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Classificação das Constituições As Constituições podem ser classificadas segundo diversos critérios e, de algum modo, a classificação deve ajudar no estudo do nosso objeto. Novellino e Lenza trazem uma coletânea destas classificações Classificação Quanto à Forma Considera como as normas constitucionais se exteriorizam . Escrita: conjunto de normas que constam em um só código (codificada) ou diversas leis (não-codificada). Não-Escrita: baseadas em precedentes judiciais, tradições, costumes e convenções. Também são conhecidas como inorgânicas, costumeiras ou consuetudinárias Classificação Quanto à Sistemática Avalia apenas constituições escritas. Codificadas, orgânicas ou unitextuais: estão contidas em apenas um texto. Não-codificadas, inorgânicas, pluritextuais ou legais: são esparsas, estão contidas em diversos textos. Classificação Quanto à Origem Indica quais são as forças responsáveis pelo surgimento da constituição. Outorgada ou Imposta: decorrem de um ato unilateral da vontade pública do governante. Cesaristas: outorgadas submetidas a referendo ou plebiscito (tentativa de legitimidade). Pactuadas: trazem um compromisso entre o rei e a representação nacional (Assembleia), permitindo um compromisso entre duas forças politicamente instáveis. Marcam a transição para uma monarquia representativa. Promulgadas, democráticas, votadas, populares: elaboradas por um órgão constituinte composto por representantes do povo, eleitos para elaborar uma Constituição. Classificação Quanto ao Modo de Elaboração Modo de surgimento da Constituição. Históricas: são formadas lentamente, ao longo do tempo, à medida em que os usos e costumes vão se incorporando à vida estatal. Dogmáticas: criadas pelo tamanho de um órgão constituinte que sistematiza as ideias e princípios fundamentais da teoria política e do direito dominantes no momento. Classificação Quanto ao Conteúdo Em sentido material: princípios e regras que tem como objeto os direitos fundamentais, a estruturação do Estado e a organização dos poderes. Em sentido formal: normas jurídicas produzidas por um processo mais árduo e solene que o ordinário e que tornam mais difícil a sua alteração. Classificação Quanto à Estabilidade Imutáveis: leis fundamentais antigas e que se pretendiam eternas. Fixas: só podiam ser modificadas pelo mesmo poder constituinte que as elaborou – quando fosse convocado para isso. Rígidas: só podem ser modificadas por procedimentos mais solenes e complexos que os do processo legislativo ordinário. Super-rígidas: Alexandre de Moraes considera assim as Constituições rígidas como aquelas que contém cláusulas pétreas. Semi-rígidas: uma parte é rígida e a outra, não (esta parte pode ser alterada sem maiores formalidades). Flexíveis (ou plásticas): permitem a sua modificação pelo mesmo processo que o utilizado para as leis comuns. Classificação Quanto à Extensão Diz respeito à diversidade e abrangência das matérias abordadas. Concisas, breves, sumárias, básicas, sintéticas ou clássicas: contém apenas os princípios gerais ou regras básicas de organização e funcionamento do sistema jurídico estatal. Prolixas, analíticas ou regulamentares: contém temas que, por sua natureza, não são propriamente de direito constitucional. Classificação Quanto à Função ou Estrutura Diz respeito à função exercida pela Constituição dentro do ordenamento. Constituição-garantia (quadro, estatutária ou orgânica): é um estatuto organizatório, instrumento de governo responsável pela definição de competências. Contém princípios materiais estruturantes e assegura liberdades individuais. Constituição Programática, diretiva ou dirigente: define normas e programas de ação a serem concretizados pelos poderes públicos. Constituição-Balanço (ou registro): descreve e registra o grau de organização política e das relações reais de poder. Utilizada na antiga URSSS Classificação Quanto à Dogmática Diz respeito à natureza ideológica das normas. Constituições Ortodoxas: adotam apenas uma ideologia. Constituições Ecléticas, compromissionárias, compósitas ou heterogêneas: conciliam ideologias opostas. Classificação Quanto à Origem da Decretação Se foram decretadas de dentro ou de fora do Estado. Autoconstituição: é elaborada por órgãos do próprio Estado que será organizado. Heteroconstituição: é elaborada por órgãos alheios – uma organização internacional ou outros Estados. Classificação Quanto ao Conteúdo Ideológico Se contém um conteúdo ideal, a partir do qual se organiza o Estado. Constituições Liberais e Não-Liberais: só eram consideradas Constituições as que atendiam às demandas burguesas e consagravam garantias de liberdade. Constituições-Garantia: são caracterizadas pela divisão dos poderes, declaração de liberdades individuais e limitações do poder público. Constituições Sociais: além de proteger direitos ligados à liberdade, protegem direitos de segunda dimensão e exigem uma atuação positiva do Estado. Classificação Quanto à Finalidade Se é um instrumento de transição ou não. Pré-Constituição (ou provisória/revolucionária): define o regime de elaboração e aprovação da constituição formal e estrutura o poder político a ser exercido neste intervalo, eliminando os resquícios do regime anterior. Constituição Definitiva: produto final do processo constituinte, pretende ter uma duração indefinida. Classificação Quanto à Legitimidade do Conteúdo Constitucional Semântica: constituição meramente formal, que não consagra um mínimo de bondade ou justiça. Normativa: contém normas dotadas de “bondade material”, garantido direitos, liberdades, impondo limites ao poder. A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é formal, escrita, dogmática, promulgada, rígida e analítica.
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