portal de notícias como o G1. Um dos 
diferenciais do site é que ele tem notícias em tempo real de todo o país, aproveitando 
as redações da Globo em todos os estados. Então, o conteúdo que o portal apresenta é 
um dos diferenciais perante os concorrentes, que podem ser mais focados ou não con-
seguir ter tanta capilaridade. O visual do portal é limpo e o conteúdo é gratuito, o que 
também é uma vantagem em relação a outros sites de notícias que cobram dos leitores. 
É possível pensar em elementos estéticos que fazem com que a leitura do site 
seja melhor: os parágrafos são curtos, as matérias têm sempre imagens ou vídeos 
que dinamizam a leitura e os textos tendem a ser objetivos.
Ao longo do tempo, o portal também mudou a arquitetura do site para assimi-
lar inovações provenientes das redes sociais. As matérias têm caixas de comentá-
rios, os assuntos mais importantes contêm hiperlinks que ajudam a contextualizar 
a leitura e o design é responsivo para aplicativos móveis.
Em geral, estes elementos podem ser analisados e percebidos em todos os 
produtos comunicacionais. É comum que a linguagem, o conteúdo e o forma-
to destes produtos, alinhados com as referências e sentimentos da audiência, 
sejam percebidos de diferentes formas e façam destes programas, sites ou 
portais mais agradáveis do que outros. 
UNIDADE 4
118
Agora é o momento de você mostrar que entendeu como se deu o processo evolu-
tivo das mídias tradicionais e digitais e como os elementos estéticos estão relacio-
nados a estas mudanças:
1. Leia o texto a seguir:
A integração potencial de texto, imagens e sons no mesmo sistema – interagindo 
a partir de pontos múltiplos, no tempo escolhido (real ou atrasado) em uma rede 
global, em condições de acesso aberto e de preço acessível – muda de forma fun-
damental o caráter da comunicação. E a comunicação molda a cultura porque nós 
não vemos a realidade como ela é, mas como são as nossas linguagens.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. 20. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2019. p. 414.
Com base neste trecho e nos conceitos trabalhados sobre as mudanças nos proces-
sos de comunicação, é correto dizer que:
I - Para Manuel Castells, a criação da internet e dos meios digitais é um fenômeno 
comparável à invenção do alfabeto.
II - Um fator que marcou as mudanças promovidas pela internet e pelos meios 
digitais é a possibilidade de integrar linguagens escritas, sonoras e visuais em 
um mesmo produto.
III - Os conteúdos postados na internet são mais importantes que os meios de co-
municação tradicionais, que perderam valor por não serem interativos e não 
terem hipertextos.
IV - As fronteiras do que são meios de comunicação de massa estão perdendo a 
“nitidez”, segundo Castells.
V - A comunicação pela internet é uma forma menos acessível porque nem todas 
as pessoas têm acesso às ferramentas digitais e em rede.
As alternativas corretas são:
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) II, III, IV e V.
d) I, II e IV.
e) II, IV e V.
119
2. Leia o texto a seguir:
A navegação interativa no ciberespaço envolve transformações perceptivo-cognitivas 
por parte desse novo tipo de leitor que chamo de “leitor imersivo”, aquele que navega 
entre nós e nexos construindo roteiros não lineares, não sequenciais.
SANTAELLA, L. Navegar no ciberespaço: o perfil cognitivo do leitor imersivo. 
São Paulo: Palus, 2004.
Com base nas ideias de tipos de leituras que existiram relacionadas a diferentes 
meios, é correto afirmar:
I - Antes da existência das mídias de comunicação de massa e das mídias digitais, 
o perfil predominante do leitor é caracterizado por Lucia Santaella como leitor 
contemplativo ou meditativo, porque a relação com os textos era apenas de 
contemplação, com poucas interações.
II - A autora define um segundo perfil de leitor como movente, que é um leitor que 
migra entre mídias, ainda que elas não tenham muita interação entre si.
III - A leitura imersiva só é possível por meio de óculos de realidade virtual ou em 
ambientes como o metaverso.
IV - Por não ser linear, a leitura dos ambientes digitais é confusa e rasa.
V - A passagem de um tipo de leitor para o outro envolve grandes transformações 
sensórias, perceptivas, cognitivas e, consequentemente, transformações de sen-
sibilidade.
Estão corretas as afirmações:
a) I, II, III.
b) I, II e IV.
c) I, III, IV e V.
d) II, III, V.
e) I, II e V.
3. Leia o texto a seguir:
O componente estético da mídia da comunicação está evidentemente aumentando 
agora. A estética da mídia pode ser descrita como uma mistura complexa de impres-
sões sensoriais que organizam a materialidade do ambiente digital – tanto para o 
usuário do conteúdo quanto para o produtor de conteúdo. Mas também inclui inte-
rações humano-mídia, seu “estilo” físico e organização material. A estética da mídia, 
120
assim, pode ser definida em sentido amplo como a materialidade da comunicação 
tomada em seu aspecto perceptivo (como um usuário pode “saborear” a informação).
ZAGIDULLINA, M. The media-aesthetic aspect of journalism. In: ZAGIDULLINA, M. 
(ed.). Journalistic text in a new technological environment: achievements 
and problems, London: Future Academy, 2019, p. 75. Disponível em: https://doi.
org/10.15405/epsbs.2019.08.02.9. Acesso em: 4 maio 2022.
Levando em conta os impactos da internet, das mídias sociais e da interatividade 
para a estética da comunicação, é correto afirmar:
I - Meios de comunicação tradicionais não conseguem absorver ferramentas inspi-
radas nas redes sociais porque isso implica a perda de credibilidade.
II - A estética dos produtos comunicacionais tem ganhado importância porque, com 
a internet, eles ganham uma tecnicidade e sua eficiência pode ser aferida a partir 
de dados.
III - A concorrência que as mídias sociais e alternativas impuseram aos meios de 
comunicação tradicionais fez com que estes veículos passassem a incorporar 
elementos próprios da internet e dos meios digitais.
IV - A preocupação com a estética da comunicação fez com que os telejornais as-
sumissem textos mais formais e rebuscados para se diferenciar dos vídeos da 
internet.
V - Ao mesmo tempo que a apropriação de novos formatos, linguagens e ferramen-
tas torna os produtos da comunicação mais atraentes e acessíveis, há o risco de 
que os meios de comunicação caiam na tentação de se orientar apenas pelos 
cliques e pelo que repercute melhor na audiência.
Estão corretas as seguintes afirmações:
a) I, II e V.
b) II, III e V.
c) II, IV e V.
d) I, III e IV.
e) II, IV e V.
https://doi.org/10.15405/epsbs.2019.08.02.9
https://doi.org/10.15405/epsbs.2019.08.02.9
5A Comunicação na Atualidade
Me. Pedro de Souza Lima Brodbeck
Em um cenário de abundância de informação, a comunicação nos dias 
de hoje se dá em um contexto de permanente disputa pela atenção das 
audiências. Nesta unidade, vamos estudar as consequências do estado 
de hiperconexão que vivemos e como isso resulta no fenômeno da co-
municação ubíqua, em que as pessoas são capazes de se comunicar o 
tempo todo. Também vamos tratar da Economia da Atenção e a impor-
tância de recorrer a produtos comunicacionais que se destaquem em 
meio à imensidão de informações que estão disponíveis nos ambientes 
virtuais. Vamos tratar das características estéticas da comunicação na 
atualidade e como ela impacta nas disputas por visibilidade.
UNIDADE 5
122
Qual é a primeira coisa que você faz quando acorda? Se você usa um despertador 
no celular para acordar, é possível que, ainda na cama, uma das primeiras coisas 
que você faça todos os dias seja dar uma olhada nas notificações do seu celular. 
Indo mais além, pode ser que, assim como muitas pessoas, antes de levantar, 
você já acesse alguma rede social. Ainda háquem prefira ligar a televisão ou o 
rádio enquanto se arruma para sair. Dependendo dos seus hábitos, é provável 
que você seja ‘bombardeado’, quase que involuntariamente, por uma infinidade 
de informações logo nos primeiros minutos do dia. Depois, ao longo do dia, isso 
se repete. São várias notificações no celular, vários outdoors, letreiros, sons e es-
tímulos visuais que chegam sem que você note ou busque aquelas informações. 
Entretanto, entre as milhares de informações que chegam até você diariamente, 
o que faz com que algumas coisas chamem sua atenção e outras não? 
Vivemos em um estado de hiperconexão, em que os elementos digitais e 
virtuais não se diferenciam mais da nossa “vida real”. Não existe mais divisão do 
universo on-line e do mundo off-line. As informações que circulam nas redes 
chegam a nós sem que precisemos acessar sites ativamente – somos impactados 
por ela pelo simples fato de estarmos conectados o tempo inteiro. Diante de uma 
abundância de informação, a atenção das pessoas é o maior alvo da disputa dos 
produtos comunicacionais. A publicidade, por exemplo, incorporou elementos 
das comunicações visuais, das expressões urbanas, das manifestações artísticas 
e das relações sociais para, por meio da estética, chamar a atenção do olhar dos 
consumidores. Isso acontece de tal forma que nem sempre nos damos conta que 
estamos consumindo uma propaganda ou estamos sendo alvo de uma campanha. 
Em resumo, a comunicação na atualidade, mais do que nunca, é uma competição 
ferrenha pela atenção das pessoas, e diante de uma avalanche de informações, as 
mídias e produtos comunicacionais recorrem a novos elementos para conseguir 
despertar o interesse da audiência e dos públicos.
Vamos pensar, então, nas maneiras que algumas formas de comunicação assu-
mem que chamam a nossa atenção. Muitas marcas escolhem trabalhar com influen-
ciadores digitais ou personalidades das redes sociais para divulgar suas campanhas 
e produtos porque, por meio da credibilidade e identificação que estas pessoas 
criam com seus públicos, conseguem mais visibilidade e melhores retornos. 
123
Para tentar entender melhor como estas dinâmicas funcionam, vamos tentar 
analisar na prática como é a estética deste tipo de informação. Você tem algum 
influenciador das redes sociais que acompanha e que gosta do trabalho? Escolha 
alguma personalidade das redes digitais que atue como influenciadora e analise as 
postagens dela nas mídias sociais. Observe o que falam as postagens em geral des-
ta pessoa. Ela fala sobre o dia a dia dela? Ela aborda alguns assuntos específicos? 
Se sim, quais são? As fotos que ela posta parecem que têm uma produção profis-
sional ou são feitas por esta pessoa mesmo? Sobre o que são as publicidades que 
ela posta? Faça uma lista destas características e analise quais destes elementos 
você acha que fazem esta pessoa ser uma influência positiva para o público dela.
Por que você acha que as postagens deste influenciador ou influenciadora se 
destacam em meio a centenas de outras postagens que aparecem nas redes so-
ciais? Por que você acha que as marcas que patrocinam este perfil o escolheram? 
Quais são os elos de identificação que ele cria com a audiência? No que ele se 
diferencia de outros influenciadores que têm características semelhantes? Reflita 
sobre estas questões e anote seus apontamentos no seu Diário de Bordo.
DIÁRIO DE BORDO
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Quando falamos dos processos de comunicação na atualidade e as influências 
estéticas que estes processos sofrem, precisamos entender o contexto em que 
vivemos. Hoje, a comunicação se distribui e as informações chegam até as pes-
soas por um fluxo contínuo. Isso acontece porque vivemos em um estado de 
hiperconexão. A conexão ao mundo virtual extrapola os computadores e, por 
meio dos aplicativos e dispositivos móveis, chega até as pessoas a todo momento. 
Segundo o pesquisador dos estudos de Comunicação Wilson Gomes, a hiperco-
nexão é um estado em que as pessoas estão permanentemente conectadas por meio 
de aparelhos que raramente desligamos – como os nossos celulares, por exemplo. 
 “ Mais que isso, nesse estado, as pessoas estão cada vez mais rodeadas por múltiplos aparelhos, frequentemente com funções redundantes, por meio dos quais satisfazem funções e necessidades como estar em 
contato social, atualizar-se sobre fatos, coisas e pessoas que lhe interes-
sam, obter informação, conversar com outras pessoas, transferir para 
redes sociais digitais conteúdo de todo o tipo e formato, cumprir e 
agendar compromissos, orientar-se no espaço e na vida, matar o tédio, 
trabalhar, relacionar-se, entre outras coisas (GOMES, 2018, p. 80).
“Entrar na internet” era uma expressão comum nos primeiros anos do século XXI, 
mas perdeu o sentido a partir do momento em que temos dispositivos pessoais 
que carregamos conosco a todo momento e que estão sempre conectados. Nossas 
ações e interações se dão olhando e tocando em telas, ao mesmo tempo que rea-
lizamos as atividades cotidianas que sempre fizemos – indo trabalhar, pegando 
ônibus, almoçando. Desta forma, não existe mais separação entre a vida on-line 
e off-line, entre a vida real e virtual.
 “ O acesso a estes ambientes se desloca, todas as horas do dia e em todas as circunstâncias que se desejar: pode-se ler, ver, publicar, compartilhar e interagir com o ambiente digital durante a aula, no 
silêncio da cama, no banheiro, na reunião, na praia, nas férias, no 
aeroporto (GOMES, 2018, p. 81).
125
Este fenômeno leva ao que a pesquisadora Lúcia Santaella (2014, p. 12) chama 
de comunicação ubíqua. “É a possibilidade de estar apto para se comunicar em 
todos os lugares, em todas as situações, a todo momento”. É quase que uma condi-
ção que multiplica a presença da pessoa a múltiplos ambientes ao mesmo tempo, 
conversando com um grupo de amigos pelo aplicativo de mensagens, resolvendo 
pendências bancárias pelo celular, fazendo alguma solicitação de um serviço pela 
internet – ainda que essa multiplicidade da presença aconteça de maneira virtual. 
Você já parou para contar quantos aparelhos, equipamentos eletrônicos ou dispositivos 
pessoais você carrega que estão conectados à internet o tempo todo? E se você contar, 
também, os eletrônicos que têm em casa, quantos são?
PENSANDO JUNTOS
O chamado “acesso always on” (do inglês, sempre ligado) tem proporcionado 
uma reinvenção de hábitos sociais, ainda que considerando as diferenças econô-
micas, sociais e de contexto de cada pessoa, mas desafiando “os limites de tempo e 
espaço, reconstruindo, obviamente, outras formas de relações entre os processos 
de produzir, consumir e distribuir informação” (CAMARGO, 2016, p. 64).
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Buscando…
Ano: 2018
Sinopse: uma jovem de 16 anos desaparece e seu pai recorre à polí-
cia para tentar encontrá-la. Um dia depois, sem que as investigações 
consigam encontrá-la, ele decide acessar o computador dela para tentar 
buscar algumas pistas que possam ajudar a levar ao paradeiro da garota.
Comentário: o filme é um suspense contado todo por imagens de telas de 
computador, celulares, imagens de câmeras de segurança e vídeos gravados 
pela garota. Além de apresentar um formato diferente, ele dá a noção de 
como as informações da nossa vida estão dispostas também nos ambientes 
virtuais e como estes dispositivos fazem parte da nossa vida, mesmo que a 
gente não perceba.
UNICESUMAR
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Resolver várias coisas de maneira virtual ou remota é muito natural hoje em dia, mas 
antigamente era necessário despender uma parte do dia para cada uma destas tarefas. 
A comunicação por telefone, por exemplo, dava conta de só algumas destas atividades. 
Hoje, a comunicação ubíqua leva a uma atividade que, antes da hiperconexão, só 
seria possível desafiando o tempo e o espaço.
Segundo Santaella (2014, p. 13), estas atividades parecem naturais para 
nós por causa de um outro fenômeno, chamado de computação pervasiva.
 “ A computação pervasiva, por sua vez, significaque o computador está embarcado no ambiente de forma invisível para o usuário. Des-se modo, o computador tem a capacidade de obter informação do 
ambiente no qual ele está embarcado e utilizá-la para dinamica-
mente construir modelos computacionais. Com isso, o computador 
pode controlar, configurar e ajustar a aplicação para melhor atender 
as necessidades do dispositivo ou usuário.
127
Na prática, isso quer dizer que nem notamos que estamos conectados, gerando, o 
tempo inteiro, informações que serão usadas nas nossas interações futuras. Sabe 
quando o aplicativo de entrega de comida manda uma mensagem oferecendo 
uma promoção de algum prato que você sempre pede, bem na hora do almoço? 
Ou quando o aplicativo que você usa para encontrar o melhor caminho avisa 
qual é o melhor horário para sair de casa sem pegar trânsito? São informações 
que, com base no nosso uso de algumas ferramentas, são fornecidas, interagem 
com o nosso ambiente e se aplicam para tentar solucionar algum problema real.
Estas situações dão uma medida do volume brutal de informações que são 
produzidas por nós e também que chegam até nós o tempo inteiro, sem trégua. E 
que são totalmente impactadas ou até mesmo geradas pelos aparatos tecnológicos 
e interacionais das ferramentas de comunicação que existem atualmente.
Hiperconexão: é o estado em que as pessoas estão permanentemente conectadas à in-
ternet por múltiplos aparelhos que raramente desligam e têm funções redundantes. Estes 
equipamentos permitem que estejamos informados, que tenhamos contatos sociais e 
que possamos transferir informações, arquivos, imagens e dados a todo momento.
Comunicação ubíqua: é a possibilidade de poder se comunicar a todo momento, em 
todas as situações, em qualquer lugar. É uma comunicação que praticamente multiplica 
a nossa presença, mesmo que seja de forma virtual. Só é possível por causa do estado de 
hiperconexão.
Computação pervasiva: é o fenômeno causado por estarmos conectados de uma forma 
que sequer percebemos. Temos vários aparelhos e equipamentos que estão conectados 
automaticamente entre eles e que nos auxiliam em tarefas diárias e nem nos damos conta.
Fontes: Gomes (2018, p. 80-81) e Santaella (2014, p. 12-13).
EXPLORANDO IDEIAS
Quando falamos no ato de “se informar”, inicialmente imaginamos alguém lendo um 
jornal ou um portal de notícias. Entretanto, neste caso, é um movimento que vai muito 
além disso. O simples fato de estar conectado, recebendo notificações ou rolando os 
aplicativos de redes sociais, já coloca a pessoa em contato com uma série de informa-
UNICESUMAR
UNIDADE 5
128
ções que ela não está necessariamente buscando, mas que de alguma forma já chegam 
até ela. As comunicações digitais são formas de comunicação massivas, mais massivas 
do que qualquer outra forma de comunicação que já existiu, especialmente levando 
em conta o volume brutal de dados e informações geradas por elas.
Com este volume gigantesco de informações que chegam até nós ao longo do dia, em 
todos os momentos, nos ambientes virtuais e não virtuais, a competição pela atenção 
das audiências se torna ainda mais acirrada. Nas ruas e na televisão, as informações, 
as campanhas publicitárias, os noticiários e as produções culturais precisam ser in-
teressantes o suficiente para fazer as pessoas tirarem os olhos do celular. Já nas redes 
sociais, o conteúdo precisa se destacar em meio a uma infinidade de outros conteúdos 
que disputam relevância nas plataformas. 
Quando os primeiros computadores começaram a ser projetados, nas déca-
das de 1960 e 1970, ainda que longe do uso comercial e doméstico que vieram 
a ter anos depois, o pesquisador americano Herbert Simon (1971, p. 40-41), já 
prevendo as consequências do aumento de fluxo de informações, afirmou que:
 “ Em um mundo rico em informações, essa fartura significa falta de outra coisa: uma escassez do que quer que seja que a informação consome. O que a informação consome é bastante óbvio: ela con-
some a atenção de seus destinatários. Portanto, a fartura de infor-
mações cria déficit de atenção e uma necessidade de alocar essa 
atenção de forma eficiente em meio à superabundância de fontes 
de informação que possam consumi-la. 
É uma das primeiras definições do que hoje ficaria conhecido como Econo-
mia da Atenção, que afirma que, historicamente, sempre buscamos pela maior 
quantidade de informações possível. Entretanto, quando há muita informação à 
disposição, a atenção das pessoas é que passa a ser disputada.
129
Isso assumiu uma proporção muito maior e perma-
nente com os dispositivos móveis que nos deixam hi-
perconectados. “A onipresença de computadores cada 
vez menores, conectados o tempo todo e usados para 
tudo estendeu essa inversão entre infor-
mação e atenção para uma escala 
global” (WILLIAMS, 2021, p. 
37). O que isso quer dizer é 
que, enquanto a comunicação teve que lidar, na maior 
parte do tempo, ao longo de décadas, com a escassez de informação, 
agora que há abundância de informações, há escassez de atenção. Com 
isso, as ferramentas usadas para guiar o olhar das pessoas dependem cada vez 
mais de elementos que ajudem a despertar a curiosidade e o interesse das 
audiências, em uma disputa diferente da que existia antigamente.
 “ Muitos dos sistemas que desenvolvemos para ajudar a guiar nossas vidas – notícias, educação, direito, publicidade e assim por diante – surgiram em um ambiente de escassez de informações e conti-
nuam a operar segundo essa premissa. Estamos apenas começando 
a explorar como esses sistemas deveriam nos servir e no que pre-
cisam mudar neste novo ambiente de abundância de informações 
(WILLIAMS, 2021, p. 39).
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UNIDADE 5
130
Além disso, é importante pensar que, segundo Wilson Gomes (2018, p. 80), esta-
mos permanentemente conectados às redes sociais ou plataformas que formam 
o que ele chama de internet social. Ou seja, não são meros ambientes virtuais, 
mas espaços de interação entre usuários. É uma rede baseada em mídias sociais 
em que há um intenso consumo e produção de conteúdo digital feito por estes 
usuários para outros usuários. 
 “ As áreas da informação e conteúdo foram as mais impactadas, po-sitiva e negativamente, com essa inclusão de novidades, pois a co-laboração e a participação ativa na gestão de conteúdos passaram a 
serem feitas pelo próprio usuário e não mais por um quarto poder 
delimitador (CAMARGO, 2016, p. 64).
Estas redes formam ambientes digitais que “cumprem funções de referência inte-
lectual, afetiva, política, ideológica, identitária etc. de acordo com a clivagem que 
cada um considerar importante e usar como critério para selecionar as conexões 
que manterá on-line” (GOMES, 2018, p. 81). 
Isso quer dizer que temos identidades virtuais em vários ambientes, que são 
portáteis, pessoais e dos quais nunca nos desconectamos, onde criamos laços e 
nos informamos em vários – e às vezes em todos – os aspectos das nossas vidas. 
NOVAS DESCOBERTAS
Título: Liberdade e Resistência na Economia da Atenção
Autor: James Williams
Editora: Arquipélago Editorial
Sinopse: James Williams, ex-estrategista do Google, fala sobre como 
a nossa atenção é condicionada pelo volume e pela velocidade dos estímu-
los do ambiente digital e alerta para os riscos desta dinâmica, centrada nas 
novas tecnologias.
Comentário: o livro aborda reflexões interessantes sobre como acontece a 
disputa pela atenção das pessoas e como aplicativos estimulam hábitos de 
imersão nestes ambientes.
131
 “ Nesse cenário, a troca de informações e acesso a conteúdos diversos são cada vez mais fluídos e convergentes ao mesmo tempo, por cau-sa da assimilação dessas tecnologias como meios de comunicação, 
caracterizando uma paisagem midiática diferente das já vividas na 
era dos meios de massa. A atual, se encontra no desafio de contri-
buir para o desenvolvimento das experiências móveis informativas, 
individuais ou coletivas (CAMARGO, 2016, p. 76).
É importante pontuar desta forma para entendermos, então, que estamos 
conectadoso tempo todo, que essa condição leva a um processo de comu-
nicação permanente por meio de dispositivos que, mesmo que não per-
cebamos, nos distribuem uma avalanche de informações o tempo inteiro. 
Estas informações são abundantes, estão em todo lugar, mas sobretudo 
neste ambiente formado por notificações de serviços, notícias, postagens 
e conteúdos gerados por outros usuários, dentre outras, que despertam 
a nossa atenção de acordo com os nossos laços e com as interações das 
nossas identidades virtuais e reais. Neste contexto, de hiperconexão e 
comunicação ubíqua em um mercado em que a atenção está em disputa 
para que as informações tenham visibilidade, a estética ganha uma im-
portância ainda maior nos produtos comunicacionais. Lembrando que 
estética trata não apenas da beleza das coisas, mas diz respeito a toda a 
nossa experiência sensível diante destas coisas – e como elas nos provo-
cam sensações, reações e nos despertam sentimentos.
UNICESUMAR
UNIDADE 5
132
Vamos pensar de maneira mais prática. Fica claro que uma campanha publicitária, 
por exemplo, para se destacar em meio a todas as informações que recebemos, deve 
mexer com as pessoas de alguma forma. É natural, então, que elas busquem formas de 
se aproximar de seus públicos, de ser mais intimista, de chegar até um potencial con-
sumidor de maneira aparentemente mais natural. Por outro lado, “qualquer linguagem 
publicitária que reproduza a estratégia intrusiva de anúncio, típica da lógica massiva 
de comunicação, está fadada ao fracasso” (PEREIRA; HECKSHER, 2008, p. 2).
Por isso, por exemplo, as campanhas se utilizam tanto de influenciado-
res digitais para divul-
gar produtos e serviços. 
Não basta que as pes-
soas saibam que estes 
produtos estão à dispo-
sição, que são bons ou 
baratos. Segundo Issaf 
Karhawi (2016, p. 43), 
“estes influenciadores 
ganham relevância pela 
necessidade que as pes-
soas têm, diante de tanta 
informação, de alguém que ‘filtre’ os conteúdos que são relevantes ou não e por 
reunirem atributos que lhes conferem credibilidade, reputação e prestígio”. “Em 
um mundo de links e feeds é mais fácil achar a próxima coisa a ser lida, vista 
ou ouvida por indicação de amigos do que pela fidelidade inabalável a uma 
determinada publicação” (ANDERSON; BELL; SHIRKY, 2013, p. 35).
Pessoas que influenciam as outras e que servem como referência para as demais 
sempre existiram – e a comunicação sempre se utilizou delas para promover produtos, 
marcas ou ideais. Entretanto, com as mídias sociais esta influência e popularidade 
ganhou ferramentas para ser medida. E com o aumento do volume de informações, 
estas figuras se tornaram mais do que garotos-propaganda, transformaram-se em 
verdadeiros curadores de conteúdo. Portanto, entende-se que a comunicação é mais 
eficiente se ela vem por intermédio de alguém em que nós confiamos, que surge nas 
nossas redes com frequência e que vai ser capaz de indicar ou falar sobre assuntos que 
nos interessam, diante da infinidade de coisas que surgem na internet. 
133
Reputação: é uma das características mais importantes de influenciadores digitais. Ela se 
constitui como a percepção construída de alguém pelos demais atores de um ambiente. 
A reputação não é construída apenas pelas ações de um influenciador, mas estas ações 
influenciam como uma pessoa vai ser percebida pelas demais. As redes sociais têm ferra-
mentas de interação e dados que permitem que os influenciadores tenham um “termô-
metro” sobre como está a reputação deles.
Autoridade: trata-se do poder de influência que se tem perante outras pessoas. No caso 
dos influenciadores, é uma medida da efetiva influência de um ator com relação à sua 
rede, juntamente com a percepção dos demais atores da reputação dele. 
Popularidade: é um valor relacionado à audiência. Nas redes sociais, a audiência é o “va-
lor de rede” mais facilmente medido, por causa da facilidade de visualizar os seguidores 
que um influenciador tem ou pelas visualizações e interações que suas postagens geram. 
Fonte: RECUERO, R. Reputação, popularidade e autoridade em redes sociais na internet. 
Social Media, Pelotas, 28 out. 2008. Disponível em: https://bit.ly/2FcnTge. Acesso em: 11 
maio 2022.
EXPLORANDO IDEIAS
No caso das campanhas publicitárias, por exemplo, os influenciadores são muito 
usados porque, ao falar de um produto, aquela propaganda é apresentada quase 
como se fosse uma recomendação natural que aquela pessoa faria – mesmo que 
as postagens publicitárias sejam publicadas com uma sinalização que fazem parte 
de uma campanha. Estes “publis” têm uma estética mais natural, às vezes, até com 
um visual amador, mas que conversa melhor com as nossas necessidades.
É o que também ajuda a explicar porque muitas pessoas preferem se informar 
por canais do YouTube ao invés dos veículos de imprensa tradicionais. Segundo Jean 
Burgess e Joshua Green (2018, p. 32), “muitos youtubers chamam a atenção e cativam 
audiências gravando vídeos sem aparatos técnicos complexos ou edições sofisticadas, 
mas apostando em histórias bem contadas, de forma direcionada e pessoal ao público”. 
Então estão embalados no mesmo pacote, que fazem com que as pessoas gostem 
e sigam um influenciador, o conteúdo que ele produz e as identificações que ele cria 
com os públicos. Isso quer dizer que não é apenas o texto ou o vídeo que ele posta que 
chama a atenção, mas todas as ideias que ele representa e a maneira como ele faz isso. 
“Nesse processo, o influenciador comercializa não apenas banners em seu blog ou 
negocia posts e vídeos pagos em que fala de marcas parceiras, mas monetiza a sua pró-
pria imagem. Assim, aceita-se o Eu como uma commodity” (KARHAWI, 2016, p. 42).
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UNIDADE 5
134
Nestes exemplos, fica bastante claro que a experiência estética, fundamental 
para que os produtos comunicacionais cheguem até suas audiências e impactem 
seus públicos em um contexto de disputa intensa pela atenção dos usuários, não 
está relacionada à beleza, à qualidade técnica ou estritamente ao conteúdo, mas, 
sim, na capacidade que pessoas ou produtos comunicacionais têm de atrair o 
olhar das pessoas, criar conexões e promover interações.
A trajetória histórica do entendimento sobre a estética das artes, por exemplo, 
pode nos ajudar a entender o estado atual de disputa pela atenção das pessoas e 
de criação de conexões. Podemos relembrar como o conceito do valor estético 
mudou ao longo do tempo se olharmos novamente para a história das artes. Na 
Pré-História, por exemplo, as pinturas rupestres eram as informações mais fun-
damentais para aqueles povos, pois eram aquelas manifestações artísticas que, 
de acordo com a crença da época, ajudavam a espantar os perigos da natureza. 
O valor daquelas informações estava centrado na capacidade de elas ajudarem 
aquelas pessoas a sobreviver, dominar aqueles animais e ter alimento para o dia 
seguinte. No Impressionismo, muitos séculos depois, em um período que mudou 
radicalmente a forma como as artes passaram a representar a realidade nas obras 
de arte no século XIX, a expressão artística esteve baseada na estética do movi-
mento e das luzes, influenciado sobretudo pela invenção da fotografia. Com isso, 
se criou uma nova forma de ver as coisas. As pinceladas distorcidas e os traços 
grossos deste movimento, por mais que parecessem mostrar uma realidade di-
ferente do que os quadros estavam acostumados a retratar, mudaram o conceito 
do que era considerado arte ao aplicar uma estética que fazia mais sentido para 
aquele momento. Portanto, é importante notar que o valor estético de uma épo-
ca está relacionado com os valores e os contextos em que ela está inserida, com 
as necessidades daquele tempo. Quando estas produções tinham como objeti-
vo repassar uma informação de uma geração para outra, ela acontecia com um 
formato. Quando as obras de arte eram fundamentais para popularizar alguma 
135
convicção política, religiosa ou filosófica de um determinado período, a estética 
delas também passou paraoutras. E assim por diante.
Quando, hoje, a necessidade é gerar identificação e interação entre as pessoas 
na disputa pela atenção, a estética então se presta a estes objetivos. Se pensarmos na 
arte atual, a estética que mais chama a nossa atenção e que conversa melhor com as 
pessoas é aquela que está inserida nos espaços urbanos, que guia nosso olhar para 
as contradições do mundo moderno, que consegue ser bem-humorada ao mesmo 
tempo em que é socialmente relevante e que explora bem os ambientes midiáticos. 
Um exemplo de artista que conseguiu se tornar muito popular fazendo trabalhos 
deste tipo é o inglês Banksy. Com obras satíricas, o artista ficou famoso por fazer 
pinturas em muros de ruas da Inglaterra e dos Estados Unidos com críticas sociais 
e políticas (Figura 1). Ele conseguiu tornar suas produções artísticas em eventos 
midiáticos que atendem aos interesses do público contemporâneo. 
Descrição da Imagem: a foto mostra a lateral de um 
prédio com cerca de três ou quatro andares em que há 
uma pintura ocupando quase todo o muro da constru-
ção. Esta pintura tem uma grande bandeira da União 
Europeia – um quadrado azul com um círculo formado 
por doze estrelas amarelas – e um homem, em preto e 
branco, sobre uma escada, que está com um martelo e 
uma estaca retirando uma destas estrelas. A obra faz 
uma alusão ao Brexit, movimento nacionalista inglês 
que retirou o Reino Unido da União Europeia. Há um 
gramado ao lado do muro onde a obra foi pintada e, 
na parte de baixo da foto, ainda há uma grade e uma 
calçada que estão ao lado deste gramado.
Figura 1 – Mural pintado por Banksy com crítica ao 
Brexit em Dover, na Inglaterra
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: https://
bit.ly/3Pok8ZR. Acesso em: 22 maio 2022.
É possível citar como exemplo disso uma obra de arte dele que mostrava uma 
menina com um balão em formato de coração, e que foi leiloada por 1 milhão 
de euros, mas, no minuto seguinte ao lance vencedor, a obra se autodestruiu par-
cialmente, sendo picotada pela moldura onde estava armazenada. A obra dele, 
em si, conseguiu gerar um fato midiático que chamou a atenção para o trabalho 
e para a sua crítica ao mercado de leilões de obras de arte.
Até mesmo o fato dele usar um pseudônimo e não revelar a própria identidade é 
mais um fator que faz com que as pessoas tenham mais curiosidade pelos trabalhos 
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UNIDADE 5
136
que ele faz. Notem que o artista se utiliza de vários elementos para conseguir destacar 
seu trabalho. É essa a estética do nosso tempo: uma arte contemporânea, midiática, 
urbana e que consegue despertar o interesse e chamar a atenção das pessoas.
Por isso, pensando na atividade da comunicação e suas estéticas contempo-
râneas, o mais importante é promover uma comunicação que consiga se destacar 
em meio a uma oferta imensa de informações. E para isso, vale mais uma comu-
nicação mais intimista, que fale com as audiências segmentadas, que pareça mais 
natural do que profissional, que desperte emoções, que solucione problemas reais 
e que se destaque diante de uma infinidade de distrações.
NOVAS DESCOBERTAS
Um exemplo interessante da estética dos meios digitais é o streamer 
(do inglês, pessoa que faz transmissões ao vivo) Casimiro Miguel. Fa-
zendo transmissões com uma webcam de um quarto na casa dos seus 
pais, ele conseguiu bater o recorde brasileiro de audiência simultânea 
em uma live, com mais de 500 mil pessoas. 
Devido ao sucesso e identificação que criou com o público, ele pas-
sou, em 2022, a transmitir vários jogos de futebol de campeonatos 
estaduais e do Campeonato Brasileiro – e, mesmo com uma estrutura 
incomparável com os grandes canais de televisão, centenas de milha-
res de pessoas escolhem assistir às partidas com ele pela forma mais 
descontraída e próxima do público que ele imprime em suas trans-
missões.
Acesse o QR Code a seguir e veja a postagem.
Fonte: O DIA que Casimiro tentou comprar um novo iPhone. [S. l.: s. n.], 
2018. 1 vídeo (22 min). Publicado pelo canal Cortes do Casimiro [OFI-
CIAL]. Disponível em https://bit.ly/3O8EqFs. Acesso em: 29 maio 2022.
É claro que não é apenas a dimensão estética que determina o que chama a atenção das 
pessoas nos ambientes virtuais. Vivemos em uma dinâmica em que as interações e expe-
riências são cada vez mais mediadas pelas tecnologias. Nas redes sociais, por exemplo, 
os algoritmos também são fundamentais para definir o que ganha mais visibilidade e 
o que não vai ser tão distribuído aos demais usuários. Em todo caso, o próprio formato 
das publicações e a estética destas informações influenciam nestes algoritmos.
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/15348
137
Muito se fala dos algoritmos das redes sociais e como eles 
impactam na visibilidade de determinados conteúdos em 
detrimentos de outros, mas você sabe o que eles são e 
como eles funcionam? Acesse o QRCode ao lado para dar o 
Play e ouvir um Podcast sobre este tema.
Contudo, levando em conta apenas os formatos das comunicações e nas suas 
estéticas, é interessante ver como o formato das redes sociais, e suas dinâmicas, 
passaram a ditar o modo que movimentos e ativistas, além de pessoas e marcas, 
disputam espaço e atenção das pessoas e dos públicos. 
Este é um “paralelo interessante de se fazer, porque é por meio da visibilidade 
que movimentos sociais e ativistas conseguem angariar simpatizantes e apoiado-
res” (PRUDENCIO, 2018, p. 257) para que suas demandas sejam realizadas – e 
visibilidade está diretamente relacionada à disputa cada vez mais acirrada pela 
atenção das pessoas neste contexto que vivemos. É possível notar como a disputa 
pela visibilidade de ativistas, movimentos sociais e outros atores deste tipo se 
reconfigurou com as redes sociais, por exemplo. 
Dá para fazer um paralelo de como duas manifestações por impeach-
ment (do inglês, impedimento), separadas por duas décadas de distância, 
se relacionaram de maneiras diferentes com a mídia, em função dos con-
textos comunicacionais em que aconteceram.
A primeira, em 1992, em que os manifestantes foram às ruas pedir o afastamento 
do presidente Fernando Collor, toda a estética estava direcionada à televisão. Mais do 
que angariar pessoas, um ato tinha visibilidade se ele conseguia chamar a atenção da 
televisão. A partir das imagens transmitidas daquele evento para todo o país ou para 
até outros países, se media o sucesso, a adesão e a importância daquela manifestação. 
 “ A mídia engendrou o evento na medida em que levou a rua para as páginas de jornais e revistas, e para as telas de TVs, e permitiu que este local coletivo se fizesse ou até mesmo se refizesse como aquilo 
posto pelos meios de comunicação (QUINTÃO, 2010, p. 6).
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https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/12462
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Já o segundo exemplo, de 2015 e 2016, em que pessoas foram às ruas pedir a 
saída da então presidente Dilma Rousseff, ainda que a forma como a televisão 
transmitia os protestos fosse ainda muito importante, uma nova dinâmica en-
trou em cena: as interações via redes sociais. Boa parte da estética do protesto 
estava centrada na geração de elementos capazes de gerar postagens que dessem 
visibilidade ao ato pelas plataformas virtuais – o protesto começava já quando as 
pessoas confirmavam a participação nos eventos do Facebook e se encerravam 
com as postagens de fotos nos perfis pessoais.
Os símbolos também mudaram. Antes, as principais marcas das manifestações 
eram bandeiras e faixas que, no local dos protestos, davam o tom imagético do ato. No 
caso do pedido pelo impeachment de Collor, ficou marcado também o ato de pintar 
o rosto, movimento que foi batizado de “caras-pintadas” (Figura 2) – um elemento 
que faz muito sentido em um ato presencial, que vai gerar imagens para a televisão.
Descrição da Imagem: uma foto em preto e branco mostra, em primeiro plano, dois jovens. À direita, 
um rapaz, de cabelos curtos e camiseta branca está de lado, virado para o centro da imagem, pintando 
o rosto de uma jovem. Ele segura doispotes de tinta com a mão esquerda e, com a mão direita, pinta a 
bochecha da jovem. A moça tem cabelos longos escuros e cacheados, está vestindo uma camiseta branca 
por baixo de um casaco claro. Ela usa uma bolsa com uma alça que atravessa o corpo dela na diagonal. 
Ela está com as duas mãos na altura da cintura enquanto o homem pinta o lado direito do rosto dela. Eles 
estão no gramado em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, que aparece ao fundo da foto. Várias 
outras pessoas também aparecem ao fundo, no mesmo gramado. 
Já nos protestos e atos atuais, após a popularização das redes sociais, o que impera 
são as postagens. Elas podem ser simplesmente fotos, mas também são artes, 
montagens, memes e imagens que se adéquam às plataformas digitais, e pelos 
quais as pessoas podem manifestar apoio ou repúdio apenas com alguns cliques. 
Se antes se disputava a atenção e o enquadramento que a mídia de massa daria 
a uma manifestação, hoje a disputa está pelo engajamento nas redes sociais e a 
Figura 2 – Manifestantes pintam os rostos em protesto pelo impeachment de Collor, em 1992
Fonte: Wikimedia Commons. Disponível em: https://bit.ly/3cfEczh. Acesso em: 6 maio 2022.
139
onda virtual que ela pode gerar. E nestes casos, a estética é importante, também, 
para se fabricar identificação com os usuários e para atrair simpatizantes.
A campanha eleitoral da primeira candidatura de Barack Obama para a pre-
sidência dos Estados Unidos é um exemplo que marcou esta virada no conceito 
estético voltado às redes sociais. Um cartaz (Figura 3) feito por um apoiador, se 
utilizando de uma linguagem da arte de rua do então candidato democrata, vi-
ralizou e se tornou o símbolo de uma campanha que foi totalmente baseada no 
engajamento virtual. É difícil imaginar que uma foto tradicional de campanha 
fosse se tornar tão popular e compartilhada quanto uma arte estilizada.
Figura 3 – Pôster “Hope”, de Shepard Fairy, de 2008
Fonte: Silva (2021, p. 162).
Descrição da Imagem: um desenho retangular na ver-
tical retrata o então candidato a presidente Barack Oba-
ma. Ele aparece do peito para cima, levemente virado 
de lado, com o rosto inclinado para cima. A imagem é 
composta por tons de vermelho, azul-claro, azul-escuro 
e bege-claro. Obama tem cabelos curtos, quase raspa-
dos, e veste um terno escuro e uma gravata vermelha. 
Na parte de baixo da arte, está escrita a palavra “Hope”, 
que em inglês quer dizer “Esperança”.
De acordo com o pesquisador Tarcísio Torres Silva (2021, p. 162) “arte, que pin-
tava com as cores da bandeira norte-americana, ajudou no resultado final das 
eleições pelo seu apelo para o compartilhamento”. A imagem não tinha nenhum 
apelo televisivo, mas funcionou como um avatar comum nas redes sociais.
Portanto, é importante notar que, no contexto da hiperconexão e da comu-
nicação ubíqua, a mudança na dinâmica da disputa pela atenção se dá em vários 
aspectos, em situações muito diferentes. Ela acontece tanto nas campanhas publi-
citárias como nas disputas políticas, passando, inclusive, pelo jornalismo – como 
vimos anteriormente, portais de notícias mudaram seus visuais e adotaram fer-
ramentas próprias das redes sociais para tentar atrair audiência.
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UNIDADE 5
140
Tudo isso passa pelas características estéticas que são impactantes nestes con-
textos. Como visto, a estética não trata necessariamente do que é belo, mas do 
que mexe com a sensibilidade das pessoas. Este valor, inclusive, mudou muito 
ao longo do tempo, haja vista as diferentes correntes artísticas que existiram ao 
longo da história da nossa civilização.
Nos dias de hoje, e especialmente se tratando da comunicação, a estética está 
ligada à interação e a criação de laços com os diferentes públicos que existem, 
cada qual com sua particularidade. Esta estética se manifesta na maneira como 
um influenciador deve se portar para gerar maior identificação com seus segui-
dores, nos elementos artísticos que um movimento social precisa adotar nas suas 
postagens para motivar que seus simpatizantes a compartilhem ou na mudança 
de linguagem que os telejornais precisam adotar para competir com os youtubers. 
O formato e os valores estéticos precisam se adequar com as necessidades e as 
vontades das audiências quando a informação é abundante e a atenção é escassa.'
Você lembra que no começo desta unidade você foi questionado sobre algum 
influenciador ou influenciadora digital que você segue ou com quem você se iden-
tifica? Você conseguiu verificar o que falam as postagens dessa pessoa, quais são os 
assuntos que mais interessam a você e como ela publica postagens com publicidade?
Se nós usarmos como exemplo o streamer Casimiro, citado anteriormente 
nesta mesma unidade, nós percebemos que suas postagens têm um caráter bas-
tante pessoal. Ele compartilha fotos com jogadores de futebol ao mesmo tempo 
que posta imagens com seus amigos pessoais. Posta vídeos do seu cotidiano, em 
que grava os vídeos de dentro de casa. Com isso, ele gera identificação no seu 
público, que via de regra também gosta de esportes. As postagens das campanhas 
publicitárias que ele divulga têm um visual muito semelhante com as postagens 
que ele faz espontaneamente, o que naturaliza as campanhas.
Por outro lado, se analisarmos o perfil da apresentadora Sabrina Sato, que 
também é uma influenciadora muito relevante nas redes sociais, notamos que ela 
141
publica fotos mais produzidas, com uma estética parecida com a de editoriais de 
moda. No caso dela, as produções fazem mais sentido, já que ela é considerada 
uma referência neste assunto – além de ser uma personalidade egressa da televisão.
O importante é notar que cada influenciador tem uma linha, um visual e um 
tipo de conteúdo que se relaciona com o perfil do seu público de acordo com 
a popularidade e a relevância que ele tem. Neste caso, portanto, vemos como, 
diante de uma imensidão de informações que chegam às audiências na internet, 
conteúdos que falam a língua das pessoas, que criam identificação com o público 
e que, pensando na atividade profissional da comunicação, conseguem fazer com 
que uma determinada informação chegue até a audiência, se destacando den-
tre outros estímulos que existem no universo digital, são uma alternativa muito 
interessante de ser trabalhada. Entre os exemplos citados, temos um influen-
ciador que fala diretamente com um pú-
blico jovem, mais ligado em tecnologia, 
esportes, jogos, e outra influenciadora 
que fala com um público mais abran-
gente, ligado à moda e ao consumo. 
Nos dois casos, no entanto, 
são pessoas que são muito 
espontâneas e que criam 
laços muito fortes com 
suas audiências, que é 
a característica mais 
importante para atrair 
o olhar das pessoas.
Este tipo de trabalho 
não se resume ao uso 
de influenciadores di-
gitais, mas é sempre 
preciso ter em mente 
que, em um contexto de 
hiperconexão e comunica-
ção ubíqua, é preciso traba-
lhar com estéticas e formatos que se destaquem e chamem a atenção do público.
UNICESUMAR
142
Agora é o momento de você mostrar que entendeu a importância dos elementos 
estéticos nos processos comunicativos da atualidade:
1. Leia o texto a seguir:
Do ponto de vista do uso social das comunicações digitais, a última década é mar-
cada pela hiperconexão e pelo que dela decorre. A hiperconexão é um estado em 
que os indivíduos têm sempre à mão um aparelho que geralmente não é desligado 
nem desconectado da rede.
GOMES, W. A democracia no mundo digital: história, problemas e temas. São 
Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2018. p. 80.
Levando em conta os conceitos de hiperconexão, comunicação ubíqua e computação 
pervasiva, é correto afirmar que:
I - A hiperconexão só é possível quando conseguimos conectar algum aparelho 
pessoal em uma rede de alta velocidade de internet.
II - A comunicação ubíqua é caracterizada pela possibilidade de estar apto para se 
comunicar em todos os lugares, em todas as situações, a todo momento
III - A comunicação ubíqua está relacionada ao conceitode computação pervasiva, 
que significa que às vezes nem nos damos conta que estamos imersos em um 
ambiente com computadores e aparelhos conectados entre si e às redes virtuais.
IV - Por meio deste estado de hiperconexão, é comum que tenhamos uma série de 
aparelhos com funções redundantes e que usamos tanto para conexões sociais 
como para funções práticas, como pagar contas e agendar serviços.
V - As vidas on-line e off-line são bastante distintas e suas diferenças são bastante 
demarcadas no contexto de hiperconexão.
Assinale a alternativa correta:
a) I, II e III estão corretas.
b) I, II e IV estão corretas.
c) I e V estão corretas.
d) II, IV e V estão corretas.
e) II, III e IV estão corretas.
143
2. Leia o texto a seguir:
Informações dos mais diferentes tipos, sejam elas ad hoc, práticas, geolocalizadas, 
conceituais, ou seja, de qualquer espécie, podem ser acessadas de múltiplos pontos 
no espaço. As mesmas mídias que nos fornecem o acesso são também mídias de co-
municação. Redes sem fio e, consequentemente, móveis são a tônica tecnológica do 
momento. Isso disponibiliza um tipo de comunicação ubíqua, pervasiva e, ao mesmo 
tempo, corporificada e multiplamente situada que está começando a se insinuar nos 
objetos cotidianos com tecnologia embarcada, a tão falada internet das coisas. Na 
verdade, essas tecnologias já estão também sendo embarcadas nas pessoas, como 
as etiquetas de radiofrequência implantadas sob a pele dos indivíduos.
SANTAELLA, L. Comunicação ubíqua: repercussões na cultura e na educação. 
São Paulo: Paulus, 2014. p. 11.
Ao considerar o contexto de disputa pela atenção das audiências em um cenário de 
permanente conexão, veja as afirmações a seguir:
I - Os fenômenos da comunicação ubíqua e computação pervasiva facilitam que o 
volume de informações que chegam até nós seja cada vez maior.
II - Quanto maior a oferta de informações, mais importante é a disputa pela atenção 
das audiências.
III - As pessoas estão menos informadas atualmente, porque hoje elas estão mais 
interessadas em entretenimento do que em notícias jornalísticas.
IV - Os algoritmos das redes sociais são programados pelos usuários para que cada 
pessoa só veja conteúdos que correspondem aos seus interesses.
V - A oferta abundante de informações está relacionada às configurações dos celu-
lares e à possibilidade de desabilitar notificações recebidas.
Assinale a alternativa com as afirmações corretas:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e V.
144
3. Leia o texto a seguir:
Ao trabalhar com influenciadores digitais a premissa fundamental é: não há espaço 
para moldar os influenciadores, eles são mídias autônomas e têm uma imagem de si 
construída sobre uma estrutura muito sólida de reputação e legitimação no espaço 
digital. Influenciadores não são celebridades que moldam sua imagem – uma vez 
que desconhecemos seu verdadeiro Eu. Influenciadores têm um Eu conhecido por 
todos. Não o compre, empreste-o. 
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Com base no que foi abordado nesta unidade sobre a escolha de influenciadores 
para campanhas publicitárias, é correto afirmar:
I - Quanto mais profissional e elaborado é o formato de comunicação de um in-
fluenciador digital, mais adequado ele é para divulgar uma campanha.
II - Além de “emprestar” sua credibilidade para uma marca em uma campanha, 
um influenciador atua como uma espécie de “curador de conteúdo” para seus 
seguidores.
III - A estética de um influenciador está mais ligada à identificação que ele cria com 
sua audiência do que à beleza das suas postagens.
IV - Influenciadores não devem se aliar a marcas para não perder credibilidade.
V - Segundo Raquel Recuero, três características estão ligadas ao valor que um 
influenciador tem para sua audiência: reputação, autoridade e popularidade.
Assinale a alternativa correta:
a) I e II.
b) II, III, IV.
c) I, II, IV e V.
d) II, III e V.
e) II, III, IV e V.
145
UNIDADE 1
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149
UNIDADE 1
1. Alternativa correta: d) II, IV e V.
Como visto anteriormente, é comum que os movimentos artísticos rejeitem padrões 
estéticos, técnicas ou temas de gerações anteriores. Ao mesmo tempo, era comum 
que alguns movimentos retomassem conceitos de muitos anos antes para definirem 
seus padrões. Foi o que aconteceu com o Renascimento e o Neoclassicismo, que 
relembrou a estética da Grécia Antiga, por exemplo. Por conta destas mudanças, o 
conceito do que é belo nas artes não é algo objetivo, mas, sim, algo que muda com o 
passar do tempo e dependendo do contexto histórico. Por causa dessas mudanças, 
é comum que movimentos artísticos causem estranhamento quando surgem com 
novos padrões, como foi quando do surgimento do Impressionismo, Expressionismo 
e Cubismo, por exemplo.
2. Alternativa correta: a) I, II e III. 
Por ser um conceito com vários fatores relativos, a beleza passou a ser considerada 
menos importante do que o sentimento que uma arte desperta no espectador na 
Arte Contemporânea. Como envolve a sensibilidade daquele que a percebe, a arte 
passou a ser considerada uma experiência sensorial, que pode até ser incômoda. A 
arte também passou a estar mais próxima das pessoas. As instalações artísticas, por 
exemplo, saíram dos museus e tomaram as ruas, assim como a arte urbana.
3. Alternativa correta: c) II
O movimento da Pop Art tinha um forte apelo estético, mas o bom humor, a crítica à 
elite da arte e à sociedade de consumo também eram fatores centrais deste período. 
Pela evolução das técnicas de reprodução dos materiais, a reprodutibilidade em alta 
escala e a singularidade das obras de arte eram mensagens que foram contempladas 
pelos artistas desta geração. O uso de celebridades e marcas famosas é outra marca 
deste período, o que aproximou a arte das grandes massas.
150
UNIDADE 2
1. Alternativa correta: e) I, III, IV e V.
As artes visuais e os registros escritos são igualmente importantes do ponto de 
vista comunicacional, pois fornecem aspectos e informações diferentes, que podem 
inclusive ser complementares. Por isso mesmo, não é possível dizer que uma forma 
é mais confiável do que a outra, uma vez que há subjetividade nas duas formas de 
comunicação. A arte é até hoje uma importante forma de transmissão de conheci-
mento e foi uma das únicas durante muitos séculos, quando não havia sido inventada 
a escrita. As inovações tecnológicas mudaram a forma de fazer e de experimentar 
as artes. Do lado do artista, a internet permitiu que toda a produção seja feita de 
forma virtual, por exemplo. Do outro lado, criaram-se meios para que a apreciação 
da arte deixe de ser apenas uma experiência contemplativa e passe a ser imersiva, 
com estímulos de vários sentidos.
2. Alternativa correta: c) III, apenas.
A obra de Walter Benjamin aponta o impacto da reprodução técnica das obras de 
arte. Ainda que antes da imprensa e da Revolução Industrial obras de arte fossem 
reproduzidas, isso acontecia em menor escala. Era preciso realizar uma reprodução 
manual de um livro, de uma pintura ou escultura, o que não se comparava ao im-
pacto de uma impressão em larga escala de uma obra literária ou de uma gravura. 
Benjamin aponta para as vantagens e desvantagens destas mudanças, enaltecendo 
os valores da experiência da obra autêntica bem como os benefícios da reprodução 
dela. Isso, no entanto, mudou a forma como os artistas produziam suas obras. Dali 
em diante, a arte passou a ser feita pensando no potencial de reprodução dela e nos 
efeitos disso. Não é porque uma arte é uma reprodução que a mensagem contida 
nela era necessariamente mais forte ou mais fraca. Um exemplo disso é o uso político 
do cinema para reforçar valorese ideologias, que passou a ser amplamente usado 
dali em diante e, por muitas vezes, com muito sucesso.
3. Alternativa correta: d) II e IV.
Theodor Adorno era um crítico ferrenho da Indústria Cultural. Isso fazia dele, inclu-
sive, pessimista em relação a vários fenômenos culturais que se popularizavam na 
época, como o jazz. De acordo com os escritos do pensador alemão, o contexto de 
151
Indústria Cultural levava um diretor, por exemplo, a julgar racionalmente o valor de 
sua obra pelo potencial de mercado ao invés da estética ou da mensagem artística 
dela. De acordo com ele, estes produtos culturais eram uma forma de dominação, 
que não se aplicavam quando a cultura de massa partia de um movimento popular 
“de baixo para cima”. Apesar do pessimismo de Adorno, não é possível dizer que uma 
obra de arte de massa é necessariamente pior do que a arte em outros contextos.
UNIDADE 3
1. Alternativa correta: b) I, III e V
O conceito de Estética da Comunicação foi formulado e batizado, inicialmente, como 
uma abordagem relacionada ao campo das artes, por volta de 1980. Somente na 
década seguinte é que o conceito foi apropriado pelos teóricos da comunicação. 
Apesar desta diferença temporal e de definição, existem intersecções entre as duas 
abordagens. Uma delas é a relação com a sensibilidade despertada pelas obras de 
arte ou pelas interações comunicacionais. Por isso, o conceito de estética nas artes 
não está necessariamente ligado à ideia de beleza. Ele vai além disso. Apesar desta 
apropriação por parte dos teóricos do campo da comunicação, o conceito de Estética 
da Comunicação nas artes ainda é atual e não foi abandonado pelos pensadores 
desta corrente. Tanto nas artes, como na comunicação, a relação entre estética e 
comunicação é muito anterior ao batismo do conceito. 
2. Alternativa correta: c) I, II e V
Ao longo de toda a história, a evolução tecnológica e dos materiais forneceu novas 
formas de se fazer arte. Um dos momentos em que isso acontece é após a Revolu-
ção Industrial. Neste caso, houve a possibilidade de mecanização e reprodução em 
massa das produções artísticas. Também permitiu um novo universo de possibilida-
des de materiais, temas, produtos e principalmente meios para a arte. A Estética da 
Comunicação na arte estuda, dentre outras coisas, o uso destes novos meios para 
a produção artística. Neste contexto do século XX, isso representa estudar como as 
produções artísticas passaram a desafiar as noções de espaço e tempo que existiam 
até então. Este é um dos aspectos abordados pelo filósofo italiano Mario Costa, um 
dos primeiros pensadores a abordarem o assunto, nos anos 1980. Ele afirmou que 
um conceito chamado de sublime tecnológico se manifestava na coletividade das 
criações, na nova maneira de se entender estas produções independente de uma 
152
localidade física, material e temporal e permitindo novos olhares sobre o mundo. 
Apesar do cinema ter inaugurado uma nova forma de contar histórias, que antes 
estavam restritas aos livros, e da fotografia trazer uma nova maneira de registrar as 
imagens, o que antes era feito pelas pinturas e esculturas, nenhuma destas expres-
sões artísticas perdeu o status de arte. Elas apenas incorporaram outras formas de 
se expressar. E hoje, com a evolução da internet e das ferramentas digitais e virtuais, 
a Estética da Comunicação nas artes está mais presente do que nunca.
3. Alternativa correta: e) I e IV
A Estética da Comunicação pode ser entendida como o estudo das relações indi-
viduais de uma pessoa com o objeto da comunicação que têm como objetivo uma 
experiência sensível. É a forma como uma pessoa formula uma mensagem, verbal 
ou não, para que ela provoque uma sensação (que geralmente está relacionada ao 
entendimento) no interlocutor. Apesar disso, esta dinâmica está atrelada a fatores 
externos, como o senso comum, que é o elo entre a sensibilidade das pessoas e o 
senso de comunidade. Neste ponto, os meios de comunicação de massa têm um 
papel central na formulação da estética comunicacional, uma vez que eles têm a 
capacidade de reforçar padrões e conceitos, visuais ou morais, de uma maneira 
muito mais rápida e abrangente que uma interação pessoal.
UNIDADE 4
1. Alternativa correta: d) I, II e IV
Para Manuel Castells, a criação da internet e o acesso às tecnologias digitais em 
rede são comparáveis à criação do alfabeto, de séculos atrás. Segundo o estudioso, 
o alfabeto permitiu que o pensamento racional fosse repassado, preservando o 
conhecimento. Com isso, vimos uma evolução muito grande na ciência e na filosofia, 
por exemplo. Por outro lado, a comunicação escrita foi colocada em uma posição 
hierárquica superior à comunicação visual e sonora. Com a internet, foram criadas 
ferramentas que conseguiram reintegrar a comunicação audiovisual aos dispositivos 
formais. Apesar destas mudanças, não é possível dizer que os produtos comunica-
cionais da internet são mais importantes que outros, uma vez que cada um deles 
cumpre seu propósito. A internet, por outro lado, foi fundamental para dar mais 
capilaridade e tornar outros meios de comunicação mais acessíveis. Por causa dessa 
153
integração, Castells afirma que os meios de comunicação de massa tradicionais estão 
perdendo a ‘nitidez’.
2. Alternativa correta: d) I, II e V
A autora Lúcia Santaella afirma que existiram três tipos de leitores que foram ca-
racterizados pelas formas de interação e pelo comportamento como consumiram 
mídias ao longo do tempo. Primeiro ela pontua a existência do leitor contemplativo, 
que era basicamente o leitor de livros, que existia antes do surgimento dos meios 
de comunicação eletrônicos. Este leitor interagia pouco com as mídias, tendo como 
atividade, no máximo, manusear um livro, imaginar passagens etc. Depois, com as 
mídias eletrônicas, surge o leitor movente. Ele tem uma variedade maior de mídias, 
que não interagem muito bem entre si, e que têm diferentes formatos e linguagens. 
Também é um leitor que está inserido em uma sociedade de consumo, na qual ele é 
frequentemente impactado pela publicidade. Por fim, há o leitor imersivo, que mer-
gulha nos ambientes digitais e virtuais e tem uma experiência multimídia no consumo 
de informação. A leitura, neste caso, é multilinear e multissequencial, baseada nos 
hiperlinks e na navegação conforme for conveniente ao leitor. Como a arquitetura das 
redes prevê este tipo de leitura, ela acaba fazendo sentido para a audiência, mesmo 
que não tenha uma sequência aparentemente lógica. Ela acompanha o fluxo de 
pensamento e a curiosidade do leitor. De acordo com a autora, a passagem de um 
tipo de leitor para o outro envolve grandes transformações sensórias, perceptivas, 
cognitivas e, consequentemente, transformações de sensibilidade.
3. Alternativa correta: b) II, III e V
A estética dos produtos comunicacionais tem ganhado importância porque, com a 
internet, eles ganham tecnicidade, ou seja, ela passa a ser guiada por critérios téc-
nicos, já que sua eficiência pode ser aferida a partir de dados. Ela também se torna 
mais importante porque há uma maior concorrência na distribuição de informação. 
Isso fez com que os meios de comunicação tradicionais passassem a absorver fer-
ramentas inspiradas nas redes sociais, como conteúdos gerados por usuários ou 
espectadores, hipertextualidade e multimidialidade. Na prática, isso fez com que a 
linguagem e os formatos da internet se popularizassem nos meios de comunicação 
tradicionais. Os textos escritos tendem a ser mais curtos e objetivos. As produções 
de televisão são mais enxutas e informais. Ao mesmo tempo que a apropriação de 
novos formatos, linguagens e ferramentas torna os produtos da comunicação mais 
154
atraentes e acessíveis, há o risco de que os meios de comunicação caiam na tenta-
ção de se orientar apenas pelos cliques e pelo que repercute melhor na audiência.
UNIDADE 5
1. Alternativa correta: e) II, III e IV estão corretas.
A hiperconexão é um estado caracterizado pela permanente conexão de aparelhospessoais à internet, que recebem e enviam informações pessoais a todo momento. 
Ela não está relacionada, necessariamente, com a velocidade da conexão à internet. 
Este estado leva à possibilidade da comunicação ubíqua, que é quando estamos 
aptos para nos comunicarmos em todos os lugares, em todas as situações, a todo 
momento. Isso acontece porque vivemos imersos em uma computação pervasiva, 
que é definida pela existência de uma série de aparelhos conectados que, de tão 
naturalizados, se tornam até invisíveis a nós. Não é mais necessário o ato de “se co-
nectar à internet”, porque estes equipamentos pessoais já estão permanentemente 
ligados e conectados. Assim, realizamos uma série de tarefas de maneira virtual: 
nos relacionamos com pessoas, fazemos serviços corriqueiros, nos informamos, 
nos divertimos e trabalhamos. As fronteiras destas atividades e dos ambientes ficam 
difusas e praticamente não existe mais diferença entre os ambientes virtuais e reais, 
pois eles se entrelaçam e conversam o tempo inteiro.
155
2. Alternativa correta: a) I e II
Os fenômenos da comunicação ubíqua e computação pervasiva facilitam que o vo-
lume de informações que chegam até nós seja cada vez maior, porque permitem 
que tenhamos acesso às mais variadas informações o tempo inteiro. Como há uma 
abundância muito grande de informações, a disputa pela atenção das audiências 
ganha importância. Independentemente do interesse das pessoas, seja por notícias, 
entretenimento ou qualquer outro tipo de conteúdo, nunca tivemos acesso a tanta 
informação como hoje. Nas redes sociais, por exemplo, somos bombardeados por 
informações de todos os tipos, mesmo aquelas que não nos interessam, mas que 
chegam até nós pelos algoritmos definidos pelas plataformas de mídias sociais. A 
oferta abundante de informações não está relacionada às configurações do celular 
ou de aparelhos individuais, mas a um contexto da comunicação contemporânea.
3. Alternativa correta: d) II, III e V
Em um contexto de abundância de informação, a figura de um curador de conteúdo 
que use a sua credibilidade e identificação com o público para jogar luz ao que é rele-
vante é muito importante, especialmente quando marcas querem ganhar visibilidade. 
Assim, as marcas contratam influenciadores que “emprestam” a credibilidade para 
uma campanha. O impacto estético de um influenciador está mais ligado à identi-
ficação que ele cria com sua audiência do que à beleza das suas postagens. Dessa 
forma, muitas vezes, um perfil pode ser simples, com um visual amador, e mesmo 
assim criar identificação com o público. Segundo Raquel Recuero, três características 
estão ligadas ao valor que um influenciador tem para sua audiência: a reputação, 
que é a forma que aquela pessoa é vista; a autoridade, que se materializa na capa-
cidade de influenciar o público; e a popularidade, que é o número de pessoas que 
acompanha esta pessoa.
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